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Man ual do Edu cad or An o6o E nsi no Fu nd am en tal Ar ma nd o M ora es | M ari a S ole da de da Co sta Cida dan ia M ora l e É tica SSE_ME_Etica_6A_001a002.indd 1 04/01/17 10:58 ISBN: 978-85-7797-736-9 Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Impresso no Brasil As palavras destacadas de amarelo ao longo do livro sofreram modificações com o novo Acordo Ortográfico. Cidadania moral e ética 6o ano do Ensino Fundamental Armando Moraes Maria Soledade da Costa Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Consultexto Projeto gráfico, editoração eletrônica e ilustrações Box Design Editorial Capa Gabriella Correia/Nathália Sacchelli/ Sophia karla Foto: siribao/shutterstock.com Outras ilustrações JrCasas/Shutterstock.com Direção de Arte Elto Koltz Direitos reservados à Distribuidora de Edições Pedagógicas Ltda. Rua Joana Francisca de Azevedo, 142 – Mustardinha Recife – Pernambuco – CEP: 50760-310 Fone: (81) 3205-3333 – Fax: (81) 3205-3306 CNPJ: 09.960.790/0001-21 – IE: 0016094-67 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Distribuidora de Edições Pedagógicas pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. SSE_ME_Etica_6A_001a002.indd 2 04/01/17 10:58 Apesar de, por vezes, serem tratadas como sinônimos, as palavras moral e a ética têm sentidos diferentes, e é de extrema importância que a consciência de cada um desses conceitos faça parte da formação dos estu- dantes, desde o Ensino Fundamental. É por meio dessa compreensão que os alunos terão, talvez, o primeiro contato com a noção de responsabilidade social que cada cidadão possui por direito e dever. Essa introdução às problemáticas sociais tem a função de trazer à percepção do aluno o seu papel de agen- te social. Por isso, é muito importante que, para que essa consciência social seja plenamente desenvolvida, a discussão sobre a moral e a ética seja alimentada em sala de aula, sempre incentivando o aluno a colocar o seu ponto de vista como elemento fundamental para a construção do conhecimento. É preciso, também, que os debates se apoiem em situações reais, onde o estu- dante deverá refletir sobre a sua prática social cotidiana. Assim, buscamos desenvolver a sua autonomia ética, seu potencial para avaliar as suas atitudes sob uma vi- são consciente da moral. Para que esse primeiro passo em direção à formação de um cidadão ativo e consciente seja dado, é impor- tante que apresentemos um panorama histórico sobre a concepção moral de cada época e cultura, como marca das várias sociedades existentes. A evolução social é um fator determinante para aguçar a percepção dos alunos sobre a inconstância do conceito, trazendo, dessa for- ma, a ideia de que podemos e devemos questioná-lo, com o intuito de estabelecer uma sociedade harmonio- sa para todos os cidadãos. Explicar que, em certas épocas, a existência da escra- vidão sequer era discutida sob o viés da ética; o feminis- mo não era uma causa válida, já que era perfeitamente natural haver desigualdade de gênero; e práticas de tortura eram consideradas um procedimento de corre- ção, por exemplo, nos dá a dimensão do desafio que é a prática educacional dos conceitos de moral e ética. Esses assuntos precisam ser revistos e reavaliados cons- tantemente, de modo a abarcar, refletir e posicionar-se a respeito dos valores contemporâneos. Go od lu z/ Sh ut te rs to ck .co m IIIManual do Educador – 6o ano Introdução ME_CMeE_6A_2017.indb 3 05/01/17 17:45 Assim, em meio à fluidez de conceitos e visões, a obri- gatoriedade da disciplina Cidadania Moral e Ética repre- senta um grande salto pedagógico. Isso faz com que a escola e os professores deixem de trabalhar apenas indiretamente ou de maneira difusa as dimensões da moral e da ética e passem a articular o que tem sido chamado de valores universalmente desejáveis, ba- seados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e, mais especificamente, na Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988. A partir desses valores, você, professor, deve praticar suas ações pedagógicas no sentido de: • Compreender os fundamentos da ética e da mora- lidade e como seus princípios e normas podem ser trabalhados no cotidiano das escolas e da comuni- dade. • Compreender e introduzir no dia a dia das escolas o trabalho sistemático e intencional sobre valores de- sejados por nossa sociedade. Esses objetivos estão colocados no Programa Ética e Cidadania, módulo voltado para a formação dos pro- fessores, planejado pelo Ministério da Educação. Para que essas ações sejam amplamente executadas, é ne- cessário compreendermos melhor a expressão valores desejados. Quando falamos dessas normas, estamos nos refe- rindo ao núcleo moral de uma sociedade, isto é, aos valores escolhidos para mediar o convívio entre os in- divíduos integrantes dessa sociedade. Assim, o ensino de Cidadania Moral e Ética não está inserido em uma perspectiva de relativismo moral ou liberdade absoluta para seguir valores individuais. Isso porque, para que a sociedade democrática possa funcionar, é fundamental que exista um consenso, um conjunto mínimo de valo- res regentes. Alguns desses valores estão explicitados, como tópicos da Constituição, e devem ser tomados como referência em sala de aula. Ag ên cia B ra sil Ar in a_ P_ Ha bi ch /S hu tte rs to ck .co m IV Cidadania Moral e Ética ME_CMeE_6A_2017.indb 4 05/01/17 17:45 A República Federativa do Brasil tem como funda- mentos: Art. 1o I - A soberania. II – A cidadania. III – A dignidade da pessoa humana. IV – Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. V – O pluralismo político. No que se refere aos seus objetivos enquanto Repú- blica Federativa, a Constituição enumera os seguintes propósitos: Art. 3o I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária. II – Garantir o desenvolvimento nacional. III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Quanto a alguns dos direitos individuais listados na Constituição, destacamos que: Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es- trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro- priedade [...]. I – Homens e mulheres são iguais em direitos e obri- gações, nos termos desta Constituição. II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em virtude da lei. III – Ninguém será submetido a tortura nem a trata- mento desumano ou degradante. IV – É livre a manifestação do pensamento, sendo ve- dado o anonimato. VI – É inviolável a liberdade de consciência e de cren- ça, sendo as segurado o livre exercício dos cultos reli- giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos lo- cais de culto e a suas liturgias. VIII – Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna- tiva, fixada em lei. IX – É livre a expressão da atividade intelectual, artísti- ca, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. VG sto ck stu di o/ Sh ut te rs to ck .co m VManual do Educador – 6o ano ME_CMeE_6A_2017.indb 5 05/01/17 17:45 Esses valores nos dão uma ideia do núcleo moral pre- sente em nossa sociedade, o que nos impede de viver em estado de anomia — ausência de valores que re- gem a sociedade, ficando a cargode cada indivíduo o estabelecimento de suas condutas morais e éticas. Com a anomia, a democracia torna-se impraticável, dado a falta de organização e entendimento mínimo entre os integrantes da coletividade. Podemos pensar que, em um regime democrático, que valoriza e incentiva preceitos como liberdade e diversidade, é contraditório que haja um conjunto de valores a ser seguido por todos. Acontece, porém, que alguns entendem que a expressão de liberdade é, na verdade, a afirmação da inferioridade (étnica, social, ra- cial ou de gênero) de outro indivíduo, que, por sua vez, tem a liberdade subjugada. É por isso — para que todos os integrantes sociais possam usufruir da mesma liber- dade e dos mesmos direitos sem pôr em risco o direito alheio — que um conjunto de valores se faz necessário. E é neste sentido que a matéria de Cidadania Moral e Ética torna-se fundamental: para apresentar e estabele- cer fronteiras morais e éticas que garantam a convivên- cia harmoniosa e o fortalecimento do nosso país. Os itens que vimos anteriormente acerca dos valores que regem o Brasil pretendem, por sua vez, alinhar-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa de- claração foi proclamada em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU) — organização internacional for- mada por vários países com o objetivo de trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento mundial. Vejamos: “A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promo- ver o respeito a esses direitos e essas liberdades e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Semmick Photo/Shutterstock.com VI Cidadania Moral e Ética ME_CMeE_6A_2017.indb 6 05/01/17 17:45 Artigo I Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às ou- tras com espírito de frater- nidade. Artigo II Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra nature- za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Artigo III Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segu- rança pessoal. Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão. A escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo V Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Artigo VI Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei. Artigo VII Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qual- quer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que vio- le a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo VIII Toda pessoa tem direito a receber dos tributos na- cionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhe- cidos pela constituição ou pela lei. M on ke y_ Bu sin es s_ Im ag es /S hu tte rs to ck .co m VIIManual do Educador – 6o ano ME_CMeE_6A_2017.indb 7 05/01/17 17:45 Artigo IX Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exi- lado. Artigo X Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal in- dependente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação cri- minal contra ela. Artigo XI 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o di- reito de ser presumida inocente até que a sua culpa- bilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido asse- guradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tam- pouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Artigo XII Ninguém será sujeito a interferências na sua vida pri- vada, na sua família, no seu lar ou na sua correspon- dência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interfe- rências ou ataques. Artigo XIII 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar. on ei nc hp un ch /S hu tte rs to ck .co m VIII Cidadania Moral e Ética ME_CMeE_6A_2017.indb 8 05/01/17 17:45 Artigo XIV 1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de per- seguição legitimamente motivada por crimes de di- reito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Artigo XV 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacio- nalidade nem do direito de mudar de nacionalidade. Artigo XVI 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qual- quer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao ca- samento, sua duração e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. Artigo XVII 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro- priedade. Artigo XVIII Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. Artigo XIX Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e ex- pressão; este direito inclui a liberdade de, sem interfe- rência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e indepen- dentemente de fronteiras. Artigo XX 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. fra nz 12 /S hu tte rs to ck .co m IX ME_CMeE_6A_2017.indb 9 05/01/17 17:45 Artigo XXI 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no gover- no de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições pe- riódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a li- berdade de voto. Artigo XXII Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a orga- nização e recursos de cada Estado, dos direitos econô- micos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Artigo XXIII 1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de tra- balho e à proteção contra o desemprego. 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remu- neração justa esatisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e ne- les ingressar para proteção de seus interesses. Artigo XXIV Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias perió- dicas remuneradas. Ja ck _F ro g/ Sh ut te rs to ck .co m X Cidadania Moral e Ética ME_CMeE_6A_2017.indb 10 05/01/17 17:45 Artigo XXVI 1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fun- damentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a to- dos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno de- senvolvimento da personalidade humana e do for- talecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promo- verá a compreensão, a tolerância e a amizade en- tre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gê- nero de instrução que será ministrada a seus filhos. Artigo XXVII Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de par- ticipar do processo científico e de seus benefícios. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. Artigo XXVIII Toda pessoa tem direito a uma ordem social e inter- nacional em que os direitos e as liberdades estabele- cidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. Artigo XXV 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuida- dos médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doen- ça, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de per- da dos meios de subsistência fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas den- tro ou fora do matrimônio gozarão da mesma pro- teção social. Monkey_Business_Images/Shutterstock.com iraua/Shutterstock.com XIManual do Educador – 6o ano ME_CMeE_6A_2017.indb 11 05/01/17 17:45 Artigo XXIX 1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua per- sonalidade é possível. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pes- soa estará sujeita apenas às limitações determina- das pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e das liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem- -estar de uma sociedade democrática. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósi- tos e princípios das Nações Unidas. Artigo XXX Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qual- quer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.” Recorremos, aqui, à Constituição e à Declaração de Direitos Humanos porque acreditamos que elas devem estar em nosso horizonte quando falamos da prática pedagógica. No entanto, reforçamos a ideia de que as considerações a respeito da ética e da moral não são modelos estanques a serem repassados para os estu- dantes. Toda e qualquer norma ou regra representa uma resposta a um determinado tempo/período histórico. É por isso que nós, professores, devemos ter em mente que trabalhamos com princípios passíveis de mudança, e não com mandamentos. E, assim, devido ao caráter abstrato dos valores morais e éticos, nosso papel pe- dagógico e formativo deve basear-se na intenção de colocar os alunos dentro desse processo de construção contínua de valores, de modo a torná-los seres eman- cipados e autônomos para agirem criticamente perante os preceitos morais e éticos. Rawpixel.com/Shutterstock.com XII Cidadania Moral e Ética ME_CMeE_6A_2017.indb 12 05/01/17 17:46 Tendo em vista estabelecer padrões que ajudem a promover uma educação comprometida com a moral, a ética e a cidadania, os PCN propõem os seguintes tó- picos a serem trabalhados no Ensino Fundamental: Dignidade da pessoa humana: Implica respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo nas relações interpessoais, públicas e privadas. Igualdade de direitos: Refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma dignidade e possibilidade de exercício de cidadania. Para tanto, há que se considerar o princípio da equidade, isto é, que existem diferenças (étnicas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religio- sas, etc.) e desigualdades (socioeconômicas) que neces- sitam ser levadas em conta para que a igualdade seja efetivamente alcançada. Participação: Como princípio democrático, traz a no- ção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participa- ção popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea, e sim mar- cada por diferenças. Corresponsabilidade pela vida social: Implica par- tilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabili- dade de todos a construção e ampliação da democracia no Brasil. Tyler Olson/Shutterstock.com XIIIManual do Educador – 6o ano O ensino baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais ME_CMeE_6A_2017.indb 13 05/01/17 17:46 O ambiente escolar, além dos outros papéis, repre- senta um microcosmo da sociedade. O primeiro conta- to com indivíduos que não fazem parte da nossa família e com os quais devemos estabelecer outro tipo de re- lação se dá no colégio. Essa é a nossa primeira vivência social. Lá aprendemos que temos, invariavelmente, de- veres e direitos que devem ser seguidos e respeitados por todos que compõem aquela realidade. O papel da escola se estende para além da transmis- são de conhecimento ou formação profissional. Nesse local, a intenção primeira é a de ajudar a de- senvolver as capacidades, a consciência, a compreen- são de si mesmo, do outro e da sociedade. E é por meio dessa experiência cotidiana que nos adequamos às demandas sociais. Essa consciência dos valores morais, no entanto, não deve ser imposta. É evidente que os estudantes devem saber diferenciar o certo e o errado, mas essa avaliação deve partir deles, de acordo com o conhecimento de suas responsabilidades, com a evolução do seu senso crítico e a sua capacidade de decisão. Os estudantes precisam assumir a sua prática, e não apenas seguir o estabelecido, sem nenhum exercício de reflexão. A formação do ser humano precede a formação do tra- balhador. A educação existe antes para que possamos discutir, estabelecer e ajustar as normas sociais. Dessa forma, o objetivo social da escola deve estar voltado para a formação de um cidadão consciente de suas ações e obrigações e ativo na construção permanente da socie- dade. Por isso, a inclusão da matéria Cidadania Moral e Ética no currículo do Ensino Fundamental e Médio é es- sencial para o desenvolvimento social dos estudantes. M on ke y_ Bu sin es s_ Im ag es /S hu tte rs to ck .co m XIV Cidadania Moral e Ética A importância do ensino de Cidadania Moral e Ética na escola ME_CMeE_6A_2017.indb 14 05/01/17 17:46 Levando em consideração que o volume de conhe- cimento produzido pela humanidade não pode ser completamente explorado em salade aula, mesmo que durante os doze anos previstos para a conclusão do En- sino Fundamental e Médio, é fundamental que exista uma seleção de conteúdos que consideramos indispen- sáveis para a formação de um indivíduo. A inclusão do conteúdo de Cidadania Moral e Ética foi aprovada no Senado no ano de 2012. As considerações do MEC sobre os objetivos a serem atingidos, durante o Ensino Fundamental, são: A compreensão do significado de justiça e a cons- cientização da construção de uma sociedade igualitária, tendo em vista a necessidade de internalizar e assimilar esse conceito na prática, para que possamos formar su- jeitos sociais ativos. O respeito pelas diferenças — seja ela de credo, cor, gênero, etc.—, fundamental ao convívio em uma so- ciedade democrática e pluralista; e a compreensão da diversidade como uma oportunidade de ampliação do conhecimento, promoção do desenvolvimento pessoal e social e enriquecimento dos processos de aprendi- zagem. A adoção de atitudes solidárias, de cooperação, e re- púdio às injustiças e discriminações. A reflexão é apenas o primeiro passo para uma atitude ética. É preciso que, além dos debates e preocupações sociais, nós sejamos o reflexo do nosso discurso. A compreensão da vida escolar como participação no espaço público, utilizando e aplicando os conhecimen- tos adquiridos na construção de uma sociedade demo- crática e solidária. A valorização e o emprego do diálogo como forma de esclarecer os conflitos e tomar decisões coletivas. Por isso a importância da construção dos debates no de- senvolvimento da capacidade argumentativa. A construção de uma imagem positiva de si, o respei- to próprio traduzido pela confiança em sua capacidade de escolher e realizar seu projeto de vida e pela legiti- mação das normas morais que garantam, a todos, essa realização. Para que possamos atingir as metas estabelecidas, é necessário que não só o professor de Cidadania Moral e Ética esteja comprometido, mas que todos os professo- res tenham em mente a responsabilidade da educação e da conscientização social no processo de aprendizagem. M on ke y_ Bu sin es s_ Im ag es /S hu tte rs to ck .co m XVManual do Educador – 6o ano Objetivos fundamentais para o ensino de Ética ME_CMeE_6A_2017.indb 15 05/01/17 17:46 Em seu sentido tradicional, a cidadania expressa um conjunto de direitos e de deveres que permite aos ci- dadãos a participação na vida política e na vida pública, podendo votar e serem votados, fazendo parte ativa- mente na elaboração das leis e do exercício de funções públicas, por exemplo. Hoje, no entanto, o significado da cidadania possui contornos mais amplos, que ex- trapolam o sentido de apenas atender às necessidades políticas e sociais, e assume como objetivo a busca por condições que garantam uma vida digna às pessoas. Entender a cidadania a partir da redução do ser hu- mano às suas relações sociais e políticas não é coeren- te com a multidimensinalidade que nos caracteriza e com a complexidade das relações que cada um e to- das as pessoas estabelecem com o mundo à sua volta. Deve-se buscar compreender a cidadania também sob outras perspectivas, por exemplo, considerando a im- portância que o desenvolvimento de condições físicas, psíquicas, cognitivas, ideológicas, científicas e culturais exerce na conquista de uma vida digna e saudável para todas as pessoas. Tal tarefa, complexa por natureza, pressupõe a edu- cação de todos (crianças, jovens e adultos), a partir de princípios coerentes com esses objetivos, e com a inten- ção explícita de promover a cidadania pautada na de- mocracia, na justiça, na igualdade, na equidade e na par- ticipação ativa de todos os membros da sociedade nas decisões sobre seus rumos. Dessa maneira, pensar em uma educação para a cidadania torna-se um elemento essencial para a construção da democracia social. Entendemos que tal forma de educação deve visar, também, ao desenvolvimento de competências para li- dar com: a diversidade e o conflito de ideias, as influên- cias da cultura e os sentimentos e emoções presentes nas relações do sujeito consigo mesmo e com o mundo à sua volta. Uma questão a ser apontada é que, atualmente, as crianças e os adolescentes vão à escola para aprender as Ciências, a Língua, a Matemática, a História, a Física, a Geografia, as Artes, e apenas isso. Não existe o objetivo explícito de formação ética e moral das futuras gerações. Entendemos que a escola, enquanto instituição pública criada pela sociedade para educar as futuras gerações, deve-se preocupar também com a construção da cida- dania, nos moldes que atualmente a entendemos. Se os pressupostos atuais da cidadania têm como base a garantia de uma vida digna e a participação na vida política e pública para todos os seres humanos, e não apenas para uma pequena parcela da população, essa escola deve ser democrática, inclusiva e de qualidade, para todas as crianças e adolescentes. Para isso, deve promover, na teoria e na prática, as condições mínimas para que tais objetivos sejam alcançados na sociedade. Mas como os valores são apropriados pelos sujei- tos? Adotamos a premissa de que os valores não são nem ensinados, nem nascem com as pessoas. Eles são construídos na experiência significativa que as pessoas estabelecem com o mundo. Essa construção depende diretamente da ação do sujeito, dos valores implícitos nos conteúdos com que interage no dia a dia e da qua- lidade das relações interpessoais estabelecidas entre o sujeito e a fonte dos valores. Ulisses F. Araújo Hogan_Im aging/Shutterstock.com XVI Cidadania Moral e Ética A educação e a construção da cidadania ME_CMeE_6A_2017.indb 16 05/01/17 17:46 Na Filosofia, o campo que se ocupa da reflexão sobre a moralidade humana recebe a denominação de Ética. Estes dois termos, ética e moral, têm significados pró- ximos e, em geral, referem-se ao conjunto de princípios ou padrões de conduta que regulam as relações dos seres humanos com o mundo em que vivem. Uma educação ancorada em tais princípios deve con- verter-se em um âmbito de reflexão individual e coletiva que permita elaborar racionalmente e autonomamente princípios gerais de valor, que ajudem a defrontar-se criticamente com realidades como a violência, a tortura ou a guerra. De forma específica, educação ética e mo- ral deve ajudar na análise crítica da realidade cotidiana e das normas sociais e morais vigentes, de modo que contribua para idealizar formas mais justas e adequa- das de convivência. Ainda na linha de compreensão do papel da educação para a formação ética dos seres hu- manos, alguns teóricos entendem que a educação dos cidadãos deve levar em conta a dimensão comunitária das pessoas, seu projeto pessoal e também sua capaci- dade de universalização, que deve ser exercida dialogi- camente, pois, dessa maneira, elas poderão ajudar na construção do melhor mundo possível, demonstrando saber que são responsáveis pela realidade social. De forma específica, lidar com a dimensão comuni- tária, dialogar com a realidade cotidiana e as normas vigentes nos remete ao trabalho com a diversidade hu- mana, à abordagem e ao desenvolvimento de ações que enfrentem as exclusões, os preconceitos e as discri- minações advindos das distintas formas de deficiência e das diferenças sociais, econômicas, psíquicas, físicas, culturais, religiosas, raciais, ideológicas e de gênero. Conceber esse trabalho na própria comunidade onde está localizada a escola, no ambiente natural, social e cultural de seu entorno, é essencial para a construção da cidadania efetiva. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/ materiais/0000015509.pdf. Adaptado. Acessado em: 14/07/2014. loreanto/Shutterstock.com XVIIManual do Educador – 6o ano Ética ME_CMeE_6A_2017.indb 17 05/01/17 17:46 Com o intuito de promover uma educação plena, a coleção leva para a sala de aula os temas mais impor- tantes e próximos aos alunos, para que, por meio de textos,imagens, exercícios e debates, eles possam de- senvolver solidamente a sua consciência social. Os capítulos que compõem os livros abrigam uma Ca pí tu lo4 Conhecimentos prévios • Você pratica esporte com frequência? • Você já presenciou alguma atitude violenta no esporte? • Na sua escola, há alguma falta de ética no esporte? • Quando você pratica atividade esportiva, é como um lazer ou atividade escolar? Ética no esporte e no lazer Analise as imagens e, a seguir, converse com seu professor e seus colegas sobre a relação entre as fotos e o tema do capítulo: Ética no esporte e no lazer. Vamos dialogar! D a es qu er da p ar a di re ita , d e ci m a pa ra b ai xo : J ef fe rs on B er na rd es , B lu eS ky Im ag e, w av eb re ak m ed ia , N ad ya E ug en e/ S hu tte rs to ck .c om BOOK_CMeE_6A_2017 78 15/12/16 16:15 Vamos dialogar!: Esta é a única seção que se apresenta, exclusivamente, no princípio de cada capítulo. Aqui, intro- duzimos a temática por intermédio de imagens. A intenção é que os alunos construam suas falas a partir da memó- ria visual que as fotografias, somadas ao tema, despertam neles. O resultado dessa abordagem ampla é a probabili- dade de surgirem inúmeras e valiosas reflexões que ajudarão na construção de sentido dos assuntos abordados. unidade temática, norteadora das discussões, que é subdividida em três seções que se intercalam para um melhor aprofundamento do tema. Essas seções têm funções específicas e buscam estruturar da maneira mais didática e agradável o conteúdo estudado. Veja- mos, a seguir, quais elas: XVIII Cidadania Moral e Ética Estrutura da coleção ME_CMeE_6A_2017.indb 18 05/01/17 17:46 Para Refletir: Esta seção também se interpõe entre os textos responsáveis pelo desenvolvimento do conteú- do e as questões, que auxiliam nesse progresso. Nesse espaço, selecionamos diversos escritos que abordam o assunto do capítulo sob um viés lúdico. São crônicas, reportagens, sinopses, indicações de filmes, etc. que aproximam, ainda mais, os jovens estudantes das re- flexões propostas. 1. “Nem toda agressão é bullying, mas todo bullying é uma forma de agressão.” Pense nisso e desenvolva o que se pede abaixo: Resposta pessoal Como uma agressão pode se transformar em bullying? 2. Com base no que discutimos, responda. a. O que significa bullying? Essa palavra designa qualquer situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. b. O que envolvem as ações de bullying? As ações de bullying envolvem ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maus- -tratos. 3. Escreva, na cruzadinha, as palavras correspondentes às características das ações de bullying. Em seguida, escolha uma das palavras e elabore um comentário crítico sobre ela, apresentan- do de modo organizado sua opinião em relação à temática estudada. Resposta pessoal Questão de ética? I P N Ú T B E L C O N C O R D Â N C I A Ç C Ã O R E P E T I Ç Ã O Cidadania Moral e Ética I 6o ano8 BOOK_CMeE_6A_2017 8 15/12/16 16:14 Questões para reflexão? 1. Os números apontados pelos bombeiros chegam a causar algum espanto? Por quê? 2. Você chega a brincar em alguma modalidade apontada nas informações do corpo de bombeiros? Se sim, como faz para prevenir acidentes? 3. Pense e escreva um comentário sobre a seguinte questão: prevenir ou reme- diar? O que custa menos no bolso e na harmonia dos pais? 4. Qual é a sua opinião sobre o texto e sua relação com o tema Lazer e segurança? Para refletir Leia o texto a seguir. Depois, faça uma reflexão com seus colegas e responda às perguntas apre- sentadas. Acidentes com crianças no verão Anualmente, aproximadamente seis mil crianças morrem e 140 mil são hospitalizadas vítimas de acidentes que poderiam ser facilmente evitados com cuidados básicos por parte dos adultos. E, no verão, com as férias escolares, o índice de aciden- tes é elevadíssimo. Diversos são os fatores que influenciam o au- mento do índice de acidentes com crianças nesse período, tais como: número elevado de viagens no trânsito; mais tempo ocioso em casa; mais tempo para brincar no quintal, no mar, em lagos e rios; atividades com bicicletas, patins, skate, patinetes, pipas e outros, vitimando crianças com queima- duras por exposição ao sol ou por contato com materiais incandescentes, quedas, intoxicação, envenenamento, lesões por acidentes de trânsito, desidratação, insolação, afogamentos, asfixia, cho- ques elétricos e outros. Disponível em: http://www.cb.es.gov.br/conteudo/dicas/detalhe/default. aspx?id=4f2fbe95-a851-4e07-87d4-29284d831692. Acesso em: 23/10/2013. Adaptado. S uz an ne T uc ke r/ S hu tte rs to ck .c om 56 Cidadania Moral e Ética I 6o ano BOOK_CMeE_6A_2017 56 15/12/16 16:14 Questão de ética: Esta seção aparece depois de cada tópico proposto no capítulo. Dessa forma, podemos nos aprofundar no conteúdo de maneira gradual e agradável, sem diferenciar a apreensão teórica e prá- tica. As questões têm o propósito de colocar o aluno como protagonista, demandando reflexão para a expo- sição do seu ponto de vista. É interessante, também, pedir que os alunos compartilhem suas respostas a fim de que toda a turma possa ser responsável, conjunta- mente, pela conclusão desses tópicos. XIXManual do Educador – 6o ano ME_CMeE_6A_2017.indb 19 05/01/17 17:46 Sumário Capítulo 1 • Ética ..................................................................................... 6 • Ética e bullying ............................................................................7 • O que é lazer? .............................................................................14 • Qual é o meu lazer? ...................................................................20 • Lazer com a família .....................................................................23 • Lazer sem a família .....................................................................27 • Essas mães maravilhosas e suas máquinas infantis ..........32 Capítulo 2 • Ética na comunidade ......................................... 36 • Espaços coletivos: como se comportar neles? ....37 • Grupos de lazer............................................................41 • Regras para conviver em grupos .............................48 • Lazer e segurança .......................................................52 • Seja respeitado por ser diferente ............................57 ME_CMeE_6A_2017.indb 4 05/01/17 17:46 Capítulo 3 • Ética com meus amigos ......................................... 58 • Ética na diversão ...............................................................59 • Aceitação pelos amigos ..................................................63 • O que alguém faz, eu não preciso fazer ......................70 Capítulo 4 • Ética no esporte e no lazer ................................... 78 • Esporte x lazer ...................................................................79 • Lazer e saúde ....................................................................83 • Competir ou ganhar: o que é mais importante? ........88 ME_CMeE_6A_2017.indb 5 05/01/17 17:46 Ca pí tu lo1 Ética • Esclarecer os conceitos de ética, bullying e lazer. • Promover a reflexão acerca do vínculo entre a ética e o bullying. • Proporcionar o debate sobre as consequências do bullying na vida de todos os envolvidos. • Discutir a importância do lazer. • Analisar quais são as diferenças essenciais no lazer com e sem a família. Objetivos Pedagógicos Sugerimos algumas atividades para trabalhar o tema do capítulo. Sugestão de Abordagem Fundamentação Dramatização Utilize o teatro em sala de aula. Di- vida os alunos em grupos e motive os grupos a criarem uma dramatização sobre bullying e violência escolar. Di- recione os trabalhos para que a tur- ma crie duas versões, uma positiva e outra negativa. Acada apresentação, convide a turma a debater as ques- tões que foram tratadas, analisando os personagens e o contexto da dra- matização. Paródia é uma imitação cômica de uma obra. Após falar sobre bullying, discutir as causas, quem é a vítima, o agressor e outras questões teóricas importantes, divida a turma em gru- pos e incentive cada grupo a escolher uma música e criar uma paródia dela sobre o tema. Paródia Júri simulado >>> >>> Explique à turma o que é um julgamento, como ocorre e quem compõe uma audiência de julgamento público. Depois, crie com os alunos uma situação que será posteriormente julgada por eles. Esta é uma excelente atividade para discutir a violência no contexto escolar e o bullying. Bullying vai muito além da brincadeira sem graça Esse termo não tem um correspon- dente em português. Em inglês, refere- -se à atitude de um bully (valentão). Objeto de estudo pela primeira vez na Noruega, o bullying é utilizado para descrever atos de violência física ou 6 Cidadania Moral e Ética Ca pí tu lo1 Conhecimentos prévios • Para você, o que é ética? • O que quer dizer uma atitude ética? • Qual é o papel da ética na comunidade onde mora e na escola? • Respeitar os professores, os alunos, as pessoas com deficiências e o meio ambiente são atitudes éticas, mas por quê? Ética Ética (do grego ethos, que significa modo de ser, caráter, comportamento) é o ramo da Filosofia que bus- ca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidia- no e na sociedade. Observe a imagem e converse com o seu professor sobre a relação entre a foto e o tema do capítulo: Ética. Vamos dialogar! Podemos perceber que discutir o sentido ético entre os seres humanos nas relações traz uma reflexão sobre a liberdade e as decisões que tomamos durante toda a vida. O que é certo e o que é errado nas dimensões da vida social. Porque questiona sobre a virtude de práti- cas e valores culturais, abrangendo também as ações pessoais. Podemos também relacionar a ética com ati- tudes negativas que são, muitas vezes, desenvolvidas entre alunos, como o bullying. Vamos ler a seguir o texto sobre ética e bullying en- tre crianças e adolescentes. B ar ab as a/ S hu tte rs to ck .c om BOOK_CMeE_6A_2017 6 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 6 05/01/17 17:46 psicológica contra alguém em desvanta- gem de poder, sem motivação aparente e que causa dor e humilhação a quem so- fre. “É uma das formas de violência que mais cresce no mundo”, afirma Cleo Fan- te, pedagoga pioneira no estudo do tema no País e autora do livro Bullying escolar. Segundo ela, o bullying pode acontecer em qualquer contexto social, como esco- las, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho. “Identificamos casos de bullying em escolas das redes pública e privada, rurais e urbanas e até mesmo com crianças de três e quatro anos, ainda no Ensino Infantil”, comenta. Para o presidente do Centro Multidis- ciplinar de Estudos e Orientação sobre o Buylling Escolar, José Augusto Pedra, o fenômeno é uma epidemia psicosso- cial e pode ter consequências graves. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofen- sa. Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem ter queda do ren- dimento escolar, desenvolver doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da per- sonalidade. “Se observa também uma mudança de comportamento. As víti- mas ficam isoladas, tornam-se agres- sivas e reclamam de alguma dor física justamente na hora de ir para escola”, detalha José Pedra. Até as testemunhas sofrem ao convi- ver diariamente com o problema, mas tendem a omitir os fatos por medo ou insegurança. Geralmente, elas não de- nunciam e se acostumam com a práti- ca — acabam encarando como natural dentro do ambiente escolar. “O espec- tador se fecha aos relacionamentos, exclui-se, porque ele acha que pode também sofrer no futuro. Se for pela Internet, no cyberbullying, por exemplo, as testemunhas apenas repassam a in- formação. Mas isso as torna coautoras”, completa Cleo Fante. O bullying, de fato, sempre existiu. O que ocorre é que, com a influência da televisão e da Internet, os apelidos pejorativos foram tomando outras pro- porções. “O fato de ter consequências trágicas, como mortes e suicídios, e impunidade proporcionou a necessida- de de se discutir de forma mais séria o tema”, aponta Guilherme Schelb, pro- curador da República e autor do livro Violência e criminalidade infantojuvenil. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ formacao/bullying-preciso-levar-serio-431385. shtml?page=1. Acessado em: 23/05/2014. 7Manual do Educador – 6o ano Bullying é uma palavra que ainda não tem tradução no português. Trata- -se de uma palavra inglesa originada do termo bully, que significa brigão. Essa palavra designa qualquer situação caracterizada por agressões in- tencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva por uma ou mais pessoas contra um ou mais colegas. Assim, é possível identificar como bullying as ações envolvendo ameaça, tirania, opressão, intimidação, humi- lhação e maus-tratos. O bullying pode acontecer em qualquer contexto social, como escola, universidade, família, vizinhança e trabalho. Nem toda situação de desa- vença, briga ou discussão pode ser caracterizada como bullying. Para ser bullying, é necessário que as situações apresentem as seguintes caracte- rísticas: repetição, intenção, público e concordância. Repetição porque o agressor faz constantemente agressões à sua vítima. Intenção porque o agressor tem o nítido propósito de maltratar, agredir, humilhar, oprimir, inti- midar ou ameaçar sua vítima. Público porque o agressor pratica o bullying diante de uma plateia, ou seja, alguém presencia a situação. Concordância porque a vítima apresenta ou acha que tem alguma característica que a impede, em certa medida, de revidar a agressão (como ser muito magro ou muito gordo, por exemplo). Assim, nem toda agressão é bullying, mas todo bullying é uma forma de agressão. As vítimas do bullying devem procurar, de imediato, seus responsáveis e, se forem estudantes, o gestor da instituição de ensino, para tomarem as devidas providências. Se o caso não for resolvido, é possível procurar o Conselho Tutelar e as Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente. Isso deve ser feito rapidamente, porque as pessoas que sofrem bullying apresentam consequências desse mal em sua vida. Normalmente, observamos diminuição do rendimento escolar, enfraque- cimento do convívio familiar, problemas de saúde, agressividade e até timi- dez em excesso. Ética e bullying Tw in D es ig n/ S hu tte rs to ck .c om K ze no n/ S hu tte rs to ck .c om Twin Design/Shutterstock.com Cidadania Moral e Ética I 6o ano 7 BOOK_CMeE_6A_2017 7 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 7 05/01/17 17:46 Ca pí tu lo1 Ética Com objetivo de fomentar as dis- cussões a respeito do assunto, pro- ponha questionamentos sobre tema estudado no capítulo. A seguir, suge- rimos algumas perguntas que podem iniciar o debate: • O que é bullying? • O bullying é um fenômeno que ocorre de forma mais recorrente em que faixa etária? • Como se sente ao ler o texto Ética e bullying (página 7)? • Como são realizadas as agressões? • Quais atitudes as vítimas de bullying devem ter em relação ao constrangimento? • Você já foi ou conhece alguém que foi vítima de bullying? • Em que outro meio, o bullying tem se manifestado? Como isso se dá? Diálogo com o professor Anotações Como prevenir o problema na escola Para evitar o bullying, as escolas de- vem investir em prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar, incluindopais e alunos. Para os professores, que têm um papel importante na prevenção, propomos alguns conselhos dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar. • Observe com atenção o comporta- mento dos alunos, dentro e fora de sala de aula, e perceba se há quedas bruscas individuais no rendimento es- colar. • Incentive a solidariedade, a genero- sidade e o respeito às diferenças por meio de conversas, trabalhos didáticos e até de campanhas de incentivo à paz e à tolerância. • Desenvolva, desde já, dentro de sala de aula, um ambiente favorável à co- municação entre alunos. • Quando um estudante reclamar ou denunciar o bullying, procure imedia- tamente a direção da escola. • Muitas vezes, a instituição trata de for- ma inadequada os casos relatados. A responsabilidade é, sim, da escola, mas a solução deve ser em conjunto com os pais dos alunos envolvidos. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ formacao/bullying-preciso-levar-serio-431385. shtml?page=3. Acessado em: 23/04/2014. Fundamentação 8 Cidadania Moral e Ética 1. “Nem toda agressão é bullying, mas todo bullying é uma forma de agressão.” Pense nisso e desenvolva o que se pede abaixo: Resposta pessoal Como uma agressão pode se transformar em bullying? 2. Com base no que discutimos, responda. a. O que significa bullying? Essa palavra designa qualquer situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. b. O que envolvem as ações de bullying? As ações de bullying envolvem ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maus- -tratos. 3. Escreva, na cruzadinha, as palavras correspondentes às características das ações de bullying. Em seguida, escolha uma das palavras e elabore um comentário crítico sobre ela, apresentan- do de modo organizado sua opinião em relação à temática estudada. Resposta pessoal Questão de ética? I P N Ú T B E L C O N C O R D Â N C I A Ç C Ã O R E P E T I Ç Ã O Cidadania Moral e Ética I 6o ano8 BOOK_CMeE_6A_2017 8 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 8 05/01/17 17:46 9Manual do Educador – 6o ano 4. Explique, com suas palavras, a seguinte afirmação: Resposta pessoal 5. Explique cada uma das características das ações de bullying abaixo. a. Repetição: O agressor faz constantes agressões à sua vítima. b. Intenção: O agressor tem a nítida intenção de maltratar, agredir, humilhar, oprimir, intimi- dar ou ameaçar sua vítima. c. Público: O agressor pratica o bullying diante de uma plateia, ou seja, alguém presencia a situação. d. Concordância: A vítima, por alguma característica que apresente, em certa medida, não revida a agressão por achar que essa característica a impede de revidar. 6. Como a vítima de bullying deve reagir em situação de perigo? A quem deve pedir ajuda? Ela deve procurar, de imediato, seus responsáveis e, se for estudante, o gestor da instituição de ensino. 7. Escreva, no espaço abaixo, algumas das características que as vítimas de bullying podem apresentar. a. Redução do rendimento escolar. b. Diminuição do convívio familiar. c. Timidez em excesso. d. Problemas de saúde. e. Agressividade. Um dos princípios éticos é a valorização do ser humano diante da sociedade. Sendo assim, o bullying é uma ação antiética. Cidadania Moral e Ética I 6o ano 9 BOOK_CMeE_6A_2017 9 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 9 05/01/17 17:46 Ca pí tu lo1 Ética 10 Cidadania Moral e Ética 8. As palavras a seguir correspondem aos tipos de bullying. Pesquise em dicionários e na Inter- net suas definições e, em seguida, com as palavras-chaves e seus respectivos significados, elabore comentários críticos sobre elas. Apresente de modo organizado seus argumentos em relação ao tema. Se necessário, solicite a ajuda do seu professor. Alguns tipos de bullying Físico (bater, chutar, beliscar, ferir, empurrar) Material (roubar, destruir pertences) Psicológico (ameaçar, ignorar, excluir, humilhar) Verbal (apelidar, insultar, ter preconceito) Resposta pessoal 9. Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. Você sabe o que é cyberbullying? As tecnologias digitais e a profusão das redes interativas têm causado impactos nas práti- cas, nas atitudes, nos modos de pensamento e nos valores dos indivíduos na sociedade con- temporânea. Essas tecnologias trouxeram mudanças na vida e na rotina das pessoas e geraram a cibercultura: interações entre a sociedade e a Internet. Características do cyberbullying O cyberbullying tem algumas características bastante peculiares que são diferentes das do bullying tradicional: Anonimato: O agressor é muitas vezes anônimo. A vítima fica se perguntando quem é o cyberbully, o que pode causar um grande estresse. Acessibilidade: Há geralmente um período padrão de tempo durante o qual os agressores têm acesso a suas vítimas. Os cyberbullies podem causar sofrimento a qualquer hora do dia ou da noite. Medos de punição: Muitas vezes as vítimas do cyberbullying não denunciam por medo de represálias de seus agressores e medo de que seus privilégios relativos ao computador ou telefone lhes sejam tirados. Espectadores: O fenômeno de ser um espectador no mundo cibernético é diferente na medida em que se pode receber e transmitir e-mails, páginas da web, imagens, etc. Desinibição: O anonimato proporcionado pela Internet pode levar os jovens a terem com- portamentos que não podem realizar face a face. Ironicamente, é o seu próprio anonimato que permite a alguns indivíduos intimidar outros. Cidadania Moral e Ética I 6o ano10 CMeE_6A_2016_CAP1.indd 10 26/12/16 17:06 ME_CMeE_6A_2017.indb 10 05/01/17 17:46 Sugestão de Abordagem Dinâmica de grupo • Objetivo: levar o grupo a perceber a importância do respeito às diferenças individuais. • Participantes: até 15 pessoas. • Material: papel, canetas coloridas, vendas, mesas, cadeiras, tiras de pano, tapa-ouvidos. ridas para cada um deles. Explique que cada componente só poderá fazer um traço de cada vez e que, quando ter- minar, deve passar a folha para que o próximo colega possa fazer o mesmo. Peça que iniciem a atividade e informe que terão dois minutos para finalizá-la. Após a conclusão, verifique se todos completaram o desenho. Em seguida, esclareça que essa etapa foi apenas um ensaio e que eles terão de realizá-la no- vamente, mas, desta segunda vez, com as condições descritas a seguir: • Participante 1 Só poderá usar o braço direito. • Participante 2 Só poderá usar o braço esquerdo. • Participante 3 Terá os olhos vendados. • Participante 4 Não poderá falar. • Participante 5 Não poderá usar os braços. Em seguida, peça para que decidam quem irá assumir qual característica, entregando as vendas para os que se- rão cegos, tiras de pano para amarrar os braços dos participantes que não poderão utilizá-los, etc. Determine um tempo para que finalizem o exercício. Discussão Terminada a atividade, pergunte aos alunos como eles se sentiram durante ela: se conseguiram desenhar o barco, quais foram as dificuldades, etc. Construa, com os alunos, um deba- te sobre as limitações que dificultaram a realização do exercício; a partir daí, peça que reflitam sobre as diferenças e a importância do respeito mútuo. Pergunte se essa experiência pode ser transportada para o nosso dia a dia. Fre- quentemente, encontramos pessoas com dificuldades; como, geralmente, lidamos com elas? Reflita com o grupo sobre como tentamos rotular e afastar as pes- soas que são diferentes, além de dese- jarmos enquadrá-las aos nossos padrões. Disponível em: http://www.dinamicaspassoapasso.com. br/2012/11/dinamica-para-trabalhar-buillying.html. Adaptado. Acessado em: 23/05/2014. • Descrição: O facilitador explica ao grupo que a tarefa será a de desenhar um barco e que cada participante será responsável pelaexecução de uma parte desse barco. Desenvolvimento Divida os participantes em grupos e en- tregue uma folha de papel e canetas colo- 11Manual do Educador – 6o ano Numa sala de aula onde ocorre o bullying, geralmente um é o valentão, com mais dois ou três colegas, e os outros são testemunhas. No caso do cyberbullying, quando um ou alguns postam a mensagem ou as imagens, rapi- damente os que estão na rede vão transmitindo aos outros, e as testemunhas também se trans- formam em agressores. Nas condenações por bullying, geralmente há um ou dois alunos, mas nos processos de cyberbullying há vários alunos envolvidos. Disponível em: http://bullyingcyberbullying.com.br/bullying/o-que-e-cyberbullying/ Adaptado. Acesso em 18/07/2016. a. Quais são as características mais comuns dos cyberbullies? Os cyberbullies geralmente são anônimos, têm fácil acesso à Internet, não têm medo de serem punidos, adoram espectadores e são desinibidos. b. Qual é a diferença entre o bullying e o cyberbullying? No bullying, geralmente um é o valentão, com mais dois ou três colegas, e os outros são testemunhas; no cyberbullying, as ofensas são transmitidas pela Internet. c. Forme um grupo de três ou quatro colegas e monte estratégias de como é possível moni- torar o cyberbullying. Se necessário, peça ajuda ao seu professor. Resposta pessoal d. Você já foi ou conhece alguém que foi vítima de cyberbullying? Faça um breve relato dessa situação. Resposta pessoal 10. Pensando em tudo o que discutimos até agora e considerando a sua experiência de vida, discuta com seus colegas e seu professor sobre as questões a seguir. a. Como podemos criar um ambiente escolar estável? Resposta pessoal b. Como o sarcasmo é uma forma de defesa dos adolescentes? Resposta pessoal Cidadania Moral e Ética I 6o ano 11 CMeE_6A_2016_CAP1.indd 11 26/12/16 17:06 ME_CMeE_6A_2017.indb 11 05/01/17 17:46 Ca pí tu lo1 Ética A Internet é um instrumento muito importante para o desenvolvimento da humanidade, e tal qual o avião, pode ser utilizada tanto para o bem como para o mal. As agressões por meio eletrônico são uma evolução das antigas pichações em muros de colégios, casas ou até nos banheiros das escolas. Eram feitas na calada da noite e causavam grande dor nas ví- timas, além da impunidade para os seus praticantes. Sugira essas refle- xões do dia a dia para auxiliar nas suas aulas. Se estiver tempo hábil, sugira esta frase para fomentar reflexões so- bre cyberbullying: “No mundo real, a agressão tem começo, meio e fim. Na Internet, ela não acaba, fica aquele fantasma”. Diálogo com o professor Sugestão de leitura //// Cyberbullying e outros riscos da Internet — despertando a atenção Autora: Ana Maria de Albuquerque Lima Esta obra procura mostrar os con- siderados principais riscos que os jovens enfrentam no uso das tecno- logias digitais, dando pistas de como enfrentar esses problemas na família e na escola. Aborda também as ca- racterísticas que identificam as prá- ticas de cyberbullying e sua relação com o bullying tradicional, bem como o uso patológico de jogos e outros aplicativos da rede, identificando os conteúdos mais problemáticos e a questão do estresse provocado pela sobrecarga de informações que circu- lam na rede. Anotações 12 Cidadania Moral e Ética c. Quais são as outras formas de defesa? Resposta pessoal d. Quais são as formas de violência entre estudantes? Resposta pessoal 11. Leia o depoimento abaixo e, depois, responda a cada uma das perguntas apresentadas. Luciano estudava em uma escola pública no município do Rio de Janeiro. Presenciava cons- tantemente as brigas na escola, que, geralmente, eram provocadas por um grupinho de alunos grandalhões, cheios de “marra” e que se achavam os donos da área. Um de seus melhores amigos, Gustavo, era humilhado praticamente todos os dias na frente de outros colegas só porque usava óculos e era meio tímido. Chamavam-no de quatro-olhos, caladão, esquisitão. Cada vez que Gustavo abria a boca, lá vinham as zombarias: “Aí, galera, o caladão resolveu fa- lar, será que ele também enxerga?”. Nas vezes em que Gustavo tentava escapar, era agarrado pelas roupas, e seu material escolar, atirado ao chão. Luciano presenciava tudo e era amea- çado com gestos e olhares intimidadores caso contasse alguma coisa. Sentia-se péssimo por não ter condições de defender seu melhor amigo e tampouco contar para os professores ou mesmo para os pais. Depois de quase um ano nessa agonia, Gustavo e Luciano saíram do colégio. O primeiro ainda tem esperanças de encontrar outra escola onde possa ser mais respeitado. Já Luciano, sentindo-se responsável pelos constrangimentos sofridos pelo amigo, adoeceu e hoje sofre de fobia escolar. Só de pensar em voltar a estudar começa a passar mal, apresentando sintomas semelhantes aos de um ataque de pânico. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010. a. Apenas as vítimas diretas das ofensas sofrem com o bullying? Sugestão de resposta: Não. Conforme o texto, quem presencia a agressão também é afetado negativamente, por constrangimento ou incapacidade de reação. b. Pelo depoimento, quais as consequências sofridas pelo espectador? No caso de Luciano, do texto, presenciar o bullying de forma inerte fez com que essa situação frequente desencadeasse remorso e, tempos depois, fobia escolar. Cidadania Moral e Ética I 6o ano12 BOOK_CMeE_6A_2017 12 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 12 05/01/17 17:46 Dinâmica: Discriminação, não! Objetivo: • Exemplificar que atos de discrimina- ção devem ser combatidos e denun- ciados. Material: • ¼ da folha de papel ofício e caneta para cada aluno. Sugestão de atividade Procedimento: • Organize os alunos em círculo. • Distribua ¼ da folha de papel ofício. • Solicite que cada aluno escreva o que deseja que seu colega do lado esquer- do realize naquele momento da aula. Normalmente, as ações são engraçadas e até “micos”. • Oriente que o colega não pode ver o que o aluno está escrevendo. • Recolha todos os papéis. • Agora, fale: A regra da brincadeira está mudada, o “feitiço virou contra o feiticeiro”. Quem vai realizar a tarefa é a pessoa que escreveu e não o colega para quem você desejou. • Então, os alunos deverão realizar as tarefas. • Certamente, haverá um pouco de re- jeição ou vergonha, mas encorajem os alunos. • Depois, fale: Esta é a finalidade da brincadeira: não desejar aos outros ou fazer algo com os outros que você não gostaria para você. • Então, comece a trabalhar os te- mas da indiferença, discriminação, bullying, falta de respeito. • Fale: Comece por você, não discrimi- nando ninguém. Faça a diferença! Disponível em: http://euvoupraebd.blogspot. com/2015/06/dinamica-da-licao-12-bullying-juvenis. html#ixzz45vWphCmM. Acesso em 28/07/2016. Adaptado. Fundamentação O bullying se caracteriza por ações repetitivas de agressão física e/ou verbal com a clara intenção de preju- dicar a vítima. O cyberbullying é ainda mais terrível, porque a perseguição é implacável, podendo chegar a 24 ho- ras por dia nos sete dias da semana: a vítima é atacada por mensagens de celular, filmada ou fotografada secre- tamente em situações constrangedo- ras que podem ser colocadas na rede; o agressor pode criar um perfil falso da vítima em sites de relacionamento para difamá-la ou adulterar fotos em que, por exemplo, ela aparece como garota de programa, com seu celular divulgado nas listas de contato do agressor e de seus amigos. SILVA, Ana Beatriz B. Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas. Rio de Janeiro, Objetiva, 2010. 13Manual do Educador – 6o ano c. Como você agiria se estivesse no lugar de Luciano? Resposta pessoal d. Você acha que essas consequências influenciarão toda a vida de Gustavo e Luciano? Por quê? Resposta pessoal e. Mesmoque você não fosse amigo de uma vítima de bullying, mas presenciasse uma si- tuação dessa, o que deveria fazer? Resposta pessoal 12. Que ações do cotidiano podem ser identificadas como bullying? Sugestão de resposta: Criação de apelidos pejorativos para humilhar os colegas; intimidação; ridicularização do modo de vestir, falar ou se comportar; entre outras atitudes. 13. Conforme o texto, Luciano estudava em uma escola pública no subúrbio do Rio de Janeiro. Além da escola pública, há outros lugares onde é possível se praticar o bullying? Resposta pessoal Cidadania Moral e Ética I 6o ano 13 BOOK_CMeE_6A_2017 13 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 13 05/01/17 17:46 Ca pí tu lo1 Ética Dinâmica dos rótulos Objetivos • Favorecer reflexão sobre a influência dos preconceitos e dos sentimentos nas relações interpessoais. Recursos necessários • Rótulos em papel ofício. • Fita adesiva. Procedimentos • Em folhas de ofício, escrever os se- guintes rótulos: Sugestão de Abordagem • As palavras acima devem ser de um tamanho visível para todos na sala. Além destes rótulos, podem ser uti- lizados outros de acordo com a in- tenção do facilitador e a realidade do grupo. • Escolher uma pessoa por rótulo, colo- cando-a de frente para o grupo. • Mostrar para o grupo o rótulo, sem que o escolhido veja. Quando o es- colhido for responder a alguma pergunta (Por exemplo: O que você pensa sobre o preconceito?), o grupo deverá reagir de acordo com o rótulo e com a atitude sugerida no papel. • O grupo não poderá ler em voz alta o que está no papel, mas representar o que ele pede com expressão cor- poral. O escolhido não poderá ver o papel, mas identificar o rótulo que lhe coube observando a atitude do gru- po, enquanto tenta responder a uma indagação. Disponível em: http://atelierdeducadores.blogspot.com. br/p/dinamicas-de-grupo-e-jogos.html. acesso em 28/07/2016. Anotações 14 Cidadania Moral e Ética O que é lazer? Lazer é o conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode se entregar de livre vontade, seja para repousar, seja para se divertir, recrear e se entreter ou ainda para desenvolver sua formação desinteressadamente, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora. O lazer pode ser realizado individual ou coletivamen- te. Certamente, os momentos vividos devem ser apro- veitados ao máximo com responsabilidade e respeito ao próximo. De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, as crianças têm o direito de brincar e se de- dicar às atividades recreativas. No entanto, apesar de terem esse direito assegurado pelo documento citado, são poucas as crianças que conseguem usufruir de mo- mentos de lazer e diversão. Devido aos altos índices de violência registrados no País, as brincadeiras de rua estão se tornando cada vez mais escassas. Para proteger os filhos, os pais optam É de conhecimento notório que o bullying é a falta de tolerância e respeito pelo próxi- mo. Esse tolhimento das escolhas e opções realizadas pelos sujeitos ocorre numa socie- dade que deve ser plural, com opções que devem ser respeitadas. O filme Billy Elliot pode contribuir para aprofundar questionamentos que possam desvendar certos preconceitos. O filme narra a história de um garoto de 11 anos, Billy Elliot, de família humilde, obrigado pelo pai a treinar boxe. No entanto, Billy fica fascinado com a magia do balé, com o qual tem contato por meio das aulas de dança clássica que são realizadas na mesma academia onde pratica boxe. O grande dilema de Billy, então, será enfrentar o preconceito da sua família e da sociedade para realizar o seu sonho: ser bailarino. Após assistir ao filme, reflita sobre as questões abaixo: • Por que, na nossa sociedade, os meninos têm que gostar de boxe, e não de balé? • Por que, na educação dos meninos, é comum muitos adultos incentivarem a agres- sividade em vez da sensibilidade, como se faz com as meninas? Depois de tudo o que você estudou sobre o bullying, anote a seguir alguns tó- picos e discuta com seus colegas e seu professor para criar uma campanha com o tema: Respeito às diferenças, bullying não! Para refletir Yongkiet Jitwattanatam/Shutterstock.com Cidadania Moral e Ética I 6o ano14 BOOK_CMeE_6A_2017 14 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 14 05/01/17 17:46 Happy Feet Diretor: George Miller O dom de cantar é o que se es- pera de todo pinguim que acaba de chegar ao mundo. Mano, no entan- to, é diferente. Nascido com os pés agitados, seu talento é dançar e sair sapateando por todo lugar. A excen- tricidade do filhote não abala a mãe, mas o pai do pequeno animal está definitivamente decepcionado com o filho. O tempo passa e ele cresce sem se encaixar em nenhum grupo de amigos e nem conquistar sua ama- da, Gloria, afinal não tem uma voz afinada. Isolado dos outros animais da sua idade, Mano encontra alento quando conhece um grupo de quatro pinguins latinos que têm outro estilo de vida. Amoroso e sua animadíssima turma propõem ao novo amigo uma incrível aventura: capturar os aliens que estão roubando os peixes do lo- cal em que vivem. A partir daí, muitas situações emocionantes desafiam es- tes audaciosos jovens. Sugestão de Filme Anotações 15Manual do Educador – 6o ano 2. Após encontrar as palavras do quadro, discuta com seus colegas: a. Qual é a importância do lazer na vida da criança e quais são as implicações dele para uma vida saudável? b. A ausência do lazer pode ser utilizada para justificar o trabalho infantil? Explique. Questão de ética? pela segurança das brincadeiras que podem ser reali- zadas dentro de suas residências. E, dentro de casa, as opções de divertimento são praticamente restritas à TV, à Internet e aos jogos eletrônicos. É importante lembrar que, para ter um bom desen- volvimento, as crianças precisam compartilhar vivências com outras crianças e com os próprios pais. É neces- sário reservar um espaço de lazer para que elas extra- vasem suas emoções e relaxem. A falta desse momento pode gerar consequências indesejadas, como proble- mas comportamentais e dificuldade de expressão. As- sim, concluímos que o lazer é fundamental para um cres- cimento saudável. 1. Encontre, no quadro abaixo, as palavras lazer, repouso, diversão, recreio e entretenimento. L N H G B T S V D B F G J K A V B G S H D U J R E V J N Z K F L O S B D G F V K B Y E R A J K N H D B F G E B R R E P O U S O B C N H D C E L C B G J C N V H D T Y Ç C O D P A N S H D B F J U C R P E C D I V E R S Ã O H W E P W A N C H D B C J K R X I L O N H C B X V F D T W P O E N T R E T E N I M E N T O Dreams Come True/Shutterstock.com Cidadania Moral e Ética I 6o ano 15 BOOK_CMeE_6A_2017 15 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 15 05/01/17 17:46 Ca pí tu lo1 Ética Lazer Nas reivindicações das associações de moradores, nos luminosos das lo- jas, nos anúncios de imobiliárias, nas propostas dos candidatos a cargos públicos, nos títulos de revistas, nas seções dos jornais e em muitas outras situações da vida cotidiana, a palavra lazer vem aparecendo com uma fre- quência cada vez maior, que não se verificava até bem pouco tempo atrás, pelo menos não com tanto destaque. Isso faz com que seja quase inevitável, quando se aborda de maneira especí- fica a temática do lazer, começar des- tacando os vários entendimentos que a palavra comporta na nossa socieda- de. Além disso, não se pode deixar de considerar que se trata de um termo carregado de preconceitos motivados por um pretenso caráter supérfluo dessas atividades, contrapondo-se à nossa situação socioeconômica, e pela sua utilização como instrumento ideo- lógico, contribuindo para o mascara- mento das condições de dominação nas relações de classes. Com relação à utilização da palavra lazer, o que se verifica, com maior fre- quência, é a simplesassociação com ex- periências individuais vivenciadas dentro de um contexto mais abrangente que caracteriza a sociedade de consumo, o que, muitas vezes, implica a redução do conceito a visões parciais, restritas aos conteúdos de determinadas atividades. Dessa forma, para algumas pessoas, la- zer é futebol, para outras é pescaria ou jardinagem, etc. O uso indiscriminado e impreciso da palavra, englobando con- ceitos diferentes e até mesmo conflitan- tes, fundamenta a necessidade de tentar precisá-lo com a finalidade de orientar discussões que contribuam para o seu entendimento e significado na vida co- tidiana de todos nós. Apenas pelo exemplo citado, perce- be-se que o entendimento do lazer não pode ser estabelecido somente a partir do conteúdo da ação, ou pelo menos Fundamentação que ele não constitui condição suficien- te para a conceituação. Se para algumas pessoas o futebol, a pescaria, a jardina- gem constituem atividades de lazer, cer- tamente isso não se verifica, em todas as oportunidades, para o jogador profissio- nal, o pescador que depende da sua pro- dução ou para o jardineiro. Além disso, aquilo que pode ser altamente atraente e prazeroso para determinada pessoa não raro significa tédio ou desconforto para outro indivíduo. Assim, as circuns- tâncias que cercam o desenvolvimento dos vários conteúdos são básicas para a concretização das atividades. Disponível em: http://www.cedes.ufsc.br:8080/xmlui/ bitstream/handle/123456789/370/CADERNO%20 INTERATIVO%204.pdf?sequence=1. Adaptado. Disponível em: 27/05/2014. 16 Cidadania Moral e Ética 3. Baseado no que você leu e no seu conhecimento de mundo, o que você entende por lazer? Resposta pessoal 4. Forme grupos em sala de aula para discutirem o que cada membro do grupo gosta de fazer: a. Sozinho: Resposta pessoal b. Acompanhado dos seus amigos: Resposta pessoal 5. Ainda em grupo, faça uma pesquisa em jornais, revistas e na Internet, apresentando, a partir de imagens e manchetes, a relação entre lazer e status (condição social). Peça ajuda ao professor para montar um mural para todos da escola apreciarem a construção estética de cada grupo. Resposta pessoal 6. Pense nos seus brinquedos e responda: por que você os considera ideais ou bons para o seu lazer? Resposta pessoal 7. Reflita e responda: a. Quais os possíveis benefícios da atividade de lazer para o bem-estar? Sugestão de resposta: O lazer proporciona descanso e descontração, tornando a vida mais saudável e prazerosa. Cidadania Moral e Ética I 6o ano16 BOOK_CMeE_6A_2017 16 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 16 05/01/17 17:46 Fundamentação Significados de lazer Grande parte da população ainda as- socia o lazer às atividades recreativas ou aos eventos de massa, talvez pelo fato de que a palavra tenha sido larga- mente utilizada nas promoções de insti- tuições com atuação dirigida ao grande público. Essa tendência é reforçada pe- los meios de comunicação que divulgam as atividades de lazer sob verbetes consa- grados, como teatro, cinema, exposições, esportes, turismo, etc. Tudo isso contribui para que se acabe tendo uma visão par- cial e limitada das atividades de lazer, res- tringindo o seu âmbito e dificultando o seu entendimento. Os conteúdos do lazer podem ser os mais variados, e, para que uma ativida- de possa ser entendida como lazer, é necessário se atender a alguns valores ligados aos aspectos tempo/espaço e atividade. Não há dúvidas de que o descanso e o divertimento são possibilidades aber- tas nas atividades de lazer. No entanto, além do descanso e do divertimento, outra possibilidade ocorre no lazer e, normalmente, não é tão perceptível. Trata-se do desenvolvimento pessoal e social que o lazer enseja. Deve-se levar em conta, ainda, que o conteúdo das atividades de lazer pode ser altamente educativo e, dessa forma, pode propor- cionar possibilidades pedagógicas mui- to grandes, uma vez que o componente lúdico do jogo, do brinquedo, do faz de conta, que pode permear o lazer, é uma espécie de denúncia da realidade, dei- xando clara a contradição entre obriga- ção e prazer. A possibilidade de escolha das ati- vidades e o caráter desinteressado de sua prática são características básicas do lazer. No entanto, o que se observa, muitas vezes, são práticas compulsivas, ditadas por modismos ou denotadoras de produtividade. Não é possível se entender o lazer isoladamente, sem relação com as ou- tras esferas da vida social. Não enten- der esse processo pode levar a equívo- cos que são muito comuns. Um deles manifesta-se na valorização unilateral das atividades de lazer, que não leva em conta uma série de riscos, como as pos- sibilidades de sua utilização como fuga, fonte de alienação e simples consumo. Creio que considerar apenas uma es- fera da atividade humana é entender o homem de maneira parcial. E muitos autores, fascinados pelas possibilidades abertas pelo progresso tecnológico, liberando tempo das obrigações pro- fissionais, passaram, em uma atitude radicalmente oposta à mitificação do trabalho, a propor o elogio do lazer, ou do ócio criativo, como finalidade de existência e ideal de felicidade. Dessa forma, todos os problemas pessoais e sociais estariam resolvidos, em um pas- 17Manual do Educador – 6o ano b. O que ocorre se o lazer se torna sempre a finalidade de nossas ações? Sugestão de resposta: Outros aspectos importantes da vida, como os estudos e o trabalho, serão comprometidos. 8. Faça uma pesquisa com seus familiares e descubra as atividades que eles mais gostam de realizar nos momentos de lazer e com que frequência as realizam. Em seguida, preencha o quadro abaixo: 9. Quando você está entediado das mesmas brincadeiras, quando elas não têm mais graça, o que você faz? Vamos inventar um pouco?! Forme grupos na sala de aula, sob orientação do seu professor, e elabore brincadeiras preenchendo a tabela abaixo. Depois, socialize com os demais alunos suas brincadeiras novas e brinque. Nome Atividade Frequência Resposta pessoal Tabela de brincadeiras Nome Objetivo Participantes Tempo Material Regras Cidadania Moral e Ética I 6o ano 17 BOOK_CMeE_6A_2017 17 15/12/16 16:14 ME_CMeE_6A_2017.indb 17 05/01/17 17:46 Ca pí tu lo1 Ética se de mágica, ou, pelo menos, com- pensados pelas possibilidades ofere- cidas pelo lazer. O sentido da vida não pode ser buscado, como muitas vezes somos forçados a crer, apenas em um fim de semana ou em uma viagem, embora essas ocasiões possam ser conside- radas como possibilidades de felici- dade e formas de resistência para o dia a dia. A admissão da importância do lazer na vida moderna significa considerá-lo um tempo/espaço privi- legiado para a vivência de valores que contribuam para mudanças de ordem moral e cultural. Mudanças necessá- rias para a implantação de uma nova ordem social. Os movimentos eco- lógicos, de jovens, de mulheres, etc. têm alicerçado muitos dos seus valo- res na vivência e na reivindicação pela vivência do tempo/espaço de lazer. O lazer não pode ser considerado como simples assimilador de ten- sões ou alguma coisa boa que ajude a conviver com as injustiças sociais. Por isso, é importante registrar a opi- nião de alguns autores, entre os que se dedicam aos estudos do lazer, que observam a ocorrência, na nossa so- ciedade, não do lazer, mas do antila- zer, ou o lazer-mercadoria, sua pró- pria negação. Disponível em: http://www.cedes.ufsc.br:8080/xmlui/ bitstream/handle/123456789/370/CADERNO%20 INTERATIVO%204.pdf?sequence=1. Adaptado. Disponível em: 27/05/2014. Sempre que puder ressalte que é da natureza das palavras ter diversos sentidos conforme o uso — o chama- do caráter polissêmico das palavras. É importante que os alunos não
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