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Artigo cadeia produtiva do leite bovino (1)

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1 
 
COMPETÊNCIAS DO MÉDICO VETERINÁRIO FRENTE A QUALIDADE DA 
CADEIA PRODUTIVA DO LEITE BOVINO 
 
Gabriel Bueno de Oliveira1 
Liliane Pereira da Silva2 
Maicon fim de Souza3 
Mauricio Rodrigues dos Santos4 
Vitor Hugo Pinheiro Godoy5 
 
 
Resumo: A cadeia agroindustrial do leite é considerada uma das mais importantes do Brasil. 
Sendo assim, o leite é essencial para dieta dos indivíduos, abrangendo todas as faixas etárias 
e classes sociais, devido ser um dos alimentos mais completos. Vale destacar que, a indústria 
leiteira compreende diversas fases, desde a ordenha até a chegada ao comércio varejista. O 
objetivo deste estudo é descrever as competências do médico veterinário na qualidade e 
segurança da cadeia produtiva do leite bovino. O estudo segue uma abordagem qualitativa 
de caráter bibliográfico, através dos meios eletrônicos BIREME, LILACS e SCIELO, sendo 
selecionados periódicos dos últimos 10 (dez) anos, na língua portuguesa. O leite, devido ao 
seu alto teor de atividade de água e também alto valor nutricional, é um alimento vulnerável 
às alterações físico-químicas e deterioração pela ação de microrganismos que encontram 
condições favoráveis para multiplicação, além disso, a ordenha é considerada uma das 
tarefas mais importantes dentro de propriedade leiteira, pois, para a produção de leite ser 
considerada de alta qualidade. Dessa forma, a cadeia produtiva do leite bovino apresenta uma 
grande importância política, econômica e social no país, devido as suas características 
peculiares, com a presença maciça de pequenos produtores espalhados e presentes em 
todas as regiões do Brasil. À vista disso, a formação do médico-veterinário vai além da saúde 
animal, ela contribui de maneira essencial na saúde humana. Posto isso, na cadeia produtiva 
do leite, é evidenciado sua participação de forma abrangente e de suma importância. 
 
Palavras-chave: Cadeia produtiva do leite. Leite bovino. Médico Veterinário. Qualidade do 
leite. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A cadeia agroindustrial do leite é considerada uma das mais importantes do 
Brasil, devido a sua grande relevância socioeconômica, sendo essa atividade 
realizada em praticamente todos os municípios brasileiros, no qual, de acordo com o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 4º trimestre de 2020, a 
aquisição de leite realizada pelos estabelecimentos com inspeção sanitária foi de 6,75 
bilhões de litros (IBGE, 2020). 
Sendo assim, o leite é essencial para dieta dos indivíduos, abrangendo todas 
as faixas etárias e classes sociais, devido ser um dos alimentos mais completos, onde 
em sua composição possuem vitaminas, lipídios, proteínas e sais minerais, além 
2 
 
disso, para que o leite seja de boa qualidade, o mesmo deve possuir algumas 
características como alto valor nutritivo, sabor agradável, ausência de agentes 
patogênicos e contaminantes, tendo uma baixa carga microbiana e reduzida 
contagem de células somáticas (MORAIS et al., 2021). 
Vale destacar que, a indústria leiteira compreende diversas fases, desde a 
ordenha até a chegada ao comércio varejista como produto industrializado, na forma 
de leite pasteurizado ou até mesmo como produto derivado. Dessa forma, embora 
todas as fases sejam importantes para a qualidade do leite, pode-se compreender 
como a mais importante, sendo a produção, uma vez que, nessa fase todos os 
cuidados são indispensáveis (HIROTA, 2022). 
Portanto, para que o produto chegue seguro e com boa qualidade à mesa dos 
consumidos, o médico veterinário dispõe um papel essencial na área de saúde 
pública, inserindo-se em diferentes atividades, que vão desde a gestão e o 
planejamento em saúde até a vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental. 
Ressalta-se que a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1946, definiu novas 
áreas de atuação para a Medicina Veterinária na saúde pública, sendo as principais o 
controle de zoonoses, higiene dos alimentos, trabalhos de laboratório e atividades 
experimentais, visto que, a inspeção de produtos de origem animal é definida como 
atividade exclusiva do médico veterinário e pode ser realizada no âmbito federal, 
estadual ou municipal (MARINHEIRO et al., 2015). 
Neste contexto, sabe-se que a cadeia produtiva do leite foi se modificando 
drasticamente à medida em que o homem se desenvolvia, sendo de extrema 
importância o cuidado em todo o processo, posto que, falhas no processo podem 
desencadear contaminação do leite por microorganismos, devendo manter a máxima 
higiene, zelando pela sua inocuidade desde a ordenha até o momento do consumo, 
nesse sentido, suscitam-se questões importantes: Como se dá o processo para 
manter uma cadeia produtiva de leite bovino de qualidade? Qual o papel do médico 
veterinário frente a esta problemática? 
A inspeção de produtos de origem animal no Brasil, incluindo o leite e 
derivados, é considerada obrigatória no país desde 1950. Portanto, a fim de garantir 
a qualidade do leite e seus derivados, é primordial que as autoridades fiscalizadoras, 
representadas pelos serviços de inspeção dos produtos de origem animal além da 
vigilância sanitária, fiscalizem as atividades da indústria e do comércio, 
3 
 
respectivamente, assegurando a distribuição de produtos isentos de riscos à saúde 
da população (MELO; BARBOSA; PEREIRA, 2018). 
Concomitantemente, para se produzir leite com qualidade e segurança para o 
consumidor, é de suma importância que os principais atores da cadeia produtiva, 
como produtores, Médicos Veterinários e indústrias processadoras que executem o 
seu papel e trabalhem em conjunto (SANTOS; CARVALHO, 2013). 
Com isso, o objetivo deste estudo é descrever as competências do médico 
veterinário na qualidade e segurança da cadeia produtiva do leite bovino, oferecendo 
assim subsídios para implementação de medidas voltadas a melhoria da qualidade. 
 
 
2 METODOLOGIA 
 
Para a realização deste estudo, utilizou-se uma abordagem qualitativa e de 
caráter bibliográfica, sendo assim, foi realizado o levantamento de dados em artigos 
científicos publicados nas bases de dados da BIREME - Biblioteca Regional de 
Medicina, sendo as bases de dados pesquisadas no Literatura Latino-Americana em 
Ciências em Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Librany Online (SCIELO). 
referentes ao processo de segurança e qualidade da cadeia produtiva do leite bovino 
no Brasil e a atuação da medicina veterinária neste processo. 
Sendo assim, para os critérios de inclusão do estudo, foram escolhidos os 
artigos que abordassem a temática afim de possibilitar uma discussão baseada em 
evidências científicas, sendo selecionados periódicos dos últimos 10 (dez) anos, na 
língua portuguesa, sendo este no período entre 2013 e 2023. Portanto, como critério 
de exclusão artigos de literatura que não condiziam com a temática escolhida, artigos 
publicados em outros idiomas e que estavam fora do recorte temporal estabelecido 
pelos pesquisadores. 
 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 Cadeia produtiva do leite bovino no Brasil 
 
Para identificar e compreender uma cadeia produtiva agroalimentar, é 
fundamental entender o conceito de cadeia, sendo esta considerada, como um 
4 
 
sistema organizado de processo de fabricação, numa sequência de operações, 
contendo máquinas, equipamentos, instrumentos, além de matérias-primas e 
trabalhadores, no qual, cada operação só pode ser executada quando a anterior tiver 
sido concluída (RIBEIRO, 2021). 
Vale destacar que a produção de leite no Brasil é distribuída por todo o país, 
onde, segundo o IBGE, no ano de 2022, a região Sudeste dominou com 35% da 
produção, seguida pela região Sul e Nordeste. Sendo assim, mundialmente, de acordo 
com o Anuário do leite, de 2019 o Brasil foi o terceiro maior produtor de leite, ficando 
atrás apenas dos EUA e Índia (HIROTA, 2022). 
Em um contexto histórico, a produção leiteira no Brasil teve início em 1532, pelo 
fato da expedição colonizadora de Martim Afonsode Souza trouxer da Europa bois e 
vacas para a colônia portuguesa, sendo instalada no País. Portanto, a partir de 1950, 
devido ao crescimento da industrialização no Brasil, iniciou-se o desenvolvimento da 
pecuária leiteira, em seguida ocorreu avanço tecnológico com a produção de leite tipo 
B e C, ganhando tempo de prateleira e a confiança do consumidor. No qual, devido 
ao processo industrial, houve também o crescimento na pecuária leiteira e, a partir 
daí, iniciou a produção do leite tipo A, disputando a preferência dos consumidores, em 
relação aos leites tipo B e C, aos poucos o leite longa vida conquistou o mercado e se 
tornou o leite mais vendido no País (CARVALHO, 2013). 
É importante ressaltar também que, obter leite de qualidade depende de todo 
o processo de produção, devendo ser controlado em todas as etapas, desde a criação 
do animal até a entrega do leite para o consumidor. A vista disso, para prevenir 
contaminações e assegurar a higiene do leite, são necessários equipamentos e 
instalações apropriadas, além de profissionais qualificados e responsáveis a fim de 
garantir a qualidade final do leite. Visto que, a qualidade do leite é definida por seus 
parâmetros físico-químicos e microbiológicos, assim como a presença de proteínas, 
gordura, lactose, sais minerais e vitaminas determinam a manutenção das 
características do leite, que também pode ser afetada pela saúde do úbere da fêmea, 
nutrição, manejo, genética e bem-estar (HIROTA, 2022). 
Sendo assim, para garantir qualidade do leite, o produtor deve iniciar a criação 
de vacas leiteiras, fazendo a escolha de raças promissoras, uma vez que, no Brasil, 
as mais comuns para o investimento são: a Holandesa, sendo a mais disseminada no 
mundo e com maior potencial para a produção de leite; a Jersey, conhecida como a 
5 
 
mais rústica, devido à facilidade de adaptação e por apresentar alta fertilidade e 
longevidade; o Pardo Suíço, uma das raças mais antigas; o Zebu Leiteiras, as 
zebuínas (Gir/Guzerá/Sindi) e a Girolando, derivada do cruzamento da Zebu com a 
Holandesa (CARVALHO, 2013). 
Na legislação brasileira, através do decreto Nº 9.013, no qual, foi alterado pelo 
decreto Nº 10.468, o leite é definido: 
 
[...] como o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em 
condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e 
descansadas. O leite como produto, ainda, deve seguir diversas 
especificações, entre elas a ausência de substâncias estranhas à sua 
composição, onde podemos citar agentes inibidores do crescimento 
microbiano, neutralizantes da acidez e reconstituintes da densidade 
ou do índice crioscópico. Além disso, deve possuir teor mínimo de 
gordura de 3,0g/100g; teor mínimo de proteína total de 2,9g/100g; teor 
mínimo de lactose anidra de 4,3g/100g; teor mínimo de sólidos não 
gordurosos de 8,4g/100g; teor mínimo de sólidos totais de 11,4g/100g; 
acidez titulável entre 0,14 e 0,18 expressa em gramas de ácido 
lático/100mL; densidade relativa entre 1,028 e 1,034 a 15°C e índice 
crioscópico entre -0,530ºH e -0,555ºH (BRASIL, 2018). 
 
Dessa forma, o leite, devido ao seu alto teor de atividade de água e também 
alto valor nutricional, é um alimento vulnerável às alterações físico-químicas e 
deterioração pela ação de microrganismos que encontram condições favoráveis para 
multiplicação. Portanto, a qualidade é fundamental, sendo considerado o somatório 
de vários fatores, entre os quais a estabilidade físico-química e microbiológica, uma 
vez que, a contaminação microbiana pode ser afetada por diversos fatores, podendo 
destacar a saúde da glândula mamária, a higiene da ordenha, o ambiente em que a 
vaca fica alojada até os procedimentos de limpeza e higiene dos equipamentos e 
utensílios utilizados na ordenha (MELO; BARBOSA; PEREIRA, 2018). 
Além disso, afeta também a temperatura e tempo de armazenagem do leite 
além da Contagem Padrão em Placas (CPP), a Contagem Células Somáticas (CCS), 
e outras análises físico-químicas que são fundamentais para o processo de controle 
da qualidade do leite cru, sabendo que este é a base de toda a cadeia láctea, e a má 
qualidade da matéria prima pode afetar a fabricação dos derivados (BRASIL, 2018). 
Os aspectos de qualidade do leite devem ser considerados independentes do 
sistema de produção, tamanho das propriedades e nível socioeconômico do produtor, 
pois a principal prática para se obter produto de qualidade é a higiene o que parece 
ser compreensível, e possível de ser praticada por todos aqueles que se interessam 
6 
 
pela própria saúde, bem como dos consumidores tanto de leite como de seus 
derivados. Sabidamente o leite pode carrear inúmeros micro-organismos causadores 
de diferentes enfermidades para os humanos, sendo assim, o profissional médico 
veterinário possui um papel essencial na qualidade da cadeia produtiva do leite 
(JAMAS et al., 2018). 
 
3.2 Papel do Médico Veterinário na qualidade da cadeia produtiva do leite 
 
O leite é considerado um alimento completo e necessário em todas as fases do 
desenvolvimento humano, desde o nascimento, a mais tenra idade, até a velhice. Sua 
qualidade é influenciada por uma série de fatores, dentre os quais o manejo dos 
animais, a alimentação e a sanidade das glândulas mamárias, posto que, durante o 
processo de ordenha, a contaminação bacteriana pode ser proveniente de sujidades 
do úbere, assim como as mãos do ordenhador, dos equipamentos de ordenha (como 
as teteiras) e, ainda, de tambores e baldes mal higienizados. Nesses casos a 
contaminação maior é por micro-organismos ambientais como coliformes, 
particularmente Escherichia coli (JAMAS et al., 2018). 
Sendo assim, para que seja oferecido alimentos de origem animal em 
quantidade e qualidade, é necessário que haja um acompanhamento deste produto, 
desde o início de sua cadeia até a industrialização, passando pelo processamento da 
matéria-prima, bem como o seu armazenamento, transporte, comércio, e consumo, à 
vista disso, o Médico Veterinário possui competências e habilidades que propiciam a 
qualidade em todo o processo. Neste contexto, encontra-se o leite, fonte de nutrientes 
e muito consumido, que deve ser fiscalizado, para que a qualidade esteja presente e 
que não haja adulteração no produto, assim como contaminação por produtos 
químicos ou microorganismos (MORAIS et al., 2021). 
Vale mencionar que, as atividades do Médico Veterinário são, inúmeras vezes, 
divulgadas de forma limitada, criando estereotipo de uma profissão que cuida apenas 
de cães e gatos. Desta forma, o grande público e, desconhece a abrangência da 
atuação profissional na saúde pública, seja na zoonose, além da higiene, inspeção e 
tecnologia de produtos de origem animal, não estando, portanto, cientes da 
importância da Medicina Veterinária na sociedade (SANTOS; CARVALHO, 2013). 
7 
 
 Sendo assim, o Médico Veterinário também cuida do ser humano, visto que 
62% dos patógenos humanos conhecidos são transmitidos por animais, além disso, 
75% das doenças emergentes tiveram origem na fauna silvestre. Portanto, isso 
evidencia deste profissional, além do mais, os veterinários são os únicos qualificados 
cientificamente para lidar com as questões de saúde animal, usando assim da 
prevenção, manejo correto, rastreamento de novos agravos e controlando as afecções 
e infecções em seus pacientes, evitar-se-á que novas pandemias cheguem a ocorrer 
como é o caso da COVID-19 (ANJOS et al., 2021). 
Portanto, o Médico Veterinário é o profissional que atua pela saúde e pelo bem-
estar dos animais, dos seres humanos e pela sustentabilidade do meio ambiente. 
Sendo assim, a inspeção é primordial para que utilize métodos de diagnósticos 
permitem evidenciar os principais pontos críticos do bem-estar dos bovinos leiteiros, 
no qual, podem apontar os desafios em diversas áreas de produção, posto que, 
algumas enfermidades são mais relevantes para o diagnóstico de bem-estar dos 
bovinos leiteiros,entre elas a mastite continua, que apresenta alta incidência, apesar 
dos métodos de prevenção, como higiene na ordenha (AMARAL, 2021). 
Ressalta-se que a inspeção abrange a inspeção "ante" e "post mortem" dos 
animais, o recebimento, manipulação, transformação, elaboração, preparo, 
conservação, acondicionamento, embalagem, depósito, rotulagem, trânsito e 
consumo de quaisquer produtos e subprodutos, adicionados ou não de vegetais, 
destinados ou não à alimentação humana. A inspeção abrange também outros 
produtos utilizados na indústria de alimentos, como condimentos, conservadores, 
antioxidantes, fermentos e outros (MARINHEIRO et al., 2015). 
A qualidade de vida dos animais pode ser afetada por estresse, distresse, dor, 
sofrimento, acidentes ou doenças associadas. A negligência, imperícia e imprudência 
podem estar associadas a estas condições. Alguns animais são submetidos a 
tratamentos tardiamente, e nos casos de insucessos terapêuticos os animais são 
destinados ao descarte, abate ou submetidos à eutanásia (AMARAL, 2021). 
No entanto, falhas no processo da cadeia produtiva do leite, podem também 
proporcionar a contaminação do leite por patógenos, no qual, podem ser veiculados 
pelo leite e derivados, diversas doenças, como a brucelose e tuberculose, podendo 
ser transmitidas ao ser humano pelo consumo de produtos lácteos não inspecionados 
(FLORINDO et al., 2021). 
8 
 
Dessa forma, a cadeia produtiva do leite é extremamente complexa e exige 
uma série de cuidados. Inúmeros fatores podem interferir na qualidade do leite, e é 
preciso ter responsabilidade e seriedade, pois qualquer inconformidade na produção 
poderá causar problemas de saúde aos consumidores (RIBEIRO, 2021). 
Sendo assim, o Médico Veterinário no ambiente rural, desempenha o papel de 
orientação do produtor rural e funcionários encarregados do manejo dos animais, no 
qual as principais orientações estão relacionadas ao manejo sanitário, tratamento e 
principalmente a prevenção de doenças. Porém, no âmbito industrial, seja em usina 
de beneficiamento e fábrica de laticínios ou posto de refrigeração de leite, o 
profissional atua como Responsável Técnico. Já no âmbito do comércio 
(supermercados e hipermercados) de leite e seus derivados, o mesmo atua como 
fiscal da vigilância sanitária, onde orienta e fiscaliza a aquisição de produtos 
originários de estabelecimentos com Inspeção Sanitária, exigindo condições 
adequadas (SANTOS; CARVALHO, 2013). 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Na busca inicial, obteve-se 7.690 estudos, com uma análise mais aguçada 
filtrou-se o quantitativo de 14 pesquisas que atendiam aos critérios de inclusão do 
estudo. Posto isso, os estudos selecionados, referenciam a cadeia produtiva do leite 
englobando vários os processos, sendo eles de produção, resfriamento, transporte, 
industrialização, embalagem e comércio, com o consumidor sendo seu objetivo final. 
Portanto, os regulamentos técnicos que orientam a qualidade do leite, 
enfatizam que a entrada do leite na empresa deve seguir todas as normas de padrão 
de qualidade exigidas e, somente é liberada, após análises que comprovem suas 
perfeitas condições para industrialização. Dessa forma, o leite in natura é submetido 
a várias análises sensoriais para verificação do sabor, aroma e cor. Após aprovado 
pelo controle de qualidade, o leite é liberado, novamente resfriado e estocado, sua 
temperatura não deve ser superior a 7,0ºC (BRASIL, 2018). 
Segundo Martins & Mata (2020), para assegurar que produtos e serviços sejam 
seguros, confiáveis e de qualidade. Existem estratégias que reduzem os custos, no 
qual, minimizam perdas e erros, dando como resultado, um aumento na produtividade, 
portanto, ressalta que, o material do interior dos tanques e de todos os componentes 
9 
 
que entram em contato direto com o leite, deve ser de aço inoxidável de resfriamento 
de leite ou outro material aprovado pela normativa vigente. A rugosidade desse 
material deve ter no máximo 1 mícron (Ra < 1,0 µm). 
A ordenha é considerada uma das tarefas mais importantes dentro de 
propriedade leiteira, pois, para a produção de leite ser considerada de alta qualidade, 
há necessidade de um manejo de ordenha, objetivando a redução da contaminação 
microbiana, química e física do leite e, tais medidas envolvem todos os aspectos da 
obtenção do leite de uma maneira rápida, eficiente e sem riscos para a saúde do 
animal e principalmente na qualidade do leite (MARTINS; MATA, 2020). 
Weis et al., (2022), corrobora, afirmando que, uma vez ordenhado, a 
refrigeração imediata do leite é fundamental para a manutenção da sua qualidade, 
principalmente no que se refere à manutenção de uma baixa Contagem Bacteriana 
Total. Em temperaturas frias, a maioria das bactérias tem a sua multiplicação 
paralisada, sendo a faixa de temperatura ideal para inibir o crescimento de grande 
parte das bactérias de 2 ºC a 4 ºC. Em temperatura ambiente, as bactérias presentes 
no leite se multiplicam rapidamente, ocasionando o aumento da contagem bacteriana 
total - o que pode ser tão expressivo a ponto de causar a acidificação do leite. 
Vale destacar, que o Brasil possui um dos maiores rebanhos produtivos do 
mundo, ocupando lugar de destaque na produção mundial de leite, sendo assim, em 
relação a quantidade de leite cru, resfriado ou não, adquirido e industrializado no 
Brasil, em comparação ao 4º trimestre do ano de 2022, o 1º trimestre de 2023, houve 
uma diminuição no volume de produção de leite, conforme descrito no gráfico a seguir, 
porém, segue no ranking. 
 
Fonte: IBGE, 2023. 
0
1,000,000
2,000,000
3,000,000
4,000,000
5,000,000
6,000,000
7,000,000
Quantidade de leite
cru, resfriado ou não,
adquirido 2022
Quantidade de leite
cru, resfriado ou não,
industrializado 2022
Quantidade de leite
cru, resfriado ou não,
adquirido 2023
Quantidade de leite
cru, resfriado ou não,
industrializado 2023
Gráfico 1: Volumes de produção de leite no Brasil
1º mês 2º mês 3º mês Total no trimestre
10 
 
 Dessa forma, a cadeia produtiva do leite bovino apresenta uma grande 
importância política, econômica e social no país, devido as suas características 
peculiares, com a presença maciça de pequenos produtores espalhados e presentes 
em todas as regiões do Brasil, no entanto, para que o produto chegue seguro e com 
qualidade à mesa dos consumidores, deve-se passar por todo um processo, tendo 
como protagonista o profissional Médico Veterinário (HIROTA, 2022). 
 Dentre os fatores que afetam a qualidade estão higiene da produção e pessoal, 
sanidade do ambiente, armazenamento, embalagem, transporte, temperatura. Diante 
disso, Santos & Carvalho (2023), enfatizam a atuação do Médico Veterinário, no qual, 
sua atuação na cadeia produtiva do leite, relacionam-se a higiene, inspeção e 
tecnologia de produtos de origem animal (atividade privativa do Veterinário); além da 
prevenção e saúde pública; indústria de ração, medicamentos e defensivos animais; 
clínica; ecologia e meio ambiente; produção animal, administração e extensão rural; 
biotecnologia, reprodução animal e fisiopatologia da reprodução. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A cadeia produtiva do leite, dentro de todo um contexto de qualidade e 
segurança é extremamente complexa, no qual, exige uma série de cuidados efetivos, 
em todo o processo sequencial, a fim de que não haja falhas que possam interferir na 
qualidade do leite, com isso, é necessário que se tenha a presença de profissionais 
capacitados, visto que, qualquer inconformidade na produção poderá causar 
problemas de saúde aos consumidores. 
Além disso, as propriedades seja elas, rurais, familiares, industriais, deve 
propiciar um investimento na propriedade, tanto na capacitação da mão de obra 
quanto assistência técnica efetiva, visando assim, à melhoria da qualidade do leite 
produzido na região e adequação à legislação vigente. 
À vista disso, a formação do médico-veterináriovai além da saúde animal, ela 
contribui de maneira essencial na saúde humana. Posto isso, na cadeia produtiva do 
leite, é evidenciado sua participação de forma abrangente e de suma importância, 
sendo responsável técnico em diversos processos e locais onde há a produção do 
11 
 
leite, impedindo assim, que o leite e seus derivados, sendo impróprios para o consumo 
cheguem à mesa do consumidor. 
Portanto, espera-se que este estudo sirva para a conscientização e estímulo 
dos profissionais, quanto a sua importância na saúde pública, proporcionando ainda, 
mais estudos que enfatize e valorize sua atuação como ciência. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
AMARAL, J. B. Mastite bovina e qualidade do leite nos aspectos legais e forenses-
Revisão. PUBVET, v. 16, p. 183, 2021. Disponível em: 
https://www.researchgate.net/-quality-Review.pdf. Acesso em: 10 jun. 2023. 
 
ANJOS, A. R. S; ALVES, C. T. O; NETO, V. A. S; SANTOS, W. R. A; SANTOS, D. 
M; LEITE, M. J. H. A importância do Médico Veterinário na Saúde 
Pública. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, p.1-8, 2021. Disponível 
em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17254. Acesso em: 10 jun. 2023. 
 
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa 
nº 76, de 26 de novembro de 2018. Regulamentos Técnicos que fixam a identidade 
e as características de qualidade do leite cru refrigerado, leite pasteurizado e leite 
pasteurizado tipo A, Brasília, DF, 2018. Disponível em: 
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/. Acesso em: 14 jun. 2023. 
 
CARVALHO, M. P. Evolução da produção de leite no Brasil nos últimos 40 
anos. Disponível em: http://www.pioneersementes.com.br/media-center/ artigos/161. 
Acesso em: 14 jun. 2023. 
 
FLORINDO, A; SOUZA, G. V; COMIN, V. C; NESPOLO, N. M; ROSSI, G. Avaliação 
do consumo de leite e derivados informais no município de São Carlos, Brasil. Ars 
Veterinaria, v. 37, n. 2, p. 74-82, 2021. Disponível em: 
https://arsveterinaria.org.br/index.php/ars/article/view/1402. Acesso em: 14 jun. 
2023. 
 
HIROTA, C. S. Qualidade do Leite Bovino: Revisão Bibliográfica. Trabalho de 
Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – 
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	1 INTRODUÇÃO
	3 REFERENCIAL TEÓRICO
	3.1 Cadeia produtiva do leite bovino no Brasil
	4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
	5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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