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Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose A tuberculose é uma doença prevenível pela vacinação, contudo, em vista de sua grande reincidência, integra, juntamente com a hanseníase, um programa específico, por apresentarem características semelhantes. As complicações dessas doenças são graves, quando não tratados adequadamente ou quando os casos são identificados em estágio mais avançado. Pode haver sérios comprometimentos, gerando incapacidades e morte. Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose Anteriormente, a hanseníase era chamada de morféia ou “lepra”. Essa doença vem atingindo a humanidade desde os tempos mais remotos, sendo freqüentemente citada nos registros históricos de inúmeros povos como um grande mal, que deve ser muito temido. Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose FATORES DE RISCO: Desnutrição Baixa eficácia dos programas de controle e prevenção Mutações nos bacilos Aglomerações urbanas Aids Fatores De Risco: Desnutrição – provoca debilitação do organismo, o qual passa a não mais produzir seus elementos de defesa, oferecendo pouca ou nenhuma resistência aos agentes infecciosos. Fatores De Risco: Baixa eficácia dos programas de controle e prevenção Paciente abandona o tratamento por diversos motivos: Dificuldade de acesso ao serviço de saúde, Reações orgânicas ao medicamento, Deficiência alimentar, Acreditar estár curado, desaparecimento da sintomatologia. Serviços de saúde com falta de medicamentos, Não realizar a busca ativa de faltosos e casos suspeitos; Não possuir profissionais adequadamente preparados. Nesses casos, a conseqüência é a ampliação do número de pessoas que continuam doentes e sem tratamento, favorecendo o aumento da transmissão das doenças. Fatores De Risco: Mutações nos bacilos –tuberculose: quando os doentes não seguem corretamente o tratamento prescrito a bactéria pode criar resistência, através de mudanças em sua estrutura, não sendo mais destruída pela dosagem administrada. Nesses casos, há necessidade de se recorrer a medicamentos mais potentes. Fatores De Risco: Aglomerações urbanas – nas grandes cidades as pessoas convivem cada vez mais próximas umas das outras, seja em shopping centers, cinemas, estádios de futebol, veículos de transporte lotados e/ou outros espaços. Considerando-se que a transmissão da hanseníase e tuberculose ocorre por meio das vias aéreas, tal condição aumenta o risco de transmissão dessas doenças. Fatores De Risco: Aids – a síndrome da imunodeficiência adquirida caracterizase pela queda brutal nas defesas do organismo, o que facilita a instalação de doenças oportunistas. A ocorrência da pandemia de Aids aumentou muito a incidência de tuberculose porque cerca de um terço da humanidade carrega o bacilo de Koch, sem entretanto manifestar a doença, mas quando acometido pela síndrome da imunodeficiência adquirida há manifestação da tuberculose. Doença infecciosa e crônico-degenerativa; Agente etiologico: Mycobacterium leprae, que afeta nervos e pele. Período de incubação: entre 2 e 7 anos, em média de 3 a 5 anos. Por afetar várias estruturas do corpo, produzindo seqüelas, desenvolveu-se um preconceito, um estigma, relacionado à incapacidade, ao isolamento, ao abandono, à morte e ao medo. Lepra na história: sempre associada à sujeira, afastamento, podridão, sendo o seu tratamento realizado em instituições chamadas leprosários. Afastados dos centros urbanos, para que o doente convivesse o mínimo possível com pessoas saudáveis, esses locais reforçavam o isolamento e o preconceito. No século XX, essa palavra foi mudada para hanseníase, em homenagem a Gerhard Amauer Hansen, médico norueguês que descobriu a bactéria causadora da doença. Transmissão: gotículas de saliva que expelimos quando espirramos, tossimos ou falamos, podendo ser também transmitida por lesões de pele, o que é mais raro. Sua principal fonte de infecção é o doente que apresenta as formas contagiantes (virchowiana e dimorfa), porque possui, nesses casos, grande carga de bacilos, podendo facilmente eliminá-los. Patogenia (como a doença se instala e acontece): Após a entrada da bactéria no organismo, passa a atingir pele, olhos e nervos periféricos (sendo os membros locomotores os mais atingidos). O bacilo não provoca reações imediatas no organismo; por isso, o período de incubação é tão longo; se multiplicaria, formando granulomas (nódulos) ou espessando os nervos e causando alterações na sensibilidade e até mesmo nos movimentos. A hanseníase pode se apresentar sob quatro formas diferentes, com duas subdivisões: Paucibacilares (poucos bacilos) se subdividem em indeterminada e tuberculóide, mais brandas, menor tempo de tratamento e não transmitirem a doença - por existir pequena quantidade de bactérias na corrente sangüínea. Multibacilares(muitos bacilos), se subdividem em dimorfa e vivchowiana, mais graves, tratamento mais longo, capazes de transmitir a doença porque possuem grande quantidade de bactérias. Manifestações e transmissibilidade: Forma indeterminada (I) - forma mais branda. Apresenta manchas planas, esbranquiçadas e com alterações de sensibilidade (hipoestesia ou hiperestesia) pelo corpo. Se tratada, pode não deixar seqüela. Forma virchowiana (V) - forma mais grave, apresenta deformações (com formações de caroços) no nariz e orelhas, podendo haver queda dos pêlos das sobrancelhas - caracterizando a “face leonina”. Há espessamento e formações de granulomas em várias partes do corpo, aparentando “caroços” na pele. Manifestações e transmissibilidade: Forma tuberculóide (T) - nem sempre há manchas na pele do doente. Quando aparecem, podem ser acastanhadas, com bordos bem definidos, podendo apresentar alopécia. Pode afetar apenas os nervos, sendo chamada então de forma neural pura. Forma dimorfa (D) - manchas avermelhadas ou arroxeadas pelo corpo, sem bordos definidos, com edema, algumas vezes semelhantes à forma tuberculóide (quando está associada ao comprometimento neurológico) ou à virchowiana (quando está associada à presença de nódulos e infiltrações na face). Manifestações e transmissibilidade: A principal característica, comum a todas estas formas é a perda de sensibilidade nervosa na área de pele afetada, o que faz com que, muitas vezes, o doente se machuque naquela região e não sinta. Primeiramente, perde a sensibilidade às diferenças de temperatura; depois, à dor e, finalmente, ao tato na região da lesão. Cuidados (orientar e supervisionar): Olhos: usar soro fisiológico ao sentir que estão ressecados. Fazer exercícios, abrindo e fechando os olhos com força. Nariz: observar se há feridas. Limpar com soro fisiológico. Não tirar casquinhas da região para não provocar feridas. Mãos e braços: repousar o(s) membro(s), se estiver sentindo “choques”. Evitar fazer movimentos repetidos e carregar coisas pesadas. Massagear as mãos com auxílio de um óleo lubrificante, como o óleo mineral e outros. Fazer exercícios com os dedos (abrir e fechar as mãos, encostar o polegar na ponta de cada um dos dedos). Cuidados (orientar e supervisionar): Pés: andar calçado, com sapatos fechados e confortáveis; massageálos com óleo adequado, para evitar que ressequem. Fazer exercícios (abaixar e levantar o peito do pé, brincar de empurrar a parede com as mãos, para esticar as pernas juntas). Ferimentos: imobilizar os dedos e repousar os membros machucados. Todas as formas de hanseníase podem causar espessamento dos nervos, provocando lesõesneurológicas. Quando evolui sem tratamento, principalmente nas formas multibacilares, pode haver acometimento dos ossos e do tecido de sustentação, causando deformidades nas mãos e pés dos doentes. Diagnóstico: Sintomas e sinais Baciloscopia (Exame complementar), positivo quando a forma da hanseníase é dimorfa ou virchiwiana e negativo quando a forma for indeterminada ou tuberculóide ou quando o tratamento para as formas multibacilares estiver em curso. Teste de Mitsuda, via intradérmica. Este teste indica se a pessoa já teve infecção pelo bacilo da hanseníase e se desenvolveu defesa contra as formas graves. Se seu resultado for positivo, o doente apresenta uma forma paucibacilar; se negativo, multibacilar. Tratamento: feito em ambulatórios, com raras internações (complicações). É realizado com base nas formas da doença, chamado de poliquimioterapia (PQT). Paucibacilares: 6 meses , Rifampicina® e Dapsona®. Multibacilares 24 meses, Rifampicina®, Dapsona® e Clofazimina®. Em algumas localidades do país esse período está sendo modificado, pois estão sendo realizados estudos para verificar a possibilidade de a hanseníase ser curada em menor tempo. Tratamento: Em ambos os casos - hanseníase e tuberculose - o doente ingere uma dose supervisionada mensalmente, ou seja, toma uma certa dose das drogas diante da presença do profissional de saúde - que pode ser o técnico de enfermagem. Isso é muito importante, porque essa dose é diferente da que o doente toma diariamente em sua própria casa. Tratamento: orientar a respeito dos efeitos colaterais Tratamento: orientar a respeito dos efeitos colaterais. É importante ressaltar que após o término do tratamento todos esses efeitos colaterais desaparecerão aos poucos. Além disso, cada vinda do cliente à unidade de saúde ou cada visita domiciliar para realização da dose supervisionada permite que o técnico de enfermagem e toda a equipe de saúde que acompanha o doente possam reforçar orientações sobre os cuidados que deverá manter para levar uma vida saudável, principalmente com relação aos olhos, pés, ferimentos, narinas e mãos. Atividades: 1. Qual a forma de transmissão da hanseníase? 2. Qual o principal sintoma sinal e sintoma presente em todas as formas de hanseníase? 3. Quais as orientações e cuidados com olhos, nariz, mãos e braços, pés, e ferimentos? 4. Qual os efeitos colaterais do tratamento da hanseniase?