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Bioquímica Material 3º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga Desordens da Glicemia REGULAÇÃO DA GLICEMIA A concentração de glicose no sangue é regulada por uma complexa interação de vias que é modulada por vários hormônios. o Glicogênese (estoque de glicose na forma de glicogênio) o Glicogenólise (quebra de glicogênio para liberação de glicose) o Gliconeogênese (usa fontes que não são carboidratos e formam glicose) o Glicólise (quebra da glicose) Ação Hormonal I. Insulina (ação hipoglicemiante) II. Antagônicos à insulina (contrarregulatório – ação hiperglicemiante) o Glucagon o Epinefrina o Cortisol o Hormônio do crescimento DIABETES MELLITUS Grupo de distúrbios metabólicos do metabolismo dos carboidratos no qual a glicose é subutilizada, produzindo hiperglicemia. Glicose não consegue ser captada para o interior da célula, ficando acumulada no sangue. Diabetes tipo 1 – 5 a 10% dos casos de diabetes. Caracterizado por destruição das células beta que levam a uma deficiência de insulina. Doença autoimune. Diabetes tipo 2 – 90-95% dos casos de diabetes (mais prevalente). Caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina e na regulação da produção hepática de glicose (resistência à ação da insulina). É causada por uma interação de fatores genéticos e ambientais. Os pacientes não dependem de insulina exógena para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina para obter controle metabólico adequado. Obesidade Diabetes Gestacional Trata-se de qualquer intolerância a glicose, de magnitude variável, com início ou diagnostico durante a gestação. Associa-se tanto a resistência à insulina quanto a diminuição da função das células beta. Ocorre em 1 a 14% de todas as gestações. Deve-se reavaliar pacientes com DM gestacional 6 a 12 semanas após o parto, e caso o diabetes não esteja presente, elas devem ser reavaliadas pelo menos a cada 3 anos. o Após o parto, a mãe pode ter o não a diabetes mantida. CLASSES INTERMEDIÁRIAS NO GRAU DE TOLERÂNCIA À GLICOSE Referem-se a estados intermediários entre a homeostase normal da glicose e o DM (Pré-diabetes) o Glicemia de jejum alterada ▪ Concentrações de glicemia de jejum inferiores ao critério diagnostico para DM, porém mais elevadas que o valor de referência normal. o Tolerância a glicose diminuída ▪ Anormalidade na regulação da glicose no estado pós-sobrecarga, diagnosticada por meio de teste oral de tolerância a glicose (TOTG). MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICEMIA Dosagem de Glicose: Principal significado clínico: Diagnóstico do DM Demonstração da hiperglicemia (principal manifestação da desordem do metabolismo de carboidratos no DM). o Determinação da Concentração de glicose plasmática em Jejum (padrão ouro) o Glicose Pós-prandial (não é o mais solicitado) o Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG) de 2 horas ▪ Sobrecarga com glicose anidra Amostra: Sangue, soro, plasma e urina. DOSAGEM DE GLICOSE EM JEJUM Jejum de 8 a 12 horas. Inibição da glicólise: Fluoreto de sódio (impede atuação de enzimas que fazem glicólise) / ou uma mistura combinada de fluoreto com oxalato o Para cada hora de permanência no sangue total a glicose diminui cerca de 10 mg/dL (5 a 7%), a não ser que se adicione um aditivo. o Fluoreto de sódio é o mais especifico. VALORES DE REFERÊNCIA TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL (TTGO) Provas provocativas nas quais se administra uma dose relativamente grande de glicose para estimular os Bioquímica Material 3º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga mecanismos homeostáticos do organismo (espera-se que tenha grande liberação de insulina). Não é recomendado como teste de rotina para o diagnóstico de DM. Uso diagnóstico: o Diagnóstico do diabetes gestacional. o Glicose de jejum alterada (100 a 125 mg/dL) → teste confirmatório. O TTGO é mais confiável quando o paciente é ambulatorial e não apresenta outras doenças agudas ou crônicas graves. Padronização da dose do teste em 75 gramas de glicose anidra ou de dextrose para homens e mulheres não grávidas. (Junto com 300 ml da água ou suco de limão). A dose pode ser calculada com base no peso corporal. o Crianças: 1,75g de glicose anidra por Kg de peso. o Período de jejum entre 10 e 16 horas o A dose deve ser ingerida pelo paciente em 5 minutos o O paciente deve permanecer sentado ou deitado durante o teste e não fumar. Curva glicêmica: o Colhem-se amostras de sangue em jejum e, a seguir, a cada 30 minutos durante 2 horas após a ingestão de dextrose ou glicose anidra. o Ao final das 2 horas, coleta-se novamente amostras de sangue e, o paciente pode ser liberado. o Pico:15-60 minutos após ingestão do preparado. o Níveis basais após 2 horas Critérios para atender à Tolerância à Glicose Prejudicada: o Glicose Jejum < 126 mg/dL o Glicose após 2 horas de TTOG entre 140-199 mg/dL DIABETES GESTACIONAL Anormalidade da tolerância à glicose, com início ou detecção durante a gravidez. Deve-se realizá-lo entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Baixo risco: idade menor que 25 anos, peso normal antes da gravidez, sem diabetes em parentes de primeiro grau, sem histórico de tolerância à glicose anormal, sem histórico de ocorrências obstétricas ruins. Alto risco: obesidade notável, histórico pessoal de diabetes gestacional, glicosúria ou histórico familiar de diabetes. AUTOMONITORAMENTO DOMICILIAR DAS GLICEMIAS É efetuada com a inserção de uma gota de sangue capilar em uma fita biossensora descartável contendo glicose oxidase acoplada a um glicosímetro. A concentração de glicose no sangue venoso e capilar é semelhante em jejum, mas amostras pós-prandiais podem ser 20% a 25% mais elevadas no sangue capilar. o O uso de sangue venoso no glicosímetro, em vez do sangue capilar, pode eliminar este problema. Sistema de monitoramento contínuo da glicose o Medir continuamente a glicose no líquido intersticial. o Implantação de um sensor no tecido subcutâneo, que transmite informações a um aparelho monitor. o Faz-se um mapa do comportamento da glicemia. IMUNOENSAIOS DETERMINAÇÃO DA INSULINA o Importante no estudo da hipoglicemia e na avaliação inicial do DMII. o Quanto menor a concentração de insulina plasmática no pré-tratamento, maior é a indicação da insulina ou um secretagogo de insulina como tratamento. o Pode ocorrer superestimação dos valores de insulina devido a reação cruzada com pró-insulina DETERMINAÇÃO DO PEPTÍDEO C o Meia vida mais longa. o Os níveis de peptídeo C correlacionam-se com os valores de insulina. o São indicadores melhores da função das células beta do que a dosagem de insulina. ▪ Faz uma avaliação mais fidedigna das células β do que a dosagem de insulina. o Indicação primária: avaliação da hipoglicemia de jejum e monitorar a resposta à cirurgia pancreática. DOSAGEM DA HEMOGLOBINA GLICADA – HbA1 ✓ HbA: 97% ✓ HbA2: 2,5% ✓ HbF: 0,5% O que é a HbA1? o Quantidade de carboidrato que interage com a hemoglobina. o 6-7% da HbA sofre glicação (ligação irreversível). Para que serve? o Importante no monitoramento da DM ▪ Representa os níveis médios de glicemia durante os dois a três meses anteriores. o Não está sujeito a flutuações diárias como a glicose plasmática. o Também é uma média de risco para o desenvolvimento das complicações do DM. o Dosagem funciona como controle da diabetes e não como diagnostico de diabetes = melhor parâmetro para acompanhar o paciente. Bioquímica Material 3º Período Medicina Multivix Ana Carolina Fasollo Alvarenga Valores de referência: o 5,3 a 8,0 % (para HbA1) o 4,3 a 6,4 % (para HbA1c) Cada 1% de variação na Hb glicada representa variação de 25 a 35 mg/dL de glicose sanguínea. O consenso atual define como 7% o limite superior de HbA1c recomendado para o controle do DM. DOSAGEM DE FRUTOSAMINA O que é a Frutosamina? o Proteínas séricas glicadas (como albumina) → se liga à glicose. Para que serve a dosagem de Frutosamina? o Monitoramento a curto prazo (15-20 dias). Valor de referência de 205 a 285 mMol/L. GLICOSÚRIA - PRESENÇA DE GLICOSE NA URINA Individuo normoglicêmico não espera ter glicose na urina. Limiar: >180 mg/dL de glicose plasmática. Rápido, barato, não invasivo, porém sem informação quando a glicose é < 180 mg/dL. Principais de testes para a medida da glicose urinária: o Teste de Benedict: os testes de sulfato de cobre para substâncias redutoras. o Papéis com enzima glicose-oxidase: o H2O2 oxida o iodeto em iodo, gerando várias intensidades do marrom. HIPOGLICEMIA Queda de glicose na circulação Independente do horário o Homens: GLICOSE ≤55 mg/dL o Mulheres: GLICOSE ≤45 mg/dL SINTOMAS: Ansiedade, sudorese, palpitação, tremor e fome. NEUROGLICOPENIA (neurônios ficam sem sua única fonte de energia): cefaléia, confusão, visão turva, tontura, convulsões e coma. Categorias Clínicas: o Hipoglicemia de Jejum o Hipoglicemia Pós-prandial (após alimentação) o Hipoglicemia do DM o Hipoglicemia do Recém-nascido DIAGNÓSTICO DA HIPOGLICEMIA VERDADEIRA Critérios da Tríade de Whipple o Sintomas causados ou provavelmente causados por hipoglicemia. o Glicose baixa medida no momento da ocorrência dos sintomas o Alívio dos sintomas com quando a glicose volta a níveis normais.
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