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GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Cervicites e Uretrites • O colo do útero é revestido pelos epitélios escamoso (ecto) e colunar (endo) • Ectopia é um processo fisiológico frequente na menacme, caraterizado pela presença de epitélio glandular na ectocervice → expõe o epitélio colunar ao meio vaginal o Favorece o acesso aos vasos sanguíneos e linfáticos, diminuindo barreiras contra infecções e favorecendo a aquisição de ISTs • Cervicite → inflamação da mucosa endocervical, geralmente de causa infecciosa (gonocócicas/n gono o Outras bactérias, Trichomonas, Mycoplasma, Ureaplasma e HSV vem aumentando a incidência o Maioria dos casos são assintomáticos → dificulta diagnosticos e favorece as complicações como endometrite, DIP, risco de HIV, câncer cervical... • Uretrites são ISTs caracterizadas por inflamação da uretra acompanhada de corrimento, com características muito semelhantes aos das cervicite • Principais FR → jovem, baixo nível socioec., múltiplas parcerias/nova, IST, uso irregular de preservativos. • Principais microrganismos associados as uretrites são N. gonorrhoeae e C. trachomatis o T. vaginalis, U. urealyticum, enterobactérias, M. genitalium, HSV e infecções não sexualmente transmissíveis como adenovírus e Candida spp. são menos frequentes • Na maioria, os patógenos causadores podem ser transmitidos por relação sexual vaginal, anal e oral. • Cervicites são frequentemente assintomáticas, em torno de 70% a 80% • As principais queixas são corrimento vaginal, sangramento intermenstrual, dispareunia e disúria o Podendo haver dor à mobilização do colo uterino, material mucopurulento no orifício externo e sangramento ao toque da espátula ou swab • As uretrites também podem ser assintomáticas ou com corrimento uretral com aspecto que varia de mucoide a purulento, e volume variável o Associado a dor uretral (independentemente da micção), disúria, estrangúria (micção lenta e dolorosa), prurido uretral e eritema de meato uretral. • No manejo dessas doenças após analise da queixa, com anamnese e exame físico detalhados o Se labs disponíveis → coleta de material para gram/PCR para identificação do patógeno o Caso não disponível, se trata para clamídia e gonorreia Chlamydia trachomatis (ct) • Bactéria Gram-negativa, intracelular obrigatória • É a mais comum IST bacteriana no mundo → a mais frequente na população feminina, com alto grau de morbidade e potencial de complicação • É assintomática em 70% → manifestações clínicas discretas e frequentemente passam despercebidas. ❖ No QC → colo edemaciado (volume aumentado), hiperemiado, com mucorreia (eventualmente purulenta), friável (sangra fácil ao toque); acentuação do ectrópio (mácula rubra) o Além de dor no ato sexual e à mobilização do colo uterino ao exame ginecológico ❖ Tratamento → MS → azitromicina 500mg 2cp VO dose única OU doxiciclina 100mg VO 2x/dia/7d OU amoxicilina 500 mg VO 3x/dia/7d o Em gestantes → azitromicina 1g VO dose única OU eritromicina 500mg VO 6/6h por 7d OU amoxicilina 500 mg VO de 8/8h por sete dias GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Gonorreia • Problema de saúde publica, sempre IST • 20-30% dos homens adquirem após única exposição → 60-90% das mulheres o Mais de 60% dos pctes te entre 15-24 anos • Neisseria gonorrhoeae é um diplococo gram negativo, não flagelado, encapsulado, anaeróbio facultativo • Possui diversos fatores de virulência, entre eles as fibras de adesão e formação de poros • Além disso, não é degradada totalmente pelas células de defesa e desencadeia intensa resposta inflamat. o Se multiplica em seus interiores, rompendo suas membranas → consequentemente libera mais bactérias, chama mais células de defesa e forma massa purulenta repleta de células imunológicas ▪ Por isso, o QC é mais exuberante e sintomático • Período de incubação de 3-10 dias → sintomas cedo pós contágio Manifestações Clinicas • Mulheres assintomáticas em 60-80% dos casos → perigoso pois pode evoluir e ser muito perigosa • Secreção cervical e/ou uretral purulenta → leucorreia abundante, branca e leitosa o Sangramento endocervical facilmente induzido pela passagem suave do cotonete ou escovinha através do orifício endocervical o Colo edemaciado e com maior volume, ficando com aspecto congesto • Disuria, sangramento intermenstrual • Pode causar bartholinite e skenite por obstrução dessas glândulas • Dor abdominal e pélvica • Complicações → infecção ascendente → alterações tubarias, risco de gravidez ectópica Diagnostico • Bacterioscopia de secreção ureteral ou vaginal/endocervical • Coloração de gram → células imunológicas, com as bactérias no citoplasma delas • PCR seria o melhor, mas caro e demorado • Na pratica, diagnostico é clinico Tratamento • Se trata considerando coinfecção com clamídia • Ciprofloxacino 500mg VO DU + azitromicina 1g VO DU o Ceftriaxona 500 mg IM dose única + azitromicina 1 g VO dose única o Gestantes → eritromicina 500 mg VO 6/6h por 10 d OU ampicilina 3,5g DU VO • Tratar parceiro Mycoplasma e ureaplasma • Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma hominis são micoplasmas genitais patogênicos, considerados germes oportunistas, por causarem infecção em populações suscetíveis • Estão associados a infecções urogenitais em humanos e infecções respiratórias/sistêmicas em neonatos • Encontrados em até 8% e 41% em mulheres assintomáticas sexualmente ativas → relacionados à atividade sexual e aos hormônios sexuais • Causam principalmente, dispareunia, disuria, polaciuria, infecção urinaria e genital o Corrimento vaginal inacaracteristico • EF → secreção uretral purulenta, com graus variados de cervicite Tratamento → doxiciclina 100 mg 2x/dia/7d OU tetraciclina 500mg 4x/dia/7d OU eritromicina/levofloxacino/azitromicina GINECOLOGIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Hsv e cmv • Os HSV tipo 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) podem provocar lesões em qualquer parte do corpo, mas há predomínio do tipo 2 nas lesões genitais e tipo 1 nas periorais • Nas cervicite, costumam ser assintomáticos ou oligossintomaticos • Após a infecção genital primária por HSV-2 ou HSV-1, respectivamente, 90% e 60% desenvolvem novos episódios após um ano, por reativação dos vírus o O quadro clínico das recorrências é menos intenso na primeira infecção, apresentando sintomas como prurido, mialgias, além da sensibilidade no local • Infecção por CMV diagnosticada histologicamente do colo do útero é rara, sendo significativamente mais observado em pacientes com HIV positivo. LITERATURA: - Tratado de Ginecologia da FEBRASGO - MEDCEL - Ministerio da Saude
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