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RESUMO - Inquérito Policial

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Inquérito Policial
. CONCEITO .
O inquérito policial é um procedimento
preparatório da ação penal, de caráter
administrativo, conduzido pela polícia
judiciária e voltado à colheita preliminar de
provas para apurar a prática de uma infração
penal e sua autoria. Presidido pela
Autoridade Policial (delegado).
Não é essencial ao oferecimento da denúncia
ou queixa, desde que a inicial contenha
elementos suficientes (prova da existência do
crime e indícios suficientes de autoria);
Consiste em todas as diligências necessárias
para o descobrimento dos fatos criminosos,
de suas circunstâncias e de seus autores e
cúmplices, e deve ser reduzido a instrumento
escrito.
Sua finalidade precípua é a investigação do
crime e a descoberta do seu autor, com o fito
de fornecer elementos para o titular da ação
penal promovê-la em juízo, seja ele o
Ministério Público, seja o particular, conforme
o caso.
⬝ Indisponível - A autoridade policial não
poderá mandar arquivar autos de inquérito.
O arquivamento do IP é função jurisdicional
que depende de iniciativa do MP.
O delegado de polícia, entretanto, poderá
arquivar a notitia criminis se não houver justa
causa para a instauração do inquérito.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
arquivar autos de inquérito.
⬝ Informativo - Visa dotar o MP ou o ofendido
de elementos suficientes para a propositura
da ação penal.
⬝ Escrito - Todas as peças do inquérito policial
serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.
⬝Dispensável - Não é essencial ao
oferecimento da denúncia ou queixa, desde
que a inicial contenha elementos suficientes
⬝ Inquisitivo - Não há contraditório e nem
ampla defesa.
⬝ Sigiloso - O Juiz e o MP sempre têm acesso,
contudo, o advogado possui acesso restrito.
❥ SÚMULA 14. É direito do defensor, no interesse
do representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito
ao exercício do direito de defesa.
Caso o advogado não tenha acesso, ele irá
propor uma reclamação constitucional ou
mandado de segurança.
. INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL .
O IP, nos crimes de ação pública poderá ser
iniciado:
- De ofício;
- Mediante requisição da autoridade
judiciária;
- Mediante requisição do MP;
- Mediante requerimento do ofendido;
- Por meio de petição;
- Por meio do auto de prisão em flagrante
delito.
Se o delegado de polícia, tomando
conhecimento do fato delituoso que se
proceda mediante ação penal pública incon-
dicionada, não instaurar o IP, poderá estar
cometendo o crime de prevaricação, se deixar
de agir para satisfação de interesse ou
sentimento pessoal, ou mera infração
administrativa, com efeitos unicamente
funcionais.
Portaria: ato administrativo pelo qual o
delegado de polícia dá ciência aos demais
servidores policiais da instauração do IP.
Notitia criminis: é o conhecimento
espontâneo ou provocado, por parte da
autoridade policial, de um fato
aparentemente criminoso.
⬝ Imediata ou direta: quando a
autoridade policial toma conhecimento direto
do fato infringente da norma por meio de
suas atividades rotineiras, de jornais, da
investigação feita pela própria polícia
judiciária, por comunicação feita pela polícia
preventiva ostensiva, pela descoberta
ocasional do corpo de delito, por meio de
denúncia anônima etc.
⬝ Mediata ou indireta: quando a
autoridade policial toma conhecimento da
infração por meio de algum ato jurídico de
comunicação formal do delito.
Delatio criminis simples: quando a autoridade
policial toma conhecimento imediato e direto
do fato, por meio de delação verbal ou por
escrito feito pela vítima ou por qualquer do
povo.
Delatio criminis postulatória: quando se dá a
notícia da infração penal à autoridade
(delegado de polícia, MP ou juiz) e se pede a
instauração da persecução penal, mediante
representação do ofendido ou de seu
representante legal.
Este será recebido pela autoridade policial
como notitia criminis.
Após a ciência da autoridade policial, caso o
delito se proceda mediante ação penal
pública incondicionada (homicídio; violência
doméstica; estupro; roubo; furto; estelionato),
a vítima não poderá retratar-se.
Do despacho que indeferir o requerimento de
abertura de inquérito, caberá recurso
(inominado e administrativo) ao chefe de
polícia.
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito
policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade
judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II
conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as
circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus
sinais característicos e as razões de convicção
ou de presunção de ser ele o autor da infração,
ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com
indicação de sua profissão e residência.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento
de abertura de inquérito caberá recurso para o
chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver
conhecimento da existência de infração penal em
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou
por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
esta, verificada a procedência das informações,
mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação
pública depender de representação, não poderá
sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade
policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para
intentá-la.
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as
autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem quer que seja encontrado em
flagrante delito.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá
provocar a iniciativa do Ministério Público, nos
casos em que caiba a ação pública,
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o
fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os
elementos de convicção.
A requisição de instauração de IP é
atribuição exclusiva de magistrados e
membros do MP criminais, como
desdobramento lógico de suas funções.
. JUIZ DAS GARANTIAS .
Responsável por fiscalizar a investigação
criminal, controlar a sua legalidade e
salvaguardar os direitos individuais do
investigado.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo
controle da legalidade da investigação criminal e
pela salvaguarda dos direitos individuais.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura
acusatória, vedada a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação
probatória do órgão de acusação.
Terá atuação até o recebimento da denúncia
ou queixa, mas jamais julgará o
processo-crime. Busca-se, com isso, a
consagração do sistema acusatório e
também a preservação da imparcialidade do
Judiciário.
a) Atribuições:
I - Receber a comunicação imediata da
prisão.
A prisão de qualquer pessoa e o local onde
se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada.
Entende-se, pelo termo imediatamente, o
prazo máximo de 24 horas. Trata-se da
garantia de que ninguém será (ou ficará)
ilegalmente detido. Para tanto, dentro da
normalidade, refere-se essa comunicação à
lavratura do auto de prisão em flagrante pelo
delegado. Afinal, quando alguém é
encontrado em plena prática do delito, pode
ser preso por qualquer pessoa, mas, como
regra, é preso pela polícia e levado à
presença da autoridade policial, que,
encontrando presentes os requisitos legais,
determina a lavratura do auto de prisão em
flagrante. Esse auto será comunicado ao juiz
das garantias;
II - Receber o auto da prisão em flagrante
para o controle da legalidade da prisão.
Chegando às suas mãos uma cópia do auto
de prisão em flagrante, o juiz das garantias
deve verificar se os requisitos da referida
prisão em flagrante encontram-se presentes.
- Elementos intrínsecos:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infraçãopenal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
pessoa, em situação que faça presumir ser autor
da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.
- Elementos extrínsecos:
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade
competente, ouvirá esta o condutor e colherá,
desde logo, sua assinatura, entregando a este
cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que
o acompanharem e ao interrogatório do acusado
sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,
após cada oitiva suas respectivas assinaturas,
lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita
contra o conduzido, a autoridade mandará
recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se
solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos
do inquérito ou processo, se para isso for
competente; se não o for, enviará os autos à
autoridade que o seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não
impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo
pelo menos duas pessoas que hajam
testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em
flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença
deste.
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante
deverá constar a informação sobre a existência
de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de
eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
indicado pela pessoa presa.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em
flagrante, no prazo máximo de até 24 horas após
a realização da prisão, o juiz deverá promover
audiência de custódia com a presença do
acusado, seu advogado constituído ou membro
da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal;
II - converter a prisão em flagrante em
preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as
medidas cautelares diversas da prisão;
III - conceder liberdade provisória, com ou
sem fiança.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente
ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso
restrito, deverá denegar a liberdade provisória,
com ou sem medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação
idônea, à não realização da audiência de
custódia no prazo estabelecido no caput deste
artigo responderá administrativa, civil e
penalmente pela omissão.
§ 4º Transcorridas 24 horas após o decurso do
prazo estabelecido no caput deste artigo, a não
realização de audiência de custódia sem
motivação idônea ensejará também a ilegalidade
da prisão, a ser relaxada pela autoridade
competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva.
III - Zelar pela observância dos direitos do
preso, podendo determinar que este seja
conduzido à sua presença, a qualquer tempo.
Deve o juiz das garantias verificar se todos os
direitos do preso foram respeitados;
Na realidade, o juiz das garantias deve ouvir
o preso na referida audiência, não se
tratando de uma faculdade;
IV - Ser informado sobre a instauração de
qualquer investigação criminal.
Não deve existir investigação sigilosa, de
modo a impedir que o suspeito possa
acompanhá-la por meio de seu defensor.
O inquérito policial já tem as suas
formalidades: registra-se e deve ser
acompanhado pelo juiz e pelo promotor.
Porém, as investigações criminais realizadas
pelo Ministério Público, não regulamentadas
em lei, não podem mais transcorrer sem a
informação de sua existência ao juiz das
garantias. Se isto for feito, tudo o que foi
colhido pode ser considerado prova ilícita, de
modo a ser rechaçado pelo juiz no momento
da análise da denúncia, podendo rejeitá-la;
V - Decidir sobre o requerimento de prisão
provisória ou outra medida cautelar.
Qualquer prisão provisória (temporária ou
preventiva) e outras medidas cautelares
somente são decretadas pelo Poder
Judiciário.
Ressalta-se, ainda, que a decretação de
prisão ou outra medida cautelar depende de
requerimento da parte legitimada a fazê-lo.
VI - Prorrogar a prisão provisória ou outra
medida cautelar, bem como substituí-las ou
revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o
exercício do contraditório em audiência
pública e oral, na forma do disposto neste
Código ou em legislação especial pertinente.
Decretada a prisão preventiva, até que seja
revogada, está em vigor. Porém, a prisão
temporária (5 dias ou 30 dias) pode ser
prorrogada (por mais 5 dias ou por mais 30
dias). Cabe ao juiz decidir pela prorrogação
ou não. Porém, feito o pedido pelo órgão
acusatório ou realizada a representação pela
autoridade policial, o magistrado deve decidir
a respeito.
VII - Decidir sobre o requerimento de
produção antecipada de provas
consideradas urgentes e não repetíveis,
assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral.
Só cabe a produção antecipada de provas
quando requerida pela parte interessada
(órgão acusatório, autoridade policial ou
investigado). O juiz das garantias defere a
produção de provas a ser realizada em
audiência, sob o crivo do contraditório e da
ampla defesa;
VII - Prorrogar o prazo de duração do
inquérito, estando o investigado preso, em
vista das razões apresentadas pela
autoridade policial e observado o disposto
no § 2º deste artigo.
A previsão é feita apenas quanto ao
prolongamento de investigação cuidando de
investigado preso. Se este estiver solto,
pode-se prorrogar sem maiores formalidades.
No entanto, caso haja prolongamento de
investigação de pessoa presa, admite-se a
referida prorrogação por no máximo 15 dias,
em prazo fatal, nos termos do § 2º deste
artigo;
IX - Determinar o trancamento do inquérito
policial quando não houver fundamento
razoável para sua instauração ou
prosseguimento.
Se uma investigação criminal é instaurada
contra alguém, sem justa causa, cabe ao
investigado impetrar habeas corpus, que será
julgado pelo juiz. Porém, ficou registrado
caber ao magistrado das garantias apreciar
o pedido (ou agir de ofício) para trancar
(determinar o arquivamento) do inquérito
policial sem mais apuração.
Não houve previsão para o trancamento de
investigação criminal instaurada pelo
Ministério Público; no entanto,
considerando-se que essa investigação será
comunicada ao juiz, dela o investigado terá
notícia. Mas é preciso que o pedido seja
formulado junto ao Tribunal, pois o membro
do MP goza de prerrogativa de foro;
X - Requisitar documentos, laudos e
informações ao delegado de polícia sobre o
andamento da investigação.
Requisitar significa exigir legalmente alguma
coisa. Não é uma ordem emanada de um ente
superior a um inferior. Cuida-se de ordem
com fundamento legal. Portanto, como
sempre ocorreu, cabe ao juiz fiscalizador do
inquérito requisitar o que for preciso para
instruir os autos: documentos, laudos e
outras informações;
XI - Decidir sobre os requerimentos de
interceptação telefônica, do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e
telemática ou de outras formas de
comunicação; afastamento dos sigilos fiscal,
bancário, de dados e telefônico; busca e
apreensão domiciliar; acesso a informações
sigilosas; outros meios de obtenção da prova
que restrinjam direitos fundamentais do
investigado.
Cabe, exclusivamente, ao Judiciário, em fase
de investigação, decidir acerca desses temas,
que consistem em reserva de jurisdição;
XII - Julgar o habeas corpus impetrado antes
do oferecimento da denúncia.
O investigado pode impetrar HC para
trancar o inquérito policial ou utilizar o
remédio heroico para qualquer outro fim,
desde que se tenha como autoridade
coatora a figura do delegado. Quanto ao HC
impetrado contra membro do MP, prevalece a
jurisprudência de dever ser apreciadaem 2ª
instância, pois promotores têm foro
privilegiado e se está lidando com eventual
abuso de autoridade (crime), a ser apreciado
pelo Tribunal;
XIII - Determinar a instauração de incidente
de insanidade mental.
Havendo suspeita de insanidade do
investigado, o magistrado determina a
instauração de incidente e, considerando-se
a hipótese, de um laudo afirmativo,
comprovando a insanidade, pode caber a
medida cautelar.
Art. 319, VII. Internação provisória do acusado nas
hipóteses de crimes praticados com violência ou
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código
Penal) e houver risco de reiteração.
XIV - Decidir sobre o recebimento da
denúncia ou queixa.
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz
designará dia e hora para a audiência,
ordenando a intimação do acusado, de seu
defensor, do Ministério Público e, se for o caso,
do querelante e do assistente.
O juiz das garantias não detém o controle da
pauta do juízo de instrução. Portanto, ele
deve apenas receber a denúncia ou queixa e
enviá-la ao juiz instrutor, que fará o restante.
O motivo pelo qual se atribuiu ao juiz das
garantias o recebimento (ou não) da peça
acusatória é que os autos das provas
coletadas em fase de investigação não
seguirão para as mãos do juiz da instrução
(art. 3º-C, § 3º, CPP);
XV - Assegurar prontamente, quando se fizer
necessário, o direito outorgado ao investigado e
ao seu defensor de acesso a todos os elementos
informativos e provas produzidos no âmbito da
investigação criminal, salvo no que concerne,
estritamente, às diligências em andamento.
Como regra, o inquérito policial – e outras
investigações – costuma ser uma colheita de
provas de maneira sigilosa; afinal, não existe
contraditório e ampla defesa nessa fase.
Entretanto, segundo este dispositivo,
assegura-se ao investigado acesso às provas
colhidos durante a investigação criminal,
exceto, por óbvio, às diligências em
andamento.
O investigado, por seu defensor, poderá
acessar as provas já produzidas, mas não as
que estão em andamento;
XVI - Deferir pedido de admissão de assistente
técnico para acompanhar a produção da perícia.
Admissão da presença de assistentes
técnicos da defesa durante a produção de
provas periciais criminais. Afinal, muitas
provas são irrepetíveis;
XVII - Decidir sobre a homologação de acordo de
não persecução penal ou os de colaboração
premiada, quando formalizados durante a
investigação.
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições
definidas no caput deste artigo.
Por cautela, deixou-se uma norma aberta, o
que é razoável, para prever que cabe ao juiz
das garantias qualquer outra decisão
inerente a matéria jurisdicional.
. PRAZOS E PRORROGAÇÃO .
⬝ Inquérito policial comum
- Se estiver preso - 10 dias
Improrrogável, podendo o delegado pedir ao
Juiz a prorrogação, mas o preso terá que
ser solto.
- Se estiver solto - 30 dias
⬝ Inquérito da Lei de Drogas
- Se estiver preso - 30 dias (30 + 30)
- Se estiver solto - 90 dias (90 + 90)
⬝ Inquérito da Justiça Federal
- Se estiver preso - 15 dias (15 + 15)
- Se estiver solto - 30 dias (30 + 30)
Nos prazos de 30 dias em que o indivíduo
estiver SOLTO, ele pode ser sucessivamente
prorrogado (30 + 30 + 30…)
Havendo prisão em flagrante ou decretada
a prisão preventiva, o inquérito deve estar
concluído em 10 dias, sob pena de gerar
constrangimento ilegal, provocando a
soltura do investigado.
Art. 3, § 2. Se o investigado estiver preso, o juiz
das garantias poderá, mediante representação
da autoridade policial e ouvido o Ministério
Público, prorrogar, uma única vez, a duração do
inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda
assim a investigação não for concluída, a prisão
será imediatamente relaxada.
. ENCAMINHAMENTO DA INVESTIGAÇÃO.
Concluídas as diligências investigativas,
deverá a autoridade policial elaborar
minucioso relatório final, remetendo, após,
os autos a juízo, onde o Promotor de Justiça
verificará a viabilidade de ser intentada a
ação penal pública, se for o caso, podendo
requerer também o arquivamento do IP ou o
retorno dos autos à origem, com a deter-
minação de novas diligências à autoridade
policial. Caso o juiz não concorde com as
diligências requeridas pelo MP, deverá
aplicar analogicamente o disposto no art. 28
do CPP, encaminhando os autos à
consideração do Procurador-Geral de
Justiça.
O juiz das garantias tem competência para
fiscalizar as investigações que cuidem de
todas as infrações penais, exceto as que
figuram como de menor potencial ofensivo,
pois, nesta hipótese, o termo
circunstanciado segue ao Juizado Especial
Criminal.
Cabe ao juiz das garantias, que possui livre
acesso aos autos da investigação, receber –
ou não – a peça acusatória. Recebendo-a, a
sua competência cessa de pronto, passando
as questões porventura pendentes ao juiz
da instrução e julgamento.
Art. 3-C, § 1. Recebida a denúncia ou queixa, as
questões pendentes serão decididas pelo juiz da
instrução e julgamento.
Como consequência lógica da cessação de
competência do juiz das garantias, as suas
decisões, tomadas na fase investigatória,
não vinculam o juiz do processo, que poderá
rever qualquer delas, em particular as
medidas cautelares em curso. A lei concede
ao juiz da instrução o prazo máximo de 10
dias para analisar se mantém ou revoga as
cautelares, naturalmente, justificando e
fundamentando. Por outro lado, o juiz da
instrução não pode “reformar” a decisão do
juiz das garantias no sentido de não receber
a peça acusatória.
Art. 3-C, § 3. Os autos que compõem as matérias
de competência do juiz das garantias ficarão
acautelados na secretaria desse juízo, à
disposição do Ministério Público e da defesa, e
não serão apensados aos autos do processo
enviados ao juiz da instrução e julgamento,
ressalvados os documentos relativos às provas
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou
de antecipação de provas, que deverão ser
remetidos para apensamento em apartado.
Art. 3-C, § 4. Fica assegurado às partes o amplo
acesso aos autos acautelados na secretaria do
juízo das garantias.
DESIGNAÇÃO DO JUIZ DA GARANTIA .
A Lei 13.964/2019 criou a função de juiz das
garantias, mas não o cargo. Portanto,
cuida-se de uma atividade do Tribunal ao
qual pertença o juiz de primeira instância a
ser designado como juiz das garantias.
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
praticar qualquer ato incluído nas competências
dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
funcionar no processo.

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