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PNEUMOLOGIA - PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC)

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Definição 
• Apesar da maioria das infecções na pneumonia serem causadas por bactérias, podem ser causadas também por vírus, fungos e 
parasitas; 
• É uma infecção dos alvéolos e bronquíolos (vias aéreas terminais); 
• VA preenchida de muco e material purulento da infecção, que é possível ser visualizada na radiografia de tórax; 
 
PAC (Pneumonia Adquirida na Comunidade) 
• Acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou até 48h de sua admissão; 
 
Epidemiologia 
• No mundo: incidencia de 1,5 a 14 casos/1000 habitantes > 2ª causa de morte global (taxa de mortalidade de 41,7/100 mil habitantes; 
• 1ª causa de internação no Brasil (exceto partos); 
• 4ª causa de óbito (atrás de doenças cardiovasculares, tumores e AVE); 
• A maior incidencia ocorre nos extremos: antes dos 5 anos e após os 65 anos de idade; 
• Maior incidencia no sexo masculino; 
• Maior incidencia no outono e inverno; 
• Pacientes que não precisam de internação: mortalidade de 1%; pacientes que precisam: 4 a 18%. Internados em UTI: > 50%. 
• O Rx é fundamental para fazer o diagnóstico, já que o quadro clínico é muito semelhante a outras doenças respiratórias, como gripe e 
bronquite, por exemplo; 
• A mortalidade por pneumonia está diminuindo no mundo; 
 
Etiologia 
• Quando a pneumonia é considerada não grave, não precisa saber o agente; 
• Paciente internado na enfermaria, mas, sem sinais de gravidade, também não é necessário saber o agente; 
• Pneumonia grave, que segue para a UTI ou fica na enfermaria e exige mais cuidados, que já foi tratado empiricamente com um 
antibiótico e houve falha > saber o agente causador; 
• Local de aquisição: comunitária ou hospitalar; 
• Tempo de evolução: aguda, subaguda e crônica; 
• Tipo do comprometimento: lobar, infiltrado intersticial; broncopneumonia, abcesso, derrame pleural com empiema; 
• Provável agente causal: infecciosa e não infecciosa (quimioterápicos, por exemplo, evoluindo para pneumonite química). 
• Pacientes com AIDS: a etiologia depende do grau de imunodeficiência: 
o CD4 > 200: semelhante ao imunocompetente > maior causa é o Pneumococo; 
o CD4 < 200: pensa-se em outras formas de pneumonia da comunidade, como a pneumocistose, maior incidência de S. aureus 
e P. aeruginosa; 
o CD4 < 100: criptococose; 
o CD4 < 50: citomegalovírus, micobactérias atípicas. 
 
Agente etiológico 
• Somente 40% dos casos é possível identificar o agente; 
• Não existe nenhum critério clínico ou radiológico com valor preditivo alto para definir a etiologia microbiológica da PAC > precisa-se 
da cultura para confirmar; 
• A suspeita deve ser baseada na epidemiologia do paciente; 
• Jamais deve atrasar o início do tratamento devido a exames para definir o agente > exemplo: no PS chega o paciente com suspei ta de 
PAC, vou internar o paciente e pedir a hemocultura > antes que seja feita, caso demore principalmente, precisa-se já entrar com o 
antibiótico empírico baseado na epidemiologia. 
• Particularidades epidemiológicas e clínicas que devem ser levadas em conta na invesigação etiológica da PAC: 
o Agentes anaeróbios: associados a pneumonias necrotizantes, abcessos odontogênicos, escarros com odor putrido e 
pneumonias aspirativas (etilistas e má higiene bucal; 
o S. aureus: em usuários de drogas injetáveis e presença de pneumatocele (cisto de ar no parênquima pulmonar) ao exame 
de imagem; 
o S. aureus meticilino resistente adquirido na comunidade (CA-MRSA) nas formas necrotizantes; 
o S. aureus, grupo Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa após pneumonia viral, tratamento prévio com antibiótico 
ou doenças pulmonares crônicas. 
o O grupo com as bactérias Pseudomonas, Enterobacteriacea e Staphylococcus, compreende patógenos de grande potencial 
de resistência a antibióticos e alta mortalidade > mesmo que menos frequentes > fatores de risco como idade avançada, uso 
prévio de antibióticos, comorbidades (DPOC, bronquiectasias e doença renal), alteração do estado mental podem corroborar 
a hipótese de agente etiológico. 
 
Patogênese 
• Vias aéreas inferiores são estéreis > se faço um lavado broncoalveolar, não vou encontrar nenhum agente se não estiver 
infeccionado; 
• Agentes infecciosos penetram as vias aéreas inferiores por: 
o Aspiração das vias aéreas superiores (a aspiração de grande conteúdo gástrico é conhecida como Síndrome de 
Mendelson); 
o Inalação de aerossóis: principalmente em pneumonia viral (Influenzae); 
o Via hematogênica: paciente com imunossupressão, por exemplo, e com infecção de urina, pode fazer uma distribuição 
através do sangue para os pulmões > geralmente é mais grave. 
o No Brasil é comum o Influenzae facilitar e anteceder a ação de pneumococo, S. aureus e H. influenzae > devido à alteração 
da imunidade > nesse caso é mais complicado, já que se precisa tratar o vírus e a bactéria; 
 
Vias de acesso dos microorganismos no parênquima pulmonar 
• Partículas maiores que 10 micrometros: a defesa é feita devido a angulação da VA superior, que dificulta a passagem das partículas 
para a VA inferior, assim como o Clearence muco-ciliar (que engloba essas partículas maiores e são eliminadas por tosse ou deglutição) 
e a tosse (pacientes com alteração do nível de consciência, alcoolatras, AVC, diminuem a tosse e consequentemente aumentam o 
risco de pneumonia); 
• Partículas de 3 a 10 micrometros ou menores que 3 micrometros: quando chegam nos brônquios e alvéolos, já passaram pela defesa 
superior, chegando agora na defesa dos surfactantes (IgG e IgM, macrófagos alveolares, mediadores vasoativos) > barreiras par a 
evitar esse contato com a VA inferior. 
• Quando os microorganismos acessam o trato respiratório inferior, causam um desequilíbrio na flora habitual do pulmão, fenômeno 
chamado de disbiose. 
 
Defeitos no mecanismo de defesa do hospedeiro 
• Idade: acima de 65 anos (idosos), além das doenças de base (IC, AVE), tem alteração no clearence mucociliar, tosse menos efetiva, 
alterações na imunidade celular e humoral.; 
• Defeitos congênitos: fibrose cística, síndrome dos cílios imóveis, síndrome de Kartagener, bronquiectasias (brônquios dilatados e 
produzindo mais secreção, que forma um meio de cultura para a bactéria, principalmente por Pseudomonas), anemia falciforme, 
pneumonias de repetição. 
• Imunossupressão: AIDS, hipogamaglobulinemia, câncer, drogas imunossupressoras; 
• DPOC, bronquiectasias, IRC, cirrose hepática, ICC, DM. 
• Alcoolismo e tabagismo também são fatores que favorecem o menor funcionamento do mecanismo de defesa (aumenta a chance 
de aspiração, devido à inconsciência). 
 
Principais agentes 
• Mais de 100 agentes podem causar; 
 
 
 
Quadro clínico 
• Critérios diagnósticos: quadro radiológico compatível (mancha no pulmão) + um critério maior ou dois menores. Ausência de 
anormalidades no Rx não exclui o diagnóstico). 
• Critérios maiores: 
o Tosse; 
o Expectoração; 
o Febre (T > ou = 37,8ºC). 
• Critérios menores: 
o Dor torácica; 
o Dispneia; 
o Ausculta pulmonar alterada; 
o Confusão mental; 
o Leucocitose > 12 mil/mm³. 
• Sintomas e sinais mais comuns: 
o Tosse: 80 a 90% dos casos; 
o Expectoração: 60 a 80% dos casos; 
o Febre: 68 a 78% dos casos; 
o Dor torácica: 30 a 40% dos casos; 
o Dispneia: 45 a 79% dos casos; 
o Taquicardia: 45% dos casos; 
o Ausculta pulmonar alterada: 78% dos casos. 
o Aproximadamente 80% dos pacientes com pneumonia comunitária apresentam os sinais clássicos em conjunto. 
• Em idosos: 
o Fica mais difícil > pode ter uma pneumonia grave sem febre (sem tosse também); 
o As vezes os familiares acham que é apenas uma gripe comum; 
o Confusão mental em idosos > diminui o reflexo da tosse e favorece a aspiração > ajuda a ter mais infecções e muitas vezes 
os pacientes não sabem falar sobre os seus sintomas; 
o Pode vir apresentando somente uma descompensação de uma doença de base (como em DM, o paciente começa a 
apresentar hiperglicemia sem outros sintomas > na verdade ele tem uma pneumonia queestá descompensando a doença 
de base); 
o Taquicardia e taquipneia (em 2/3 dos casos de idosos com pneumonia) > FR > 24 irpm na maioria dos casos. 
 
Fatores predisponentes 
• DPOC; 
• DM; 
• Alcoólatras; 
• Crises convulsivas sem controle; 
• Doença respiratória prévia viral; 
• ICC; 
• Anemia falciforme; 
• Ventilação mecânica. 
 
Exame físico 
• Síndrome da condensação (lembrar que o ar é trocado por secreção inflamatória nas vias aéreas) > aumento do frêmito toracovocal 
(colocar mão nas costas e pedir para o paciente falar 33), macicez (como se fosse o fígado) e estertores crepitantes; 
• No Rx é possível identificar os broncogramas aéreos, que nada mais são que o ar em meio à consolidação das VA; 
• Achados extrapulmonares devem ser avaliados para afastar infecção em outros sítios: artri te, endocardite, meningite, hepatite e 
pericardite. 
 
IMPORTANTE: não existe começo de pneumonia! Ou o paciente tem ou não tem. 
 
Diagnóstico microbiológico 
• Hemocultura (duas amostras); 
• Gram +: cultura do escarro; 
• Pesquisar antígeno urinário: exame simples de urina (para verificar pneumococo e Legionella) > não altera a sensibilidade 
mesmo após a antibioticoterapia ter sido iniciada; 
• Broncoscopia para colher o lavado bronquioalveolar (LBA) ou aspirado endotraqueal para casos selecionados; 
• Toracocentese se houver derrame pleural; 
• Sorologias; 
• PCR; 
• Em alguns casos até a biópsia pulmonar, mas, é raro na PAC. Porém, se há suspeita de outra doença, pode ser realizada para afastar 
outra possibilidade. 
 
Anaeróbios 
• Dentes em mal estado de conservação; 
• Fator de risco para broncoaspiração. 
• Expectoração volumosa e muito fétida; 
• Rx: 
o Abcesso pulmonar; 
o Pulmão direito e segmentos posteriores de lobos superiores e inferiores (brônquio do pulmão direito é mais verticalizado > 
favorável na pneumonia aspirativa). 
 
Pseudomonas 
• Pneumopatia estrutural (bronquiectasias e DPOC); 
• Rx possível de visualizar as bronquiectasias. Quando o paciente possui sequelas de tuberculose ou bronquiectasias por outra 
etiologia, penso em pseudomonas; 
• Uso crônico de corticoides > pensar em pseudomonas; 
• Uso recente de antibiótico > pensar em pseudomonas. 
 
Pneumonia atípica (esse termpo é antigo, o correto é pneumonia causada por germes atípicos) 
• Quadro diferente da pneumonia típica por Streptococus e Haemophilus; 
• Quadro insidioso > demora mais para evoluir > 7 a 10 dias; 
• Tosse mais seca (na típica é mais produtiva); 
• Febrícula (38,5ºC no máximo); 
• Alteração mais intersticial no Rx de tórax e sem consolidação; 
• 3 agentes comuns nesse caso: 
o Mycoplasma pneumoniae; 
o Clamydophyla pneumoniae; 
o Legionella pneumophila. 
• Quando se identificar um desses 3 agentes, denomina-se pneumonia atípica. 
 
Pneumonia viral 
• Influenza é o principal agente; 
• Outros: parainfluenza, VSR (principalmente em crianças), Hantavírus (relacionada ao contato com ratos), adenovírus, CMV, 
Coronavírus. 
 
Não infecciosas 
• Alérgica, tóxica, neoplásica e aspirativa. 
 
PAC 
• Acomete o paciente fora do ambiente hospitalar e que surge nas primeiras 48 horas após admissão do paciente; 
• Depende mais do estado imunológico do que do agente, por exemplo, um paciente que já esteja suprimido devido ao HIV; 
• Alta morbidade; 
• Idosos são mais suscetíveis; 
• DPOC, neoplasias, ICC, DM, AVC; 
• Dispositivos invasivos (IOT, CVC, diálise); 
• Pacientes com patologias neurológicas podem ter maior risco de aspiração, por isso maior o risco de pneumonia. 
 
Descartar PAC 
• Se o paciente não tem história de IH maior que 48h nos púltimos 3 meses; 
• Sem história de ATB EV, quimioterapia ou tratamento de UPP nos últimos 30 dias; 
• Não oriundos de asilos ou casas de repouso. 
 
Ambulatorial 
• Quadros leves: 
1. S. pneumoniae; 
2. Mycoplasma pneumoniae; 
3. Chlamydia pneumoniae; 
4. Vírus respiratórios; 
5. Haemophylus influenzae. 
• Internado, não em UTI: 
1. S pneumoniae; 
2. M. pneumoniae; 
3. C. pneumoniae 
4. Vírus respiratórios; 
5. H. influenzae; 
6. Legionella sp. 
• Internados em UTI (graves): 
1. S. pneumoniae; 
2. Bacilos gram negativos (Pseudomonas, Klebsiella) 
3. H. influenzae; 
4. Legionella sp. 
5. S. aureus 
 
Radiografia de torax 
• Confirmação radiológica é obrigatória! 
• Confirma a doença e verifica a gravidade (por exemplo, se for uma pneumonia direita e esquerda ou se for multilobar, são formas 
mais graves); 
• Verificar complicações como derrame pleural > abcesso; 
• Verificar a evolução do paciente > repetir após alguns dias para ajudar no diagnóstico da evolução; 
• Para pacientes com baixo risco é o único exame que precisa ser realizado antes da alta; 
• Jamais deve postergar o início do antibiótico se o exame do Rx não puder ser feito na hora do pedido pelo médico; 
• Metade dos diagnósticos de pneumonia não são pneumonia > isso nos EUA, suspeita-se que no Brasil seja pior. 
 
Classificação de acordo com a localização (comprometimento) 
 
• Lobar: 
o Em um lobo apenas; 
o Consolidação alveolar extensa (bem branco). 
• Broncopneumonia: 
o Atinge as VA mais distais, pode ser multifocal, bilateral; 
 
Diagnóstico radiológico 
• Radiografia de tórax: é importante ressaltar que não vale a pena pedir um novo exame após 1 semana, visto que os resultados 
começam a ser visíveis apenas a partir de 2 semanas do início do tratamento, em metade dos casos, e até após 6 semanas, em do is 
terços dos casos; 
o Precisa-se então verificar a clínica do paciente, ao invés de esperar o resultado apenas da imagem; 
o Em casos como idade avançada, DPOC, imunossupressão, alcoolismo, DM e pneumonia multilobar, a resolução é 
mais lenta; 
o Até 10% dos Rx dem pneumonia são NORMAIS > por isso é fundamental uma boa avaliação, inclusive de outros 
posicionamentos, como o Rx de perfil de tórax, além do tradicionalmente pedido AP. 
 
• Tomografia e USG de tórax 
o Maior sensibilidade e maior acurácia do que a radiografia; 
o Dúvida da presença ou não de infiltrado radiológico; 
o Na presença de um quadro clínico exuberante associado à radiografia normal; 
o Na detecção de complicações como derrame pleural loculado e abcesso; 
o Não existe pneumonia com tomografia de tórax normal > se não houver achado para pneumonia, é gripe ou 
traqueobronquite. 
o USG: pode auxiliar na realização de toracocentese em casos de derrame pleural. 
 
Exames laboratoriais 
• Devem ser realizados apenas para pacientes com PAC que necessitarão de internação e fornecerão informações quanto à disfunção 
de órgãos, estado inflamatório e gravidade da doença. 
• Bioquímica (função renal, hepática e eletrólitos); 
• Hemoculturas (mostra leucocitose com desvio a bastões). Consigo encontrar o agente infeccioso. 
• Gasometria arterial (avaliar se o paciente está saturando menos que 95%); 
• Escarro (BAAR) (verificar a existência de tuberculose, principalmente > histórico ou radiografia com achados compatíveis de 
tuberculose > escavações, presença de nódulos centrolobulares em árvore em brotamento); 
• LBA (lavado bronco alveolar > quando o paciente está intubado); 
• Testes: antígeno urinário (Streptococcus e Legionella); 
• Sorologia para HIV: pacientes com achados clínicos, laboratoriais ou radiológicos atípicos devem ser submetidos à sorologia para 
HIV (após esclarecimento e consentimento pelo paciente. 
 
IMPORTANTE: é fundamental o exame radiológico para o diagnóstico da pneumonia. Não se diagnostica apenas com exames 
laboratoriais. 
 
Recomendações para o uso de biomarcadores no manejo da PAC: 
• PCR = inespecífica, pois eleva em quadro inflamatório (bacteriano e viral); 
o Tem uma boa correlação para acompanhar a pneumonia > por exemplo, se ele está alto, após 2 ou 3 dias e não diminuiu 
pelo menos pela metade, provavelmente a pneumonia será mais trabalhosa para tratar. 
o Ausência de queda de pelo menos 50% do seu valor inicial após o 4º dias de tratamentocom ATB indica pior prognóstico. 
 
IMPORTANTE: em um caso de UTI, quando PCR teve um declínio importante e rápido, índice de mortalidade foi de 5% e quando o 
declínio foi lento, subiu para 17,3%. Já quando não houve redução do PCR, a índice subiu para 36,4%. 
 
• Procalcitonina: melhor biomarcador para a pneumonia, mas, é muito caro e não se vê muito na rotina médica > só aumenta em 
infecção bacteriana (devido as toxinas e citocinas pró-inflamatórias que estimulam a produção pelas células parenquimatosas 
do pulmão). 
o Tem ótima relação com a gravidade da pneumonia > quanto maior, aumenta o índice de mortalidade e o risco de choque 
séptico; 
o Valores acima de 0,25 mcg/L falam a favor do uso de ATB e acima de 0,5, principalmente; 
o Valores abaixo de 0,1 concordam com a não indicação de ATB. 
 
Estratificação de risco e Tratamento 
• Definir o local de tratamento (casa, internação, UTI) > escores: 
o Escore de Fine et al; 
o CURB-65 (é o indicado pela sociedade brasileira de pneumologia e tisiologia); 
o Pneumonia severity index (PSI); 
o Severe Community acquired pneumonia score (SCAP); 
o SMART-COP. 
• CURB-65: 
o C = Confusão mental; 
o U = Ureia acima de 50 mg/dL; 
o R = Respiração (FR > 30 irpm); 
o B = Pressão arterial (PAS < 90 mmHg e/ou PAD < 60 mmHg); 
o 65 = maior que 65 anos de idade. 
 
 
 
Se na unidade de emergência não conseguir pedir ureia, pede-se o exame de sangue e utilizar o esquema CRB para identificar onde deverá ser 
realizado o tratamento: 
 
 
 
Críticas ao CURB-65: 
• Não fala nada de comorbidades. As vezes ele é 1 apenas pela idade, mas, é um paciente com DM, coronariopatia, que teve AVC > 
reconsiderar se mesmo assim vale a pena dar alta para o paciente; 
• Imagem radiológica: não considera também. Precisaria considerar se é uma consolidação pequena ou multilobar, por exemplo; 
• Oxigenação: não considera a saturação > por exemplo, um paciente CURB 1 e com saturação de 89% não tem como mandar para 
casa, precisa ser internado; 
• Fatores psicossociais econômicos: paciente não consegue comprar o medicamento ou é final de semana e a farmácia da unidade de 
saúde não funciona > internar o paciente para fazer o ATB EV; 
• Julgamento clínico: suspeita de que o paciente vai complicar > é mais importante que a classificação em si; 
• Levar em consideração o fator financeiro, como citado acima; 
 
Etapas para avaliação do local de tratamento 
1. Avaliar a presença de doenças associadas; 
2. Avaliar CURB-65; 
3. Avaliar o grau de oxigenação e o comprometimento radiológico; 
a. SpO2 < 90%: indicação de internação; 
b. Radiografia de tórax: 
i. Extensão radiológica; 
ii. Derrame pleural suspeito de empiema. 
4. Avaliar os fatores sociais e cognitivos: 
a. Ausência de familiar ou cuidador no domicílio (não tem como considerar que o paciente seguirá o prescrito); 
b. Capacidade de entendimento da prescrição: e se for analfabeto? 
5. Avaliar os fatores econômicos: 
a. Acesso aos medicamentos; 
b. Retorno para avaliação. 
6. Avaliar a aceitabilidade da medicação oral. 
7. Julgamento clínico: bom senso sempre. 
 
Critérios de Ewig – Indicações de UTI 
• Pelo menos dois critérios menores: 
o PAS < 90 mmHg; 
o PaO2/FiO2 < 250; 
o Infiltrado multilobar; 
• Pelo menos um critério maior: 
o Necessidade de ventilação mecânica; 
o Choque séptico. 
 
Como tratar 
• Em 2018 teve mudança no tratamento pela Sociedade Brasileira de Pneumologia. 
• Tratamento empírico inicial: 
o Baseado no patógeno provável > caso o paciente já tenha sido internado por alguma infecção específica anteriormente (por 
exemplo, se teve infecção anterior por pseudomonas, pensar na possibilidade de se infectar novamente por esse patógeno); 
• Tempo de antibiótico inicial sempre < 4 a 8 horas (de preferência menor que 4 horas); 
• Ajustar após identificar o agente. 
• Ambulatorial: 
o Previamente sadia e sem usar ATB nos últimos 3 meses: 
▪ Amoxicilina como 1ª opção ou amoxicilina + ac. Clavulânico ou macrolídeos: azitromicina ou claritromicina. 
o Paciente com fator de risco, doença mais grave, uso recente de ATB: 
▪ Beta-lactâmico + macrolídeo (amoxicilina + azitromicina). 
o Atenção: quinolonas só devem ser usadas se houver alergia aos beta-lactâmicos ou macrolídeos; 
o Tempo de antibiótico em casa: 5 a 7 dias. 
• Enfermaria: 
o Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + macolídeo (azitromicina ou 
claritromicina); 
o Amoxicilina + Ac. Clavulânico; 
o Levofloxacina ou moxifloxacino ou gemifloxacino em monoterapia; 
o Tempo de antibiótico: 7 a 10 dias. 
• UTI: 
o Sempre 2 antibióticos nesse caso; 
o Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + macolídeo (azitromicina ou 
claritromicina); 
o Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + quinolona respiratória. 
o Na presença de fatores de risco para pseudomonas, preferir quinolonas respiratórias, piperacilina-tazobactam, meropenem 
e ou polimixina B (em monoterapia ou terapia combinada). 
o Tempo de antibiótico: 7 a 14 dias. 
• Alguns estudos mostram redução no número de dias de internação para usuários de corticoide sistêmico, mas, são necessários ma is 
estudos para esclarecer os efeitos sobre a mortalidade, dose e tempo de tratamento. 
 
Falha terapêutica 
• Ausência de melhora ou piora do quadro clínico e radiológico após 48 a 72 horas; 
o Falência precoce acontece nas primeiras 72 horas e está relacionada com a gravidade da infecção primária; 
o Falência tardia ocorre após 72 horas e acontece devido aos eventos secundários (infecção nosocomial, exacerbação de 
comorbidade) 
• Todos os casos deverão ser reavaliados para falha terapêutica. 
• Verificar se o diagnóstico foi correto ou incorreto. 
• Se correto, verificar se não há outra comorbidade, ou na droga usada, ou na dose usada, se o paciente teve reação adversa. 
 
 
Conversão do antibiótico EV para VO 
• Deve-se dar preferencia à continuação oral com a mesma droga ou da mesma classe > para alta precoce e reduzir custos. 
 
 
Critérios para alta hospitalar 
 
 
Prevenção 
• Vacinação 
o Gripe: 
▪ Diminuiu a incidência de pneumonia em idosos; 
▪ Reduz a incidência e limita a gravidade da doença; 
▪ Maiores de 60 anos, institucionalizados, portadores de IRC, ICC, DPOC, imunossuprimidos, trabalhadores da 
saúde etc. 
o Pneumocócica (23 valente) ou Prevenar 13: 
▪ Diminui incidência e gravidade da doença; 
▪ Maiores de 65 anos, explenectomizados; imunossuprimidos, doenças crônicas etc. 
 
Diagnóticos diferenciais 
 
Traqueobronquite: infecção aguda associada a tosse produtiva, dispneia, sibilos, desconforto e dor torácica > sintomais iguais, porém, sem 
sinais comuns na radiografia da pneumonia. 
 
Coqueluche: apresentação subaguda, com sintomas de via aérea, crises de tosses e vômitos. Tratada com macrolídeos. 
 
Tuberculose: tosse com duração maior que 2 semanas, perda de peso e sudorese noturna. Atentar para fatores epidemiológicos (imigrantes, 
moradores de rua, presidiários e imunossuprimidos > apresenta como uma “pneumonia arrastada” que não melhora com antibióticos.

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