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Definição • Apesar da maioria das infecções na pneumonia serem causadas por bactérias, podem ser causadas também por vírus, fungos e parasitas; • É uma infecção dos alvéolos e bronquíolos (vias aéreas terminais); • VA preenchida de muco e material purulento da infecção, que é possível ser visualizada na radiografia de tórax; PAC (Pneumonia Adquirida na Comunidade) • Acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou até 48h de sua admissão; Epidemiologia • No mundo: incidencia de 1,5 a 14 casos/1000 habitantes > 2ª causa de morte global (taxa de mortalidade de 41,7/100 mil habitantes; • 1ª causa de internação no Brasil (exceto partos); • 4ª causa de óbito (atrás de doenças cardiovasculares, tumores e AVE); • A maior incidencia ocorre nos extremos: antes dos 5 anos e após os 65 anos de idade; • Maior incidencia no sexo masculino; • Maior incidencia no outono e inverno; • Pacientes que não precisam de internação: mortalidade de 1%; pacientes que precisam: 4 a 18%. Internados em UTI: > 50%. • O Rx é fundamental para fazer o diagnóstico, já que o quadro clínico é muito semelhante a outras doenças respiratórias, como gripe e bronquite, por exemplo; • A mortalidade por pneumonia está diminuindo no mundo; Etiologia • Quando a pneumonia é considerada não grave, não precisa saber o agente; • Paciente internado na enfermaria, mas, sem sinais de gravidade, também não é necessário saber o agente; • Pneumonia grave, que segue para a UTI ou fica na enfermaria e exige mais cuidados, que já foi tratado empiricamente com um antibiótico e houve falha > saber o agente causador; • Local de aquisição: comunitária ou hospitalar; • Tempo de evolução: aguda, subaguda e crônica; • Tipo do comprometimento: lobar, infiltrado intersticial; broncopneumonia, abcesso, derrame pleural com empiema; • Provável agente causal: infecciosa e não infecciosa (quimioterápicos, por exemplo, evoluindo para pneumonite química). • Pacientes com AIDS: a etiologia depende do grau de imunodeficiência: o CD4 > 200: semelhante ao imunocompetente > maior causa é o Pneumococo; o CD4 < 200: pensa-se em outras formas de pneumonia da comunidade, como a pneumocistose, maior incidência de S. aureus e P. aeruginosa; o CD4 < 100: criptococose; o CD4 < 50: citomegalovírus, micobactérias atípicas. Agente etiológico • Somente 40% dos casos é possível identificar o agente; • Não existe nenhum critério clínico ou radiológico com valor preditivo alto para definir a etiologia microbiológica da PAC > precisa-se da cultura para confirmar; • A suspeita deve ser baseada na epidemiologia do paciente; • Jamais deve atrasar o início do tratamento devido a exames para definir o agente > exemplo: no PS chega o paciente com suspei ta de PAC, vou internar o paciente e pedir a hemocultura > antes que seja feita, caso demore principalmente, precisa-se já entrar com o antibiótico empírico baseado na epidemiologia. • Particularidades epidemiológicas e clínicas que devem ser levadas em conta na invesigação etiológica da PAC: o Agentes anaeróbios: associados a pneumonias necrotizantes, abcessos odontogênicos, escarros com odor putrido e pneumonias aspirativas (etilistas e má higiene bucal; o S. aureus: em usuários de drogas injetáveis e presença de pneumatocele (cisto de ar no parênquima pulmonar) ao exame de imagem; o S. aureus meticilino resistente adquirido na comunidade (CA-MRSA) nas formas necrotizantes; o S. aureus, grupo Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa após pneumonia viral, tratamento prévio com antibiótico ou doenças pulmonares crônicas. o O grupo com as bactérias Pseudomonas, Enterobacteriacea e Staphylococcus, compreende patógenos de grande potencial de resistência a antibióticos e alta mortalidade > mesmo que menos frequentes > fatores de risco como idade avançada, uso prévio de antibióticos, comorbidades (DPOC, bronquiectasias e doença renal), alteração do estado mental podem corroborar a hipótese de agente etiológico. Patogênese • Vias aéreas inferiores são estéreis > se faço um lavado broncoalveolar, não vou encontrar nenhum agente se não estiver infeccionado; • Agentes infecciosos penetram as vias aéreas inferiores por: o Aspiração das vias aéreas superiores (a aspiração de grande conteúdo gástrico é conhecida como Síndrome de Mendelson); o Inalação de aerossóis: principalmente em pneumonia viral (Influenzae); o Via hematogênica: paciente com imunossupressão, por exemplo, e com infecção de urina, pode fazer uma distribuição através do sangue para os pulmões > geralmente é mais grave. o No Brasil é comum o Influenzae facilitar e anteceder a ação de pneumococo, S. aureus e H. influenzae > devido à alteração da imunidade > nesse caso é mais complicado, já que se precisa tratar o vírus e a bactéria; Vias de acesso dos microorganismos no parênquima pulmonar • Partículas maiores que 10 micrometros: a defesa é feita devido a angulação da VA superior, que dificulta a passagem das partículas para a VA inferior, assim como o Clearence muco-ciliar (que engloba essas partículas maiores e são eliminadas por tosse ou deglutição) e a tosse (pacientes com alteração do nível de consciência, alcoolatras, AVC, diminuem a tosse e consequentemente aumentam o risco de pneumonia); • Partículas de 3 a 10 micrometros ou menores que 3 micrometros: quando chegam nos brônquios e alvéolos, já passaram pela defesa superior, chegando agora na defesa dos surfactantes (IgG e IgM, macrófagos alveolares, mediadores vasoativos) > barreiras par a evitar esse contato com a VA inferior. • Quando os microorganismos acessam o trato respiratório inferior, causam um desequilíbrio na flora habitual do pulmão, fenômeno chamado de disbiose. Defeitos no mecanismo de defesa do hospedeiro • Idade: acima de 65 anos (idosos), além das doenças de base (IC, AVE), tem alteração no clearence mucociliar, tosse menos efetiva, alterações na imunidade celular e humoral.; • Defeitos congênitos: fibrose cística, síndrome dos cílios imóveis, síndrome de Kartagener, bronquiectasias (brônquios dilatados e produzindo mais secreção, que forma um meio de cultura para a bactéria, principalmente por Pseudomonas), anemia falciforme, pneumonias de repetição. • Imunossupressão: AIDS, hipogamaglobulinemia, câncer, drogas imunossupressoras; • DPOC, bronquiectasias, IRC, cirrose hepática, ICC, DM. • Alcoolismo e tabagismo também são fatores que favorecem o menor funcionamento do mecanismo de defesa (aumenta a chance de aspiração, devido à inconsciência). Principais agentes • Mais de 100 agentes podem causar; Quadro clínico • Critérios diagnósticos: quadro radiológico compatível (mancha no pulmão) + um critério maior ou dois menores. Ausência de anormalidades no Rx não exclui o diagnóstico). • Critérios maiores: o Tosse; o Expectoração; o Febre (T > ou = 37,8ºC). • Critérios menores: o Dor torácica; o Dispneia; o Ausculta pulmonar alterada; o Confusão mental; o Leucocitose > 12 mil/mm³. • Sintomas e sinais mais comuns: o Tosse: 80 a 90% dos casos; o Expectoração: 60 a 80% dos casos; o Febre: 68 a 78% dos casos; o Dor torácica: 30 a 40% dos casos; o Dispneia: 45 a 79% dos casos; o Taquicardia: 45% dos casos; o Ausculta pulmonar alterada: 78% dos casos. o Aproximadamente 80% dos pacientes com pneumonia comunitária apresentam os sinais clássicos em conjunto. • Em idosos: o Fica mais difícil > pode ter uma pneumonia grave sem febre (sem tosse também); o As vezes os familiares acham que é apenas uma gripe comum; o Confusão mental em idosos > diminui o reflexo da tosse e favorece a aspiração > ajuda a ter mais infecções e muitas vezes os pacientes não sabem falar sobre os seus sintomas; o Pode vir apresentando somente uma descompensação de uma doença de base (como em DM, o paciente começa a apresentar hiperglicemia sem outros sintomas > na verdade ele tem uma pneumonia queestá descompensando a doença de base); o Taquicardia e taquipneia (em 2/3 dos casos de idosos com pneumonia) > FR > 24 irpm na maioria dos casos. Fatores predisponentes • DPOC; • DM; • Alcoólatras; • Crises convulsivas sem controle; • Doença respiratória prévia viral; • ICC; • Anemia falciforme; • Ventilação mecânica. Exame físico • Síndrome da condensação (lembrar que o ar é trocado por secreção inflamatória nas vias aéreas) > aumento do frêmito toracovocal (colocar mão nas costas e pedir para o paciente falar 33), macicez (como se fosse o fígado) e estertores crepitantes; • No Rx é possível identificar os broncogramas aéreos, que nada mais são que o ar em meio à consolidação das VA; • Achados extrapulmonares devem ser avaliados para afastar infecção em outros sítios: artri te, endocardite, meningite, hepatite e pericardite. IMPORTANTE: não existe começo de pneumonia! Ou o paciente tem ou não tem. Diagnóstico microbiológico • Hemocultura (duas amostras); • Gram +: cultura do escarro; • Pesquisar antígeno urinário: exame simples de urina (para verificar pneumococo e Legionella) > não altera a sensibilidade mesmo após a antibioticoterapia ter sido iniciada; • Broncoscopia para colher o lavado bronquioalveolar (LBA) ou aspirado endotraqueal para casos selecionados; • Toracocentese se houver derrame pleural; • Sorologias; • PCR; • Em alguns casos até a biópsia pulmonar, mas, é raro na PAC. Porém, se há suspeita de outra doença, pode ser realizada para afastar outra possibilidade. Anaeróbios • Dentes em mal estado de conservação; • Fator de risco para broncoaspiração. • Expectoração volumosa e muito fétida; • Rx: o Abcesso pulmonar; o Pulmão direito e segmentos posteriores de lobos superiores e inferiores (brônquio do pulmão direito é mais verticalizado > favorável na pneumonia aspirativa). Pseudomonas • Pneumopatia estrutural (bronquiectasias e DPOC); • Rx possível de visualizar as bronquiectasias. Quando o paciente possui sequelas de tuberculose ou bronquiectasias por outra etiologia, penso em pseudomonas; • Uso crônico de corticoides > pensar em pseudomonas; • Uso recente de antibiótico > pensar em pseudomonas. Pneumonia atípica (esse termpo é antigo, o correto é pneumonia causada por germes atípicos) • Quadro diferente da pneumonia típica por Streptococus e Haemophilus; • Quadro insidioso > demora mais para evoluir > 7 a 10 dias; • Tosse mais seca (na típica é mais produtiva); • Febrícula (38,5ºC no máximo); • Alteração mais intersticial no Rx de tórax e sem consolidação; • 3 agentes comuns nesse caso: o Mycoplasma pneumoniae; o Clamydophyla pneumoniae; o Legionella pneumophila. • Quando se identificar um desses 3 agentes, denomina-se pneumonia atípica. Pneumonia viral • Influenza é o principal agente; • Outros: parainfluenza, VSR (principalmente em crianças), Hantavírus (relacionada ao contato com ratos), adenovírus, CMV, Coronavírus. Não infecciosas • Alérgica, tóxica, neoplásica e aspirativa. PAC • Acomete o paciente fora do ambiente hospitalar e que surge nas primeiras 48 horas após admissão do paciente; • Depende mais do estado imunológico do que do agente, por exemplo, um paciente que já esteja suprimido devido ao HIV; • Alta morbidade; • Idosos são mais suscetíveis; • DPOC, neoplasias, ICC, DM, AVC; • Dispositivos invasivos (IOT, CVC, diálise); • Pacientes com patologias neurológicas podem ter maior risco de aspiração, por isso maior o risco de pneumonia. Descartar PAC • Se o paciente não tem história de IH maior que 48h nos púltimos 3 meses; • Sem história de ATB EV, quimioterapia ou tratamento de UPP nos últimos 30 dias; • Não oriundos de asilos ou casas de repouso. Ambulatorial • Quadros leves: 1. S. pneumoniae; 2. Mycoplasma pneumoniae; 3. Chlamydia pneumoniae; 4. Vírus respiratórios; 5. Haemophylus influenzae. • Internado, não em UTI: 1. S pneumoniae; 2. M. pneumoniae; 3. C. pneumoniae 4. Vírus respiratórios; 5. H. influenzae; 6. Legionella sp. • Internados em UTI (graves): 1. S. pneumoniae; 2. Bacilos gram negativos (Pseudomonas, Klebsiella) 3. H. influenzae; 4. Legionella sp. 5. S. aureus Radiografia de torax • Confirmação radiológica é obrigatória! • Confirma a doença e verifica a gravidade (por exemplo, se for uma pneumonia direita e esquerda ou se for multilobar, são formas mais graves); • Verificar complicações como derrame pleural > abcesso; • Verificar a evolução do paciente > repetir após alguns dias para ajudar no diagnóstico da evolução; • Para pacientes com baixo risco é o único exame que precisa ser realizado antes da alta; • Jamais deve postergar o início do antibiótico se o exame do Rx não puder ser feito na hora do pedido pelo médico; • Metade dos diagnósticos de pneumonia não são pneumonia > isso nos EUA, suspeita-se que no Brasil seja pior. Classificação de acordo com a localização (comprometimento) • Lobar: o Em um lobo apenas; o Consolidação alveolar extensa (bem branco). • Broncopneumonia: o Atinge as VA mais distais, pode ser multifocal, bilateral; Diagnóstico radiológico • Radiografia de tórax: é importante ressaltar que não vale a pena pedir um novo exame após 1 semana, visto que os resultados começam a ser visíveis apenas a partir de 2 semanas do início do tratamento, em metade dos casos, e até após 6 semanas, em do is terços dos casos; o Precisa-se então verificar a clínica do paciente, ao invés de esperar o resultado apenas da imagem; o Em casos como idade avançada, DPOC, imunossupressão, alcoolismo, DM e pneumonia multilobar, a resolução é mais lenta; o Até 10% dos Rx dem pneumonia são NORMAIS > por isso é fundamental uma boa avaliação, inclusive de outros posicionamentos, como o Rx de perfil de tórax, além do tradicionalmente pedido AP. • Tomografia e USG de tórax o Maior sensibilidade e maior acurácia do que a radiografia; o Dúvida da presença ou não de infiltrado radiológico; o Na presença de um quadro clínico exuberante associado à radiografia normal; o Na detecção de complicações como derrame pleural loculado e abcesso; o Não existe pneumonia com tomografia de tórax normal > se não houver achado para pneumonia, é gripe ou traqueobronquite. o USG: pode auxiliar na realização de toracocentese em casos de derrame pleural. Exames laboratoriais • Devem ser realizados apenas para pacientes com PAC que necessitarão de internação e fornecerão informações quanto à disfunção de órgãos, estado inflamatório e gravidade da doença. • Bioquímica (função renal, hepática e eletrólitos); • Hemoculturas (mostra leucocitose com desvio a bastões). Consigo encontrar o agente infeccioso. • Gasometria arterial (avaliar se o paciente está saturando menos que 95%); • Escarro (BAAR) (verificar a existência de tuberculose, principalmente > histórico ou radiografia com achados compatíveis de tuberculose > escavações, presença de nódulos centrolobulares em árvore em brotamento); • LBA (lavado bronco alveolar > quando o paciente está intubado); • Testes: antígeno urinário (Streptococcus e Legionella); • Sorologia para HIV: pacientes com achados clínicos, laboratoriais ou radiológicos atípicos devem ser submetidos à sorologia para HIV (após esclarecimento e consentimento pelo paciente. IMPORTANTE: é fundamental o exame radiológico para o diagnóstico da pneumonia. Não se diagnostica apenas com exames laboratoriais. Recomendações para o uso de biomarcadores no manejo da PAC: • PCR = inespecífica, pois eleva em quadro inflamatório (bacteriano e viral); o Tem uma boa correlação para acompanhar a pneumonia > por exemplo, se ele está alto, após 2 ou 3 dias e não diminuiu pelo menos pela metade, provavelmente a pneumonia será mais trabalhosa para tratar. o Ausência de queda de pelo menos 50% do seu valor inicial após o 4º dias de tratamentocom ATB indica pior prognóstico. IMPORTANTE: em um caso de UTI, quando PCR teve um declínio importante e rápido, índice de mortalidade foi de 5% e quando o declínio foi lento, subiu para 17,3%. Já quando não houve redução do PCR, a índice subiu para 36,4%. • Procalcitonina: melhor biomarcador para a pneumonia, mas, é muito caro e não se vê muito na rotina médica > só aumenta em infecção bacteriana (devido as toxinas e citocinas pró-inflamatórias que estimulam a produção pelas células parenquimatosas do pulmão). o Tem ótima relação com a gravidade da pneumonia > quanto maior, aumenta o índice de mortalidade e o risco de choque séptico; o Valores acima de 0,25 mcg/L falam a favor do uso de ATB e acima de 0,5, principalmente; o Valores abaixo de 0,1 concordam com a não indicação de ATB. Estratificação de risco e Tratamento • Definir o local de tratamento (casa, internação, UTI) > escores: o Escore de Fine et al; o CURB-65 (é o indicado pela sociedade brasileira de pneumologia e tisiologia); o Pneumonia severity index (PSI); o Severe Community acquired pneumonia score (SCAP); o SMART-COP. • CURB-65: o C = Confusão mental; o U = Ureia acima de 50 mg/dL; o R = Respiração (FR > 30 irpm); o B = Pressão arterial (PAS < 90 mmHg e/ou PAD < 60 mmHg); o 65 = maior que 65 anos de idade. Se na unidade de emergência não conseguir pedir ureia, pede-se o exame de sangue e utilizar o esquema CRB para identificar onde deverá ser realizado o tratamento: Críticas ao CURB-65: • Não fala nada de comorbidades. As vezes ele é 1 apenas pela idade, mas, é um paciente com DM, coronariopatia, que teve AVC > reconsiderar se mesmo assim vale a pena dar alta para o paciente; • Imagem radiológica: não considera também. Precisaria considerar se é uma consolidação pequena ou multilobar, por exemplo; • Oxigenação: não considera a saturação > por exemplo, um paciente CURB 1 e com saturação de 89% não tem como mandar para casa, precisa ser internado; • Fatores psicossociais econômicos: paciente não consegue comprar o medicamento ou é final de semana e a farmácia da unidade de saúde não funciona > internar o paciente para fazer o ATB EV; • Julgamento clínico: suspeita de que o paciente vai complicar > é mais importante que a classificação em si; • Levar em consideração o fator financeiro, como citado acima; Etapas para avaliação do local de tratamento 1. Avaliar a presença de doenças associadas; 2. Avaliar CURB-65; 3. Avaliar o grau de oxigenação e o comprometimento radiológico; a. SpO2 < 90%: indicação de internação; b. Radiografia de tórax: i. Extensão radiológica; ii. Derrame pleural suspeito de empiema. 4. Avaliar os fatores sociais e cognitivos: a. Ausência de familiar ou cuidador no domicílio (não tem como considerar que o paciente seguirá o prescrito); b. Capacidade de entendimento da prescrição: e se for analfabeto? 5. Avaliar os fatores econômicos: a. Acesso aos medicamentos; b. Retorno para avaliação. 6. Avaliar a aceitabilidade da medicação oral. 7. Julgamento clínico: bom senso sempre. Critérios de Ewig – Indicações de UTI • Pelo menos dois critérios menores: o PAS < 90 mmHg; o PaO2/FiO2 < 250; o Infiltrado multilobar; • Pelo menos um critério maior: o Necessidade de ventilação mecânica; o Choque séptico. Como tratar • Em 2018 teve mudança no tratamento pela Sociedade Brasileira de Pneumologia. • Tratamento empírico inicial: o Baseado no patógeno provável > caso o paciente já tenha sido internado por alguma infecção específica anteriormente (por exemplo, se teve infecção anterior por pseudomonas, pensar na possibilidade de se infectar novamente por esse patógeno); • Tempo de antibiótico inicial sempre < 4 a 8 horas (de preferência menor que 4 horas); • Ajustar após identificar o agente. • Ambulatorial: o Previamente sadia e sem usar ATB nos últimos 3 meses: ▪ Amoxicilina como 1ª opção ou amoxicilina + ac. Clavulânico ou macrolídeos: azitromicina ou claritromicina. o Paciente com fator de risco, doença mais grave, uso recente de ATB: ▪ Beta-lactâmico + macrolídeo (amoxicilina + azitromicina). o Atenção: quinolonas só devem ser usadas se houver alergia aos beta-lactâmicos ou macrolídeos; o Tempo de antibiótico em casa: 5 a 7 dias. • Enfermaria: o Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + macolídeo (azitromicina ou claritromicina); o Amoxicilina + Ac. Clavulânico; o Levofloxacina ou moxifloxacino ou gemifloxacino em monoterapia; o Tempo de antibiótico: 7 a 10 dias. • UTI: o Sempre 2 antibióticos nesse caso; o Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou ampicilina/sulbactam + macolídeo (azitromicina ou claritromicina); o Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + quinolona respiratória. o Na presença de fatores de risco para pseudomonas, preferir quinolonas respiratórias, piperacilina-tazobactam, meropenem e ou polimixina B (em monoterapia ou terapia combinada). o Tempo de antibiótico: 7 a 14 dias. • Alguns estudos mostram redução no número de dias de internação para usuários de corticoide sistêmico, mas, são necessários ma is estudos para esclarecer os efeitos sobre a mortalidade, dose e tempo de tratamento. Falha terapêutica • Ausência de melhora ou piora do quadro clínico e radiológico após 48 a 72 horas; o Falência precoce acontece nas primeiras 72 horas e está relacionada com a gravidade da infecção primária; o Falência tardia ocorre após 72 horas e acontece devido aos eventos secundários (infecção nosocomial, exacerbação de comorbidade) • Todos os casos deverão ser reavaliados para falha terapêutica. • Verificar se o diagnóstico foi correto ou incorreto. • Se correto, verificar se não há outra comorbidade, ou na droga usada, ou na dose usada, se o paciente teve reação adversa. Conversão do antibiótico EV para VO • Deve-se dar preferencia à continuação oral com a mesma droga ou da mesma classe > para alta precoce e reduzir custos. Critérios para alta hospitalar Prevenção • Vacinação o Gripe: ▪ Diminuiu a incidência de pneumonia em idosos; ▪ Reduz a incidência e limita a gravidade da doença; ▪ Maiores de 60 anos, institucionalizados, portadores de IRC, ICC, DPOC, imunossuprimidos, trabalhadores da saúde etc. o Pneumocócica (23 valente) ou Prevenar 13: ▪ Diminui incidência e gravidade da doença; ▪ Maiores de 65 anos, explenectomizados; imunossuprimidos, doenças crônicas etc. Diagnóticos diferenciais Traqueobronquite: infecção aguda associada a tosse produtiva, dispneia, sibilos, desconforto e dor torácica > sintomais iguais, porém, sem sinais comuns na radiografia da pneumonia. Coqueluche: apresentação subaguda, com sintomas de via aérea, crises de tosses e vômitos. Tratada com macrolídeos. Tuberculose: tosse com duração maior que 2 semanas, perda de peso e sudorese noturna. Atentar para fatores epidemiológicos (imigrantes, moradores de rua, presidiários e imunossuprimidos > apresenta como uma “pneumonia arrastada” que não melhora com antibióticos.
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