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Aulas de Direito Processual do Trabalho

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Aula dia 02/08/2021
Primeira Avaliação: 29/09
Segunda Avaliação: 24/11
Segunda Chamada: 01/12
Exame: 08/12
· Reclamado é o réu.
· Reclamante é o autor.
Aula dia 04/08/2021
1º Grau de Jurisdição - Juízes do Trabalho atuam nas varas do trabalho, aqui em Pelotas temos 4 Varas do Trabalho.
2º Grau de Jurisdição - Tribunais Regionais do Trabalho atualmente têm 24 TRT. O TRT do RS é o 4º TRT.
3º Grau de Jurisdição - TST sede em Brasília.
Temos o STF como Tribunal Superior, caso tenha-se uma matéria constitucional trabalhista.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
TEORIA GERAL DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite (2021) o Direito Processual do Trabalho é o ramo da ciência jurídica constituído por um sistema de normas, princípios, regras e institutos próprios, que tem por objeto promover a pacificação de forma justa dos conflitos individuais, coletivos e difusos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regulamentar o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho.
1.2 AUTONOMIA E NATUREZA JURÍDICA
Com relação à autonomia do Direito Processual do Trabalho, mesmo se tratando de um ramo da Ciência do Direito, surge uma discussão questionando se existe ou não autonomia deste ramo em relação aos demais.
Para os defensores da Teoria Monista o Direito Processual do Trabalho é um simples desdobramento do Direito Processual Civil, não possuindo princípios e institutos próprios (Valentim Carrion).
· A teoria monista é minoritária.
Já para os adeptos da Teoria Dualista o Direito Processual do Trabalho é ramo autônomo em relação ao Direito Processual Civil, possuindo regras, institutos e princípios próprios (Carlos Henrique Bezerra Leite, Amauri Mascaro Nascimento, Sérgio Pinto Martins, Humberto Theodoro Júnior, Wagner Giglio, Mauro Schiavi, etc).
· A teoria dualista é a predominante.
· O direito processual do trabalho é um ramo autônomo com regras e princípios próprios. 
No tocante a natureza jurídica do Direito Processual do Trabalho há um consenso geral de que, a partir do momento que o Estado traz para si o poder-dever se dizer e realizar o direito, o direito processual em geral (direito processual civil, direito processual penal e direito processual trabalhista, passa a integrar o Ramo do Direito Público.
Sendo Ramo do Direito Público o Direito Processual do Trabalho encontra suas fontes normativas no ordenamento jurídico estatal, na medida em que só o Estado tem o poder de editar normas de direito processual (art. 22, inciso I, da CF – compete privativamente à União legislar sobre direito processual, incluído nesta competência o direito processual do trabalho).
1.3 FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite (2021) as fontes do Direito Processual do Trabalho se dividem em fontes materiais e fontes formais (estas divididas em diretas, indiretas e de explicitação).
a) Fontes Materiais – provêm do direito material do trabalho, que absorve os fatos sociais, políticos, econômicos, culturais, éticos e morais de determinado povo em determinado momento histórico.
· Quando tais fatos se transformam relevantes para o mundo jurídico, eles se tornam regras.
b) Fontes Formais – são aquelas positivadas no ordenamento jurídico:
• Fontes formais diretas: leis (em sentido genérico) e costumes;
• Fontes formais indiretas: doutrina e jurisprudência;
• Fontes formais de explicitação (ou fontes integrativas): analogia, princípios gerais do direito e equidade.
-> Sempre atentar se a categoria do empregado que estamos representando possui acordo ou convenção coletiva.
· Convenção Coletiva: é o acordo de um sindicato de empregados com um sindicato de empregadores. O que se pactuar valerá como lei para toda categoria envolvida.
· Acordo Coletivo: haverá um acordo entre um sindicato de empregados com uma ou mais empresas, valendo somente para aquelas empresas que fizerem este ajuste com o sindicato.
Aula dia 09/08/2021
1.4 REGRAMENTOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Breve introdução sobre os regramentos do Direito Processual do Trabalho:
● As regras de Direito Processual do Trabalho estão previstas, em grande parte, na Consolidação das Leis do Trabalho- CLT - Decreto-Lei nº 5.452/1943.
● Com relação à fase de conhecimento quando a CLT for omissa, quanto às regras processuais, e houver compatibilidade de regras e princípios, pode-se usar de maneira subsidiária e supletiva o direito processual comum, com base no art. 769, da CLT e art. 15, do CPC.
Art. 769, da CLT – “Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”.
Art. 15, do CPC - “Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”.
· Direito processual comum não é sinônimo de Código de Processo Civil.
· Subsidiariamente: a CLT não fala nada.
· Supletiva: a CLT tem alguma coisa, não é completa.
● Com relação à fase de execução quando a CLT for omissa, quanto às regras processuais, e houver compatibilidade de regras e princípios, pode-se usar de maneira subsidiária os preceitos contidos na LEF - Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80), e em persistindo a lacuna é que se aplica o CPC - Código de Processo
Civil, com base no art. 889, da CLT.
Art. 889, da CLT – “Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal”.
● O Tribunal Superior do Trabalho - TST editou a Instrução Normativa nº 39/2016 que dispõe sobre as normas do Código de Processo Civil de 2015 aplicáveis e NÃO inaplicáveis ao Processo do Trabalho.
● A Lei nº 13.467/2017 - intitula Reforma Trabalhista - altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991. {Entrou em vigor em 11/11/2017}
● A Instrução Normativa nº 41 de 2018, editada pelo TST, dispõe sobre a aplicação das normas processuais da Consolidação das Leis do Trabalho alteradas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017.
1.5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCEDIMENTO TRABALHISTA
Princípios são proposições genéricas, abstratas e que inspiram o legislador na elaboração das normas. Possuem tríplice função: informativa, interpretativa e normativa.
Existem os princípios gerais do direito, que se aplicam a todos os ramos do direito, os princípios constitucionais e os princípios peculiares a cada ramo jurídico.
A) Princípios Constitucionais:
● Devido processo legal - art. 5º, LIV, da CF/88;
Artigo 5º, LIV, CF: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
· Regras que estão estabelecidas para que se tenha um devido processo legal, que dê paridade de armas para autor e réu. É o processo que respeita as regras processuais, e estas regras são os demais princípios abaixo. 
● Juiz natural - art. 5º, LIII, da CF/88;
Artigo 5º, LIII, CF: Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
· É a garantia de um processo na qual o juiz já foi pré-fixado, o juiz competente já é definido pela Constituição Federal.
● Inafastabilidade da jurisdição - art. 5º, XXXV, da CF/88;
Artigo 5º, XXXV, CF: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
· Toda lesão ou ameaça de direito pode ser levada ao poder judiciário.
· Não é necessário esgotar todas as vias administrativas para que se busque a Justiça do Trabalho, podendo-se buscar diretamente o judiciário sem antes esgotar as vias administrativas.Verificando a lesão ou ameaça ao direito trabalhista pode-se procurar a justiça do trabalho.
● Contraditório e ampla defesa - art. 5º, LV, da CF/88;
Artigo 5º, LV, CF: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
· Tudo que acontece dentro do processo se tem o direito de ser informado, e uma vez informado tem-se o direito de se manifestar dentro do processo.
● Motivação e publicidade das decisões judiciais - art. 93, IX, da CF/88;
Artigo 93, IX, CF: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
· O magistrado deve expor as razões de fato e de direito seja decisão interlocutória ou não. 
· Em regra todos os processos trabalhistas são públicos, mas existem casos que poderão tramitar em segredo de justiça.
● Razoabilidade da duração do processo - art. 5º, LXXVIII, da CF/88;
Artigo 5º, LXXVIII, CF: A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
· Todo ato processual devido é bem vindo dentro do processo trabalhista. Atos protelatórios podem ser entendidos como litigância de má-fé.
· Há um tempo processual para o caminhar do processo.
● Princípio da igualdade ou isonomia – art. 3º, inciso III, da CF e art. 5º, caput, da CF.
Artigo 3º, III, CF: erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Artigo 5º, Caput, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade.
· Todo processo tem igualdade de armas para ambas as partes, há regras processuais para o autor e para o réu, e não sendo cumpridas tais regras pode haver penalidades para estes descumprimentos.
· No quesito material há regras protetivas para o empregado, entretanto, no processo não há estas regras, há paridade de armas para ambas as partes.
B) Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e ao Processo do Trabalho:
● Princípio dispositivo ou da demanda - art. 2º, do CPC/2015;
Artigo 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
· O processo não pode começar por impulso oficial do magistrado, pois o magistrado é figura neutra. Cabe ao autor impulsionar e adentrar com a demanda trabalhista.
Artigo 878, CLT: A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juízo ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.
· Antes da reforma trabalhista se permitia ao magistrado trabalhista que iniciasse de ofício a fase de execução. Entretanto, isso foi revogado. Agora o magistrado só pode impulsionar de ofício se a parte não possuir advogado constituído nos autos. Se houver advogado constituído, cabe ao advogado impulsionar a fase de execução e se assim não fizer cabe prescrição intercorrente.
● Princípio inquisitivo ou do impulso oficial - art. 2º, do CPC/2015; 
Artigo 765, CLT: Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
· De acordo com o artigo 765, CLT, confere ao magistrado o poder de dar o caminho necessário ao processo na busca pela verdade real.
● Princípio da instrumentalidade das formas – arts. 277 e 283, do CPC/2015;
Artigo 277, CPC: Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Artigo 283, CPC: O erro na forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser reaproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observar as prescrições legais.
· Se a legislação trabalhista traz determinada forma para a prática daquele ato e este ato foi feito de forma diversa, porém atingiu sua finalidade, então este ato pode ser validado pelo magistrado.
● Princípio da estabilidade da lide - art. 141, do CPC/2015;
Artigo 141, CPC: O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
· Deve-se delimitar na petição inicial quais os direitos materiais pretendidos. E assim o réu será notificado a apresentar sua contestação, e apresentando o réu sua contestação, o processo estará estabilizado. Estando estabilizada a lide só poderá haver alteração com a concordância do réu e o réu terá oportunidade de modificar sua contestação.
· Enquanto não estiver estabilizada a lide pode-se modificar a petição inicial.
● Princípio da impugnação específica - art. 341, do CPC/2015;
Artigo 341, CPC: Incumbe também ao réu manifestar-se sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas.
· Na justiça do trabalho não se pode fazer defesa genérica, só quem pode fazer defesa genérica é a defensoria pública e o advogado dativo. Advogados particulares devem impugnar ponto por ponto. Em caso de defesa genérica por parte do advogado particular, o magistrado pode entender que está havendo a confissão.
Aula dia 16/08/2021
● Princípio da eventualidade - art. 336, do CPC/2015;
· No momento oportuno previsto pela legislação trabalhista temos que levantar todas as matérias possíveis, seja as de interesse da parte autora ou do réu. 
· Por exemplo, na petição inicial o autor deixará claro todos seus interesses. Pode haver o aditamento da petição inicial antes de haver a contestação nos autos. Entretanto, havendo a contestação deverá haver o consentimento do réu.
· Outro exemplo, o momento oportuno para o reclamado trazer toda sua defesa é a contestação.
● Princípio da preclusão - arts. 63, § 4º, 104, 209, § 2º, 278, 293, 507 e 1.009, do CPC/2015;
· Quando se verifica uma questão de nulidade processual ela deve ser argüida na primeira oportunidade de falar no processo, sob pena de preclusão. De acordo com o artigo 795, CLT.
· Todo e qualquer prejuízo deve ser levanto pela parte, requerendo a nulidade para que aquele ato possa ser refeito.
Algumas das espécies de Preclusão são:
- Preclusão Consumativa: eu já realizei o ato, na tendo como realizá-lo novamente. Um exemplo é o recurso. Na justiça do trabalho temos o prazo de 8 dias para interposição de recurso. Uma vez interposto, ainda que haja prazo este não pode ser refeito, nem emendado, pois este não será aceito pelo magistrado, pois ele reconhecerá a preclusão consumativa.
- Preclusão Temporal: quando transcorre o lapso temporal sem que se realize o ato temporal. Exemplo: se não interpuser o recurso em 8 dias úteis não será mais possível interpô-lo, o magistrado não aceitará o recurso por conta da preclusão temporal.
- Preclusão Lógica: quando se realiza um ato e logo se realiza um segundo ato que é incompatível com o primeiro. Exemplo: réu é condenado a pagar e paga e logo após ele entra com recurso. 
● Princípio da boa-fé processual - arts. 5º e 79 a 81, do CPC/2015;
· Todas as partes devem atuar com boa-fé e ética. Podendo haver aplicação de penalidades por conta da litigância de má-fé.
● Princípio da cooperação ou colaboração – art. 6º do CPC.
· As partes que atuam dentro do processo devem agir com cooperação e colaboração na prática dos atos processuais.
C) Princípios Específicos do Direito Processual do Trabalho:
● Princípio da proteção processual – (controvérsia).
· No direito material trabalhista a idéia é que como o trabalhador é parte mais fraca darelação de trabalho se criam regras materiais trabalhistas específicas protetivas.
· No direito processual há uma divergência na doutrina sobre se haveria a aplicação de regras protetivas ou não no direito processual trabalhista. Para alguns doutrinadores este princípio seria só informativo para o empregado. Mas para outros seria um princípio mitigado, devendo-se verificar no caso concreto a aplicabilidade ou não.
● Princípio da busca da verdade real - defende a ampla liberdade do juiz para buscar a verdade fática - art. 765, da CLT.
● Princípio da conciliação - o processo do trabalho tem ênfase na tentativa de conciliação.
· A conciliação é um ato processual obrigatório, podendo acontecer em qualquer fase do processo inclusive na fase de execução, nos limites da sentença. Não existe a opção ou não pelo autor pela audiência de conciliação.
· Sempre que se abre a audiência trabalhista e se encerra a audiência deve haver o questionamento sobre a conciliação e caso não seja ofertada a possibilidade de conciliação pode haver a nulidade daquele ato.
· Há uma corrente que alega que se não for ofertada no início mas foi ofertada no final, terá havido o saneamento da primeira. Tem outras correntes que dizem que se não houver a oferta de conciliação no início e houver no final, mesmo assim há nulidade.
● Princípio da normatização coletiva - art. 114, § 2º, da CF/88 - corresponde ao exercício do poder normativo da Justiça do Trabalho.
· Ação reclamatória trabalhista: este tipo de ação trata de direitos individuais de trabalhadores, em que a decisão do magistrado incidirá somente àquele trabalhador. E por tratar de causas individuais não se vê o poder normativo da justiça do trabalho.
· Dissídio Coletivo: ação que representa uma categoria profissional ou econômica e tem ingresso pelo sindicato que representa aquela categoria de empregados ou empresas. Quando há a sentença, identifica-se o princípio da normatização coletiva, pois reconhece normas gerais e abstratas para toda categoria que ingressou com o dissídio coletivo. O ingresso deste tipo de ação se dá no segundo ou terceiro grau. 
● Princípio do jus postulandi - no processo do trabalho é permitido à parte postular pessoalmente, ou seja, sem a necessidade de advogado - art. 791, da CLT.
· Advogado é facultativo na justiça do trabalho, mas atualmente devido à complexidade do direito, não é possível ingressar sem advogado.
· Súmula 425, TST: reconhece o artigo 791, CLT, mas determinadas ações precisam de advogado, ação rescisória, mandado de segurança, ação cautelar e processos ou recursos que tramitam em terceiro grau de jurisdição.
● Princípio da simplicidade - visando facilitar o acesso à justiça permite-se no processo do trabalho maior flexibilização e menos rigor na exigência de formalidade.
· As regras trabalhistas foram criadas para serem simples, principalmente por determinadas situações não ser necessário advogado.
● Princípio da oralidade: Grande parte dos atos processuais na justiça do trabalho ocorre de forma oral.
● Princípio da celeridade: o processo do trabalho é pensado para serem célebres, rápidos, pois tratam de demandas de caráter alimentício. 
● Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias – art. 893, § 1º da CLT.
· Decisão interlocutória é uma decisão feita pelo magistrado trabalhista que tem cunho decisório, mas não põe fim ao processo. Aqui não temos recurso de agravo de instrumento, é irrecorrível na hora em que ela acontece. Regra geral quando ocorre uma decisão interlocutória não é atacada, é relato o inconformismo e será discutida em sede de decisão definitiva, normalmente na sentença. Mas se verifica que é extremamente gravosa a decisão interlocutória podendo, dependendo do caso pode ser atacada por mandado de segurança.
● Princípio da extrapetição: O magistrado não pode julgar citra-petita, menos do que foi pedido na petição inicial, ultra-petita, além do que foi pedido na petição inicial ou extra-petita, fora do que foi pedido na petição inicial. Mas alguma situação entende-se que o magistrado pode conceder na sentença além do que foi pedido ou fora do que foi pedido na inicial sem ser ultra ou extrapetita.
Aula dia 18/08/21
Ler julgamento TST https://www.tst.jus.br/web/guest/-/s%C3%B3cia-de-empresa-consegue-reaver-de-carteira-de-habilita%C3%A7%C3%A3o-e-passaporte
1.6 CONFLITOS DO TRABALHO
1.6.1 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
Uma das funções principais do Direito do Trabalho é pacificar as divergências decorrentes das relações de trabalho, que são os denominados conflitos trabalhistas. Os conflitos trabalhistas podem ocorrer de maneira individual ou coletiva.
· Os conflitos individuais envolvem, por exemplo, patrão versus empregado, prestador de serviços versus tomador de serviços, relacionados, em geral, ao descumprimento de normas positivas, e que normalmente acabará ocasionando em uma ação reclamatória trabalhista. 
· Já os conflitos coletivos envolvem grupos ou categorias relacionados não só ao descumprimento de normas positivadas, mas também à criação de novas normas de regulamentação das relações de trabalho dessas categorias ou grupos. 
1.6.2 MÉTODOS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS
a) Autodefesa ou Autotutela: a parte mais forte impõe a outra um sacrifício por esta não consentida. A autodefesa ou autotutela são vedadas em nosso sistema. Mas ainda temos alguns exemplos no nosso sistema, como a greve.
b) Autocomposição: os litigantes em comum acordo e sem o emprego da força fazem concessões recíprocas mediantes ajustes de vontades dando fim à lide. Existem duas formas de autocomposição reconhecidas no âmbito do processo do trabalho: mediação e conciliação.
c) Heterocomposição: consiste na solução dos conflitos por um terceiro, cuja decisão tem força obrigatória sobre os litigantes. O terceiro pode ser investido pelas partes (arbitragem) ou pela lei (jurisdição). Como regra geral não se permite a arbitragem nas ações coletivas individuais na justiça do trabalho, tendo em vista que o empregado está em uma posição mais fraca. Entretanto, com a reforma da CLT no ano de 2017, incluiu-se o artigo 507-A que trouxe uma exceção a esta regra. Este artigo trás a figura do chamado empregado hipersuficiente, que é aquele que ganha duas vezes o teto do regime geral de previdência. No caso deste empregado, este pode adicionar uma cláusula em seu contrato de trabalho que prevê a arbitragem em caso de litígio entre ele e o empregador. Entretanto, se ocorrendo o litígio, o empregado ao invés de recorrer à arbitragem ir diretamente à justiça do trabalho, caberá ao réu em preliminar de contestação argüir a cláusula de arbitragem, pois se este não argüir, não poderá o juiz conhecê-la de ofício e o processo seguirá na justiça do trabalho. Já nos casos de ação coletiva é perfeitamente possível a arbitragem.
Artigo 507-A, CLT: Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei 9307/96.
2.1 ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A Justiça do Trabalho possui três órgãos conforme art. 111 da CF/1988:
• Tribunal Superior do Trabalho;
• Tribunais Regionais do Trabalho; e
• Juízes do Trabalho.
· A Justiça do Trabalho é Federal, sendo assim para ser Juiz do Trabalho, deve ser um juiz federal.
· Os juízes do trabalho ingressam na carreira mediante concurso público de provas e títulos, conforme dispõe a Lei Complementar nº 93/1998.
· No primeiro grau o órgão da Justiça do Trabalho são os Juízes do Trabalho e não as Varas do Trabalho. Uma vez que, a Vara do Trabalho é o local onde o Juiz do Trabalho atua.
· No segundo grau temos os Tribunais Regionais do Trabalho “TRT”, cuja figura é o desembargador. Poderá ser desembargador o juiz de carreira que por antiguidade e merecimento foi promovido a desembargador, o Membro do MinistérioPúblico do Trabalho ou ainda Membros da Advocacia com notório saber jurídico que é indicado na lista da OAB.
- Os Tribunais Regionais do Trabalho são órgãos colegiados encarregados de julgar recursos contra as decisões proferidas pelos juízes do trabalho, bem como processar e julgar as ações de sua competência originárias. Atualmente tem-se 24 Tribunais Regionais do Trabalho.
· No terceiro grau temos o Tribunal Superior do Trabalho “TST”, cuja figura é o Ministro. Poderá ser Ministro o juiz de carreira que primeiro foi juiz do trabalho, depois evoluiu para desembargador e logo após para ministro, ou também Membros do Ministério Público do Trabalho e ainda Membros da Advocacia com notório saber jurídico que seja indicado na lista da OAB.
- O Tribunal Superior do Trabalho é órgão de cúpula do poder judiciário trabalhista, possuindo sede em Brasília.
- Excepcionalmente a jurisdição trabalhista pode ser exercida por juízes de direito, conforme o art. 112 da CF/1988.
Art. 112, da CF: A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
· De acordo com o artigo acima, nas cidades em que não houver Justiça do Trabalho, será possível que entre com processo na Justiça Estadual Comum, ou seja, numa Vara Cível em que o magistrado cível é quem irá proferir sentença no processo. Entretanto, o recurso proveniente desta decisão deverá ser interposto no TRT. 
· Entretanto, embora o artigo acima seja muito cobrado em concursos, hoje não temos na prática a aplicabilidade deste artigo, uma vez que, hoje no Rio Grande do Sul todas as cidades são abrangidas por alguma jurisdição.
· Em regra se ingressa com processo trabalhista no local da prestação de serviços, pois é lá que estão as testemunhas.
Aula 23/08/2021
2.2.1 Órgãos Internos do TST
O TST é divido em órgãos com atribuições jurisdicionais e/ou administrativas:
· Tribunal Pleno: competente por aprovar, modificar ou revogar súmulas;
· Órgão Especial: competente pelos Mandados de Segurança em face do Presidente ou Ministro do Tribunal;
· Seções Especializadas:
· Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI) que se divide em:
SDI-I: Competente para julgar Embargos de Divergência;
SDI-II: Possui Competência Originária para julgar ações reclamatórias, mandado de segurança em face do Presidente ou do Ministro da SDI, AC, Habeas Corpus, etc. Além de julgar Recurso Ordinário de decisão do TRT.
· Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC): Competência Originária para julgar Dissídio Coletivo, e para julgar Recurso Ordinário de decisões do TRT e ainda julgar Embargos Infringentes.
· Turmas: Competência para julgar Recurso de Revista.
- Os órgãos com atribuições jurisdicionais e/ou administrativas do TST mencionados acima, são os mesmos órgãos dos TRTS.
2.2.2 Órgãos Auxiliares
O art. 111-A, § 2 º, da CF/1988 dispõe que funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho - TST dois órgãos com atribuições administrativas:
1) Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho – ENAMAT; e
2) Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT.
2.3 Ministério Público do Trabalho – MPT
O Ministério Público da União é composto pelo Ministério Público do Trabalho - MPT, Ministério Público Federal - MPF, Ministério Público Militar - MPM e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDF e Territórios. 
O Ministério Público do Trabalho é instituição permanente, essencial à função jurisdicional, integrante do Ministério Público da União, cuja função principal é promover a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indisponíveis – art. 127, da CF.
O MPT atua em processos judiciais e administrativos que envolvem menores, indígenas, incapazes e pode ingressar com ação civil pública.
São princípios institucionais do MPT:
• a unidade,
• a indivisibilidade,
• a independência funcional; e
• autonomia funcional, administrativa e orçamentária.
Os membros do MPT possuem as mesmas garantias da magistratura, quais seja vitaliciedade, inamovibilidade, e a irredutibilidade dos subsídios – art. 128, § 5º, I , da CF.
3.1 JURISDIÇÃO ESPACIAL DO TRABALHO
Jurisdição é uma função/poder do Estado de quando provocado dar a solução impositiva e definitiva ao conflito aplicando o direito material ao caso concreto.
O Estado irá exercer a jurisdição, essa função/poder, por meio de órgãos.
A Jurisdição é indivisível, é una, e para viabilizar o exercício da jurisdição a lei definiu critérios objetivos de distribuição da jurisdição, as competências.
Portanto, competências são critérios objetivos definidos em lei de distribuição da jurisdição pelos órgãos jurisdicionais para viabilizá-la.
A lei ao definir os critérios buscou atender duas ordens de interesse:
a) interesses do Estado - competência absoluta;
b) interesses das partes - competência relativa.
3.2 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
Para o exercício da jurisdição, isto é, o poder/dever do Estado de aplicar o direito ao caso concreto, o Poder Judiciário foi dividido em ramos, incumbindo à Justiça do Trabalho pacificar as divergências decorrentes das relações de trabalho.
Para cada ramo do poder judiciário foi designado um conjunto de competências, cuidando a legislação de delimitar os critérios dessa divisão. 
Portanto, para o exercício da jurisdição, isto é, o poder/dever do Estado de aplicar o direito ao caso concreto, o Poder Judiciário foi dividido em ramos, dentre os quais temos os especializados, como a Justiça do Trabalho. E para cada ramo foi designado um conjunto de competências.
A competência pode ser absoluta ou relativa.
A competência absoluta é criada em razão do interesse público, sendo, assim, cogente, obrigatória. A incompetência absoluta pode ser alegada por qualquer sujeito do processo, inclusive de ofício pelo juiz, a qualquer tempo ou grau de jurisdição - art. 64, § 1º, do CPC. Tal incompetência gera a nulidade absoluta do processo.
São espécies de Competência Absoluta:
a) Competência em razão da Matéria; 
b) Competência em razão da Pessoa; e 
c) Competência em razão da Função/hierarquia.
 
A competência relativa é aquela que privilegia o interesse das partes, sendo também fixada por lei, mas permitindo alteração pela vontade dos sujeitos processuais.
A incompetência relativa não pode se conhecida de ofício, dependendo de provocação das partes - OJ nº 149 da SDI-II do TST.
OJ nº 149 da SBDI-II TST: Conflito de competência. Incompetência territorial. Hipótese do artigo 651, §3º, da CLT. Impossibilidade de declaração de ofício de incompetência relativa. Não cabe declaração de ofício de incompetência territorial no caso do uso, pelo trabalhador, da faculdade prevista no artigo 651, §3º, da CLT. Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo reconhecimento da competência do juízo do local onde a ação foi proposta.
Conforme art. 800, da CLT a exceção de incompetência relativa deverá ser apresentada em peça que sinalize a existência da exceção (Essa peça será mais bem estudada no capítulo XI).
Artigo 800, CLT: Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo e cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.
Não sendo alegada a exceção de incompetência relativa, verifica-se a prorrogação da competência, de forma que o juiz inicialmente incompetente passa a ser competente para a causa. Ou seja, cabe ao réu argüir a competência relativa, não cabendo ao juiz levantar de ofício. Se o réu assim não fizer, ocorrerá a prorrogação da competência.
São espécies de competência relativa:
a) Competência Territorial: Diferentemente do direito processual civil, no que tange a competência territorial, está não será nem o domicílio do réu e nem o domicílio do autor. No direito processual do trabalho, no que tange a competência territorial, o local competente é o da prestação doserviço. 
b) Competência em Razão do Valor da Causa: Diferentemente do direito processual civil, na Justiça do Trabalho não há os chamados Juizados Especiais e desta forma, não interessa no direito processual do trabalho o valor da causa. Assim, a competência em razão do valor da causa é irrelevante para que se averigúe o local de propositura da demanda. O valor da causa na justiça do trabalho, apenas será importante para que se analise qual o rito processual deve-se seguir.
Todavia, na Justiça do Trabalho competência relativa é só a territorial, pois o valor da causa não define competência na Justiça do Trabalho, mas sim o rito processual:
Ritos Processuais da Justiça do Trabalho:
a) Rito Processual Sumário (dissídio de alçada): para causas cujo valor seja até 2 salários mínimos– Art. 2º, § 3º e § 4º, da Lei nº 5.584/70;
b) Rito Processual Sumaríssimo: para causas cujo valor seja até 40 salários-mínimos - Artigos. 852-A a 852-I, da CLT (Lei nº 9.957/2000).
c) Rito Processual Ordinário – para causas cujo valor seja acima de 40 salários mínimos - Artigos 837 – 852, da CLT.
3.2.1 COMPETÊNCIA ABSOLUTA
1) Competência Absoluta em Razão da Matéria- rationae materiae
No processo do trabalho a competência em razão da matéria é delimitada pela natureza da relação jurídica material deduzida em juízo, ou seja, o que define a competência material é a causa de pedir (fatos e fundamentos jurídicos) e o pedido, independente se serão utilizadas normas jurídicas de outra natureza na solução do litígio.
O art. 114, da CF/1988 traz a delimitação da competência material da Justiça do Trabalho. Vide:
Art. 114, da CF - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Primeira Parte do Inciso: 
· As controvérsias oriundas das relações de trabalho: como regra geral, tudo que for do ramo privado será de competência da justiça do trabalho, vejamos alguns exemplos:
-> Trabalhadores autônomos;
-> Representante comercial;
-> Trabalhador eventual;
-> Trabalhador cooperado;
-> Empregados de cartórios extrajudiciais, pois são celetistas;
· Matéria trabalhista de iniciativa privada será competência da justiça do trabalho.
Observação 1: 
Súmula 363, STJ - Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.
· Sempre que um profissional liberal for ajuizar ação de cobrança de seus honorários contratuais em face de seu cliente, deverá ser ajuizada na Justiça Comum Estadual, pois se trata de um contrato cível.
Observação 2: Autorização trabalho artístico infantil (menor 16 anos) - ADI nº 5.326, STF em sede de liminar – competência da Justiça Estadual (Juízo da Vara da Infância e Juventude).
Segunda Parte do Inciso:
· Conflitos decorrentes das relações de trabalho abrangendo entes da Administração Pública Direta e Indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios STF – ADI Nº 3.395-6
Administração Pública Direta: União, Estados, Distrito Federal e Município.
Administração Pública Indireta: autarquias, fundações, sociedade de economia mista e empresas públicas que são ligadas aos entes.
- Servidor público celetista – competência da Justiça do Trabalho;
- Servidor público estatutário – competência da Justiça Estadual ou Federal, este servidor público faz concurso público e é regido pela lei do servidor público, havendo conflitos decorrentes das relações de trabalho.
- Servidor público temporário – competência da Justiça Estadual ou Federal. 
· Se o servido público seja ele estatutário ou temporário, se pertencer a União a competência vai ser da Justiça Federal.
· Se o servidor público seja ele estatutário ou temporário, se pertencer ao Município ou ao Estado vai ser da Justiça Estadual.
Terceira Parte do Inciso: 
· Conflitos decorrentes das relações de trabalho abrangendo os Entes de Direito Público Externo.
Os entes de Direito Público Externo podem ser: Representações Diplomáticas ou Organismos Internacionais.
a) Representações Diplomáticas (Embaixadas e Consulados): Direito Consuetudinário – depende da natureza dos atos praticados:
- Atos de Império (Soberania) – no caso da representação diplomática praticar os chamados atos de império, possuirá imunidade absoluta de jurisdição, ou seja, não é possível que se mova processo na justiça do trabalho. Alguns exemplos de atos de império são: Confecção de passa porte, certidão de nascimento, certidão de casamento, visto.
- Atos de gestão (agindo como se fossem o particular) – no caso da representação diplomática praticar os chamados atos de gestão, não possuirá imunidade de jurisdição, entretanto, possuirá a chamada imunidade de execução, em que embora seja possível mover processo na justiça do trabalho, caso esta representação diplomática não cumpra de forma voluntária com a decisão proferida no processo, não será possível mover contra esta representação uma execução, pois esta possuirá imunidade de execução. Entretanto, no que tange a imunidade de execução, se esta representação diplomática possuir no Brasil patrimônio ocioso, que é aquele que não está sendo utilizado pela representação, este patrimônio poderá ser executado. Outra exceção a regra da imunidade de execução, é se houver recusado a esta imunidade, pois neste caso, como houve a recusa da imunidade, será possível a execução. Alguns exemplos de atos de gestão são: contratação de faxineira, de atendente de telefone.
b) Organismos Internacionais – OJ nº 416 da SDI-I do TST.
OJ 416, da SDI-I, do TST - IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) (mantida conforme julgamento do processo TST-E-RR-61600-41.2003.5.23.0005 pelo Tribunal Pleno em 23.05.2016). As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional.
· Alguns exemplos de organismos internacionais são a ONU e a OIT.
· No que tange aos organismos internacionais independe da natureza dos atos praticados, pois estes possuem uma imunidade absoluta, tanto de jurisdição quanto de execução, ou seja, não é possível mover processo na justiça do trabalho e nem executar. Entretanto, deve-se olhar para a norma constitutiva dentro do país, e ver se há imunidade absoluta para aquele organismo internacional. No caso da ONU e da OIT estes possuem imunidade absoluta. 
Aula dia 25/08/2021
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
· Toda ação em que possuir como objeto o direito de greve será de competência da Justiça do Trabalho.
Exemplos de Ações que possuem como Objeto o Direito de Greve:
Ações individuais e coletivas:
· Dissídio de greve (Lei de greve nº 7.783/89): é movido pelo sindicato da categoria profissional ou pelo sindicato das empresas. A greve é causa de suspensão do contrato de trabalho, naquele período de greve o empregador não paga salário. Pode-se entrar com ação para averiguar a legalidade daquela greve, bem como averiguar se o empregador irá pagar salário, desde que os empregados cumpram os horários que ficaram na greve.
· Ações indenizatórias: poderá a empresa entrar com ação indenizatória em face de empregados que durante a greve quebraram algo dentro da empresa.
· Ação possessória: A empresa pode entrar com ação possessória em face de trabalhadores que tomam o prédio da empresa e não deixam ninguém entrar.
Súmula Vinculante 23 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
III - as ações sobre representaçãosindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
· Sempre que tiver envolvida a figura do sindicato à ação será de competência da justiça do trabalho.
Exemplos de ações que envolvem a figura do Sindicato:
· Sindicatos disputando a representação sindical da categoria;
· Conflitos interna corporis (trabalhadores e seus sindicatos; empregadores e seus sindicatos), como, por exemplo, discussão sobre o estatuto do sindicato.
· Ação de cobrança de contribuições sindicais;
· Conflitos decorrentes da eleição sindical.
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
Algumas situações em que cabem as medidas acima:
· Mandado de segurança em face de ato do juiz do trabalho: Exemplo, Juiz que defere liminar de bloqueio de 500 mil na conta uma empresa para garantir o pagamento do reclamante no final do processo. Esta decisão do juiz de deferimento de liminar é uma decisão interlocutória, e no direito do trabalho não cabe recurso à decisão interlocutória, podendo ser discutida tal decisão interlocutória somente ao término do processo após a sentença. Como se trata de um grande valor que causará prejuízos a empresa aguardar até o término do processo para discutir aquela decisão, desta forma, poderá a empresa entrar com mandado de segurança pedindo o desbloqueio dos valores.
 
· Mandado de segurança contra ato do fiscal do trabalho: Exemplo, fiscal do trabalho embargou uma obra sem nenhuma justificativa, a empresa pode entrar com mandado de segurança pedindo da desobstrução daquela obra.
· Habeas Corpus: Exemplo: uma das medidas executivas é requerer a apreensão de documentos do reclamado, para coagi-lo a pagar, como, por exemplo, apreender CNH, passaporte, etc. O reclamado pode ingressar com habeas corpus pedindo a liberação dos seus documentos. Ainda, segundo entendimento do TST deve haver a Liberação de passaporte com o fim de proteger liberdade primária.
· Habeas datas: Exemplo, o reclamado já negociou, entretanto, não houve a retificação dos seus dados por recusa do banco, podendo o reclamado entrar com habeas datas pedindo a retificação dos dados constantes em banco público. 
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o, CF;
· Conflitos existentes entre a jurisdição trabalhista é a própria justiça do trabalho quem irá decidir de acordo com os Artigos 803 a 812, da CLT.
· Se os conflitos forem entre órgãos do mesmo nível é o nível superior quem vai decidir.
· A única exceção se aplica se o conflito envolver tribunal superior, cabendo nestes casos ao STF decidir o conflito, conforme o artigo 102, I, alínea o, CF.
Art. 102, CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; Conflitos de competência (positivo ou negativo) – positivo quando se dizem competente e negativo quando se dizem incompetente para julgar.
Art. 808, da CLT – os conflitos de jurisdição trabalhistas serão resolvidos pelo:
Tribunal Regional do Trabalho – TRT:
· Vara do Trabalho X Vara do Trabalho - Ambas da Mesma Região;
· Juiz de Direito Investido na Jurisdição Trabalhista X Juiz de Direito Investido na Jurisdição Trabalhista - Ambos da Mesma Região;
· Vara do Trabalho X Juiz de Direito Investido na Jurisdição Trabalhista - Ambos da Mesma Região.
Tribunal Superior do Trabalho – TST
· TRT X TRT De Regiões Diferentes;
· Vara do Trabalho X Vara do Trabalho De Regiões Diferentes;
· Juiz de Direito Investido na Jurisdição Trabalhista X Vara do Trabalho De Regiões Diferentes;
· Juiz de Direito Investido na Jurisdição Trabalhista X Juiz de Direito Investido na Jurisdição Trabalhista De Regiões Diferentes.
Superior Tribunal de Justiça – STJ
· Vara do Trabalho X Juiz de Direito não Investido na jurisdição Trabalhista;
· Vara do Trabalho X Juiz Federal;
· TRT X Juiz Federal;
· TRT X Juiz de Direito.
ATENÇÃO!
Súmula 420 do TST - COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO.
TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res. 137/2005,
DJ 22, 23 e 24.08.2005. Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003).
· Não há conflito de competência – Trata-se de HIERÁRQUIA:
 - TRT X TST;
- TRT X Vara do Trabalho a ele vinculada.
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
Exemplo: Acidente de trabalho ou doença ocupacional.
Súmula Vinculante 22 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.
Súmula nº 392 do TST: DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal Pleno realizada em 27.10.2015) - Res. 200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015. Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.
	
Aula dia 30/08/2021
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
 
· No caso de penalidades administrativas impostas pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho cabe qualquer tipo de ação que venha a questionar a penalidade administrativa imposta. Um exemplo de penalidade administrativa é multa aplicada pelo fiscal do trabalho.
Exemplos de Ações que são cabíveis em caso de aplicação de multa administrativa imposta pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho:
· Execuções fiscais das multas administrativas; Exemplo- foi aplicada multa administrativa ao empregador, que fez uso de todos os meios administrativos e ainda a multa foi mantida, poderá então buscar ao judiciário.
· Tutela de evidência; Exemplo- fiscal do trabalho embargou determinada obra indevidamente. Poderá o empregador ingressar com uma tutela de urgência e pedir a desobstrução daquela obra.
· Mandado de segurança; Exemplo- uma obra embargada, se o fato tiver prova material pré-constituída sem precisar de dilação probatória e ocorreu dentro lapso temporal de 120 dias que é o prazo do mandado de segurança. 
· Ação anulatória;
· Ação declaratória.
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
· Essas contribuições sociais são as contribuições previdenciárias; 
· O artigo 195, I, a trás as contribuições previdenciárias de responsabilidade de trabalhador e o inciso II trás as de responsabilidade do empregador.
· Sendo essas contribuições previdenciárias decorrentes das sentenças proferidas pela justiça do trabalho ou dos acordos homologados pela justiça do trabalho, tais valores podem ser executados de ofício pelo juiz. Entretanto, isto só ocorrerá quando a sentença ou acordo homologado tiver verba de natureza salarial.
· Se a verba for de natureza indenizatória não poderá haver execução de ofício.
· Se dentro desta sentença ou acordo só se reconheceu tempo de serviço, e não houve nenhuma determinação de pagamento de verba de natureza salarial, mas tão somente o reconhecimento, não poderá a justiça do trabalhode ofício ingressar com a execução, quem deverá cobrar algum valor que seja devido será a própria previdência.
Súmula Vinculante 53 do STF: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.
Súmula 368, I do TST: DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR (aglutinada a parte final da Orientação Jurisprudencial nº 363 da SBDI-I à redação do item II e incluídos os itens IV, V e VI em sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2017) - Res. 219/2017, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998).
Súmula nº 454 do TST (contribuição SAT): COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 414 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014. Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).
· O Seguro Acidente de Trabalho também é uma contribuição previdenciária, assim se houver sentença ou acordo na justiça do trabalho com natureza salarial em que seja devido o pagamento do SAT pelo empregador, é permitido que o magistrado execute de ofício.
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
· Competência derivada:
a) Art. 652, letra a, III, da CLT – pequeno empreiteiro;
Artigo 652, CLT: Compete às Varas do Trabalho:
a) Conciliar e julgar:
III- Os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice.
b) Art. 652, letra a, V, da CLT – trabalhador portuário;
Artigo 652, CLT: Compete às Varas do Trabalho:
a) Conciliar e julgar:
V- As ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho.
c) Art. 643, CLT – trabalhador avulso;
Artigo 643, CLT: Os dissídios, oriundos das relações entre empregados e empregadores bem como de trabalhadores avulsos e seus tomadores de serviços, em atividades reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho, de acordo com o presente Título e na forma estabelecida pelo processo judiciário trabalhista.
d) Art. 19, da Lei nº 6.019/74 – trabalhador temporário;
Artigo 19, Lei nº 6019/71: Competirá à Justiça do Trabalho, dirimir os litígios entre as empresas de serviço temporário e seus trabalhadores.
e) Art. 652, letra f, da CLT – homologação de acordo extrajudicial em matéria trabalhista (Arts. 855-B a 855-E, da CLT)
Artigo 652, CLT: Compete às Varas do Trabalho:
f) Decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho.
Súmula nº 300 do TST: Competência da Justiça do Trabalho. Cadastramento PIS. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativos ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).
Súmula nº 389 do TST: SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000);
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000).
Art. 114, da CF - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
ATENÇÃO! A Arbitragem sempre foi reconhecida pela doutrina trabalhista nas relações coletivas de trabalho, já nos contratos individuais não havia aplicabilidade até o advento da Reforma Trabalhista, que trouxe a inclusão do art. 507- A, na CLT – figura do trabalhador hipersuficiente.
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.
· A arbitragem no caso de ações coletivas sempre foi permitida, uma vez que, se entende que o sindicato dos trabalhadores e o sindicato da empresa, ou o sindicato dos trabalhadores e a empresa, estão em pé de igualdade. Ao contrário do que ocorrer nos contratos individuais em que de um lado está o empregado e do outro o empregador, sendo assim vedada a arbitragem nas relações individuais, entretanto, com a reforma trabalhista o artigo 517-A, CLT, passou a permitir a arbitragem no caso do trabalhador é hipersuficiente, podendo ter no contrato de trabalho uma cláusula que estipula a arbitragem. 
· A arbitragem é matéria de defesa, assim de acordo com artigo 331, CPC, não pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado, cabendo ao réu levantar a arbitragem caso a situação seja levada ao judiciário.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente
· Frustrada a negociação coletiva ou tendo ido a arbitragem, lá também se frustrou, poderá o sindicato de ambas as partes ir ao judiciário ingressar com dissídio coletivo econômico que é aquele que uma vez julgado pelo magistrado gera normas gerais e abstratas para aquela categoria que levou a discussão ao judiciário trabalhista.
· Há discussão sobre este comum acordo, se este pode ser tácito ou deve ser expresso. 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
· Quando há greve poderá caber também um processo chamado de dissídio coletivo de greve, que pode ser movido pelo sindicato dos empregadores ou dos empregados, ou pelas empresas envolvidas na greve.
ATENÇÃO!
A Justiça do Trabalho não detém competência penal. A matéria penal deverá ser discutida na Justiça Comum Estadual ou Federal.
II) Competência Absoluta em Razão da Pessoa
Depois de averiguarmos se a matéria é de competência da justiça do trabalho, devemos analisar a competência em razão da pessoa, ou seja, devemos olhar para o pólo ativo e para o pólo passivo, para que possamos averiguar se será de competência da Justiça Estadual, Federal ou do Trabalho.
A Justiça do Trabalho teve considerável alteração de competência após o advento da EC nº 45 de 2004. Nesse contexto, o art. 114 da CF, já estudado acima, é o principal dispositivo que declina a competência da Justiça do Trabalho.Sendo que, tal artigo versa sobre a competência material e também em razão da pessoa.
Como visto a competência material é identificada pela causa de pedir (fatos e fundamentos jurídicos) e pelo pedido deduzido em juízo.
Já a competência em relação da pessoa é definida levando-se em conta a qualidade das partes envolvidas na relação jurídica processual.
Por exemplo, quando a controvérsia envolve relação trabalhista de servidor público estatutário se for servidor municipal ou estadual a competência será da Justiça Comum Estadual. No entanto, se for servidor público estatutário federal a competência será da Justiça Comum Federal, pois causas que envolvem entes Federais, em regra, segunda a CF são julgadas na Justiça Comum Federal, nos termos do art. 109, inciso I, da CF.
Artigo 109, CF: Aos juízes federais compete processar e julgar:
I- Causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
III) Competência Absoluta em Razão da Função/Hierarquia
A competência funcional é aquela fixada em decorrência da distribuição interna de atribuições (funções) dos órgãos jurisdicionais, nesse caso, da Justiça do Trabalho. Aqui se olha para quem vai julgar.
Os Órgãos Jurisdicionais da Justiça do Trabalho são:
· 1º GRAU- Varas do Trabalho;
· 2º GRAU – TRTS;
· 3º GRAU – TST.
A competência funcional pode ser hierárquica (vertical) ou horizontal. 
· Quando se fala em competência funcional horizontal, fala-se em sede de TRT e TST.
· No caso da competência funcional hierárquica vertical, ela poderá ser da Vara do Trabalho, do TRT ou do TST.
	
Competência Funcional Hierárquica Vertical:
Varas do Trabalho: é o local em que são ajuizadas, em regra, as ações individuais trabalhistas, por exemplo, a ação típica denominada ação reclamatória trabalhista, o Mandado de Segurança em que a autoridade co-autora é um fiscal do trabalho, a ação de consignação em pagamento, o inquérito judicial para apuração de falta grave, dentre outras ações. Embora sejam ações individuais poderá haver litisconsórcio passivo e ativo.
Ações Ajuizadas nas Varas do Trabalho:
a) Ação Reclamatória Trabalhista;
b) Mandado de Segurança; - para que o mandado de trabalho seja impetrado na vara do trabalho a autoridade coautora deve ser abaixo do juiz do trabalho, por exemplo, um fiscal do trabalho.
c) Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave;
d) Ação de Consignação em Pagamento.
e) Habeas Corpus;
f) Habeas Datas.
A competência dos Tribunais (TRT e TST) pode ser subdividida em:
a) Competência recursal: competência para julgar recursos
b) Competência originária: competência para ingresso de processos.
Competência Recursal dos Tribunais (TRT/TST)
A competência recursal está relacionada aos recursos, isto é, a CF, a Lei e os Regimentos Internos dos Tribunais definem os órgãos que serão competentes para o julgamento de determinados recursos.
Exemplo de Competência Recursal do TRT
· O TRT, em regra, tem competência para julgar o Recurso Ordinário - RO;
Exemplo de Competência Recursal do TST
· O TST tem competência para julgar o Recurso de Revista – RR.
Já a competência originária ocorre quando a legislação suprime do primeiro grau de jurisdição o julgamento da causa, considerando como competente um Tribunal. Nesse caso, a ação será ajuizada diretamente em um Tribunal de segundo grau (TRT) ou de terceiro grau (TST).
Exemplos de Ações de Competência Originária do TRT
· Poderá ser ajuizado dissídio coletivo no TRT quando aquela categoria de empregados e de empregadores está abrangida dentro de cidades que possui jurisdição dentro num TRT específico.
· Será ajuizado no TRT mandado de segurança quando a autoridade coatora for o juiz do trabalho.
· Será ajuizada no TRT a ação rescisória que é aquela que serve para desconstituir a coisa julgada quando possui vícios, quando a decisão transitou em julgado no TRT.
· A ação rescisória e o dissídio coletivo são ações ajuizadas em Tribunais, o que significa que a Vara do Trabalho jamais irá julgar esse tipo de ação.
Exemplos de Ações de Competência Originária do TST
· Será ajuizado do TST dissídio coletivo quando a discussão envolve cidades diferentes ligadas a TRTS diferentes.
· Será ajuizado no TST mandado de segurança quando o órgão coator for o TRT.
· A ação rescisória será ajuizada no TST quando o processo transitou em julgado no TST.
Competência Funcional Hierárquica Horizontal:
A competência funcional horizontal é a existente dentro de um mesmo grau de jurisdição como, por exemplo, nas fases do processo: fase de conhecimento, fase de liquidação e fase de execução.
· A competência funcional horizontal é aquela que se discute em sede de tribunais. Pois os tribunais são compostos por vários órgãos internos e precisa-se saber pelo o que cada órgão é competente. Quem dirá é o regimento interno do tribunal.
Também se verifica na distribuição da competência dos órgãos julgadores internos de um Tribunal:
• Tribunal Pleno;
• Órgão Especial;
• SDC – Seção de Dissídios Coletivos;
• SDI – Seção de Dissídios Individuais:
* SDI – I, Subseção de Dissídios Individuais I;
* SDI – II, Subseção de Dissídios Individuais II; e
• Turmas.
3.2.2 COMPETÊNCIA RELATIVA
I) Competência Relativa - Competência Territorial
Em regra, a competência territorial no processo do trabalho é fixado com base no local da prestação de serviços, ainda que o empregado tenha sido contratado em outro local - art. 651, da CLT.
Artigo 651, CLT: A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços AP empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
O objetivo do legislador é facilitar a produção de provas, sobretudo a oral, na medida em que, presume-se, que no local da prestação de serviços se encontrarão as testemunhas.
Assim, regra geral a competência territorial será o local da prestação de serviços, mas há três exceções trazidas nos parágrafos do art. 651, da CLT. 
Primeira Exceção:
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, NA FALTA, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima que exista justiça do trabalho.
· Exceção pela Natureza da Função, pois o trabalhador não tem u lugar fixo.
Segunda Exceção:
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
· EXCEÇÃO para o empregado brasileiro que trabalha no exterior a reclamação poderá ser ajuizada na Justiça do Trabalho brasileira. Quanto à Vara do Trabalho a doutrina e jurisprudência divergem entre o local da sede ou filial da empresa, o local da contratação ou do domicílio do empregado, prevalecendo, de certo modo, que a competência é do local em que a empresa detenha sede ou filial no Brasil
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
· EXCEÇÃO - O empregador PELA NATUREZA DA ATIVIDADE leva o empregado a trabalhar em locais diversos – ATIVIDADE ITINERANTE – Exemplo: circo, feiras agropecuárias, teatro, etc.
A jurisprudência trabalhista vem mitigando o rigor da norma contida no caput do art. 651 da CLT e permitindo, por exemplo, que:
• Trabalhadores arregimentados (trabalhadores que são contratados para trabalhar em lavouras e outras regiões) possam ajuizar ação no local de seus domicílios;
• Empregados que residem em cidades distantes do local da prestaçãode serviços e demonstram miserabilidade jurídica.
· +O fundamento dessas mitigações é o acesso à justiça, diante da possível dificuldade financeira desses trabalhadores de buscar o Poder Judiciário no local da prestação de serviços.
INFORMATIVO 146 TST – A SDI I do TST admitiu o ajuizamento de ação trabalhista no domicilio do reclamante quando a reclamada for empresa de grande porte e prestar serviços em âmbito nacional.
IN. 36 de 2016 do TST – art. 2º, inciso I - não se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade:
I - art. 63 (modificação da competência territorial e eleição de foro).
Art. 63 do CPC - As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
Aula dia 01/09/2021
4.1 SUJEITOS DO PROCESSO E SUJEITOS DA LIDE
A expressão sujeitos do processo é mais ampla do que sujeitos da lide.
“Os sujeitos da lide são os titulares da relação de direito material que figuram como partes no conflito de interesses deduzidos em juízo” (LEITE, 2020, p. 506).
E existem outras pessoas que atuam no processo, e que praticam atos processuais, mas não detêm interesse jurídico na lide (LEITE, 2020, p. 506), configurando-se em sujeitos do processo.
Os principais sujeitos do processo são:
· As partes – reclamante e reclamado;
· O juiz.
4.2 PARTES
São sujeitos do processo trabalhista as partes (reclamante e reclamado) e o juiz, pois participam e fazem o desenvolvimento da relação jurídica processual.
No processo do trabalho de natureza individual (dissídio individual) as partes são o reclamante (autor), aquele que postula o direito material e o reclamado (réu), aquele em face de quem é postulado o direito material.
É possível a pluralidade de pessoas no polo ativo, litisconsórcio ativo, ou passivo da ação, litisconsórcio passivo, ou em ambos – art. 842, da CLT.
Art. 842 da CLT - Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento.
Já no processo de natureza coletiva, dissídio coletivo, as partes são o suscitante (autor) e o suscitado (réu).
4.2.1 Capacidade na Relação Processual
Dentro da análise dos sujeitos do processo é importante o estudo da capacidade na relação processual, que se divide em:
a) Capacidade de ser parte;
b) Capacidade de estar em juízo ou processual;
c) Capacidade postulatória.
a) Capacidade de ser parte
Todo ser humano tem capacidade de ser parte. Além das pessoas naturais, o ordenamento jurídico reconhece capacidade de ser parte às pessoas jurídicas, já que também podem ser titulares de direitos e obrigações – art. 70 do CPC.
Artigo 70, CPC: Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos te, capacidade para estar em juízo.
· Terá capacidade para ser parte é o titular do direito material trabalhista. Pode ser pessoa física ou jurídica.
E, ainda, o ordenamento jurídico confere capacidade de ser parte a entes despersonalizados como a massa falida e o espólio – art. 75, do CPC.
Artigo 75, CPC: Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
V- a massa falida, pelo administrador judicial;
VII- o espólio, pelo inventariante.
b) Capacidade de estar em juízo ou processual
A capacidade processual ou capacidade de estar e juízo é conferido às pessoas que possuem capacidade civil – arts. 3º e 4º, do CC.
Artigo 3º, CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos.
Artigo 4º, CC: São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I- Os maiores de 16 e menores de 18 anos;
II- Os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III- Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV- Os pródigos.
· No direito do trabalho, a capacidade civil se adquire aos 18 anos de idade, o maior de 18 anos tem capacidade processual. 
· Entre 16 anos e 18 anos, é necessária a assistência, e ao menor de 16 anos é necessária a representação, para que possa ser parte no processo trabalhista.
Segundo o art. 793, da CLT a assistência e/ou representação será realizada por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo Sindicato, pelo Ministério Público Estadual ou curador nomeado em juízo.
Art. 793 da CLT - A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo.
· No caso de pessoa interditada deve-se ver no processo de interdição quem é o seu curador, e será o curador quem irá representar a pessoa. Deve-se analisar para quais os atos da vida civil a pessoa interditada é impedida.
ATENÇÃO!
Art. 76 do CPC é aplicável ao processo do trabalho nos termos do art. 3º, inciso I, da IN nº 39/2016 do TST:
Art. 76 do CPC - Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. [...]
c) Capacidade postulatória
A capacidade postulatória corresponde à postulação em juízo que, em regra, é feita por advogado.
No processo trabalhista, o próprio sujeito do processo pode exercer a capacidade postulatória em razão do jus postulandi, previsão do art. 791, da CLT, ou seja, a própria parte pode postular em juízo, sem ser acompanhada por advogado.
Art. 791 da CLT - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
O jus postulandi, contudo, é limitado à instância ordinária, isto é, as Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho. E também não pode ser aplicado a ação rescisória, ação cautelar, mandado de segurança e em recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho – Súmula 425, do TST.
Súmula nº 425 do TST: O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
A – ação rescisória
M – mandado de segurança
A – ação cautelar
R – recuso do TST
E com a reforma trabalhista o jus postulandi também ficou vetado no caso de ajuizamento de processo para a homologação de acordo extrajudicial, art. 855-B, da CLT.
Art. 855-B da CLT - O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
4.3 LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio é o fenômeno da pluralidade de pessoas em um dos polos ou em ambos da relação processual. Deste modo, é ação promovida por várias pessoas em face e um único réu, por uma única pessoa em face de vários réus ou por vários autores em face de vários réus.
O litisconsórcio é tratado nos arts. 113 a 118, do CPC, aplicados subsidiariamente ao processo do trabalho em face da omissão.
· No caso do litisconsórcio ativo é necessário que seja o mesmo empregador.
4.4 PROCURADORES – REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO
- MANDATO: A representação por advogado é feita, em regra, por meio de instrumento de procuração, com a qual se delimita os poderes do constituído, que podem ser comuns ou especiais.
É possível o registro em ata de audiência dos poderes outorgados ao procurador, desde que presente a parte – art. 791, § 3º, da CLT.
Art. 791 da CLT - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmenteperante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 3o - A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.
O simples registro do nome do advogado em ata de audiência, presente a parte, configura mandato tácito (apud acta), possuindo o advogado poderes para o foro em geral, não podendo praticar atos que dependam de poderes específicos.
Sendo que, a OJ 200, da SDI-I, do TST prevê que é inválido o substabelecimento de advogado investido em mandato tácito.
200. MANDATO TÁCITO. SUBSTABELECIMENTO INVÁLIDO (inserido dispositivo) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
Art. 105 do CPC. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
· Sendo caso de analfabeto é necessário que a procuração seja feita através de instrumento público. 
Aula dia 08/09/2021
https://www.tst.jus.br/web/guest/-/justi%C3%A7a-gratuita-n%C3%A3o-afasta-condena%C3%A7%C3%A3o-de-vendedora-ao-pagamento-de-honor%C3%A1rios 
Súmula nº 463 do TST
I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.
ATENÇÃO!!!
REVOGAÇÃO DO MANDATO
Art. 111 do CPC - A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.
RENUNCIA AO MANDATO
Art. 112 do CPC - O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo.
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.
Sobre o assunto compete ainda estudar as Súmulas 456, 383 e 436 do TST.
Súmula nº 456 do TST
I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de2015).
Súmula nº 383 do TST
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
Súmula nº 436 do TST
I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação.
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
4.5 DA JUSTIÇA GRATUITA
Princípio constitucional da Gratuidade de Justiça – AJG: Art. 5º, inciso LXXIV, da CF - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
· Na justiça do trabalho o pedido de concessão de justiça gratuita só é analisado em sede de sentença. Pois durante o curso do processo nenhuma das partes precisa desembolsar nenhum valor. Assim, em sede de sentença o juiz analisará o mérito e dirá se concederá ou não a justiça gratuita. Caso seja indeferida a gratuita da justiça, caberá recurso ordinário.
Inicialmente é necessário distinguir dois institutos no direito processual trabalhista: assistência judiciária gratuita (AJG) e o benefício da justiça gratuita (JG).
Assistência Judiciária Gratuita
A ASSISTÊNCIA Judiciária Gratuita, no processo do trabalho, é prestada pelo sindicato da categoria profissional ao trabalhador que não tenha condições econômicas de promover a demanda – art. 14, da Lei nº 5.584/70. Vide:
Art. 14, Lei nº 5.584/70: Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador.
§ 1º A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
· Antes da reforma de 2017 assistência judiciária gratuita era solicitar ao magistrado que reconhece a representividade da parte pelo sindicato e o afastamento das custas judiciais a pessoa que era sindicalizada. O advogado do sindicato receberia honorários advocatícios chamados de assistenciais. Não tinha honorários advocatícios sucumbenciais. 
· Com a reforma pode ter honorários advocatícios sucumbenciais, mas ainda é possível os honorários advocatícios assistenciais no caso da parte representada por sindicato.
Há ainda a Assistência Judiciária Gratuita?
Justiça Gratuita
Já o benefício da benefício da Justiça Gratuita (JG) implica na isenção do pagamento de despesas processuais.
A previsão de tal benefício a parte está prevista no art. 790, § 3º e 4º, da CLT. Vide:
Art. 790, § 3º da CLT - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de

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