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Prof. Juliano Monteiro de Oliveira Proporções: o conceito de proporção tem uma importância muito grande, não apenas em Matemática, como também no cotidiano. Frequentemente empregamos proporções em nosso dia-a-dia, embora sem utilizar símbolos matemáticos. O estudo de proporções é de inestimável valor para nós, já que os temas desenvolvidos nessa disciplina se baseiam nas grandezas proporcionais. Razão de dois números Razão do número a para o número b (diferente de zero) é o quociente de a por b Ex.: (lemos: a para b) Os números a e b são termos da razão; a é chamado antecedente e b, consequente da razão a ou a : b b Exemplos: A razão de 3 para 12 é: A razão de 20 para 5 é: A razão entre 5 e ½ é: A razão entre e 7 é: 3 = 1 p 12 4 20 = 4 5 5 = 5 x 2 = 10p 1 1 2 2 + 1 3 2 + 1 3 7 7 = 7 x 1 = 1 = 3 3 7 3 7 Dadas em uma certa ordem, é a razão entre a medida da primeira grandeza e a segunda grandeza. Se as grandezas são da mesma espécie, suas medidas devem ser expressas na mesma unidade. Neste caso, a razão é um número puro. Ex.: a razão de 30 dm para 6 m é: 30 dm = 3 m = 1 6 m 6 m 2 Se as grandezas não são da mesma espécie, a razão é um número cuja unidade depende das unidades das grandezas a partir das quais se determina a razão. Ex.: um automóvel percorre 160 km em 2 horas. A razão entre a distância percorrida e o tempo gasto em percorrê-la é: Podemos dizer, então, que esse automóvel faz em média 80 km em 1 hora ou 80 km/h 160 km = 160 km/h = 80 km/h 2 h 2 Dados, em uma certa ordem, quatro números (a, b, c e d) diferentes de zero, dizemos que eles formam uma proporção quando a razão entre os dois primeiros (a e b) é igual à razão entre os dois últimos (c e d). Simbolicamente, representamos uma proporção por: E lemos, “a está para b, assim como c está para d” a = c h b d Na proporção: a, b, c e d são os termos (1º, 2º, 3º e 4º termos) a e c são antecedentes b e d são consequentes a e d são extremos b e c são os meios a = c h b d Sejam a, b, c e d números reais diferentes de zero, tais que: Multiplicando os dois membros da igualdade bd (produto dos consequentes da proporção), obtemos: Simplificando, temos: O que nos permite dizer que, em toda proporção, o produto dos extremos é igual ao produto dos meios a = c h b d a x bd = c x bdh b d ad = cb Exemplos: Dada a proporção: Temos: 4 x 3 = 6 x 2 => 12 = 12 Temos: => 15 x y = 20 x 60 = Resolva ai: 4 = 2 h 6 3 4 x 3 = 12 h 6 x 2 = 12 15 = 60 h 20 y y = 20 x 60 = 80 => 15 y = 80 7 h 6 = 5 x 3 2 Resposta: 7 20 ad = bc => Então: 11 x 30 = 15 x 22 => Então: => a = c h b d 11 = 22 h 15 30 11 x 22 = 3 x 15 15 30 7 35 11 15 15 = 35 g 3 22 l 7 30 Dada a proporção: => 5 x 32 = 8 x 20 Alternado os extremos: => 32x5=8x20 Alternado os meios: => 5 x 32 = 20 x 8 Invertendo os termos: => 8 x 20=5 x 32 Transpondo as razões: => 20x8=32x5 5 x 20 8 32 32 x 20 8 5 5 x 8 b 20 32 8 x 32 5 20 20 x 5 32 8 a = c h b d Considerando as razões: Vemos que todas são iguais a 2. Logo, podemos escrever: Essa expressão é denominada série de razões iguais ou proporção múltipla. 6 , 10, 12 , 8 v 3 5 6 4 6 = 10 = 12 = 8 v 3 5 6 4 a = c = ... = m b d n Seja a série de razões iguais: Fazendo a razão comum igual a k, obtemos: onde.: a = bk, c = dk, ..., m = nk Somando membro a membro essas igualdades, vem a + c+...+m=k (b + d+...+n) Pondo o k em evidência, temos: ou a = c = ... = m b d n a = k, c = k, ... = m = k b d n a + c + ... + m = k b + d + ... + n a = c = ... = m = k b d n Podemos escrever: Em uma série de razões iguais, a soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes assim como qualquer antecedente está para o seu respectivo consequente. Ex.: a + c + ... + m = a = c = ... = m b + d + ... + n b d n 6 = 10 = 12 = 8 => 6 +10 + 12 + 8 = 6 ou 10 ou 12 ou 8 10 5 6 4 3+ 5 + 6 + 4 3 5 6 4 Exemplo: calcule x, y e z, sabendo que e x + y + z = 420. => x = y = z b 9 11 15 x +y + z = x ou y ou z f 9+11+ 15 9 11 15 120 = x ou y ou z 35 9 11 15 420 = x => x = 420 x 9 = 108 35 9 35 12 1 420 = y => y = 420 x 11 = 132 35 11 35 12 1 420 = z => z = 420 x 15 = 180 35 15 35 12 1 Resolva: x = 2 e x + y = 60 y 3 Resposta: X = 24 e y = 36 A maioria dos problemas que se apresentam em nosso dia-a-dia liga duas grandezas relacionadas de tal forma que, quando uma delas varia, como consequência varia também a outra. Assim, a quantidade de combustível gasto por um automóvel depende do número de quilômetros percorridos. O tempo gasto numa construção depende do número de operários empregados. A relação entre duas grandezas variáveis estabelece a lei de variação de valores de uma delas em relação a outra. Segundo tal lei, as grandezas relacionadas podem ser direta ou indiretamente proporcionais. Duas grandezas variáveis são diretamente proporcionais (ou simplesmente, proporcionais) se os valores correspondentes x e y são expressos por uma função do tipo: y = kx ou k = y/x Onde k é um número real constante, diferente de zero. Ex.: os números das sequências (6, 9, 20) e (2, 3, 6) são proporcionais? Temos: Logo, esses números não são proporcionais 2 = 3 ≠ 6 b 6 9 20 Duas grandezas variáveis são inversamente proporcionais se os valores correspondentes x e y são expressos por uma função do tipo: y = k x 1 ou k = yx x Onde k é um número real constante, diferente de zero. Ex.: verifique se são ou não inversamente proporcionais as sequências (2, 3, 6, 10) e (45, 30, 15, 9) Temos: 2 x 45 = 3 x 30 = 6 x 15 = 10 x 9 = 90 Logo, são inversamente proporcionais e o fator de proporcionalidade é 90. Resolva: sendo x e y grandezas diretamente proporcionais, calcule os valores de a e b: Determine os valores de a e b nas sequências de números inversamente proporcionais (2, 3, b) e (15, a, 5) x 7 9 b y 21 a 39 Resposta 1: a=27 e b=13 Resposta 2: a=10 e b=6 Suponhamos que Antônio, José e Pedro tenham se associado para comprar um terreno no valor de R$ 60.000,00. Antônio entrou com R$ 30.000,00, José com R$ 20.000,00 e Pedro com R$ 10.000,00. Algum tempo depois, venderam esse terreno por R$ 90.000,00. Qual a parte que cabe a cada um deles? Logo, os três sócios devem receber as seguintes quantias: Antônio: 30.000,00 x 1,5 = R$ 45.000,00 José: 20.000,00 x 1,5= R$ 30.000,00 Pedro: 10.000,00 x 1,5 = R$ 15.000,00 90.000,00 = 1,5 60.000,00 A igualdade entre essas razões mostra as quantias que os sócios receberam na venda são números proporcionais às quantias empregadas na compra do terreno. Assim, concluímos que o produto da venda foi dividido em três partes proporcionais às partes da compra. Dividir um número em partes proporcionais a vários outros números dados é decompô-lo em parcelas proporcionais a esses números. Suponhamos que você queira dividir o número 180 em partes diretamente proporcionais a 2, 5 e 11. Isso significa dividir o número 180 em três parcelas, tais que a razão da primeira parcela para o número 2 seja igual à razão da segunda parcela para o número 5 e igual à razão da terceira parcela para o número 11. Assim, chamando de x, y e z, respectivamente, cada uma dessas parcelas, devemos verificar que: x + y + z = 180, x = y = z b 2 5 11 => Sendo 20 + 50 + 110 = 180, concluímos que as partes procuradas são: 20, 50 e 110. Por conversão, chamamos, simplesmente, de divisão proporcional a divisão diretamente proporcional x +y + z = x = y = z f 2+5+ 11 2 5 11 180 = x = y = z f 18 2 5 11 10 = x = y = z f 2 5 11 x = 10 => x =2 x 10 = 20 f 2 y = 10 => y =5 x 10 = 50 f 5 z = 10 => z =11 x 10 = 110 11 Suponhamos, agora, que você queira dividir o número 210 em partes inversamente proporcionais a 3, 5 e 6. Isso significa dividir o número 210 proporcionalmente aos inversos dos números 3, 5 e 6, isto é, determinar parcelas x, y e z, tais que: Como o m.m.c. (3,5,6) = 30, temos x = y = z b 1 1 1 3 5 6 1 = 30 = 10f 3 10 1 1 = 30 = 6f 5 6 1 1 = 30 = 5f 6 5 1 x => 10 Y => 6 Z => 5 x + y + z = 210 k = 210 => k = 10 X = 10 x 10 =100 Y = 6 x 10 = 60 Z = 5 x 10 = 50 Logo, as partes procuradas são: 100, 60 e 50. x = y = z f 10 6 5 21 210 A regra de sociedade é uma das aplicações da divisão proporcional. Tem por objeto a divisão dos lucros ou dos prejuízos entre as pessoas (sócios) que formam uma sociedade, por ocasião do Balanço geral exigido anualmente por lei ou quando da saída de um dos sócios ou da admissão de um novo sócio. Por convenção, o lucro ou o prejuízo é dividido pelos sócios proporcionalmente aos capitais que empregaram, levando-se em conta as condições estipuladas no contrato social. Classicamente, há quatro casos a considerar: 1) Os capitais são iguais e empregados durante o mesmo tempo. A fim de obtermos a parte de cada sócio, dividimos o lucro ou o prejuízo pelo número deles. Exemplo: Três sócios obtiveram um lucro de R$ 222.600,00. Sabendo que seus capitais eram iguais, vamos determinar a parte de cada um nos lucros: 222.600,00 = 74.200,00 Logo, a parte de cada um no lucro é de: R$ 74.000,00 3 2) Os capitais são desiguais e empregados durante o mesmo tempo. Neste caso, dividimos o lucro ou o prejuízo em partes diretamente proporcionais aos capitais dos sócios. Exemplo: Por ocasião do Balanço anual de uma firma comercial formada por três sócios, verificou-se um prejuízo de R$ 27.000,00. Vamos determinar a parte correspondente a cada sócio, sabendo que seus capitais são de R$ 540.000,00, R$ 450.000,00 e R$ 360.000,00: x => 540 y => 450 => k = 27 = 0,02 z => 360 x = 540 x 0,02 = 10,8 y = 450 x 0,02 = 9,0 z = 360 x 0,02 = 7,2 Logo, o prejuízo correspondente a cada sócio é, respectivamente, de: R$ 10.800,00, R$ 9.000,00 e R$ 7.200,00. 1.350 27 1.350 27,0 3) os capitais são iguais e empregados durante tempos desiguais. Teoricamente, o lucro ou o prejuízo correspondente a cada sócio seria determinado dividindo-se o lucro ou o prejuízo da sociedade em partes diretamente proporcionais aos tempos. Porém, na prática este caso não ocorre porque, em uma sociedade, os sócios não podem permanecer por tempos desiguais. No momento em que um antigo sócio se retira ou um novo sócio é admitido, procede-se a uma reforma do contrato social, após o Balanço, calculando-se o Ativo e o Passivo. 4) Os capitais são desiguais e empregados durante tempos também desiguais. Teoricamente, as partes do lucro ou do prejuízo seriam diretamente proporcionais aos produtos dos capitais pelos respectivos tempos. Também neste caso vale a observação feita para o caso anterior. Não devemos confundir este caso com aquele em que os sócios integralizam suas quotas de capital em épocas diferentes. Ex.: Antônio e José organizaram uma firma comercial com um capital social de R$ 2.000.000,00, devendo cada um deles entrar com R$ 1.000.000,00. No ato da organização, 1º de março, Antônio integralizou sua quota e José contribuiu com apenas R$ 700.000,00, responsabilizando-se por integralizar sua quota após 5 meses. Em 31 de dezembro foi procedido o Balanço, tendo sido apurado um lucro de R$ 740.000,00. Qual a parte a ser creditada a cada sócio? Antônio, tendo integralizado seu capital de R$ 1.000.000,00 em 1º de março, terá um lucro diretamente proporcional a esse capital durante os 10 meses (1º de março a 31 de dezembro), isto é, diretamente proporcional a 1.000.000,00 × 10 ou 10.000.000,00. José, tendo completado seu capital em 1º de agosto, terá uma parte do seu lucro correspondente a R$ 700.000,00 durante 10 meses (1º de março a 31 de dezembro) e outra relativa aos restantes R$ 300.000,00 durante 5 meses (1º de agosto a 31 de dezembro); a primeira é diretamente proporcional a 700.000,00 × 10 ou 7.000.000,00 e a segunda, a 300.000,00 × 5 ou 1.500.000,00. Assim, seu lucro é diretamente proporcional a 7.000.000,00 + 1.500.000,00 = 8.500.000,00. Temos, então: x => 100 y => 85 => k = 7,4 = 0,04 x = 100 x 0,04 = 4,0 y = 85 x 0,04 = 3,4 Logo, a Antônio devem ser creditados R$ 400.000,00 e a José, R$ 340.000,00. 185 7,4 185 7,4 Chamamos de regra de três os problemas nos quais figura uma grandeza que é direta ou inversamente proporcional a uma ou mais grandezas. Temos dois tipos de regra de três: a simples, que trabalha com apenas duas grandezas, e a composta, que envolve mais de duas grandezas. Neste caso, são dados dois valores de uma grandeza e um valor de outra, o qual corresponde a um dos valores da primeira grandeza. Devemos, então, obter o valor da segunda grandeza que corresponde ao segundo valor da primeira. Ex.: Comprei 6 m de tecido por R$ 15,00. Quanto gastaria se tivesse comprado 8 m? Resolução: Neste problema figuram duas grandezas: comprimento e preço do tecido. Se o comprimento for multiplicado por 2, 3, …, o preço ficará multiplicado por 2, 3, … Podemos, então, concluir que estamos trabalhando com grandezas diretamente proporcionais. Chamando de x o valor que desejamos conhecer (preço de 8 m de tecido), dispomos, em uma primeira linha horizontal, os valores conhecidos das duas grandezas que se correspondem e, em uma segunda linha, o outro valor conhecido da primeira e o x, que representa o valor correspondente da segunda e que se quer conhecer: Comprimento (m) Preço (R$) 6 15 8 x Em seguida, colocamos uma seta vertical na coluna onde se encontra o x, com a ponta voltada para ele. Se as grandezas forem diretamente proporcionais, como no nosso exemplo, colocaremos uma segunda seta vertical de mesmo sentido na coluna dos outros dados. Assim: Armamos a proporção formada pelas razões que construímos, seguindo as setas: 6 ---- 15 8 ---- x 6 = 158 x e determinamos o valor de x: => Logo, o preço procurado é: R$ 20,00. É importante observar que as quantidades correspondentes a uma mesma grandeza devem ser expressas na mesma unidade de medida. Quando as grandezas que figuram no problema são diretamente proporcionais, dizemos que a regra de três é direta. x = 8 x15 6 x = 120 = 20 6 Resolva: Se 6 operários fazem certa obra em 10 dias, em quantos dias 20 operários fariam a mesma obra? Resolução, temos: Operários Dias 6 10 20 X Se o número de operários for multiplicado por 2, 3, …, o número de dias ficará dividido por 2, 3, …, respectivamente.* Logo, as grandezas relacionadas são inversamente proporcionais. Assim, a coluna que contém x é assinalada como no problema anterior e a outra coluna é assinalada com uma segunda seta vertical, de sentido contrário ao da primeira: 6 ---- 10 20 ---- x Em seguida, invertemos os valores da coluna do número de operários (por ser uma grandeza inversamente proporcional à de número de dias): Daí: => Logo, serão necessários: 3 dias 20 ---- 10 6 ---- x x = 6 x10 20 x = 60 = 3 20 Quando as grandezas que figuram no problema são inversamente proporcionais, dizemos que a regra de três é inversa. Convém observar que, nos problemas de Matemática, geralmente são consideradas condições iguais. No problema 2, por exemplo, supõe-se que os operários produzam igualmente e que as condições de trabalho também sejam iguais. Como dissemos antes, na regra de três composta ocorrem três ou mais grandezas relacionadas entre si. Neste caso, de cada grandeza são dados dois valores, com exceção de uma delas, da qual é dado apenas um valor, relacionado com um dos valores de cada uma das outras grandezas. Se para imprimir 87.500 exemplares 5 rotativas gastam 56 min, em que tempo 7 rotativas, iguais às primeiras, imprimirão 350.000 desses exemplares? Resolução: Temos a seguinte disposição prática dos dados. Exemplares Rotativas Tempo 87.500 5 56 350.000 7 x Fixando a segunda grandeza (número de rotativas), vemos que a primeira grandeza (número de exemplares) e a terceira (tempo) são diretamente proporcionais, pois duplicando o número de exemplares, o tempo empregado duplicará. Fixando, agora, a primeira grandeza, vemos que a segunda e a terceira são inversamente proporcionais, pois duplicando o número de rotativas, o tempo necessário se reduzirá à metade. Assim, temos: Invertendo os valores da segunda grandeza, vem: o que nos permite escrever, pela propriedade da grandeza proporcional a várias outras => x = 160 min ou 2h:40min 87.500 ---- 5 ---- 56 350.000 ---- 7 ---- x 87.500 ---- 7 ---- 56 350.000 ---- 5 ---- x 56 = 87.500 x 7 x 350.000 x 5 x = 56 x 350.000 x 5 87.500 x 7 Em nosso dia-a-dia é comum observarmos expressões como estas: “Desconto de até 30% na grande liquidação de verão.” “Os jovens perfazem um total de 50% da população brasileira.” “A inflação registrada em dezembro foi de 1,93%.” “O rendimento da caderneta de poupança foi de 1,99% em dezembro.” Todas estas expressões envolvem uma razão especial chamada percentagem. Suponhamos que um aluno tenha acertado, em um exame, 12 das 15 questões apresentadas. A razão entre o número de questões acertadas e o número total de questões é: Quando uma razão é apresentada com o consequente 100 (neste caso, 80), ela é chamada razão centesimal. 12 = 4 = 0,8 = 8 = 80 = ... 15 5 10 100 100 Uma outra forma de representarmos as razões centesimais, muito usada principalmente no universo econômico-financeiro, é substituir o consequente 100 pelo símbolo % (que lemos: por cento). Assim: Esse numeral (80%) é denominado taxa percentual ou centesimal. 80 = 80% (lemos: oitenta por cento) 100 Ex.: Escreva a razão 3 em forma de taxa percentual. Logo, a resposta é: 75% 3 = x => 3 x 100 = 75 4 100 4 4 Elementos do cálculo percentual. Vimos que: Neste exemplo, chamando o 12 de percentagem, o 15 de principal e o 80 de taxa, temos: 12 = 80 15 100 percentual = taxa principal 100 Daí, obtemos as seguintes definições: Taxa é o valor que representa a quantidade de unidades tomadas em cada 100. Percentagem é o valor que representa a quantidade tomada de outra, proporcionalmente a uma taxa. Principal é o valor da grandeza da qual se calcula a percentagem. O principal, a percentagem e a taxa são os elementos do cálculo percentual. Na prática, é muito comum: empregarmos as palavras desconto, comissão, multa, parte, quota, abatimento, prejuízo, lucro etc. em lugar de percentagem; designarmos a taxa percentual simplesmente por percentagem. Assim, tanto faz dizermos, em uma situação qualquer, que o lucro foi de R$ 80,00 ou de 20%. Representando: o principal por P; a percentagem por p; a taxa por r; temos, genericamente: Dados, então, dois quaisquer dos três elementos, podemos calcular o terceiro fazendo uso da proporção. p = r k P 100 Um vendedor tem 3% de comissão nos negócios que faz. Qual sua comissão numa venda de R$ 3.600,00? Resolução: Temos: Assim: => Logo, a comissão é de: R$ 108,00 p = 3 k 3.600 100 P = 3.600k r = 3 p = 3.600 x 3 = 108,00k 100 Resolva: Em um colégio 26% dos alunos são meninas. Quantos alunos possui o colégio, se elas são em número de 182? Resposta: 700 alunos Um automóvel foi adquirido por R$ 5.000,00 e vendido com um lucro de R$ 400,00. Qual a percentagem de lucro? Resolução: Temos: Assim: => Logo, o lucro foi de: 8% 400 = r k 5.000 100 P = 5.000,00k p = 400,00 r = 400 x 100 = 8k 5.000 Vimos que a taxa percentual se refere a 100, isto é: Porém, na resolução de muitas questões, é mais prático (e, algumas vezes, necessário) tomarmos como valor referencial a unidade, obtendo o que chamamos de taxa unitária (simbolizada por i). Assim: Temos, então: 25 = 25% k 100 25 = i => i = 25 = 0,25k 100 1 100 i = 0,25 = 25 = 25%k 100 Sendo: Como: Podemos escrever: P = r k p 100 r = i 100 P = i p Um comerciante vendeu um objeto por R$ 540,00 com um lucro de 15% sobre esse valor. Quanto ganhou? Resolução: Temos: Como: => Logo, o comerciante ganhou R$ 81,00. p = 540,00 x 0,15 = 81,00 P = 540,00k i = 15% P = i p p = Pi Resolva: Um terreno tem 70% de sua área plantada, que corresponde a 154 ha. Qual a área total do terreno? Resposta: 220 ha. Resolva: Em uma turma de 60 alunos, foram reprovados 9. Quantos por cento dos alunos foram reprovados? Resposta: 15% O que vamos estudar agora são problemas de percentagem ligados às operações de compra e venda de mercadorias, isto é, vamos aprender a fazer cálculos de lucro ou prejuízo sobre os preços de custo e de venda de mercadorias. A venda de mercadorias pode oferecer um lucro e este lucro pode ser sobre o preço de custo ou sobre o preço de venda. Preço de custo de uma mercadoria compreende o preço de aquisição, acrescido das despesasdiretas sobre a compra e sobre a venda e, ainda, das despesas de administração e funcionamento da empresa. Consideremos o seguinte problema: Um comerciante vendeu mercadorias com um lucro de 8% sobre o preço de custo. Determine o preço de venda, sabendo que essas mercadorias custaram R$ 500,00. Sabemos que: preço de venda = preço de custo + lucro Como o lucro é de 8% sobre o preço de custo, isto é: lucro = 0,08 do preço de custo Temos: preço de venda = preço de custo + 0,08 × preço de custo = (1 + 0,08) × preço de custo = 1,08 × 500,00 = 540,00 Logo, o preço de venda é de: R$ 540,00 Fórmula - Chamando de: V o preço de venda; C o preço do custo; L o lucro; i a taxa unitária do lucro. vem: V = C + L Como: L = i × C temos: V = C + i × C Logo: que nos dá o preço de venda, conhecidos o custo e a taxa de lucro sobre o custo. Resolva: Um comerciante comprou um objeto por R$ 480,00. Desejando ganhar 20% sobre o preço de custo, qual deve ser o preço de venda? Resposta: R$ 576,00 V = (1 + i) C Comprou-se um objeto por R$ 60,00 e deseja- se ganhar 25% sobre o preço de venda. Qual deve ser este preço? Sabemos que: preço de venda – lucro = preço de compra Como o lucro é de 25% sobre o preço de venda, isto é: lucro = 0,25 do preço de venda, temos: preço de venda – 0,25 × preço de venda = preço de custo ou: (1 – 0,25) × preço de venda = preço de custo ou, ainda: Logo, o preço de venda deve ser de: R$ 80,00 Preço de venda = preço de custo = 60,00 = 80,00 0,75 0,75 Fórmula: Temos: V – L = C Como: L = i × V vem: V – i × V = C ⇒ (1 – i)V = C Logo: que nos dá o preço de venda, conhecidos o preço de custo e a taxa de lucro sobre o preço de venda. V = C . 1 - i Resolva: Um comerciante comprou um objeto por R$ 48,00. Desejando ganhar 20% sobre o preço de venda, qual deve ser este último? Resposta: R$ 60,00 V = C . 1 - i Analogamente ao que ocorre com o lucro, uma mercadoria pode ser vendida com prejuízo sobre o preço de custo ou sobre o preço de venda. Considere o seguinte problema: Um objeto foi vendido com um prejuízo de 40% sobre o preço de custo. Sabendo que esse objeto custou R$ 30,00, qual foi o preço de venda? Sabemos que: preço de venda = preço de custo – prejuízo Como o prejuízo é de 40% sobre o preço de custo, isto é: prejuízo = 0,4 do preço de custo Temos: preço de venda = preço de custo – 0,4 × preço de custo = (1 – 0,4) × preço de custo 0,6 × preço de custo = 0,6 × 30 = 18 Logo, o preço de venda foi de: R$ 18,00 Fórmula: Chamando de P o prejuízo, vem: V = C – P Como: P = i × C temos: V = C – iC Logo: que nos dá o preço de venda, conhecidos o custo e a taxa do prejuízo sobre o custo. V = (1 - i) C Resolva: Uma pessoa adquiriu um relógio por R$ 125,00 e só conseguiu vendê-lo com um prejuízo de 8% sobre o custo. Por quanto ela vendeu o relógio? Resposta: R$ 115,00 V = (1 - i) C Uma casa que custa R$ 96.000,00 foi vendida com um prejuízo de 20% sobre o preço de venda. Calcule o preço de venda. Sabemos que: preço de venda + prejuízo = preço de custo Como o prejuízo é de 20% sobre o preço de venda, isto é: prejuízo = 0,2 do preço de venda, temos: preço de venda + 0,2 × preço de venda = preço de custo ou: (1 + 0,2) × preço de venda = preço de custo ou, ainda: Logo, o preço de venda será de: R$ 80.000,00 Preço de venda = preço de custo = 96.000,00 = 80.000,00 1,2 1,2 Fórmula: Como: V + P = C e P = i × V temos: V + iV = C ⇒ (1 + i)V = C Logo: que nos dá o preço de venda, conhecidos o preço de custo e a taxa do prejuízo sobre o preço de venda. V = C . 1 + i Um objeto que custou R$ 558,00 foi vendido com um prejuízo de 12% sobre o preço de venda. Qual o valor apurado na venda? Resposta: R$ 498,21 V = C . 1 + i Neste slide, vamos aprender a calcular os abatimentos sucessivos sobre uma importância resultante de um negócio efetuado. Consideremos o seguinte problema: Uma firma distribuidora oferece, sobre o valor de uma fatura, os descontos sucessivos de 10%, 4% e 5%. Sabendo que o valor da fatura é de R$ 48.000,00, qual o valor líquido desta? Basta, evidentemente, calcularmos os líquidos parciais correspondentes aos abatimentos oferecidos, respeitando a ordem das taxas, até obtermos o líquido final. Fatura: é a relação que acompanha a remessa de mercadorias expedidas, ou que se remete mensalmente ao comprador, coma designação de quantidades, marcas, pesos, preços e importâncias Assim, chamando o valor líquido de L, temos: Como: p1 = P × i1 ⇒ p1 = 48.000,00 × 0,1 = 4.800 ⇒ L1 = 48.000,00 − 4.800 = 43.200,00 p2 = L1 × i2 ⇒ p2 = 43.200,00 × 0,04 = 1.728 ⇒ L2 = 43.200,00 − 1.728 = 41.472,00 p3 = L2 × i3 ⇒ p3 = 41.472,00 × 0,05 = 2.073,60 ⇒ L3 = 41.472,00 − 2.073,60 = 39.398,40 o valor líquido da fatura é de: R$ 39.398,00 Fórmula do valor líquido Examinando a solução do problema anterior, vemos que: p2 = L1 × i2 e L2 = L1 − p2 ⇒ L2 = L1 − L1 × i2 ⇒ L2 = L1(1 − i2) Tendo em vista que os valores obtidos para L não dependem dos particulares valores utilizados, podemos escrever: Lk = Lk − 1(1 − ik) Atribuindo a k os valores 1, 2, 3, …, n, obtemos as igualdades: Multiplicando essas n igualdades, membro a membro, e simplificando, vem: Ln = L0(1 − i1) (1 − i2) (1 − i3) … (1 − in) Fazendo: L0 = P e Ln = L Obtemos: onde i1, i2, i3, …, i n são as taxas sucessivas. Obs.: Para aumentos sucessivos, temos: M = P(1 + i1) (1 + i2) (1 + i3) … (1 + in) Ex.: Uma firma distribuidora oferece, sobre o valor de uma fatura, os descontos sucessivos de 10%, 4% e 5%. Sabendo que o valor da fatura é de R$ 48.000,00, qual o valor líquido desta? Resolução: Temos: Assim: L = 48.000,00 (1 − 0,1) (1 − 0,04) (1 − 0,05) = 48.000,00 × 0,9 × 0,96 × 0,95 = 39.398,40 o valor líquido da fatura é de: R$ 39.398,40
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