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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO Daniele Bernardino Pereira de Salles Maria Alzira Leite Maria Vera Pereira Skitnevsky São Paulo | 2017 ADMINISTRAÇÃO DA ENTIDADE MANTENEDORA (IAE) Diretor Presidente Domingos José de Sousa Diretor Administrativo Élnio Álvares de Freitas Diretor Secretário Emmanuel Oliveira Guimarães ADMINISTRAÇÃO GERAL DO UNASP Reitor Martin Kuhn Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Tânia Denise Kuntze Pró-Reitor de Graduação Afonso Ligório Cardoso Pró-Reitor de Relações, Promoção de Desenvolvimento Institucional Allan Macedo de Novaes Pró-Reitor Administrativo Andrenilson Marques Moraes Secretário Geral Marcelo Franca Alves CAMPUS VIRTUAL Diretor Geral Martin Kuhn Gerente Acadêmico Everson Mückenberger Gerente Administrativo Andrenilson Marques Moraes Gerente de Produção Valcenir do Vale Costa PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO DELINEA TECNOLOGIA EDUCACIONAL Diretoria Executiva Charlie Anderson Olsen Larissa Kleis Pereira Margarete Lazzaris Kleis Supervisão do Projeto Camila Sayury Nakahara Renata Oltramari Coordenação do Projeto e de DE Josane Mittmann Mônica Guarezi Rodrigues Coordenação de Revisão Tiago Costa Pereira Coordenação de Design Gráfico Victor Américo Cardoso Projeto Gráfico Cassiana Mendonça Pottmaier Fernando Andrade Conteudistas Daniele Bernardino Pereira de Salles, Maria Alzira Leite, Maria Vera Pereira Skitnevsky Designer Educacional Cíntia Macedo Revisão Gramatical Paula Barretto Barbosa Trivella Diagramação Fernanda Vieira Fernandes 4 CONHEÇA A DISCIPLINA Olá! Seja bem-vindo à disciplina de Fundamentos da Educação. Nosso ob- jetivo aqui é analisar, desde a Antiguidade até os dias atuais e sob a perspectiva dos contextos sociais, culturais, políticos, econômicos e com- portamentais, a educação, a formação do educador e os seus principais processos históricos. No decorrer desta disciplina, vamos fazer leituras, discutir textos, trocar experiências, estudar e analisar os pressupostos fi losófi cos da educação a partir dos pensadores clássicos, bem como entender as tendências e correntes da área. Além disso, faremos uma análise crítica do fenômeno educativo, considerando as relações entre educação e sociedade. No processo de ensino-aprendizagem na modalidade a distância, o prin- cipal protagonista é o educando, sendo o professor um facilitador, orga- nizador e coordenador. Portanto, você, aluno, deve se organizar e manter um ritmo disciplinado para ter o tempo necessário para dedicar às leitu- ras e à realização das tarefas e atividades. Seguindo essa logística, você vai aproveitar bem o conhecimento adquirido não só para suas práticas profi ssionais, mas também para o exercício da cidadania. Agora é com você! Explore o conteúdo, pesquise e abra espaços para promover a interação comunicativa. Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Agora, convidamos você para começar uma viagem ao universo da educação. 5 EMENTA Aborda a educação e o desenvolvimento do sistema escolar a partir de uma perspectiva histórica, identifi cando as causas da diversidade de cor- rentes fi losófi cas e as grandes questões sociológicas da educação escolar, evidenciando a importância da fi losofi a, da história, da sociologia e da psicologia da educação na constituição do sujeito-cidadão, assim como legislações educacionais que tratam da educação ambiental, direitos hu- manos, afrodescendentes e indígenas, inclusão do defi ciente e bullying. CAPÍTULO 1 EDUCAÇÃO E SUA PERSPECTIVA HISTÓRICA Objetivos No fi m dos estudos deste capítulo você será capaz de: Analisar a educação, a formação do educador e o seu processo histórico desde a Antiguidade até os dias atuais, a partir dos contextos sociais, culturais, políticos, econômicos e psicológicos. 7 NOSSO TEMA Neste capítulo, apresentaremos os conceitos presentes nos estudos da educação, para que você entre em contato com os principais aspectos que norteiam o conhecimento desta disciplina. Você já observou quantas atribuições são dadas à palavra “educação” em nossa vivência social? Este questionamento nos remete à importância da sólida formação do edu-cador, pois nela está inserida a grande responsabilidade da formação de cidadãos capazes de transformar a realidade. O conhecimento sobre a evolução da educação ao longo da história nos possibilita analisar os avanços obtidos para o alcance do desenvolvimento social e científi co da atualidade. Os estudos sobre a educação, a partir de sua perspectiva histórica, também nos permitem a compreensão de que novos rumos educacionais devem ser implementados para que a educa- ção acompanhe a revolução tecnológica e a sociedade do conhecimento advindo da globalização, sobre o qual a educação tem um papel histori- camente imprescindível na atualidade. Vamos, então, refl etir sobre a nossa disciplina, abrindo espaço para al- guns questionamentos: qual a defi nição de educação e como ela se de- senvolveu ao longo da história? Que paralelo podemos traçar entre as concepções educacionais e a prática educacional? Como a fi gura docente é construída a partir do ponto de vista da educação? Ao longo dos estudos deste capítulo, você terá a oportunidade de respon- der a essas questões. 8 1.1 Conceituando a educação Muitas são as compreensões do que de fato entendemos por educação. Destacamos aqui a etimologia desta palavra latina – educatio – diciona- rizada em latim-francês no século XVI. Ela aparece primeiramente com o sentido de criar animais e alimentos (plantas). Seu signifi cado de edu- cação como instrução; ensino é, portanto, o sentido fi gurado da palavra. Segundo Terra (2014, p. 35), “De qualquer maneira, fi xemos um ponto: o conceito de educação é historicamente produzido (construído), porque referi- do a um aspecto da prática social que é também historicamente produzida”. O conceito, portanto, perpassa pela capacidade do ser humano em apren- der algo, adquirindo conhecimentos e experiências. Assim, podemos pensar em uma educação enquanto ação entre os indivíduos, que se ca- racteriza pela intervenção de um sujeito sobre o outro. Trabalha-se, desse modo, em uma reciprocidade em que um educa o outro, e o outro se deixa educar. Nesse cenário, é possível ter um sujeito que ensina, e outro que deseja aprender. Nessa linha, à medida que ocorre o aprendizado, incide-se também o conhecimento. MATERIAL COMPLEMENTAR Para ampliar seus conhecimentos acerca dos fundamentos e da história da educação, sugerimos que você leia o Capítulo 4 do livro “História da Educação”, de Maria de Lima Elias Terra. É interessante ressaltar que as defi nições de educação são descritivas ou normativas: as primeiras se referem ao processo educacional, isto é, ensi- nar de que forma? Qual é o passo a passo? Já as segundas estão ancoradas aos fi ns a serem atingidos: ensinar para quê? 9 F igura 1: Educação como processo de aprendizagem escolar. Fonte: <www.123rf.com.br>. ID da imagem: 50042298. A fi gura ilustra a fi nalidade social da educação, ou seja, a formação do indivíduo para atuar na sociedade de forma crítica e responsável, e reto- ma nossos questionamentos. Ora, a educação está atrelada ao processo de ensino e aprendizagem que perpassa o indivíduo e a sociedade. Como processo individual, procura estimular o crescimento e o desenvolvimen- to do sujeito. Historicamente, tem sido essa a concepção educacional dos povos ocidentais. É importante destacar que esses processos – o individual e a sociedade – se completam. Não se compreende o desenvolvimento individual e não se admite a transmissão social sem transformações individuais. Assim, podemos pensar em uma educação como estímulo de transformação. 1.2 História da educação O estudo da história da educação é inerente aos fundamentos educa- cionais: para a compreensão do seu estado atual, com o objetivo da não relativização dos problemas educacionais, é necessário que se pense nas questõessociais da atualidade de maneira simplifi cada. Os estudos sobre 10 os aspectos históricos dizem respeito diretamente ao compromisso polí- tico que professores, de qualquer área do conhecimento, devem ter com relação ao processo educativo. É importante saber como, ao longo do tempo, foram gestadas essas con- cepções antropológicas para termos uma visão a respeito do ato de edu- car. Além disso, esse conhecimento propicia uma refl exão em torno da prática docente, considerando os pontos de vista educacionais. Vejamos a seguir uma breve apresentação dos primórdios educacionais. 1.2.1 Os primórdios educacionais Neste tópico, apresentamos uma breve abordagem sobre a história geral da educação. Destacamos, de início, que ela não existia no formato de escolas. Assim, a aquisição da experiência era uma ação-chave no âmbito educacional. O foco era ajustar o sujeito ao seu ambiente físico e social. Então, quem eram os docentes? Primeiramente, os chefes de família, pos- teriormente os sacerdotes. A educação nos tempos primitivos se dava sempre de forma espontânea: os jovens aprendiam por imitação ao observarem os mais velhos, sem ter um planejamento de horário e local, de acordo com as necessidades bási- cas dos afazeres familiares. Mais tarde, o ensino passou a ser realizado no interior de ofi cinas artesa- nais. Entretanto, isso não se dava por sistemas pedagógicos, mas sim pela observação da prática dos mais velhos. Queremos destacar também alguns aspectos específi cos da educação oriental, visto que ela é marcada pelo surgimento da escrita. Entretan- to, o conhecimento era privilégio dos governantes e da religião. Era por meio da religião que se difundiam os valores morais, de conduta social, trabalho e alimentação. 11 Figura 2: Hieróglifos egípcios fundo de pedra: surgimento da escrita. Fonte: <www.123rf.com.br>. ID da imagem: 32231103. Na China, a educação sistematizada só ocorreu a partir do Período Im- perial, para a formação do indivíduo por meio da autodisciplina e da prática da virtude, podendo assim agir com espontaneidade, sem a ne- cessidade de coagir com leis para fazer o bem. Chegando a esse ponto, ele seria um homem superior ou verdadeiro e teria o poder de infl uenciar positivamente os outros, transformando-os. 1.2.2 Educação clássica A educação clássica está relacionada à educação ocidental, compreenden- do Itália e Grécia. Vamos aqui nos ater à Grécia, já que foi o lugar em que ela atingiu seu apogeu cultural. Surgiram durante essa época vultos extraordinários nos mais diversos campos da arte e da ciência, que desenvolveram grandes atividades cria- doras. A cultura grega deixou uma herança de magnífi cos empreendi- mentos, como vemos na fi gura a seguir, o que foi capaz de empolgar os homens desde a Antiguidade até os dias atuais. 12 Figura 3: A educação clássica. Fonte: <www.123rf.com.br>. ID da imagem: 10220934. Embora a educação tenha ocupado um lugar essencial na formação cul- tural grega, a educação formal era privilégio das classes dominantes. Às demais famílias restavam-lhes dar educação integral aos seus fi lhos por meio de orientações de condutas, tanto no âmbito dos costumes familia- res quanto na sociedade. 1.2.3 Educação medieval No período medieval, a esfera educacional estava atrelada à igreja. Com isso, a fé cristã e as igrejas orientavam as pessoas a uma determinada edu- cação e formação em que se negavam os valores culturais greco-romanos. Dessa igreja, emergiram modelos educativos e práticas, que remontam às tradições da Antiguidade Clássica, como a transmissão do ensino em latim e a ordenação da sociedade cristã. 13 Segundo Veiga (2007, p. 19): A seleção e censura dos textos aconteciam porque não era intenção dos membros da Igreja transmitir e divulgar a literatura greco-romana como um sistema fi losófi co, já que ela não se conciliava com as ideias de revelação cris- tã e da felicidade em outro plano que não o terreno. A seleção dos textos, conforme a autora explicita na citação anterior, era importante – uma vez que o ensino ministrado pelos escolásticos, basea- do na língua latina, tinha como fundamento o aspecto formal da língua para a estruturação do discurso com vistas à refl exão e aos conteúdos. Os espaços de ensino conhecidos como escolas eram os locais onde os mestres ministravam suas aulas, como salas alugadas, na própria residên- cia ou mesmo no interior das igrejas. Os prédios escolares passaram a existir somente a partir do século XV. Existiam poucas destas escolas na Idade Média e estas eram frequentadas pelos jovens (homens) oriundos de diversas classes sociais, sendo que a maioria dos nobres educava seus fi lhos no seio familiar por pessoas notáveis da sociedade. MATERIAL COMPLEMENTAR Recomendamos a leitura completa do Capítulo 1, intitulado “Uni- versidades, Colégios e Saberes (Séculos XII a XVIII)”, do livro “Histó- ria da Educação”, de Cyntia Greive Veiga. Esse capítulo oferece um vasto panorama da educação na Idade Média. Importante destacar que na Idade Média a educação era gratuita e os mestres não recebiam em dinheiro, pois educar era considerado um ato divino: eles recebiam apenas recompensas de seus pupilos. Os séculos XVI, XVII e XVIII compreenderam um forte desenvolvi- mento científi co e cultural, o que nos leva inferir a respeito da evolução educacional, sobretudo no âmbito das universidades localizadas em pré- dios específi cos para a educação universitária. Esses prédios eram fre- quentados por pessoas ligadas ao clero, membros de famílias nobres e burgueses. Isso pressupõe uma heterogeneidade social no âmbito escolar. ESCOLÁSTICOS Denominação dada aos clérigos vinculados ao ensino. Eles dirigiam as escolas que eram ligadas a um estabelecimento religioso e submetidas a um bispo ou abade (VEIGA, 2007). 14 Sendo assim, o progresso científi co fez culminar o período conhecido como Renascimento ou Humanismo, sobre o qual estudaremos a seguir com a abordagem educacional. 1.2.4 A educação humanista no Renascimento As pluralidades social e cultural decorrentes do avanço educacional e científi co na Idade Média, segundo Veiga (2007, p. 37), “se desenvolve- ram no contexto das sociedades europeias” e tiveram como protagonistas a classe trabalhadora, bem como a burguesia crescente, além de pessoas ligadas à igreja. Nes se contexto, a educação escolástica fi cou defasada. Diante das mu- danças políticas do Renascimento, ocorreu o advento da educação huma- nista. Segundo Veiga (2007, p. 39), Importa enfatizar, por ora, algumas críticas: o desinteresse pela alfabetização da população pobre, a restrição ao ensino do latim e a não valorização do vernáculo, a negligência quanto aos saberes do quadrivium, um ensino fun- dado em práticas formais dedutivas, o emprego de castigos físicos muitas ve- zes extremos e a falta de uma didática adequada às gerações. Os humanistas proporão um modelo educacional mais adequado às necessidades da época. O estudo de Letras era fundamental para o êxito do ensino como um todo. No Humanismo, o currículo passou a oferecer, além do latim, a língua materna. A proposta era trabalhar a diversidade de estilos grama- ticais com base na literatura dos clássicos gregos e latinos. Atualmente, a diversidade linguística signifi ca observar os diversos falares presentes na sociedade. De qualquer forma, a educação era voltada para a formação de mão de obra. No fi m do século XVIII, os jesuítas foram expulsos de Portugal, do Bra- sil, da França e da Espanha. Segundo Veiga (2007, p. 43), o novo poder político defendia a ideia de que a educação “moral e científi ca deveria ser prerrogativa do Estado, sobretudo pela necessidade, de formar quadros administrativos de governo”. Nes se contexto de debates sobre os objetivos da educação e de efervescen- tes mudanças socioeconômicas, surge a fi gura de Jean-Jacques Rousseau, 15 fi lósofo suíço, contemporâneo dos iluministas, para infl uenciar defi niti- vamente as ideias pedagógicas.Conforme Pissurno (2016, s.p.), o [...] movimento conhecido como Iluminismo (ou Ilustração) foi um infl uen- te processo cultural, social, fi losófi co e político que tem suas origens ainda no século XVII, com a Revolução Científi ca, possibilitada pela pesquisa efetuada por nomes como René Descartes (1596-1650) e Isaac Newton (1643-1727), mas se desenvolveu plenamente apenas durante o século seguinte. As obras de Rousseau, intituladas “O Contrato Social” e “Emílio”, pre- conizavam a organização da sociedade por meio da educação. Esse seria um caminho para o entendimento e a prática da ética social. Figura 4: Rousseau. Fonte: <www.123rf.com.br>. ID da imagem: 13991052. O pensador difunde a ideia de que, diante das inovações sociais, é ne- cessário que se estabeleça um contrato de organização em que todos os setores sociais sejam contemplados. Isso se daria de maneira que as pes- 16 soas abririam mão de determinadas prerrogativas para que todos fossem contemplados com o pleno desenvolvimento social. No campo da educação, isso aconteceria a partir das fases iniciais, e as noções de convivência e responsabilidade social se constituiriam confor- me o desenvolvimento do educando. O legado de sua obra infl uenciou fortemente a educação a partir do fi m do século XIX, quando os educa- dores passaram a reconhecer as fases da educação infantil. REFLETINDO... As ideias de Rousseau quanto à educação infantil preconizavam que na infância a educação deve priorizar a descoberta natural dos próprios sentidos, dos objetos e da natureza. Mas atualmente po- demos observar que até mesmo crianças em tenra idade manipu- lam aparelhos tecnológicos, assim a educação se afasta dos ideais rousseaunianos. Dessa forma, indagamos: em que medida a crian- ça, na atualidade, é respeitada como tal, e não como futuro adulto? Os estudos sobre a história geral da educação, como apresentados, nos dão a dimensão da evolução educacional pelo mundo e sua infl uência na educação brasileira – como vimos no caso dos jesuítas. Seguimos nossos estudos com um breve histórico da educação brasileira. 1.2.5 Breve história da educação brasileira Neste tópico, vamos estudar sobre o desenvolvimento histórico da educa- ção, priorizando a educação básica face ao contexto histórico brasileiro, com vistas a uma compreensão geral das mudanças ocorridas. Iniciamos com o século XVI e a chegada da ordem religiosa educacio- nal Companhia de Jesus composta pelos professores jesuítas. O projeto inicial era o de catequizar, instruir o índio e formar sacerdotes. Após a expulsão dos jesuítas, em 1759, o Estado assumiu a educação no Brasil Colonial. Nessa nova gestão, a preocupação era de educar os jovens das nobres famílias portuguesas residentes na nova terra, sendo a igreja o principal expoente educacional. Naquele período, os professores tinham uma distinção social e privilégios próprios da nobreza. 17 No p eríodo colonial, o Estado procurava englobar os conceitos iluminis- tas advindos da cultura europeia. Segundo Veiga (2007, p. 43), “combi- nando os pressupostos iluministas com o ideário liberal”, a educação era de responsabilidade do Estado que a controlava, mantendo a escr avidão – situação contraditória em um país que pretendia construir uma nação pela educação de seu povo. A ed ucação pública estatal foi institucionalizada somente entr e o fi m do século XIX e início do século XX, com a Proclamação da República, quando o governo percebeu a necessidade do controle educacional. Aque- le foi um período de crescimento industrial, desta forma, era necessário formar mão de obra com aptidões na escrita, na leitura e em cálculos. Diante desse contexto, houve uma ampliação do número de escolas, pois a maioria da população não tinha formação para o trabalho no meio urbano – já que a economia brasileira anterior à revolução industrial (no período imperial entre os anos de 1822 e 1889) era essencialmente agrá- ria. A organização da educação pass ou a ser fundamentada no princípio do direito de todos e dever do Estado. PESQUISE! Considerado o contexto histórico dos diferentes movimentos edu- cacionais, pesquise sobre as principais tendências de concepções teórico-pedagógicas e faça uma relação com o momento histórico em que foram usadas nos processos educacionais. Verifi que tam- bém as teorias aplicadas na atualidade. O quadro a seguir apresenta, de forma sintética, as principais reformas e os movimentos da história da educação no Brasil: 18 Ano Evento Objetivo Principais expoentes Fim 1549 Chegada dos Jesuítas a Salvador. Catequizar os índios e formar sacerdotes entre os jovens colonos portugueses. Manuel da Nóbrega, José de Anchieta, Antônio Vieira. 1759 Expulsos por Marquês de Pombal. 1759 Reforma Pombalina. Modernizar a administração da colônia e a educação com os ideários iluministas. Marquês de Pombal. 1789 Intervenção de Dona Maria I. 1789 Instituição dos educandários. Reformulação da educação e instituição de planos de ensino. Dona Maria I, Rainha de Portugal. 1792 Chegada da Corte portuguesa. 1808 Corte portuguesa no Brasil. Estudos superiores, nomeação de professores para diversas cadeiras, colégios particulares leigos e religiosos para meninos e meninas. D. João VI, Bispo José Joaquim Azeredo Coutinho. 1822 Independência do Brasil. 1824 Constituição brasileira. Método educacional mútuo e funcionamento uniforme das escolas, responsabilização das províncias pela educação. Martim Francisco Ribeiro de Andrada. 1889 Proclamação da República. 1889 Primeira República. Expansão da rede escolar, alfabetização de trabalhadores para formar mão de obra para o trabalho urbano, criação dos Grupos Escolares. Benjamin Constant e os pioneiros da educação ou escolanovistas (abrangendo a Era Vargas). Revolução de 1930. 1930 Início da Era Getúlio Vargas. Criação do Ministério da Educação e Saúde, reordenar a população, medidas higienistas, ensino laico, ensino técnico-profi ssional, descentralização do ensino. Francisco Campos, Anísio Teixeira. 1937 Estado Novo. 1937 Estado Novo. Ditadura de Getúlio Vargas. Controle da educação pelo Estado, desenvolvimento do ensino secundário frequentado pelas elites urbanas e ensino profi ssionalizante para as classes populares. Gustavo Capanema, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo. 1945 Queda do Estado Novo. 19 Ano Evento Objetivo Principais expoentes Fim 1945 Redemocratização do país. Normatização do ensino normal e do primário para crianças e do supletivo para jovens e adultos, 1ª LDB, criação do MEC. Anísio Teixeira, Clemente Mariani. 1964 Golpe Militar. 1964 Regime de ditadura militar. Controle dos recursos destinados à educação pelo Estado, responsabilização do ensino de 1º grau aos municípios, implantação do MEC/USAID, com ensino de 2º grau profi ssionalizante, Plano Nacional de Alfabetização, perseguição dos professores universitários. Vários ministros da educação, não houve um destaque. 1985 Esgotamento da ditadura militar. 1985 Redemocratização do país. Elaboração da LDB nº 9.394/96 com a participação de diversos setores da sociedade, implantação de diversas políticas públicas educacionais para a melhoria da qualidade de ensino, universalização da educação básica, expansão do ensino universitário, inovações tecnológicas, avaliações externas e internas, expansão da rede privada de ensino. Paulo Freire, Gilberto Freire, Sérgio Buarque de Holanda, dentre outros pedagogos e sociólogos. Atualidade. Quadro 1: Resumo da evolução da história da educação brasileira. Fonte: Elaborado pela autora (2017). Enfatizamos que os estudos sobre a história da educação devem estar associa- dos à compreensão do funcionamento da sociedade em seu contexto político e socioeconômico. Isso se justifi ca pelo fato de ela estar atrelada aos interesses sociais, que são regulamentados pelas políticas públicas governamentais.20 Também destacamos que as políticas educacionais não determinam de imediato a anulação das práticas anteriores. Em suma, a educação brasi- leira tem sido historicamente pautada em valores materiais para o mundo do trabalho e desenvolvimento do capitalismo. Lei de Diretrizes e Bases da Educação: 1ª LDB nº 4.024/61: prevista na Constituição Federal, essa lei norteia a educação brasileira e recebe novas promulgações de acordo com as orientações da Carta Magna nos regimes governamentais. 2ª LDB nº 5.692/71. Atualmente, está em vigor a 3ª LDB, nº 9.394/96, que vem sendo atualizada desde a sua promulgação. Queremos também dizer que somente em meados da primeira metade do século XX a educação brasileira passou a se basear em concepções teóri- cas fundamentadas em estudos comportamentais e cognitivos elaborados por pensadores como John Dewey, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Maria Montessori e Paulo Freire. Concepções teóricas educacionais dizem respeito às diversas com- preensões dos modos de ensinar, das perspectivas sociais, dos ob- jetivos de aprendizagem, da elaboração curricular, dos conteúdos, das metodologias de ensino e das formas de gestão (LIBÂNEO; TOS- CHI; OLIVEIRA, 2012). Na atualidade, os rumos da educação estão a serviço da sociedade do co- nhecimento e da revolução tecnológica. Paralelamente, a história da educa- ção vem sendo descrita por renomados autores, com destaque para análises e críticas das políticas públicas educacionais, face aos eventos de ordem socioeconômica que geram mudanças em todos os setores da sociedade. Além da política educacional, fazem parte do momento histórico atual as diversas concepções pedagógicas, usadas nas diferentes instituições de ensino, para atender aos interesses dos grupos sociais, de acordo com suas concepções de vida. 21 Importante ter em mente que a história da educação é escrita perma- nentemente e sua revisão permite aos educadores atuar rumo aos novos desafi os educacionais. 22 APLICANDO A TEORIA NA PRÁTICA As instituições escolares, sejam elas públicas ou particulares, são carre- gadas de fatos históricos que demandaram sua criação. Tais fatos podem ter acontecido em diferentes momentos, tais como: história da expansão educacional, demandas de infraestrutura regionais etc. Para compreender como se processam esses contextos sociais, pesquise a história de uma escola em que você tenha estudado e anote os fatos relevantes, os nomes de pessoas da sociedade e as autoridades envolvidas. RESPOSTA ESPERADA As escolas públicas são construídas em determinados espaços rurais e ur- banos de acordo com estudos de demanda educacional, conforme previs- to em lei. Na ocasião da inauguração das instituições escolares, a comu- nidade é convidada a escolher o nome que a instituição receberá. Dessa forma, educadores e comunidade passam a elencar pessoas do meio edu- cacional ou da sociedade local que tiveram importância para a educação local. Assim, passa a haver uma movimentação de líderes comunitários, autoridades políticas e educadores em torno dos temas educacionais im- portantes para a comunidade em que a escola está inserida. As discussões sobre o assunto fi cam registradas em atas dos livros escolares e passam a compor seu patrimônio histórico, que pode ser consultado por qualquer pessoa interessada. 23 SÍNTESE Chegamos ao fim deste capítulo em que apresentamos a evolução da his- tória geral da educação com ênfase para a história da educação brasileira, bem como discutimos os contextos históricos em que se processaram os fatos. Durante essa discussão, abordamos algumas concepções teóricas que nortearam a educação. Sintetizando, neste capítulo você aprendeu: • O conhecimento sobre a evolução da educação ao longo da his- tória nos possibilita analisar os avanços obtidos para o alcance desenvolvimento social e científi co da atualidade. • O signifi cado de educação como instrução, ensino é, portanto, o sentido fi gurado da palavra educativo, do latim. • O conceito de educação perpassa um processo de reciprocidade em que um educa o outro, e o outro se deixa educar. • Um dos destaques da educação na Antiguidade era o aprendiza- do de forma espontânea, por meio da imitação e observação do fazer dos mais velhos. • Na Idade Média, a igreja controlava a educação e houve grande avanço técnico e científi co. • No Renascimento ou Humanismo, a educação se voltou para a formação do indivíduo, considerando as diversidades sociais sem, no entanto, deixar de estar ligada às orientações religiosas. • O iluminista Rousseau infl uenciou fortemente a educação com teorias voltadas para a ética e fases de aprendizado das crianças. • A história da educação brasileira passou por diversas fases desde o Brasil Colônia, mudando com a Independência, com a Procla- mação da República, e vem sendo atualizada de acordo com os rumos determinados pelos contextos socioeconômico e cultural do país. 24 REFERÊNCIAS LIBÂNEO, J. C.; TOSCHI, J. F.; OLIVEIRA, M. S. Educação Es- colar: Políticas, Estrutura e Organização. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2012. 544p. PISSURNO, F. P. Iluminismo. Infoescola: navegando e aprendendo. 2016. Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/iluminis- mo/>. Acesso em: 22 ago. 2017. TERRA, M. de L. E. História da Educação. São Paulo: Pearson Edu- cation do Brasil, 2014. VEIGA, C. G. História da Educação. São Paulo: Ática, 2007. CAPÍTULO 2 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL Objetivos Neste capítulo, vamos conhecer a legislação da educação básica no Brasil, compreendendo sua evolução, sua prática e o papel do educador. 26 NOSSO TEMA Olá! Você, estudante, percebe a importância do conhecimento da legislação da educação básica para sua formação profissional? Ao longo deste capítulo, apresentaremos a legislação da educação básica brasileira, discutiremos sobre as políticas educacionais governamentais, bem como refletiremos a respeito dos conceitos que envolvem a elaboração da legislação. Você já deve ter estudado sobre a história da educação brasileira e a evolu- ção educacional de acordo com os contextos socioeconômicos e culturais. De posse desse conhecimento, você poderá verifi car que esse movimento social impulsiona a elaboração e a implementação da legislação. Sendo assim, você está convidado a analisar e lançar seu olhar crítico sobre os aspectos legais envolvidos nos fundamentos da educação. 27 2.1 O que é uma legislação educacional? Quando você ingressou no curso de Letras, provavelmente se motivou a conhecer o mundo da literatura, da linguística, da produção textual, das teorias da literatura, dentre outros aspectos próprios da sua graduação. Você já refl etiu sobre como poderá exercer sua profi ssão enquanto profes- sor? Saiba que, para além do conhecimento específi co necessário para sua área de atuação, é de enorme importância o conhecimento da legislação. Figura 5: Professor em formação e a legislação educacional. Fonte: <www.123rf.com.br>. ID da imagem: 40365338. De posse desse conhecimento, você estará habilitado para desenvolver com maior potencial sua atuação em sala de aula, assim como em relação às questões de gestão da educação que envolvem o fazer pedagógico. REFLETINDO... Quanto é necessário saber para ser um bom professor, para ser ca- paz de atuar em um processo de ensino-aprendizagem de quali- dade, para estar preparado para enfrentar os inúmeros desafi os da profi ssão? Refl ita sobre o quanto você deve aproveitar sua gradua- ção para se preparar para a atuação em sala de aula. 28 A palavra legislação envolve o mundo do Poder Legislativo, o qual elabo- ra as leis a serem sancionadas pelo chefe do Poder Executivo, que pode ser o presidente da República, o governador do estado ou o prefeito munici- pal. Para que uma lei seja elaborada, um grupo de cidadãos, categoria de trabalhadores ou comunidade de instituições públicas ou privadas deve reivindicar a instituição de leis que regulem com assertividade os diversos setoressociais. No caso da educação, especifi camente, nos referimos às leis advindas das políticas públicas educacionais. Essas estão compreendidas nas políticas sociais do Estado, isto é, a educação é responsabilidade do governo, que deve garantir a aplicação das políticas conforme o que preconiza a legis- lação vigente. Na educação brasileira, as primeiras legislações surgiram na tentativa de sistematizar o ensino com a chegada da Família Real. A organização dos estudos foi realizada por meio de alvará expedido pelo Marquês de Pom- bal, em 1759, no Brasil Colônia. Para se ter uma ideia do que se legislava naquela época, vejamos o seguinte trecho sobre o referido alvará, segun- do Veiga (2007, p. 134): O alvará régio de 1759, além de diretrizes administrativas gerais, estabelecia a nova organização dos estudos, o ‘novo método’, o ensino público e gratuito de gramática latina, grego e retórica, a indicação e a proibição de vários com- pêndios e o impedimento para ensinar sem licença do diretor de Estudos. Determinava ainda que os professores passariam a gozar dos privilégios da ‘nobreza ordinária’ - o que signifi cava distinção social. Você observou como a elaboração da lei tinha um caráter de regulação da vida profi ssional dos educadores? Esses fatos históricos dão a dimensão da educação no contexto social da época em que a educação era bastante incipiente e precária no nosso país. Na época do Império, a legislação continuou incipiente frente aos projetos de formação de uma nação bra- sileira. As decisões eram tomadas sem a preocupação real do desenvolvi- mento do povo brasileiro, mas mantendo a escravidão. Com a Proclamação da República, não houve avanços signifi cativos no campo da organização por meio de medidas governamentais. Podemos observar, em realidade, que a educação foi bastante negligenciada até o 29 advento da industrialização do país, iniciada em meados do século XIX. As consequências do descaso com a educação resultaram, até o fi m das duas primeiras décadas do século XX, na Primeira República com 65% dos habitantes analfabetos. Passemos, então, a analisar e refl etir sobre a legislação a partir da Pro- clamação da República, uma vez que as condições e reivindicações dos educadores sobre as leis educacionais são importantes elementos para a compreensão da evolução educacional até chegar à atualidade. 2.2 A legislação educacional na história da educação básica brasileira Vimos anteriormente que no Brasil não havia uma legislação específi ca para a educação, mas sim medidas ou decretos governamentais que não contemplavam uma organização de desenvolvimento educacional sufi - ciente para levar a educação para a maioria dos brasileiros. Mesmo assim, no século passado, os métodos de ensino (ou a falta deles) não se alinhavam às importantes mudanças que marcaram as últimas dé- cadas do século XIX, ocasião em que ocorreram os avanços da indústria, da comunicação, da organização dos espaços urbanos e da organização familiar. Porém, havia uma discussão sobre as c oncepções de educação escolar, que, conforme Libâneo, Toschi e Oliveira (2012, p. 239), [...] referem-se a determinados modos de compreender as modalidades de educação, as funções sociais e pedagógicas da escola, os objetivos educati- vos, as dimensões da educação, os objetivos de aprendizagem, o currículo, os conteúdos, e a metodologia de ensino, as formas de organização e gestão. Essas concepções procuravam alinhamento com o desenvolvimento so- cial; entretanto, os estudos dos intelectuais da educação não eram con- templados na organização da educação. 30 Figura 6: Educação para qualifi car o trabalhador urbano. Fonte: <www.123rf.com.br>. ID da imagem: 54316987. Na Era Vargas, as mudanças socioeconômicas mais importantes foram verifi cadas com a paulatina inserção da indústria nos meios urbanos em detrimento dos negócios agrários, que até então dominavam a economia nacional. Esta mudança exigiu pessoas mais preparadas para o trabalho no meio urbano, o que forçou a modernização e a adaptação da legislação educacional às novas exigências do mercado. Mesmo assim, a legislação educacional patinava ao tentar solucionar pro- blemas pontuais, sem atentar para as concepções de educação escolar e contextuais que a época exigia e que já eram postas em prática nos Esta- dos Unidos e na Europa, como as concepções da Escola Nova. A Primeira República foi marcada por medidas dispersas e pontuais, im- plementadas por Benjamin Constant em 1891 e dirigidas ao ensino do Distrito Federal, localizado então na cidade do Rio de Janeiro (GHI- RALDELLI JUNIOR, 2006). Na verdade, Benjamin Constant promoveu uma reforma da legislação existente para atender de imediato à necessidade de melhorar o ensino, reorganizando os ensinos primário e secundário e a Es cola Normal, pois havia a necessidade urgente da formação de professores. A exigência do diploma da Escola Normal para ministrar aulas nas escolas públicas e ESCOLA NORMAL Curso de ensino médio (antigo segundo grau), destinado à formação de professores para atuar na educação dos anos iniciais do ensino fundamental. 31 particulares havia apenas na necessidade da idoneidade moral das pes- soas (GHIRALDELLI JUNIOR, 2006). MATERIAL COMPLEMENTAR Para conhecer os detalhes da organização do ensino a partir da Re- forma Benjamin Constant, que é embrionária do ensino em ciclos que temos hoje, leia o Capítulo 2, intitulado “A Primeira República (1889- 1930)”, do livro “Filosofi a da Educação”, de Paulo Ghiradelli Junior. No Brasil, durante a Primeira República, os intelectuais da educação se inteiravam das concepções pedagógicas da Escola Nova, idealizada por John Dewey, e se organizavam para levar suas reivindicações ao sistema governamental. Co m a Revolução de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas ao poder, a produção da indústria já superava a produção agrícola. Isso fez com que o novo governante incluísse mudanças na legislação do país abrangendo a educação, inclusive com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública. Entretanto, tais medidas contemplavam apenas em parte as rei- vindicações dos escolanovistas, visto que os ideais da classe dominante infl uenciaram a elaboração da legislação. John Dewey defendia a ideia de que as práticas escolares rígidas, que obrigavam a criança a aprender forçosamente e até com re- preensões físicas, deveriam ser abandonadas para que ela pudesse exercer sua autonomia para aprender. Conforme Ghiraldelli Junior (2006, p. 13), “a criança é uma criatura ativa, exploradora e inqui- sitiva, e por isso, a tarefa da educação consistiria em alimentar a experiência introduzida pelas aptidões naturais”. A partir da Revolução de 1930, com a Segunda República, e com a ex- pansão do meio urbano brasileiro, a legislação educacional passou por inúmeras reformas e mudanças. No entanto, a promulgação da 1ª LDB da educação brasileira só foi realizada na segunda metade do século XX, como veremos adiante. 32 Durante o governo de Getúlio Vargas, a reforma educacional disseminou a ideia de que a solução dos problemas educacionais era essencial para o desenvolvimento do país, como vemos no texto do documento da “Re- construção do País: a Reconstrução Educacional do Brasil”, citado por Ghiraldelli Junior (2006, p. 23): Se a evolução do sistema cultural de um país depende de suas condições econômicas, é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais e o desenvolvimento das apti- dões à invenção e à iniciativa que são fatores fundamentais do acréscimo de riqueza de uma sociedade. O quadro a seguir apresenta as principais reformas legislativas educacio- nais ocorridas no Brasil: Ano Reforma Ações Críticas 1930 1931 Plano de reconstrução nacional. Decretos de reforma e regulamentação da educação. Regulamentação e organização do ensino superior, organização do ensino secundário e do ensino profi ssionalizante.Pioneiros da educação: o aspecto econômico como objetivo da educação prejudica a fi losofi a, que deve estar presente no processo educacional. 1934 1945 Estado Novo - Constituição Federal. Reforma Capanema: lei orgânica dos ensinos primário e secundário, criação do SENAI e do SENAC, fi xação de currículos, programas e metodologias de ensino. Ensino elitista e conservador sob controle das elites que faziam parte do poder. Quadro 2: Principais reformas educativas brasileiras. Fonte: Ghiraldelli Junior (2006). Na Era Vargas, o número de escolas aumentou signifi cativamente em relação ao período da Primeira República (1889-1930), mas embora a lei preconizasse a importância da educação para a construção de um país desenvolvido, sua concepção elitista fazia com que grande parte da popu- lação brasileira fosse mantida excluída dos bancos escolares, mesmo com a duplicação do número de escolas nesse período. A legislação presente na Constituição Federal que compreende o período o governo de Getúlio Vargas, de 1930 a 1945, foi marcada por grandes mudanças e avanços educacionais, porém não livre de críticas. Entretanto, 33 como o sistema de ensino não era capaz de dar conta da formação de mão de obra necessária, foram criados o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em 1942, e, em 1946, o Serviço Nacional de Aprendi- zagem Comercial (SENAC) (LIBÂNEO; TOSCHI; OLIVEIRA, 2012). MATERIAL COMPLEMENTAR Para você conhecer e ainda fi car por dentro das reivindicações dos educadores da Escola Nova nos anos de 1930, leia “O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932)”, disponível em: <http://www. histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_22e.pdf>. Com o fi m da ditadura Vargas, em 1945, os debates em torno da educação ganharam impulso entre os intelectuais, e a Constituição Federal de 1946 exigiu a elaboração da 1ª LDB, conforme apresentamos no tópico a seguir. 2.3 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) Apesar da exigência na Carta Magna de 1946, a 1ª LDB, nº 9.394, só foi promulgada em de 20 de dezembro de 1961. Durante esse intervalo tem- poral, houve muita discussão para sua elaboração, envolvendo diversos setores da sociedade. Com a promulgação da LDB, houve a regulamentação do ensino por meio de medidas de descentralização, com a determinação de responsa- bilidade do estado pela organização de seus sistemas de ensino. A descen- tralização do ensino se trata da responsabilização de cada estado da Fe- deração em organizar seus sistemas de ensino. Você percebeu como os debates entre educadores e intelectuais de várias áreas do saber científi co e social foram (e ainda são) necessários para de- fi nir os rumos da educação brasileira? São essas discussões que dão início ao princípio da elaboração das políticas públicas educacionais. Esses es- forços têm origem nas discussões pedagógicas sistematizadas no interior das escolas, disto se corrobora a importância da compreensão dos aspec- tos legislativos educacionais para a formação do professor. SISTEMA DE ENSINO Conforme Saviani (2008, p. 120), “[...] constitui-se em uma ordenação articulada dos vários elementos necessários à consecução dos objetivos educacionais preconizados para a população à qual se destina”. 34 Em 1964, com o golpe militar, a LDB nº 9.394/61 foi substituída pela LDB nº 5.692/71, cuja elaboração traduzia o fortalecimento do Poder Executivo e o controle das decisões sobre a organização da educação. A descentralização aqui está ligada à transferência do ensino primário para os munícipios, porém dependente das decisões federais. O mesmo ocorre com o ensino de segundo grau. Figura 7: Descentralização da educação. Fonte: <www.123rf.com.br>. ID da imagem: 43580041. A legislação também modifi cou o ensino profi ssional técnico, preconi- zando sua obrigatoriedade no segundo grau, ou seja, todo estudante era obrigado a optar por uma modalidade de ensino profi ssional. Entretanto, essa medida foi naturalmente enfraquecida, até sua total falência. Veremos no próximo tópico o processo de elaboração da LDB no Brasil democrático. 2.3.1 A LDBEN nº 6.934/96 Com o fi m do período da ditadura militar, a redemocratização do país encontrou uma legislação educacional totalmente defasada. Entretanto, mesmo antes do fi m da ditadura, os debates entre educadores, intelec- tuais e setores da sociedade civil já demandavam uma nova legislação para a educação – o que de fato aconteceu anos mais tarde, com a parti- cipação de diversos setores da sociedade civil. 35 Com a promulgação da Constituição Federal de 1986, houve a exigência de leis que pudessem implementar melhorias na qualidade do ensino e, ao mesmo tempo, acompanhar a nova ordem socioeconômica mundial com o advento da globalização. Nesse contexto, a Nova Constituição preconizou a implantação de uma nova LDB, que está em vigência na atualidade, bem como a elaboração do P lano Nacional de Educação (PNE) e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Bási- ca (Fundeb). Você observou o intervalo de tempo existente entre a promulgação da Constituição de 1988 e da LDB nº 9.634/96? Vejamos a explicitação da demora da atual LDB, segundo Terra (2014, p. 146): O projeto da LDB foi apresentado em novembro de 1988 e teve uma contur- bada tramitação que durou 8 anos no Congresso Nacional. Aprovado com muitas emendas na Câmara de Deputados, em maio de 1993 foi enviado ao Senado. Substituído por um novo projeto de autoria do senador Darcy ribei- ro, voltou à Câmara, onde foi aprovado. Finalmente, foi sancionado pelo pre- sidente da República no dia 20 de dezembro de 1996, exatamente 35 anos depois da primeira LDB. A atual LDB foi promulgada em um período de mudanças indeléveis na sociedade, a saber: a globalização, a implantação mundial da sociedade do conhecimento ou revolução tecnológica. Soma-se aos eventos mencio- nados a Conferência Mundial de Educação para Todos e das Metas para a Educação da U nesco. Sendo assim, a lei priorizou as novas demandas socioculturais e buscou acompanhar as questões econômicas do país. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE) Trata-se de um plano de ação do governo, cuja implantação em forma de lei está prevista na nossa Constituição, no artigo 214, como o PNE de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do poder público que conduzam. Com o desenvolvimento socioeconômico e cultural brasileiro, o PNE passou por diversas mudanças, e o atual 2º PNE (2014-2024) entrou em vigor com a Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, sancionada pela então presidente da República Dilma Rousseff (BRASIL, 2017b). FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (FUNDEB) Foi criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007. Trata-se de um fundo de distribuição dos recursos para a melhoria da educação, os quais são oriundos dos impostos arrecadados pelos próprios estados e municípios e a eles repassados. Ele também conta com recursos federais para complementar os valores de despesas por alunos (BRASIL, 2017a). UNESCO Sigla para Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Sua relação com a educação se refere, atualmente, à realização da Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, com o objetivo de traçar metas para a educação mundial (UNESCO, 2016). 36 Figura 8: Globalização e a revolução tecnológica. Fonte: <https://br.123rf.com>. ID da imagem: 21247187. Desta forma, a LDBEN nº 9.396, de 20 de dezembro de 1996, contem- plou a questão da formação para a cidadania e o mundo do trabalho, conforme Brasil (1996, s.p.): TÍTULO I Da Educação Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensinoe pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominante- mente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. Além de normatizar e organizar a educação básica, a LDB preconiza conceitos sobre a fundamentação do magistério, como a liberdade para 37 ensinar e o pluralismo de ideias. Tratam-se de princípios básicos nortea- dores da prática docente com vistas à qualidade do ensino, à valorização do magistério, à formação de cidadãos éticos que saibam buscar a justiça e igualdade social e assim a transformação da realidade em que vivem, conforme Brasil (1996, s.p.): TÍTULO II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional Ar t. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fi nalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa- mento, a arte e o saber; II I - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos ofi ciais; VI I - valorização do profi ssional da educação escolar; VI II - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legisla- ção dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XI I - consideração com a diversidade étnico-racial. 38 Como podemos perceber, a prerrogativa democrática é garantida pela lei educacional, assim como a defesa de uma educação emancipadora e di- versifi cada. Observamos no item XI as indicações de preparação do alu- no para o trabalho e para as práticas sociais, o que nos remete à formação da cidadania e ao mundo do trabalho. MATERIAL COMPLEMENTAR Para conhecer a LDB nº 9.634/96 na íntegra e atualizada, acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Talvez você questione a vigência da atual LDB com tantas mudanças ocorrendo no país e este é um ótimo questionamento. Ocorre que a lei máxima brasileira ainda é a Constituição Federal de 1988, entretanto, assim como ela vem passando por recorrentes modifi cações, o mesmo se dá com a legislação educacional. MATERIAL COMPLEMENTAR Para conhecer mais sobre a atualização da lei e da oferta da EaD, você pode consultar o site do MEC em: <http://portal.mec.gov. br/busca-geral/212-noticias/educacao-superior-1690610854/ 50451-mec-atualiza-regulamentacao-de-ead-e-amplia-a-oferta- -de-cursos>. Embora venha passando por mudanças, a LDB implementou as modifi - cações na educação, as quais estão listadas no quadro seguinte: Reformulação dos conteúdos curriculares (2017). Duração da educação básica gratuita dos 4 aos 17 anos (2013). Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com defi ciência (2013 e 2015). Educação de jovens e adultos - EJA (2013). Material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. A criação do ENEM com constantes aprimoramentos (1988). Carga horária mínima para os ensinos fundamental e médio de 800 horas, devendo a do ensino médio ser aumentada para até 1.200 horas no prazo de cinco anos (2017). Regulamentação e ampliação da Educação a Distância - EaD (2017). Quadro 3: Principais alterações da LDB nº 9.634/96. Fonte: Adaptado de Brasil (1996). 39 As mudanças têm como foco os ajustes necessários para atender às exi- gências do atual momento socioeconômico do país, tais como a defasa- gem quanto ao atendimento das diversidades culturais, da inclusão e da atualização do currículo, enfi m, da modernização dos parâmetros educa- cionais – incluindo a expansão da oferta de ensino na EaD. As atuais discussões sobre a educação básica brasileira têm repercutido em todos os setores da sociedade civil pela enorme importância que ela tem para a construção de uma nação desenvolvida e mais igualitária. No bojo dessas discussões, está a implementação da proposta da Base Nacio- nal Comum Curricular (BNCC) a ser avaliada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), elaborada com base na Constituição Federal de 1988, na LDB, no PNE 2014-2024 e nas Diretrizes Curriculares Nacio- nais (DCNs) da educação básica de 2013, conforme Brasil (2017, s.p.): A BNCC e os currículos se identifi cam na comunhão de princípios e valores que, como já mencionado, orientam a LDB e as DCN. Dessa maneira, reco- nhecem que a educação tem um compromisso com a formação e o desenvol- vimento humano global, em suas dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. Além disso, BNCC e currículos têm papéis comple- mentares para assegurar as aprendizagens essenciais defi nidas para cada etapa da educação básica, uma vez que tais aprendizagens só se materiali- zam mediante o conjunto de decisões que caracterizam o currículo em ação. São essas decisões que vão adequar as proposições da BNCC à realidade dos sistemas ou das redes de ensino e das instituições escolares, considerando o contexto e as características dos alunos. A BNCC propõe a efetivação de práticas educacionais de acordo com o currículo ofi cial, preconizado na LDB e discutido nas DCNs. Tais pro- postas fazem parte das aprendizagens inerentes a uma educação inclusi- va, de qualidade e formadora do indivíduo cidadão. PESQUISE! O currículo do curso de graduação em Letras busca oferecer uma formação baseada na legislação da educação básica, bem como no que a lei preconiza quanto ao currículo dessa modalidade de ensino. Além da lei, há parâmetros ofi ciais que buscam organizar a educação para cada disciplina. Pesquise nas DCNs da educação bá- sica quais são os parâmetros para o ensino de Língua Portuguesa e de línguas estrangeiras. 40 A importância da participação dos professores e da sociedade civil para a ela- boração da legislação educacional está relacionada em atender às expectativas da população no que se refere: aos rumos que a educação deve tomar em fun- ção do contexto socioeconômico e cultural, das necessidades educacionais da população, das exigências relacionadas à inserção no mundo do trabalho, da correção de caminhos educacionais defasados, na formação de cidadãos éticos e capazes de transformar a realidade em que vivem. As medidas pressupostas nas leis não devem suplantar as discussões e re- fl exões que os educadores devem manter em sua prática profi ssional, pois estas prerrogativas democráticas contribuem para que a legislação seja aplicada em cada escola e em cada região de acordo com suas realidades. 41 APLICANDO A TEORIA NA PRÁTICA A legislação da educação brasileira busca acompanhar as exigências socio- culturais da atualidade, bem como viabilizar a inserção do maior número de profi ssionais no magistério regulamentando as diversas modalidades de ensino. Essas medidas visam promover a qualidade e o desenvolvimen- to dos cursos de graduação. Sendo assim, propomos que você consulte a legislação que normatiza a EaD para se apropriar desse conhecimento face às discussões em torno dela e da modalidade presencial de ensino. RESPOSTA ESPERADA A modalidade de EaD vem se expandindo em diversas áreas educativas. Para colocar em prática a sua regulamentação e normatização, foi pro- mulgado o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que regula- menta o art. 80, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB). A partir de então, novos decretos foram lançados para aprimorar a lei, de forma que houvesse um atendimentoàs novas exigências advindas do desenvolvimento da educação nesta área. Recentemente, foi promul- gado o Decreto nº 9.057/2017, sobre o ensino superior, e o Decreto nº 9.057/2017, que regulamenta a oferta de cursos a distância para o ensino médio e para a educação profi ssional técnica de nível médio. 42 SÍNTESE Chegamos ao fim de mais um capítulo e esperamos que ela tenha gerado boas reflexões acerca da legislação da educação básica brasileira. Neste capítulo, apresentamos os conceitos que envolvem a elaboração das legislações. Sintetizando, você acompanhou os seguintes assuntos: • A legislação da educação faz parte das políticas públicas educacio- nais e estão compreendidas no rol das políticas sociais do Estado. • As primeiras leis de ensino surgiram com a chegada da Família Real. • A educação foi bastante negligenciada com o advento da indus- trialização do país, iniciada em meados do século XIX. • Durante a Primeira República, os intelectuais da educação se in- teiravam das concepções pedagógicas da Escola Nova, idealizada por John Dewey, e se organizavam para levar suas reivindicações ao sistema governamental. • No governo de Getúlio Vargas, houve reformas e mudanças na legislação, mas não a realização de uma legislação específi ca para a educação. • Com a transição da economia rural para a industrial, foi neces- sária a formação de mão de obra letrada. Com isso, houve gran- de aumento do número de escolas nas cidades brasileiras. • A 1ª LDB foi promulgada em 1961, após o fi m do período di- tatorial, no Estado Novo, comandado por Getúlio Vargas, no período de 1930 a 1945. • A 2ª LDB, de 1971, foi elaborada para implementar o modelo educacional da ditadura militar brasileira com forte controle do sistema educacional e ensino médio profi ssionalizante. • A atual LDB foi promulgada em 1996, conforme as exigências contidas na Constituição Federal de 1988. • A atual LDB vem passando por atualizações constantemente. • Atualmente, há a proposta governamental de implantação da BNCC para organizar a aplicação do currículo ofi cial. 43C u r s o d e L e t r a s | F u n d a m e n t o s d a E d u c a ç ã o REFERÊNCIAS BRASIL. Casa Civil. Subchefi a para Assuntos Jurídicos. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 1 abr. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricu- lar. Brasília, 2017a. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec. gov.br/images/pdf/1_BNCC-Final_Introducao.pdf>. Acesso em: 25 maio 2017. ______. MEC Atualiza Regulamentação de EaD e Amplia a Oferta de Cursos. Brasília, 2017b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ busca-geral/212-noticias/educacao-superior-1690610854/50451-mec- -atualiza-regulamentacao-de-ead-e-amplia-a-oferta-de-cursos>. Acesso em: 24 ago. 2017. GHIRALDELLI JUNIOR, P. Filoso� a da Educação. São Paulo: Áti- ca, 2006. LIBÂNEO, J. C.; TOSCHI, J. F.; OLIVEIRA, M. S. Educação Es- colar: Políticas, Estrutura e Organização. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2012. 544 p. SAVIANI, D. Educação Brasileira: Estrutura e Sistema. 10. ed. São Paulo: Cortez; Autores Associados, 2008. TERRA, M. de L. E. História da Educação. São Paulo: Pearson Edu- cation do Brasil, 2014. UNESCO. Relatório do Monitoramento EPT Brasil. 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