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1 
 
DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM E A 
SOBRECARGA DE TRABALHO NAS UNIDADES HOSPITALARES 
 
O dimensionamento de pessoal de Enfermagem é definido como, processo 
sistemático que fundamenta o planejamento e a avaliação do quanti-qualitativo de 
profissionais, necessário para prover a assistência, de acordo com a singularidade dos 
serviços de saúde para garantir a segurança dos usuários e dos trabalhadores1. Trata-se de 
atividade/habilidade gerencial do enfermeiro, que envolve a previsão de pessoal com vistas 
ao atendimento das necessidades de assistência ao paciente2. 
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Resolução 
nº527/20163, estabeleceu parâmetros para dimensionar o quantitativo mínimo para 
cobertura assistencial nas Instituições de saúde, com base nas características relativas à 
organização, ao serviço de enfermagem e à clientela. 
No entanto, observa-se que as Instituições de saúde carecem de atendimento a 
recomendação legal, no que tange ao dimensionamento de pessoal, pois desconsideram o 
grau de complexidade dos pacientes assistidos nas unidades, bem como as atividades de 
cada elemento pertencente à categoria de enfermagem na assistência aos pacientes 
institucionalizados, principalmente, aos pacientes críticos4. 
Esta inadequação no dimensionamento de pessoal afeta, diretamente, a assistência 
ao paciente institucionalizado, além de gerar sobrecarga de trabalho aos trabalhadores. Esta 
conduz o profissional à exaustão deixando-o suscetível a eventos adversos, pela exigência 
de um maior volume de trabalho a ser realizado5, além de gerar insatisfação profissional, 
com elevadas taxas de absentismo6. 
Os absenteísmos, além dos problemas sinalizados, impactam diretamente a equipe 
de enfermagem presente na assistência com uma influência na perda de qualidade do 
cuidado prestado. 
 Assim, pelos motivos expostos, a metodologia de dimensionamento dos 
profissionais de enfermagem ditados pelo COFEN prevê o índice de segurança técnico 
(IST), não inferior a 15% para cobertura de licenças por benefício e absenteísmo, com o 
objetivo de mantê-lo adequado para a assistência de enfermagem. 
 A determinação do grau de complexidade do cuidado aos pacientes é outro fator 
crucial para determinar o dimensionamento de pessoal. Esta classificação auxilia no 
número de horas de enfermagem gasto em assistência com ele, de acordo com o seu grau 
de complexidade definido. 
2 
 
Para melhor entendimento, exemplificamos a aplicação da Resolução COFEN nº 
527/2016. Ela ao estipular 05 categorias de complexidade de cuidado e suas horas de 
enfermagem correspondentes3: 
• 4 horas para de cuidados mínimos por paciente; 
• 6 horas de cuidados intermediários; 
• 10 horas de cuidados de alta dependência, bem como para os de semi-intensiva; 
• 18 horas de cuidados intensivos. 
 Sendo assim, tomando como exemplo as unidades de internação, esta pode ser 
matematicamente visualizada, com o cálculo de horas de enfermagem e o percentual de 
Enfermeiros e profissionais de nível médio, definidos pela Resolução em apreço, conforme 
descrito a seguir. 
 Ao utilizar a metodologia da recomendação legal para uma unidade de internação 
de 30 leitos, com pacientes classificados por cuidados intermediários e jornada semanal de 
40 horas tem-se: 
QP = Km x THE 
THE = n0 pacientes (leitos) x n0 horas de enfermagem 
THE = 30 x 6 = 180 horas de enfermagem 
Km = DS x IST = 7 x 1,15 = 0,2012 
 JST 40 
QP = 0,2012 x 180 = 36,21 = 37 profissionais de enfermagem 
33% (percentual de enfermeiros no cuidado intermediário) = 13 Enfermeiros e 24 
Técnicos ou Auxiliares de Enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
Dividindo esse quantitativo de profissionais na escala de revezamento de 
enfermagem 12x36h, ou seja, 02 plantões no serviço diurno (SD) e dois no serviço noturno 
(SN), obtêm-se o resultado apresentado em quadro demonstrativo a seguir. 
 
Legenda: 
QP= Quantitativo de profissionais de 
enfermagem 
THE= Total de horas de enfermagem 
KM= Constante de Marinho 
DS = Dias da Semana 
IST= Índice de Segurança técnica 
JST= Jornada Semanal de Trabalho 
 
 
3 
 
Quadro Demonstrativo n. 1 - Escala de Revezamento 
12x36 horas 
Categoria SD 01 SN 01 SD 02 SN 02 
Enf, Diarista 1 
Enfermeiros 3 3 3 3 
Técnicos de 
enfermagem 6 6 6 6 
 
 Nesta distribuição, considerando a escala de trabalho, temos 5 pacientes para cada 
técnico de enfermagem e 10 pacientes para cada enfermeiro por plantão. A Resolução 
COFEN nº 527/2016 define pela relação profissional/paciente nos cuidados 
intermediários 1 enfermeiro para cada 12 pacientes e 1 técnico/auxiliar para cada 6 
pacientes. Em outras palavras, ao se atender aos critérios do dimensionamento, o índice de 
segurança técnica se encontra condizente com o recomendado. Entretanto, se eles fossem 
superiores ao recomendado, a sobrecarga de trabalho ocorreria em virtude do aumento de 
pacientes em relação ao número de profissionais de enfermagem. 
Pensar nesta perspectiva, é assegurar – profissional e paciente. Isto implica em 
potencializar a qualidade da assistência e prevenir o aumento da taxa de absenteísmo, 
dentre outros aspectos técnicos, éticos e legais na profissão7. Prestar uma assistência de 
enfermagem livre de danos à sociedade é nosso dever profissional8 e com o 
dimensionamento adequado é promover a segurança e satisfação da categoria. 
Enfim, faça você o exercício de cálculo do dimensionamento de profissional do 
setor em que trabalha e colabore com para institucionalização das boas práticas em sua 
instituição. 
 
Referências 
1- Fugulin FMT, Rossetti AC, Ricardo CM, Possari JF, Mello MC, Gaidzinski RR. Tempo 
de assistência de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva: avaliação dos parâmetros 
propostos pela Resolução COFEN nº293/04. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet] 
2012:[09 telas] Available from: www.scielo.br/pdf/rlae/v20n2/pt_15.pdf 
2- Inoue KC, Matsuda LM. Dimensionamento da equipe de enfermagem em unidade de 
terapia intensiva para adultos. Rev. Acta Paul Enferm [Internet]. 2010; 23(3):379-84. 
Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n3/v23n3a11 
3- Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN n° 527, de 10 de 
novembro de 2016. Atualiza e estabelece parâmetros para o dimensionamento do quadro 
de profissionais de enfermagem nos serviços/locais em que são realizadas atividades de 
enfermagem [Internet]. 2016. Available from: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-
no-05272016_46348.html 
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n2/pt_15.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n3/v23n3a11
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05272016_46348.html
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05272016_46348.html
4 
 
4- Rodrigues MA, Paula RCC, Santana RF. Divergências entre legislações do 
dimensionamento de enfermagem em unidades de terapia intensiva. Rev. Enferm. Foco 
[Internet]. 2017; 8(1): 12-16. Disponível em: 
http://revista.portalcofen.gov.br/index.php/enfermagem 
5- Pereira EAA, Passos JP. O absenteísmo e as repercussões frente a equipe de 
enfermagem. [Internet]. 2016; Rio de Janeiro (BR). Disponível em: 
https://journaldedados.wordpress.com/2016/10/19/paper-n-412016/ 
6- Marques DO, Pereira MS, Souza ACS, Vila VSC, Almeida CCOF, Oliveira EC. 
Absenteeism – illness of the nursing staff of a university hospital. Rev Bras Enferm. 2015; 
68(5):594-600. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v68n5/0034-7167-reben-
68-05-0876.pdf 
7- Martinato MCNB, Severo DF, Marchand EAA, Siqueira HCH. Absenteísmo na 
enfermagem: uma revisão integrativa. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2010; 31(1):160-6. 
Available from: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v31n1/a22v31n1.pdf 
8- Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN n° 311, de 08 de 
fevereiro de 2007. Aprova a Reformulação do Código de Ética dos Profissionais de 
Enfermagem [Internet]. 2007. Available from: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3112007_4345.html 
 
Autores 
Rodolpho César Cardoso de Paula 
Enfermeiro Mestre pela Universidade Federal Fluminense-RJ 
Fiscal do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro 
E-mail: rodolphodepaula@hotmail.com.br 
 
Fernando Porto 
Enfermeiro e Historiador. Dr. em Enfermagem com pós-doutoramento pela USP.Líder do 
grupo de pesquisa LACUIDEN. Coordenador do PPGENF. 
(Orientador). E-mail: ramosporto@openlink.com.br 
 
 Como citar este post (Vancouver adaptado): PAULA RCC, PORTO F. Dimensionamento 
de pessoal de enfermagem e a sobrecarga de trabalho nas unidades hospitalares [internet]. 
Rio de Janeiro (BR); 2017 [Acesso em: dia mês (abreviado) ano]. Disponível em: 
https://journaldedados.wordpress.com.br (completar com dados do site). 
http://revista.portalcofen.gov.br/index.php/enfermagem
https://journaldedados.wordpress.com/2016/10/19/paper-n-412016/
http://www.scielo.br/pdf/reben/v68n5/0034-7167-reben-68-05-0876.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reben/v68n5/0034-7167-reben-68-05-0876.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v31n1/a22v31n1.pdf
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3112007_4345.html
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3112007_4345.html
mailto:ramosporto@openlink.com.br