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Unidade 2 Teoria Geral do Direito Empresarial Livia Regina de Figueiredo Direito Empresarial Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autora LIVIA REGINA DE FIGUEIREDO Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Livia Regina de Figueiredo Olá. Meu nome é Livia Regina de Figueiredo. Sou bacharel em Direito, pós-graduada em Magistério Superior em Direito, cursei o mestrado em Direito e Desenvolvimento e atualmente curso o Doutorado em Direito Privado na Universidade de Salamanca, Espanha. Advogo desde 1989 e há alguns anos presto serviços para grandes grupos econômicos na área de medicamentos e alimentos. Amo advogar e sou apaixonada pela docência. Também gosto muito de compartilhar minha experiência com aqueles que estão iniciando suas vidas profissionais. Em razão da minha experiência e qualificação fui convidada pela Editora Telesapiens para integrar o seu elenco de autores independentes e me sinto muito honrada com esse convite. Estou feliz por ajudá-lo nesta fase de estudo e trabalho. Tenho certeza que o seu esforço e empenho nos estudos lhe trará muito sucesso. A AUTORA Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Teoria geral do direito empresarial .................................................... 11 Sociedades Empresárias ................................................................................................11 Classificação quanto à sua natureza ......................................................11 Sociedade unipessoal .......................................................................................16 Sociedade limitada entre cônjuges .......................................................19 Capacidade jurídica empresarial .........................................................22 Capacidade civil empresarial .....................................................................................22 O Capital social e a sua integralização ............................................. 29 O significado do capital social ................................................................................. 29 Alterações Contratuais e o Registro das Modificações ........................31 Administração e representação social ..............................................33 O significado da administração ............................................................................... 33 Lucros e perdas.................................................................................................................... 35 Direitos e obrigações dos sócios ........................................................................... 35 Relações jurídicas e sociais ........................................................................................ 37 Direito Empresarial8 UNIDADE 02 TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL Direito Empresarial 9 A Teoria Geral do Direito Empresarial é de extrema importância para a compreensão dos aspectos jurídicos que abrangem sócios, empresários individuais e sociedades empresariais, sua estrutura jurídica, direitos e deveres, impedimentos e proibições para o exercício da atividade empresarial, etc. Da mesma forma a compreensão do capital social, sua integralização para a viabilização dos objetivos sociais e as regras legais para administração social são conhecimentos imprescindíveis para o estudante do Direito Empresarial e para o advogado. Esse conjunto de previsões legais é a base de toda a construção jurídica empresarial. E então, vamos estudar e refletir sobre estes conceitos e prescrições legais que se inserem na teoria geral do Direito Empresarial? Acho que irá gostar muito deste estudo e terá muito sucesso neste aprendizado. Bom estudo! INTRODUÇÃO Direito Empresarial10 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Teoria Geral do Direito Empresarial. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender a Teoria Geral do Direito Empresarial e sua importância; 2. Identificar as regras jurídicas que norteiam o sócio, a sociedade empresária e o empresário individual, proibições e impedimentos para o exercício da atividade empresária; 3. Identificar e compreender o capital social e a sua integralização, a administração e a representação social; 4. Identificar e compreender os direitos e deveres dos sócios. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Direito Empresarial 11 Teoria geral do direito empresarial INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de identificar quais são as regras jurídicas que regem as relações sociais em geral. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Sociedades Empresárias Classificação quanto à sua natureza Quanto à sua natureza, as sociedades empresárias se subdividem em sociedade de pessoas e de capital. Em que pese inexista uma definição na letra da lei, essa distinção tem reflexos importantes na prática, especialmente quanto à alienação da participação societária, ações ou quotas, à dissolução das relações societárias por morte, e a penhora da participação empresarial por dívida particular do sócio. IMPORTANTE: As sociedades são constituídas por quotas ou por ações, prevalecendo umas ou outras na constituição de sociedade por pessoas ou sociedades por capital. Por isso, atenção: não existem sociedades constituídas por quotas e por ações a um só tempo. A sociedade de pessoas é lastreada na affectio societatis, na confiança mútua entre os sócios na administração do negócio e no nível de contribuição individual que empenham para o sucesso do objeto social. Ou seja, o investimento pessoal dos sócios é imprescindível para o sucesso do negócio e, por isso, a saída de um deles da sociedade assume aspecto de extrema relevância para sócios remanescentes. Direito Empresarial12 Figura 1 - Confiança e empenho mútuo Fonte: Freepik É fácil identificar a sociedade de pessoas pelas “cláusulas de controle”, cláusulas contratuais rígidas que regulam a extinção da sociedade em caso de morte, retirada ou exclusão de algum sócio. São as Sociedades Simples puras, cujas regras de controle estão na lei, as Sociedades em Nome Coletivo, as Sociedades em Comandita Simples e as Cooperativas. As Sociedades em Conta de Participação, em razão do seu perfil jurídico, não se enquadram na classificação de sociedade de pessoas. Já na sociedade de capital inexiste a affectio societatis. O norte é o sucesso na concretização do fim social com boa lucratividade para a empresa e os investidores. O que importa é o dinheiro,o aporte financeiro. O envolvimento pessoal dos sócios é dispensável, pois as atividades administrativas ficam a cargo de diretores e administradores altamente especializados. Por isso, se algum acionista quiser se retirar da sociedade pode vender, doar ou transferir suas ações sem problema algum e sem necessidade de consulta aos demais acionistas, já que as características pessoais, culturais e/ou econômicas do adquirente são irrelevantes para a administração societária. Direito Empresarial 13 Quanto à penhorabilidade é preciso atenção ao tratamento jurídico diferente que a lei dá aos bens móveis, imóveis e semoventes que integram o patrimônio dos sócios e são garantia de obrigações, daquela dada às quotas de sociedade limitada, classificadas como direitos e não como bens. Aliado a isso, para diminuir custos operacionais, administrativos e tributários, bem como facilitar a transferência de patrimônio familiar ou sucessório, os brasileiros estão investindo mais em sociedades de participação ou holdings familiares, sem atividades produtivas ou comerciais, cujo fim social é apenas controlar outras sociedades ou administrar bens (Lei 6.404/1976, art. 2°, parágrafo 3°, c/c o parágrafo único do art. 1.053 do CC). Esse tipo de investimento altera a constituição patrimonial privada dos investidores, podendo impedir a garantia de dívidas através das quotas de capital e ser usado facilmente para blindar bens em divórcios, execuções cíveis, trabalhistas, fiscais e ambientais, criar dificuldades em disputas societárias, ocultar bens ilicitamente adquiridos, etc. O primeiro aspecto a considerar é a mudança da relação jurídica dos sócios com os seus bens. Uma vez integralizados, os bens deixam o patrimônio do sócio e passam a integrar a totalidade do capital social da empresa limitada que, por sua vez, tem autonomia patrimonial. Há uma clara alteração de status protetivo civil, do Direito das Coisas, que resguardava o bem individualmente considerado do sócio, para o Direito Societário que, por sua vez, integra o Direito das Obrigações e separa direitos e obrigações dos sócios da titularidade das quotas empresariais. Ou seja, o direito à titularidade das quotas garante aos sócios o direito sobre uma fração do patrimônio total da empresa, protegido pelo Direito Societário, sem distinção do que cada sócio individualmente aportou à sociedade, no exercício da livre disposição dos seus bens, sob a égide do Direito das Coisas. Direito Empresarial14 Essa mudança de natureza patrimonial cria basicamente três efeitos sobre a titularidade das quotas: 1. a administração do patrimônio da empresa passa a ser decisão dos sócios, nos termos do contrato social; 2. é vedado ao Estado obstar o exercício desse direito dos sócios, que tem natureza personalíssima, por meio de constrição judicial, ou seja, por meio da penhora das quotas. 3. o direito do sócio à fração das suas quotas tem natureza de crédito subordinado, ou seja, ele é credor da sociedade na porcentagem das suas quotas. Porém, a dívida da sociedade não pode ser paga em prejuízo dos demais sócios-credores e nem da própria sociedade. Um sócio não pode exigir o valor das suas quotas em prejuízo dos demais, exceto quando a empresa possuir recursos em caixa para pagar o valor da titularidade de todos os sócios sobre as suas respectivas quotas. Contabilmente, as dívidas dos sócios para com as empresas que não podem ser reclamadas são denominadas “passivo não exigível”. Quando extinta a sociedade, após pagamento dos terceiros credores, a universalidade dos bens da empresa é destinada a ressarcir todos os sócios-credores, na proporção da titularidade das quotas que cada um possui, independente do valor que integralizaram. EXEMPLO: Se um sócio integraliza R$500,00, outro R$300,00 e outro R$100,00, totalizando 900 cotas no valor de R$1,00 cada, e no contrato social elas são divididas igualmente em 300 cotas integralizadas para cada sócio, o ressarcimento será correspondente às 300 cotas integralizadas e não ao valor que cada um investiu na empresa. Ficam claros, então, os vínculos obrigacional e de garantia que afetam as relações entre sócios e sua titularidade sobre as quotas. Na prática essa transferência patrimonial e de status de proteção jurídica dificulta a investida do credor sobre o patrimônio integralizado pelos sócios a uma sociedade limitada. Direito Empresarial 15 O Código Civil limita a possibilidade da penhora e autoriza liquidação das quotas se o credor provar a “insuficiência de outros bens do devedor”: Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação. Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela liquidação. Há uma impropriedade no caput do artigo, pois o legislador chamou lucro ao que deveria ter denominado dividendos. Lucro é o bem resultante do exercício das atividades da empresa, a ela pertence e, não necessariamente, traduz disponibilidade de caixa. Não pode ser penhorado para pagar dívida particular dos sócios, sob pena de prejudicar as relações negociais da empresa com os seus próprios credores e quiçá a sua existência. O que o art. 1.026 autoriza, na realidade, é a penhora dos dividendos, a parte do lucro que caberá a cada sócio, ao final de cada exercício financeiro, e que ainda não foi distribuído. Esta é a ordem procedimental prevista no Código Civil para cobrir dívidas particulares dos sócios: primeiro penhora-se os bens dos sócios, excetos as quotas; se não houver bens pessoais, pode-se penhorar os dividendos que ainda não foram pagos; se também não houver dividendos, penhora-se a quota para fins de liquidação e posterior pagamento do credor. A quota penhorada não pode ser incorporada ao patrimônio do credor, sob pena de ferir a affectio societatis. O objetivo do legislador ao proteger a empresa dos encargos advindos das dívidas particulares dos sócios tem objetivo social e visa proteger os empregos e a geração de riquezas, salvaguardar a tributação, etc. O Código de Processo Civil, por sua vez, estabelece regras que possibilitam a mantença da sociedade pelos demais sócios do devedor Direito Empresarial16 quando parte das quotas são penhoradas (art. 861). O objetivo, reitere-se, é sempre preservar as atividades da empresa e sua função social. A exceção se aplica às sociedades anônimas. Como nelas inexiste a affectio societatis, as ações podem ser adjudicadas ao exequente ou alienadas em bolsa de valores (art. 861, parágrafo 2°). Após os investigadores da Lava Jato descobrirem que fraudadores do dinheiro público investiram em holding familiares para proteger patrimônio ilicitamente adquirido, as autoridades públicas passaram a ficar mais atentas a esse tipo de investimento. O STJ, no REsp 1.098.712, pacificou a desconsideração da pessoa jurídica sempre que for constatado “desvio da finalidade empresarial ou confusão patrimonial entre a sociedade e seus sócios”. Ou seja, constatada a fraude na constituição ou abuso na finalidade das holding familiares, seja para favorecer alguns herdeiros em detrimento de outros, prejudicar cônjuges em partilha de bens, recuperar bens e valores ilicitamente adquiridos, etc, aplica-se o art. 50 do Código Civil para afastar a personalidade jurídica para atingir bens particulares dos sócios. (art. 7°, Lei 13.874/2019, alterou o CC). Diz o artigo: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quandolhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.. (Lei n° 13.784, de 2019). Sociedade unipessoal Como o próprio nome revela, a sociedade unipessoal é a constituída por um único sócio e pode ser de dois tipos: a Sociedade Subsidiária Integral e a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI. Direito Empresarial 17 1. A Sociedade Subsidiária Integral está regulamentada na Lei 6.404/1976. É uma forma de sociedade anônima permitida apenas para empresas brasileiras, constituída por escritura pública, por meio da aquisição de 100% das ações de outra empresa, ou pela incorporação de todas as ações do capital social ao patrimônio de outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária integral. São cinco os requisitos legais para a constituição de uma Sociedade Subsidiária Integral (art. 251, Lei 6.404): 1) Só uma única pessoa jurídica 100% brasileira (constituída de acordo com as leis brasileiras, com sede e administração no Brasil), de qualquer tipo societário, pode constituir uma Subsidiária Integral ou controlá-la; 2) Pessoas físicas, associações e fundações não podem ser sócio único de uma Subsidiária Integral. Empresa estrangeira só pode participar na sua constituição de forma indireta, como um dos sócios da empresa brasileira constituidora. 3) A criação da Sociedade Subsidiária Integral é complexa e deve ser feita, obrigatoriamente, por meio de escritura pública, lavrada por tabelião do cartório de registro de notas, e registrada na Junta Comercial do Estado da sua sede. No caso da aquisição de ações de uma Subsidiária Integral não é preciso escritura pública. Basta a alteração do estatuto e o registro na Junta Comercial. 4) A forma societária deve ser a sociedade anônima por imposição legal. 5) A incorporação da totalidade das ações de uma Sociedade Subsidiária Integral (incorporada) só pode ser feita por outra Sociedade Anônima (incorporadora), após submissão e deliberação favorável da assembleia-geral das duas companhias (art. 252, Lei 6.404). Em que pese mantenha a sua independência administrativa, a incorporada passa a ser subsidiária da incorporadora. Direito Empresarial18 IMPORTANTE: Se uma sociedade anônima passa a ter apenas um sócio até a data da assembleia geral ordinária do ano seguinte, ela deve ser dissolvida (art. 206, I, “d”, Lei 6.404). As opções para evitar a dissolução são: a incorporação de outro sócio antes da data da assembleia geral, transformá-la numa Sociedade Subsidiária Integral se o sócio for empresa brasileira, ou ainda numa Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI. No caso das demais sociedades o prazo de dissolução é de 180 dias corridos (art. 1.033, IV, CC). 2. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI foi criada pela Lei 12.441/2011, no art. 980-A, que alterou o Código Civil com o objetivo de limitar a responsabilidade do empresário ao montante do capital da empresa e corrigir duas distorções antigas: uma ficção de Sociedade Ltda., no jargão jurídico a “sociedade faz de conta”, na qual o real empresário e administrador tinha a titularidade da quase totalidade das cotas integralizadas, não raro 99%, e o outro sócio, meramente figurativo, ficava com 1% das cotas; e a confusão na titularidade do capital integralizado quando a sociedade era formada por dois sócios casados sob o regime da comunhão de bens. Hoje o Código Civil, no art. 977, proíbe a sociedade marital quando o regime de casamento for o de comunhão universal de bens ou de separação obrigatória de bens por exigência legal. Nos termos do parágrafo 7°, do art. 980-A: Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (NR). Direito Empresarial 19 No caso de morte do único sócio, o prazo para a substituição é de seis meses. Se outro sócio não assumir a empresa neste prazo ela deve ser dissolvida e os bens liquidados para partilha sucessória. A criação da EIRELI atendeu a um fim econômico-social ao permitir a legalização de empresas unipessoais e também a um fim administrativo- judicial, através da diminuição de ações judiciais envolvendo conflitos entre sócios de sociedades “faz de conta” e/ou brigas entre cônjuges, que se arrastavam por anos com prejuízo para os negócios empresariais, para a geração de empregos e renda. A EIRILI se assemelha muito ao Empresário Individual, mas são constituições empresariais diferentes. São três a principais diferenças: 1. Tributária: o empresário individual responde por uma carga tributária de 27,5% retida na fonte, enquanto a EIRELI tem um encargo tributário de 6,15% para pagar o Imposto de Renda e as contribuições sociais; 2. Autonomia Patrimonial: o empresário individual responde com os seus bens por prejuízos advindos das suas atividades. No caso da EIRELI o patrimônio da empresa é autônomo e limitado ao capital social máximo de cem vezes o salário mínimo, não responde pelas dívidas pessoais do sócio, não se comunica e nem se confunde com o patrimônio pessoal dele. 3. Responsabilidade Previdenciária: ao contratar um empresário individual, a empresa contratante responde pela contribuição previdenciária, o que não ocorre na contratação de uma EIRILI. Sociedade limitada entre cônjuges Na vigência do Código Civil de 1916 havia muita discussão doutrinária e divergência jurisprudencial sobre a legalidade na constituição de sociedade limitada tendo cônjuges como sócios, sob o argumento de fraude contra normas do direito de família, que foi pacificada por decisão do Supremo Tribunal Federal em 1989. Direito Empresarial20 Figura 2 - Aliança entre cônjuges Fonte: Frepik O Código Civil, no art. 977, num retrocesso à conquista jurisprudencial, proibiu a sociedade limitada aos casados sob o regime da comunhão total de bens ou sob o regime obrigatório de separação de bens. Porém, não há óbice legal para que conviventes em união estável, independente do regime que porventura tenham acordaram no pacto de convivência - comunhão total, parcial ou separação de bens -, e aos casados pelo regime parcial de bens e pela separação de bens por livre escolha dos nubentes, independente do acordado em pacto antenupcial sejam sócios em sociedade limitada. Na prática, porém, se mesmo com a proibição legal cônjuges, casados sob o regime da comunhão total ou separação total impositiva, registrarem sociedade limitada na qual são sócios, ambos respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Algumas obras fazem referência apenas a marido e mulher, mas essa qualificação, com lastro no sexo feminino e masculino, tal qual prevista no CC foi superada por decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a existência de vários tipos de família e a possibilidade do casamento civil homossexual. Sendo assim, a proibição do art. 977 se estende também aos relacionamentos homoafetivos e plúrimos civilmente casados. Isso porque a proteção jurídica tem por foco não o sexo ou o número dos indivíduos casados, mas as consequências jurídicas Direito Empresarial 21 advindas da confusão entre patrimônio empresarial e patrimônio pessoal na comunhão total e na separação total obrigatória de bens. Por outro lado, a contrario sensu, o art. 977 deixa claro o direito personalíssimo, a legalidade e a liberdade de qualquer pessoa casada contratar sociedade com terceiros, adquirir ou alienar quotas ou ações independentes da outorga marital, respeitada a ressalva da integralização do capital por meio de transferência de bem imóvel (art. 1.647,I, CC). A sociedade bifronte se assenta em relações jurídicas diferentes, familiar e negocial, que gozam de proteção jurídica distinta. Somente no caso de contratação societária por motivo ilícito, comum a ambos sócios casados, ou para fraude a lei as relações jurídicas familiar e negocial podem se interconectar. (art. 166, III, c/c 106, VI,CC). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido quais são as regras jurídicas que regem as relações sociais em geral. Como também aprendeu sobre a sociedade limitada entre cônjuges. Direito Empresarial22 Capacidade jurídica empresarial INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a capacidade jurídica empresarial. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Capacidade civil empresarial Capacidade civil empresarial é a qualidade daquele que reúne capacidade civil e inexistência de impedimentos legais para o exercício da atividade empresarial. Ou seja, são os indivíduos que, de acordo com a lei, não estão impedidos, temporária ou permanentemente, de exercer a atividade empresarial. A primeira delimitação para o exercício da atividade empresária está na restrição contida no art. 5°, inciso XIII, da Constituição Federal, sobre a qualificação profissional: “Art. 5°. XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” A regra é o livre exercício de atividades laborais, mas algumas atividades empresárias exigem que seus sócios administradores tenham conhecimentos técnicos específicos, a exemplo da medicina, engenharia, veterinária, etc. A Constituição, o Código Civil e várias leis especiais esparsas contêm normas que proíbem ou impedem, no todo ou em parte, o exercício de atividade de empresário com o objetivo de proteção da coletividade, do bem público, da moralidade pública ou da segurança nacional. Diz o Código Civil: Direito Empresarial 23 “Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”. IMPORTANTE: A vedação legal prevista no Código Civil, como regra geral, atinge o exercício da atividade de empresário e não a participação das pessoas em empresas como sócios ou acionistas sem poderes para gestão e representação, exceto por vedação expressa na CF ou em lei especial. Pela regra geral civil, podem ser empresários os maiores de 18 anos, no gozo dos seus direitos civis, e os maiores de 16 e menores de 18 anos emancipados e não legalmente impedidos. Menores e incapazes, mesmo em caso de incapacidade civil absoluta (art. 3°, CC) ou relativa (art. 4°, CC) podem ser sócios de sociedades simples ou empresárias, pois não estão impedidos de titular direitos e deveres. São apenas portadores de incapacidade para exercê-los por si, necessitando do auxílio de terceiros. Enquanto detentores de direitos e deveres, inexiste óbice legal para que menores e incapazes sejam titulares de cotas ou ações, desde que tenham o patrimônio pessoal preservado de riscos. Ou seja, eles podem herdar quotas ou ações, recebê-las por meio de doação, comprá-las ou participar da criação de uma sociedade, obviamente representados ou assistidos por apoiadores, tutores ou curadores, com a concordância dos demais sócios, mas não podem ter responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais, já que o patrimônio que possuem deve ser totalmente preservado. Nesse diapasão, a lei estabelece que o menor ou o incapaz, representado ou assistido por tutores ou curadores pode continuar empresa da qual era sócio quando capaz, por seus pais ou pelo autor de herança, mediante autorização judicial. Se estes forem legalmente Direito Empresarial24 impedidos de exercer a atividade de empresário, o juiz nomeará um ou mais gerentes, conforme a necessidade, o que, entretanto, não os exime do dever de proteger o patrimônio dos curatelados e tutelados e vigiar os atos dos gerentes, sob pena de responsabilidade. (art. 974 e seguintes, CC). A emancipação e a concessão ou revogação de autorização devem ser inscritas ou averbadas na Junta Comercial. (art. 976, CC). Figura 3 - Pessoas com deficiência Fonte: Freepik O Estatuto da Pessoa com Deficiência, por sua vez, espelha um grande avanço social ao reconhecer e estipular a inserção e a participação dos deficientes físicos e mentais na sociedade com acesso ao mercado de trabalho, inclusive ao empreendedorismo, respeitadas as suas limitações. Cabe ao SUS proporcionar meios para que os deficientes físicos e mentais possam empreender, por si ou com o auxílio dos seus apoiadores, tutores ou curadores. Menores e incapazes podem ser quotistas comanditários em nas sociedades em comandita simples e quotistas nas sociedades limitadas, acionistas nas sociedades anônimas e acionista não dirigente nas sociedades em comandita por ações. As Juntas Comerciais vetavam a inscrição de menores e incapazes como empresário EIRELI, com base no art. 972-A do Código Civil, inserido em 2011, que exige o pleno gozo da capacidade civil para o exercício de atividades empresárias. Direito Empresarial 25 Essa distorção administrativa ilegal foi sanada, em março de 2019, pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração – DREI, órgão do Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis do Comércio – SIREM, a quem cabe supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os órgãos responsáveis pelo registro de empresas mercantis e atividades afins, através da Instrução Normativa 55, ou IN DREI 55. SAIBA MAIS: A IN DREI 55 em especial, dentre outras que regulamentam administrativamente as sociedades, deve ser conhecida por aqueles que estudam o Direito Empresarial, pelo impacto direto que tem em outras áreas do Direito (Sucessório, Família, etc.). Ela pode ser encontrada neste link: <http://bit.ly/2Po9VjS>. (Acesso em 06/02/2020). Quanto aos indígenas e descendentes, a maioria está integrada à comunhão nacional e tem capacidade civil. São sujeitos de diretos e obrigações, como brasileiros natos, e podem exercer a atividade empresária amplamente, em todas as sociedades, com as restrições que se aplicam a quaisquer outros cidadãos. Somente aos indígenas não integrados à comunhão nacional, com exceção parcial para aqueles que tenham consciência e conhecimento dos atos praticados e da extensão dos seus efeitos, desde que não lhes sejam prejudiciais, são aplicadas as normas de proteção estatal previstas no Estatuto do Indígena e demais normas assistenciais. (art. 231, CF, Lei 6.001/1973, Decreto 5.051/2004 - promulgou Convenção 169 da OIT) Os índios também podem requerer judicialmente a sua liberação do regime tutelar estatal e serem investidos na plenitude da capacidade civil ao completarem 21 anos, se conhecerem a língua portuguesa, possuírem habilitação para o exercício de atividade útil e razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional. (art. 9°, Lei 6.001/1973) http://bit.ly/2Po9VjS Direito Empresarial26 Mas, inexiste impedimento legal, a exemplo do que se aplica aos menores e incapazes, para que sejam sócios ou acionistas em quaisquer sociedades, com eventuais restrições para as atividades de administração. Há indivíduos, porém, independente de possuírem capacidade civil, que são proibidos ou impedidos por lei de exercerem a atividade de empresário. São legalmente proibidos de exercer a atividade de empresário: 1. O Presidente da República, ministros, governadores, prefeitos e ocupantes de cargos comissionados (art. 17, inciso X, Lei 8.112/90).2. Magistrados federais e estaduais (art. 33, inciso I, Lei Complementar n° 35/1979). 3. Membros do Ministério Público da União (Federal, do Trabalho, Militar, do Distrito Federal e Territórios) e dos estados (art. 44, inciso III, Lei n° 8.625/1993). 4. O falido enquanto não for reabilitado legalmente (art. 102, Lei n° 11.101/2005). 5. O leiloeiro (art. 36, a, 1°, 2° e 3°, Decreto 21.981/1932). 6. O médico, para o exercício simultâneo da farmácia e vice- versa. (art. 16, h, Decreto 20.931/1932) 7. O português com autorização de residência, com relação às empresas de telecomunicações. (art. 222, CF) 8. Brasileiros naturalizados há menos de dez anos e empresas com sede no estrangeiro não podem ser proprietários, principais acionistas e empresas jornalística e de radiodifusão de sons e/ou de sons e imagens e pessoas. (art. 222, CF) São legalmente impedidos de exercer a administração de sociedade limitada as pessoas indicadas expressamente parágrafo primeiro, do art.1.011, do Código Civil: Direito Empresarial 27 § 1. Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. São também impedidos de gerir ou administrar as sociedades limitadas, por leis especiais: 1. o brasileiro naturalizado há menos de 10 anos em empresa jornalística e de radiodifusão sonora e radiodifusão de sons e imagens (art. 222, CF); 2. o estrangeiro sem autorização de residência que permita o exercício de atividade remunerada no país. (parágrafo 1°, art. 13, c/c art. 30, Lei 13.445/2017); 3. o residente fronteiriço sem autorização legal para o exercício de atividades da vida civil. (art. 23, Lei 13.445/2017); 4. os estrangeiros na faixa de fronteira (150 Km de largura). Somente pessoas físicas ou empresa individual brasileira podem explorar estabelecimento ou indústria que interesse à Segurança Nacional e que se dedique à pesquisa, lavra e exploração de recursos minerais, exceto os usados na construção civil, e colonização e loteamento rurais. (art 3°, inciso III, da Lei 6.634/1979); 5. Os funcionários públicos quanto ao comércio e exercício de gerência ou administração de sociedades privadas, exceto quando a participação se der em conselhos administrativos e fiscais de empresas e entidades nas quais a União tenha participação no capital social e em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços Direito Empresarial28 a seus membros. Inexiste impedimento legal para que sejam acionistas, cotistas ou comanditários. (Lei 8.112, art. 117 e parágrafo único, inciso I); 6. Os militares da ativa (art. 29, Lei 6.880/1980) 7. Senadores, deputados e vereadores, a partir da posse, possuem impedimento parcial. Não podem exercer atividade remunerada, nem serem proprietários, controladores ou diretores de empresa que mantenha contrato com pessoa de direito público. (art. 54, inciso II, a, CF). Finalmente, no caso de incapacidade superveniente, nas sociedades de pessoas, nas quais está presente a affectio societatis e o intuitu personae ou princípio da pessoalidade, é possível a exclusão do sócio interdito ou curatelado, por decisão da maioria dos demais sócios, decretada por sentença judicial, em processo no qual intervenha obrigatoriamente o Ministério Público, sob pena de nulidade, para garantia de proteção integral dos direitos do interdito ou curatelado. (art. 130, CC). Deferido o pedido de exclusão dá-se a liquidação das quotas (art. 1.031, CC) Esta regra, porém, não se aplica às sociedades intuitu pecuniae nas quais a importância do capital se sobrepõe, como as sociedades anônimas, em razão da livre cambiariedade dos títulos. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos o que vimos. Você deve ter aprendido sobre a capacidade jurídica empresarial e a sua importância. Direito Empresarial 29 O Capital social e a sua integralização INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona o capital social. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O significado do capital social O capital social é dividido em parcelas denominadas quotas, atribuídas a cada um dos sócios de acordo com valor dos bens investidos per se, para composição do capital social, ou em percentual livremente acordado entre eles, e individualizadas obrigatoriamente no contrato social. A divisão em quotas é importante na distribuição de lucros e resultados, nos termos Código Civil: Art. 1.007. Salvo estipulação contratual em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. Elas também são um divisor de águas nas decisões negociais, uma vez que as deliberações são tomadas por maioria de votos, segundo o valor das quotas de cada sócio. (art. 1.010, CC) Patrimônio e capital social não são sinônimos. O Código Civil define patrimônio no art. 91, nos seguintes termos: “constituiu uma universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico”. Esse conceito aplica-se a pessoas físicas e jurídicas e abarca o patrimônio material, aquilo que pode ser valorado economicamente. Direitos personalíssimos como crença, honra, intimidade, habilidades, saberes, e outros não aferíveis economicamente, não são patrimônio empresarial. Direito Empresarial30 Nessa mesma linha de pensamento, pode-se dizer que: o patrimônio empresarial é o conjunto de bens de uma sociedade, passíveis de serem valorados economicamente, e, neste universo, está contido o capital social (ativos e passivos); e que o capital social integralizado é um fundo originário indicado e detalhado no contrato social, constituído pelos bens, crédito e/ou dinheiro, disponibilizados pelos sócios para possibilitar o desenvolvimento inicial das atividades empresariais, passível de ser alterado para permitir o desenvolvimento e expansão do negócio ou torná-lo mais modesto (art. 968, III e 997, III, c/c 981, CC). A distribuição do lucro pode ser feita como bem acordarem os sócios, mas cláusulas que dispensem algum deles de contribuir para o capital social com bens, crédito e/ou dinheiro são nulas de pleno direito. Isso tende a mudar. A sociedade e o mundo dos negócios estão em constante evolução, e o desenvolvimento tecnológico não para de trazer novas formações jurídicas e conflitos para o direito analisar e resolver. Com a ampliação das startups, por exemplo, há empreendedores adotando práticas de bootstrapping, ou contribuição para o capital social com serviços. O problema é que apenas nas sociedades simples a contribuição para o capital social somente com serviços é legal. Nas sociedades empresárias os sócios precisam obrigatoriamente, por força de lei, aportar bens econômicos para a formação do capital social. A tecnologia está rompendo práticas empresariais enraizadas no tempo sem que as normas legais as acompanhem. A prática do bootstrapping remete à velha ficção contratual da “sociedade faz de conta” nas antigas sociedades limitadas. Os sócios iniciam as startup “dividindo” o capital social no contrato social quando, na prática, uns aportam bens e aportam outros serviços. Mas, de alguma forma, a lei terá que solucionar isso, ou voltaremosàs seculares práticas comerciais costumeiras, ainda hoje muito usadas no mercado internacional. Enquanto as leis não mudam, os sócios devem indicar no contrato social, em moeda corrente, o valor total do capital investido na sociedade, Direito Empresarial 31 o valor subscrito por cada sócio, o tempo e modo como os bens serão integralizados à sociedade. A integralização pode se dar no ato da constituição da empresa ou posteriormente, mas o contrato deve conter cláusula especificando o valor de mercado de cada bem ou serviço e como se dará a incorporação, se em dinheiro, transferência de bens ou créditos ou prestação de serviços. Não há impedimento legal para que terceiros disponibilizem bens para a integralização no nome de algum sócio, seja através de doações, de fomentos, de mútuo, etc. Os serviços, porém, se dão intuitu personae. Na falta de previsão contratual sobre como se dará a integralização, a exequibilidade é imediata. (art. 134 c/c 331 e 1.001, CC). Porém, a constituição do sócio devedor em mora só se dará após notificação. Ao valor a ser devolvido na integralidade se somará perdas e danos, sendo facultativo aos demais sócios a exclusão do sócio remisso. (art. 1.004, CC). Alterações Contratuais e o Registro das Modificações Empresas são criadas para ter vida longa e gerar lucros por muitos anos. Como o mercado muda e as aspirações, desejos e capacidade de trabalho dos sócios variam no tempo, não são raras as alterações nos contratos sociais para adequá-los a modificações estratégicas ou no quadro societário, mas que não necessariamente implicam mudanças na personalidade jurídica da empresa. Todas as alterações sociais, com ou sem mudanças na personalidade jurídica, devem ser levadas a registro na Junta Comercial. Uma alteração no nome empresarial, elemento que integra os atos constitutivos das sociedades, por exemplo, não caracteriza alteração na personalidade jurídica da empresa, mas modificação em um dos elementos essenciais contidos no contrato social. Precisa ser registrada na Junta Comercial. (art. 1.155 c/c 997, inciso II e 1.054, CC). Mudanças no quadro societário são necessárias quando sócios saem ou entram na sociedade, ou há transferência de quotas entre os Direito Empresarial32 sócios, aplicando-se, no que couber, as determinações contidas nos artigos 1.031 e 1.032, do Código Civil. As mudanças mais usuais são: alterações de endereços, dentro de um mesmo município ou entre estados, de atividade, de quadro societário, mudança no capital e nas cláusulas contratuais, no enquadramento da empresa, migração entre tipos societários (MEI, Empresário Individual, Sociedade Limitada ou Eireli) ou aditamentos em razão de eventuais correções cadastrais na Receita Federal por equívocos nos atos de constituição. Há duas formas de alteração contratual: simples, através de um adendo ao contrato social; e consolidada, que reúne num único documento todas as alterações feitas ao longo da atividade empresarial, compondo um contrato social novo, independente dos anteriores. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido a importância do capital social e da sua integralização, bem como as consequências advindas da sua falta. Direito Empresarial 33 Administração e representação social INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como deve se dar a administração social, nos termos da lei, o lucro e as perdas, os direitos e deveres dos sócios para com seus pares, o Estado e stakeholders E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O significado da administração A administração, a cargo de um ou mais sócios, ou de terceiros contratados com essa finalidade, é o meio pelo qual os sócios viabilizam administrativamente a concretização do objetivo social. A designação do administrador ou administradores pode ser feita no próprio contrato social ou em documento à parte, mas sempre na forma escrita, com a delimitação de deveres e responsabilidades. Se a for feita à parte, é preciso averbar o documento à margem da inscrição da sociedade na Junta Comercial antes da prática de quaisquer atos de gestão, sob pena de responsabilidade do administrador, pessoal e solidária para com a sociedade. (art. 1.012, CC). É recomendável também, mas não obrigatório, que os sócios definam a forma de remoção e nomeação de novos administradores no próprio contato social, como forma de evitar conflitos no decorrer da vida da empresa. Sobre a revogabilidade de poderes, diz o Código Civil: Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios. Direito Empresarial34 Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio. Nomeado, cabe ao administrador, sócio ou não, a responsabilidade de praticar todos os atos necessários à gestão do negócio, exceto a decisão de oneração e venda de imóveis, exclusiva dos sócios, com o mesmo cuidado e diligência que dispensaria aos seus próprios interesses, aplicando-se-lhe, no que couber, as regras do mandato e os impedimentos do parágrafo 1°, do art. 1.011. Em caso de uso dos bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, o administrador terá que restituí-los à sociedade, pagar o equivalente com todos os lucros resultantes, e ressarcir todos os prejuízos na sua integralidade. (art. 1.017, CC) O poder de administrar, quando previsto em contrato, não retira dos sócios o direito de participação nas deliberações, com prevalência da maioria absoluta nas decisões – metade mais um -, segundo o valor das cotas individualmente consideradas. Os sócios também podem impugnar as decisões uns dos outros. (art. 1.010 c/c art. 1.013, parágrafo 1°, CC) O excesso na administração, porém, somente poderá ser oposto a terceiros no caso das hipóteses discriminadas nos incisos do art. 1.015, do Código Civil: “I. se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; II. provando-se que era conhecida do terceiro; III. tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.” Se o contrato social for omisso, a administração ficará separadamente a cargo de cada um dos sócios. E, se houver competência conjunta de vários administradores determinada em contrato, todos devem participar das decisões, exceto em caso de urgência e possibilidade de dano grave ou irreparável. (art. 1.014, CC) Em caso de empate, os conflitos entre os sócios devem ser dirimidos judicialmente. E, se algum sócio votar em benefício próprio contrariando interesses da sociedade, responderá também por perdas e danos. Direito Empresarial 35 Todos os cuidados do legislador quanto às regras de nomeação, remoção e administração das sociedades têm por objetivo publicitar e dar transparência à gestão empresarial, preservando os interesses de sócios, administradores e stakeholders interessados em estabelecer relações negociais com a empresa. Lucros e perdas O contrato social deverá especificar a participação dos sócios nos lucros e nas perdas decorrentes da prática do objetivo social da empresa, na proporção das suas respectivas quotas. Qualquer estipulação em contrário é nula de pleno direito. (art. 1.008, CC) A única exceção parcial aplica-se ao sócio prestador de serviços, pois as perdas não podem atingir o valor da sua força laboral e os direitos dela decorrentes, com base no art. 6° da Constituição Federal. Apesar de não participar nas perdas, a participação do sócio prestador de serviços, se convencionada em contrato, também é diferenciada e ele lucrana proporção da média do valor das quotas que compõem o capital social. (art. 1.007, CC). Silente o contrato social, o usual na prática comercial é a distribuição de lucros e prejuízos na proporção das quotas sociais de cada um dos sócios. Como nas relações civis é dado ao individuo fazer tudo o que a lei não proíbe, os sócios podem acordar outras formas de divisão de lucro e perdas, desde as cláusulas não sejam abusivas, pois isso ensejaria nulidade. (art. 187 c/c art. 166, VII, CC). Direitos e obrigações dos sócios Antes de se falar em direitos e obrigações é bom relembrar a diferença entre sócio, sociedade empresária e empresário individual. 1. Sócio: é a pessoa física que reúne condições legais para ser empresário. Seu patrimônio não se confunde com da sociedade, em que pese contribua para a formação do patrimônio dela. Direito Empresarial36 2. Sociedade empresária: é a pessoa jurídica que atuará no mercado para concretizar o objetivo social, a atividade econômica organizada para produção ou serviços. Tem patrimônio próprio, desvinculado do dos sócios que a compõem. A responsabilidade patrimonial dos sócios é subsidiária à da sociedade, na medida das cotas que possuem. 3. Empresário Individual: é uma pessoa física que atua como titular único do seu próprio negócio, um empreendedor único, sem sócios. Seu patrimônio pessoal responde, em sua totalidade, pelo risco do empreendimento. Há responsabilidade direta. Os direitos e obrigações dos sócios, em linhas gerais, estão elencados nos arts. 1.001 a 1.009 do Código Civil. A primeira obrigação dos sócios é registrar o contrato social na Junta Comercial e integralizar o capital social no prazo contratual, sob pena de responsabilidade civil e/ou exclusão da sociedade, em até 30 dias após notificado. Do registro e integralização decorrem todos os direitos dos sócios, pessoais e patrimoniais, assim como os seus deveres para com a sociedade. Os sócios têm direito ao lucro na proporção de suas quotas, não havendo impedimento legal para a distribuição de dividendos de forma diversa. No caso do sócio que contribui com serviços os dividendos são pagos pela média do montante distribuído aos demais. Entretanto, lucro é direito eventual, dependente de fatos incertos como o desempenho da empresa no mercado, qualidade da produção ou dos serviços, etc. Os sócios têm também o direito de participar na administração da sociedade, direta ou indiretamente, na extensão das suas quotas, e de fiscalizar os administradores. As obrigações iniciam com o contrato social, se outra data não for acordada entre os sócios, e terminam com a liquidação da sociedade e a extinção das responsabilidades sociais. Direito Empresarial 37 Os sócios também têm a obrigação de bem cumprir as suas funções na administração da sociedade, não podendo ser substituídos sem o consentimento dos demais. Alterado o contrato, o sócio que cede as suas ações fica responsável solidariamente, por dois anos, pelas obrigações que tinha enquanto integrava a sociedade, a contar da averbação da modificação contratual. O sócio pode transferir o domínio, a posse ou o uso das suas quotas sociais sob pena de evicção. Nas transferências de crédito fica responsável pela solvência do devedor. Quando a contribuição do sócio se dá em serviços, no todo ou em parte, exceto por acordo entre os sócios, não pode ser empregado de terceiros, estranhos à sociedade, sob pena de perder o seu lucro e/ou ser excluído da sociedade. Finalmente, a prática de atos ilícitos, como geração de lucros fictícios, resulta em responsabilidade civil solidária dos sócios administradores que cometeram o ato e dos sócios que, conhecendo a ilicitude, dela tiraram proveito. Relações jurídicas e sociais Firmado o contrato, concretiza-se a relação jurídica entre os sócios na data da assinatura ou outra que tenha sido acordada, nascendo o direito de intervenção nas decisões societárias. (1.001, CC) Intervenção esta que pode se dar tanto pelo princípio da decisão majoritária, quanto por regras acordadas entre os sócios e estabelecidas no contrato social. Com o registro na Junta Comercial estabelece-se a relação entre os sócios e o administrador, entre a sociedade e o Estado, e têm início relações jurídicas com stakeholders na praça de comércio na qual a sociedade está inserida, necessária à viabilização do seu objeto social. Cabe ao administrador gerir a sociedade sob a fiscalização dos sócios que, a qualquer momento podem opinar e votar sobre interesses da sociedade, ou pedir a sua exclusão, acaso não atenda às regras pré- estabelecidas entre os sócios para a gestão interna. Direito Empresarial38 Os sócios insatisfeitos, minoritários ou não, poderão mover ação judicial contra o administrador e contra decisões dos sócios majoritários, em seu próprio nome, arcando pessoalmente com os custos judiciais (custas, honorários de advogados e peritos, etc.), mas, se houver condenação, os benefícios decorrentes do pedido vestibular, como perdas e danos, reverterão para a sociedade. O dissenso entre sócios, independente da proporção das suas quotas, também pode ser levado a exame judicial, especialmente considerando que o descumprimento das regras contratadas para a sociedade pode impactar negativamente no patrimônio particular dos sócios. É o caso da não integralização do capital (art. 1.004 c/c 1.058, CC) segundo as regras e prazos acordados, que pode causar levar a sociedade a dificuldades econômicas e até mesmo inviabilizar a sua própria existência. Da mesma forma, a obrigações decorrentes da pessoalidade não podem deixar de serem cumpridas pelo sócio que a ela se obrigou, sob pena indenização pelos prejuízos que vier a causar à sociedade. Nas sociedades em que os sócios são investidores e não há empenho pessoal em serviços, a obrigação consiste em se fazerem presentes nas deliberações societárias, fisicamente ou através de procuradores com poderes para decidir e votar. (art. 115 a 120 e 653 a 692, CC). Sendo assim, a proibição de substituição do sócio – e também do administrador -, no exercício das suas funções humanas sem o consentimento dos demais, só se aplica às sociedades nas quais é possível a pessoalidade no desenvolvimento do objetivo social e não nas deliberações societárias características das sociedades por ações. O exercício dos direitos sociais é interna corporis, englobando assembleias e votações. Ou seja, a proibição do art. 1.002, do Código Civil está direcionada às funções sociais e não aos direitos sociais. Na sociedade intuito personae os sócios não têm o direito de transferir as suas quotas para terceiros sem autorização dos demais sócios, sob pena da transferência não ter efeitos jurídicos. (art. 1.003, CC) Mas, Direito Empresarial 39 na realidade, isso seria muito difícil, já que todos - sócio retirante, sócio entrante e demais sócios -, precisam assinar as alterações contratuais e levá-las a registro. Nas sociedades limitadas, não há necessidade de unanimidade para o consentimento. Qualquer sócio com mais de 25% das ações pode opor-se à entrada de novos sócios, inter vivos ou causa mortis, na ausência de regras pré-estabelecidas no contrato social, nos termos do art. 1.057 do Código Civil que reza: Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social. Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes. Por outro lado, é preciso respeitar o direito de recesso do sócio que quer se retirar da sociedade, direito esse que não pode ser obstado pelos demais sócios em razãodo impacto que tem no patrimônio daquele que quer ceder as suas quotas. A exceção seria apenas a contratação da sociedade por tempo certo. Na ausência de consenso entre os sócios sobre a cessão de quotas e a retirada, a via judicial é o caminho. Concretizado o fim do vínculo societário, persistem por dois anos os deveres subsidiários para com as obrigações assumidas ao tempo da sociedade. As obrigações jurídicas entre os sócios terminam com a liquidação da sociedade. (art. 1.001, CC). A publicidade da liquidação ocorre com o registro na Junta Comercial, mas as obrigações subsidiárias da sociedade, fiscais, Direito Empresarial40 trabalhistas, consumeristas, de sigilo ou segredo, etc., persistem no tempo, sejam para com o administrador, o Estado ou terceiros, até o cumprimento, a prescrição ou a decadência. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você certamente aprendeu a classificar as sociedades empresárias quanto à sua natureza, a reconhecer as características da sociedade unipessoal, da sociedade entre cônjuges e as peculiaridades sobre a capacidade jurídica empresarial. Aprendeu sobre o capital social e a importância da sua integralização para a composição do ativo empresarial e para o desenvolvimento das atividades de empresa. Por fim, aprendeu sobre as alterações contratuais possíveis e sobre a necessidade do registro dessa modificações, para que gere efeitos entre os sócios e perante terceiros; sobre a importância de uma boa administração para uma longa vida empresarial, com lucratividade e boa partilha de dividendos; os lucros e as perdas e suas consequências para a pessoa jurídica, sócios e terceiros; os direitos e obrigações dos sócios entre si e para com terceiros; e , finalmente, sobre as relações jurídicas e sociais da empresa. Agora você está preparado e entende as regras gerais que norteiam o Direito Empresarial Direito Empresarial 41 REFERÊNCIAS ______ BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>. Acesso em: 26 ago 2019. ______ BRASIL. Lei Complementar 35, de 14 de março de 1979. Dispõe sobre a Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Disponível em <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp35.htm>. Acesso em: 26 ago 2019. ______ BRASIL. Lei 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6001. htm>. Acesso em: 26 ago 2019. ______ BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 26 ago 2019. ______ BRASIL. Lei 6.434, de 15 de julho de 1977. 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Livia Regina de Figueiredo Direito Empresarial Teoria geral do direito empresarial Sociedades Empresárias Classificação quanto à sua natureza Sociedade unipessoal Sociedade limitada entre cônjuges Capacidade jurídica empresarial Capacidade civil empresarial O Capital social e a sua integralização O significado do capital social Alterações Contratuais e o Registro das Modificações Administração e representação social O significado da administração Lucros e perdas Direitos e obrigações dos sócios Relações jurídicas e sociais
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