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ADAPTAÇÕES-AMBIENTAIS-E-DOMÉSTICAS

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1 
 
ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS E DOMÉSTICAS 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Sumário 
 
ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS E DOMÉSTICAS...................................... 1 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO......................................................................................... 4 
TIPOS DE BARREIRAS .......................................................................... 6 
BARREIRA FÍSICA OU ARQUITETÔNICA:......................................... 7 
BARREIRA COMUNICACIONAL: ........................................................ 8 
BARREIRA SOCIAL: ............................................................................ 9 
BARREIRA ATITUDINAL: .................................................................. 10 
SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO (SIA) ................................. 11 
LEI N. 8.842/94 ...................................................................................... 12 
ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS................................................................ 13 
O PLANEJAMENTO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL ....................... 15 
OBJETIVOS ....................................................................................... 17 
AVALIAÇÃO ....................................................................................... 17 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 18 
ADAPTAÇÕES DOMÉSTICAS.............................................................. 19 
ADAPTAÇÕES DOMÉSTICAS PARA IDOSOS ................................ 20 
ADAPTAÇÃO DOMÉSTICA PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
FÍSICA .......................................................................................................... 25 
DEFICIÊNCIAS E TECNOLOGIA ASSISTIVA – CONCEITOS E 
APLICAÇÕES .................................................................................................. 29 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 61 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/EDUARDO/Documents/FACUMINAS/TERAPIA%20OCUPACIONAL%20EM%20NEUROLOGIA/ADAPTAÇÕES%20AMBIENTAIS%20E%20DOMÉSTICAS/ADAPTAÇÕES%20AMBIENTAIS%20E%20DOMÉSTICAS.docx%23_Toc59573610
 
 
 
4 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Na Terapia Ocupacional o termo adaptação refere-se a modificações no 
ambiente, na tarefa ou no método, que objetivam a maximização da 
funcionalidade do indivíduo e o maior grau de independência possível no 
desempenho da atividade (ARAUJO, 2007). 
O emprego de uma adaptação envolve o “ajuste, acomodação e 
adequação do indivíduo a uma nova situação” (TEIXEIRA; OLIVEIRA, 2007). A 
resposta a esta nova situação depende do desempenho ocupacional 
competente, da satisfação e da interação entre o indivíduo e o ambiente. Adaptar 
é a soma da criatividade do terapeuta ocupacional, a eficaz utilidade do produto 
proposto, com a concordância e utilização pela pessoa com deficiência 
(TEIXEIRA et al., 2003). 
As adaptações podem estar enquadradas em duas categorias: baixa 
tecnologia ou baixo custo (Low-Tech), que tratam dos dispositivos destinados a 
auxiliar nas Atividades de Vida Diária; e alta tecnologia ou alto custo (High-Tech), 
como os comandados de computador por voz (TEIXEIRA; OLIVEIRA, 2007). 
Segundo Cavalcanti e Galvão (2007, p. 421) as adaptações têm uma relação 
direta com as ocupações, e, portanto, são aplicáveis para favorecer o 
desempenho independente no vestuário, higiene, alimentação, comunicação e 
gerenciamento de atividades domésticas. 
Se você está disposto(a) a ampliar sua 
qualificação para lidar adequadamente com 
situações desse tipo no ambiente profissional, 
encontrará nesta Unidade conteúdos básicos 
relacionados as adaptações ambientais e 
domésticas que proporcionem uma melhor 
qualidade de vida dos pacientes portadores de 
deficiências e/ou idosos. 
 
 
 
5 
O processo de desenvolvimento de uma adaptação envolve sete 
aspectos: análise da atividade, assimilação do problema, conhecimento dos 
princípios de compensação, sugestões de solução, pesquisa de recursos 
alternativos para a resolução do problema, manutenção periódica da adaptação 
e treino da adaptação na atividade. Há também a necessidade de orientar a 
pessoa com deficiência, sua família e ou cuidador sobre a correta utilização da 
adaptação, sobre os cuidados com o dispositivo e sobre o tempo que este deve 
ser utilizado (ARAUJO, 2007; TEIXEIRA et al., 2003). 
Os fatores a serem considerados na prescrição e/ou confecção de uma 
adaptação são a simplicidade do projeto, a manutenção da integridade dos 
tecidos moles, o ajuste ao usuário, o custo, a estética, o conforto, a facilidade 
para colocação e retirada e a higiene (CAVALCANTI; GALVÃO 2007). 
Outro aspecto importante no processo do emprego das adaptações é a 
avaliação da inclusão destas nas atividades cotidianas, para mensuração do 
grau de independência gerado pela mesma e para orientar as possíveis 
modificações nos diferentes contextos analisados. A visita ao ambiente 
domiciliar é um fator motivacional para a utilização da adaptação (ARAUJO, 
2007). 
Quando há uma restrição de uso do dispositivo imposta pelo fator 
socioeconômico, há possibilidade do uso de adaptações de baixo custo. 
(TEIXEIRA et al., 2003). 
Rodrigues (2008) estimula os profissionais envolvidos na indicação de 
adaptações a observarem os produtos existentes no mercado e refletirem sobre 
possíveis materiais alternativos que diminuiriam o custo na produção. 
Elui e Santana (2008) relatam que estes dispositivos são ensinados de 
terapeuta para terapeuta e de professor para aluno e comumente não 
apresentam moldes, pois são 
confeccionados conforme a 
necessidade do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Muitos brasileiros apresentam restrições em relação a sua mobilidade e 
independência. 
Estima-se que no Brasil 23,1% da população seja composta por pessoas 
idosas ou com algum tipo de deficiência. Esta realidade as impede de exercer 
na plenitude sua cidadania por encontrar sérias dificuldades de movimentação 
frente à inadequação dos espaços públicos e das edificações, fato conhecido 
como Barreiras Arquitetônicas. 
 
 
 
TIPOS DE BARREIRAS 
 
De acordo com a NBR 9050/2004, “acessibilidade” é definido como a 
possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização 
com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento 
urbano e elementos. E conceitua que, para ser “acessível”, o espaço, edificação, 
mobiliário, equipamento urbano ou elemento tem que permitir o alcance, 
acionamento, uso e vivência por qualquer pessoa, inclusive por aquelas com 
mobilidade reduzida. O termo “acessível” implica tanto acessibilidade física como 
de comunicação. 
Aindaconforme as definições da norma técnica, temos as barreiras 
arquitetônica, urbanística ou ambiental, que são qualquer elemento natural, 
instalado ou edificado que impeça a aproximação, transferência ou circulação no 
espaço, mobiliário ou equipamento urbano. 
Pensando nestes conceitos, vamos nos aprofundar nas definições de 
“barreira” utilizando como referência o livro: Desenho Universal – Caminhos da 
Acessibilidade no Brasil. 
O ambiente sócio-físico é o principal gerador das dificuldades que se 
impõem à livre circulação de indivíduos ou grupos. Tais empecilhos podem ser: 
físicos, comunicacionais, sociais e/ou atitudinais. 
 
 
 
 
7 
BARREIRA FÍSICA OU ARQUITETÔNICA: 
Obstáculos para o uso adequado do meio, geralmente originados pela 
morfologia de edifícios ou áreas urbanas. 
 
 
 
A foto acima registra uma escada não associada a rampa ou algum 
equipamento eletromecânico. Esta barreira arquitetônica impede que o 
cadeirante tenha acesso ao piso superior do estabelecimento. 
Também podemos citar como exemplo calçadas com degraus 
(dificultando a circulação de pedestres), portas estreitas, rampas com inclinação 
exagerada, dentre tantos outros que infelizmente ainda encontramos em nossas 
cidades. 
O que pouca gente repara é que a forma como são feitas as ruas, 
calçadas e faixas de pedestres também é muito importante. Quem depende de 
muletas ou cadeira de rodas, por exemplo, precisa pensar bem no caminho que 
vai fazer antes de sair de casa. 
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2012/09/DSC_0197.jpg
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2012/09/DSC_0197.jpg
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8 
A locomoção também é importante nos ambientes fechados – como 
shoppings, museus e escolas – onde a disposição dos móveis e objetos pode 
facilitar ou dificultar o deslocamento. 
 
BARREIRA COMUNICACIONAL: 
Dificuldade gerada pela falta de informações a respeito do local, em 
função dos sistemas de comunicação disponíveis (ou não) em seu entorno, quer 
sejam visuais (inclusive em braille), lumínicos e/ou auditivos. 
 
 
Esta foto mostra o corredor de um shopping com uma placa suspensa 
contendo informações apenas visuais (ressaltando que este local não possui 
mapa tátil). Além disso, a placa possui baixo contraste, onde os símbolos e textos 
são de cor branca pintados sobre um fundo imitando madeira clara. Assim, a 
legibilidade fica prejudicada. 
Também são barreiras comunicacionais a falta de sinalização urbana, 
deficiência nas sinalizações internas dos edifícios, ausência de legendas e 
audiodescrição na TV, entre outras. 
As barreiras comunicacionais acontecem basicamente de três formas: 
 Na comunicação interpessoal: quando, por exemplo, você vai 
conversar com um surdo e não sabe Libras, a comunicação fica 
comprometida de uma forma bem óbvia. Além disso, um problema 
frequente são os erros na forma de se dirigir às pessoas com deficiência 
– que são chamadas frequentemente de “deficientes”, por exemplo. 
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2012/09/DSCN3573.jpg
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9 
 Na comunicação escrita: quando informações importantes não estão 
disponíveis em Libras ou em Braile – o que acontece bastante em 
bibliotecas, placas de sinalização e até mesmo em sites! 
 Nos espaços virtuais: quando não há acessibilidade digital, ou seja, 
quando os sites não permitem que certas pessoas acessem suas 
informações. Também entra aqui a falta de tradução automática, de 
audiodescrição e de textos alternativos nas imagens. Muita gente acha 
que deixar um site acessível é um trabalho difícil e que não vale à pena 
de se realizar. Mas, seguindo algumas dicas simples o processo fica fácil 
e traz resultados incríveis – como melhorar o posicionamento da página 
nas buscas do Google! 
 
 
BARREIRA SOCIAL: 
Relativa aos processos de inclusão/exclusão social de grupos ou 
categorias de pessoas, especialmente no que se refere às chamadas “minorias”, 
como grupos étnicos, homossexuais, pessoas com deficiência e outros. 
 
 
Fonte da foto: Projeto Cisne Negro 
 
A foto mostra uma criança isolada do grupo principal, demonstrando sua 
exclusão. 
 
 
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2012/09/menina.jpg
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2012/09/menina.jpg
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10 
BARREIRA ATITUDINAL: 
Gerada pelas atitudes e comportamento dos indivíduos, impedindo o 
acesso de outras pessoas a algum local, quer isso aconteça de modo intencional 
ou não. 
As barreiras mais difíceis de se perceber são erguidas por nós mesmos. 
Mas, por sorte, elas são as mais fáceis de se derrubar, e as que trazem o 
maior impacto para a vida das pessoas. Algumas das nossas atitudes com as 
pessoas com deficiência podem reforçar as barreiras comunicacionais e 
arquitetônicas. São os nossos preconceitos e os estereótipos. E não se engane, 
todo mundo tem preconceitos, e não tem nada de ruim em querer acabar com 
eles. Mas, para isso, é preciso buscar informação e estar disposto a conhecer 
mais sobre o outro, independentemente de quem seja! 
 
 
Esta imagem demonstra uma barreira atitudinal, infelizmente muito 
comum. São carros estacionados na calçada que, além de impedirem a 
passagem dos pedestres, estão bloqueando o piso tátil direcional. 
Outras barreiras atitudinais: uso indevido de vagas reservadas para 
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, obstrução de rebaixamentos 
de guia, os diversos tipos de preconceito, desrespeito com os idosos e vários 
outros exemplos. 
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2012/09/foto-1.jpg
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11 
SÍMBOLO INTERNACIONAL DE ACESSO (SIA) 
 
Com a atualização da norma técnica de acessibilidade, temos agora duas 
opções de representação do símbolo. 
 
Antes de qualquer coisa, é preciso entender a verdadeira finalidade do 
símbolo. O Símbolo Internacional de Acesso deve indicar a acessibilidade aos 
serviços e identificar espaços, edificações, mobiliários e equipamentos urbanos 
onde existem elementos acessíveis ou utilizáveis por pessoas com deficiência 
ou com mobilidade reduzida. A aplicação deste símbolo deve ser 
utilizada principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis: 
 
a) entradas; 
b) áreas e vagas de estacionamento de veículos; 
c) áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência; 
d) sanitários; 
e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de 
emergência; 
f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas; 
g) equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com 
deficiência. 
 
É importante ressaltar que, para cada situação, outro símbolo 
complementar pode ser empregado junto ao SIA. 
A representação do Símbolo Internacional de Acesso consiste em um 
pictograma branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 
2925 C). 
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2015/10/smbolo-internacional-de-acesso-2.gif
 
 
 
12 
Este símbolo pode, opcionalmente, ser representado em branco e preto 
(pictograma branco sobre fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco), 
e deve estar sempre voltado para o lado direito, permanecendo no padrão 
anterior à atualização da norma. 
 
Atualmente, após a atualização da NBR 9050, podemos utilizar esta 
segunda forma de representação. A diferença é que o símbolo pode ser mais 
encorpado, porém as outras características devem permanecer as mesmas, não 
devendo haver nenhuma outra modificação, estilização ou adição ao 
pictograma. 
 
 
LEI N. 8.842/94 
 
CAPÍTULO IDa Finalidade 
 
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos 
sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e 
participação efetiva na sociedade. 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11737912/art-1-politica-nacional-do-idoso-lei-8842-94
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2015/10/smbolo.png
http://www.acessibilidadenapratica.com.br/wp-content/uploads/2015/10/smbolo2.png
 
 
 
13 
Inciso V do Artigo 10 da Lei nº 8.842 de 04 de Janeiro de 1994 
 
Art. 10. Na implementação da política nacional do idoso, são 
competências dos órgãos e entidades públicos: 
V - Na área de habitação e urbanismo: 
a) destinar, nos programas habitacionais, unidades em regime de 
comodato ao idoso, na modalidade de casas-lares; 
b) incluir nos programas de assistência ao idoso formas de melhoria de 
condições de habitabilidade e adaptação de moradia, considerando seu estado 
físico e sua independência de locomoção; 
c) elaborar critérios que garantam o acesso da pessoa idosa à habitação 
popular; 
d) diminuir barreiras arquitetônicas e urbanas; 
 
ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS 
 
INTRODUÇÃO 
 
Estudos nacionais mostram que as quedas são prevalentes em idosos e 
que a porcentagem é de 30% entre as pessoas com mais de 65 anos, 
considerando-se o quantitativo de uma queda ao ano. 
O evento da queda pode ser definido como um deslocamento não-
intencional do corpo para um nível inferior à sua posição inicial, com 
incapacidade de correção em tempo hábil. Nesta perspectiva, até mesmo 
desequilíbrios ou pequenas alterações não-intencionais de postura são 
consideradas quedas, mesmo que o idoso não chegue ao chão. 
 
 
 
 
14 
A etiologia, que é multifatorial, pode se dar em dois grandes grupos, os 
fatores intrínsecos e os extrínsecos. 
 Entre os fatores intrínsecos encontram-se as alterações 
fisiológicas da velhice, o uso de medicamentos e as condições 
patológicas. 
 Entre os fatores extrínsecos, destacam-se os perigos 
ambientais e os calçados e roupas inadequados. 
O monitoramento destes fatores pode ser um diferencial nos indicadores 
de quedas ambientais no domicilio e mesmo em instituições de longa 
permanência. No âmbito domiciliar, a manutenção da nova estruturação do 
ambiente é um grande desafio, visto que os arranjos familiares são comumente 
geracionais, somado a questão comportamental e até mesmo cognitiva dos 
idosos. 
O uso de novas tecnologias também pode contribuir para a prevenção ou 
mesmo para a diminuição dos danos recorrentes as quedas. 
Estes dispositivos incluem: 
 sensores de movimento e iluminação, 
 camas baixas, 
 cintos de cama, 
 sistemas de adequação postural, 
 transferência realizada por sistema de elevação, entre outros. 
 
Vale ressaltar que estes dispositivos devem ser indicados por profissional 
qualificado conforme cada caso ou necessidade. Esta problemática, crescente e 
relevante em domicílios e instituições de longa permanência, se estende também 
em ambientes hospitalares. Para controle dessa situação, atualmente pode-se 
contar com a certificação Selo Hospital Amigos do Idoso, que consiste em uma 
série de ações do governo paulista em benefício da terceira idade, conferida aos 
Municípios/hospitais que cumpram exigências nesse sentido. Para a obtenção 
do Selo, as cidades devem cumprir quatro etapas, nas quais estão contidas 40 
ações entre eletivas e obrigatórias. Dentre elas: assinatura do Termo de Adesão; 
ações obrigatórias para receber o Selo Inicial; ações obrigatórias e eletivas para 
adquirir o selo intermediário e uma ação obrigatória para receber o Selo Pleno. 
 
 
 
15 
Todas as ações estão previstas num plano de ação que contemplam 
esses requisitos e devem ser seguidos minuciosamente. 
O envelhecimento populacional é o fenômeno demográfico observado 
atualmente no Brasil, desde meados do século XX, que tem sido expresso pelo 
crescente aumento da expectativa de vida da população e do contingente de 
idosos. As projeções indicam que até o ano de 2025 a população idosa no Brasil 
corresponderá a mais de 32 milhões de pessoas. 
De acordo com o mencionado por pesquisadores, com o aumento da 
expectativa de vida dos brasileiros e sendo o envelhecimento um processo ativo, 
houve um crescimento das doenças crônico-degenerativas e em decorrência, os 
declínios funcionais. O prejuízo funcional, ou a dificuldade do idoso em 
desempenhar tarefas da vida diária, aumenta o risco de acidentes com 
consequente agravo do processo saúde-doença, altera a qualidade de vida, 
interfere na autonomia e independência e pode levar ao isolamento social e até 
mesmo a institucionalização. 
Neste processo, o ambiente domiciliar e extradomiciliar exercem papel 
fundamental na promoção da autonomia do idoso, como facilitador no exercício 
das funções e na interação com o meio, porém, quando não adaptado às suas 
necessidades, pode funcionar como uma barreira para o desempenho 
satisfatório das atividades. 
 
O PLANEJAMENTO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL 
 
O planejamento da adequação ambiental no domicílio, realizada pelo 
terapeuta ocupacional, fundamenta-se no conhecimento do diagnóstico do 
paciente, suas alterações clínicas e informações em relação à perspectiva de 
evolução do quadro e prognóstico; o histórico de quedas e informações a 
respeito do desempenho ocupacional e rotina. Para tal, é indicado que se aplique 
uma escala de medida funcional para que se possa avaliar o impacto da 
intervenção no ambiente na otimização da capacidade funcional do indivíduo, 
considerando as habilidades que foram perdidas, as habilidades que estão 
prejudicadas e as que se encontram preservadas. 
 
 
 
16 
Em seguida, deve ser realizada uma análise dos ambientes acessados 
pelo idoso para que se mantenha a característica do domicílio e que se modifique 
o menos possível, valorizando a utilização do ambiente a todas as pessoas do 
domicílio. Este processo inclui os locais onde o paciente circula, o mobiliário que 
ele utiliza, as rotas que interligam os ambientes e o planejamento e a viabilização 
do ambiente em casos de emergência. 
Após estes dados, inicia-se o processo de avaliação ambiental, que 
consiste na identificação das barreiras relacionadas aos objetos e dispositivos 
necessários para o desempenho funcional e o nível de alcance; mobiliário; 
segurança / risco de acidentes; circulação / espaço e pistas visuais e auditivas. 
Realizada esta avaliação, obtêm-se dados suficientes para o 
planejamento da adequação do ambiente, a exploração de alternativas de 
facilitadores, o uso provisório das adaptações (caso possível); a aquisição das 
adaptações ou modificações ambientais; o treino da utilização das mesmas e o 
monitoramento das adequações. 
A fundamentação teórica utilizada no processo de adaptação consiste na 
ABNT 9050, os princípios do design universal, os conceitos da Classificação 
Internacional de Funcionalidade (CIF) e a análise da atividade, ferramenta 
utilizada pelo Terapeuta Ocupacional. 
Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, 
com rampas, elevadores, adaptações em banheiros, entre outras, que retiram 
ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com 
deficiência dependem de projetos arquitetônicos, respeito às medidas 
antropométricas, considerações clínicas ou da deficiência da pessoa e 
otimização de espaços e ambientes de interação. Ademais, a adaptação do 
comportamento e do ambiente favorece a função, quer seja de interação com o 
ambiente, quer seja para mobilidade. 
 
Os termos técnicos mais utilizados na elaboração das adaptações são: 
 
– Acessibilidade: possibilidade e condição de o portador de deficiência 
alcançar e utilizar, com segurança e autonomia, edificações e equipamentos de 
seu interesse. 
 
 
 
17 
– Barreira arquitetônica ambiental: impedimento da acessibilidadeao 
deficiente, representado por obstáculo natural ou resultante de implantações 
arquitetônicas / urbanísticas. 
– Parâmetros antropométricos: medidas referenciais consideradas de 
adoção necessária e indispensáveis nas edificações e equipamentos de 
interesse, para que possam torná-los acessíveis às pessoas deficientes. 
 
OBJETIVOS 
 
Quanto aos objetivos, podemos citar: 
- Maior participação / Independência nas atividades cotidianas. 
- Facilitar a relação do indivíduo com o ambiente, permitindo que ele 
realize atividades de seu interesse. 
Envolve barreiras ambientais e suportes ambientais para o desempenho 
ocupacional, sendo influenciado por fatores sociais, culturais, econômicos, 
institucionais, físicos e arquitetônicos. Parte de uma visão sobre a relação entre 
a necessidade populacional e a necessidade individual. 
 
Pontos importantes: 
- Focos de Atenção da Equipe de Saúde 
- Movimento livre e independente 
- Inclusão social 
- Legislação 
 
AVALIAÇÃO 
 
No processo de avaliação, deve-se atentar para: 
- Fatores físicos (ambiente natural e construído) 
- Adaptação 
- Dinâmica de execução da atividade. 
- Fatores sociais (relação familiar, vizinhança, comunidade, grupos 
institucionais ou lideranças) 
 
 
 
18 
- Fatores culturais (influência em atitudes e interesses, normas de 
comportamento, tradições e definições de regras) 
- Fatores de cidadania (aceitação da comunidade para as adaptações 
ambientais) 
- Fatores organizacionais (características ambientais e suas relações com 
organizações e instituições - incluindo regras e leis). 
 
O estudo de relação entre a habilidade pessoal e o contexto em que o 
indivíduo estará inserido pode envolver: 
– Arquitetos 
– Cientistas sociais 
– Antropólogos 
– Design de interiores 
– Bio-engenheiros 
– Equipes de Saúde 
 
(Parâmetros Antropométricos para acessibilidade: Medidas e padrões referenciais 
básicos, segundo a Associação Brasileira de Normas e Técnicas – ABNT. Disponível em: 
www.ufpb.br/cia/contents/manuais/ abnt-nbr9050-edicao-2015.pdf) 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Dessa forma, o Terapeuta Ocupacional na abordagem a diferentes 
saberes, com profissionais em dinâmica de equipe, busca melhorar a 
acessibilidade, prevenindo quedas e incluindo as pessoas em suas atividades 
cotidianas. Isso se dá no princípio do conceito do design universal, onde os 
produtos fabricados e os locais construídos devem ser de uso equitativo, flexível, 
simples e intuitivo, com informações perceptíveis a todos, produtos de baixa 
tolerância ao erro, com o mínimo desgaste físico, e com tamanho e espaço para 
uso e alcance máximo dos usuários; e assim prover que todos os produtos, 
ambientes e meios de comunicação atendam a maioria da população, 
independente de gênero, idade, tamanho, desempenho funcional ou 
incapacidade; esse conceito juntamente com as normas técnicas e uma 
completa análise das atividades, levam a maior autonomia e independência 
funcional, e consequentemente uma sociedade mais inclusiva. 
 
 
 
 
19 
ADAPTAÇÕES DOMÉSTICAS 
 
Desfrutar do conforto e do bem-estar da nossa própria casa é muito bom. 
Porém, para as pessoas com deficiência nem sempre é possível usufruir do 
ambiente doméstico, quando vivem em moradias não adaptadas às suas 
necessidades. 
Pensando nisso, a NBR 9050, norma técnica da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT), foca na acessibilidade de pessoas com deficiência ou 
mobilidade reduzidas — além de idosos, obesos e gestantes — onde todos os 
espaços, construções, mobiliários e equipamentos urbanos devem atender às 
necessidades especiais dos indivíduos. 
Felizmente, as pessoas com deficiência podem encontrar as 
possibilidades de acessórios para as reformas de suas casas, o mercado 
começa a oferecer uma gama de produtos que facilitam a utilização de 
mobiliários e equipamentos fabricados para elas, como os mecanismos de 
acionamento, superfícies texturizadas e dispositivos sonoros. Mas deve-se ter 
atenção na hora de comprar os materiais, percebendo a normatização e as 
certificações pelos órgãos competentes, como a ABNT. 
Adaptar é pensar o espaço, é projetá-lo pensando nas pessoas, 
tenham elas deficiência ou não. Atraente deve ser a relação criada pela 
interação homem-espaço, que garanta a segurança e o conforto, 
proporcionando a liberdade e a independência. 
 
 
Uma das principais preocupações para que se garanta o bem-estar e a segurança das 
pessoas com mobilidade reduzida é a aplicação de pisos antiderrapantes que garantam uma 
aderência adequada mesmo no contato com a água. 
 
 
 
20 
 
ADAPTAÇÕES DOMÉSTICAS PARA IDOSOS 
 
Redução de até 40% acidentes 
 
A última estimativa populacional do Brasil, 
realizada no ano passado pelo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o 
número de pessoas acima de 60 anos subiu cerca 
de 50%. O percentual representa um crescimento de mais de 8,5 milhões de 
pessoas nesta faixa etária. Ante esse aumento, surgem as adaptações em casas 
e apartamentos ou até mesmo a construção de condomínios para atender a 
terceira idade. 
Estudos da Universidade de São Paulo (USP) concluíram que construir 
moradias preparadas para receber e dar o conforto necessário aos idosos reduz 
cerca de 40% dos acidentes domésticos. Dados do Ministério da Saúde mostram 
ainda que 70% dos acidentes envolvendo pessoas acima de 60 anos acontecem 
dentro das residências. 
Ás vezes, basta um piso molhado ou um tapete solto para provocar uma 
queda que causa ferimentos ou, no mínimo, um grande susto. Esse risco é maior 
entre as pessoas idosas, que têm a mobilidade limitada e os reflexos reduzidos 
conforme o avanço da idade, ou que podem sofrer de doenças que as fragilizam 
fisicamente. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, um 
terço da população acima dos 65 anos sofre pelo menos uma queda por ano, 
proporção que aumenta com o envelhecimento. Tais acidentes podem ocasionar 
lesões leves, contusões, torções ou até fraturas, além de provocar, no idoso, o 
medo de cair novamente. 
Adaptar a casa para essas limitações ou mesmo evitar o uso de objetos 
que possam representar riscos ajuda a reduzir as chances de acidentes 
domésticos envolvendo idosos. Confira algumas orientações para prevenir 
quedas e outros incidentes. 
 
 
 
 
21 
Sala adequada 
 
A sala de estar costuma conter muitos móveis e objetos de decoração. 
Um idoso com dificuldade de locomoção ou mesmo uma pessoa distraída 
pode bater ou tropeçar em um desses itens, se ele estiver bloqueando a 
passagem. 
Tapetes irregulares também podem fazer o morador cair, então vale 
minimizar as chances de que isso aconteça. 
 
 Evite tapetes soltos 
 Não deixe móveis fora do lugar habitual 
 Garanta a área de passagem livre mesas de centro, plantas ou outros 
objetos que possam representar obstáculos 
 Mantenha fios elétricos e extensões bem afixadas, evitando que fiquem 
soltos pelo caminho 
 Prefira cadeiras e poltronas com apoio de braço 
 
Sala e corredor: 
 
 Organizar os móveis de maneira a deixar o caminho livre e evitar ter de 
se desviar muito; 
 Instalar interruptores de luz na entrada das dependências, para evitar 
andar no escuro até conseguir ligá-los; 
 Preferir interruptores que brilhem no escuro; 
 Manter corredores, escadas e salas bem iluminados; 
 Deixar sempre o caminho livre 
de obstáculos; 
 Tapetes, só se forem 
antiderrapantes. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
Banheiro seguro 
 
O banheiro é o local com maior ocorrência de acidentes graves, por causa 
da umidade que torna o ambiente escorregadio. 
Se o idoso puder contar com itens que deem mais aderência aos pés e 
pontos de apoio para se segurar, ele deve se sentir mais confiante. 
 
 Utilize um tapete antiderrapante na área de banho 
 Instale barras de apoio nas paredes próximas ao sanitário e ao chuveiro Considere utilizar um assento removível para adequar a altura do vaso 
sanitário 
 Opte por um box resistente e de material inquebrável 
 A cadeira de banho pode ser utilizada por quem tem equilíbrio mais 
comprometido 
 Banheiro seguro 
 
 
Ter um banheiro adaptado para as necessidades que a idade exige pode deixar a vida 
de idosos mais fácil e confortável. O medo de novas quedas leva o idoso a diminuir suas 
atividades, provocando a síndrome da imobilidade. Imagem: Pinterest 
 
 
 
 
 
 
23 
Cozinha acessível 
 
Ter de subir em uma cadeira para alcançar algo guardado no armário mais 
alto representa um grande risco, ainda mais para quem possui algum tipo de 
limitação física. Adaptações no mobiliário ou mesmo na organização ajudam a 
tornar a cozinha mais segura e prática para idosos. 
 
 Ajuste as bancadas para uma altura de uso confortável 
 Evite estocar alimentos ou louças em locais de difícil acesso 
 Limpe imediatamente qualquer líquido que tenha sido derrubado no chão 
 Mantenha os utensílios mais utilizados no dia a dia guardados em locais 
mais acessíveis 
 Ao cozinhar, evite o uso de panelas 
pesadas, que podem cair e provocar 
queimaduras 
 Não deixe a cozinha sem se 
certificar de que as chamas do fogão 
estão apagadas 
 
Quarto sem estresse 
 
Manter os pertences acessíveis e os móveis compatíveis com as 
características do idoso ajuda a garantir que ele tenha um bom descanso e, se 
precisar se levantar à noite, que o faça em segurança. 
 Utilize uma cama de altura confortável para subir e descer sem 
dificuldades 
 Mantenha armários e gavetas em alturas acessíveis e fáceis de abrir 
 Utilize um colchão de densidade adequada para o seu peso e tamanho 
 Colocar ao lado da cama: um abajur, um telefone e uma lanterna; 
 Os armários devem ter portas leves e maçanetas grandes, para facilitar a 
abertura; 
 Instalar um sistema de iluminação e corrimãos entre a cama e o banheiro; 
 Não deixar objetos espalhados pelo chão do quarto. 
 
 
 
24 
 
Quarto adaptado para Idosos. Criador: Reinaldo Meneguim 11-9961-8791 Direitos 
autorais: Reinaldo Meneguim/HORUS PHOTOGRAPH 
 
Escada: 
 
 Nunca deixar malas, caixas ou qualquer tipo de objeto nos degraus; 
 Interruptores de luz devem estar instalados tanto na parte inferior quanto 
na parte superior da escada; 
 Uma outra opção é instalar sensores de movimento, que fornecerão 
iluminação automaticamente; 
 Manter uma lanterna guardada em algum lugar próximo em caso de 
apagão; 
 Jamais colocar tapetes no início ou no final da escada; 
 Colocar tiras adesivas antiderrapantes em cada borda dos degraus; 
 Instalar corrimãos por toda a 
extensão da escada e em ambos 
os lados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
Cuidados para a casa toda 
 
 
Mantenha antiderrapantes nas escadas e rampas 
 
Instale corrimões nas escadas 
 
Assegure-se de que os ambientes estejam bem iluminados e com 
interruptores em pontos de fácil acesso 
 
Evite encerar o chão ou utilizar outro produto que o deixe 
escorregadio 
 
Certifique-se de que não haja irregularidades no piso 
 
Não sobrecarregue as tomadas 
 
Mantenha o telefone em um local acessível, para utilizá-lo 
facilmente em casos de emergência 
 
Certifique-se de que as fechaduras abram por dentro e por fora 
 
ADAPTAÇÃO DOMÉSTICA PARA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA FÍSICA 
 
Para pessoa com deficiência física, ou mora com alguém que é usuário 
de cadeira de rodas, provavelmente já sabe que é necessário fazer algumas 
adaptações na casa. Além de garantir a segurança e o conforto, os ajustes 
também permitem mais autonomia para se locomover e realizar as atividades de 
rotina. 
 
 
 
 
 
26 
Rampas 
 
Para casas com garagem ou algum tipo de desnível, é muito importante 
que haja uma rampa na entrada, afinal, escadas, ou mesmo um único degrau, 
tornam impossível o acesso de quem está em uma cadeira de rodas. Em 
decorrência disso, sobrados ou prédios sem elevador não são uma opção para 
pessoas com deficiência física. 
Para que a rampa seja segura, e a condução da cadeira de rodas ou 
cadeira motorizada seja facilitada, é preciso seguir as normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas ABNT para construção de rampas de 
acessibilidade. 
 
Nivelamento de pisos 
Muitas casas acabam apresentando um leve desnível entre os cômodos 
quando há tipos diferentes de piso. No entanto, para que seja seguro circular 
com a cadeira de rodas, é fundamental que o piso esteja todo perfeitamente 
alinhado. 
Uma boa ideia é utilizar em todos os ambientes o piso vinílico, que é 
bastante versátil, resistente, e ainda é mais silencioso do que outras opções. 
Evite também carpetes, que dificultam a locomoção, e tapetes, que podem sair 
do lugar e causar acidentes. 
 
Muito espaço para circulação 
Para que seja possível se locomover sozinho e com conforto, é preciso 
ter bastante espaço livre na casa. Assim, os móveis devem ser posicionados de 
modo a proporcionar a maior área de circulação possível. 
É importante que os corredores sejam largos, e que haja espaço de sobra 
na cozinha, na sala e próximo à cama. Procure utilizar janelas e móveis com 
portas de correr, que ocupam menos espaço. 
 
Móveis com altura apropriada 
Mesas, fogões, gavetas, camas, sofás e as demais peças de mobília 
devem estar em uma altura adequada para quem está sentado na cadeira de 
 
 
 
27 
rodas. Assim, será possível ter mais independência nas tarefas, cozinhar e fazer 
as refeições confortavelmente. 
Leve em conta também o acabamento dos móveis — evite quinas, por 
exemplo, e dê preferência pelas extremidades mais arredondadas, que não 
causam ferimentos durante a locomoção. 
Não se esqueça de que é preciso ter bastante espaço ao lado da cama, 
para a hora de deitar, e também espaço junto a mesas, para que a pessoa na 
cadeira de rodas possa se posicionar junto a elas. 
 
Barras de apoio 
As barras de apoio são fundamentais no banheiro, para que a pessoa com 
deficiência possa utilizá-lo sozinha, tanto junto ao sanitário quanto dentro do box. 
Além do banheiro, elas também podem ser instaladas em outros pontos 
da casa, principalmente no quarto. As barras de apoio dão mais autonomia aos 
movimentos e ajudam a evitar quedas. 
Por ser um item de segurança, é imprescindível que a instalação da barra 
seja feita por um profissional capacitado; ele pode garantir sua firmeza, se a 
altura está correta e se ela atende às normas da ABNT. 
 
Piso antiderrapante 
O piso antiderrapante é uma das mais importantes adaptações; isso 
porque muitas vezes é possível ficar de pé (como no momento de sair da cadeira 
para a cama), mas um escorregão pode causar sérios acidentes. 
Além disso, o piso adequado também torna mais cômodo e mais seguro 
locomover-se na cadeira de rodas ou com andadores. 
O ideal é utilizar piso antiderrapante em toda a casa, mas os locais mais 
necessários são o quarto e as áreas da casa que costumam ficar molhadas, 
como cozinha e banheiro. 
 
Campainha de emergência 
Uma das melhores maneiras de garantir a segurança de uma pessoa com 
deficiência é certificar-se de que ela seja rapidamente socorrida caso haja algum 
problema. 
 
 
 
28 
Por isso, instalar campainhas pela casa, posicionadas em local baixo e 
próximo ao chão, é uma excelente ideia. Além disso, é importante que elas se 
comuniquem com outros ambientes da casa. 
As campainhas são simples de serem instaladas e fazem toda a 
diferença. Elas também são regulamentadas pela norma da ABNT que trata 
sobre a acessibilidade, a NBR9050:2015. 
 
Cama motorizada 
As pessoas com deficiência física passam muito tempo sentadas ou 
deitadas; por isso, é importante alternar as posições para evitar dores, lesões e 
até mesmo atrofia dos músculos. 
Uma cama motorizada é uma boa maneira de garantir o conforto, pois ela 
pode ser reclinada em vários ângulos, elevar a região das pernas e tera sua 
altura totalmente ajustada. 
Para quem precisa de ajuda para se alimentar ou fazer a higiene pessoal, 
a cama também é muito prática para o cuidador. 
 
Banheiro confortável 
Além de contar com barras junto ao sanitário e no box, e de ter piso 
antiderrapante, o banheiro deve oferecer total comodidade. 
Isso inclui, por exemplo, a instalação de uma pia de altura mais baixa, e 
sem nenhuma mobília embaixo, para que a pessoa possa encaixar-se com a 
cadeira de rodas por baixo dela na hora de usar. 
Para quem sente mais dores devido ao frio, pode-se considerar instalar 
um piso aquecido no banheiro. Embora não seja uma medida muito popular em 
nosso país, pelo seu clima predominantemente quente, essa medida tem um 
grande impacto no conforto. 
 
Quintal em bom estado 
Para quem mora em casa com quintal, é preciso levar em conta que ele 
também seja seguro e confortável para a locomoção. Deixe bastante espaço 
para circulação e faça reparos no piso ou concreto sempre que houver alguma 
irregularidade. 
 
 
 
29 
Se a casa tiver um jardim, o ideal é que haja espaços sem grama ou raízes 
de árvores aparentes, pois é muito difícil a locomoção com cadeira de rodas 
nesse tipo de solo. 
Aproveite o quintal para criar uma área para hobbies, como jardinagem, 
espaço de leitura etc. Quem tem piscina em casa pode instalar um elevador 
individual ao lado dela; afinal, atividades na água são uma ótima terapia para 
pessoas com deficiência, desde que acompanhadas. 
 
DEFICIÊNCIAS E TECNOLOGIA ASSISTIVA – 
CONCEITOS E APLICAÇÕES 
 
1 Evolução tecnológica no mundo moderno 
 
Analise o ambiente ao seu redor e repare quanta tecnologia espetacular 
existe bem aí perto de você, que está lendo este texto! O primeiro pensamento 
poderia focalizar computadores, tablets, televisões e outros itens caros e de 
extrema sofisticação, mas existe também tecnologia invisível a olho nu: a 
eletricidade, a internet e os circuitos microeletrônicos, tudo isso operando de 
forma sincronizada num filme lindo que você recebeu no celular, onde palavras 
e imagens afagam seus ouvidos e olhos, mesmo que isso tenha acontecido num 
tempo diferente do atual (GALVÃO, 2012). Há outras coisas ainda mais 
estranhas como itens de tecnologia que você nunca parou para pensar: o piso 
sintético, a água filtrada, as suas roupas, tudo isso é tecnologia ou fruto dela. 
Artefatos de tecnologia existem para tornar as coisas mais fáceis, e isso 
não quer dizer que todos eles visem ao bem (uma bomba atômica é um 
exemplo), mas é ótimo pensar que a tecnologia tem sido responsável pelo 
salvamento de muitas vidas, com diagnósticos por aparelhos quase mágicos 
para visualização do interior do corpo, além de remédios e tratamentos que 
curam doenças mortais há bem pouco tempo (BORGES, 2009). Até mesmo as 
relações humanas se modificam quando computadores conectados em rede 
viabilizam novas formas de comunicação, de trabalho e de consumo de bens e 
serviços. Veja a Figura 1. 
 
 
 
30 
Figura 1 – Aluna com deficiência visual usando um computador para 
escrever 
 
Fonte: Acervo do Autor 
 
Pela tecnologia talvez seus limites de ser humano desapareçam. Você 
não tem asas, mas consegue voar com um avião ou uma asa delta. Você 
conversa com seu amigo lá do outro lado do mundo, olhando seu rosto e ouvindo 
sua voz, e, quem sabe, daqui a algum tempo, sentindo o perfume que ele está 
usando. O seu sonho de consumo talvez seja um carro que obedece a sua voz 
e estaciona sozinho. Não é preciso grande esforço para tomar consciência das 
enormes influências que a tecnologia tem sobre nossa vida, e como ela se 
amplifica e ganha mais possibilidades. 
A tecnologia também tem o poder de nos equalizar. Por exemplo: em 
termos de uma fábrica, qual a diferença entre um levantador de peso, que é 
capaz de levantar 300 quilos com pequeno esforço, e um sujeito bem franzino, 
exímio motorista de empilhadeira, que levanta o mesmo peso sem nenhum 
esforço? Indo ainda mais longe, se esta pessoa não tiver pernas, ainda poderá 
levantar os tais 300 quilos? Claro que sim, a empilhadeira eventualmente poderia 
sofrer uma adaptação para eliminar os pedais e ser comandada por um joystick, 
podendo assim ser operada por uma pessoa com esta grave deficiência. 
Os limites são inimagináveis. Usando o mesmo raciocínio, torna-se óbvio 
que uma pessoa que consiga controlar um computador só com o olhar (por 
exemplo, usando uma interface Tobii para eyetracking) também conseguiria 
levantar os tais 300 quilos, se este computador estivesse conectado a uma 
http://www.tobii.com/
 
 
 
31 
empilhadeira adaptada convenientemente para isso. Estes exemplos são 
parecidos, só que o índice de amplificação do potencial humano vai se tornando 
cada vez mais e mais alto! 
Isso me faz lembrar uma frase famosa, criada há muitos anos por Mary 
Pat Radabaugh, antiga diretora do Centro Nacional de Apoio para Pessoas com 
Deficiência da IBM, nos Estados Unidos, que hoje está um tanto desgastada pelo 
uso, mas muito verdadeira: 
“Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais 
fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis.” 
 
Mas será que a tecnologia está ali, disponível para qualquer pessoa usar? 
Esta empilhadeira adaptada existe no mercado? Um empresário compraria esta 
empilhadeira robotizada para dar emprego a uma pessoa sem pernas? 
O tempo vai passando e as tecnologias acabam por permear a vida de 
um número cada vez maior de pessoas. Cada vez mais acesso, mais gente 
usando. Será mesmo? Infelizmente a tecnologia nunca é gratuita e nunca é para 
todos. Assim, a pessoa que não é deficiente mas não tem recursos financeiros 
também não terá acesso às tecnologias. 
Pela lógica vigente no mundo atual, para toda tecnologia que pode ser 
produzida, é preciso que exista alguém que queira (e possa) obtê-la, e este fluxo 
tem que resultar em lucro. Com isso em mente, temos que pensar nas questões 
importantes de subsídios de cunho social e na existência de produtos voltados 
para a distribuição em larga escala para pessoas sem recurso, em particular 
aqueles que tenham deficiência. 
Quando não há um equilíbrio mediado por ações honestas de política 
pública, atrelada a medidas de cunho social, a evolução tecnológica acaba 
contribuindo para o aumento do desequilíbrio econômico, em que os pobres 
empobrecem mais, à medida que os ricos enriquecem mais. 
Em resumo, não é tão importante o que a tecnologia representa, mas o 
uso que fazemos dela. 
Ou, dito de outra forma, e aproveitando as palavras de Melvin Kransberg 
(1986): 
A tecnologia não é boa nem é má, mas também não é neutra. 
 
 
 
 
32 
2 Conceitos teóricos sobre deficiência 
 
A palavra “deficiência” foi por muito tempo associada à “enfermidade” e 
“aflição”, bem como fenômenos como pobreza, feiura, fraqueza ou doença. No 
imaginário popular, com frequência “deficiência” também compartilhou terreno 
com termos como “monstruosidade” e “deformidade” – o primeiro possuindo 
toques sobrenaturais e o último representando um tipo particular de feiura moral 
e física. 
Foi muito usada também a palavra “paralisia”, derivada da ideia de 
alguém que se arrasta, numa tentativa de caracterizar várias deficiências físicas 
que impediam ou dificultavam a mobilidade. Do mesmo modo, a 
expressão “inválido” era associada a pessoas com uma ampla gama de doenças 
ou situações físicas debilitantes. Ainda hoje algumas instituições guardam 
resquícios desta época, por exemplo, ao rotular uma criança com deficiência 
como “criança defeituosa”. 
Pessoas com deficiência muitas vezes foram também exploradas como 
“objetos curiosos”, em circos ou freak shows. Mesmo hoje, quando passa uma 
linda mulher numa cadeira de rodas, muitas pessoas ainda olham curiosas, 
como se beleza e deficiência fossem antônimos. 
Figura 2 – Participantes de um Freak Show (Tod Browning e os 
atoresde Freaks) no início do século XX 
 
Fonte: http://www.socialistamorena.com.br 
 
 
 
 
33 
Felizmente estas conotações tão pejorativas vão paulatinamente 
perdendo sua força, e a palavra deficiência vai ganhando aceitação social, 
mesmo que expressões discutíveis, como “criança especial”, ainda sejam 
cunhadas e acabem por virar um modismo politicamente correto. 
Concluindo esta primeira abordagem, é importante observar que a palavra 
“deficiente” é usada de forma diferente: 
 dependendo das diversas finalidades práticas ou teóricas; 
 variando com as diferentes culturas e situações socioeconômicas; 
 podendo se amoldar para ser compatível com a conveniência individual. 
 
Um exemplo: uma pessoa cega de um olho pode querer que sua visão 
monocular seja considerada legalmente como deficiência, a fim de ser 
contemplada em reserva de vagas para as cotas de emprego; no entanto, a 
mesma pessoa não quer ser considerada da mesma forma, quando almeja tirar 
uma carteira de habilitação para dirigir caminhões. 
 
Em termos oficiais e aceitos no mundo todo, a Organização Mundial de 
Saúde define deficiência como a ausência ou a disfunção de uma estrutura 
psíquica, fisiológica ou anatômica. Esta definição, portanto, se refere 
exclusivamente à conformação biológica da pessoa, ou seja, algo que deveria 
ser tratado por um médico, no sentido de tentar consertar (tratar, operar, colocar 
uma prótese, etc.). Ela não leva em consideração que nosso valor como seres 
humanos está muito mais relacionado com aquilo que fazemos, que produzimos, 
que deixamos como legado. 
Figura 3 – Beethoven 
 
Fonte: http://miltonribeiro.sel21.com.br 
 
 
 
34 
O que é mais importante: o fato de Beethoven ter ficado surdo, ou de ter 
composto (quando surdo) melodias de uma beleza transcendental? Quando eu 
agrego a esse raciocínio algumas considerações sobre a origem etimológica da 
palavra “deficiente” – cujas raízes latinas significam “sem eficiência” –, a ideia 
central é que se eu obtiver eficiência, não sou deficiente… 
As palavras importam, quando tentamos explicar o mundo. É preciso usar 
as palavras corretas, escolhidas com muito critério. Nós sugerimos que você leia 
um artigo de Romeu Sassaki que explica o uso correto de termos como “pessoa 
com deficiência”, “necessidades especiais”, “deficientes” e muitas outras. 
https://www.deficienteciente.com.br/necessidades-especiais.html 
 
Modelos conceituais sobre deficiência 
 
Até os anos 1940, a visão que se tinha sobre as pessoas com deficiência 
era a menos favorável possível, dependentes da caridade, chegando ao limite 
de exibição em freak shows (Ver Figura 2). Foi mais ou menos nesta época que 
se estabeleceu o “modelo médico”, uma abordagem que define a deficiência 
como “uma propriedade do corpo do indivíduo“. Neste modelo, o centro de 
referência são os médicos, autoridades publicamente reconhecidas que se 
preocupam com assuntos relacionados à etiologia, diagnóstico, prevenção e 
tratamento de doenças físicas, sensoriais e cognitivas. Neste modelo, as 
pessoas com deficiência são pessoas inerentemente inferiores que devem ser 
curadas ou tratadas. Em outras palavras, são elas, e não a sociedade, que 
precisam ser modificadas ou melhoradas. 
A partir dos anos 1960-70, criaram-se novos conceitos sobre deficiência, 
considerando que os indivíduos são extremamente afetados por fatores que não 
estão no corpo, mas no mundo que nos cerca. Um bom ambiente adaptado de 
trabalho, por exemplo, é muito mais importante do que o fato de a pessoa ter ou 
não ter uma perna. 
Esta abordagem recebe o nome de “modelo social” e desafia o modelo 
médico, que é focado exclusivamente em um corpo individual que clama por 
tratamento, correção ou cura. A partir da aceitação do modelo social, 
estabeleceu-se que não é uma deficiência ou necessidade de ajuste do 
indivíduo, mas sim as barreiras socialmente impostas que determinam o sucesso 
https://www.deficienteciente.com.br/necessidades-especiais.html
 
 
 
35 
ou insucesso da pessoa com deficiência na sociedade. Isso implica a 
disponibilização ampla de locais acessíveis, transporte, meios de comunicação 
adequados etc. O modelo social trata da eliminação de tais barreiras como uma 
questão inalienável de direitos civis. 
Muitos ativistas e ideólogos hoje em dia defendem um outro modelo, que 
poderíamos denominar de “modelo cultural de deficiência”. Ele explora a 
interface do organismo com deficiência com os ambientes em que o corpo está 
situado. No modelo cultural a deficiência serve como uma identidade grupal, em 
que as pessoas são parte do tecido mais amplo da diversidade humana, e como 
um local de resistência cultural a concepções socialmente construídas de 
normalidade. Por exemplo, muitas pessoas surdas se sentem parte de uma 
“comunidade surda” e acham abjeta a hipótese de um implante coclear de 
escutar, na medida em que a situação de surdez é por eles considerada uma 
identidade cultural e linguística. 
Todos estes modelos, que são considerados clássicos e bem 
estabelecidos, hoje são contestados. Surgem novos modelos, como o “modelo 
da interação simbólica”, que tentam contemplar a pessoa como protagonista, 
em que “ao invés de ter um corpo, somos nossos corpos”. O fundamento 
desta visão diferenciada é que há muitas situações de deficiência as quais 
nenhuma mudança ambiental pode eliminar completamente. Por exemplo, 
precisar de cuidados especiais, cuidadores e fisioterapia quando se tem 
tetraplegia ou esclerose lateral amiotrófica é uma situação em que melhorias na 
condição ou relação social nada podem oferecer. 
Afinal, quem é deficiente, do ponto de vista conceitual? Não podemos 
esquecer que “cada pessoa é uma pessoa”, sempre diferente das demais. Como 
consequência, as manifestações de deficiência também são diferentes de 
indivíduo para indivíduo, e o número de gradações da deficiência é infinito. Em 
outras palavras: dependendo da situação, uma pessoa pode ser 
convenientemente considerada ou não como uma pessoa com deficiência, e em 
cada caso a classificação acaba por ser uma mistura de influências envolvendo: 
 condições intrínsecas do corpo físico; 
 designações segundo justificativas sociais ou jurídicas; 
 identificação com aspectos culturais de comunidades; 
 relações de dependência em relação a outras pessoas. 
 
 
 
36 
Figura 4 – Automóvel adaptado para cadeirantes 
 
Fonte: http://www.portac.com.br 
 
Hoje, existe um certo consenso de que a deficiência deva ser pensada 
em termos de modificações na funcionalidade: sua presença exige que se 
modifique a maneira de fazer as coisas, mas não impossibilita que sejam feitas. 
Por exemplo, quando agregamos estratégias de acessibilidade ao mundo, 
possivelmente com uso de tecnologia adequada, um cego conseguirá ler, um 
cadeirante conseguirá se locomover e um surdo conseguirá se comunicar. 
 
3 Uma breve taxonomia sobre as deficiências e suas 
demandas 
 
Uma classificação (ou mais do que uma) será sempre necessária, porém, 
como existe enorme gradação entre as deficiências individuais, qualquer 
classificação não será mais do que um referencial teórico impreciso! Mesmo 
assim, este tipo de taxonomia, embora não reflita toda a verdade, ajuda a definir 
e compreender que é possível utilizar critérios gerais de caráter mais ou menos 
aproximado, visando obter primeiro uma compreensão global e, a partir dela, 
estabelecer as características individuais, assim como realizar as adaptações 
para suportá-las, seja por ações individuais, seja por políticas públicas. 
Em termos gerais, a deficiência pode ser classificada em: 
A. sensorial – referente aos sentidos como visão e audição; 
B. física – referente aos membros e à mobilidade; 
 
 
 
37 
C. intelectual/mental – referente a efeitos da cognição e 
comportamento. 
Cada uma destas classificações tem subdivisões, como, por exemplo: a 
deficiência sensorial sedivide em visual e auditiva; por sua vez, deficiência visual 
se divide em cegueira e baixa visão etc. Não é uma classificação perfeita, mas 
tem sido utilizada amplamente em planejamento escolar e em aspectos da 
legislação. 
 
Nota sobre deficiência sensorial 
Repare que, se pensarmos em “sentidos” usando o senso comum, 
pensaremos em visão, audição, olfato, paladar e tato. Então, em princípio, se 
alguém perde a sensibilidade nas mãos, deveria ser considerada uma “pessoa 
com deficiência tátil”. Mas é raríssimo ver este tipo de situação relacionada nos 
textos, não porque ela não exista, mas porque, estatisticamente, é muito menos 
encontrada do que uma deficiência auditiva e também com impacto muito menor 
sobre os indivíduos em sua vida diária. 
Estabeleceremos a seguir uma breve correlação entre diversos tipos de 
deficiências, suas principais subcategorias e demandas associadas. 
Nota: este é apenas um resumo, veja nas leituras sugeridas como saber 
mais sobre o tema, incluindo as diversas subcategorias, causas, tratamentos e 
detalhes sobre as demandas específicas. 
DEFICIÊNCIA E SUBCATEGORIAS DEMANDAS 
DEFICIÊNCIA VISUAL 
Cegueira 
Baixa visão 
Assistir aulas 
Entender o que o professor está fazendo 
Acessar a leitura e escrita convencional 
Dispor de material em Braille 
Ter ajuda na interpretação de gráficos 
Receber orientação e se mover 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
Aparelhos de surdez 
Aparelhos de amplificação de som 
(transmissão FM) para a sala de aula 
 
 
 
38 
Surdez profunda 
Deficiência auditiva média 
ou leve 
Necessidade de tradutor-intérprete de Libras 
Alternativas para leitura de textos em 
português* � ênfase em imagens 
Incentivo ao domínio da leitura labial, mesmo 
sabendo que é método limitado 
*É muito difícil dominar a leitura de 
textos em português, pois o método de 
escrita é fonético (algo que é totalmente 
inacessível para um surdo profundo) e não 
simbólico, como a Língua de Sinais. 
DEFICIÊNCIA FÍSICA 
Paraplegia (mobilidade acima 
da cintura) 
Tetraplegia (mobilidade comprometida 
em todo o corpo) 
Hemiplegia (mobilidade em um lado) 
Mutilação (falta de membro) 
Pessoas com graves deformidades 
físicas 
Acessibilidade física: 
Rampas, banheiros, portas largas etc. 
Mobilidade para ir e vir 
Transporte urbano 
Ajuda na higiene 
Alguns precisam de cateterismo 
Ajuda na alimentação 
DEFICIÊNCIAS ASSOCIADAS 
À DEBILIDADE FÍSICA 
Paralisia cerebral 
Distrofia muscular 
Esclerose lateral amiotrófica 
Síndrome de Rett 
Ajuda com os espasmos e a 
disreflexia 
Cateterismo 
Dificuldade de articular a fala 
Dificuldade na movimentação 
Reconhecimento de que seus aspectos 
cognitivos podem estar totalmente OK 
DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL/COGNITIVA 
DM – deficiência mental 
Psicose 
Esquizofrenia e outros 
Comunicação 
Aprendizagem 
Relacionamento 
 
 
 
39 
Retardo mental 
Síndrome de Down 
Espectro autista 
SUPERDOTAÇÃO 
Indicação de que certa pessoa 
tem “talentos ou habilidades fora de 
série” 
Conflitos sociais 
Bulling 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Surdez – cegueira 
Comunicação 
Relacionamento social 
DISTÚRBIOS DE 
APRENDIZAGEM (que não são 
classificados oficialmente como 
deficiência) 
Dislexia – dificuldade de 
expressar-se oralmente 
Disgrafia – dificuldade de expressar-se 
por escrita 
Gagueira 
Baixo nível de cognição. 
TDAH – Transtorno de déficit de 
atenção e hiperatividade 
Estratégias educacionais específicas 
Alternativas para leitura, escrita e 
comunicação em geral. 
 
4 Quantas pessoas com deficiência existem no Brasil 
Nos últimos anos muitos números discrepantes têm sido divulgados pelos 
censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com relação à 
quantidade de pessoas com deficiência no Brasil. Diferentes metodologias 
utilizadas nas entrevistas para aquisição de dados produziram em 2000 o 
número de 14,5% de pessoas com deficiência e, em 2010, este número saltou 
para quase 24%! Se isso fosse verdade, uma em cada quatro pessoas teria 
deficiência no Brasil! Estes números tão altos e discrepantes criaram distorções 
em projetos políticos, gerando, entre outras coisas, o planejamento de 
investimento muito maior do que deveria ser. 
 
 
 
40 
Entretanto, após ajustes no processo de entrevistas, e mudanças 
metodológicas de avaliação, foram gerados números bem mais conservadores 
na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS): 6,2% da população tem algum tipo de 
deficiência. O levantamento foi feito pelo IBGE em 2013 em parceria com o 
Ministério da Saúde, e os resultados, divulgados em 2015. 
 
Figura 5 – População residente por tipo de deficiência – Brasil – 2010 
 
Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. 
 
Nota: Algumas pessoas declararam possuir mais de um tipo de deficiência. Por isso, quando 
somadas as ocorrências de deficiências, o número é maior do que 45,6 milhões que representa 
o número de pessoas, não de ocorrência de deficiência. 
 
A Pesquisa Nacional de Saúde considerou quatro tipos de deficiências: 
visual, física, auditiva e intelectual. Os principais dados obtidos, que podem ser 
recuperados a partir do site do IBGE, são os seguintes: 
 
A. Deficiência visual 
 
A deficiência visual é a mais representativa e atinge 3,6% dos brasileiros, 
sendo mais comum entre as pessoas acima de 60 anos (11,5%). O grau intenso 
ou muito intenso da limitação impossibilita 16% dos deficientes visuais de 
realizarem atividades habituais como ir à escola, trabalhar e brincar. 
O Sul é a região do país com maior proporção de pessoas com deficiência 
visual (5,4%). A pesquisa mostra que 0,4% são deficientes visuais desde o 
nascimento e 6,6% usam algum recurso para auxiliar a locomoção, como 
bengala articulada ou cão-guia. Menos de 5% do grupo frequenta serviços de 
reabilitação. 
 
 
 
 
41 
B. Deficiência física 
1,3% da população tem algum tipo de deficiência física e quase a metade 
deste total (46,8%) tem grau intenso ou muito intenso de limitações. Somente 
18,4% desse grupo frequenta serviço de reabilitação. 
 
C. Deficiência intelectual 
0,8% da população brasileira tem algum tipo de deficiência intelectual, e 
a maioria (0,5%) já nasceu com as limitações. Mais da metade (54,8%) tem grau 
intenso ou muito intenso de limitação, e cerca de 30% frequentam algum serviço 
de reabilitação em saúde. 
 
D. Deficiência auditiva 
1,1% da população brasileira é portadora dessa deficiência. Foi o único 
tipo que apresentou resultados estatisticamente diferenciados por cor ou raça, 
sendo mais comum em pessoas brancas (1,4%) do que em negros (0,9%). Cerca 
de 0,9% dos brasileiros tornaram-se surdos em decorrência de alguma doença 
ou acidente, e 0,2% nasceu surdo. Do total de deficientes auditivos, 21% têm 
grau intenso ou muito intenso de limitações, que compromete atividades 
habituais. 
 
Os percentuais mais elevados de deficiência intelectual, física e auditiva 
foram encontrados em pessoas sem instrução e em pessoas com o ensino 
fundamental incompleto. 
 
5 Tecnologia Assistiva 
Sem nos preocuparmos, a princípio, com definições precisas, vamos 
chamar de Tecnologia Assistiva àquela que é destinada a pessoas com 
deficiência. Não há dúvida, Tecnologia Assistiva ajuda muito e se torna 
elemento-chave na vida das pessoas. 
Segundo Rita Bersch (2017), “Tecnologia Assistiva é um termo utilizado 
para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para 
proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e 
consequentemente promover sua vida independente e inclusão.” 
 
 
 
42 
Para a maioria das pessoas, Tecnologia Assistiva é uma especialidade 
da informática e da engenharia que visa criar produtos com o objetivo de 
melhorar a vida das pessoas com deficiência (como na Figura 3). 
Não está errado totalmente, mas é muito mais que isso. Tecnologia não 
é sinônimo de coisa cara nem de coisa comprada! Pode ser algosimples, algo 
que certa mãe, pobre, mas criativa, inventa para seu filho, usando apenas 
objetos reciclados e que funciona perfeitamente! 
 
Figura 6 – Tecnologia de alta complexidade 
 
Fonte: http://www.reab.com 
Figura 7 – Tecnologia de baixa complexidade 
 
Fonte: http://www.reab.com 
Tecnologia Assistiva muda radicalmente a vida das pessoas com 
deficiência. Podemos até dizer, metaforicamente, que um cego deixa de ser cego 
quando a tecnologia invade sua vida. Ele caminha e se localiza com precisão, lê 
com proficiência, reconhece ambientes, escreve sem dificuldade e assim por 
diante. O mesmo raciocínio vale para quem é paraplégico e, através de uma 
tecnologia específica, como uma cadeira de rodas motorizada, deixa de ter as 
limitações de uma pessoa com deficiência física, por não poder andar, e passa 
a poder correr. 
http://www.reab.com/
http://www.reab.com/
 
 
 
43 
O conhecimento tecnológico hoje é muito vasto, materiais se tornaram 
mais disponíveis e baratos, e as possibilidades de construção usando motores e 
controles computadorizados tornaram a tecnologia para pessoas com deficiência 
mais fácil de desenvolver e produzir. A tecnologia também passou a ser 
necessariamente adaptável e capaz de absorver as grandes diferenças que 
existem nas pessoas que a utilizarão. 
A quantidade e variedade de itens de Tecnologia Assistiva existentes hoje 
é incomensurável. 
É impossível fazer uma classificação de importância, na medida em que 
uma adaptação criada por uma mãe pode ser tão relevante quanto o produto 
robótico de última geração. Optamos assim por utilizar uma classificação criada 
por Rita Bersch e José Tonoli, baseada em categorias comumente adotadas em 
diversos países. 
 
Exemplos de tecnologias assistivas 
 
Auxílios para a vida diária 
Materiais e produtos para auxílio 
em tarefas rotineiras tais como comer, 
cozinhar, vestir-se, tomar banho e 
executar necessidades pessoais, 
manutenção da casa etc. 
 
Comunicação aumentativa 
(suplementar) e alternativa 
Recursos, eletrônicos ou não, que 
permitem a comunicação expressiva e 
receptiva das pessoas sem a fala ou com 
tal limitação. São muito utilizadas as 
pranchas de comunicação, além de 
dispositivos para fala sintética. 
 
 
 
44 
 
Recursos de acessibilidade ao 
computador 
Equipamentos de entrada e saída 
(síntese de voz, Braille), auxílios 
alternativos de acesso (ponteiras de 
cabeça, de luz), teclados modificados ou 
alternativos, acionadores, softwares 
especiais (de reconhecimento de voz etc.), 
que permitem às pessoas com deficiência 
usarem o computador. 
 
Sistemas de controle de 
ambiente 
Sistemas eletrônicos que permitem 
às pessoas com limitações 
motolocomotoras controlar remotamente 
aparelhos eletroeletrônicos e sistemas de 
segurança, entre outros, localizados em 
seu quarto, sala, escritório, casa e 
arredores. 
 
Projetos arquitetônicos para 
acessibilidade 
Adaptações estruturais e reformas 
na casa e/ou ambiente de trabalho, 
através de rampas, elevadores e 
adaptações em banheiros, entre outras, 
que retiram ou reduzem as barreiras 
físicas, facilitando a locomoção da pessoa 
com deficiência. 
 
 
 
45 
 
Órteses e próteses 
Troca ou ajuste de partes do corpo, 
faltantes ou de funcionamento 
comprometido, por membros artificiais ou 
outros recursos ortopédicos (talas, apoios 
etc.). Incluem-se os protéticos para 
auxiliar nos déficits ou limitações 
cognitivas, como os gravadores de fita 
magnética ou digital que funcionam como 
lembretes instantâneos. 
 
Adequação postural 
Adaptações para cadeira de rodas 
ou outro sistema de sentar visando ao 
conforto e à distribuição adequada da 
pressão na superfície da pele (almofadas 
especiais, assentos e encostos 
anatômicos), bem como posicionadores e 
contentores que propiciam maior 
estabilidade e postura apropriada do corpo 
através do suporte e posicionamento de 
tronco/cabeça/membros. 
 
Auxílios de mobilidade 
Cadeiras de rodas manuais e 
motorizadas, bases móveis, andadores, 
scooters de 3 rodas e qualquer outro 
veículo utilizado na melhoria da 
mobilidade pessoal. 
 
 
 
46 
 
Auxílios para cegos ou com 
visão subnormal 
Auxílios para grupos específicos 
que incluem lupas e lentes, Braille para 
equipamentos com síntese de voz, 
grandes telas de impressão, sistema de 
TV com aumento para leitura de 
documentos, publicações etc. 
 
Auxílios para surdos ou com 
déficit auditivo 
Auxílios que incluem vários 
equipamentos (infravermelho, FM), 
aparelhos para surdez, telefones com 
teclado — teletipo (TTY), sistemas com 
alerta táctil-visual, entre outros. 
 
Adaptações em veículos 
Acessórios e adaptações que 
possibilitam a condução do veículo, 
elevadores para cadeiras de rodas, 
camionetas modificadas e outros veículos 
automotores usados no transporte 
pessoal. 
 
Para concluir, é importante exibir a definição brasileira oficial de 
Tecnologia Assistiva, emitida pelo Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) da Corde 
(Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência): 
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica 
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, 
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou 
 
 
 
47 
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida 
e inclusão social. 
 
É importante notar que esta definição fala claramente que serviços são 
um tipo de Tecnologia Assistiva. Esta decisão do CAT é coerente com as 
definições utilizadas em outros países e tem como premissa o fato de que os 
equipamentos, por si só, não produzem resultados adequados; só são obtidos 
através dos serviços profissionais especializados, que devem ser colocados 
como parte indissociável dos itens físicos de tecnologia. 
 
6 Como a Tecnologia Assistiva se aplica ao mundo da 
pessoa com deficiência 
 
Para cada evolução tecnológica assimilada, a vida da pessoa com 
deficiência muda. A influência é tão grande que é como se os artefatos 
tecnológicos passassem a fazer parte da própria pessoa. O ser “deficiente 
tecnologizado” tem mais poder. E isso faz toda a diferença para ele, para sua 
família e seus amigos, no trabalho, e para toda a sociedade (SONZA et al., 
2011). 
Está tudo muito melhor hoje para quem tem deficiência. Há alguns anos, 
as perspectivas de vida de alguém nesta situação seriam de grande 
dependência. Sempre era necessário alguém para suprir as dificuldades, e o 
potencial de desenvolvimento da pessoa tornava-se bastante limitado. 
Entretanto, hoje, com a ajuda de um número muito grande de dispositivos 
mecânicos e eletrônicos, de computadores e de muitas invenções, quase todas 
as pessoas com deficiência conseguem superar suas limitações e adquirir certo 
grau de eficiência, como mostrado na Figura 4. 
Quanto mais a Tecnologia Assistiva evolui, maior se torna esta eficiência, 
e a evolução parece não ter fim! Hoje, por exemplo, um cego pode ler através 
de um programa de computador; um tetraplégico pode se locomover sozinho 
com uma cadeira de rodas motorizada; um amputado pode correr com pernas 
metálicas especiais (DIAS et al., 2013). 
 
 
 
 
48 
Figura 8 – Pessoa amputada correndo 
 
Fonte: http://passofirme.wordpress.com 
 
A tecnologia nos faz transcender as nossas limitações. Não temos todos 
os mesmos limites, mas a tecnologia nos equaliza. Ela não vai conseguir 
transformar a pessoa com deficiência em alguém sem deficiência. Mas é quase 
certo que, se ela for dominada e bem utilizada, vai transformá-la em uma pessoa 
eficiente. 
 
7 A inclusão escolar e o acesso à Tecnologia Assistiva na 
escola pública 
Figura 9 – A escola é para todos 
 
Fonte: http://www.comunidadeviaduto.com.br 
 
No Brasil, durante os anos 1980, houve importantesmovimentos das 
pessoas com deficiência, pela defesa de direitos, entre os quais se destacavam 
a acessibilidade, a educação e a inclusão social. Caravanas de pessoas com 
deficiência se deslocaram para Brasília, participando de comícios e passeatas, 
 
 
 
49 
em busca de um diálogo com os legisladores, em particular com aqueles 
responsáveis pela redação da Constituição de 1988. 
Por conta destas ações, foi agregado artigo na Constituição que dá 
sustentação de inserção das pessoas com deficiência na rede regular de ensino 
– complementando o artigo 5º, que garante expressamente o direito de todos 
à educação. 
 
Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
garantia de: 
 
III – atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino. 
A partir da década de 1990, como resultado da participação do país em 
diversas conferências internacionais, o Brasil assinou vários tratados, 
preconizando os princípios de educação para todos, em particular das pessoas 
com deficiência, num modelo de inclusão escolar, segundo o qual. 
As escolas devem acomodar todas as crianças, independentemente 
de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas 
ou outras. 
No modelo de inclusão, todas as pessoas devem ter acesso ao sistema 
de ensino de modo igualitário. Não é tolerado nenhum tipo de discriminação, seja 
de gênero, etnia, religião, classe social, condições físicas e psicológicas etc. A 
filosofia da inclusão reconhece e valoriza a diversidade, considerando que 
através dela a sociedade se enriquece em experiências, e que isso gera 
crescimento de oportunidades – leia-se enriquecimento social. 
A inclusão se tornou um movimento mundial de luta das pessoas com 
deficiências e de seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na 
sociedade. No modelo de inclusão escolar existe a integração dos alunos com e 
sem deficiência nas salas de aula regulares, compartilhando as mesmas 
experiências e aprendizados (MANTOAN, 2003). 
 
Importante: A inclusão escolar não deve ser confundida com 
escolarização especial, que atende aos portadores de deficiência em escolas ou 
salas de aula separadas, formadas apenas por crianças com deficiência. Ela 
 
 
 
50 
prevê a integração desses alunos em classes de aula regulares, compartilhando 
as mesmas experiências e aprendizados com os outros estudantes. 
 
No Brasil, a inclusão escolar não é decisão da escola ou do professor: é 
lei a ser obedecida. Um gestor ou professor que se recuse a receber uma criança 
com deficiência para inclusão numa classe regular estará cometendo um crime 
punível com 2 a 5 anos de reclusão. 
É lei, mas não é nada fácil de implementar: os alunos com deficiência têm 
necessidades específicas, muitas vezes exclusivas para suas limitações, o que 
implica investimento e remanejamento de atividades, sem contar com o tempo 
adicional a ser gasto, que é necessário para atender convenientemente a cada 
aluno com deficiência. 
Muitos destes problemas são de gestão, mas é ao professor que cabem 
as tarefas mais demandantes: receber o aluno, resolver os problemas 
associados à sua presença e organizar as estratégias diferenciadas de ensino, 
como modificações na forma de apresentação, adaptações no material didático, 
adequação do tempo e critérios diferenciados de avaliação. (SANTOS; 
SANTIAGO; MELO, 2016). 
Existe sempre um custo envolvido nisso, e haverá sempre quem diga que 
“seria melhor usar este dinheiro para privilegiar a maioria do que para atender a 
uns poucos”, uma lógica economicamente justificável, mas do ponto de vista 
humanitário, muito discutível (DIAS et al., 2016). 
 
Figura 10 – A Tecnologia Assistiva é ensinada no AEE 
 
Fonte: http://www.escolascreches.com.br 
 
Não é, portanto, de se espantar, que a escola busque ansiosamente por 
soluções de Tecnologia Assistiva. Do ponto de vista organizacional, com base 
 
 
 
51 
na Lei nº 6.571/08, a viabilização do uso de Tecnologia Assistiva no ambiente 
escolar é uma das funções do que se denomina Atendimento Educacional 
Especializado (AEE). Um serviço da educação especial que identifica, elabora e 
organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, os quais eliminem as 
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades 
específicas. 
Dependendo da situação individual, o AEE definirá o tipo de Tecnologia 
Assistiva, o que inclui programas de computador e equipamentos 
especializados. 
Os alunos com deficiência têm aulas complementares em contraturno no 
AEE, em salas especiais, chamadas “Salas de Recurso Multifuncioniais”, que 
são equipadas com diversos itens de Tecnologia Assistiva. Nelas se prepara e 
disponibiliza material pedagógico acessível, se ensinam Braille e a Língua 
Brasileira de Sinais (Libras), se disponibilizam recursos de Tecnologia Assistiva, 
incluindo acessibilidade ao computador, se promovem atividades relativas à 
orientação e mobilidade, se disponibilizam mecanismos para comunicação 
alternativa etc. (DIAS et al., 2015). 
Nota: Dadas as dificuldades que um professor pode ter, quando 
necessário, um mediador poderá ser contratado ou alocado para ajudar o 
professor no atendimento ao aluno com deficiência na sala de aula, mas isso na 
prática não é muito comum. 
 
8 Principais produtos de Tecnologia Assistiva no Brasil 
Existem muitos produtos de Tecnologia Assistiva sendo distribuídos hoje 
no Brasil, desde pequenos dispositivos mecânicos, aparelhinhos eletrônicos até 
caríssimos equipamentos para uso em escolas, institutos de reabilitações e 
hospitais. Há diversas adaptações para automóveis, ônibus, máquinas e 
equipamentos. E há também softwares, em razoável quantidade, para desktops, 
celulares e tablets. 
Vivemos hoje num momento em que já houve grande evolução no Brasil 
na área do atendimento às pessoas com deficiência por meio da tecnologia. 
Diversos artefatos e softwares foram criados em vários lugares do mundo, 
trazidos para cá e aplicados, com ou sem sucesso. 
 
 
 
52 
Mostraremos a seguir alguns produtos e representantes de Tecnologia 
Assistiva no Brasil. Não são os únicos, mas são os mais conhecidos. Na área de 
produtos para deficiência visual, existe a proeminência da Civiam, da Laratec e 
da TecAssistiva, formando um pequeno corpo de empresas que domina grande 
parte do mercado nacional. Elas estão muito associadas à venda de produtos 
importados. 
Na área de produtos para deficientes físicos a principal fabricante é 
a Polior, que realiza exportações para Espanha e Reino Unido. Outra grande 
produtora é a brasileira Expansão, que produz e comercializa os produtos 
patenteados Tuboform. Na área de cadeiras de rodas e outros dispositivos 
mecânicos, há uma grande quantidade de fabricantes. As maiores são 
a Freedom, a Ortobras, a Jaguaribe e a Ortomix. 
Seria antiético fazer deste texto uma propaganda de produtos de 
empresas comerciais. Optamos, portanto, por sermos o mais genéricos possível, 
mostrando, para diversos tipos de deficiência, um apanhado sobre os principais 
produtos disponíveis e utilizados amplamente no Brasil. Demos ênfase aos 
produtos gratuitos, quase todos originários do trabalho do Laboratório de 
Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva do Instituto Tércio Pacitti 
da UFRJ (Lab. TecnoAssist – NCE/UFRJ). 
 
Figura 11 – Professores e alunos de cursos do Laboratório 
TecnoAssist 
 
Fonte: Acervo do Autor 
 
http://civiam.com.br/
http://loja.laratec.org.br/
http://www.tecassistiva.com.br/
http://www.polior.com.br/
https://www.expansao.com/site/produtos/tuboform-9
http://www.freedom.ind.br/
https://ortobras.com.br/
http://www.ortomix.com.br/
 
 
 
53 
8.1 Produtos para deficiência visual 
 
Figura 12 – Dosvox, um dos programas mais usados no Brasil 
 
Fonte: Acervo do Autor 
 
Até a década de 1980, a Tecnologia Assistiva para cegos no Brasil

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