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AIE & Mormo Higiene Veterinária 03/03/22 - A letalidade em humanos é muito elevada - A cada 100 pessoas, 95 delas morrem MORMO ASPECTOS ECONÔMICOS DA EQUIDEOCULTURA BRASILEIRA - O Brasil é o maior em número de cavalos - A atividade gera 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos - Os cavalos não são animais de produção propriamente ditos, mas sim de pet - A exportação de cavalos vivos gera receita de US$4,4 milhões - O Brasil é um dos maiores exportadores de carne equina - É proibido por lei consumir carne de cavalo no Brasil - De todas as doenças que afetam os cavalos, o mormo representa um impedimento para o trânsito e comércio de equídeos - Os países que consomem carne de cavalo, são de origem germânica O QUE É O MORMO? - É uma doença zoonótica causada pela bactéria Burkholderia mallei relacionada a lesões respiratórias, linfáticas e cutâneas em equídeos e outros animais POR QUE O MORMO É TÃO IMPORTANTE? - Não há tratamento viável e efetivo para o mormo e a letalidade de humanos é muito elevada HISTÓRICO - No séc. II a.C. já havia relatos da doença feita por Aristóteles e Hipócrates - A origem é do velho mundo - A bactéria foi isolada em 1896 a partir de um grande surto da doença em cavalos no estado de SP - Houve uma epidemia de mormo no exército brasileiro entre os anos de 1908 e 1909, com muitos casos humanos motivando a fundação da primeira escola de Medicina Veterinária do país em 1910, no RJ - Passada a epidemia, foi feito um controle e foi erradicado do Brasil. Porém, novos casos foram registrados a partir de 1999 em Pernambuco - A partir dos anos 2000, a doença foi relatada em vários estados - A doença é registrada apenas no Brasil, Gana, Irã, índia e China - No Brasil, o mormo está presente em todas as regiões e quase todos os estados, com exceção do Acre e Amapá Burkholderia mallei Proteobacteria: Burkholderiaceae - Bactérias intracelulares facultativas, assim como a Brucelose, são capazes de fugir de medicamentos e, por isso o tratamento passa a ser mais desafiador - Desprovidos de cápsula, que produz as lesões - Não tão tolerante a luz do sol - Transmissão por fômites, objetos que permitem a transmissão de um animal para outro (rédeas, arreios...) CARACTERÍSTICAS - Mormo é doença de animais velhos - Relacionado com densidade populacional - Aspectos como má nutrição, esforço excessivo e outros fatores de bem-estar, também favorecem a doença - Contato com lesões cutâneas ou secreções respiratórias - Fômites importantes na transmissão - Ambiente contaminado, inclusive alimentos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Forma nasal - Forma pulmonar - Forma cutânea Outra forma é assintomática, considerada pela OIE, importante para a disseminação da doença FORMA NASAL - Lesões nas narinas e toda cavidade nasal - Febre, tosse, dispneia - Descarga nasal muco-purulenta ou sanguinolenta, uni ou bilateral - Perfurações nasais podem ocorrer - Sinal clínico de cicatriz em forma de estrela *lesões dentro da narina *lesão em estrela FORMA PULMONAR - Afeta mais o sistema respiratório inferior, causando nódulos e abscessos nos pulmões - Descarga pulmonar pode disseminar a doença para o trato respiratório superior - Resulta em diarreia e poliúria - Tosse, febre, dispneia são algumas alterações causadas pela doença *posição ortopneia, com dificuldade respiratória FORMA CUTÂNEA - Formação de nódulos e úlceras na pele, com descarga purulenta e exsudato amarelado - Aumento crônico dos linfonodos e vasos linfáticos relacionados (aspecto de “rosário”) - Orquite pode ser observada nos machos (inflamação nos testículos) DIAGNÓSTICO Anamnese - Idade avançada - Regiões endêmicas - Trabalho e exercício intensos - Deficiências nutricionais - Participação em eventos com alta concentração de animais Clínica - Abscessos - Sinais respiratórios - Linfangite (aspecto de rosário) - Emagrecimento progressivo *A coleta de amostra e testes laboratoriais só pode ser feita por médicos veterinários capacitados e laboratórios credenciados* - Teste de Fixação de Complemento (Triagem) - Western Blotting – imunoblotting MEDIDAS DE CONTROLE - Interdição da propriedade com animais positivos - Eutanásia imediata dos animais positivos, com incineração ou enterramento de carcaças. Precisam ser abatidos em até 30 dias - As instalações e utensílios devem ser descontaminados com iodo, cloreto de benzalcônio, hipoclorito de sódio, etanol 70% ou glutaraldeido 2% - Deverão ser realizados exames sorológicos consecutivos para mormo nos outros animais da propriedade interditada, com intervalo de 21 a 30 dias - A propriedade será desinterditada apenas após a obtenção de 2 resultados sorológicos negativos consecutivos ANEMIA INFECCIOSA EQUINA - A única forma de resolver é abate dos animais - É uma doença infecciosa crônica de equídeos caracterizada por episódios recorrentes de febre, letargia, inapetência, trombocitopenia e anemia HISTÓRICO - No Brasil prevalência estimada acima de 50% - Mais frequente no pantanal, por conta de mais ambientes aquáticos, atraindo mais vetores da doença - Ausente no Peru, Chile, Uruguai, Guiana Francesa - Na Bolívia é considerada endêmica, com muitos casos AGENTE ETIOLÓGICO - Ordem Ortervirales – o genoma se mistura com o da célula hospedeira - Família Retroviridae – relevância na saúde humana - Gênero Lentivirus - Espécie: vírus da anemia infecciosa equina (EIAV) - Transmissão sexual, fômites, vetores e manifestações tardias Características morfológicas - Pouco resistente ao meio externo - 2 moléculas iguais de RNA, fita simples. Genoma de 7 a 13 kb - Capsídeo esférico ou cônico - Na região nordeste o foco passa a ser maior EPIDEMIOLOGIA - Fonte de infecção: equídeos - Via de eliminação: sangue, colostro, leite, sêmen - Transmissão por vetores mecânicos: dípteros hematófagos *moscas: Tabanídeos (Tabanidae) Mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans) - Transmissão iatrogênica: fômites – agulhas, seringas, material cirúrgicas, sonda esofágica, esporas, arreios... Transmissão por transfusão sanguínea Transmissão vertical Transmissão venérea - Período de incubação: 1 a 3 semanas - Estirpe viral x susceptibilidade do animal - Mulas e burros possuem formas mais brandas Formas clínicas - Aguda - Sub-aguda (crônica) - Inaparente Animal infectado portador por toda a vida! FORMA AGUDA - Estirpe muito virulenta - Viremia e anemia intensa - Febre FORMA SUB-AGUDA (CRÔNICA) - Febre, anemia, trombocitopenia - Animal se recupera *principal alteração clínica – magreza FORMA INAPARENTE - Portadores assintomáticos - Manutenção e disseminação da infecção - Queda no rendimento DIAGNÓSTICO Clínico - Perda de peso - Febre intermitente - Edema ventral - Petéquias *Exames complementares: Hematócrito e plaquetas diminuídas (anemia e tromboc.) Exames bioquímicos alterados Laboratorial: confirmação - Imonudifusão em gel de ágar (IDGA) Teste sorológico com alta especificidade - ELISA Mais rápido e de maior sensibilidade Positivos necessitam de confirmação pelo IDGA Tanto mormo ou AIE, é preciso preencher uma resenha, uma ficha em que o animal será caracterizado - O envio das amostras precisa estar refrigerado, que garante a manutenção da temperatura baixa ✓ Não existe vacina ✓ Evitar trânsito e permanência de equinos estranhos ✓ Introduzir apenas animais com atestado negativo – isolar por 30 dias ✓ Controlarmoscas hematófagas ✓ Desinfecção constante de estábulos e baias ✓ Fômites: utilizar agulha e seringa estéreis e descartáveis, desinfetar materiais de uso compartilhado ✓ Exigir atestado negativo para compra, venda e cobertura
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