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Tríduo do(a) padroeiro(a) - José Carlos Pereira

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2
Sumário
CAPA
ROSTO
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 - ORIENTAÇÕES PRELIMINARES
1. Justificativas e sugestões sobre o tema de cada dia do tríduo
1.1 Primeiro dia: A vida da Igreja
1.2 Segundo dia: A vida do(a) santo(a) padroeiro(a) da paróquia e/ou
comunidade
1.3 Terceiro dia: A vida da Comunidade
2. Ambientação do tríduo
2.1 O espaço da celebração
2.2 Que símbolos colocar nesse espaço
2.3 Como disponibilizar os símbolos no espaço
d) Os gestos e posturas
Capítulo 2 - PRIMEIRO DIA (VER): A VIDA DA IGREJA
1. Objetos e símbolos a serem providenciados para o primeiro dia do tríduo
1.1 Espaço da celebração
1.2 A acolhida
1.3 Momento penitencial
1.4 Recordação da vida
1.5 Momento de louvor
1.6 Liturgia da Palavra
1.7 Profissão de Fé
1.8 Preces
1.9 Ofertório
1.10 Pai-nosso
1.11 Comunhão
1.12 Ação de graças
1.13 Ritos finais
Capítulo 3 - SEGUNDO DIA (JULGAR): - A VIDA DO(A)
PADROEIRO(A) - DA PARÓQUIA OU COMUNIDADE
1. Objetos e símbolos a serem providenciadospara o segundo dia do tríduo
1.1 Espaço da celebração
1.2 A acolhida
1.3 Momento penitencial
1.4 Recordação da vida
3
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1.5 Momento de louvor
1.6 Liturgia da Palavra
1.7 Profissão de fé
1.8 Preces
1.9 Ofertório
1.10 Pai-nosso
1.11 Comunhão
1.12 Ação de graças
1.13 Ritos finais
Oração final
Bênção final e envio
Capítulo 4 - TERCEIRO DIA (AGIR): A VIDA DA COMUNIDADE
1. Objetos e símbolos a serem providenciadospara o terceiro dia do tríduo
1.1 Espaço da celebração
1.2 A acolhida
1.3 Momento penitencial
1.4 Recordação da vida
1.5 Momento de louvor
1.6 Liturgia da Palavra
1.7 Profissão de fé
1.8 Preces
1.9 Ofertório
1.10 Pai-nosso
1.11 Comunhão
1.12 Ação de graças
1.13 Ritos finais
Capítulo 5 - MISSA DO(A) PADROEIRO(A) (CELEBRAR)
1. Espaço da celebração e recomendações gerais
1.1 Acolhida
1.2 Ritos iniciais
1.3 Recordação da vida
1.4 Ato penitencial
1.5 Hino de louvor
1.6 Liturgia da Palavra
1.7 Profissão de fé
1.8 Preces
1.9 Ofertório
1.10 Liturgia eucarística
1.11 Pai-nosso
1.12 Abraço da paz
4
1.13 Cordeiro
1.14 Comunhão
1.15 Ação de graças
1.16 Ritos finais
ORIENTAÇÕES CONCLUSIVAS
BIBLIOGRAFIA
COLEÇÃO
CRÉDITOS
5
INTRODUÇÃO
Este livro tem como objetivo auxiliar as paróquias na preparação espiritual da
solenidade de seu padroeiro. Há muitas maneiras de preparar esse momento, dentre
elas, os tríduos, as trezenas e as novenas, que antecedem a cerimônia religiosa em
louvor ao(à) santo(a). Na hora de preparar esses eventos, nossas equipes de liturgia
ou de preparação se deparam com a escassez de materiais que as orientem. Foi
pensando nisso que elaboramos esse roteiro de sugestões para organizar um tríduo em
preparação da festa religiosa do padroeiro da paróquia ou comunidade.
Nesse caso, o tríduo significa três dias consecutivos de preparação espiritual,
colocando a comunidade em clima de oração, através de um conjunto de celebrações
que antecedem a grande festa ou solenidade da paróquia. Paróquias que, por ocasião
da festa de seu padroeiro, promovem a preparação espiritual de seus fiéis, através de
eventos como esse, têm grandes chances de celebrar melhor aquela que é uma das
datas mais importantes de seu calendário. Portanto, este subsídio tem por finalidade
ser uma ferramenta na preparação de um tríduo em louvor ao padroeiro.
Para preparar um tríduo é preciso ter, antes, um tema, um método e um esquema.
São esses três elementos que irão nortear o conjunto da celebração, conferindo aos
fiéis que dela participam momentos litúrgicos de oração verdadeiramente conectados
com a Igreja. Desse tema geral se desdobrarão outros três temas que formarão o
conjunto da celebração, conferindo uma harmonia no seu conjunto. O subsídio ora
proposto procura contemplar esses passos, através de um dos métodos mais eficazes
que a Igreja da América Latina vem utilizando desde a Conferência de Medellín: o
método “ver, julgar, agir e celebrar”.
O primeiro dia deste tríduo tem como proposta, através do primeiro passo desse
método, ver a realidade da Igreja, da qual é parte integrante a paróquia ou a
comunidade – a Igreja centrada em Roma, na figura do Sumo Pontífice, o Papa, e que
se estende até os confins da terra, chegando até nós, nos lugares mais recônditos ou
longínquos de nosso país. Fazer presente na comunidade essa Igreja mãe, através da
figura de seus dirigentes, de seus símbolos, documentos e orientações, faz com que os
fiéis se sintam verdadeiramente membros da família de Jesus Cristo, que confiou a
Pedro, representado pelo Papa, a missão de ser pedra que fundamenta essa mesma
Igreja. É esse o principal objetivo desse primeiro dia do tríduo, ao colocar como tema
para a reflexão dos participantes a vida da Igreja.
6
O segundo dia traz para a reflexão a vida do(a) santo(a) padroeiro(a). É hora de
cada um, à luz das virtudes deste(a) santo(a), julgar a sua própria vida e a vida da
comunidade. Julgar, aqui, não significa fazer julgamentos, mas avaliar como anda a
nossa vida de batizados, de pessoas que, pelo batismo, foram chamadas à santidade.
Propomos, neste segundo dia, tornar presentes todos os símbolos e virtudes do
padroeiro. Toda oração estará envolta nesta temática, conduzindo, assim, os
participantes a um verdadeiro momento de sintonia com Deus, iluminados por tão
grandes virtudes. Um dos objetivos deste segundo dia é fazer com que os fiéis
descubram suas virtudes, conformando sua vida à vida do padroeiro. A comunidade
só tem a ganhar com isso. É momento, portanto, de conversão, de preparação para a
ação.
No terceiro dia, é a vida da comunidade que estará no centro das reflexões. É o
momento de agir. É dia de celebrar a comunidade que se compromete com a
construção do reino de Deus, através de suas pastorais, movimentos e associações.
Através de pessoas que são agentes de pastoral, agentes de transformação, pessoas
que procuram viver o batismo se doando pela paróquia. As dinâmicas e os símbolos
propostos para esse terceiro dia devem resgatar a história da comunidade, bem como
seu presente e suas perspectivas futuras. Com esse terceiro dia, o tríduo se encerra e a
comunidade já estará preparada para celebrar, verdadeiramente, o dia do seu santo(a)
padroeiro(a).
O tríduo acabou, portanto é hora de vivenciar o quarto passo do método: celebrar
o grande dia da paróquia. Para essa solenidade, colocamos neste roteiro uma série de
sugestões que contemplam cada momento da missa, desde os ritos iniciais até os ritos
finais. São dicas que poderão ajudar a equipe de liturgia a tornar a celebração mais
dinâmica, explorando as riquezas dos ritos, gestos e símbolos que ajudam a celebrar
melhor. Cada comunidade poderá adaptar, de acordo com sua realidade, as dicas aqui
propostas.
Este modelo de tríduo é dinâmico e não se esgota numa única vez. Tudo o que
aqui é apresentado, é passível, a cada ano, de adaptações e mudanças, levando em
conta não apenas a realidade de cada comunidade, mas, sobretudo, um fato que se
repete todos os anos, que é a missa do padroeiro. Assim sendo, a comunidade poderá,
a partir das sugestões aqui apresentadas e, sobretudo, do modelo e do método deste
tríduo, inová-lo a cada ano, na ocasião desta festa.
7
Capítulo 1 - ORIENTAÇÕES PRELIMINARES
Os tríduos têm como objetivo, entre outras coisas, preparar, espiritualmente, a
comunidade para celebrar com ardor a festa do(a) padroeiro(a). São os três dias que
antecedem a missa solene em homenagem aquele santo ou santa, que é o(a)
patrono(a) da paróquia ou da comunidade.
Os tríduos visam, também, chamar a atenção da comunidade, despertando nela o
interesse não apenas para esse evento, mas mobilizando-a para a missão, estimulando,
assim, o ardor missionário e o compromisso com a paróquia. É uma forma de
evangelizar a partir da celebração e, por isso, é muito importante todo o empenho na
preparação de um tríduo que tenha tal finalidade.
Um tríduo mal preparado, ou organizado com desdém, pode afetar não apenas a
participação na celebração da solenidade patronal, como também na vida da paróquia,
porque as celebrações são como que a “alma” de uma comunidade eclesial.Se elas
não são bem preparadas, com selo litúrgico, dedicação e fé, podem resultar no
afastamento das pessoas. Em se tratando de uma solenidade do(a) padroeiro(a), isso
se agrava ainda mais, porque a festa do(a) padroeiro(a) tem um significado especial
no imaginário dos fiéis.
Há muitas formas de se preparar um tríduo, e a comunidade, ou a equipe de
liturgia, poderá escolher a que mais se adapta a sua realidade. Vale lembrar que a
criatividade na organização desse evento é fundamental para a vida da paróquia.
Assim sendo, fuja das repetições, das mesmices que muitos insistem em reproduzir
por falta de criatividade ou mesmo por comodismo.
Foi pensando nisso que preparamos esse roteiro, com uma inovadora sugestão de
tríduo que é adaptável a qualquer paróquia ou comunidade, dentro ou fora do Brasil.
Ele é passível de mudanças, alterações, adaptações e outros desdobramentos oriundos
das diferentes realidades da nossa Igreja pelo mundo afora. Pode ser feito no meio
urbano ou rural, em pequenas ou grandes cidades, bem como nos lugares mais
longínquos em que duas pessoas ou mais estiverem reunidas em nome de Jesus Cristo
para celebrar a festa de seu padroeiro(a). Para isso, basta seguir o arcabouço que aqui
apresentamos como guia de organização e celebração do tríduo e adaptá-lo de acordo
com o seu contexto religioso e cultural.
Para organizar essa sugestão de tríduo, fizemos uso do conhecido e eficaz método
“ver, julgar e agir”, acrescentando nele o quarto passo, tipicamente brasileiro, que é o
8
“celebrar”. Já
que o objetivo desse tríduo é preparar uma solene celebra-
ção, esse quarto passo não poderia ficar de fora. Porém, ele não corresponde ao
tríduo, porque, como já vimos, tríduo significa três passos, ou, três dias ou
celebrações consecutivas. O quarto passo é a festa, isto é, a solenidade propriamente
dita. Aquele momento para o qual a comunidade se preparou através do
tríduo.
Por que aplicamos esse método para a organização de um tríduo? Aqui está a
primeira novidade desse roteiro. O método “ver, julgar e agir”, comumente usado
para eventos de estudos (assembleias, conferências e seminários), visa ajudar na
reflexão da vida da comunidade, seguindo um raciocínio lógico e dialético que revisa,
avalia e traça metas concretas para a vida da comunidade, resultando, assim, num
processo dinâmico que faz a Igreja caminhar. Agora, usá-lo para um roteiro de
orações e celebrações é algo novo. A novidade está em fazer desse momento
oracional, de piedade popular, algo encarnado na realidade da Igreja e não apenas um
momento de oração isolado, individual, desligado da vida da Igreja, da qual a
paróquia ou comunidade faz parte. É uma forma de conciliar oração e ação, de forma
crítica e construtiva, sem desmerecer ou negligenciar nenhuma das duas dimensões.
Segundo o Documento de Aparecida, “este método implica contemplar a Deus com
os olhos da fé através de sua Palavra revelada e o contato vivificador dos
Sacramentos, a fim de que, na vida cotidiana, vejamos a realidade que nos circunda à
luz de sua providência e julguemos segundo Jesus Cristo, caminho, Verdade e Vida, e
atuemos a partir da Igreja [...]” (DA, nº 19). É essa Igreja, “Corpo Místico de Cristo e
Sacramento universal de salvação”, que estamos celebrando quando preparamos e
participamos deste modelo de tríduo ora apresentado.
Assim sendo, procuramos distribuir didaticamente os temas, de modo que esse
método fique evidente e contribua para fazer da comunidade paroquial um lugar
privilegiado de experiência concreta de Cristo e de comunhão eclesial, como pede o
Documento de Aparecida (nº 170). Assim sendo, procuramos distribuir os temas,
como pede a lógica formal, partindo do geral para o particular. À vista disso, o
primeiro dia do tríduo deverá ter como tema algo relacionado à Igreja universal, ou
com algo proposto pelas Conferências do Episcopado Latino-Americano. É o
momento de ver e rezar o conjunto da nossa Igreja e ver como nos comportamos
dentro dela, no dia a dia da paróquia ou comunidade de que participamos.
Para o segundo dia propomos que se reflita e reze a vida do santo ou santa
padroeiro(a) da comunidade. Os santos têm uma grande importância na vida da
Igreja, bem como na vida particular dos fiéis devotos. É o momento de julgar, isto é,
9
avaliar e rezar a nossa postura, enquanto cristãos, católicos dentro desta Igreja que
tem como fundamento ou alicerce, depois de Jesus Cristo, um santo: São Pedro.
Pedro, tido como primeiro Papa, representa uma das colunas da Igreja, a hierarquia
eclesial que celebramos no primeiro dia. Neste segundo dia, a vida do santo padroeiro
deve servir de modelo para a vida dos membros da comunidade, por isso a colocamos
como tema geral desse segundo dia do tríduo, como veremos mais adiante. A partir
desse arquétipo de santidade, a comunidade deve procurar viver a santidade pedida
por Jesus Cristo, isto é, ser santo como nosso Pai celeste é santo (Mt 5,48). Assim, o
segundo dia do tríduo se serve do padroeiro da comunidade para reavivar a santidade
dos fiéis.
O terceiro e último dia do tríduo traz como tema central a vida da comunidade. É
dia de colocar os pés no chão da realidade concreta desta, na sua história, no seu dia a
dia, isto é, no agir cotidiano da comunidade e, assim, de modo encarnado, rezar o
nosso compromisso de discípulos e missionários, que faz da paróquia uma “célula
viva da Igreja” (DA, nº 170).
Por fim, chegamos ao grande dia, para o qual foram direcionados todos os
esforços: o dia da solenidade do(a) padroeiro(a). Já não estamos mais no tríduo de
preparação, mas na grande festa, no momento tão esperado. É hora de celebrar. À
vista desse momento, colocamos, no final deste roteiro, algumas dicas de como
preparar bem a liturgia dessa missa solene. São sugestões variadas, do início ao fim
da missa, em cada uma das suas partes ou ritos. Cabe à comunidade escolher quais
delas são mais condizentes consigo mesma e aplicá-las, podendo também adaptá-las
ou modificá-las.
10
1. Justificativas e sugestões sobre o tema de cada dia do tríduo
11
1.1 Primeiro dia: A vida da Igreja
Um tríduo, para ser bem organizado e levar as pessoas a celebrar de forma
encarnada na realidade eclesial, deve ter, a cada dia, temas que falem em uníssono.
No primeiro dia, é conveniente à comunidade celebrar com um tema geral que
contemple a vida da Igreja, referente à Igreja da América Latina, tratado pelo
CELAM, como sugerimos acima, ou à Igreja como um todo, e que esteja centrado
nas orientações de Roma, como, por exemplo, o tema de alguma encíclica recente, de
uma carta pastoral, um pronunciamento do Papa ou outra orientação que esteja em
voga no momento. O mais importante é que o enfoque dado neste primeiro dia de
celebração esteja voltado para a dimensão universal da Igreja, da qual faz parte a
nossa paróquia ou comunidade que está em festa.
O tema escolhido para o primeiro dia deve estar de acordo com o momento que a
Igreja está vivendo, como, por exemplo, o que foi sugerido acima, que contempla a
temática da V Conferência do Episcopado Latino-Americano. Portanto, a
comunidade, ao se reunir para preparar um tríduo, deve levar em conta a realidade da
Igreja e a escolha de um tema que se adapte a sua realidade, sem perder de vista,
porém, o conjunto da Igreja.
12
1.2 Segundo dia: A vida do(a) santo(a) padroeiro(a)
da paróquia e/ou comunidade
O segundo dia deverá ter como tema a vida do(a) santo(a) padroeiro(a). Por que a
vida do padroeiro? Porque é ela que vai nos trazer para o chão da nossa comunidade
(no terceiro dia) e que fará a ponte entre aquilo que pede a Igreja universal (centrada
em Roma) e a Igreja particular (diocese, paróquia e comunidade) em que estamos
inseridos. Além disso, o santo servirá de referência ou modelo para julgarmos nosso
agir cotidiano, como discípulos e missionários que buscam viver os mandamentos de
Deus dentro de uma realidade eclesial concreta, no “hoje” da nossa história.
Para esse segundo dia, escolha um tema que tenha a ver com a vida do santo ou
um tema bíblicoque se refira à santidade, como, por exemplo: “Sede santo como
vosso Pai celeste é Santo” (Lv 11,44 ou Mt 5,48). Há muitas traduções bíblicas que
trazem, no lugar de “santo”, o termo “perfeito”. “Santo” e “perfeito” são, na verdade,
sinônimos. Os santos são modelos de perfeição e todos nós, pelo batismo, somos
chamados à perfeição. Poderá ser também um tema extraído da própria biografia do
santo, da sua vida ou de uma de suas expressões mais conhecidas. A partir do tema,
desenvolver uma reflexão que ajude as pessoas a se tornarem ainda mais discípulas e
missionárias, comprometidas com a comunidade. As orientações para organizar esse
segundo dia encontram-se mais adiante.
Leia trechos da vida do padroeiro. Traga curiosidades sobre ela e disponha no
espaço de modo que todos possam conhecer. Peça para as pessoas contar o que
conhecem sobre a vida do santo. Coloque a imagem num lugar de destaque ou faça a
entronização desta, de forma solene. Ornamente o local nesse dia com símbolos
relacionados ao santo. Peça que pessoas com o nome do santo se manifestem e, em
momento oportuno, prestem a elas homenagens. O objetivo desse segundo dia do
tríduo é despertar em cada participante, através do exemplo de vida dos santos, o
desejo de se santificar cada vez mais.
13
1.3 Terceiro dia: A vida da Comunidade
O terceiro e último dia do tríduo deve ter como tema geral a vida da comunidade.
Escolha um tema específico que fale com clareza e objetividade daquilo que se
celebra nesse último dia. Por exemplo: “comunidade, lugar de perdão”; “comunidade
que reza unida permanece unida”; “Comunidade, espaço de encontro com Deus e
com os irmãos” ou outro que a equipe encontrar.
Nesse último dia do tríduo, é a vida da comunidade, passado e presente, que é foco
das reflexões e orações. A comunidade concreta, feita de gente, de lutas e conquistas
que está sendo celebrada. É o momento de trazer presente toda a sua história e a
história de gente que ajudou a construí-la. Os textos bíblicos desse dia devem falar da
vida em comunidade e das diferenças existentes dentro dela, os distintos dons, que
fazem da mesma um lugar de encontro e manifestação de Deus. Conte e peça para
alguém contar fatos marcantes da vida da comunidade. Reúna fotos e disponha-as no
espaço para que todos possam reviver sua história. Leia documentos antigos que
falem da sua fundação e de acontecimentos importantes. Peça que alguém dê
depoimentos que ajudem a rememorar a vida da comunidade. Faça presentes os
acontecimentos dos últimos tempos, os atuais, enfim, tudo o que estiver envolto na
vida da comunidade deve ser trazido e celebrado nesse último dia.
14
2. Ambientação do tríduo
15
2.1 O espaço da celebração
O espaço onde vai ocorrer o tríduo é muito importante. Ele pode ser dentro da
igreja, no salão paroquial da comunidade, numa sala escolhida pela equipe ou mesmo
ao ar livre, ou em outro espaço que a comunidade achar conveniente. O que importa é
como ele vai ser preparado para esse acontecimento. A preparação do espaço sempre
deve ocorrer com antecedência, evitando que, na hora da celebração, haja
preocupação ou desconcentração por causa da preparação do ambiente.
Procure colocar os assentos (bancos ou cadeiras) em círculo. Essa posição dos
assentos favorece que todos se vejam e evita, assim, que alguns fiquem muito
afastados e não participem do tríduo como deveriam. Se for bastante gente, faça mais
de uma fileira, mas mantenha sempre os assentos colocados na forma de círculo.
Ornamente o espaço com os símbolos correspondentes a cada dia, conforme
sugerimos abaixo. Tudo o que for colocado no espaço deve ter alguma coisa a ver
com o tema celebrado nesse dia. Evite excessos ou sobrecarregar o espaço com coisas
desnecessárias. O mesmo deve ser sóbrio, singelo, confortável e aconchegante, e que
favoreça a concentração e oração dos participantes.
16
2.2 Que símbolos colocar nesse espaço
Como o primeiro dia tem como tema geral a Igreja, procure disponibilizar no
espaço símbolos que recordem a mesma, como, por exemplo, a bandeira do Vaticano,
alguns documentos da Igreja (documentos das Conferências do Episcopado Latino-
Americano: Rio de Janeiro, Medellín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida), o
Código de Direito Canônico, algumas Encíclicas ou outro documento. Não se
esquecer da Bíblia, que deve estar presente todos os dias, não apenas como símbolo,
mas como Palavra de Deus em que estará fundamentada toda a reflexão e oração.
Crie um clima de oração com velas e flores, disponibilizando-as de modo que o
espaço fique bonito e adequado para a celebração. Na hora de buscar os símbolos, use
da criatividade litúrgica e acrescente na mesma outros que achar conveniente.
17
2.3 Como disponibilizar os símbolos no espaço
Há muitas maneiras de disponibilizar os símbolos no espaço da celebração, e a
equipe deve escolher a que mais se adapta à sua realidade e ao seu espaço. Fica bem
estender no chão, no centro, uma toalha colorida, da cor do tempo litúrgico, por
exemplo, ou alguma toalha artesanal feita por alguém da comunidade, como toalhas
feitas de retalhos, de renda ou aquelas que são confeccionadas pelos indígenas latino-
americanos, muito comuns na Bolívia, Peru e Equador. Fica a critério da comunidade
escolher o tecido que irá forrar o local onde serão dispostos os símbolos. Se preferir,
em vez de colocá-los sobre a toalha, no chão, coloque-os sobre uma mesa baixa, no
centro. O mais importante desse arranjo é que todos possam visualizar os símbolos, e
que eles ajudem na oração e no entendimento do que está sendo celebrado nesse dia.
Com a toalha estendida no centro, no chão ou sobre a mesa, coloque sobre ela os
diversos símbolos do dia. A Bíblia deverá estar bem no centro, aberta e ladeada por
uma ou duas velas grandes. Um discreto arranjo de flores poderá ajudar a compor o
conjunto de símbolos. Em volta, disponibilizar os livros (documentos da Igreja). Na
parte superior do conjunto de arranjo central ou outro lugar que a equipe escolher,
colocar em pé, num mastro, a bandeira do Vaticano, tendo ao seu lado a foto do Papa.
Deverá ter também no centro, estendida sobre o chão, uma cruz, de mais ou menos
um metro, ou maior se a comunidade preferir. Essa cruz será usada numa dinâmica,
em momento oportuno, como vamos sugerir abaixo, dentro do roteiro da celebração
desse primeiro dia. Como a Bíblia, a cruz deverá estar presente nos três dias. A cada
dia será dado a ela um enfoque diferente, de acordo com a temática do dia.
a) Os sons
Além dos símbolos visíveis, como os supracitados, os sons também têm função
simbólica e ajudam de diversas maneiras na celebração, cumprindo funções como as
de ajudar na concentração e na oração, bem como na própria reflexão, pois há muitas
canções cujo conteúdo favorecem na elucidação de temas. Assim sendo, prepare bem
o repertório das músicas que serão usadas a cada dia. Comece por escolher as
músicas de cada momento do tríduo, como, por exemplo, canto de acolhida, momento
penitencial, de louvor, Salmos, aclamações, respostas às preces, oferendas e
comunhão (se houver), meditações etc. Se preferir, confeccione folhas de canto. Se
forem cantos conhecidos, é melhor deixar que os participantes cantem de forma
espontânea, acompanhando o animador de cantos.
Além desses cantos convencionais, é aconselhável preparar um aparelho para
executar CD. Escolher, antecipadamente, alguns CDs com cantos instrumentais
meditativos. Eles darão ao ambiente um clima oracional e poderão ser executados em
diversos momentos, como, por exemplo, enquanto as pessoas vão chegando, após a
18
proclamação das leituras, num momento de Ação de Graças, ou mesmo durante toda
a celebração. Ter um suave som de fundo contribui para o bom desenvolvimento do
roteiro de orações e reflexões, conferindo aos participantes maior concentração. É
aconselhável, também, deixar uma pessoa responsável pelo som. Ela saberá o
momento de aumentar ou abaixar o volume, de modo discreto e imperceptível para
não desconcentrar os participantes. Os demais cantos devem serensaiados antes e ser
cantados de modo natural, assim como os instrumentos devem ser regulados e
afinados antes do momento de oração. O ideal seria não precisar nem anunciar os
cantos. O coordenador, com um discreto olhar, indicaria para o responsável pelo
canto que, naquele momento, é hora de entoar determinado canto. Não há
necessidade de muitos instrumentos – um violão é o suficiente. Evite baterias, baixo,
guitarras elétricas ou outros instrumentos de shows, que tiram a concentração dos
participantes. Mas há, além de violão, outros instrumentos que podem ser usados
isoladamente, como, por exemplo, uma flauta ou outro instrumento de sopro que
produza sons belos e discretos que ajudam na meditação.
b) Os odores
Oramos com todos os nossos sentidos e, por isso, ao preparar um momento de
oração como esse, não se pode esquecer de perfumar o ambiente. Os odores podem
estar em todos e em toda parte, desde lugares como o espaço onde a celebração
acontece e os objetos, até nas pessoas que frequentam o local. Isso faz com que o
ambiente fique mais agradável. Mas como, quando e onde usá-lo?
O primeiro aroma que dá um clima diferenciado ao ambiente vem dos incensos.
Existem muitos aromas de incenso que ajudam a tornar o ambiente mais agradável.
Para isso, escolha um incenso de aroma agradável e prepare uma pequena vasilha
com brasas, num local não muito visível. Um pouco antes da celebração, coloque
alguns grãos de incenso na vasilha com brasa e deixe que a fumaça se encarregue de
perfumar o ambiente. Vez por outra, repita a operação, para manter o local sempre
perfumado, evitando excessos para não enjoar as pessoas. Outra sugestão é usar
incenso de vareta, vendido não apenas em lojas de artigos religiosos, mas em diversos
estabelecimentos comerciais. Eles também podem ser usados para perfumar o
ambiente. Há outras formas de perfumar o ambiente, como, por exemplo, usando
essências que, quando aquecidas, exalam perfume no ambiente. Essa é mais discreta e
produz aroma sem produzir fumaça. Escolha o que é mais adequado para o seu
espaço e utilize-o para diferenciar o ambiente. Sugerimos que, no primeiro dia, por se
tratar do tema da Igreja propriamente dita, seja usado o mesmo incenso que se usa nas
missas solenes.
Há outra forma mais natural de perfumar o local, espalhando pelo chão do mesmo
19
ervas aromáticas como, por exemplo, hortelã, erva-cidreira, erva-doce ou funcho,
citronela, manjericão ou alfavaca, alecrim etc. À medida que as pessoas forem
pisando, as plantas vão exalando os seus odores, causando uma atmosfera agradável
no ambiente.
O aroma pode estar também nas pessoas, mas não devido ao perfume que elas
usaram para vir à celebração, mas a um tipo de perfume que ela recebeu ao chegar na
celebração. Sugerimos, portanto, que seja preparado um pequeno recipiente com óleo
perfumado e algodão e, à medida que as pessoas forem chegando, o grupo que faz a
recepção recebe a todos ungindo suas mãos com um pouco de óleo perfumado. É um
gesto que lembra a boa acolhida do tempo de Jesus, quando era costume receber as
pessoas em casa ungindo-as com perfume, sinal de boa acolhida, como vemos na
passagem da mulher pecadora que adentra a casa do fariseu e unge os pés de Jesus
com perfume (Lc 7,38), ou quando Maria levou quase meio litro de perfume de nardo
puro e muito caro e ungiu com ele os pés de Jesus (Jo 12,3), ou, ainda, como
encontramos no Salmo 45 (46), que diz: “[...] por isso o Senhor seu Deus o ungiu
com perfume de festa, entre todos os seus companheiros. Mirra e aloés perfumam as
suas vestes, [...]” (Sl 45,8b-9a). Vemos, assim, que o perfume é encontrado em
diversas passagens bíblicas como sinal do bom acolhimento, do agrado de Deus para
com seus eleitos, do amor para com o próximo, como vemos também na Segunda
Carta de Paulo aos Coríntios: “De fato, diante de Deus nós somos o bom perfume de
Cristo entre aqueles que se salvam e entre aqueles que se perdem” (2Cor 2,15). No
livro dos Provérbios, o perfume é referência de um lugar ou espaço acolhedor, onde
reina o amor: “perfumei o quarto com mirra, aloés e cinamomo” (Pr 7,17). Ou, ainda
no livro dos Provérbios, o perfume é sinal de alegria para o coração: “óleo e perfume
alegram o coração” (Pr 27,9). Desse modo, receber as pessoas ungindo-as com
perfume será, sem dúvida, um gesto fraterno de boa acolhida e todos irão, com
certeza, se sentir muito bem.
Quanto aos objetos perfumados de que se pode fazer uso, a vela está entre os mais
conhecidos. Acender no ambiente uma vela perfumada também ajuda a aromatizar o
ambiente. Ou, então, fazer uma dinâmica com velas perfumadas, como a que
sugerimos mais adiante, ajuda não só a perfumar o ambiente como também a
perfumar as mãos das pessoas que as acendem. Outra forma é ornamentar o local com
flores perfumadas ou mesmo especiarias como cravo, canela, anis, ou, ainda, com
objetos ornamentais construídos com essas especiarias. Enfim, a equipe deve
encontrar a melhor forma de perfumar o espaço onde vai ocorrer a celebração, pois
isso vai fazer com que as pessoas se sintam bem e voltem mais vezes.
c) O tato
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Se o visual do espaço, os sons e os aromas ajudam a celebrar melhor, com o tato
não é diferente. Por isso, prepare momentos em que as pessoas possam se tocar e
tocar em alguns dos símbolos e objetos que estão sendo usados na celebração. O
primeiro contato deve se dar na chegada à celebração, na acolhida. No início, acolher
com um aperto de mão, um abraço ou outro gesto que possibilite que as pessoas se
sintam tocadas. Durante a celebração, preparar momentos como rezar de mãos dadas,
abraço da paz ou outros, como, por exemplo, traçar o sinal da cruz um na fronte do
outro e gestos similares. Há muitas formas de propiciar momentos para as pessoas se
tocarem e serem tocadas. Esses gestos ajudam a “quebrar o gelo” da celebração e
criar laços mais fraternos, de aproximação e confiança.
Rezamos, também, pelo tato. Por isso, durante a celebração, crie momentos para
as pessoas tocarem na Bíblia, na cruz e em outros símbolos que estivem no espaço.
Faça uma dinâmica de passar a Bíblia ou a cruz de mão em mão. Momentos em que
todos possam pegar um grão de incenso e colocar na brasa ou acender, ritualmente,
uma vela são algumas das inúmeras possibilidades para se promover o tato entre
pessoas e objetos sagrados. Esse dado pode parecer insignificante, mas muito
contribui para que as pessoas gostem da celebração, se sintam bem e queiram voltar.
O tríduo será um sucesso se essas dicas forem colocadas em prática adequadamente.
21
d) Os gestos e posturas
Conta também para o bom êxito de uma celebração as posturas e os gestos que o
fiel terá durante o desenrolar do ritual. Assim sendo, evite uma única postura, como,
por exemplo, ficar o tempo todo sentado ou só em pé. É preciso intercalar, de acordo
com o momento, a melhor postura para o corpo. Rezamos melhor quando variamos
nossa maneira de receber ou contatar o sagrado. É isso que prevê a liturgia da Missa,
quando temos, em aproximadamente 1 hora de celebração, vários gestos e posturas. A
mesma coisa deve acontecer durante a celebração de um tríduo. Deve haver
momentos para que o fiel fique em pé, circule, fique sentado, de joelho, dance ou
gingue o corpo, fique imóvel etc. Quanto aos gestos, alguns já citamos acima, como o
abraço e o aperto de mão. Mas deve, ainda, haver momentos para bater palma, fechar
os olhos, ajoelhar, falar, ficar em silêncio, cantar etc. Enfim, quanto mais variedade
de gestos e posturas, mais agradável e menos cansativa será a celebração, e as pessoas
vão poder rezar melhor. Não é essa a técnica usada pela RCC (Renovação
Carismática Católica) e que agrada a tanta gente, principalmente os jovens. Pense
nesses detalhes ao preparar o tríduo da sua comunidade.
 
22
Capítulo 2 - PRIMEIRO DIA (VER): A VIDA DA
IGREJA
Tema específico (exemplo): “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo”
23
1. Objetos e símbolos a serem providenciados
para o primeiro dia do tríduo
Óleo perfumado; algodão; CD com músicas instrumentais; aparelho paratocar
CD; incenso de grãos e incenso de vareta perfumado; cruz de tamanho médio; duas
velas de tamanho médio; Círio Pascal; Documentos da Igreja (Código de Direito
Canônico, Catecismo da Igreja, Documentos do CELAM; ex.: Doc. de Aparecida,
Santo Domingo, Puebla e Medellín, algumas Encíclicas do Papa, alguns documentos
da CNBB, e outros que a equipe desejar); bandeira do Vaticano; Bíblia; turíbulo (se
desejar); vasilha para colocar brasas; carvão; foto do Papa; foto do Bispo; cesto para
ofertas; toalhas coloridas e flores para ornamentar o espaço; chaves de diversos
tamanhos e formatos, em número suficiente para todos (para usar na dinâmica);
lembrança para ser distribuída no final (a critério da equipe de preparação); e outros
símbolos e objetos que a equipe desejar ou necessitar. Deixar pessoas responsáveis
pelo som, para acender e apagar as luzes, para colocar ou retirar os símbolos que vão
ser usados e outras funções que porventura forem ocorrer durante a celebração. Tudo
isso deve ser feito de modo discreto, para não quebrar a atmosfera de oração que o
tríduo deve propor.
24
1.1 Espaço da celebração
Colocar os assentos em círculo e disponibilizar no espaço todos os objetos que
fizerem parte da ornamentação do mesmo. Ao centro, no chão ou sobre uma mesa,
poderá ser estendida uma bonita toalha e, sobre ela, a Bíblia aberta, ladeada por duas
velas e um vaso de flores. Em volta da Bíblia, espalhar os livros (documentos da
Igreja) de modo que fiquem bem visíveis. A bandeira do Vaticano e a foto do Papa e
do Bispo também devem estar em lugar bem visíveis, de preferência no centro, junto
com os documentos da Igreja. Antes de iniciar a celebração, poderá ser queimado um
pouco de incenso para perfumar o local e lhe conferir um clima de oração. Uma
música de fundo deve ajudar a compor o ambiente antes de iniciar a celebração. Se
preferir, poderá deixar o espaço na penumbra, com apenas a claridade das velas ou do
Círio Pascal. As luzes deverão ser acesas em momento oportuno, determinado pela
equipe de preparação.
25
1.2 A acolhida
Procure fazer uma acolhida afetuosa a todos que chegam. Para isso, disponha de
uma equipe para fazer esse serviço. Dependendo do tamanho da comunidade, duas ou
três pessoas será o suficiente. Se for uma comunidade grande e os participantes forem
muitos, aumente o número dos que vão se responsabilizar pelo acolhimento. Procure
aproveitar os membros da Pastoral da Acolhida, caso sua paróquia ou comunidade
tenha essa pastoral. Não tendo, prepare pessoas que tenham o dom do acolhimento
fraterno e amoroso, pessoas simpáticas, que saibam acolher bem a todos.
A acolhida deve ser feita na porta da igreja ou do local onde vai acorrer a
celebração. Há muitas maneiras de acolher bem. Sugerimos que, neste dia, por se
tratar do primeiro, procure fazer uma acolhida diferenciada, como, por exemplo,
ungindo as mãos dos que chegam, com óleo perfumado.
Por que acolher com um gesto de unção? Porque “a unção com óleo era sinal da
penetração do Espírito de Deus, investindo uma pessoa para a missão que podia ser
de rei, de sacerdote ou de profeta”.1 É por isso que, durante o ritual do batismo,
somos ungidos. Receber alguém para uma celebração, ungindo-o com óleo
abençoado, realça a sua dignidade junto de Cristo, como fez Maria quando levou
quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro e ungiu com ele os pés de
Jesus (cf. Jo 12,3) ou como a mulher conhecida como pecadora que, sabendo que
Jesus estava à mesa na casa do fariseu, levou um frasco de alabastro com perfume
banhou os seus pés (Lc 7,37-38). Seu gesto a tornou digna, apesar dos seus pecados.
Assim sendo, após ungir a pessoa, dê um abraço e manifeste o desejo de boas-
vindas. Além dessa sugestão, a comunidade poderá escolher uma outra que achar
mais conveniente e adequada para a comunidade.
Em seguida, se possível, conduza a pessoa até o local onde ela poderá se assentar
confortavelmente e se coloque à sua disposição caso necessite de algo. Ofereça a ela,
caso houver, os materiais que serão usados durante a celebração, como, por exemplo,
folhas de canto, roteiro do encontro ou outro material que venha a ser usado no
decorrer da celebração. Como dissemos no início, se possível, os assentos devem
estar posicionados de modo que formem um círculo.
Ao fazer esse acolhimento primário, procure ser discreto: fale baixo e com calma.
Ao entrar no recinto do tríduo com a pessoa, procure fazer o máximo de silêncio
possível para não quebrar o clima de oração e para que ela perceba que está num
lugar sagrado, ambiente de oração. Faz parte da acolhida, também, um ambiente
acolhedor e aconchegante. Para isso, enquanto as pessoas vão chegando, deixe
tocando uma música de fundo, bem suave, além de algum tipo de aroma no ar (um
26
pouco de incenso). Fica bem o ambiente estar na penumbra, com pouca claridade.
Uma cruz ao fundo, iluminada apenas pela luz de algumas velas... Isso confere ao
espaço a seriedade e serenidade de um ambiente de oração.
Depois que todos chegarem e estiverem bem acomodados, inicie a celebração,
abaixando, aos poucos, o som do ambiente e substituindo-o por um mantra que
alguém, previamente, tenha preparado. Sugerimos o seguinte: “Onde Reina o amor,
fraterno amo. Onde reina o amor, Deus aí está”, ou outro que a comunidade conheça
melhor. Repita várias vezes, aumentando e diminuindo o volume da voz, de modo
que todos acompanhem, naturalmente.
Após o mantra, as luzes do ambiente são acesas e o dirigente faz a acolhida a
todos, desejando boas-vindas e inteirando-os do que vai ser celebrado. É bom que
nessa hora seja dito o tema que se celebra nesse primeiro dia e o porquê da escolha
desse tema. Evite fazer longas explanações. É apenas para inteirar os participantes do
tema a ser rezado e não para refletir sobre o tema.
1 Cf. CNBB. Ele está no meio de nós. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum: setembro, outubro e
novembro – Ano A – Projeto Nacional de Evangelização – “Queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida”.
São Paulo: Paulus/Paulinas, 2008, nº 47, p. 53.
27
1.3 Momento penitencial
Após os ritos de acolhimento, é hora de motivar os participantes para um
momento penitencial, como ocorre em outra celebração (da Eucaristia ou da Palavra).
Para isso, é bom que o ambiente volte a ficar na penumbra. As luzes são apagadas,
deixando apenas a luz das velas acesas. Segue-se a motivação de um momento de
concentração e silêncio, numa espécie de revisão da vida da Igreja naquilo que ela
tem de dificuldade, de tropeço, de falhas que precisam ser superadas. Vale lembrar
que a Igreja não é somente o Papa, os bispos, padres e religiosos(as) e
consagrados(as), mas todos os que foram batizados. Não se pode esquecer que, no
método que está sendo seguido, esse primeiro dia corresponde ao ver. Portanto, é
momento de ver a realidade da Igreja naquilo que ela tem de pior. As coisas boas
virão nos momentos seguintes.
Para este momento penitencial sugerimos uma dinâmica com a cruz. O dirigente,
com fervor e fé, motiva a assembleia a lembrar aquilo pelo que gostaria de pedir
perdão a Deus da parte da Igreja, para que ela continue sendo cada vez mais santa,
mais digna de celebrar seus santos mistérios. Lembrar que a Igreja é santa, como
rezamos na Oração Eucarística (I), porém, é feita de pessoas pecadoras e, por isso,
queremos reparar nossas faltas para que essa mesma Igreja, da qual somos parte
integrante, continue seu processo de santidade. Para isso, é preciso que nós, membros
pecadores dessa Igreja que se pretende universalmente santa, nos convertamos a cada
dia.
Poderão ser motivados pedidos de perdão por pecados que a Igreja tem cometido
ao longo de sua história e também na atualidade; exemplos: a condenação de Galileu
Galilei, de Giordano Bruno; a Inquisição; por ter compactuado com o colonialismo e
com o genocídio de povos indígenas, entre outros povos; o silêncio diante do
holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial; o silêncio obsequioso colocado a
teólogos da América Latina e de outras partes do mundo; os escândalosenvolvendo
padres e religiosos; pelos momentos que houve carência de denúncia profética diante
de situações de morte, desrespeito à vida ou outra violação de direitos humanos; pelas
situações que o comodismo de alguns sobressaiu ao compromisso de transformação
da realidade; pelo comodismo de muitas comunidades e paróquias que poderiam
fazer mais pelo reino de Deus; pela falta de solidariedade da parte de muitos
católicos; pela pouca participação nos projetos sociais da Igreja; pelos medos que nos
impedem de ser Igreja que, profeticamente, anuncia e denuncia; pelas fofocas que
dificultam a convivência fraterna na comunidade; pela falta de compromisso para
com as coisas de Deus; e outros tantos pecados eclesiais que o grupo puder lembrar e
que são convenientes em pedir perdão. Para que tudo seja bem articulado e sem
28
julgamentos, é necessária uma boa motivação por parte do dirigente.
Depois dessa motivação, poderá pegar a cruz que se encontra no centro e ir
passando, calmamente, de mão em mão. Cada um que recebe a cruz poderá dizer,
numa palavra, o que gostaria de ver perdoado por Deus, na Igreja. Os que desejarem,
poderão apenas receber a cruz em silêncio. Após cada três manifestações, a
assembleia poderá entoar: “Piedade, piedade, piedade de nós” (bis). Depois que a
cruz passou pelas mãos de todos, o último a devolve para o coordenador que, em pé,
à vista de todos e com a cruz levantada, conclui o momento penitencial traçando o
sinal da cruz na assembleia, com a seguinte fórmula: “Deus infinitamente
misericordioso, tenha compaixão da vossa Igreja, perdoe os seus pecados e conduza-a
à eternidade. Amém!” Ou outra que achar conveniente. Se a comunidade for
numerosa, esse momento poderá ser feito de modo mais simplificado ou adaptado.
29
1.4 Recordação da vida
Após o momento penitencial, é importante fazer um momento de recordação da
vida. Cada um, espontaneamente,
depois da motivação do dirigente, poderá trazer para a celebração os fatos mais
significativos dos últimos meses, semanas ou dias, relacionados à vida da Igreja. Não
esquecer de mencionar, nesse momento, alguns nomes de pessoas que têm se
destacado na Igreja por algum feito (ex.: nomes de mártires; nomes de pessoas que
foram assassinadas ou que estão vivas e lutam em defesa da vida e que, por isso,
tenham recebido algum tipo de destaque seja na mídia ou de outra forma; algum
acontecimento ou projeto da diocese etc.). Poderá ser recordado, se ocorridas
recentemente, alguma Conferência Episcopal, alguma visita do Papa a algum país, ou
a promulgação de alguma encíclica, carta pastoral ou recomendação do Papa ou dos
Bispos (CNBB), enfim, que seja feita uma breve memória dos acontecimentos mais
marcantes da Igreja. Não é hora de refletir sobre os assuntos trazidos, mas apenas
para colocá-los como memória, intenção da celebração. Após deixar um tempo para
que algumas pessoas falem, poderá ser feito uma oração conclusiva ou um canto que
tenha a mesma finalidade (acolher as intenções ou os fatos lembrados).
30
1.5 Momento de louvor
Para o momento de louvor, é importante também a participação das pessoas.
Assim, antes de entoar um hino de louvor, é bom pedir aos participantes que tragam
presente alguma coisa, acontecimento ou fato que seja digno de louvor, algo bom,
seja na vida da Igreja ou na vida pessoal. Ficar atento para que esse momento não
seja uma repetição do momento anterior. A tônica nos motivos pessoais fará a
diferença. Todos nós, em todo momento, temos motivos para louvar à Deus, uns
mais, outros menos. Porém, basta olhar atentamente a nossa volta que veremos as
maravilhas de Deus que acontecem em nossa vida. Esse momento possibilitará,
portanto, saber quais são os motivos que cada pessoa da assembleia tem para louvar a
Deus. Motivos que, agora, são partilhados com os demais, para que todos se alegrem
com isso.
O dirigente poderá motivar o grupo com estas ou outras perguntas que achar
conveniente: “Por qual motivo, hoje, eu quero louvar a Deus?”, ou: “Qual o motivo
de alegria que eu gostaria de partilhar com vocês?”. As pessoas, de modo bem
espontâneo, poderiam responder: “Eu louvo a Deus por (dizer o motivo)”. Não há
problema se alguém quiser descrever com um pouco mais de detalhe o acontecimento
de sua vida pelo qual ela louva a Deus. Após cada manifestação de partilha, o grupo
poderá responder com palmas ou outra forma de manifestação alegre ou,
simplesmente, com um “Amém!”. Depois de deixar um tempo suficiente para que um
bom número de participantes se expresse, convidar a todos para ficar em pé e entoar
um hino de louvor bem alegre, com palmas ou coreografia.
31
1.6 Liturgia da Palavra
A liturgia da Palavra é um momento muito importante do tríduo. Por isso, é bom
dar bastante destaque ao Livro Sagrado (a Bíblia), de modo que desperte a atenção
para os textos bíblicos que serão proclamados nesse momento. Há várias formas de
destacá-lo. Vamos, aqui, indicar uma, porém, a comunidade poderá encontrar outras
maneiras criativas de dar enfoque na Palavra de Deus.
O dirigente faz uma breve motivação, possibilitando que todos se acomodem e se
concentrem. Essa motivação poderá ser algo bem espontâneo e seu conteúdo deve
versar sobre a importância da Palavra de Deus na vida da Igreja e em nossa vida.
Após a motivação, poderá ser colocado um som suave: uma música instrumental,
de fundo, ou alguém fazendo um leve dedilhado de violão, ou ainda, um toque suave
de flauta. Enquanto isso a Bíblia é passada, de mão em mão, com muita tranquilidade.
Cada um que recebe a Bíblia aberta beija-a e passa para o companheiro que está ao
lado, até que todos tenham recebido. O último participante que receber a Bíblia
entrega-a ao que vai fazer a primeira leitura. Este, por sua vez, apresenta-a à
assembleia, mais uma vez, erguendo-a, de modo que todos, em pé, possam acolhê-la
com palmas. Pode-se, nesse momento, cantar um canto relacionado à Palavra de Deus
ou, se preferível, ir direto para a proclamação da primeira leitura.
Primeira leitura: Atos dos Apóstolos 2,1-12
(Pentecostes, o nascimento da Igreja)
Quem vai proclamar a leitura deve se posicionar em pé diante da assembleia e
proclamá-la com calma, pronunciando de modo claro e audível o texto. Se houver
ambão ou mesa da Palavra, o texto deve ser proclamado diretamente desse local. Essa
pessoa deve ser escolhida previamente, para que ela possa ter tido contato, antes, com
o texto. Nunca escolha de última hora as pessoas que irão proclamar um texto bíblico.
Após a leitura, a assembleia poderá responder com um Salmo de resposta.
Salmo responsorial: Salmo 103 (104)
De preferência, o Salmo deve ser cantado. No entanto, se for rezado, que o seja
com uma entonação poética, diferenciado-o das demais leituras. Este Salmo de
resposta (bem como a sugestão de leitura acima) corresponde ao Salmo da liturgia de
Pentecostes (Ano A) e sua melodia poderá ser encontrada no Diretório Litúrgico
dessa celebração. Se a comunidade preferir, poderá escolher outro Salmo, mas deve
sempre ser levado em conta que o mesmo deve ser uma resposta à primeira leitura,
como acontece na liturgia da Missa ou da Celebração da Palavra. Se a primeira leitura
for outra, procure escolher um Salmo correspondente a ela. A função do Salmo
responsorial, como o próprio nome diz, é oferecer uma resposta à leitura proclamada
e não uma meditação, como muitos pensam ser essa a função.
32
O Salmo poderá ser entoado com ou sem instrumentos. O que conta mesmo é a
boa entonação dada a ele. Para que isso ocorra, quem for cantar ou recitar o Salmo
deverá ensaiar antes. Evite qualquer comentário entre a primeira leitura e o Salmo.
Ao término da primeira leitura, após leve reverência diante do livro, inicia-se,
solenemente, o canto ou recitação do mesmo. Ao terminar, com leve inclinação, beije
o livro e dirija-se ao seu lugar.
Segunda leitura
Por se tratar de um dia cujo tema refletido versa sobre a vida da Igreja, é oportuno
que a segunda leitura seja um trecho de algum documento da Igreja, que poderá ser
extraído das Conferênciasdo Episcopado Latino-Americano, ou de outro documento
do Papa.
Sugestões de textos de documentos da Igreja que podem ser lidos como segunda
leitura:
• Documento de Aparecida: nº 149; 150; 151; 152 e 153, pp. 77-79 (Animados
pelo Espírito Santo). Os números supracitados se encaixam muito bem no tema
desse primeiro dia, pois estão de acordo com os textos bíblicos sugeridos da
liturgia de Pentecostes. A equipe poderá escolher um desses números citados ou
ler todos. Se todos forem lidos, as pessoas terão uma visão de conjunto, embora,
assim, um tempo maior seria tomado. Se preferível, poderão ser lidos outros
textos desse mesmo documento, como, por exemplo: nº 181, p. 92 (As
Conferências Episcopais e a comunhão entre as Igrejas); nº 186-187, p. 94 (Os
bispos, discípulos missionários de Jesus Sumo Sacerdote); ou outro que a equipe
achar pertinente com o tema do dia.
• Documento de Santo Domingo: nº 12. Esse texto fala da “Igreja peregrina e
missionária por natureza, uma vez que procede da missão do Filho e da missão
do Espírito Santo”. O nº 22 desse Documento também é bem adequado para ser
lido na segunda leitura. O mesmo retoma o texto de Mt 28,19-20, em que Jesus
envia os discípulos para fazer mais discípulos, isto é, os envia com a missão de
batizar e evangelizar. Além desses dois textos, há muitos outros que podem ser
usados, como, por exemplo, o nº 23 e tantos outros que podem ser encontrados
na palavra “Igreja” do índice temático que se encontra no final desse documento.
• Documento de Puebla: no Documento de Puebla encontramos um belo texto no
nº 348 (O ministério da Evangelização). Também é um texto baseado em Mt
28,19 e, por isso, relaciona-se com o tema tratado (se os textos bíblicos
escolhidos para esse primeiro dia do tríduo forem da liturgia de Pentecostes).
Poderão também ser escolhidos os textos que se encontram nos números 222 a
225. São quatro textos curtos, que falam com muita clareza e objetividade da
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missão da Igreja, fundada em Jesus Cristo Evangelizador, como afirma a Lumem
gentium e outros documentos da Igreja.2 Caso queira ter outras opções de textos
referentes à Igreja para esse momento, busque no índice analítico desse
documento, na palavra “Igreja”, em que estão apontados outros tantos textos que
poderão ser úteis.
• Documento de Medellín: do Documento de Medellín, indicamos um que se
encontra no capítulo 4, sobre a educação. O tópico II, nº 2, cujo título é “A
educação libertadora e a missão da Igreja” pode ser uma boa opção. Há muitos
outros, e a equipe poderá pesquisar e escolher um que se adapte ao que está
sendo celebrado nesse primeiro dia do tríduo.
• Documento do Vaticano II: o documento do Concílio Vaticano II é um vasto
campo onde podem ser encontrados muitos textos bons para se fazer, nesse
momento indicado, uma reflexão. Devido à grande variedade de textos, vamos
indicar apenas um, deixando em aberto que a equipe que organiza o tríduo possa
buscar outros de seu interesse. O que indicamos traz como título “Deveres da
Igreja” e faz parte do “Decreto Inter Mirifica sobre os meios de comunicação
social”.3 A escolha desse texto se deve ao fato de ele tratar da evangelização,
utilizando os meios de comunicação. Esse tema daria, hoje, uma boa reflexão e
discussão.
• Catecismo da Igreja: no Catecismo da Igreja, também encontramos uma gama de
textos que falam, especificamente, da missão da Igreja. Indicamos os nos 77, 78 e
79, que falam do magistério da Igreja e da sua hierarquia, bem como da sua
missão guiada pelo Espírito Santo. A equipe poderá obter outros textos
referentes à Igreja buscando no índice desse documento, através da palavra
Igreja.
• Outros documentos: temos, ainda, as Encíclicas e pronunciamentos do Papa, que
podem ajudar a refletir sobre a Igreja. Se a Equipe desejar, poderá buscar entre
elas alguma que fale diretamente ao que se está refletindo.
Evangelho: João 20,19-23
(a Igreja que nasce é enviada em missão)
Este texto da liturgia de Pentecostes é importante nesse primeiro dia do tríduo,
pois fala do nascimento de uma Igreja missionária. Jesus envia os seus discípulos
como missionários, como pede o documento da V Conferência em Aparecida. Se a
comunidade preferir, poderá escolher outro texto bíblico, como, por exemplo, Mt
16,13-20, quando Jesus confia a Pedro a missão de ser o fundamento da Igreja, pedra
sobre a qual ele irá construir a sua Igreja. É um belo texto que poderá ser lido nesse
primeiro dia do tríduo porque tem tudo a ver com o tema do mesmo, que é a Igreja.
Na hora da preparação, a equipe deve avaliar qual texto é mais significativo. Há
34
muitos outros que podem ajudar na reflexão.
Antes da proclamação do Evangelho, faça uma bela aclamação. Poderá fazer uso
do incenso nessa hora, usando o turíbulo, como nas missas solenes, ou, simplesmente,
com duas pessoas ao lado segurando vasilhas com brasas e grãos de incensos. Outra
sugestão: em vez de incenso, as duas pessoas poderão segurar velas acesas ou tochas
enquanto o Evangelho é proclamado. Ou, ainda, as duas sugestões ao mesmo tempo:
incensos e velas ou tochas acesas. Depois, proclame calma e solenemente o
Evangelho, beijando o livro no final. A proclamação poderá ser cantada. Em seguida,
faça um instante de silêncio para que a Palavra seja meditada e assimilada e, somente
depois, inicie a reflexão ou motivação para a partilha da Palavra.
Partilha da Palavra
Por se tratar de uma celebração informal, isto é, não se tratar de uma missa, a
reflexão poderá ser feita também de modo informal, na forma de diálogo,
proporcionando a participação de todos na reflexão ou deixando em aberto para que
cada um coloque o que mais lhe chamou a atenção das leituras que foram feitas.
Como fazer isso? Através de perguntas que motivem os participantes a perguntar e a
refletir sobre a Palavra proclamada.
Se o Evangelho escolhido foi João 20,19-23, as perguntas para motivar a
participação poderão ser as que colocamos a seguir, ou outras que o dirigente
escolher:
1. O que significa “o anoitecer daquele dia”? Qual o significado do anoitecer no
Evangelho de João?
2. Por que “o primeiro dia da Semana”? Isso tem algo a nos dizer? Qual é o
primeiro dia da semana?
3. O que significa “portas fechadas”? Por que eles estavam com medo? O que o
medo provocou na vida dos discípulos e o que ele provoca em nossa vida?
4. Por que Jesus, ao entrar, “pôs-se no meio deles”? O que isso significou e o que
isso significa para nós, hoje?
5. Qual o primeiro desejo de Jesus aos discípulos ao se colocar no meio deles? O
desejo de Jesus é também nosso desejo? Por quê? O que falta para que o desejo
de Jesus se realize plenamente? O que tenho feito para que o desejo de Jesus se
torne realidade?
6. Por que Jesus lhes mostra as mãos e o lado? O que ele trazia nas mãos e no lado
que comprovava que era ele mesmo? Hoje, nós continuamos exigindo que Jesus
nos mostre as mãos e o lado para que creiamos nele?
7. Qual foi o sentimento dos discípulos ao verem as mãos e o lado de Jesus? Por
que ocorreu esse sentimento por parte dos discípulos? Esse sentimento é, hoje,
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nosso sentimento? Por quê? Quais são as coisas que, hoje, na Igreja, nos
provocam esse sentimento?
8. Por que Jesus insiste (duas vezes) em desejar a paz para os discípulos? Falta paz
no mundo, hoje? E em nossa Igreja (paróquia ou comunidade), há paz? Por quê?
Somos promotores da paz? Quando? Como? Onde?
9. Após desejar a paz pela segunda vez, o que Jesus faz?
10. De que modo Jesus envia os discípulos? Por quê? O que isso significa?
11. O que eles recebem de Jesus? Por quê?
12. Qual a responsabilidade que Jesus confia aos discípulos? O que isso significa?
Quais as consequências que isso traz para a comunidade, hoje?
Algumas respostas que poderão ajudar na conclusão das reflexões do grupo:
1. Anoitecer significa, entre outras coisas, um tempo em que as coisas ainda não
estão claras. Paira, ainda, entre os discípulos, muitas dúvidas sobre tudo o que
tinha ocorrido com Jesus, como podemos conferir na passagem sobre os
“discípulos de Emaús” (Lc 24,13-35).Jesus vem ao encontro deles num
momento de muita confusão e medo. Jesus, hoje, continua vindo ao nosso
encontro também nos momentos de confusão, incerteza e medo, porém, nem
sempre reconhecemos ou percebemos que Ele está perto de nós.
2. O primeiro dia da semana é o domingo. É uma alusão à ressurreição. Ao se
apresentar vivo entre os discípulos num domingo, Jesus que dar provas da sua
ressurreição. O domingo é um dia muito significativo para nós. É a páscoa
semanal. É quando fazemos a experiência desse encontro com Jesus que dissipa
os nossos medos, nos fortalece, nos dá a certeza de que ele caminha conosco,
está entre nós, está no meio de nós. Cada vez que celebramos a Eucaristia, não
apenas fazemos memória desse encontro com o ressuscitado como o
encontramos de fato, presente na Eucaristia, mistério e centro de nossa fé.
3. Portas fechadas significa não apenas a porta literal, da sala onde eles estavam,
mas, sobretudo, a porta do coração dos discípulos, que se fechou por causa da
brutalidade presenciada por ocasião da crucificação de Jesus. O coração que se
fechou pela incredulidade, pelo medo e por tantos outros motivos derivados do
episódio fatídico vivido por eles naqueles dias. Há muitas coisas que hoje
continuam fechando as portas do nosso coração e impedindo que recebamos
Jesus dentro dele. Fechamos as portas do nosso coração a Jesus quando
fechamos o nosso coração para os nossos irmãos mais necessitados. Fechamos
nosso coração a Jesus quando nos fechamos em nosso individualismo, nossos
pequenos grupos ou no nosso comodismo. Quando nos fechamos em nossas
ideias e não aceitamos dialogar com o diferente. Quando achamos que sabemos
tudo e não nos abrimos para conhecer novas ideias.
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4. Jesus se colocou no meio deles para dizer que a partir daquele momento ele
deveria ser o centro da vida deles. Ele deve estar no centro da vida da Igreja, das
comunidades, da nossa fé. Tudo o que nós fazemos, hoje, na Igreja, deve ter
como centro a pessoa de Jesus Cristo. Se assim não for, nossas ações na Igreja
não têm razão de ser.
5. O desejo primordial de Jesus ao se colocar entre os discípulos é que eles
tivessem paz. É, portanto, o desejo de que a paz reinasse entre eles, porque sem
paz nada se pode fazer. Assim, Jesus pede para nós, hoje, fazermos da Igreja, da
paróquia, da comunidade eclesial, um lugar de paz. Ou, como pede o Documento
de Aparecida, fazermos das nossas paróquias lugares privilegiados para que a
maioria dos fiéis possa, de fato, ter uma experiência concreta de Cristo e de sua
Igreja (DA, nº 304). Portanto, devemos nos esforçar para evitar as intrigas, as
rivalidades ou qualquer outra coisa que possa dissipar a paz entre nós, membros
dessa Igreja de Jesus Cristo.
6. Jesus, ao mostrar-lhes as mãos e o lado, quer provar que quem está ali não é um
fantasma, mas Ele mesmo, vivo, ressuscitado. Assim, não há mais motivo para
medo ou inseguranças. É hora de acreditar plenamente e abrir as portas do
coração para anunciar a sua ressurreição. Anunciar que a vida venceu a morte.
Anunciar que Ele está vivo e caminha conosco. Hoje, quando a Igreja pede que
sejamos discípulos e missionários, está pedindo para fazermos memória dessa
constatação dos discípulos e sermos promotores da vida de nosso povo onde as
chagas de Jesus continuam abertas nas mãos e no lado dos nossos irmãos
“crucificados” de hoje.
7. Eles se alegraram. Os discípulos, ao verem as marcas da crucificação, têm as
dúvidas dissipadas. Isso é motivo de alegria e por isso eles se alegram. A dor da
perda dá, agora, lugar à alegria do reencontro. É indescritível esse sentimento,
que vai ser evidenciado na prática, na continuação dos discípulos da missão do
Mestre. Hoje damos provas da nossa constatação, da nossa certeza, da nossa
alegria da presença do Cristo vivo entre nós, quando, como os primeiros
discípulos, continuamos a testemunhar a ressurreição nos engajando na luta em
defesa da vida.
8. Jesus insiste que a paz esteja com eles. A insistência de Jesus nesse elemento é
porque, sem paz, o Reino proposto por Ele não será possível. Ele veio trazer a
paz e quer que seus discípulos sejam promotores da mesma, mas não uma paz
qualquer. Não uma paz fruto do comodismo, do medo ou do conformismo com
as atrocidades do mundo. Não uma paz de cemitério. Deseja a paz fruto da
justiça. A paz resultado do empenho e da luta contra todas as formas de violência
que continuam ceifando vidas inocentes. Uma paz que exige comprometimento.
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Por isso, Jesus insistiu, insiste e continuará insistindo conosco a cada momento
para que a paz esteja conosco.
9. Após desejar a paz e ter certeza de que eles não esquecerão tal desejo, Ele os
envia em missão.
10. Porém, não os envia de qualquer modo, envia como o próprio Pai o enviou.
Portanto, os discípulos têm uma missão semelhante à de Jesus. Nós, como
discípulos, hoje, temos uma missão semelhante à missão de Jesus. Somos
enviados como discípulos e missionários do mesmo modo que Jesus foi enviado.
Isso é motivo de alegria, de ânimo, porém, é também um grande desafio. Como
foi mesmo que o Pai enviou Jesus? Como cordeiro no meio de lobos. Devemos
estar preparados e atentos aos grandes desafios, ao enfrentamento dos
obstáculos, às cruzes que encontraremos pelo caminho.
11. Além disso, Jesus sopra sobre eles o Espírito Santo. Assim, eles não estarão
mais sozinhos na missão, como imaginavam que estariam. É o Espírito que os
guiará a partir de então, até os confins da terra. A confiança de que nossas ações
são guiadas pelo Espírito nos dá a coragem necessária para não fraquejarmos
diante da dúvida, dos obstáculos ou de qualquer outra coisa que possa
representar perigo para a missão.
12. Jesus confia grande responsabilidade aos discípulos: perdoar ou não os
pecados. Os discípulos terão, agora, autoridade e autonomia para promover ou
não a reconciliação entre as pessoas, ligar ou não céus e terra. Terão o livre
arbítrio no processo de construção do Reino de Deus. Que tamanha
responsabilidade Ele nos deu! A construção do reino está em nossas mãos, cabe
a nós fazer com que ele aconteça ou não. Como anda essa responsabilidade?
Como anda essa promoção do Reino? Como anda o perdão que damos àqueles
que nos têm ofendido? A Igreja nos deixou o sacramento da reconciliação, mas,
além dele, há também o perdão que devemos exercitar todos os dias como parte
de nosso processo de conversão. Deus nos perdoa sempre (cf. Mt 18,21-23) e nos
ensina a fazer o mesmo. Assim, descobrimos que a Igreja é lugar de perdão e
lugar de manifestação da Graça de Deus.
Essas são algumas pistas para a reflexão. Devido ao tempo, não há necessidade de
fazer todos os questionamentos ou passar todas as respostas. O que importa é que o
grupo todo, ou, ao menos, a maior parte, dê sua opinião, participe, fale. O dirigente
pode também apresentar outras pistas para a reflexão do grupo. Após a reflexão é
bom promover uns instantes de silêncio. Para favorecer a meditação, poderá haver um
fundo musical ou o dedilhar de um violão.
2 Cf. Lumem gentium 5b, 8c; Gaudium et spes 40b; Unitatis redintegratio 1a.
3 Cf. Decreto Inter Mirifica sobre os meios de comunicação social. In: Concílio Ecumênico Vaticano II.
Cap. I, nº 3, p. 95.
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1.7 Profissão de Fé
Embora essa celebração não seja missa, uma vez que tem como tema a vida da
Igreja, seria bom fazer um momento de profissão de fé, rezando a oração tradicional
do credo (o Credo Apostólico ou Niceno-Constantinopolitano), como se faz nas
missas, ou rezando-o através de perguntas e respostas, como se faz por ocasião do
batismo, ou, ainda, rezando ou cantando uma das versões mais populares dessa
oração que existem por aí. A oração poderá ser feita convidando os participantes a
estender a mão direita em direção à cruz, ou ao círio pascal, ou mesmo em direção à
bandeira do Vaticano ou foto do Papa. Fica a critério da equipe de organização
definir de que modo será rezada a oração do creio.
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1.8 Preces
Por se tratar de uma ocasião em que a comunidade está reunida em oração, é
importante ter um momentoreservado para as preces dos participantes. Assim, após a
profissão de fé, promova um instante em que todos os que desejarem poderão fazer,
espontaneamente, seus pedidos a Deus. Motivar que esse momento seja algo bem
espontâneo. Que cada um peça de acordo com as suas necessidades ou de acordo com
as necessidades da Igreja.
Pelo fato de a temática do dia ser a Igreja, o dirigente deve, no final, depois que
um número significativo de pessoas fizer seus pedidos, se não tiver sido feito nenhum
pedido voltado para as necessidades da Igreja, fazer alguns que tenham esta
conotação, como, por exemplo, pelo Papa, pelos bispos, pelos padres, pelas vocações
sacerdotais e religiosas etc.
Após cada pedido poderá ser entoada uma resposta pedindo a intercessão do(a)
Santo(a) padroeiro da Comunidade. Outra sugestão bem significativa é colocar ao
centro uma cruz e aos seus pés uma vasilha com brasa e uma outra com grãos de
incenso. Cada pessoa que for fazer um pedido se aproxima da cruz e, enquanto faz o
pedido, deposita na vasilha com brasa um grão de incenso. A comunidade responde
cantando o seu pedido. No final, depois que boa parte dos presentes fez seu pedido,
poderá concluí-los com uma fórmula previamente preparada ou com esta que
sugerimos a seguir:
“Deus Pai de misericórdia, acolhei os pedidos que nós, vossos filhos e filhas,
membros de vossa Igreja aqui reunida, acabam de apresentar. Fazei de nós, cada vez
mais, discípulos e missionários comprometidos com a construção de vosso Reino. Por
Cristo Senhor Nosso. Amém!”
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1.9 Ofertório
Embora esta não seja a celebração de uma Missa, um momento para se fazer
oferendas a Deus é muito importante para fortalecer o vínculo de unidade e
compromisso entre os fiéis leigos e a Igreja, através da partilha. Sugerimos que, nesse
primeiro dia, por ter como tema a vida da Igreja, a oferta seja feita em espécie, como
fazemos nas missas. Qualquer quantia pode ser ofertada. Quem não puder ofertar ou
caso não tenha trazido dinheiro, poderá aproximar da mesma forma, e fazer a oferta
da sua vida a Deus e à Igreja, tocando o altar, a mesa da Palavra ou qualquer outro
objeto simbólico que a equipe tenha preparado para esse momento. Seria interessante
colocar ao centro, ou em outro local adequado, além do cesto para depositar as
ofertas, um globo terrestre, simbolizando a missão da Igreja em toda a terra. Quem
preside, motiva os participantes a fazer suas ofertas. Enquanto isso, a equipe de canto
poderá entoar um canto próprio de ofertório. A oferta coletada nesse dia poderá ser
destinada aos trabalhos missionários da Igreja, como, por exemplo, para a missão Ad
Gentes. No último dia, quem preside comunica aos participantes a quantia que foi
arrecadada.
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1.10 Pai-nosso
Após o momento de ofertório, rezar ou cantar a oração do Pai-nosso, seguida de
outras orações que a comunidade preferir. Colocamos, aqui, a Oração a Jesus Cristo
Eucaristia, que ajudará os participantes a se prepararem melhor para receber a
comunhão:
Lado 1:
“Deus, nosso Pai, nós acreditamos que és o Criador de todas as coisas e que vieste
junto a nós no rosto do teu Filho, concebido de Maria Virgem, por obra do Espírito
Santo, feito um de nós e penhor de vida eterna.
Jesus, Palavra de Deus,
Jesus, Filho de Deus,
Jesus, Filho de Maria,
Jesus, Vencedor da morte,
Jesus, Vencedor do pecado,
Jesus, Senhor glorioso.”
Lado 2:
“Acreditamos, Pai previdente, que, pela força do teu Espírito, o pão e o vinho se
transformam no Corpo e Sangue do teu Filho, flor da farinha que alivia a fome do
caminho.”
Lado 1:
“Acreditamos, Senhor Jesus, que a tua Encarnação se prolonga na semente do teu
Corpo Eucaristia, para dares de comer aos famintos de luz e verdade, de amor e
perdão, de graça e salvação.”
Lado 2:
“Acreditamos que, na Eucaristia, te prolongas na história, para alentar a fraqueza
do peregrino e o sonho de quem anseia dar fruto em seu trabalho. Sabemos que, em
Belém, ‘Casa do Pão’, o Pai eterno preparou, no ventre da Virgem Maria, o pão que
Ele oferece aos que têm fome de infinito. Amém!”
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1.11 Comunhão
Em seguida, o grupo poderá se preparar para a comunhão eucarística, com
algumas orações e cantos que falem dessa expectativa de receber o corpo de Cristo
através do pão eucarístico. A comunhão poderá ser precedida da Oração do Pai-
nosso, rezada de mãos dadas. Se não estiver presente nenhum Ministro Ordinário da
Comunhão (padre ou diácono), o momento poderá ser dirigido por um Ministro
Extraordinário da Comunhão.
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1.12 Ação de graças
Toda a celebração deste e dos demais dias do tríduo é uma espécie de ação de
graças, porém, é importante que, após o rito da comunhão, a equipe prepare um
instante de silêncio, em que cada participante poderá agradecer a Deus. Durante o
momento de silêncio, meditação e contemplação, poderá haver um fundo musical
bem suave, ou, então, alguém poderá dedilhar uma música no violão enquanto o
grupo medita. Em seguida, se for conveniente, poderá motivar o grupo a manifestar o
que gostaria de agradecer a Deus nesse dia. Essa motivação poderá ser feita antes de
iniciar o silêncio. Assim, cada um poderá refletir sobre aquilo que gostaria de
agradecer. Esses agradecimentos devem ser algo espontâneo, brotado da vida e do
coração de cada um. Pelo fato de esse primeiro dia do tríduo ter como tema a vida da
Igreja, o dirigente poderá motivar o grupo a tecer seus agradecimentos voltados para
essa temática.
Dinâmica das chaves
Se a equipe de preparação do tríduo desejar, e se o tempo permitir, poderá ser feito
nesse momento de ação de graças uma breve dinâmica que ajude o grupo a
aprofundar a reflexão, a oração e a responsabilidade com o tema proposto. Sugerimos
aqui a dinâmica das chaves, que nos remete à responsabilidade confiada a Pedro
depois que ele reconhece que Jesus é o Messias, o Filho de Deus (cf. Mt 16,19).
Vemos nesse texto que Jesus lhe dá as chaves do Reino do Céu, dizendo: “o que você
ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu”.
Essa referência é bem oportuna nesse momento, porque o grupo está concluindo um
momento de oração que o conduziu à responsabilidade com a Igreja através do
reconhecimento de Jesus Cristo como centro da vida da mesma. É hora de assumir
um compromisso mais acentuado e a chave representa esse compromisso, essa
responsabilidade e, sobretudo, o livre-arbítrio, a escolha e a decisão de responder ou
não aos apelos da Igreja. Vamos à dinâmica.
Providencie uma quantidade de chave que seja suficiente para todo o grupo e que
possa sobrar algumas, dando, assim, a possibilidade de escolha ou de troca, se alguém
desejar. As chaves devem ser de diferentes tamanhos e formatos, pois isso ajuda na
imaginação do grupo na hora da reflexão.
• Ambiente: Espalhar pelo chão vários tipos de chaves, de diversos tamanhos e
formatos, em quantidade suficiente para todos os participantes e disponibilizados
de modo que todos possam ver.
• O dirigente convida para que as pessoas se levantem do seu lugar, em silêncio, e
observem por uns instantes as chaves espalhadas pelo chão. Em seguida, escolha
uma e volte para o seu lugar. Enquanto isso, uma música que favoreça a
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contemplação pode ser tocada. Dê um tempo de aproximadamente cinco minutos
para que todos possam pegar uma chave.
• Em seguida, cada um vai observar atentamente a chave que escolheu e perceber
seus detalhes: tamanho, estado de conservação, tipo, os dentes da chave.
Enquanto o grupo observa, o dirigente poderá fazer alguns questionamentos que
ajudarão as pessoas a extrair da sua chave uma infinidade de reflexões: quantas
portas essa chave já abriu e fechou? Em quantas mãos ela já passou? Por que ela
está nesse estado? Qual foi a intenção de seu dono ao mandar confeccionar essa
chave? Qual a razão da existência dessa chave? Quais os tesouros que ela
guardou? Por que ela veio parar, hoje, nas minhas mãos? Por que ela é tão
grande ou tão pequena? Por que tem tantos detalhes? etc. Em seguida, mudar os
questionamentos, trazendo a reflexão do grupo paraa realidade concreta da
Igreja e seu compromisso com ela: Tenho tido muitas chaves na minha vida?
Como as tenho usado? Tenho sido chave na vida da Igreja e do meu próximo?
Como? Tenho aberto ou fechado portas? O que a chave representa na minha vida
e na vida da Igreja?
• Após uns cinco minutos de observação/contemplação, ler, pausadamente, Mt
16,13-20.
• Convidar todos a perceber a provocação que Deus faz a partir da chave e dar um
nome à própria chave (é im-
portante um tempo suficiente para que cada um possa sentir-se provocado a orar
e a agradecer a partir das chaves: se for o caso, faça mais uma vez algumas
motivações que possam ajudar na oração).
• Partilha: expressar, espontaneamente, o que cada um sentiu durante o tempo de
reflexão.
• Concluir o momento de ação de graças convidando cada um a levar a chave
consigo e trazer nos outros dois dias do tríduo. A mesma poderá ser reutilizada
durante a celebração da missa do(a) padroeiro(a) (durante o ofertório), dando
mais vida ao seu simbolismo. Concluir esse momento com um canto adequado.
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1.13 Ritos finais
Oração final
Para a oração final desse primeiro dia do tríduo, poderá ser usada alguma oração
oficial da Igreja que ainda não tenha sido feita, como, por exemplo, a oração da
Campanha da Fraternidade do ano correspondente, ou a seguinte Oração Missionária
(ou outra que a equipe escolher):
“Nós vos louvamos, Senhor, e agradecemos pela vossa Palavra, pela graça do
Batismo, pela missão que de vós recebemos. Ensinai-nos, nós vos pedimos, a ser
missionários neste tempo e em toda parte. Alimentados pelo vosso Corpo e Sangue,
seja a nossa missão um serviço à paz; e, para a humanidade à procura do caminho,
sedenta de vida e de verdade, um sinal de amor e de esperança. Amém!”
Comunicados
Após a oração final, a equipe poderá passar os avisos que forem necessários para o
próximo dia, bem como agradecer a participação de todos. Entre os avisos, peça que
cada um traga para o próximo encontro uma flor. Ela será usada durante o ofertório
do segundo dia do tríduo.
Bênção final e envio
A bênção final poderá também ser dinamizada. Convide as pessoas a traçar na
fronte uma da outra o sinal da cruz e dar-lhe um afetuoso abraço, desejando uma boa
noite (ou bom dia) e manifestando o desejo de vê-la, novamente, no próximo dia do
tríduo. Enquanto o grupo se despede, a equipe de animação e canto poderá executar
uma música bem alegre. Se desejar, a equipe poderá providenciar algumas pequenas
lembranças e entregá-las aos participantes nesse momento.
 
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Capítulo 3 - SEGUNDO DIA (JULGAR): - A VIDA
DO(A) PADROEIRO(A) - DA PARÓQUIA OU
COMUNIDADE
Tema específico: “Sede santo como vosso Pai Celeste é Santo” (Lv 19,2b; Lv 11,44).
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1. Objetos e símbolos a serem providenciados
para o segundo dia do tríduo
Imagem do(a) padroeiro(a); Bíblia; uma ou duas velas; toalhas e flores para
ornamentar o espaço; livro com a biografia do(a) santo(a) padroeiro(a) ou algo
similar; cruz; vasilha para brasas; carvão; pedaços de papéis suficiente para todos;
algumas canetas ou lápis; CD com músicas instrumentais; aparelho para tocar CD;
folhas de cantos; cesto para ofertas; pão grande; pães pequenos (uma quantia que seja
suficiente para todos); água, asperge e caldeirinha para aspersão ou mesmo um copo e
ramo verde; alguns símbolos relacionados ao santo(a) e outros símbolos e objetos que
a equipe for utilizar durante essa celebração. Como no primeiro dia, providenciar
pessoas que se responsabilizem para que tudo transcorra de forma harmônica e
tranquila, sem interferir no ritual da celebração.
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1.1 Espaço da celebração
Como foi sugerido inicialmente, o espaço desse segundo dia do tríduo deve estar
ornamentado com símbolos referentes ao tema. Não poderá faltar, em lugar de
destaque, a imagem do(a) padroeiro(a) da comunidade nem os símbolos que são
comuns a ele(a). Além disso, a Bíblia, velas e flores deverão estar presentes todos os
dias. Procure reunir o maior número possível de elementos que lembrem a vida do
padroeiro, inclusive um ou mais livros que contenham sua biografia. Vale lembrar
que esse segundo dia, dentro do método “ver, julgar e agir”, tem como objetivo julgar
a vida de cada um e da comunidade, iluminada pela vida do(a) santo(a) padroeiro(a).
Sugestões: se a comunidade tiver como padroeiro Santo Antônio, cestos com pães
podem ajudar a compor os elementos que ornamentam o espaço. Se a comunidade é
dedicada a São Francisco, elementos da natureza (plantas, pássaros, terra, água etc.)
são símbolos que reforçam o tema celebrado. A equipe poderá usar da criatividade
para compor o espaço da celebração, tornando-o o mais possivelmente apropriado
para a oração.
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1.2 A acolhida
A acolhida é sempre um elemento muito importante numa celebração. As pessoas,
quando se sentem acolhidas no espaço da celebração, participam mais e, além de
ficarem mais à vontade, rezam melhor, fazendo com que a celebração se torne rica e
profunda não apenas para si mesmas, mas para todos. Assim sendo, prepare bem a
recepção das pessoas que vão chegar para esse segundo dia de oração.
A equipe poderá preparar algum gesto simbólico para a acolhida desse segundo
dia, como, por exemplo, receber as pessoas ungindo a fronte ou as mãos delas com
óleo perfumado, como foi feito no primeiro dia. Ou poderá, ainda, receber os
participantes com algum gesto ou símbolo que lembre algo da vida do santo
padroeiro da comunidade que está sendo celebrado nesse dia. Por exemplo, se a
comunidade tiver como padroeira Santa Teresinha (de Lisieux) ou Santa Rita de
Cássia, receber as pessoas entregando uma rosa. Ou se a padroeira é Santa Luzia,
acolher as pessoas traçando sobre seus olhos o sinal da cruz. Enfim, verifique na vida
do padroeiro da sua comunidade qual gesto poderá ser aplicado no momento da
acolhida.
As recomendações dadas no primeiro dia do tríduo, para a acolhida, poderão ser
repetidas nesse e no terceiro dia: receber as pessoas e conduzi-las até seu assento, ter
uma equipe para fazer a acolhida, receber a todos com simpatia e delicadeza etc.
Depois dessa primeira acolhida personalizada, o dirigente, antes de iniciar a
celebração, deverá fazer uma outra acolhida, agora mais geral, desejando boas-vindas
a todos. Poderá pedir que a equipe de animação entoe o refrão de algum canto de
acolhida, como, por exemplo: “Bem-vindo irmão, você completa a nossa alegria.
Sinta-se bem. Seja feliz em nossa companhia. Bem-vinda irmã, você completa a
nossa alegria. Sinta-se bem. Seja feliz em nossa companhia”, ou outro que a
comunidade conheça bem.
Depois da acolhida, inteirar os participantes do tema desse dia, apresentando, de
modo breve, a temática desse segundo encontro.
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1.3 Momento penitencial
Lembrar no momento penitencial que toda a nossa vida deve ser um processo de
santificação. Santificamo-nos quando pedimos perdão pelas nossas falhas, erros e
fraquezas e nos propomos a não repetir tais erros. Trazer presentes nesse momento
alguns exemplos da vida do(a) santo(a) padroeiro(a) que contribuíram no seu
processo de santificação.
A equipe de preparação do tríduo poderá preparar para esse momento penitencial a
seguinte dinâmica:
• Colocar no centro uma cruz e, aos seus pés, ou ao lado, uma vasilha com brasas.
A imagem do(a) padroeiro(a) poderá também estar junto à cruz. Em seguida,
distribuir pequenos pedaços de papéis para os participantes. Pedir que cada um
escreva um ou mais pecados, como forma de pedido de perdão a Deus (o
dirigente poderá distribuir uma ou mais canetas ou lápis aos participantes).
Enquanto as pessoas escrevem seus pecados nos papéis, poderá haver um fundo
musical que favoreça a revisão de vida. Em seguida, pedir que, com calma, as
pessoas se aproximem e coloquem sobre a vasilha com brasa os papéis com os
pecados. Se alguém desejar manifestar o pedido de perdão em alta voz, poderá
fazê-lo. No final, um canto de pedido de perdão. Se a equipe desejar, poderá
orientar, no final desse ritual, que todos se abracem como gesto de reconciliação
com Deus e com os irmãos.

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