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Hemorragia • Qualquer extravasamento de sangue para fora do vaso • Causa: descontinuidade, erosão ou lesão de vasos (hemorragia por rexe); aumento da permeabilidade vascular sem lesão previa (escape de hemácias – hemorragia por diapedese) • Hemorragia por diapedese: causada pela pressão intravascular aumentada ou um processo de inflamação que gera vasodilatação – depende da intensidade, pode ser por congestão. Saída das hemácias sem lesos vasculares evidentes, em nível de vênulas e capilares (sem sintomas, mas pode ser visualizada por preparações histológicas) • Hemorragia por rexe: trauma mecânico ou cirúrgico, tumores invasivos, varizes esofágicas, objetos cortantes ou inflamações que lesam o tecido. Ruptura da parede vascular ou do coração • Aumento da pressão intravascular (pressão hidrostática) se leve gera hemorragia por diapedese, mas se for muito alta gera hemorragia por rexe (ruptura na parede do vaso): como a hipertensão arterial (aterosclerose, no cérebro – AVC hemorrágico) ➢ Avc hemorrágico: pequena arteríola cerebral se rompe devido a pressão arterial aumenta ou por um aneurisma ➢ Avc isquêmico: placa de ateroma na parede das artérias forma trombo através de processo inflamatório e fecha a passagem do sangue (tecido irrigado pela arteríola fica isquêmico e morre) ➢ Microaneurismas cerebrais: também gerado pelo aumento da pressão arterial • Consequência de um hematoma cerebral: não tem para onde o sangue extravasar, então ele comprime o tecido cerebral ao redor, provocando uma lesão e produzindo um edema cerebral – comprime o tecido cerebral e o ventrículo, desvio da via media (causam lesões que amplificam) • Aneurisma: dilatações da parede da artéria causados por defeitos congênitos e por hipertensão arterial. Devido ao calibre pequeno das artérias cerebrais, é comum microaneurismas cerebrais que tendem a romper se a pessoa tiver hipertensão (provoca hematoma cerebral) • A gravidade da hemorragia depende do local e da quantidade de sangue Hemorragia por rexe • Algumas causas não são por ruptura, como as diáteses hemorrágicas: o sistema de coagulação não esta funcionando adequadamente • Sistema de coagulação mantem a homostasia: toda vez que há ruptura de vasos sanguíneos, há ativação do mecanismo de coagulação para tentar restaurar a parede dos vasos e por consequencia a hemostasia (sangue nem fluido demais, nem coagulado) • Tendencia a hemorragia sem causa aparente (espontâneas) e por causa da falta de hemostasia há um sangramento prolongado após lesão vascular (desproporcional a intensidade da lesão) • Doenças genéticas ou adquiridas • Hemofilia (genética): deficiência do fator VIII (hemofilia A) ou no fator IX (hemofilia B), dessa maneira a cascata da coagulação fica comprometida, a formação de fibrina que forma o coágulo sanguíneo para parar sangramentos é defeituoso • AAS (ácido acetil salicílico): droga antinflamatoria anticoagulante que reduz a agregação plaquetária porque inibe a produção de uma prostaglandina ativadora da coagulação • Deficiência de vitamina K: vitamina K é um cofator que atua na cascata de coagulação • Cirrose ou hepatite grave: quem produz/sintetiza os fatores de coagulação que circulam no plasma é o fígado • Trombocitopenia: deficiência de plaquetas (menos de 30.000/mm3) que pode ser genética (rara) ou adquirida (uso de drogas, doenças na medula óssea, atividade excessiva do baço – hiperesplenismo) Características morfológicas • Superficiais (na pele): purpura (até 1cm), petéquias (1 a 3 mm) e equimose – mancha azulada ou arroxeada grandes (traumatismos) • Na equimose, com o tempo os macrófagos vão fagocitando as hemácias e a mancha vai ficando esverdeada/amarelada (decomposição da hemoglobina gera pigmento biliverdina e amarelada pela deposição de ferro da hemossiderina) • Hematoma: sangue acumula e forma tumoração (traumatismo) • Hemorragias em cavidades: podem receber nomes de acordo com o local que ela ocorre, como hemartrose (dentro da cavidade articular), hemopericardio (pericárdio), hemotórax e hemoperitonio (cavidade peritoneal) • Exteriorização de hemorragias por orifícios corpóreos: epistaxe (sangue sai pelas cavidades nasais), hemoptise (tosse com sangue) e hematemese (sangue com vomito) Significado clinico • Depende do órgão ou tecido afetado, se for pequena o sangue sera reabsorvido pelos macrófagos (reparo tecidual), se for em órgãos vitais há comprometimento da função do órgão o que leva a óbito ou sequelas/complicações graves • Depende do volume de sangue também: acima de 15/20% do volume total compromete o funcionamento do sistema circulatório e leva a choque hemorrágico devido a diminuição do aporte sanguíneo periférico • Sangramento crônico e repetido: deficiência de ferro (anemia) Hemostasia • Toda vez que há dano na parede do vaso há um processo de resposta: formação de um coagulo na tentativa de fazer um tamponamento do sangue e impedir a hemorragia (processo fisiológico/normal) • Componentes da Hemostasia: parede vascular, plaquetas e sistema de coagulação • Componentes pro-coagulantes (enzimas...) e anticoagulantes (controle para que o sangue não coagule demais) • A hemostasia ocorre em 4 eventos: 1. Vasoconstrição: diminui o fluxo sanguineo 2. Hemostasia primaria: ator principal são as plaquetas (tampão primário) 3. Hemostasia secundaria: cascata da coagulação que forma um tampão e um coagulo solido 4. Trombo e eventos antitrombóticos: dissolve o coagulo e devolve a fluidez do sangue Vasoconstrição (reflexa) • Mecanismo de ativação é a endotelina (vasoconstrição para diminuir o fluxo sanguíneo e logo reduzir o extravasamento de sangue), formada no endotélio dos vasos e liberada quando o vaso sofre lesão • Reflexos neurogênicos: relacionados com mecanismos de vasoconstrição pela ação de mediadores de terminações nervosas (adrenalina, noradrenalina, endorfina) que contraem os músculos e consequentemente a parede do vaso Hemostasia primaria • Formação do tampão plaquetário • Plaquetas: discos acelulares que percorrem o vaso próximo ao endotélio e possuem receptores em sua membrana e no seu citoplasma possuem grânulos que produzem substancias • Toda vez que a plaqueta se liga com o fator de von Willebrant (vWf) na superfície colágena, há uma mudança de conformação na plaqueta (ativação plaquetária) e ela se torna uma esfera cheia de prolongamentos/espiculas – aumenta a superfície de contato para se ligar com outras plaquetas, formando agregados plaquetários • Ativação: mudança conformacional da plaqueta (ligação da mesma com vWf) e liberação de grânulos que liberam ADP e tromboxana 2 que são pro-coagulantes e ativam outras plaquetas (efeito em cascata) que vao se ligando através de pontes de fibrinogênio • Agregação: plaquetas se ligam através de pontes de fibrinogênio Hemostasia secundaria • Processo de coagulação: enzimas e proteínas que fazem uma serie de reações químicas ate formar a fibrina (proteína insolúvel que se deposita nas plaquetas as “colando”) • Fibrina: se origina da quebra do fibrinogênio pela trombina (enzima) em fibrina insolúvel e assim contribui para a formação de um tampão solido e ativação de mais plaquetas • Trombina é uma proteína inativa e soluvel no plasma, na presença de cálcio quebra o fibrinogênio em fibrina insolúvel • A cascata da coagulação so acontece com a ativação/exposição do fator tecidual (proteína tromboplastina que fica na parede do vaso, abaixo do endotélio) • Com ele exposto, ativa o fator 7 que ativa o 9 ele ativa o 10 que converte protrombina em trombina que na presença do cálcio cliva o fibrinogênio em fibrina insolúvel • Trombina tem alça de feedback que amplia a reação quando cliva o fator 11 que ativado amplifica a ativação do fator 9 • Tudo isso só é ativado se ocorrer lesão tecidual (via extrínseca), mas tambémpode ser por via intrínseca (superfície carregada negativamente como vidro) Estabilização e reabsorção do tampão • Com o endotélio sanado, há produção de substancias anticoagulantes principalmente a plasmina e a cascata fibrinolítica (plasminogênio produzido pelas células do endotélio clivam e plasmina, que quebra a fibrina – dissolvendo o coágulo) • Mecanismos contra-reguladores • Endotélio saudável libera TPA (fator antitrombina) e trombomodulina que bloqueiam a cascata de coagulação • Limitação da coagulação, reabsorção do tampão e reparo do tecido • Endotélio lesado
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