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Patologia do ovário 1) Doença de ovários policísticos (síndrome de Stein-Leventhal) O distúrbio caracteriza-se por graus variáveis de irregularidade menstrual, sinais de hiperandrogenismo (acne, excesso de pelos corporais [hirsutismo], queda dos cabelos de padrão masculino) e infertilidade. Além disso, mulheres com diagnóstico de SOPC possuem tendência a apresentar obesidade. Isso porque a hiperinsulinemia e a resistência à insulina podem desempenhar um papel na patogenia desse distúrbio. Nessa patologia, os níveis de estrogênio são elevados, o que resulta em hiperplasia da teca interna e, assim, hiperplasia endometrial. O desbalanço de LH/FSH é um relevante fator para diagnóstico e justifica a questão da anovulação e infertilidade, uma vez que o LH elevado aumenta a secreção androgênica (resutando na clínica da hiperandrogenia- acne, hirsutismo e acne), o que, por sua vez, impede o desenvolvimento folicular normal e contribui para o ciclo vicioso de anovulação, ao aumentar a quantidade de tecido adiposo e de estrona (hiperplasia e carcinoma endometrial), levando ao início do ciclo: aumento de LH e redução de FSH. Além de suas manifestações clínicas, a ocorrência de problemas de saúde a longo prazo, incluindo doença cardiovascular e diabetes, tem sido ligada à SOPC. A confirmação com ultrassonografia ou visualização laparoscópica dos ovários é frequentemente efetuada. Na evolução clínica, estão presentes hiperestrogenismo prolongado e risco para cancer de mama, hiperplasia e carcinoma endometriais. O tratamento consiste em alívio dos sintomas, com hormônios reguladores do ciclo menstrual, fármacos indutores da ovulação ou cirurgia com ressecção em cunha dos ovários, além da questão mais relevante: modificação de estilo de vida. Nas observações da condição, estão: 2) Torção e infarto hemorrágico Ocorre especialmente devido a tumores e cistos volumosos, que levam à torção do pedículo ovariano e, consequentemente, à necrose hemorrágica. 3) Neoplasias ovarianas As neoplasias ovarianas são bastante frequentes, sendo a maioria benigna. Os malignos, no entanto, constituem a principal causa de morte por neoplasia reprodutiva. Os fatores de risco para as neoplasias de ovário são: a nuliparidade, baixa utilização de contraceptivos orais, história familiar e disgenesia gonádica (insuficiência nas gônadas). Isso acontece porque a nuliparidade e a baixa utilização de contraceptivos favorece a ovulação múltipla, o que causaria a perda da integridade do epitélio ovariano superficial. Em sua regeneração, por sua vez, há possibilidade de mutações múltiplas e, assim, tranformações malignas e neoplasias. OBS: laqueadura tubária reduz chance de cancer ovariano (motivo desconhecido) e síndrome de Lynch tipo 2 está associada a neoplasias múltiplas envolvendo ovários, mama, cólon. Os genes de suscetibilidade ao câncer de mama, BRCAJ e BRCA2, que são genes supressores tumorais Classificação das neoplasias de ovário: Origem: epitélio de revestimento superficial, células germinativas, mesênquima ovariano (estroma gonadal). O mais comum é o epitélio de revestimento superficial (origem celômica). As diferenciações são em: serosos, mucinosos, endometrioides. A localização: superficial ou intracística. Comportamento biológico: benignos, malignos, bordeline. Entre os serosos e mucinosos, são subdivididos em benignos, limítrofes e malignos. • Tumores Serosos do ovário É um tumor cístico, revestido por epitélio colunar ciliado tipo tubário. (cistadenocarcinoma seroso- o mais comum. É maligno. Média de 56 anos, lesões volumosas, dor pélvica crônica e dor aguda se associada a torção). Pode evoluir com ascite e aderências entre vísceras, levando à obstrução intestinal. Na macroscopia do cistadenoma seroso, há apresentação de neoplasia cística, com parede fina e superfície interna lisa, conteúdo seroso e podem apresentar papilas (cistadenoma papilífero superficial do ovário). Na microscopia, há presença de cistos revestidos por epitélio colunar simples ciliado (com ou sem papilas pequenas). Há coexistência de componente de estroma, consistindo no cistadenofibroma. Na macroscopia do cistadennocarcinoma, forma maligna, há excrescnências papilíferas internas e externas, com parede irregular, áreas sólidas e nodularidade na cápsula. Além disso, áreas de necrose e hemorragia. Na microscopia, há invasão do estroma, atipia celular, mitoses frequentes, papilas, ninhos, trabéculas e pseudoácinos, além dos corpos psamomatosos. Diferenciam se em alto (moderado ou pouco diferenciado) e baixo grau (bem diferenciado) • Tumores mucinosos do ovário São neoplasias císticas, revestidas de epitelio colunar mucossecretor (tipo gastrointestinal). Nos malignos, há disseminação, implantes tumorais e aderências. Na macroscopia, os benignos apresentam regiões císticas multiloculadas, contéudo gelatinoso e unilaterais. Já na macro dos malignos, grandes dimensões e peso, áreas sólidas, necrose e nodularidade capsular, além de serem bilaterais. Na microscopia dos benignos, observa se epitélio colunas simples mucossecretor, ausência de atipias e discreta pseudoestratificação. Já na microscopia do maligno, observa se crescimento infiltrativo, atipias nucleares e mitoses numerosas • Tumores endometrioides do ovário São neoplasias epiteliais e/ou estromais, semelhantes às do endométrio, (adenocarcinoma endometrioide). Advém de focos de endometriose e do próprio epitélio de superfície ovariano • Tumores de Brenner Na maioria, são apresentações benignas e não são funcionantes (hiperestrogenismo). Na macroscopia são unilaterais, sólidos, compactos, de tamanho variado e superfície de corte branco-amarelada. Na microscopia, há 2 componentes principais 1)conjuntivo, fibroso, semelhante ao estroma e 2)ninhos de células epiteliais (epitélio transicional) • Tumores de células germinativas Teratoma maduro- caracterizados por produzir tecidos derivados dos três folhetos embriońarios (ecto, endo e meso). Geralmente são benignos. Na macroscopia, evidencia se tecidos diferentes do que o do órgão observado, parede fibrosa, ossos e dentes, conteúdo pastoso amarelado (sebo) misturado com pelos (cisto dermoide). Na microscopia, tipos de tecidos e estruturas organoides derivados dos três folhetos embrionários • Tumores de células da granulosa (estromais puros): tecoma e luteoma Pertencem ao grupo de tumores mesenquimais feminilizantes, com elevada produção de estrógenos, provocando hemorragias uterinas que não respondem a tratamentos Tecoma- é constituido por celulas da teca, dispostas em feixes, contendo goticulas lipidicas no citoplasma (células claras). É um tumor benigno, sólido, encapsulado, firme e de coloração amarelada. Por produzir estrógenos, provoca maior risco de hiperplasia e câncer de endoḿetrio Fibroma- é um tumor benigno, unilateral, sólido, firme, de colocação brancacenta e fasciculado. Diferencia se do tecoma pela ausência de lipídeos (cor branca). Há compressão local, ascite, hidrotórax: síndrome de meigs • Tumores de cordão sexual puro Tumores de células da granulosa: ́e um tumor volumoso, lobulado, sólido, coloração amarelada, apresentando necrose e hemorragia. A apresentação mais frequente é a benigna, com lesões típicas da granulosa, núcleos em grão de café, com arranjo trabecular do tipo cospúsculos de Call-Exner. Na apresentação maligna, há pleomorfismo nuclear, necrose e mitoses atípicas, comportamento indolente, metástases tardias. Um marcados tumoral é a alfa-inibina é produzida em tumores dos cordões sexuais (inclusive tumores da granulosa), dosada no sangue.
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