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Corrimento Vaginal

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1 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
 TUTORIA PROLIFERAÇÃO – PROBLEMA 1 
 Problema 1 
CORRIMENTO VAGINAL 
Doenças que causam corrimento uretral: 
Dentre essas doenças, duas delas causam, 
principalmente cervicite e uretrite que são 
a clamídia e gonorreia. 
CLAMÍDIA 
Agente: Chlamydia tracomatis, gram 
negativa intracelular obrigatória 
Epidemiologia: Acomete 
preferencialmente homens e mulheres 
jovens com menos de 25 anos. É a infecção 
bacteriana sexualmente transmissível 
crônica mais frequente. 
Manifestações clínicas: O período de 
incubação dura de 6 a 14 dias. É comum 
apresentarem queixa de dispareunia e dor 
à mobilização de colo uterino ao exame 
especular. Cerca de 70% dos pacientes são 
assintomáticos, proporcionando assim um 
reservatório permanente da infecção. 
As sequelas mais importantes da clamídia 
nas mulheres são: esterilidade, gravidez 
ectópica, dor pélvica crônica. 
Diagnóstico: Clínico, através das 
manifestações. E laboratorial: 
 Através da pesquisa de DNA (PCR) 
 Captura híbrida 
 Teste rápido por PCR real time 
 Secreção uretral 
 Secreção endocervical 
 Exame de urina de (primeiro jato) 
Tratamento: 
 
 
O controle de cura é indicado apenas para 
gestantes, sendo realizado após 3 
semanas do fim do tratamento e em 
pacientes com permanência dos sintomas. 
 
2 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
GONORREIA 
Agente: Neisseria gonorrhoeae, diplococo 
gram negativo. 
Epidemiologia: Acomete mais mulheres do 
que homens, já que nelas geralmente 
ocorre de forma assintomática, enquanto 
neles, por serem sintomáticos, procuram 
assistência médica de forma imediata. 
O rastreamento anual de rotina está 
indicado para mulheres com vida sexual 
ativa com menos de 25 anos ou pacientes 
com alto risco para infecção (parceiro 
recente, múltiplos parceiros ou parceiro 
com uretrite) e casos de diagnóstico de IST 
prévia ou recente. 
Manifestações clínicas: Período de 
incubação de 2 a 5 dias. Cerca de 50% das 
pacientes são assintomáticas. 
Diagnóstico: Clínico e laboratorial. 
A bacterioscopia-gram com presença de 
diplococos gram negativos intracelulares 
é diagnostico de gonorreia. Caso negativa, 
não exclui a infecção, já que a 
sensibilidade é de 30%. 
A cultura de secreção endocervical em 
meio de Thayner-Martin é uma alternativa 
ou por biologia molecular (PCR). 
Tratamento: 
 
Recomenda-se sempre associar 
tratamento para clamídia. 
 A dose de ceftriaxone varia de 
250mg1,28 a 500mg4 
 
 Alguns países, como os EUA, e alguns 
estados no Brasil (RJ, MG e SP) já 
identificaram bactérias resistentes à 
ciprofloxacina, devendo-se, portanto, 
ser evitado seu uso nessas regiões. 
 
 Na terapia dual, a azitromicina deve 
sempre ser associada a um dos 3 
esquemas anteriores, mesmo em 
casos de teste para clamídia negativo, 
para evitar uma possível resistência 
bacteriana a quinolonas e para evitar 
prevenção futura de resistência às 
cefalosporinas. 
MICOPLASMA 
Agentes: Mycoplasma pneumoniae; 
Mycoplasma hominis, Ureaplasma 
urealyticum e Mycoplasma genitalium. 
Epidemiologia: O M. hominis faz parte da 
flora vaginal e uretral de cerca de 20 a 50% 
de homens e mulheres sexualmente 
ativos, sendo que esse percentual 
aumenta na puberdade e à medida que se 
estabelecem relações com mais 
parceiros. 
As mulheres são mais susceptíveis à 
colonização, enquanto os homens são, 
geralmente, assintomáticos. 
Atualmente, o M. genitalium tem se 
mostrado o mais importante causador de 
uretrites não gonocócicas e não 
clamídicas em homens e responsável por 1 
a 6% das infecções em mulheres. 
 
3 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
Nessas, está associado a cervicite, 
endometrite, infertilidade, aumento de 
susceptibilidade de contrair HIV e 
desfechos perinatais negativos. 
Manifestações clínicas: Cerca de 50% das 
mulheres são assintomáticas. Quando 
sintomáticas, apresentam sinurragia, 
cervicite, sangramentos de escape e 
endometrite. Pode apresentar febre ou 
pielonefrite após cateterismo uretral ou 
citoscopia. 
Diagnóstico: No diagnóstico clínico, os 
pacientes apresentam sintomas 
inespecíficos, como febre insidiosa ou 
persistentes após procedimentos 
genitourinários ou após tratamento para 
DIP com foco em clamídia e gonorreia, sem 
resposta completa. 
O diagnóstico laboratorial é mais 
específico, por meio de PCR para 
Mycoplasma hominis e para Ureaplasma 
em material de secreção endocervical, 
uretral ou urina. A PCR para M. genitalium 
já está disponível. 
Tratamento: 
 
MANEJO DE CORRIMENTO URETRAL 
Anamnese e exame físico  Corrimento 
uretral confirmado  Presença de 
laboratório? 
NÃO  Tratar clamídia e gonococo 
SIM  Coleta de material para 
microscopia (gram), cultura para 
gonococo e/ou biologia molecular para 
clamídia, se disponível.  Presença de 
diplococos negativos intracelulares? 
SIM  Tratar clamídia e gonococo 
NÃO  Tratar clamídia 
Sinais e sintomas persistem após 7 dias? 
NÃO  Alta 
SIM  Tratar para Trichomonas vaginalis, 
Mycoplasma genitalium e Ureaplasma 
urealyticum 
Sinais e sintomas persistem após 14 dias? 
NÃO  Alta SIM  
 Informação/Educação em saúde; 
 Oferta de preservativos e gel 
lubrificante 
 Oferta de testes para HIV e demais 
IST (sífilis, hepatite B, gonorreia e 
clamídia), quando disponíveis; 
 Ênfase na adesão ao tratamento 
 Vacinação para HBV e HPV. 
 Oferta de profilaxia pós-exposição 
para o HIV, quando indicado 
 Oferta de profilaxia pós-exposição 
às IST em violência sexual 
 Notificação do caso, conforme 
estabelecido 
 Comunicação, diagnóstico e 
tratamento das parcerias sexuais 
(mesmo que assintomáticas) 
 
4 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
Doenças que causam corrimento vaginal: 
TRICOMONÍASE 
Agente: Trichomonas vaginalis, 
protozoário flagelado anaeróbico 
falcultativo. 
Epidemiologia: Corresponde a 20% dos 
casos de corrimento vaginal. É encontrada 
em 30 a 40% dos parceiros de mulheres 
infectadas. Geralmente está associada a 
outra IST e facilita a infecção por HIV. Está 
relacionada a atividade sexual 
desprotegida, não estando ligada a outros 
fatores. 
Manifestações clínicas: Na maioria dos 
casos a mulher é sintomática, porém após 
a menopausa podem se tornar 
assintomáticas. Já os homens são na 
maioria dos casos assintomáticos, 
funcionando como vetores, mas podem 
também desenvolver quadro de uretrite 
não gonocócica, epididimite ou prostatite. 
As características do corrimento são: 
amarelo ou amarelo-esverdeado, 
abundante, fétido e bolhoso. O pH vaginal, 
normalmente, é maior que 5. Eritema 
vulvar e escoriações não são comuns, mas 
sim ardência, edema e hiperemia. 
Ocasionalmente pode ocorrer disúria, 
polaciúria e dor pélvica. Na colposcopia, ou 
raramente a olho nu, é visualizada a 
colpite focal ou difusa em “colo de 
framboesa”, característica da 
tricomoníase e ocorre por dilatação 
capilar e hemorragias puntiformes. 
Diagnóstico: Clínico. Pode-se realizar 
medida do pH vaginal, teste de Whiff e 
microscopia a fresco do fluido vaginal. 
O pH vaginal, normalmente, é igual ou 
superior a 5. Pacientes que não tiveram 
diagnóstico confirmado por microscopia 
podem realizar Teste de Amplificação do 
Ácido Nucleico (NAAT), o exame mais 
sensível e específico disponível. 
Tratamento: É feito de forma sistêmica, 
com Metronidazol 2g, via oral (VO), dose 
única e Tinidazol 2g, VO, dose única. Como 
alternativa, Metronidazol 500mg, VO, 
12/12h, por 7 dias. O tratamento do parceiro 
ocorre da mesma forma e abstinência 
sexual durante o tratamento é obrigatório. 
VAGINOSE BACTERIANA 
A vaginose bacteriana é uma infeção 
endógena e é a causa mais comum de 
corrimento vaginal e mau cheiro.É uma síndrome polimicrobiana 
caracterizada pelo desequilíbrio da 
microbiota vaginal normal, com intensa 
redução dos lactobacilos acidófilos 
(normais na microbiota vaginal) e aumento 
expressivo de bactérias anaeróbias como 
Prevotella sp., Mobiluncus sp., G. vaginalis 
(mais frequente), Ureaplasma, 
Micoplasma e outros. 
Emprega-se o termo vaginose (em vez de 
vaginite) devido à discreta resposta 
inflamatória com ausência marcante de 
leucócitos (número pequeno ou 
inexistente). 
A maior parte das mulheres pode ser 
assintomática, mas a sintomatologia pode 
ser bastante incômoda, devido ao odor 
desagradável. 
São fatores de risco para a vaginose: 
multiplicidade de parceiros, novo parceiro, 
ducha vaginal, coito sem uso de 
 
5 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
preservativo, escassez de lactobacilos, 
sexo oral, raça negra, tabagismo, sexo 
durante a menstruação, dispositivo 
intrauterino e relação sexual em idade 
precoce. Métodos de barreira e 
anticoncepcionais orais são fatores 
protetores 
Observa-se uma redução acentuada dos 
lactobacilos produtores de peróxido de 
hidrogênio (água oxigenada) nas mulheres 
com vaginose bacteriana. 
O peróxido de hidrogênio reage com o 
cloro presente no muco cervical, 
produzindo uma defesa antibacteriana 
inespecífica. 
Sem lactobacilos, o pH de 4-4,5 aumenta a 
G. vaginalis, que produz ácidos orgânicos 
necessários à proliferação da microbiota 
anaeróbia e, consequentemente, um 
aumento na produção de aminas derivadas 
do metabolismo bacteriano. 
Quando ocorre aumento do pH vaginal, as 
aminas são volatilizadas e produzem um 
odor fétido característico. 
RESUMINDO  Sem lactobacilos, o pH 
aumenta e a Gardnerella vaginalis produz 
aminoácidos, os quais são quebrados 
pelas bactérias anaeróbicas da VB em 
aminas voláteis (putrescina e cadaverina), 
levando ao odor desagradável, 
particularmente após o coito e a 
menstruação (que alcalinizam o conteúdo 
vaginal), o que constitui a queixa principal 
da paciente. 
Sinais e sintomas: Observamos 
corrimento branco-acinzentado cremoso 
ou bolhoso, com odor fétido (“cheiro de 
pescado”), principalmente após o coito e 
pós menstrual, aderente às paredes 
vaginais. 
Menos frequentemente, há dispareunia. 
Não se observam alterações no colo 
uterino, nas paredes vaginais ou na 
genitália externa. 
Diagnóstico: O diagnóstico é realizado 
pelos “critérios de Amsel” ou pela 
microscopia com a coloração de Gram, 
considerada o padrão ouro. A VB é 
diagnosticada quando há 3 dos 4 critérios 
de Amsel (acurácia > 90%) ou apenas os 2 
últimos. Os critérios são: 
• 1 – Corrimento: Abundante, homogêneo, 
branco-acinzentado, cremoso, pouco 
bolhoso, aderente à vagina. 
• 2 – Microscopia (Bacterioscopia): 
Células-chave (células indicadoras ou 
“clue cells”) é o Sinal de Gardner. Positivo 
quando houver “clue-cells” em mais de 
20% das células epiteliais, e ausência de 
lactobacilos à microscopia. 
• 3 – pH vaginal: Maior que 4,5. 
Determinando com papel de pH no fluido 
vaginal. 
• 4 – Teste das aminas (“Teste do cheiro”): 
Positivo quando houver odor fétido antes 
ou após a adição de KOH (“Whiff-test” 
positivo). Pela importância, a presença de 
odor fétido e “clue-cells” fecha o 
diagnóstico. 
O escore de Nugent é o sistema para 
diagnosticar VB utilizando a microscopia 
corada com Gram, utilizado mais em 
pesquisa do que na prática clínica. 
 
 
6 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
A pontuação é calculada avaliando-se a 
predominância de 3 tipos de morfologia e 
coloração bacterianas: grandes 
bastonetes gram-positivos (Lactobacillus 
spp.); pequenos bastonetes com resultado 
variável pelo Gram (G. vaginalis ou 
Bacteroides spp.); e bastonetes curvos de 
Gram variável (Mobiluncus spp.). 
Pontuações entre 7 e 10 são consistentes 
com VB. 
Tratamento: 
CANDIDÍASE 
A candidíase vulvovaginal (CVV) é uma 
infecção endógena do trato reprodutivo e é 
a 2ª causa mais frequente de vulvovaginite 
no menacme. 
É causada principalmente pela Candida 
albicans (80 a 90% dos casos) e 
ocasionalmente por outras espécies “não 
albicans”, como a C. glabrata e a C. 
tropicalis. 
A cândida é um fungo comensal da mucosa 
vaginal e digestiva e estima-se que 75% 
das mulheres têm ao menos 1 episódio de 
candidíase na vida. 
A incidência aumenta após a menarca, 
com pico entre 30 e 40 anos. Não é 
considerada doença sexualmente 
transmissível, mas também pode ser 
transmitida por esta via. 
Dentre os fatores de risco, estão: estados 
hiperestrogênicos, diabetes mellitus, 
imunossupressão por medicamentos ou 
doenças de base, gravidez, uso de 
tamoxifeno, uso de antibióticos, assim 
como hábitos alimentares e de 
vestimentas propícios ao crescimento 
contínuo dos fungos, e várias 
automedicações prévias inapropriadas. 
A CVV pode ser classificada como não 
complicada e complicada. As complicadas 
não respondem aos azóis em curto prazo, 
consistindo em 10% das CVV. A recorrência 
é definida como 4 ou mais episódios 
sintomáticos em 1 ano. 
 
Sinais e Sintomas: 
As pacientes podem apresentar sinais e 
sintomas leves a intensos, como prurido, 
ardência, corrimento (geralmente 
grumoso, sem odor), dispareunia, disúria 
externa, edema, eritema, fissuras, 
maceração, escoriações, placas aderidas 
à parede vaginal e colo uterino de cor 
branca. 
Entretanto, nenhum desses achados é 
específico. Deve-se sempre tentar 
confirmação microbiológica (exame a 
fresco e/ou citologia), no entanto o 
simples achado microbiológico positivo na 
paciente assintomática (candidose) não 
deve ser tratado. 
 
 
7 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
A cultura não é recomendada como rotina, 
apenas em casos recorrentes, em que o 
tratamento empírico tenha fracassado ou 
quando há evidência de infecção, mesmo 
na ausência de leveduras microscópicas. 
• Exame a fresco do conteúdo vaginal com 
hidróxido de potássio a 10%: permite a 
identificação da levedura ou hifa (a C. 
albicans é dimórfica); 
• pH vaginal: valor menor que 4,5 sugere 
CVV; 
• Citologia vaginal: Gram, Papanicolau, 
Giemsa ou Azul de Cresil; 
• Culturas específicas (Sabouraud, 
Nickerson): Swab do fórnice anterior. 
Tratamento: 
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO (GERAL) 
A avaliação clínica das mulheres com 
queixa de corrimento genital consiste de 
anamnese, exame físico geral e 
ginecológico. 
Na anamnese, deve-se estudar o início e a 
evolução do quadro, a relação ou não com 
a atividade sexual, particularmente as 
mais recentes; e averiguar os hábitos 
sexuais e de higiene, os antecedentes 
mórbidos pessoais e também dos 
parceiros, o estilo de vida, o uso de drogas 
e os métodos contraceptivos. 
Outras informações também importantes 
são grupo etário e manifestações clínicas 
associadas tanto nos órgãos genitais 
como nos extragenitais. 
O exame físico geral deve buscar 
alterações sugestivas de afecções mais 
sérias, por exemplo, sinais de sífilis 
secundária, condições gerais de saúde que 
podem sugerir a síndrome da 
imunodeficiência adquirida e outras. 
O exame dos genitais externos e internos 
deve buscar lesões vegetantes, úlceras, 
escoriações, cistos, a presença de 
secreção vaginal e suas características 
por meio do exame especular, o aspecto do 
colo do útero, das paredes vaginais, assim 
como do muco cervical. 
O exame dos órgãos genitais internos 
através do toque é da maior relevância, 
pois determinados corrimentos genitais 
têm origem na endocérvice, no útero e nas 
tubas, sendo o diagnóstico firmado nesta 
etapa. 
Os exames mais utilizados para o 
diagnóstico das infecções vaginais são: 
• pH vaginal: normalmente é < 4,5, sendo os 
Lactobacillus spp. predominantes na flora 
vaginal. Esse método utiliza fita de pH na 
parede lateral vaginal, comparando a cor 
resultante do contatodo fluido vaginal com 
o padrão da fita. 
Seguem os valores e as infecções 
correspondentes: 
 pH > 4,5: vaginose bacteriana ou 
tricomoníase 
 pH < 4,5: candidíase vulvovaginal 
 
8 Louhainy Isabelle Rezende Miranda I Turma TXXIV I 2021.1 
• Teste de Whiff (teste das aminas ou “do 
cheiro”): coloca-se uma gota de KOH a 
10% sobre o conteúdo vaginal depositado 
numa lâmina de vidro. Se houver “odor de 
peixe”, é considerado positivo e 
sugestivo de vaginose bacteriana. 
• Exame a fresco: em lâmina de vidro, 
faz-se um esfregaço com amostra de 
material vaginal e uma gota de salina, 
cobrindo-se a preparação com lamínula. 
O preparado é examinado sob objetiva 
com aumento de 400x, observando-se a 
presença de leucócitos 
(presentes na candidíase e 
na tricomoníase), células 
parabasais, Trichomonas sp. 
móveis, leveduras e/ou 
pseudo-hifas. 
• Bacterioscopia por 
coloração de Gram: a 
presença de clue cells, 
células epiteliais escamosas 
de aspecto granular 
pontilhado e bordas 
indefinidas cobertas por pequenos e 
numerosos cocobacilos, é típica de 
vaginose bacteriana.

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