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1 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 15/02/2022 – Aula 3 O assunto dessa aula será pneumonia comunitária e pneumonia hospitalar. Quando o antígeno consegue chegar ao pulmão, conseguiu vencer nossas células de defesa, nosso aparelho mucociliar, e conseguiu se instalar no alvéolo provoca pneumonia. Todo paciente que fez o diagnóstico de pneumonia precisa ser acompanhado no período pós pneumonia para saber se ele realmente foi curado e para entender o porquê dele ter desenvolvido a pneumonia. Será que o paciente tem alguma doença de base? Diabetes, imunodeficiencia, neoplasia ou alguma outra comorbidade? Todo paciente com pneumonia deve ser acompanhado para que se possa descobrir o motivo do paciente ter desenvolvido pneumonia. Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) Definição: Toda infecção do trato respiratório inferior que acomete o paciente fora do ambiente hospitalar (comunidade) ou surge nas primeiras 48 horas após a sua internação (alguns autores consideram 72 horas). A identificação de uma PAC ajuda na determinação do tratamento, que deve seguir o protocolo de uma PAC. A partir dessa definição é evitado o uso de antibióticos desnecessários (amplo espectro) para o tratamento de PAC, pois não é toda pneumonia que te presente no paciente internado que é nosocomial. As taxas de internação estão caindo, uma vez que a oferta de tratamento com uso de antibióticos é maior, enquanto a mortalidade está aumentando (casos graves, envelhecimento e o uso abusivo e indiscriminado de antibióticos). Causas Aspiração de secreções da orofaringe (broncoaspiração) → pessoas mais idosas, crianças, sequelas de AVC, pacientes acamados Inalação de aerossóis (micoplasma) → principalmente nas doenças virais. Disseminação hematogênica → paciente com erisipela ou infecção em alguma outra parte do corpo, e por conta de o pulmão ser altamente vascularizado o antígeno pode chegar no pulmão e fazer pneumonia. Disseminação a partir de um foco contíguo → infecção abdominal, infecção torácica. Reativação local (CMV, BK, P. carinii) → paciente com HIV. Etiologia só em 50 % dos casos → na realidade, os médicos presumem qual o agente etiológico, realizando o tratamento empírico. Quando o paciente não melhora que se pesquisa exatamente qual o agente etiológico responsável pela pneumonia. Streptococcus pneumoniae – 30 a 70% - agente etiológico principal da pneumonia. “Atípicos” – Legionella sp, Mycoplasma pneumoniae, Clamydia pneumoniae – 8 a 48% → febre mais baixa, tosse seca, com sinais e sintomas mais brandos. Há dúvida se é uma pneumonia ou uma gripe. Flora Mista – 7 a 40% → refere-se à uma infecção que tem mais de um agente etiológico (virus com bactéria/fungo). Observações para o diagnóstico diferencial não usual Patógenos não usuais: tuberculose, nocardiose, leptospirose, fungos, Pneumocystis... O principal diagnóstico diferencial da pneumonia bacteriana é tuberculose. P. carinii era um agente etiológico muito presente. Era feito diagnóstico um atrás do outro, principalmente, nos anos 2000, com radiografia característica em asa de borboleta (acometimento da região hilar e do terço médio dos pulmões bilateralmente) presente no paciente com imunodeficiência (HIV). E, o acometimento de doenças causadas por ele tem se tornado incidente novamente. Pneumonia 2 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Figura 1: Radiografia PA de tórax com estrutura hipotransparente em asa de borboleta. Retirada do https://www.sanarmed.com/10- importantes-sinais-radiologicos-no-torax-que-todo-medico-deve- saber-colunistas. Complicações: meningite, artrite, endocardite, pericardite, peritonite, empiema, sepse, pneumonia hospitalar associada, abscesso pulmonar, tromboembolismo... Diagnóstico Clínico Sintomas de doença aguda do trato respiratório inferior: - Tosse + um ou mais dos sintomas (expectoração, dispneia, dor torácica) - Achados focais no exame físico: estertores finos, e ausculta de derrame pleural associado (derrame parapneumônico) com murmúrio vesicular diminuído, macicez à percussão. - Manifestações sistêmicas: mialgia, vômitos, diarreia, febre. → só isso já sugere o pedido de um exame de imagem do tórax. Mas, lembrar que o quadro clínico pode ser mais leve. Quadro Clinico - exemplos Início súbito de febre + calafrios + dor ventilatório- dependente + tosse com expectoração purulenta ou piossanguinolenta + dispneia Mialgia + artralgia + cefaleia + astenia + anorexia + adinamia + distúrbios gastrointestinais (mais presente em idosos e crianças) Observações Idoso = febre (ausente em 20%) + dispneia/ taquipneia + alterações do sensório + descompensação da doença de base. O idoso pode apresentar alteração do sensório, ou seja, está lúcido e orientado de manhã, e à tarde começa um quadro de delírio, começa a falar coisas desconexas. Uma das coisas que precisamos pensar quando um idoso aparece na emergência com essa evolução é pneumonia, e lembrar que ele pode não apresentar febre, só referir tosse e dispneia que começaram subitamente (“do nada!!”). Outro diagnóstico diferencial provável é infecção urinária. Pneumonia “Típica” x “Atípica” → a diferença dessa nomenclatura é simplesmente o quadro clínico. A pneumonia típica é aquela estereotipada por todos, uma infecção forte com um quadro clínico típico. A pneumonia atípica é aquela que não apresenta quadro clínico exuberante, é aquela que o médico tem dúvida se é pneumonia ou gripe. É necessário pedir exames complementares para fechar o diagnóstico, tanto para pneumonia típica quanto para a atípica. Pneumonia aspirativa - pulmão direito, segmento posterior e apical dos lobos superiores (LSS) ou lobos inferiores (LII). Pensar em outros agentes etiológicos diferentes de S. pneumoniae, pode-se pensar em até anaeróbios quando se trata do paciente que fez broncoaspiração. Anamnese + Exame Físico (padrão do livro): consolidação pulmonar (estertores) e/ou Derrame Pleural. Anamnese dirigida: Tosse mais de noite? Febre em qual horário? Tem muita ou pouca secreção? Qual a cor dessa secreção? → tentar extrair o maior numero de detalhes possíveis para se ter um bom parâmetro para pedir os exames complementares e se chegar ao diagnóstico. Observar bem o quadro clínico do paciente! Exames Complementares (exames mais básicos, para prova lembrar também o que se analisa com a avaliação de cada exame!!): Radiografia de tórax (PA e Perfil, para ver a extensão e localização e características da imagem – pneumonia/abscesso?), Hemograma completo (leucocitose, desvio à esquerda com aumento do número de bastões, anemia), ureia (aumentada → desidratado), creatinina (função renal/doença renal?), sódio, potássio (distúrbio hidroeletrolítico), gasometria (indica se tiver alguma coisa de errada na saturação, geralmente o paciente queixa de dispneia), glicose (descompensação de doença de base)... Radiografia Essencial para diagnóstico Auxilia na avaliação da gravidade Identifica comprometimento multilobar Sugere alternativas (Abscesso / TB) Avalia condições associadas (DP?) 3 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Monitora resposta ao tratamento → depois do diagnóstico com imagem de pneumonia + quadro clínico + exame de sangue alterado, trata-se o paciente, e deve manter o paciente para acompanhamento até a cura e investigação do porquê dessa infecção. Exemplo.... A presença de cavidade sugere etiologia por anaeróbios, Staphylococcus aureus e, eventualmente, bacilos gram- negativos. A TB deve ser sempre pesquisada nesses casos. → Só é possível saber sobre a presença de cavidade se for pedido um exame de imagem!!! Entretanto, a classificação em padrões radiológicos (lobar,bronco pneumônico e intersticial) é de utilidade limitada quanto à predição do agente causal, não sendo possível através dela a distinção de grupos de agentes (bacterianos e não-bacterianos). → esses termos não são mais utilizados. A TC de tórax é útil quando há dúvidas sobre a presença ou não de infiltrado radiológico, na presença de um quadro clínico exuberante associado à radiografia normal, na detecção de complicações, tais como derrame pleural loculado e abscesso ainda não aberto nas vias aéreas, assim como para diferenciar infiltrado pneumônico de massas pulmonares. → TC deve ser vista como exame complementar, e não como exame principal!!! Lembrar da quantidade de radiação que a TC libera. O exame de imagem principal é a radiografia. Exames Complementares em pacientes internados Na pneumonia comunitária se segue o protocolo da sociedade de pneumologia, e lá diz que a grande maioria dos pacientes alcançam o tratamento com antibioticoterapia empírica (sem descobrir o diagnóstico etiológico). Esses exames complementares são pedidos quando o paciente não responde ao tratamento empírico, nunca se pede “de primeira” os exames complementares. Geralmente, os exames complementares são pedidos quando o paciente não responde ao tratamento empírico, assim se interna o paciente para que seja facilitada a realização desses exames. Precisamos saber o que é o exame complementar e quando ele precisa ser pedido. Isso tudo será definido de acordo com o quadro clínico do paciente, se o paciente está internado ou se não está internado, se aquele exame está disponível para o paciente realizar. Exame microbiológico do escarro (BK, Nocardia, Pneumocystis) – só é válido quando: < 10 céls epiteliais e > 25 céls de polimorfonucleares (PMN). → pesquisa de BARR (único desses exames complementares oferecidos no posto de saúde, por causa do programa nacional de tuberculose) Cultura do escarro para fazer no posto de saúde → suspeita de tuberculose Detecção de antígenos urinários (Legionella e S. pneumoniae) Testes sorológicos (Clamydia ou Chlamydophilia, Mycoplasma, Legionella, fungos, vírus) IgM e IgG. Você vai escolher o exame que você quer pedir, e vai ter que considerar os exames que podem ser pedidos no serviço. Outros Exames Complementares – são pedidos em casos mais selecionados Hemocultura Aspirado endo ou transtraqueal Aspirado transcutâneo com agulha – procedimento extremamente selecionado, procedimento cirúrgico (realizado por cirurgião torácico, de preferência) Toracocentese (para DP > 1 cm em Decúbito lateral) Biópsia pulmonar – procedimento extremamente selecionado, procedimento cirúrgico (realizado por cirurgião torácico, de preferência) Broncoscopia + Lavado broncoalveolar (LBA) → mais fácil de realizar. Dicas: *Hemocultura vale mais pelo valor preditivo negativo do que quando vem positivo, porque para colher hemocultura precisa fazer uma antissepsia do local, se houver falha nessa limpeza a hemocultura pode vim positiva. *Aspirado endo ou transtraqueal faz em paciente internados que geralmente estão entubados no CTI ou com traqueostomia. Exame que não é muito fácil de fazer, exige certa técnica. Biomarcadores (para avaliação de prognóstico) Proteína C Reativa → pouco utilizada para pneumonia, mais utilizada na cardiologia < 100 mg/dl – fator protetor > 210 mg/dl – fator de risco Nas 72H se < 30 mg/dl – fator preditivo positivo Procalcitonina – nas 72H se < 0,3 mg/dl – fator preditivo positivo → exame mais utilizado e mais validado para pneumonia. Pede-se no primeiro ou segundo dia de tratamento e vai acompanhando. Quando o tratamento inicia ela vai estar alta e vai diminuindo conforme os dias de tratamento, o que significa que a infecção está sendo controlada. TREM-1, Interleucina 1 beta, TNF-alfa 4 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Escore de gravidade Sugerido pela British Thoracic Society - CURB-65 Por sua simplicidade, aplicabilidade imediata e facilidade de uso, serve como critério apropriado para a estratificação da gravidade no nível de atenção primária e na emergência. Esse escore calcula a probabilidade do paciente morrer e a probabilidade dele não morrer. O escore ajuda a saber o que fazer com o paciente: Interna? Tratamento ambulatorial? C – Presença de confusão mental U – Uréia > 50 mg/dl R – Frequência respiratória ≥ 30 ipm B – (Blood pressure) PAS < 90 ou PAD ≤ 60 mmHg 65 – Idade ≥ 65 anos Cada critério = 1 ponto. Se ≥ 2 pontos = internar Figura 2: https://www.medway.com.br/conteudos/pneumonia- com-derrame-pleural-tudo-que-voce-precisa-saber/ CRB-65 → critérios: presença de confusão mental/ frequência respiratória ≥ 30 ipm/ PAS < 90 ou PAD ≤ 60 mmHg. (tirou o critério da uréia porque não tem como fazer essa avaliação à beira leito, e esse exame demora um pouco mais para ficar pronto) Se tiver ≥ 1 ponto = internação Confusão mental avaliada pelo escore ≤ 8 no Abbreviated Mental Test Criança é um caso à parte (pediatria), aqui estamos abordando a pneumonia em adulto e em idoso. Contudo.... Existe a necessidade da avaliação das doenças associadas, da extensão radiológica, do grau de oxigenação, dos fatores psicossociais e socioeconômicos (paciente sem condições de comprar a medicação, de tomar a medicação) e da viabilidade do uso de medicação por via oral como fatores que influenciam a decisão do local de tratamento. Fluxograma da SBPT para internar PAC (2004) Critérios Maiores para internar em UTI, pneumonia adquirida na comunidade grave (SBPT, 2009): Necessidade de ventilação mecânica Choque séptico (com necessidade de drogas vasopressoras: noradrenalina em dripping) 1 critério maior deve-se mandar paciente para a UTI Critérios Menores para internar em UTI, pneumonia adquirida na comunidade grave (SBPT,2009): Hipotensão arterial Relação Pa02/Fi02 menor do que 250 PaO2 → dispneia FiO2 → quantidade de oxigênio ofertada para o paciente. Presença de infiltrados multilobulares 2 critérios menores Pneumonia Severity Index (PSI): Avalia o risco de mortalidade em 30 dias; precisa de um sistema informatizado. Mais completo e menos prático. Classe I: < 50 anos, ausência das 5 comorbidades, sinais vitais normais, sem distúrbios sensoriais. Ambulatório. Classe II: < 70 pontos. Ambulatório. https://www.medway.com.br/conteudos/pneumonia-com-derrame-pleural-tudo-que-voce-precisa-saber/ https://www.medway.com.br/conteudos/pneumonia-com-derrame-pleural-tudo-que-voce-precisa-saber/ 5 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Classe III: 71-90 pontos. Breve internação. Classe IV: 91-130 pontos. Internar. Classe V: >130 pontos. Internar. Na prova e nos concursos se aplica o CURB-65 porque é mais prático e mais dinâmico. Tratamento Para pensar em tratamento devemos correlacionar o perfil do paciente com os principais agentes etiológicos que podem acometer à eles. Perfil de paciente X Principais agentes etiológicos Alcoolismo S. pneumoniae resistente à penicilina (PRP+), anaeróbios, bacilos gram negativos, M. tuberculosis. DPOC/ tabagismo S. pneumonia, H. influenzae, M. catarrhalis, Legionella, bacilos gram negativos Má higiene oral Anaeróbios Broncoaspiração Anaeróbios Doença pulmonar estrutural P. aeruginosa, P. cepacia, S. aureus Drogas injetáveis S. aureus, aneróbios, M. tuberculosis, P. carini Obstrução brônquica Anaeróbios Antibioticoterapia nos ultimos 3 meses S. pneumoniae resistente à penicilina, P. aruginosa Tratamento (SBPT, 2009) Domiciliar (Hígidos) ou sem Comorbidades = Macrolídeo (1ª opção) e Amoxacilina (2ª opção beta lactâmico) Comorbidades ou ATB nos últimos 3 meses = Quinolona (1ª opção) ou associação de beta lactâmico + Macrolídeo (2ª opção) Broncoaspiração =associação de beta lactâmico com betalactamase ou Ertapenem (não pega pseudomonas, foi lançado para o tratamento de pneumonia comunitária; o Ertapenem pode ser usado via intramuscular, alternativa válida para idosos e acamados). Internados não graves: Quinolona (1ª opção); Ertapenem; Beta lactâmico + Macrolídeo (Ceftriaxona/Cefotaxima + Azitrom.). Admitidos CTI: Beta lactâmico + quinolona - Sem pseudomonas - Com pseudomonas Piperacilina/ tazobactam, cefepime, Imipenem ou Meropenem / Levofloxacino (750 mg) ou ciprofloxacina. Para a prova de pneumo da faculdade focar nos pacientes ambulatoriais!!!! Antibióticos - apresentação oral Macrolídeos: Azitromicina (500 mg, 1 vez ao dia, 5 dias → único antibiótico para PAC que se usa por 5 dias porque sua meia vida é maior) Claritromicina (500 mg, 12/12H, 2 vezes ao dia) → pode ser por 10 dias. Beta lactâmicos: Amoxacilina (500mg, 8/8H, 3 vezes ao dia) Amoxacilina BD (875 mg, 12/12H, 2 vezes ao dia) Amoxacilina (500mg) + Clavulanato de potássio (125 mg) → 8/8H, 3 vezes ao dia Amoxacilina (875mg) + Clavulanato (125 mg) → 12/12H, 2 vezes ao dia. Quinolonas: Tamiran® → Levofloxacino (500mg, 1x dia ou 750mg, 1x dia), todas essas apresentações são orais, comprimido, professora não vai cobrar apresentação venosa. Moxifloxacino (400mg, 1 x dia) / Gemifloxacin (325 mg, 1x dia) → exemplo de quinolonas que não utilizamos muito na prática médica. Prova: nome genérico dos antibióticos! Duração 7 a 14 dias. Esperar o paciente ficar afebril por 72 horas. Pneumonias com necrose (S. aureus e Klebsiella) podem necessitar de 3 ou mais semanas... Melhora do quadro clinico – em até 72 horas. 6 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 Se não ocorrer até 5 dias – Reavaliar. Será que é pneumonia mesmo? Será que eu passei o antibiótico certo? Será que o paciente está tomando o antibiótico da maneira correta? Tem várias coisas que precisam ser reavaliadas. Será que não é fungo? É nesse momento que se deve pedir uma série de exames complementares para descobrir o que está acontecendo com o paciente. Efeitos colaterais?? Diarreia? A febre pode ceder em 3 a 7 dias.... pode ir cedendo aos poucos. Radiologia: reavaliar após 2 ou 3 semanas. Em outros casos, acompanhar entre 6 a 12 semanas após. O pulmão pode demorar a se recuperar da pneumonia, principalmente se for uma pneumonia extensa. A melhora clínica diz muito sobre a recuperação do paciente. Pode-se pedir além do exame de imagem pedir também um hemograma. Caso clínico exemplo: paciente com suspeita de pneumonia sem comorbidades ou uso de antibiótico nos últimos três meses, é alérgico a macrolídeo, qual o melhor tratamento? Resposta: Amoxacilina. Diagnóstico Diferencial Doenças não infecciosas: Embolia pulmonar, Insuficiência cardíaca congestiva, carcinoma bronquíolo alveolar, linfoma, hemorragia intrapulmonar, granulomatose de Wegener, sarcoidose, pneumonite de hipersensibilidade, vasculites, doença pulmonar induzida por fármacos... (www.pneumotox.com) Amiodarona é passado para fibrilação atrial pelo cardiologista, e o paciente pode apresentar reação de hipersensibilidade, podendo desenvolver uma imagem sugestiva de pneumonia e apresentar febre. Febre não é significativo de infecção, e sim é indicativo de inflamação. Pacientes com doenças inflamatórias como artrite e lúpus podem apresentar febre, assim como pacientes com neoplasias também podem. Pneumonia Adquirida no Hospital (PAH)/ Pneumonia nosocomial Toda infecção do parênquima pulmonar que ocorre após 48- 72 horas de internação, desde que não esteja presente no momento da admissão, não se relacionando com intubação endotraqueal e ventilação mecânica. (SBPT,2007) Mesmos sinais e sintomas de uma pneumonia, mas o paciente desenvolveu dias após a admissão hospitalar. Assim, deve-se considerar agentes etiológicos hospitalares e tratar com antibióticos diferentes. ➢ Pneumonia associada a ventilação mecânica: toda infecção do parênquima pulmonar ocorre após 48 a 72 horas de intubação endotraqueal e ventilação mecânica. (SBPT, 2007) ➢ Pneumonia relacionada a cuidados de saúde (professora diz que nunca viu ser cobrado em prova) A pneumonia relacionada a cuidados de saúde ocorre em pacientes com as seguintes características: residentes em asilos ou tratados em sistema de internação domiciliar, pacientes que receberam antimicrobianos por via endovenosa, ou quimioterapia, nos 30 dias precedentes à atual infecção, pacientes em terapia renal substitutiva, e aqueles que foram hospitalizados em caráter de urgência por dois ou mais dias, nos últimos 90 dias antes da infecção. Termo recente. Mecanismos de desenvolvimento da PAH: 1 → Fatores do hospedeiro + antibióticos + manipulações invasivas + alteração do pH e/ou esvaziamento gástrico → colonização trato digestivo → Aspiração Cuidado mais básico: lavar as mãos! 2 → Contaminação de circuitos, soluções e equipamentos → Inalação 3 → Bacteremia → Bronquiolite Fatores de Risco 1. Idade ≥ 65 anos 2. Uso de antibiótico recente (últimos 3 meses) 3. DPOC/ ICC / gravidade da doença de base 4. Alteração nível consciência 5. Aspiração de secreções (sonda/ cânulas) 6. Cirurgia torácica ou abdominal alta → paciente fica parado por conta da dor, não movimenta o diafragma, o que gera uma certa atelectasia das bases pulmonares, o que pode favorecer o surgimento de uma PAH. 7. Internação prolongada... Fatores de Risco para PAVM? (SBPT 2007) Barreiras: anatômica (tamanho das partículas); sistema mucociliar; células fagocíticas (macrófagos); e, resposta humoral (Ig, citocinas). Medidas Preventivas? Lavar as mãos, não usar adornos, usar jaleco apenas no hospital, limpar sempre o estetoscópio. Critérios Diagnósticos 1. Infiltrado pulmonar novo ou progressivo* ou multilobar (controle radiológico no momento da admissão e no decorrer da internação) 2. Febre/Tosse 7 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 3. Leucocitose 4. Secreção purulenta traqueobrônquica 5. FR >30 ipm, PAS < 90 mmHg, FIO2 > 35% para manter Sat O2 > 90 Sinais clínicos são os mesmos. O que chama atenção é onde o paciente está. A pneumonia hospitalar vai ser um pouco mais difícil de tratar. Escore Clínico de Infecção Pulmonar (CPIS): 1. Temperatura, 2. Leucometria, 3. Secreção traqueal, 4. PaO2 /FIO2 5. Radiografia de tórax, 6. Cultura semiquantitativa de aspirado traqueal → identificação da bactéria. Dentro do hospital fica mais fácil para pedir exames complementares que vão ajudar no diagnóstico etiológico. Diagnósticos Diferenciais 1. Aspiração química sem infecção 2. Atelectasias 3. Embolia pulmonar 4. Síndrome do desconforto respiratório agudo 5. Hemorragia alveolar 6. Congestão pulmonar 7. Contusão pulmonar 8. Neoplasia 9. Pneumonite actínica 10. Reação a medicamentos 11. Pneumonia intersticial aguda 12. Pneumonia em organização 13. Criptogênica Marcadores Biológicos? TREM-1, Procalcitonina, proteína C reativa, Interleucina 1 beta, TNF-alfa. Exames Complementares: buscar agente etiológico Enquanto na pneumonia comunitária encontrar o agente etiológico não é o objetivo, na pneumonia hospitalar esse é o objetivo, já que o paciente está internado, para usar o antibiótico de forma mais certeira afim de diminuir o tempo de internação do paciente. - Patógenos: Bacilos gram-negativos aeróbios (± 60%) Anaeróbios (laparoscopia / broncoaspiração) Gram positivos (S. aureus) Vírus (subestimados) Fungos (aspergilus) P. cariini e M. tuberculosis (HIV+) Tratamento Presença ou não de fatores de risco para agentes multiresistentes Conhecimento da epidemiologia local Duração? 14 a 21 dias Monoterapia X terapia combinada? De acordo com o consesosugere que a monoterapia já seria suficiente para tratar pneumonia hospitalar. Pneumonia precoce (=< 4 dias) = pneumonia comunitária (S. pneumoniae principal agente etiológico ainda???). Pneumonia tardia >= 5 dias Professora fala que não vai cobrar todos os antibióticos do consenso. É claro que tem outros antibióticos (além dos que ela vai dar ênfase), mas ela não vai cobrar. Medicações para pneumonia hospitalar variam de acordo com a CCIH de cada hospital. Quando o CCIH não determina nenhuma norma para o uso de antibiotico a equipe tem que sentar e escolher a melhor opção de antibiótico. O tratamento e o tempo desse tratamento não é determinado por uma regra. Não se tem tempo correto para o uso de antibióticos, tem o tempo aproximado. Conseso → 5 dias já seria suficiente para o tratamento da pneumonia comunitária/hospitalar. Na pratica... 14 dias pneumonia mais branda, paciente estável na enfermaria, tratamento com monoterapia. 21 dias pneumonia mais grave, paciente instável hemodinamicamente, terapia combinada, as vezes até combinada com antifúngico. Paciente tem comorbidade que pode favorecer o aparecimento da infecção? Pegou profunda? Tratamento empírico (SBPT, 2007) Suspeita clinico radiológica de PH (comparar com a radiografia de admissão) → obter secreção para cultura quantitativa antes de iniciar o tratamento com antibiótico → presenç de fatores de risco para patógenos resistentes?? (mais risco de ter pseudomonas, mais risco de ter cinetobacter). PH – baixo risco < 5 dias no hospital Sem uso de antibioticos nos ultimos 15 dias Sem outros fatores de risco Pensar em: S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus Oxa-S, enterobatérias. 8 AV1 – Pneumologia – Prof.ª Raquel – Fernanda Pereira - 6º período – 2022.1 PH- alto risco > 5 dias no hospital Uso de ant nos ultimos 15 dias Fatores de risco: neurocirurgia/ uso de corticoid/ VM prolongada e SARA. Pensar em: Pseudomonas aeruginosa, acinetobacter, enterococos multiresistente, S. aureus Oxa-R. Pneumonia hospitalar de alto risco Beta lactâmico + inibidor de betalactamase com ação anti- Pseudomonas Cefalosporina de 3ª geração (Ceftazidima) Cefalosporina de 4ª geração (Cefepime) Carbapenêmicos Quinolona (Ciprofloxacino) Ciprofloxacino → excelente para germes hospitalares (2x dia, ajuste de dose renal), mas hoje em dia pela prescrição excessiva para o tto de infecção urinária este antibiótico deixou de ser uma escolha para o tto de infecção hospitalar de alto risco. Aminoglicosídeos (evitar em idoso e em paciente com insuficiência renal) Glicopeptídeo (Vancomicina ou Teicoplanina) – se pensar em S. aureus associado. Pneumonia hospitalar de baixo risco Beta lactâmico + inibidor de betalactamase não anti- Pseudomonas (amoxacilina-sulbactam – Trifamox, amoxacilina-clavulanato) Fluoroquinolona (levo ou moxi) Ertapenem Cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxone) – pouca ação contra pseudomonas. Material para leitura: https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/qWmCZGwZRNcyLNB4LS DtrSx/?lang=pt# https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/qWmCZGwZRNcyLNB4LSDtrSx/?lang=pt https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/qWmCZGwZRNcyLNB4LSDtrSx/?lang=pt
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