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Aula 3 - Pneumonia

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1 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
15/02/2022 – Aula 3 
O assunto dessa aula será pneumonia comunitária e 
pneumonia hospitalar. 
Quando o antígeno consegue chegar ao pulmão, conseguiu 
vencer nossas células de defesa, nosso aparelho mucociliar, 
e conseguiu se instalar no alvéolo provoca pneumonia. 
Todo paciente que fez o diagnóstico de pneumonia precisa 
ser acompanhado no período pós pneumonia para saber se 
ele realmente foi curado e para entender o porquê dele ter 
desenvolvido a pneumonia. Será que o paciente tem alguma 
doença de base? Diabetes, imunodeficiencia, neoplasia ou 
alguma outra comorbidade? 
Todo paciente com pneumonia deve ser acompanhado para 
que se possa descobrir o motivo do paciente ter 
desenvolvido pneumonia. 
Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) 
Definição: Toda infecção do trato respiratório inferior que 
acomete o paciente fora do ambiente hospitalar 
(comunidade) ou surge nas primeiras 48 horas após a sua 
internação (alguns autores consideram 72 horas). 
A identificação de uma PAC ajuda na determinação do 
tratamento, que deve seguir o protocolo de uma PAC. A 
partir dessa definição é evitado o uso de antibióticos 
desnecessários (amplo espectro) para o tratamento de PAC, 
pois não é toda pneumonia que te presente no paciente 
internado que é nosocomial. 
As taxas de internação estão caindo, uma vez que a oferta 
de tratamento com uso de antibióticos é maior, enquanto a 
mortalidade está aumentando (casos graves, 
envelhecimento e o uso abusivo e indiscriminado de 
antibióticos). 
Causas 
Aspiração de secreções da orofaringe (broncoaspiração) → 
pessoas mais idosas, crianças, sequelas de AVC, pacientes 
acamados 
Inalação de aerossóis (micoplasma) → principalmente nas 
doenças virais. 
Disseminação hematogênica → paciente com erisipela ou 
infecção em alguma outra parte do corpo, e por conta de o 
pulmão ser altamente vascularizado o antígeno pode chegar 
no pulmão e fazer pneumonia. 
Disseminação a partir de um foco contíguo → infecção 
abdominal, infecção torácica. 
Reativação local (CMV, BK, P. carinii) → paciente com HIV. 
 
 
Etiologia só em 50 % dos casos → na realidade, os médicos 
presumem qual o agente etiológico, realizando o tratamento 
empírico. Quando o paciente não melhora que se pesquisa 
exatamente qual o agente etiológico responsável pela 
pneumonia. 
Streptococcus pneumoniae – 30 a 70% - agente etiológico 
principal da pneumonia. 
 “Atípicos” – Legionella sp, Mycoplasma pneumoniae, 
Clamydia pneumoniae – 8 a 48% → febre mais baixa, tosse 
seca, com sinais e sintomas mais brandos. Há dúvida se é 
uma pneumonia ou uma gripe. 
Flora Mista – 7 a 40% → refere-se à uma infecção que tem 
mais de um agente etiológico (virus com bactéria/fungo). 
 
Observações para o diagnóstico diferencial não usual 
Patógenos não usuais: tuberculose, nocardiose, 
leptospirose, fungos, Pneumocystis... 
O principal diagnóstico diferencial da pneumonia 
bacteriana é tuberculose. 
P. carinii era um agente etiológico muito presente. Era feito 
diagnóstico um atrás do outro, principalmente, nos anos 
2000, com radiografia característica em asa de borboleta 
(acometimento da região hilar e do terço médio dos pulmões 
bilateralmente) presente no paciente com imunodeficiência 
(HIV). E, o acometimento de doenças causadas por ele tem 
se tornado incidente novamente. 
Pneumonia 
 
2 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
 
Figura 1: Radiografia PA de tórax com estrutura hipotransparente 
em asa de borboleta. Retirada do https://www.sanarmed.com/10-
importantes-sinais-radiologicos-no-torax-que-todo-medico-deve-
saber-colunistas. 
Complicações: meningite, artrite, endocardite, pericardite, 
peritonite, empiema, sepse, pneumonia hospitalar 
associada, abscesso pulmonar, tromboembolismo... 
Diagnóstico Clínico 
Sintomas de doença aguda do trato respiratório inferior: 
- Tosse + um ou mais dos sintomas (expectoração, dispneia, 
dor torácica) 
- Achados focais no exame físico: estertores finos, e ausculta 
de derrame pleural associado (derrame parapneumônico) 
com murmúrio vesicular diminuído, macicez à percussão. 
- Manifestações sistêmicas: mialgia, vômitos, diarreia, febre. 
→ só isso já sugere o pedido de um exame de imagem do 
tórax. 
Mas, lembrar que o quadro clínico pode ser mais 
leve. 
Quadro Clinico - exemplos 
Início súbito de febre + calafrios + dor ventilatório-
dependente + tosse com expectoração purulenta ou 
piossanguinolenta + dispneia 
Mialgia + artralgia + cefaleia + astenia + anorexia + adinamia 
+ distúrbios gastrointestinais (mais presente em idosos e 
crianças) 
Observações 
Idoso = febre (ausente em 20%) + dispneia/ taquipneia + 
alterações do sensório + descompensação da doença de 
base. 
O idoso pode apresentar alteração do sensório, ou 
seja, está lúcido e orientado de manhã, e à tarde 
começa um quadro de delírio, começa a falar coisas 
desconexas. Uma das coisas que precisamos pensar 
quando um idoso aparece na emergência com essa 
evolução é pneumonia, e lembrar que ele pode não 
apresentar febre, só referir tosse e dispneia que 
começaram subitamente (“do nada!!”). Outro 
diagnóstico diferencial provável é infecção urinária. 
Pneumonia “Típica” x “Atípica” → a diferença dessa 
nomenclatura é simplesmente o quadro clínico. A 
pneumonia típica é aquela estereotipada por todos, uma 
infecção forte com um quadro clínico típico. A pneumonia 
atípica é aquela que não apresenta quadro clínico 
exuberante, é aquela que o médico tem dúvida se é 
pneumonia ou gripe. É necessário pedir exames 
complementares para fechar o diagnóstico, tanto para 
pneumonia típica quanto para a atípica. 
Pneumonia aspirativa - pulmão direito, segmento posterior 
e apical dos lobos superiores (LSS) ou lobos inferiores (LII). 
Pensar em outros agentes etiológicos diferentes de 
S. pneumoniae, pode-se pensar em até anaeróbios 
quando se trata do paciente que fez 
broncoaspiração. 
Anamnese + Exame Físico (padrão do livro): consolidação 
pulmonar (estertores) e/ou Derrame Pleural. 
Anamnese dirigida: Tosse mais de noite? Febre em 
qual horário? Tem muita ou pouca secreção? Qual 
a cor dessa secreção? → tentar extrair o maior 
numero de detalhes possíveis para se ter um bom 
parâmetro para pedir os exames complementares e 
se chegar ao diagnóstico. 
Observar bem o quadro clínico do paciente! 
Exames Complementares (exames mais básicos, para prova 
lembrar também o que se analisa com a avaliação de cada 
exame!!): Radiografia de tórax (PA e Perfil, para ver a 
extensão e localização e características da imagem – 
pneumonia/abscesso?), Hemograma completo (leucocitose, 
desvio à esquerda com aumento do número de bastões, 
anemia), ureia (aumentada → desidratado), creatinina 
(função renal/doença renal?), sódio, potássio (distúrbio 
hidroeletrolítico), gasometria (indica se tiver alguma coisa de 
errada na saturação, geralmente o paciente queixa de 
dispneia), glicose (descompensação de doença de base)... 
Radiografia 
Essencial para diagnóstico 
Auxilia na avaliação da gravidade 
Identifica comprometimento multilobar 
Sugere alternativas (Abscesso / TB) 
Avalia condições associadas (DP?) 
 
3 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Monitora resposta ao tratamento → depois do diagnóstico 
com imagem de pneumonia + quadro clínico + exame de 
sangue alterado, trata-se o paciente, e deve manter o 
paciente para acompanhamento até a cura e investigação do 
porquê dessa infecção. 
Exemplo.... 
A presença de cavidade sugere etiologia por anaeróbios, 
Staphylococcus aureus e, eventualmente, bacilos gram-
negativos. A TB deve ser sempre pesquisada nesses casos. → 
Só é possível saber sobre a presença de cavidade se for 
pedido um exame de imagem!!! 
Entretanto, a classificação em padrões radiológicos (lobar,bronco pneumônico e intersticial) é de utilidade limitada 
quanto à predição do agente causal, não sendo possível 
através dela a distinção de grupos de agentes (bacterianos e 
não-bacterianos). → esses termos não são mais utilizados. 
A TC de tórax é útil quando há dúvidas sobre a presença ou 
não de infiltrado radiológico, na presença de um quadro 
clínico exuberante associado à radiografia normal, na 
detecção de complicações, tais como derrame pleural 
loculado e abscesso ainda não aberto nas vias aéreas, assim 
como para diferenciar infiltrado pneumônico de massas 
pulmonares. → TC deve ser vista como exame 
complementar, e não como exame principal!!! Lembrar da 
quantidade de radiação que a TC libera. O exame de imagem 
principal é a radiografia. 
Exames Complementares em pacientes internados 
Na pneumonia comunitária se segue o protocolo da 
sociedade de pneumologia, e lá diz que a grande 
maioria dos pacientes alcançam o tratamento com 
antibioticoterapia empírica (sem descobrir o 
diagnóstico etiológico). 
Esses exames complementares são pedidos quando 
o paciente não responde ao tratamento empírico, 
nunca se pede “de primeira” os exames 
complementares. Geralmente, os exames 
complementares são pedidos quando o paciente 
não responde ao tratamento empírico, assim se 
interna o paciente para que seja facilitada a 
realização desses exames. 
Precisamos saber o que é o exame complementar e 
quando ele precisa ser pedido. Isso tudo será 
definido de acordo com o quadro clínico do 
paciente, se o paciente está internado ou se não 
está internado, se aquele exame está disponível 
para o paciente realizar. 
Exame microbiológico do escarro (BK, Nocardia, 
Pneumocystis) – só é válido quando: < 10 céls epiteliais e > 
25 céls de polimorfonucleares (PMN). → pesquisa de BARR 
(único desses exames complementares oferecidos no posto 
de saúde, por causa do programa nacional de tuberculose) 
Cultura do escarro para fazer no posto de saúde → suspeita 
de tuberculose 
Detecção de antígenos urinários (Legionella e S. 
pneumoniae) 
Testes sorológicos (Clamydia ou Chlamydophilia, 
Mycoplasma, Legionella, fungos, vírus) IgM e IgG. 
Você vai escolher o exame que você quer pedir, e 
vai ter que considerar os exames que podem ser 
pedidos no serviço. 
Outros Exames Complementares – são pedidos em casos 
mais selecionados 
Hemocultura 
Aspirado endo ou transtraqueal 
Aspirado transcutâneo com agulha – procedimento 
extremamente selecionado, procedimento cirúrgico 
(realizado por cirurgião torácico, de preferência) 
Toracocentese (para DP > 1 cm em Decúbito lateral) 
Biópsia pulmonar – procedimento extremamente 
selecionado, procedimento cirúrgico (realizado por cirurgião 
torácico, de preferência) 
Broncoscopia + Lavado broncoalveolar (LBA) → mais fácil de 
realizar. 
Dicas: 
*Hemocultura vale mais pelo valor preditivo negativo do que 
quando vem positivo, porque para colher hemocultura 
precisa fazer uma antissepsia do local, se houver falha nessa 
limpeza a hemocultura pode vim positiva. 
*Aspirado endo ou transtraqueal faz em paciente internados 
que geralmente estão entubados no CTI ou com 
traqueostomia. Exame que não é muito fácil de fazer, exige 
certa técnica. 
Biomarcadores (para avaliação de prognóstico) 
Proteína C Reativa → pouco utilizada para pneumonia, mais 
utilizada na cardiologia 
< 100 mg/dl – fator protetor 
> 210 mg/dl – fator de risco 
Nas 72H se < 30 mg/dl – fator preditivo positivo 
Procalcitonina – nas 72H se < 0,3 mg/dl – fator preditivo 
positivo → exame mais utilizado e mais validado para 
pneumonia. Pede-se no primeiro ou segundo dia de 
tratamento e vai acompanhando. Quando o tratamento 
inicia ela vai estar alta e vai diminuindo conforme os dias de 
tratamento, o que significa que a infecção está sendo 
controlada. 
TREM-1, Interleucina 1 beta, TNF-alfa 
 
4 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Escore de gravidade 
Sugerido pela British Thoracic Society - CURB-65 
Por sua simplicidade, aplicabilidade imediata e facilidade de 
uso, serve como critério apropriado para a estratificação da 
gravidade no nível de atenção primária e na emergência. 
Esse escore calcula a probabilidade do paciente morrer e a 
probabilidade dele não morrer. 
O escore ajuda a saber o que fazer com o paciente: 
Interna? 
Tratamento ambulatorial? 
C – Presença de confusão mental 
U – Uréia > 50 mg/dl 
R – Frequência respiratória ≥ 30 ipm 
B – (Blood pressure) PAS < 90 ou PAD ≤ 60 mmHg 
65 – Idade ≥ 65 anos 
Cada critério = 1 ponto. Se ≥ 2 pontos = 
internar 
 
 
Figura 2: https://www.medway.com.br/conteudos/pneumonia-
com-derrame-pleural-tudo-que-voce-precisa-saber/ 
CRB-65 → critérios: presença de confusão mental/ 
frequência respiratória ≥ 30 ipm/ PAS < 90 ou PAD ≤ 60 
mmHg. (tirou o critério da uréia porque não tem como fazer 
essa avaliação à beira leito, e esse exame demora um pouco 
mais para ficar pronto) 
Se tiver ≥ 1 ponto = internação 
Confusão mental avaliada pelo escore ≤ 8 no Abbreviated 
Mental Test 
Criança é um caso à parte (pediatria), aqui estamos 
abordando a pneumonia em adulto e em idoso. 
Contudo.... 
Existe a necessidade da avaliação das doenças associadas, da 
extensão radiológica, do grau de oxigenação, dos fatores 
psicossociais e socioeconômicos (paciente sem condições de 
comprar a medicação, de tomar a medicação) e da 
viabilidade do uso de medicação por via oral como fatores 
que influenciam a decisão do local de tratamento. 
Fluxograma da SBPT para internar PAC (2004) 
 
Critérios Maiores para internar em UTI, pneumonia 
adquirida na comunidade grave (SBPT, 2009): 
Necessidade de ventilação mecânica 
Choque séptico (com necessidade de drogas vasopressoras: 
noradrenalina em dripping) 
1 critério maior deve-se mandar paciente para a UTI 
Critérios Menores para internar em UTI, pneumonia 
adquirida na comunidade grave (SBPT,2009): 
Hipotensão arterial 
Relação Pa02/Fi02 menor do que 250 
PaO2 → dispneia 
FiO2 → quantidade de oxigênio ofertada para o 
paciente. 
Presença de infiltrados multilobulares 
2 critérios menores 
Pneumonia Severity Index (PSI): Avalia o risco de 
mortalidade em 30 dias; precisa de um sistema 
informatizado. Mais completo e menos prático. 
 
Classe I: < 50 anos, ausência das 5 comorbidades, sinais 
vitais normais, sem distúrbios sensoriais. Ambulatório. 
Classe II: < 70 pontos. Ambulatório. 
https://www.medway.com.br/conteudos/pneumonia-com-derrame-pleural-tudo-que-voce-precisa-saber/
https://www.medway.com.br/conteudos/pneumonia-com-derrame-pleural-tudo-que-voce-precisa-saber/
 
5 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Classe III: 71-90 pontos. Breve internação. 
Classe IV: 91-130 pontos. Internar. 
Classe V: >130 pontos. Internar. 
 
Na prova e nos concursos se aplica o CURB-65 porque é 
mais prático e mais dinâmico. 
Tratamento 
Para pensar em tratamento devemos correlacionar o perfil 
do paciente com os principais agentes etiológicos que 
podem acometer à eles. 
Perfil de paciente X Principais agentes etiológicos 
Alcoolismo S. pneumoniae resistente à 
penicilina (PRP+), 
anaeróbios, bacilos gram 
negativos, M. tuberculosis. 
DPOC/ tabagismo S. pneumonia, H. 
influenzae, M. catarrhalis, 
Legionella, bacilos gram 
negativos 
Má higiene oral Anaeróbios 
Broncoaspiração Anaeróbios 
Doença pulmonar 
estrutural 
P. aeruginosa, P. cepacia, S. 
aureus 
Drogas injetáveis S. aureus, aneróbios, M. 
tuberculosis, P. carini 
Obstrução brônquica Anaeróbios 
Antibioticoterapia nos 
ultimos 3 meses 
S. pneumoniae resistente à 
penicilina, P. aruginosa 
 
Tratamento (SBPT, 2009) 
Domiciliar (Hígidos) ou sem Comorbidades = Macrolídeo (1ª 
opção) e Amoxacilina (2ª opção beta lactâmico) 
Comorbidades ou ATB nos últimos 3 meses = Quinolona (1ª 
opção) ou associação de beta lactâmico + Macrolídeo (2ª 
opção) 
Broncoaspiração =associação de beta lactâmico com 
betalactamase ou Ertapenem (não pega pseudomonas, foi 
lançado para o tratamento de pneumonia comunitária; o 
Ertapenem pode ser usado via intramuscular, alternativa 
válida para idosos e acamados). 
Internados não graves: Quinolona (1ª opção); Ertapenem; 
Beta lactâmico + Macrolídeo (Ceftriaxona/Cefotaxima + 
Azitrom.). 
Admitidos CTI: Beta lactâmico + quinolona 
- Sem pseudomonas 
- Com pseudomonas Piperacilina/ tazobactam, cefepime, 
Imipenem ou Meropenem / Levofloxacino (750 mg) ou 
ciprofloxacina. 
 
Para a prova de pneumo da faculdade focar nos pacientes 
ambulatoriais!!!! 
Antibióticos - apresentação oral 
Macrolídeos: 
Azitromicina (500 mg, 1 vez ao dia, 5 dias → único 
antibiótico para PAC que se usa por 5 dias porque sua meia 
vida é maior) 
Claritromicina (500 mg, 12/12H, 2 vezes ao dia) → pode ser 
por 10 dias. 
Beta lactâmicos: 
Amoxacilina (500mg, 8/8H, 3 vezes ao dia) 
Amoxacilina BD (875 mg, 12/12H, 2 vezes ao dia) 
Amoxacilina (500mg) + Clavulanato de potássio (125 mg) → 
8/8H, 3 vezes ao dia 
Amoxacilina (875mg) + Clavulanato (125 mg) → 12/12H, 2 
vezes ao dia. 
Quinolonas: 
Tamiran® → Levofloxacino (500mg, 1x dia ou 750mg, 1x dia), 
todas essas apresentações são orais, comprimido, 
professora não vai cobrar apresentação venosa. 
Moxifloxacino (400mg, 1 x dia) / Gemifloxacin (325 mg, 1x 
dia) → exemplo de quinolonas que não utilizamos muito na 
prática médica. 
Prova: nome genérico dos antibióticos! 
Duração 
7 a 14 dias. Esperar o paciente ficar afebril por 72 horas. 
Pneumonias com necrose (S. aureus e Klebsiella) podem 
necessitar de 3 ou mais semanas... 
Melhora do quadro clinico – em até 72 horas. 
 
6 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
Se não ocorrer até 5 dias – Reavaliar. Será que é pneumonia 
mesmo? Será que eu passei o antibiótico certo? Será que o 
paciente está tomando o antibiótico da maneira correta? 
Tem várias coisas que precisam ser reavaliadas. Será que não 
é fungo? É nesse momento que se deve pedir uma série de 
exames complementares para descobrir o que está 
acontecendo com o paciente. 
Efeitos colaterais?? Diarreia? 
A febre pode ceder em 3 a 7 dias.... pode ir cedendo aos 
poucos. 
Radiologia: reavaliar após 2 ou 3 semanas. Em outros casos, 
acompanhar entre 6 a 12 semanas após. O pulmão pode 
demorar a se recuperar da pneumonia, principalmente se for 
uma pneumonia extensa. 
A melhora clínica diz muito sobre a recuperação do paciente. 
Pode-se pedir além do exame de imagem pedir também um 
hemograma. 
Caso clínico exemplo: paciente com suspeita de pneumonia 
sem comorbidades ou uso de antibiótico nos últimos três 
meses, é alérgico a macrolídeo, qual o melhor tratamento? 
Resposta: Amoxacilina. 
Diagnóstico Diferencial 
Doenças não infecciosas: 
Embolia pulmonar, Insuficiência cardíaca congestiva, 
carcinoma bronquíolo alveolar, linfoma, hemorragia 
intrapulmonar, granulomatose de Wegener, sarcoidose, 
pneumonite de hipersensibilidade, vasculites, doença 
pulmonar induzida por fármacos... (www.pneumotox.com) 
Amiodarona é passado para fibrilação atrial pelo 
cardiologista, e o paciente pode apresentar reação 
de hipersensibilidade, podendo desenvolver uma 
imagem sugestiva de pneumonia e apresentar 
febre. 
Febre não é significativo de infecção, e sim é indicativo de 
inflamação. Pacientes com doenças inflamatórias como 
artrite e lúpus podem apresentar febre, assim como 
pacientes com neoplasias também podem. 
Pneumonia Adquirida no Hospital (PAH)/ Pneumonia 
nosocomial 
Toda infecção do parênquima pulmonar que ocorre após 48-
72 horas de internação, desde que não esteja presente no 
momento da admissão, não se relacionando com intubação 
endotraqueal e ventilação mecânica. (SBPT,2007) 
Mesmos sinais e sintomas de uma pneumonia, mas 
o paciente desenvolveu dias após a admissão 
hospitalar. Assim, deve-se considerar agentes 
etiológicos hospitalares e tratar com antibióticos 
diferentes. 
➢ Pneumonia associada a ventilação mecânica: toda 
infecção do parênquima pulmonar ocorre após 48 a 
72 horas de intubação endotraqueal e ventilação 
mecânica. (SBPT, 2007) 
 
➢ Pneumonia relacionada a cuidados de saúde 
(professora diz que nunca viu ser cobrado em 
prova) 
A pneumonia relacionada a cuidados de saúde ocorre em 
pacientes com as seguintes características: residentes em 
asilos ou tratados em sistema de internação domiciliar, 
pacientes que receberam antimicrobianos por via 
endovenosa, ou quimioterapia, nos 30 dias precedentes à 
atual infecção, pacientes em terapia renal substitutiva, e 
aqueles que foram hospitalizados em caráter de urgência 
por dois ou mais dias, nos últimos 90 dias antes da infecção. 
Termo recente. 
Mecanismos de desenvolvimento da PAH: 
1 → Fatores do hospedeiro + antibióticos + manipulações 
invasivas + alteração do pH e/ou esvaziamento gástrico → 
colonização trato digestivo → Aspiração 
Cuidado mais básico: lavar as mãos! 
2 → Contaminação de circuitos, soluções e equipamentos 
→ Inalação 
3 → Bacteremia → Bronquiolite 
Fatores de Risco 
1. Idade ≥ 65 anos 
2. Uso de antibiótico recente (últimos 3 meses) 
3. DPOC/ ICC / gravidade da doença de base 
4. Alteração nível consciência 
5. Aspiração de secreções (sonda/ cânulas) 
6. Cirurgia torácica ou abdominal alta → paciente fica 
parado por conta da dor, não movimenta o 
diafragma, o que gera uma certa atelectasia das 
bases pulmonares, o que pode favorecer o 
surgimento de uma PAH. 
7. Internação prolongada... 
Fatores de Risco para PAVM? (SBPT 2007) 
Barreiras: anatômica (tamanho das partículas); sistema 
mucociliar; células fagocíticas (macrófagos); e, resposta 
humoral (Ig, citocinas). 
Medidas Preventivas? Lavar as mãos, não usar adornos, usar 
jaleco apenas no hospital, limpar sempre o estetoscópio. 
Critérios Diagnósticos 
1. Infiltrado pulmonar novo ou progressivo* ou 
multilobar (controle radiológico no momento da 
admissão e no decorrer da internação) 
2. Febre/Tosse 
 
7 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
3. Leucocitose 
4. Secreção purulenta traqueobrônquica 
5. FR >30 ipm, PAS < 90 mmHg, FIO2 > 35% para 
manter Sat O2 > 90 
Sinais clínicos são os mesmos. O que chama atenção é onde 
o paciente está. A pneumonia hospitalar vai ser um pouco 
mais difícil de tratar. 
Escore Clínico de Infecção Pulmonar (CPIS): 
1. Temperatura, 
2. Leucometria, 
3. Secreção traqueal, 
4. PaO2 /FIO2 
5. Radiografia de tórax, 
6. Cultura semiquantitativa de aspirado traqueal → 
identificação da bactéria. 
Dentro do hospital fica mais fácil para pedir exames 
complementares que vão ajudar no diagnóstico 
etiológico. 
Diagnósticos Diferenciais 
1. Aspiração química sem infecção 
2. Atelectasias 
3. Embolia pulmonar 
4. Síndrome do desconforto respiratório agudo 
5. Hemorragia alveolar 
6. Congestão pulmonar 
7. Contusão pulmonar 
8. Neoplasia 
9. Pneumonite actínica 
10. Reação a medicamentos 
11. Pneumonia intersticial aguda 
12. Pneumonia em organização 
13. Criptogênica 
Marcadores Biológicos? 
TREM-1, Procalcitonina, proteína C reativa, Interleucina 1 
beta, TNF-alfa. 
Exames Complementares: buscar agente etiológico 
Enquanto na pneumonia comunitária encontrar o 
agente etiológico não é o objetivo, na pneumonia 
hospitalar esse é o objetivo, já que o paciente está 
internado, para usar o antibiótico de forma mais 
certeira afim de diminuir o tempo de internação do 
paciente. 
- Patógenos: 
Bacilos gram-negativos aeróbios (± 60%) 
Anaeróbios (laparoscopia / broncoaspiração) 
Gram positivos (S. aureus) 
Vírus (subestimados) 
Fungos (aspergilus) 
P. cariini e M. tuberculosis (HIV+) 
Tratamento 
Presença ou não de fatores de risco para agentes 
multiresistentes 
Conhecimento da epidemiologia local 
Duração? 14 a 21 dias 
Monoterapia X terapia combinada? De acordo com o 
consesosugere que a monoterapia já seria suficiente para 
tratar pneumonia hospitalar. 
Pneumonia precoce (=< 4 dias) = pneumonia comunitária (S. 
pneumoniae principal agente etiológico ainda???). 
Pneumonia tardia >= 5 dias 
Professora fala que não vai cobrar todos os antibióticos do 
consenso. É claro que tem outros antibióticos (além dos que 
ela vai dar ênfase), mas ela não vai cobrar. 
Medicações para pneumonia hospitalar variam de acordo 
com a CCIH de cada hospital. Quando o CCIH não determina 
nenhuma norma para o uso de antibiotico a equipe tem que 
sentar e escolher a melhor opção de antibiótico. 
O tratamento e o tempo desse tratamento não é 
determinado por uma regra. Não se tem tempo correto para 
o uso de antibióticos, tem o tempo aproximado. 
Conseso → 5 dias já seria suficiente para o tratamento da 
pneumonia comunitária/hospitalar. 
Na pratica... 14 dias pneumonia mais branda, paciente 
estável na enfermaria, tratamento com monoterapia. 21 
dias pneumonia mais grave, paciente instável 
hemodinamicamente, terapia combinada, as vezes até 
combinada com antifúngico. 
Paciente tem comorbidade que pode favorecer o 
aparecimento da infecção? Pegou profunda? 
Tratamento empírico (SBPT, 2007) 
Suspeita clinico radiológica de PH (comparar com a 
radiografia de admissão) → obter secreção para cultura 
quantitativa antes de iniciar o tratamento com antibiótico → 
presenç de fatores de risco para patógenos resistentes?? 
(mais risco de ter pseudomonas, mais risco de ter 
cinetobacter). 
PH – baixo risco < 5 dias no hospital 
Sem uso de antibioticos nos ultimos 15 dias 
Sem outros fatores de risco 
Pensar em: S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus Oxa-S, 
enterobatérias. 
 
8 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 
PH- alto risco > 5 dias no hospital 
Uso de ant nos ultimos 15 dias 
Fatores de risco: neurocirurgia/ uso de corticoid/ VM 
prolongada e SARA. 
Pensar em: Pseudomonas aeruginosa, acinetobacter, 
enterococos multiresistente, S. aureus Oxa-R. 
Pneumonia hospitalar de alto risco 
Beta lactâmico + inibidor de betalactamase com ação anti-
Pseudomonas 
Cefalosporina de 3ª geração (Ceftazidima) 
Cefalosporina de 4ª geração (Cefepime) 
Carbapenêmicos 
Quinolona (Ciprofloxacino) 
Ciprofloxacino → excelente para germes 
hospitalares (2x dia, ajuste de dose renal), mas hoje 
em dia pela prescrição excessiva para o tto de 
infecção urinária este antibiótico deixou de ser uma 
escolha para o tto de infecção hospitalar de alto 
risco. 
Aminoglicosídeos (evitar em idoso e em paciente com 
insuficiência renal) 
Glicopeptídeo (Vancomicina ou Teicoplanina) – se pensar em 
S. aureus associado. 
Pneumonia hospitalar de baixo risco 
Beta lactâmico + inibidor de betalactamase não anti-
Pseudomonas (amoxacilina-sulbactam – Trifamox, 
amoxacilina-clavulanato) 
Fluoroquinolona (levo ou moxi) 
Ertapenem 
Cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxone) – pouca ação 
contra pseudomonas. 
 
Material para leitura: 
https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/qWmCZGwZRNcyLNB4LS
DtrSx/?lang=pt# 
 
 
 
https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/qWmCZGwZRNcyLNB4LSDtrSx/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/qWmCZGwZRNcyLNB4LSDtrSx/?lang=pt

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