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Atividade Individual FGV Direito Do Trabalho

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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Disciplina: Direito do Trabalho 
Aluno: Renata Vannucy Dantas Gonçalves Turma: 1121-1_2 
Tarefa: Orientação e Parecer Jurídico 
 
Matriz de resposta 
EMENTA 
PRESCRIÇÃO. INTEGRAÇÃO DE COMISSÃO. TRABALHADOR EXTERNO. CARGO DE CONFIANÇA. 
CONTROLE DE JORNADA. HORAS EXTRAS. DEMISSÃO DISCRIMINATÓRIA. HIV. CONCLUSÃO. 
RELATÓRIO 
A relação empregatícia teve início em 01/01/2015, quando Daniel foi regularmente contratado pelas Lojas 
Ratazana para exercer o trabalho de vendedor com salário de R$ 2.000,00. Em 01/01/2017 Daniel foi 
promovido a vendedor sênior, com salário de R$ 6.000,00, época na qual ele recebia seu salário fixo mais 
um percentual a título de comissão de 1% sobre o valor da mercadoria vendida, que eram pagas “por 
fora”, ou seja, sem contabilização na folha de pagamento. 
Desde a sua contratação, Daniel exercia trabalho com sobrejornada de duas horas diárias, sem, contudo, 
receber nada pelas mesmas. 
Em 01/01/2018, Daniel foi promovido a gerente comercial e passou a exercer cargo de confiança, com 
salário de R$ 15.000,00. Ele continuou a ser excluído do controle de frequência, não obstante trabalhasse, 
em média, de 12 a 14 horas por dia. O RH lhe informou que pelo seu novo cargo e poderes advindos com 
o mesmo, ele não teria direito a horas extraordinárias. 
Em 01/01/2019, Daniel foi surpreendido com um convite para ocupar o cargo de diretor comercial das 
Lojas Ratazana. Para tanto, foi nomeado diretor estatutário no estatuto social da companhia, com amplos 
poderes. O seu contrato de trabalho foi suspenso, e ele passou a receber R$ 30.000,00 de pro labore. 
Em 01/01/2020, Daniel descobriu ser portador do vírus HIV. A princípio ele decidiu não relatar aos seus 
superiores, por medo de discriminação. Entretanto, em fevereiro/2020, após passar mal e sofrer um 
 
 
 
2 
 
desmaio no seu local de trabalho, Daniel teve de ser socorrido e hospitalizado, o que o impediu de esconder 
sua doença por mais tempo. Após 15 dias de hospitalização, Daniel sentiu, ao retornar ao trabalho, que 
seus colegas de trabalho o tratavam com frieza e indiferença, evitando inclusive contato físico. 
Em 11/05/2020 Daniel foi demitido, sem justa causa e sem a justificativa plausível. 
Daniel recebeu 11 dias trabalhados a título de pro labore, e foi informado que seu contrato foi suspenso 
em 01/01/2019 por ocasião da sua nomeação como diretor estatutátio, e por isso ele não teria direito a 
verbas rescisórias celetistas, o que gerou o questionamento interno sobre a possibilidade da demissão se 
tratar de discriminação por ele ser portador do vírus HIV. 
FUNDAMENTAÇÃO 
Prescrição 
Este parecer será estruturado tendo como referência a legislação trabalhista, jurisprudências e doutrinas 
atuais, ainda que se faça alguns comparativos com leis anteriores meramente à título de compreensão. 
É importante frisar que a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) não se aplica aos contratos de trabalho 
firmados antes de sua vigência. 
No Art 11 da CLT, lê-se : 
 “A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho 
prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite 
de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. (Redação dada pela 
Lei nº 13.467, de 2017)” 
Percebe-se a prescrição quinquenal na contratação de Daniel, que completou cinco anos em 2020, 
notamos então que a análise do direito aos créditos trabalhistas tem como limite a prescrição já operada, 
o que pode ser um fator limitador. 
Comissões 
Com relação ao caso presente, lemos que Daniel recebia comissões das vendas caso atingisse as metas, 
metas essas que ele sempre atingiu e era até mesmo considerado um dos melhores vendedores da loja, 
 
 
 
 
 3 
 
porém as mesmas não eram contabilizadas em folha de pagamento, ou seja, não eram adicionadas ao 
seu salário, o que está em descumprimento com o Art. 457 da CLT que diz: 
“Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos 
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como 
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 
§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais 
e as comissões pagas pelo empregador.” 
Nota-se que a comissão tem natureza salarial e deve ser integrada ao salário, o que deve vir a refletir nos 
impostos, recolhimentos, indenizações, décimo terceiro, férias, FGTS etc. 
Horas Extras 
Lemos no relato introdutório que Daniel sempre exerceu trabalho em regime de sobrejornada de 02 (duas) 
horas diárias, sem, contudo, ter recebido qualquer contraprestação. 
Vejamos o Art. 62 da Consolidação das Leis do Trabalho: 
“Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação 
de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos 
quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes 
de departamento ou filial. (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994).” 
Lendo o supracitado pode-se até tentar justificar o não pagamento das horas extras a Daniel enquanto 
vendedor externo e gerente ocupador de cargo de confiança, porém faltaria aí o elemento controle de 
jornada, já que Daniel tinha a obrigação de comparecer diariamente ao local de trabalho no horário de 
início e fim da jornada. 
Adicionaremos a opinião da Adriana Calvo que diz: 
“Vale lembrarmos que o trabalhador vendedor comissionista tem direito ao 
pagamento dos DSRs e feriados. Para tanto, o cálculo deve ser feito nos 
 
 
 
4 
 
moldes previstos na Lei n. 605/49, (Súmula 27 do TST). No caso de horas 
extras, o empregado comissionista, sujeito a controle de horário, tem direito 
ao adicional mínimo de 50% pelo trabalho em jornada extraordinária (Art. 
59, Lei 13.467, 2017), devendo o respectivo adicional ser calculado sobre o 
valor-hora das comissões recebidas no mês, tendo como divisor as horas 
efetivamente trabalhadas no mês (Súmula 340 do TST). Se for comissionista 
misto, no caso de realização de jornada extraordinária, explica-nos Barros 
(2016, p. 457), que, “em relação à parte fixa, são devidas as horas simples 
acrescidas do adicional de horas extras. Em relação à parte variável, é devido 
somente o adicional de horas extras (Súmula 340 do TST).”(CALVO, Adriana, 
Manual de direito do trabalho – 4ª edição – São Paulo, Ed. Saraiva)” 
Demissão Discriminatória 
Após retorno ao trabalho Daniel notou que seus colegas de trabalho, de diferentes níveis hierárquicos, o 
tratavam com distância e frieza, cumprimentado-o sem tocá-lo inclusive. Pouco tempo depois o mesmo 
foi dispensado, o que pareceu uma dispensa discriminatória já que o funcionário sempre foi exemplar. 
No Brasil, as pessoas com HIV são amparadas pela legislação, o que lhes garante acesso a tratamento e 
respeito a sua dignidade. Na Contituição, Art. 5 e 6 lemos: 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade. 
Art. 6º – São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, 
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção 
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição.” 
Descartando a possibilidade de coincidência, há fortes indícios de que Daniel foi demitido por motivo 
discriminatório, o que nos remete à Súmula 443 do TST: 
 
 
 
 
 5 
 
“Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus 
HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido 
o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego.” 
Vale ressaltar que pessoas comHIV tem o direito de manter em sigilo sua condição sorológica no ambiente 
de trabalho, isso inclui testes de admissão, testes periódicos ou de demissão. Segundo o Art. 59 da Lei 
8.213 de 24/07/1991, a qualquer brasileiro que seja segurado e que não possa trabalhar por conta da 
doença incapacitante ou acidente por mais de quinze dias consecutivos é assegurado o auxílio-doença. 
A demissão discriminatória é proibida e tal ato é considerado crime, como lemos na Lei 12.984 Art. 1: 
“Constitui crime punível com reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, 
as seguintes condutas discriminatóri as contra o portador do HIV e o doente 
de aids, em razão da sua condição de portador ou de doente: (...) 
III - exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego; 
IV - segregar no ambiente de trabalho ou escolar; 
V - divulgar a condição do portador do HIV ou de doente de aids, com intuito 
de ofender-lhe a dignidade;” 
O argumento acima é confirmado pela forma como Daniel foi tratado em seu ambiente de trabalho após 
conhecimento alheio sobre sua condição de saúde. Verifica-se aí também uma quebra de sigilo com relação 
a mesma já que o correto era apenas o RH da empresa ter conhecimento de tal condição e não toda a 
empresa. Diante do ressaltado, Daniel tem direito a ressarcimento por danos morais e requerimento de 
reintegração ao seu emprego nas Lojas Ratazana conforme previsto no Art. 223-A e seguintes da CLT: 
“Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial 
decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título. 
Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que 
ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são 
as titulares exclusivas do direito à reparação. 
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a 
autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens 
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017)” 
 
 
 
 
6 
 
CONCLUSÃO 
Com os pontos apresentados anteriormente, fica claro que a conduta da empresa foi errada em diversos 
aspectos: computação salarial das comissões, regime de sobrejornada, demissão discriminatória para 
mencionar alguns. 
O recurso do Daniel para reaver seus valores e a possibilidade de reintegração em seu emprego se veem 
satisfatórias. Caso não seja viável o retorno ao trabalho, é possivel fazer-se o pagamento indenizatório. 
De qualquer forma, os direitos trabalhistas são devidos durante todo o momento em que Daniel estava 
empregado pela empresa, inclusive como Diretor, o que nos permite afirmar nosso parecer de que o 
funcionário tem grandes chances de êxito no ingresso de eventual processo trabalhista. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2017. Calvo, Adriana 
Manual de direito do trabalho / Adriana Calvo. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020; 
BRASIL. Lei nº 12.984/14, de 02 de junho de 2014. Diário oficial [da República Federativa do Brasil]. 
Brasília, DF, 02 de junho. 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l12984.htm> Acesso em dez. 2021 
BRASIL. Lei nº 5.452/93, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.Diário oficial 
[da República Federativa do Brasil]. Brasília, DF, 1º de maio. 1943. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm > Acesso em dez. 2021 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em dez. 2021 
BRASIL. Lei 8.213, de 24 de Julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e 
dá outras providências < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm> 
SÚMULAS do TST. 
<https://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_401_450.html> Acesso em 
dez. 2021. 
 
	Atividade individual