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Psicose e mania

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Farmacologia da psicose e da mania 
PSICOSE																																																																																			
• É	um	distúrbio	severo	da	percepção	da	realidade.	
Integração	desordenada	entre	o	Sistema	Límbico	
e	o	Córtex	Cerebral.	
• O	Sistema	Límbico	está	ligado	ao	tronco	cerebral,	
ao	cerebelo	e	a	medula	espinhal.	Resposnde	por	
comportamentos	 insGnGvos,	 emoções	 impulsos	
básicos.	 Giro	 do	 cíngulo,	 giro	 para-hipocampal,	
hipocampo,	amígdala,	hipotálamo	etc	
Sintomas:	
• PosiGvos	(definem	o	inicio	da	doença):		
- Alucinações	audiGvas	e	visuais		
- Agitação		
- Desconfiança		
- SenGmentos	de	perseguição	
- Pensamentos	não	desejáveis	
- Distorções	 ou	 exageros	 da	 linguagem	 e	 da	
comunicação	
- Comportamento	desorganizado		
- Comportamento	catatônico	
• NegaGvos:		
- Afeto	embotado		
- Retraimento	emocional		
- Passividade		
- Retraimento	social	apáGco		
- Dificuldade	de	pensamento	abstrato		
- Falta	de	espontaneidade		
- Pensamento	estereoGpado		
- Alogia:	restrições	na	fluência	e	na	produção	
do	pensamento	e	do	discurso		
- Avolição:	 restrições	 na	 iniciação	 de	
comportamentos	 direcionados	 a	 um	
objeGvo		
- Anedonia:	ausência	de	prazer		
- Atenção	prejudicada	
	
1-	Hipótese	Dopaminérgica	
• Surgiu	 incialmente	com	a	descoberta	da	eficácia	
da	 clorpromazina	 na	 esquizofrenia	 e	 foi	
reforçada	 com	 o	 abuso	 de	 anfetaminas	 e	
cocaína,	ou	pelo	uso	da	 levodopa	na	doença	de	
Parkinson.	
• AGvidade	 dopaminergica	 AUMENTADA	 na	 Via	
mesolímbica,	relacionada	aos	sintomas	posiGvos,	
pacientes	com	esquizofrenia	apresentam.	
• AGvidade	 dopaminérgica	 DIMINUIDA	 na	 Via	
MesocorGcal,	 que	 está	 associada	 com	 déficits	
cogniGvos	e	sintomas	negaGvos	
2-	Hipótese	Serotoninérgica		
• Surgiu	 a	 parGr	 da	 observação	 dos	 efeitos	
alucinógenos	 causados	 pelo	 LSD	 e	 pela	
mescalina,	que	são	agonistas	de	receptores	5-HT.	
• Os	 receptores	 5-HT2A	 modulam	 a	 liberação	 de	
dopamina	na	via	mesocorGcal.	
• A	 esGmulação	 de	 receptores	 5-HT2A	 na	 via	
mesocorGcal	diminui	a	liberação	de	dopamina.	
• Levando	 à	 Alucinações	 e	 sintomas	 negaGvos	 da	
psicose	
3-	Hipótese	Glutamatérgica		
• A	 esGmulação	 do	 receptor	 NMDA	 (Glu)	 está	
envolvida	 na	 inibição	da	 liberação	de	DA	na	 via	
mesolímbica,	 mas	 aumenta	 a	 liberação	 na	 via	
mesocorGcal.	
Tratamento	farmacológico	
Classificação:	AnGpsicóGcos	fpicos	
• Final	 da	 década	 de	 60:	 as	 propriedades	
anGpsicóGcas	 dos	 anGpsicóGcos	 fpicos	 é	 a	
capacidade	de	BLOQUEAR	OS	RECEPTORES	D2	na	
VIA	MESOLÍMBICA	
• Porém	os	receptores	D2	das	outras	vias	também	
serão	bloqueados	E	
• FEITOS	EXTRAPIRAMIDAIS:		
- Via	nigroestriatal:	parkinsonismo	induzido		
- Via	 mesocorGcal:	 piora	 dos	 sintomas	
negaGvos	e	cogniGvos		
- Via	tuberoinfundibular:	hiperprolacGnemia		
• Como	 os	 fármacos	 com	 efeitos	 anGcolinérgicos	
podem	 piorar	 o	 delírio	 e	 a	 demência,	 os	
anGpsicóGcos	 afpicos	 com	 menor	 efeito	
anGmuscarínico	 são	 prefer idos	 para	 o	
tratamento	longo.	
Classificação:	AnGpsicóGcos	Afpicos	
• Antagonistas/agonistas	 inversos	 dos	 receptores	
5HT2A	 e	 D2	 com	 menor	 finidade	 para	 os	
receptores	D2	do	que	os	anGpsicóGcos	fpicos	e	
alta	afinidade	para	5HT2A.	
• Produzem	 Baixos	 índ ices	 de	 s intomas	
extrapiramidais	 e	 eficácia	 nos	 sintomas	
negaGvos.		
• Antagonismo/	 agonismo	 inverso	 5-HT2A	 na	 via	
mesocorGcal	 ↑	 dopamina	 =	 ↓	 sintomas	
negaGvos.	 Bloqueio	 D2	 na	 via	 mesolímbica	 ↓	
dopamina	=		melhora	sintomas	posiGvos.	
• O	antagonismo/	agonismo	inverso	em	receptores	
5HT2A	 na	 via	 nigroestriatal	 ↑	 [DA]	 e	 esta	 DA	
“extra”	 CONSEGUE	 RETIRAR	 o	 antagonista	 de	
D2	 ,	 provocando	 aumento	 final	 da	 aGvidade	
dopaminérgica	 também	 nesta	 via.	 Isso	 leva	 à	
redução	 ou	 mesmo	 à	 ausência	 de	 SEP	 e	
discinesia	 tardia	 (movimento	 hipercinéGco:	
movimentos	da	 face	 e	da	 língua	 (caretas)	 e	 dos	
braços	e	pernas)	
• O	antagonismo/	agonismo	inverso	em	receptores	
5HT2A	↑	 [DA]	 na	 via	 tuberoinfundibular	 e	 esta	
DA	“extra”	CONSEGUE	RETIRAR	o	antagonista	de	
D2,	 provocando	 aumento	 final	 da	 aGvidade	
dopaminérgica	 também	 nesta	 via.	 A	 DA	 inibe	 a	
liberação	 da	 prolacGna,	 o	 que	 gera	 menor	
aumento	de	prolacGna	no	sangue.	
FARMACOCINÉTICA:		
• Os	anGpsicóGcos	são	bem	absorvidos	por	via	oral	
e	devido	a	lipossolubilidade	entram	rapidamente	
no	SNC	e	em	vários	orgãos.		
• Muitos	são	extensivamente	ligados	à	albumina		
• São	metabolizados	no	ugado	
• Meia-vida	longa	=	dose	única	diária		
• A	 administração	 parenteral	 de	 flufenazina,	
Goridazina	 e	 haloperidol	 é	 usada	 para	
tratamento	rápido.	
Uso	clínico	dos	anGpsicóGcos	
Indicações	psiquiátricas:		
- Esquizofrenias		
- Transtorno	esquizoafeGvo		
- Mania		
- Depressão	Maior	(adjuvante)		
- Estados	de	excitação	não-maníacos		
- Distúrbios	de	comportamento	na	demência	
senil	
Indicacoes	não-psiquiátricas	
- Transtornos	de	ansiedade		
- Transtorno	de	Toureve		
- C o n t r o l e	 d e	 n á u s e a s	 e	 v ôm i t o s	
(Clorpromazina)		
- Tratamento	 de	 soluços	 incoercíveis	
(Clorpromazina)		
- Doença	de	HunGngton		
- AuGsmo	
MANIA																																																																																				
• A	 mania	 é	 um	 período	 de	 humor	 elevado,	
expans ivo	 ou	 i r r i táve l ,	 com	 s intomas	
coexistentes	 de	 aumento	 de	 energia	 e	 da	
aGvidade	 dirigida	 a	 um	 objeGvo	 e	 menor	
necessidade	de	sono.		
• A	mania	representa	um	polo	do	que	foi	chamado	
de	doença	maníaco-depressiva,	mas	atualmente	
é	chamado	de	transtorno	bipolar.	O	outro	polo	é	
a	 chamada	 depressão	menor,	 caracterizada	 por	
humor	depressivo,	 variação	diurna,	distúrbio	do	
sono,	 ansiedade	 e,	 algumas	 vezes,	 sintomas	
psicóGcos.	
Estabilizadores	do	humor	
• A	causa	das	oscilações	do	humor,	caracterísGcas	
do	 transtorno	 afeGvo	 bipolar	 é	 desconhecida,	
embora	 possa	 haver	 uma	 preponderância	 de	
aGvidade	relacionada	com	as	catecolaminas.		
• Os	 fármacos	 que	 aumentam	 essa	 aGvidade	
tendem	 a	 exacerbar	 a	 mania,	 ao	 passo	 que	 os	
que	 reduzem	 a	 aGvidade	 da	 dopamina	 ou	
norepinefrina	a	aliviam.	
• A	 gabapenGna,	 a	 oxcarbazepina	 e	 o	 topiramato	
são	 algumas	 vezes	 usados	 no	 tratamento	 do	
transtorno	 bipolar,	 porem	 não	 estão	 aprovados	
pela	FDA	para	essa	indicação.		
• O	 aripiprazol,	 a	 clorpromazina,	 a	 olanzapina,	 a	
queGapina,	 a	 risperidona	 e	 a	 ziprasidona	 foram	
aprovados	 pela	 FDA	 para	 o	 tratamento	 da	 fase	
maníaca	do	transtorno	bipolar.	A	olanzapina	e	a	
fluoxeGna	 em	 associação	 e	 a	 queGapina	 foram	
aprovadas	 para	 o	 tratamento	 da	 depressão	
bipolar.	
LíGo	
• Em	 1949,	 Cade	 descobriu	 que	 o	 líGo	 consGtuía	
um	tratamento	efeGvo	para	o	transtorno	bipolar,	
levando	 a	 realização	 de	 uma	 serie	 de	 estudos	
clínicos	 controlados,	 que	 confirmaram	 a	 sua	
eficácia	 como	monoterapia	 na	 fase	maníaca	 do	
transtorno.	 A	 base	 bioquímica	 das	 terapias	
estabilizadoras	 do	 humor,	 incluindo	 o	 líGo	 e	 os	
estabilizadores	 do	 humor	 anGconvulsivantes,	
ainda	não	esta	elucidada	por	completo.	
Prováveis	mecanismos	de	ação	
1-	 Efeitos	 sobre	 os	 eletrólitos	 e	 o	 transporte	 de	
íons:	 Pode	 subsGtuir	 o	 sódio	 na	 geração	 de	
potenciais	de	ação	e	na	troca	de	Na+	-	Na+	através	
da	membrana.	A	troca	de	Li+	-	Na+	é	gradualmente	
retardada	 após	 a	 introdução	 de	 líGo	 no	 corpo.	 2-	
Efeitos	 sobre	 segundos	 mensageiros:	 O	 líGo	
suprime	a	sinalização	do	inositol	pela	depleção	do	
inositol	 intracelular.	 Os	 efeitos	 dos	 transmissores	
sobre	 a	 célula	 diminuem	 proporcionalmente	 a	
quanGdade	de	 aGvidade	nas	 vias	 dependentes	 de	
PIP2.	
2-	 Efeitos	 sobre	 segundos	 mensageiros:	 O	 líGo	
suprime	a	sinalização	do	inositol	pela	depleção	do	
inositol	intracelular.	
Efeitos	adversos:		
• Distúrbios	GI		
• Poliúria		
• Fadiga		
• Tontura		
• Fasciculações		
• Espasmo		
• Tremores		
• HipoGreoidismo		
• Diabetes		
• Leucocitose		
• Arritmias		
• Distúrbios	circulatórios

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