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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUESTÕES AIN 03 – PNEUMONIAS 1. Homem, 19 anos de idade, apresenta tosse com expectoração amarela, sem sangue, há 3 dias, acompanhada de dor torácica posterior direita e febre de 38,5C. Nega falta de ar, doenças associadas, tabagismo, etilismo ou viagens recentes. Exame físico: FR 16 irpm, Sat O2 97% ar ambiente, FC 95 bpm, PA 120x80 mmHg; estertores crepitantes finos na base posterior do pulmão direito; restante sem alterações. Radiografia de tórax: consolidação segmentar em lobo inferior direito. Quais são o diagnóstico e a conduta mais adequados? A) Pneumonia adquirida na comunidade; tratamento em enfermaria (CURB-65 = 0); ceftriaxone e claritromicina; controle clínico em 48-72 horas e clínico e radiológico no final do tratamento. B) Pneumonia adquirida na comunidade; tratamento ambulatorial (CURB-65 = 0); macrolídeo ou betalactâmico, (amoxicilina ou amoxicilina + clavulanato); controle clínico em 48-72 horas e clínico e radiológico no final do tratamento. C) Pneumonia adquirida na comunidade; tratamento ambulatorial (CURB-65 = 3); quinolona respiratória; controle clínico em 48-72 horas e clínico e radiológico no final do tratamento. D) Pneumonia adquirida na comunidade; tratamento em enfermaria (CURB-65 = 2); ceftriaxone e claritromicina; controle clínico e radiológico 48-72 horas e clínico e radiológico no final do tratamento. E) Pneumonia adquirida na comunidade; tratamento em UTI (CURB-65 = 4); ceftriaxone e quinolona respiratória; controle clínico e radiológico 24 horas e clínico e radiológico no final do tratamento. 2. Homem de 75 anos refere tosse com expectoração amarelada, febre de 39 ºC e dispneia aos esforços há 2 dias. Exame físico: orientado, FR: 24 irpm, oximetria de 87%, ausculta respiratória com crepitações em base pulmonar direita. O tratamento deve ser A) hospitalar com cefalosporina de 3a geração e macrolídeo. B) ambulatorial com macrolídeo. C) ambulatorial com fluorquinolona. D) hospitalar com betalactâmico e fluorquinolona. 3. Paciente, 18 anos, é admitida no setor de emergência com febre há 24 horas, tosse produtiva, dor pleurítica no hemitórax direito, evoluindo com hipotensão e hipoxemia, necessitando transferência para unidade de terapia intensiva para ventilação não invasiva. Na radiografia de tórax, observa-se área de condensação no lobo inferior direito. O agente etiológico mais provável e o exame para confirmação diagnóstica nesse caso são, respectivamente, A) Mycobaterium tuberculosis e BAAR. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 B) Staphylococcus aureus e hemocultura. C) Pneumococos e antígeno urinário. D) Klebisiella pneumonae e PCR no swab orofaringe. E) Pneumocystis jiroveci e níveis de LDH. 4. Homem de 20 anos, sem comorbidades, inicia quadro de tosse seca persistente, associado à febre, mialgia, faringite, otalgia e rouquidão. A ausculta pulmonar revela crepitações em bases e alguns sibilos. O exame de imagem do tórax mostra infiltrado intersticial bilateral em bases, com áreas de atelectasias subsegmentares. O agente causador do diagnóstico de pneumonia atípica e o fármaco indicado para o tratamento do caso, respectivamente, são: A) Mycoplasma pneumoniae / amoxicilina-clavulanato B) Legionella pneumophila / amoxicilina-clavulanato C) Mycoplasma pneumoniae / azitromicina D) Legionella pneumophila / azitromicina 5. Paciente do sexo masculino, de 48 anos, sem história de patologias prévias. Iniciou sintomas há cerca de sete dias de febre alta, tosse produtiva com escarro amarelado, falta de ar e dor torácica ventilatório dependente em região de hemitórax esquerdo. Procurou atendimento médico e foi diagnosticado com pneumonia. Ao exame físico, apresentava frequência cardíaca: 78 BPM, frequência respiratória: 18 IRM, pressão arterial: 120x80 mmHg, saturação periférica de oxigênio 98% em ar ambiente, em bom estado geral, eupneico, hidratado, consciente, orientado, ausculta pulmonar com estertores finos na base hemitórax esquerdo. Exames laboratoriais sem alterações. Sem história de alergia a medicamentos ou uso de antibióticos recentes. Qual é a conduta adequada para esse paciente? A) Internação hospitalar e iniciar uso de ceftriaxone, via endovenosa. B) Internação hospitalar e iniciar uso de levofloxacina, via endovenosa. C) Tratamento domiciliar e iniciar uso de levofloxacina e azitromicina, via oral. D) Tratamento domiciliar e iniciar uso de amoxacilina/clavulanato, via oral. 6. Homem, 62 anos, hipertensão leve, controlada com hidroclorotiazida 25 mg/dia, há 5 dias evoluindo com tosse, expectoração, febre e leve dispneia. Com a hipótese de Pneumonia comunitária, é CORRETO afirmar: A) Apesar da rica flora respiratória, a Klebisiella pneumoniae é a bactéria mais prevalente como causa de pneumonia comunitária. B) Para o diagnóstico desta patologia, anamnese, exame físico e tomografia computadorizada de tórax são necessários. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 C) Para todos os pacientes é obrigatória a necessidade de investigação etiológica bacteriana. D) Dentre os biomarcadores que auxiliam no diagnóstico, prognóstico e manuseio da pneumonia comunitária, a proteína C reativa e a procalcitonia, são os mais utilizados. E) Paciente deve ser internado para uso de antibióticos endovenoso, preferencialmente, uma Cefalosporinas de 3ª geração. 7. Paciente de 54 anos deu entrada por TCE grave, com alteração do nível de consciência e necessidade de ventilação mecânica. Ventilava em baixos parâmetros, mas no 3º dia de internação evolui com febre, aspiração purulenta pela cânula endotraqueal e redução da PO2/FiO2. Radiografia de tórax com hipotransparência em terço inferior do hemitórax direito, com broncograma aéreo, previamente ausentes. Hemograma apresenta 17.200 leucócitos com 12% de bastonetes. Foi realizado aspirado traqueal com presença de leucócitos e cocos Gram positivos. Considerando o diagnóstico mais provável, assinale a assertiva correta. A) Está indicado o uso de polimixina B em monoterapia. B) A maioria dos casos da doença ocorre pela aspiração de flora orofaríngea. C) Considerando a evolução pode-se dizer que certamente o patógeno é hospitalar. D) Critérios clínico-radiológicos têm alta especificidade e sensibilidade para diagnóstico. E) O tratamento deve ser rotineiramente de 14 dias, tendo em vista a mortalidade da doença. 8. São fatores de risco para infecções por essas bactérias multirresistentes: internação hospitalar em até 90 dias antes do episódio de pneumonia, e diversos outros fatores, exceto: A) Uso prévio de antibióticos há 90 dias B) Alimentação oral. C) Imunossupressão, bloqueador gástrico e hemodiálise. D) Colonização intestinal prévia por bactéria multirresistente ou MRSA nasal 9. Um paciente ambulatorial de 75 anos não fumante, apresenta quadro febril (38,5°C), tosse com expectoração amarelada, frequência respiratória de 30 rpm, pressão arterial de 105 x 70 mmHg, PCR ultra-sensível de 5,0 mg/dL, uréia: 70 mg/dL, radiografia de tórax com infiltrado na base direita. Em relação a este caso, assinale a alternativa CORRETA. A) tem indicação de tratamento em regime hospitalar. B) por se tratar de pneumonia adquirida na comunidade, pode ser tratado no domicílio. C) neste caso, o uso de macrolídeos ou quinolonas deve se basear na realização de cultura e antibiograma do escarro. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 D) há elementos que caracterizam broncopneumonia aspirativa e deve ser realizada tomografia de tórax antes de iniciar-se o tratamento 10. Qual dos marcadores abaixo é o que tem melhor evidência da literatura para o início de antibioticoterapia num paciente com pneumonia hospitalar? A) PCR.B) S-TREM sanguíneo. C) Procalcitonina. D) VHS. 11. Mulher, 45 anos, não fumante, é internada para colecistectomia eletiva por videolaparoscopia. O procedimento transcorreu sem intercorrências e recebeu alta no dia seguinte. 36 hs após retorna ao hospital com tosse produtiva com secreção amarelada, febre (39ºC), leucocitose 18.900 e opacidade alveolar no lobo inferior direito. Nega patologias prévias. Referia um resfriado alguns dias antes da cirurgia. Qual é o agente etiológico mais provável para esse quadro pulmonar? A) Staphylococcus aureus. B) Strpetococcus pneumoniae. C) Escherichia coli. D) Enterecoccus E) Influenza. 12. Uma senhora de 70 anos procura atendimento médico devido quadro clínico de febre, dispneia de leve intensidade e tosse produtiva com expectoração amarelada de início há 5 dias. História patológica pregressa: hipertensão arterial e DPOC. Medicações de uso habitual: enalapril 20mg/dia, hidroclorotiazida 12,5mg/dia, prednisona 5mg/dia e formoterol inalatório. Ao exame: Paciente lúcida e orientada, PA: 88 x 58 mmHg; FC: 126 BPM; FR: 30 IRPM; Ritmo cardíaco regular em 3 tempos (B4), com sopro sistólico 2+/6+ no foco mitral; murmúrio bronco vesicular universalmente audível, com estertores crepitantes no 1/3 inferior do hemitórax direito. ECG: ritmo sinusal sem sinais de isquemia. Assinale a alternativa correta de acordo com a regra ''CURP-65'': A) Trata-se de exacerbação de DPOC por pneumonia, devendo ser tratada ambulatorialmente com corticoesteróides em doses altas, broncodilatadores inalatórios e antibióticos. B) Trata-se de exacerbação de DPOC por pneumonia, devendo ser tratada no hospital com corticoesteróides em doses altas, broncodilatadores inalátorios e antibióticos. C) Trata-se de exacerbação de DPOC por pneumonia, devendo ser tratada com corticoesteróides em doses altas, broncodilatadores inalatórios, antibióticos e sendo necessário o exame da função renal e uma gasometria arterial para decidir sobre tratamento ambulatorial ou hospitalar. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 D) Trata-se de DPOC não controlada, devendo ser tratada quer seja no hospital ou ambulatorialmente com aumento na dose dos corticoesteróides, broncodilatadores inalatórios e sendo necessário a cultura do escarro para decidir sobre antibioticoterapia. 13. Mulher, 40 anos, relata que há uma semana apresentou espirros, coriza, tosse seca e mialgia. Evolui apresentando febre, calafrios e intenso mal-estar, acompanhados de piora da tosse e dor torácica ventilatório-dependente. Ao exame físico apresentava estertores crepitantes em base pulmonar, frequência respiratória 23 irpm e 38° graus. O médico assistente faz o diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade, sendo o patógeno mais comum: A) Streptococos pneumoniae. B) Mycobacterium pneumoniae. C) Haemophilus Influenzae. D) Influenza A e B. 14. Na pneumonia comunitária, para que serve o escore CURB-65: A) Para avaliar comorbidades. B) Para escolher classe de antibiótico. C) Para estabelecer mortalidade e local de tratamento do paciente. D) Para detectar potenciais doadores de órgãos 15. A pneumonia nosocomial ou adquirida no hospital (PAH) é a segunda infecção hospitalar mais comum, com alta morbi�mortalidade. Quanto ao assunto, assinale a alternativa CORRETA: A) Febre, leucocitose e secreção purulenta são suficientes para o diagnóstico. B) A disseminação hematogênica e a translocação de bactérias do trato digestivo são as principais vias para seu desenvolvimento. C) A tomografia de tórax é imprescindível como exame complementar. D) É a pneumonia que ocorre, pelo menos após 48 horas de internação (em média 5 a 7 dias). 16. Na descompensação infecciosa de causa bacteriana em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), os três principais agentes causais, em ordem decrescente de prevalência, são: A) Streptococcus pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae B) Streptococcus pneumoniae, bacilos Gram-negativos e Haemophilus influenzae. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 C) Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Moraxella Catarrhalis D) Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae E) Streptococcus pneumoniae, Klebsiella spp, Haemophilus influenzae. 17. Pneumonia que ocorre após 48 hs de admissão hospitalar, não se relacionando com IOT e ventilação mecânica, até o 4 dia de internação é definida como: a) Pneumonia comunitária b) Pneumonia hospitalar precoce c) Pneumonia hospitalar tardia d) Pneumonia adquirida em hospital 18. São variáveis presentes no Escore CURB-65, exceto: a) Confusão mental b) Uréia maior que 50 mg-dl c) Idade maior que 65 d) Frequência respiratória maior que 20 ipm 19. Qual a melhor conduta frente um paciente que apresenta CURB- 65 com resultado 4: a) Tratamento ambulatorial b) Tratamento ambulatorial com supervisão médica diária c) Tratamento hospitalar d) Tratamento hospitalar com avaliação de internação em UTI 20. Qual é o melhor antibiótico para tratamento empírico de um paciente internado em enfermaria com pneumonia adquirida na comunidade: a) Amoxicilina b) Claritromicina c) Ceftriaxona + Azitromicina d) Clindamicina 21. Qual o melhor esquema terapêutico empírico para pacientes com suspeita de Pneumonia aspirativa: a) Vancomicina b) Polimixina B c) Amoxicilina d) Ceftriaxona GABARITO: 1. B O diagnóstico de pneumonia está firmado: febre e tosse com expectoração purulenta e alteração localizada da ausculta pulmonar e da radiografia de tórax. O próximo NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 passo é decidir onde tratar o paciente, isto é, se em casa ou no hospital. Avaliemos então o CRB-65, forma abreviada do CURB-65, utilizada quando não dispomos do valor da ureia sérica: C onfusão mental; R espiratory rate maior ou igual a 30 irpm; B lood pressure - PAS menor que 90mmHg ou PA menor/igual a 60; 65 Idade maior/igual a 65 anos. Como esse paciente tem zero ponto, não há, em princípio, necessidade de interná-lo (A, D e E erradas). Decidido por tratamento ambulatorial, o próximo passo é escolher o esquema terapêutico. Lembra? Nos pacientes sem fatores de risco para pneumococo resistente e sem comorbidades, faremos monoterapia: macrolídeos OU amoxicilina (com ou sem ácido clavulânico). Por que não quinolona em monoterapia? Pelo risco de efeitos adversos, quinolonas ficam reservadas para pacientes ambulatoriais com alergia aos macrolídeos e aos betalactâmicos (C errada) 2. A Esse jovem senhor de 75 anos tem, indubitavelmente, pneumonia adquirida na comunidade. Com esse diagnóstico em mente, o próximo passo é definir o local de tratamento para, então, escolher a antibioticoterapia empírica e ser empregada. A decisão de "onde tratar" o doente com PAC pode ser realizada utilizando-se o CURB-65: C onfusão mental U reia maior que 43mg/dL ou maior/igual a 50mg/dL (depende da referência). R espiratory rate maior ou igual a 30 irpm B lood pressure - PAS menor que 90mmHg ou PA menor/igual a 60 65 - Idade maior/igual a 65 anos Na indisponibilidade da ureia, utilizaremos o CRB-65, no qual esse homem pontua 1, o que já é suficiente para indicar internação, inicialmente em enfermaria (B e C erradas)... Em regime hospitalar, o tratamento de pneumonia na enfermaria pode ser com a associaçào de betalactâmicos com macrolídeos ou com quinolona respiratória em monoterapia. (D errada). Só para não ficar dúvida: a internação em terapia intensiva não foi indicada pela ausência de critérios (necessidade de aminas vasoativas ou de ventilação mecânica, etc.) 3. C Questão bacana... Em quadros pneumônicos, a pesquisa do agente etiológiconão é universalmente necessária — você certamente já prescreveu antibioticoterapia ambulatorial para vários pacientes desse tipo sem solicitar qualquer exame laboratorial... Aqui, a coisa muda de figura: a paciente apresentada tem pneumonia grave, que inclusive motiva internação na terapia intensiva. Em casos como este, é fundamental pesquisar o agente implicado... Daí vem a primeira pergunta: que bicho deve estar causando a pneumonia dessa jovem? Lembre que, independente da gravidade, o principal agente etiológico de pneumonias é o pneumococo. Em quadros pneumônicos lobares — aqueles que acometem todo um lobo — a frequência de Streptococcus pneumoniae é ainda maior! Dentre as formas de identificar esse germe, o teste do antígeno urinário tem acurácia interessante, com sensibilidade de 50 a 80% e especificidade de mais de 90% NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 4. C Antes do exame físico, o quadro desse jovem sugere gripe — febre, faringite, otalgia, tosse seca e mialgia... Porém, a estertoração pulmonar e o infiltrado intersticial à radiografia de tórax, na presença do "pano de fundo infeccioso" apresentado, devem nos fazer pensar em pneumonia de apresentação atípica. O principal germe implicado nesses casos é o Mycoplasma pneumoniae, capaz de provocar quadros pneumônicos mais arrastados — semelhantes à gripe — e miringite bolhosa, justificando a otalgia (VER IMAGEM). O grupo de antimicrobianos mais indicados para Mycoplasma são os macrolídeos, como a azitro e a claritromicina. Lembre que a bactéria em tela é considerado "atípica" — não pelo quadro clínico resultante — mas pelo fato de não possuir parede celular de peptideoglicano, o que faz com os betalactâmicos sejam 100% inócuos contra esse germe (A errada). Perceba que o quadro descrito não é sugestivo de Legionella, que costuma se apresentar de forma hiperaguda, com febre alta, tosse produtiva e maior gravidade, além de comemorativos como hiponatremia e elevaçõa de transaminases (B e D erradas) 5. D Pessoal, paciente com pneumonia comunitária, sem comorbidades e zero ponto ao CURB-65 tem indicação de tratamento ambulatorial. Combinando as diretrizes americana e brasileira, as opções de tratamento seriam macrolídeo, doxicilina ou amoxicilina-clavulanato. Dentrea as opções, só podemos ficar com a letra D. 6. D São feitas cinco afirmativas sobre pneumonia comunitária (PAC). Vamos escolher a correta: A - errada. O Streptococcus pneumoniae é o principal agente etiológico de pneumonia, independente da gravidade. B - errada. Não é necessária tomografia de tórax para o diagnóstico de pneumonia; aliás, na atenção básica, por exemplo, se a radiografia de tórax - exame de escolha - estivesse indisponível, bastaria a clínica sugestiva para iniciarmos o tratamento da PAC. C - errada. A investigação microbiológica das PAC fica reservada para os casos mais graves - aqueles que demandam internação. D - certa. Dentre os biomarcadores estudados para avaliação de PAC, a procalcitonina e a proteína C-reativa são os mais estudados. A primeira é capaz de definir o diagnóstico diferencial entre infecções bacterianas e outras causas de infiltrado pulmonar; a seguda, ajuda a acompanhar a melhora ao tratamento. E - errada. Pelos dados apresentados, não haveria por que internar o paciente - o enunciado, inclusive, foi paupérrimo nesse sentido. De qualquer forma, o tratamento de pacientes internados na enfermaria, por exemplo, é feito combinando- se macrolídeos e betalactâmicos OU em monoterapia com quinolonas respiratórias; betalactâmicos em monoterapia não estão indicados 7. B Temos um paciente que foi intubado por rebaixamento do nível de consciência após TCE grave. Após 48h iniciou quadro de PNEUMONIA BACTERIANA. Pelo tempo é provável que seja HOSPITALAR, mas não podemos afirmar NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 com certeza(letra B fora). Uma opção para tratar o paciente em UTI é uma cefalosporina de 3a geração, polimixina B tem sido usado para germes resistentes (letra A fora). Apesar da clínica,laboratório e radiografia sugerir PNEUMONIA HOSPITALAR, os critérios não tem alta especificidade e sensibilidade(letra D fora). O tempo de tratamento pode variar entre 7 a 14 dias, a depender da melhora clínica do paciente (letra E fora). Por isso a melhor resposta é LETRA B, onde a broncoaspiração gerou infecção pulmonar por patógenos da flora orofaríngea 8. B De acordo com as Recomendações para o manejo da pneumonia adquirida na comunidade (2018), da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, os fatores de risco para bactérias multirresistentes relacionadas à pneumonia adquirida na comunidade (PAC) são: - Internação hospitalar em até 90 dias antes do episódio de pneumonia - Uso prévio de antibióticos há 90 dias - Imunossupressão, - Uso de bloqueador gástrico - Alimentação enteral - Hemodiálise - Colonização intestinal prévia por bactéria multirresistente ou MRSA nasal. 9. A Os achados clínicos e radiográficos sustentam a hipótese de pneumonia bacteriana adquirida na comunidade (PAC). Para definir o melhor local de tratamento da infecção, dispomos de algumas ferramentas que nos auxiliam. A mais conhecida delas é o CURB-65, composto pelas seguintes variáveis: (1) confusão mental; (2) ureia > 43-50 mg/dL; (3) frequência respiratória > 30 irpm; (4) PAS < 90 mmHg ou < 60 mmHg; (5) idade > 65 anos. Perceba que o paciente apresenta três pontos (ureia, frequência respiratória e idade). Nesses casos, a letalidade da doença gira em torno de 14% e as referências concordam que o indivíduo deve ser internado (segundo a maioria delas, a internação hospitalar é indicada quando o CURB-65 é > 2) – opções (A) correta e (B) incorreta. Apesar da coleta de culturas ser realizada nos casos graves, a antibioticoterapia é empírica. Não devemos esperar seus resultados para inicia-la – opção (C) incorreta. Em relação à última alternativa: não há indícios de que essa pneumonia foi broncoaspirativa. Suspeitamos desse fenômeno em etilistas, indivíduos com algum tipo de disfagia (principalmente de transferência) ou com vômitos, principalmente – opção (D) incorreta 10. C Excelente questão que deseja saber qual o melhor marcador para iniciar uma antibioticoterapia em paciente com pneumonia hospitalar. Vamos relembrar: A procalcitonina (PCT) é um biomarcador que tem sido avaliado em diversos estudos clínicos com pacientes sépticos. Níveis séricos elevados de PCT estão relacionados à presença de infecções bacterianas sistêmicas, assim como com a gravidade e a extensão das mesmas. Além disso, como sua elevação é dependente da cascata de citocinas, ela pode ser rapidamente neutralizada pelo efeito antibacteriano dos antibióticos, permitindo que se associe sua cinética ao longo do tratamento com a resposta clínica NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 ao tratamento instituído e com a ocorrência de desfechos clínicos relevantes em pacientes sépticos, como tempo de uso de antimicrobiano, tempo de internação e mortalidade. Ou seja, perante à um quadro pneumonia hospitalar, a procalcitonia é o melhor biomarcador a ser utilizado para iniciarmos a antibioticorepia. PCR e VHS podem estão elevados em qualquer processo inflamatório e não conseguimos avaliar desfechos de infecções somente utilizando esses marcadores como conseguimos com a procalcitonina. Portanto, o nosso gabarito é a letra C. Por fim, O soluble triggering receptor expressed on myeloid cells- 1 (s-TREM-1, receptor solúvel de ativação expresso em células mielóides) constitui-se em um membro da superfamília de imunoglobulinas, cuja expressão em células fagocitárias (macrófagos e neutrófilos) encontra-se aumentada em razão da presença de produtos microbianos e está mais relacionado ao diagnóstico de pneumonia. 11. B Paciente comrelato de resfriado alguns dias antes de procedimento cirúrgico (que ocorreu sem intercorrências) e 36 horas após o procedimento possui um diagnóstico de pneumonia (febre alta, tosse produtiva, leucocitose e opacidade pulmonar). A grande questão aqui é classificar essa pneumonia entre comunitária e pneumonia adquirida no hospital. Lembre-se: Pneumonia adquirida no hospital (PAH): aquela que ocorre após 48 h da admissão hospitalar, geralmente tratada na unidade de internação (enfermaria/apartamento), não se relacionando à intubação orotraqueal ou à ventilação mecânica (VM), podendo, entretanto, o paciente ser encaminhado para tratamento em UTI quando apresenta ou evolui para a forma grave. Perceba que a paciente em questão ficou menos do que 48 horas internada e já tinha previamente um quadro de resfriado. Ou seja, essa pneumonia da paciente é COMUNITÁRIA e o principal agente envolvido é o Streptococcus pneumoniae 12. B Essa mulher de 70 anos, com diagnóstico prévio de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tem quadro pneumônico: febre, dispneia e tosse com expectoração amarelada, além de alteração auscultatória localizada no hemitórax direito. Assim, o diagnóstico mais abrangente do caso seria "DPOC exacerbada por pneumonia" (D errada: a classificação "não controlada" é usada na asma, não na DPOC). O próximo passo, após diagnosticarmos pneumonia comunitária, é definir onde será feito o tratamento. A questão propõe que façamos isso com base no CURB-65. Seus parâmetros são: C onfusão mental U reia maior que 43mg/dL ou maior/igual a 50mg/dL (depende da referência) R espiratory rate maior ou igual a 30 irpm B lood pressure - sistólica menor que 90mmHg ou diastólica menor/igual a 60 65 - Idade maior/igual a 65 anos Nossa paciente, portanto, pontua 3 no CURB-65, valor a partir do qual está indicada internação em ambiente de terapia intensiva (A, C e D erradas). O manejo de pacientes com DPOC exacerbada NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 11 envolve, além da antibioticoterapia, broncodilatadores de curta ação e corticoides sistêmicos 13. A Questão manjada e que cai todo ano! O principal agente etiológico das pneumonias comunitárias, independente da gravidade, é o Streptococcus pneumoniae, vulgo pneumococo. Dúvida comum: mesmo após quadro gripal, isto é, mesmo após infecção pelo vírus influenza, o pneumococo continua na ponta? Sim, seguido pelo Staphylococcus aureus 14. C O escore CURB-65 nos ajuda a definir o melhor local para tratamento de um paciente com pneumonia comunitária (se será em domicílio, em enfermaria ou UTI), sendo capaz ainda de estimar a taxa de mortalidade. É sempre importante reforçar que ele de nada serve quando usado de forma isolada. O que mais importa é a nossa impressão clínica, ela é independente de qualquer escore! O CURB-65 entra como um "a mais", apenas reforçando o que a nossa avaliação à beira leito já havia determinado ou nos guiando em casos duvidosos. De qualquer forma, são cinco parâmetros utilizados, cada valendo 1 ponto: confusão (C); ureia ≥ 50 mg/dl (U); frequência respiratória ≥ 30/min (R); pressão arterial, sistólica ≤ 90 mmHg e diastólica ≤ 60 mmHg (B); idade ≥ 65 anos (65). Os pacientes com escore 0 possuem taxa de mortalidade em 30 dias de 1,5% e podem ser tratados ambulatorialmente. Com o escore 2, a taxa de mortalidade em 30 dias é de 9,2%, o que indica tratamento hospitalar, que pode ser até em enfermaria. Com escore ≥ 3, a taxa de mortalidade global é de 22%, sendo a UTI o melhor local de tratamento para esses indivíduos. 15. D Vamos analisar as assertivas: A) Incorreta. Os critérios clínicos para o diagnóstico de pneumonia nosocomial são o surgimento ou agravamento de um infiltrado pulmonar na radiografia, associado a pelo menos 2 dos seguintes: (1) febre (maior ou igual à 38 graus), (2) leucocitose >10.000/mm3 ou leucopenia < 4.000/mm3, purulência do escarro ou da secreção traqueal e (4) piora da oxigenação (queda da relação PaO2/FiO2). B) Incorreta. A principal via de contaminação é a microaspiração do material da orofaringe. Outras vias de entrada menos frequentes são o acúmulo de secreção acima do balonete do tubo endotraqueal, as cavidades sinusais, o biofilme dentro do tubo endotraqueal, de sondas de aspiração ou daquelas empregadas em broncoscopia e a inalação de aerossóis contaminados. A via hematogênica é bem menos comum e pode ocorrer por germes oriundos de cateteres endovasculares ou por translocação de bactérias do trato gastrointestinal.C) Incorreta. A tomografia de tórax não é imprescindível como exame complementar para o diagnóstico, sendo ele feito como citado na letra A. D) Correta. Pneumonia nosocomial (adquirida no hospital) é aquela que ocorre 48 horas ou mais após a admissão hospitalar.Portanto, a única correta é a letra D, nosso gabarito. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 12 16. C Os três patógenos mais isolados em culturas microbiológicas de pacientes DPOC apresentando exacerbação infecciosa são, em ordem decrescente: Haemophilus influenzae (até 50% dos casos), Streptococcus pneumoniae (até 26%) e Moraxella Catarrhalis (até 21%) 17. B 18. D 19. D 20. C 21. D
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