Buscar

Aproveitamento da casca da castanha de caju - Laurindo Chival

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

UNIVERSIDADE LICUNGO 
 
FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
 
CURSO DE BIOLOGIA 
 
LAURINDO AMÉRICO CHIVAL 
 
 
APROVEITAMENTO DA CASCA DA CASTANHA DE 
CAJU “ANACARDIUM OCCIDENTAL L'' COMO 
PESTICIDA APLICADO NO TRATAMENTO DA PRAGA 
DA COUVE E ADUBO ORGANICO NO 
MELHORAMENTO DA COUVE 
 
 
 
Beira 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAURINDO AMÉRICO CHIVAL 
 
 
 
APROVEITAMENTO DA CASCA DA CASTANHA DE 
CAJU “ANACARDIUM OCCIDENTAL L'' COMO 
PESTICIDA APLICADO NO TRATAMENTO DA PRAGA 
DA COUVE E ADUBO ORGANICO NO 
MELHORAMENTO DA COUVE 
Monografia apresentada ao Curso de Ensino 
de Biologia da Faculdade de Ciências e 
Tecnologias, como requisito para obtenção 
do título de licenciado em Ensino de Biologia 
com habilitações em Ensino de Química 
 
 
 
Orientadora: Dra. Elsa Cossa 
 
Beira 
 
2021 
 
 
 
 Declarações de honra 
 
Eu, Laurindo Américo Chival, declaro que esta Monografia cientifica, é resultado da 
minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e 
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas, nas notas, e na bibliografia final. 
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição 
para obtenção de qualquer grau académico. 
 
 Beira, 10 de Setembro de 2021 
___________________________________________ 
 (Laurindo Américo Chival) 
 
 
 
Agradecimento 
"Não se engane. Minha vida é cheia de aventura. Sou um garimpeiro que procura 
pedras preciosas no leito dos rios que irrigaram a minha existência. Cada pedra tem muitas 
faces, assim como cada momento da minha história tem muitas arestas. Por isto vou 
proceder com os meus agradecimentos" (Augusto Cury, 2014). 
 
Em primeiro lugar agradecer a Deus pelo dom da vida e pelo que tem feito em minha 
vida e na vida da minha família. 
De seguida agradecer aos meus pais que transformaram um menino em homem e 
agradeço a minha supervisora dra. Elsa Cossa, que tem sido uma amiga, mãe e conselheira e 
sabiamente conduziu-me para um bom sucesso deste trabalho científico. 
O meu especial agradecimento também vai para Fernado Chival, Tereza Chiumbane 
Oliveira e Samuel Zacarias Miquisseni que sem eles eu não estaria a desfrutar da vida 
académica, à eles meu muito obrigado. 
Agradeço profundamente ao meu Pastor Luis Campira e mãe Pastora Susana pelos 
aconselhamentos e incentivo. 
Endereçar também meu profundo agradecimento a Josúe Gomes, Etelvina Camera, 
Augusto Portugal, Gay, Paulino Chival, Alfredo Xafum, Hilario Rafael Stole, Eulides Passe, 
Irmão Caetano Antônio Vingança, Faz Bem Vingança, Antônio Vingança e a sua esposa e 
aos meus familiares por tudo, aos docentes, a comunidade académica e agradecer a Ordem 
Mateus pela revisão ortográfica. 
 
Deleita-te no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. 
ʻʻSalmos 37: 4ʼʼ 
 
 
 
 
 
Resumo 
Chival, Laurindo Américo. (2021). Aproveitamento dos resíduos resultantes da casca 
da castanha de caju “Anacardium occidental L'' na produção de pesticida e adubo orgânico. 
Universidade Licungo, Faculdade de Ciência e Tecnologia, Extensão da Beira. 
 
 
Abstract 
Chival, Laurindo Américo. (2021). Aproveitamento dos rezidos resultantes da casca 
da castanha de caju“Anacardium occidental l'' na produção de pesticida e adubo orgânico. 
Universidade Licungo, faculdade de Ciência e tecnologia, Beira, Moçambique. 
 
 
 
 
Figuras 
Figura 1: Principais sítios reacionais da molécula do cardanol................................................27 
Figura 2: Estrutura molecular do ácido salicílico e ácido anacárdico com suas variações na 
cadeia carbónica.......................................................................................................................28 
Imagem I: Caju, castanha do caju e LCC.................................................................................25 
Imagem II: Adultos e ninfas de Brevicorynebrassicae............................................................32 
Imagem III: Adultos e ninfas de Myzuspersicae......................................................................32 
Imagem IV: Larva e adulto da Lagarta-rosca...........................................................................33 
Imagem V: Curuquerê-da-couve: A) lagartas apoios a eclosão danificando e danos severos 
em couve-de-folha; B) lagartas vorazes atacando a planta jovem; C) Ataque severo a plantas 
em desenvolvimento; D) Resultado final do ataque, ficando somente as nervuras mais 
grossas......................................................................................................................................34 
Imagem VI: Traça-de-crucíferas: A) Raspagem das folhas da epiderme superior com a 
posterior perfuração pela lagarta; B) mariposa; C) Pupas abrigando casulos de seda nas faces 
inferior e superior das folhas....................................................................................................35 
Imagem VII: Lagarta falsa-mededeira em folhas de couve e repolhos: A) lagarta verde-clara, 
com parte posterior mais robusta; B) inceto em movimento semelhante ao medir palmos; C) 
folhas comidas entre as nervuras; D) Pupa em casulo.............................................................36 
Gráfico 1: Número de folhas nos canteiros A, B, C, E e F......................................................45 
Gráfico 2: Médias do crescimento de cada planta do canteiro G e H......................................49 
Gráfico 3: Cumulativo do crescimento das folhas por cada canteiro entre canteiro G e H.....50 
Gráfico 4: Cumulativo do tamanho das folhas do canteiro G e H...........................................52 
Tabelas 
 
Tabela 1: O ensaio possuiu 8 canteiros, e cada canteiro possuiu dimensões de 1.5m por 
1.5m..........................................................................................................................................18 
Tabela 2: Composição química do LCC natural e LCC técnico..............................................26 
Tabela 3: Composição dos componentes fenólicos do LCC natural, com relação ao número de 
instaurações, obtida por CG/EM............................................................................................. 27 
Tabela 4: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro A.................................37 
 
 
 
Tabela 5: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro B.................................39 
Tabela 6: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro C.................................41 
Tabela 7: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro D.................................42 
Tabela 8: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro E.................................44 
Tabela 9: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro F.................................47 
Tabela 10: Médias do crescimento de cada planta nos canteiros G e H..................................48 
Tabela 11: Avaliando o número de folhas daos canteiros G e H.............................................50 
 
 
 
 
Lista de Abreviaturas e Siglas 
LCC – Líquido da Castanha da Casca 
S/T – Sem nenhum Tratamento; 
AECC – Adubo do Extrato da Casca da Castanha de Caju; 
H2O – Água; 
AEPL – Adubo e Pesticida Líquido; 
P.I – Pesticida Líquido 
Cant. – Canteiro 
 
 
 
 
Índice 
CAPITULO I: CONTEXTUALIZAÇÃO 
1.1. Introdução ................................................................................................................................. 14 
1.2. Justificativa ............................................................................................................................... 15 
1.3. Problematização ........................................................................................................................ 15 
1.4. Hipóteses ...................................................................................................................................
16 
1.5. Objetivos ................................................................................................................................... 16 
1.5.1. Objetivo Geral ................................................................................................................... 16 
1.5.2. Objetivos específicos: ....................................................................................................... 17 
1.5. Metodologia .............................................................................................................................. 17 
1.5.3. Método Experimental ........................................................................................................ 17 
1.5.3.1. Procedimento da Experiência ........................................................................................ 18 
1.5.3.1.1. Parte I: Produção do LCC ............................................................................................. 18 
1.5.3.1.2. Parte II: A produção do Adubo ..................................................................................... 19 
1.5.3.1.3. Parte III: O cultivo da couve. ........................................................................................ 20 
1.6. Método de estudo comparativo ............................................................................................. 21 
1.7. Método estatístico ................................................................................................................. 21 
1.8. Recolha de dados .................................................................................................................. 21 
1.9. Técnica de observação directa .............................................................................................. 21 
1.10. Delimitação do tema ............................................................................................................. 22 
1.11. Enquadramento do tema........................................................................................................ 22 
1.12. Relevância do trabalho de monografia .................................................................................. 23 
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2. Fundamentação Teórica ................................................................................................................ 24 
2.1. Breve Discrição do Cajueiro .......................................................................................................... 24 
2.1.1. Definição de líquido da castanha do caju (LCC). ....................................................................... 25 
2.1.1. Tipos de líquido da casca da castanha de caju (LCC). ...................................................... 26 
2.1.2. Composição química do LCC ........................................................................................... 26 
2.1.2.1. Cardonol .................................................................................................................... 27 
2.1.2.2. Ácidos Anacárdicos .................................................................................................. 28 
2.2. Atividade do líquido da Castanha de Caju ................................................................................ 29 
2.2.1. Atividade Antimicrobiana e Antiparasitária Ácidos Anacárdicos .................................... 29 
2.2.2. Inibição Enzimática........................................................................................................... 29 
2.3. Método de extração e obtenção do líquido da casca da castanha de caju. ................................ 30 
2.3.1. Extração do LCC por Aquecimento térmico ..................................................................... 30 
2.4. Potencialidade do uso da casca da castanha de caju como biofertilizante ................................ 30 
2.5. Descrição da Couve .................................................................................................................. 31 
 
 
 
2.5.1. As principais pragas danificadoras da couve .................................................................... 31 
2.5.2. Os inimogos naturais das pragas da couve .................................................................... 36 
2.6. Autores que abordam acerca do uso do LCC. ........................................................................... 36 
CAPITULO III – ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 
3. Actuação do Pesticida LCC nos Canteiros da Couve ................................................................... 37 
3.1. Canteiros de amostragem .......................................................................................................... 37 
3.1.1. Canteiro A ............................................................................................................................. 37 
3.1.2. Canteiro B ............................................................................................................................. 40 
3.2. Uso de LCC como pesticidas em diferentes concentrações nos canteiros C, D e E ................. 42 
3.2.1. Teste de concentração para a concentração ideal .................................................................. 42 
3.2.1.1. Canteiro C ......................................................................................................................... 42 
3.2.1.2. Canteiro D ......................................................................................................................... 44 
3.2.1.3. Canteiro E ......................................................................................................................... 46 
3.3. Uso de adubos orgânicos provenientes dos resíduos da casca da castanha de caju .................. 49 
3.3.1. Canteiro G e H ...................................................................................................................... 49 
3.3.1.1. Avaliação do crescimento das folhas ................................................................................ 49 
Tabela 11: Dados tabelas do cumulativo do crescimento das folhas nos canteiros G e H. ................... 51 
CAPITULO IV- CONCLUSÃO, SUGESTÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Conclusão .............................................................................................................................................. 55 
Sugestão ................................................................................................................................................ 55 
Referência bibliográfica ........................................................................................................................ 56 
14 
 
 
CAPITULO I: CONTEXTUALIZAÇÃO 
1.1. Introdução 
O presente trabalho de monografia tem como o tema aproveitamento dos rezidos 
resultantes da casca da castanha de caju “Anacardium occidental L'' na produção de pesticida 
e adubo orgânico que tem como objectivo aproveitar os resíduos resultantes da casca da 
castanha de caju, produzindo pesticida de fácil acesso para o combate a pragas das couve 
tsunga e usar a casca da castanha de caju como adubo orgânico para incrementar o 
desenvolvimento das couves variedade Tsunga bassica. 
Desde os tempos remotos o caju e a sua castanha fazem parte da alimentação dos 
seres humanos. Em Moçambique, o caju é usado para a produção de bebidas, a partir do suco 
da polpa e a castanha de caju é aproveitada ao nível familiar e ao nível de pequenas, médias e 
grandes industriais ou fábricas para a venda e revenda ao nível interno como no estrangeiro, 
fazendo parte da renda de uma vasta rede de pessoas ou famílias, trazendo não só o 
desenvolvimento das famílias mais também de Moçambique a quando do pagamento de taxas 
fiscais para a sua exportação (FJC&GAPI-SI., 2008). 
A produção de caju a nível nacional está experimentando crescimento irregular 
(devido ao risco meteorológico e fitosanitario)
e que, na opinião de muitos actores privados, é 
inferior aos números oficiais, mas é inegável desde 2004. Uma forte dinâmica de plantio de 
novos cajueiros é observada em todas as principais áreas de produção e o tratamento 
antifúngico dos cajueiros tem sido amplamente divulgado (ACAMOZ., 2020). Quanto maior 
for a inteção de crescimento do plantio e do processamento da castanha de caju, maior é o 
lixo que se produzirá e menos é aproveitada a casca. 
A casca da castanha de caju que tem sido descartada ao nível familiar e também ao 
nível das grandes indústrias ou fábricas de processamento da castanha de caju não se leva em 
conta que a casca da castanha de caju possui um líquido, o “LCC- líquido da castanha de 
caju”, que constituí cerca de 25% do peso da casca da castanha de caju que é rica em 
compostos fonolíticos, constituído pelos ácidos anacárdicos, derivados dos ácidos salicílico, 
seguido de seus cardois, derivados de resorcinol e menos teores de cardanois, derrivados dos 
ácidos anacárdicos. Todos estes compostos fonolíticos apresentam um interesse potencial na 
área de produção de matérias biologicamente ativo, surfactantes, polímeros e aditivos 
(CAVALCANTE et al.,2018). 
15 
 
 
O LCC tem sido utilizado na fabricação de importantes produtos industriais como 
cimento, pintura, vernizes, com aplicações principais na indústria de polímeros. Resinas 
derivadas da casca da castanha de caju apresentam excelente resistência para alcalis e ácidos. 
O cardonal pode ser aplicado na forma de estabilizantes, plasticizantes e resina de trica 
iónica. Produtos clorados de cardonal apresentam ação pesticida e derivados de sulfatados 
são potenciais substitutos dos derivados do petróleo (FAÚLA, 2016). 
Sendo que o LCC tem a propriedade que possibilita combater as pragas, o autor usou o 
mesmo para o combate das pragas que tem afectado a couve tsunga. 
1.2. Justificativa 
O presente trabalho buscou produzir pesticida a partir da castanha de caju pois ela tem 
sido descartada de forma indiscriminada pelas famílias e industrias ou fabrica que trabalham 
no processamento deste recurso da natureza. 
Com este trabalho ira traser-se um grande contributo para a comunidade científica ou 
académica ao obter conhecimento do aproveitamento do casca da castanha de caju para a 
produção de pesticida a partir do LCC para o combate a pragas da couve tsunga de forma 
sustentável pois o pesticida será de origem orgânica que não terá o impacto destrutivo a 
natureza como acontece com os pesticidas inorgânicos, que para além de afectar a cultura a 
ser pulverizada também afectará o solo, rios e lençóis freáticos, que ofuscará a saúde humana. 
A sociedade como tal ganhará primeiro na forma sustentável de como combater as 
pragas, com os produtos orgânicos e também poderá ganhar ao aplicar o pesticida de origem 
orgânica sem custos avultado, não afectando a renda das associações e famílias em particular 
que tem como prática o cultivo da couve tsunga. 
As fábricas de processamento de caju, sairão com grande vantagem pois aproveitaram 
a casca para produzir o líquido da casca da castanha de caju e usa-lo de diferentes forma, 
assim como pesticida e usarem a casca que já foi extraído o óleo para produzir adubo 
orgânico, pois possuem o principal material para tal. 
1.3. Problematização 
Actualmente, na maioria das fábricas de caju, as cascas são queimadas como se 
fossem um combustível grosseiro, sujo e ineficiente. Em certos casos, são simplesmente 
descartadas, desperdiçando dois subprodutos potencialmente úteis: o líquido da casca e a 
própria casca da castanha de caju (MOZACAJU., 2017.pag. 20). Enquanto na Ásia, as cascas 
de caju podem ser valorizadas como um subproduto que fornece renda adicional, na maioria 
16 
 
 
das fábricas moçambicanas, as cascas de caju são um resíduo que gera custo a ser evacuado, e 
queimado próximo à fábrica ou em uma área próxima (ACAMOZ., 2020. Pag 50). 
Sabendo que os pesticidas e inseticida sintetizado no laboratório têm tido grande 
impacto na destruição do meio ambiente, afectando a qualidade dos produtos agrícolas, o 
solo, o ar e a água quando os campos agrícolas estão perto dos rios, trazendo grandes 
problemas a saúde dos seres humanos, afectando a sua qualidade de vida a todos os níveis, o 
autor pretende propor o uso do LCC no combate a pragas da couve tsunga de forma orgânica 
sem grandes impactos destrutivos ao meio ambiente. 
A saúde humana é muito importante, pois se estiver afectada, todas as actividades do 
ser humano estarão, do mesmo modo afectadas, por consequência retardará o 
desenvolvimento do país a todos os níveis. O trabalho de monografia buscou aproveitar a 
casca da castanha de caju para usar o LCC para o combate de pragas da couve tsunga, como 
um pesticida orgânico e de baixo custo que não debilitará a saúde humana e a utilização dos 
resíduos resultantes da casca da castanha como adubo. Contudo surge a seguinte questão. 
Será que o pesticida produzido pelo líquido da casca da castanha de caju é eficaz 
no combate as pragas que afectam a couve tsunga e as cascas melhorem a qualidade da 
couve como adubo orgânico. 
1.4. Hipóteses 
a) Talvez o pesticida produzido pelo LCC seja capaz de combater as pragas que 
afetam a couve tsunga; 
b) Talvez o pesticida produzido pelo LCC seja mais eficiente no combte as pragas da 
couve tsunga em concentrações altas ou baixas concentrações; 
c) Possivelmente usando os subprodutos da casca da castanha de caju para produzir o 
adubo e pesticida líquido e aplicar na couve tsunga os dois subprodutos 
melhorarem a qualidade da couve colhida. 
1.5. Objetivos 
1.5.1. Objetivo Geral 
Aproveitar as cascas da castanha de caju “Anacardium occidental L'' como pesticida 
no tratamento das pragas da couve e adubo orgânico no melhoramento da qualidade da 
couve. 
17 
 
 
1.5.2. Objetivos específicos: 
 
a) Extrair o LCC (líquido da castanha de caju) através dos processos térmicos; 
b) Produzir adubo e pesticida liquida a partir da composta (minhocário) usando o extrato 
das cascas de caju que foram extraídas o LCC; 
c) Aplicar o líquido da casca da castanha de caju ''Anacardium occidental L'' como 
pesticida para o combate das pragas da couve; 
d) Determinar a concentração ideal atravês de testes de concetracao; 
e) Comparar o crescimento das couves nos canteiros com adubo originária da casca da 
castanha de caju com a ureia; 
1.5. Metodologia 
1.5.1. Tipo de pesquisa 
 
A pesquisa foi experimental, consistiu na produção de um pesticida orgânico a partir 
do método de aquecimento térmico, aquecendo a castanha de caju para a obtenção do líquido 
que se usou como pesticida produzida a base da mistura com àgua e deixada para descansar 
por 10 horas, também se produziu o adubo orgânico através da composta (Minhocário). 
Contudo, provou-se a eficiência deste líquido como pesticida usando para tal a couve através 
das variáveis como a concentração e também usou-se um canteiro para testar o adubo 
orgânico. 
1.5.2. Método Bibliográfico 
Com este método o autor buscou informações acerca da produção do pesticida e 
produção de adubo através da composta usando-se a casca da castanha de caju nos livros, 
PDF‵s e sites, de ressaltar que também o autor buscou conhecer o processo de produção da 
couve para a aquisição de bons resultados. 
1.5.3. Método Experimental 
O presente experimento foi dividida em três partes, onde a primeira consistiu na 
produção de o LCC, ou seja, o líquido da casca da castanha de caju e o pesticida com as suas 
variáveis de concentração, também produziu-se a composta utilizando-se os resíduos das 
cascas da castanha de caju e a seguida da preparação dos canteiros da couve. 
18 
 
 
Com este método o autor produziu o LCC, usando o aquecimento térmico que é um método 
que valoriza as propriedades da castanha de caju. Este método consistiu em aquecer a 
castanha de caju no forno a uma temperatura
de 180º até que libere o LCC. 
A produção de adubo orgânico consistiu na trituração da casca que já foi extraído o 
LCC, foi colocado em um reservatório fechado (5 litro), com uma abertura na parte superior e 
alguns furos na parte inferior na posição horizontal, colocou-se no interior do recipiente 
minhocas e a lama que elas viviam e deixou-se por 30 dias. 
De seguida o autor fez um ensaio no campo de produção com 8 canteiros que possuia 
todas as condições orgânicas para a testagem das diferentes concentrações do pesticida e o 
uso do adubo e só depois de se observar qual das concentrações é a mais eficiente, findou-se 
com a testagem da determinação das concentrações ideal, cortou-se as folhas que possuíam 
sinais de ataques e queimadas e as já prontas para colher para permitir novos brotos que 
venham a permitir o controlo da capacidade combativa do pesticida. 
Tabela 1: O ensaio possuiu 8 canteiros, e cada canteiro possuiu diâmetro de 1.5m por 1.5m. 
 Cant. 
A 
Cant. 
B 
Cant. C Cant. D Cant. E Cant. 
F 
Can
t. G 
Cant. 
H 
Condiçõ
es de 
tratame
nto: 
S/T S/T LCC/H2O 
- 8,2ml/2l 
LCC/ H2O 
– 15ml/2l 
AEPL/H2
O – 
30ml/2l 
Conce
ntraçã
o 
ideal 
Urei
a 
AEC
C 
Condiçõ
es de 
tratame
nto: 
S/T S/T LCC/H2O 
– 3,5 ml/2l 
LCC/H2O 
– 5ml/2l 
AEPL/H2
O – 
20ml/2l 
Conce
ntraçã
o 
ideal 
Urei
a 
AEC
C 
 
1.5.3.1. Procedimento da Experiência 
1.5.3.1.1. Parte I: Produção do LCC 
Matérias Necessários 
4kg da casca de castanha de caju resultante de 2 galones deste produto, 3 bacia, forno 
(fogão), uma colher, duas bacias de forno e luvas. 
1ª Preparação dos materiais 
19 
 
 
O autor limpou os materias de forma que eles não estejam infetados ou tenha alguma 
substância que poderia afetar a qualidade do LCC. 
Após a lavagem da castanha de caju, levou-se as castanhas sem a sua decorticação ao forno, 
para primeiro não afetar a qualidade da castanha que será obtida no processo e para a 
facilidade de separação da casca e da castanha como também da obtenção do LCC. 
 
2ª Tratamento térmico da casca da castanha de caju 
Com as cascas da castanha de caju no forno, aqueceu-se tanto em baixo como em 
cima, a uma temperatura de 180º C por um período de 60 minutos. Após este processo 
colheu-se o óleo produzido. 
 
3ª Produção do pesticida 
Com o líquido da casca da castanha de caju já pronto, produzir-se-á o pesticida com 
variações da sua concentração, sendo: LCC/H2O - 8,2ml/2l e 3,5ml/2l; e LCC/H2O – 15ml/2l 
e 5ml/2l; subproduto do extrato da casaca da castanha de caju, AEPL/H2O – 30ml/2l e 
20ml/2l, as primeiras consentrações foram obtidas de forma aleatoria e as segundas por 
divisão 2,3 para canteiro C, 3 para o canteiro D e por subtração de 10 para o canteiro E. De 
referir que o pesticida foi deixado para descansar por 10 horas. 
1.5.3.1.2. Parte II: A produção do Adubo 
Matérias necessários 
4 Recipiente (5 litro de bidon), minhoca, casca de castanha de caju e pilão. 
Trituração da casca de caju 
Com o pilão e almofariz triturou-se as cascas da castanha de caju 
Constituição da composta 
No recipiente (Budon) abriu-se a parte superior e na parte inferior fez-se buracos com 
pregos, no interior se colocou as minhocas e as cascas da castanha, e na parte inferior do 
recipiente colocou-se um outro recipiente para receber o líquido que saia do recipiente com 
composta. De afirmar que se deixou o recipiente a descansar por 30 dias. 
 
 
 
20 
 
 
Incorporação do material orgânico de forma localizada 
Em cada covasco adicionou-se o adubo orgânico proveniente do bagaço da casca da 
castanha de caju já extraído o LCC, de forma a economizar o pouco adubo. 
1.5.3.1.3. Parte III: O cultivo da couve. 
Materiais necessários 
1 Enxada, semente da couve, régua, fita métrica e botas. 
1ª Preparo do solo 
Limpeza da área – retirou-se todos os materiais capazes de causar empecilho ou que 
não facilitaria o desenvolvimento do plantio, das actividades que foram executadas constaram 
as seguintes: retirada de resíduos inorgânicos (pedras, plásticos, panos etc.) 
Aração – realizou-se reviramento da camada superficial do solo com ajuda da enxada 
de modo a tornar o solo mais afofado e com boa capacidade de filtração da água e o ar. 
Formação dos Canteiros – formou-se 8 canteiros onde cada possuia 1.5m de largura 
e 1.5m de comprimento, sendo dado a todos os canteiros as mesmas condições de preparo do 
solo, de referir que deixou-se um espaço de 1.5m entre os canteiros para facilitar a passagem 
do autor. Os canteiros estavam dispostos em forma de esteira para facilitar o desenvolvimento 
da couve, pois as raízes são diretamente proporcionais as folhas, folhas estas que são o campo 
de pragas. A Embrapa, 2011, p17 afirma que: 
“O espaçamento entre canteiros irá depender do tipo de máquinas e 
implementos a serem utilizados, caso o cultivo seja feito com a utilização 
apenas de utensílios manuais, a distância de 1,00 a 1,50 m é suficiente.” 
Abertura de covasco – em cada canteiro abriu-se covasco, que possuia 7cm de 
profundidade e entre os covascos houve um afastamento de 1 m, para facilitar o 
desenvolvimento das plantas que ali estevam plantadas. 
2ª Produção de Mudas. 
1ª Semeadura em alfobre 
O autor fez um alfobre para lançar as sementes, que consiste em elevar um lugar 
pequeno do campo (terra), lançar as sementes, e depois tapar com capim seco por 15 dias, ou 
seja, a sementeira aconteceu no dia 23 de Maio de 2021. 
2ª Transplante 
As mudas foram transferidas para o local definitivo no dia 06 de Junho de 2021. 
Executou-se esse trabalho nas horas mais frescas do dia e com o solo húmido. Após o 
21 
 
 
transplante fez-se uma ligeira compressão da terra em torno da muda para permitir melhor 
contacto do solo com as raízes. 
3ª Irrigação 
Em relação à irrigação da cultura, fez-se no período da manhã e ao pôr-do-sol. 
4ª Controle de pragas 
O controlo de pragas usando o pesticida do LCC fez-se da seguinte forma: Nos 
canteiros A e B foram canteiros de amostragem, ou seja, foram os canteiros que não foram 
colocados pesticidas, ao canteiros C e D foram canteiros que foram submetidos ao pesticida 
do LCC, sendo que teve primeiro o teste de concentração e posteriormente foram submetido a 
mesma concentração após se encontrar a concentração ideal, o canteiro E foi submetido ao 
pesticida e adubo líquido também teve primeiro o teste de concentração e posteriormente a 
concentração ideal, o canteiro F não foi submetido ao tratamento pós, aguardava-se a 
profunda danificação e destruição e por último os canteiros G e H foram os canteiros 
submetidos a adubos, ou seja, o G foi aplicado adubo inorgânico (ureia) e H foi submetido o 
adubo orgânico da casaca da castanha de caju. 
1.6. Método de estudo comparativo 
Usou-se este método para comparar o grau de eficiência do pesticida em cada couve e 
também em cada canteiro. 
1.7. Método estatístico 
Usou-se o Excel para analisar os dados que foram recolhidos de forma percentual e 
construção de gráficos que ajudou na compreensão dos dados que foram recolhidos no 
campo. 
1.8. Recolha de dados 
Os dados foram obtidos a partir de um caderno de campo, onde registou-se cada passo 
e cada detalhe do experimento. 
1.9. Técnica de observação directa 
Esta técnica foi utilizada para observar a capacidade combativa do pesticida ao longo 
da sua aplicação na cultura da couve e posteriormente no trabalho de campo, manutenção dos 
canteiros, rega e a incidência das pragas da couve. 
22 
 
 
1.10. Delimitação do tema 
O presente trabalho de monografia abordou sobre o aproveitamento dos residuos 
resultantes da casca da castanha de caju“Anacardium occidental L'' na produção de pesticida 
e adubo orgânico, o trabalho realizou-se no Bairro de Inhamizua, na zona de Nazare. 
1.11. Enquadramento do tema 
O presente tema estudado, enquadra-se nas seguintes cadeiras: 
a) Âmbito da Bioquímica 
Neste âmbito,
leva-se em conta a reação metabólica que o LCC causa e o 
consenquente desaparecimento das pragas, deste modo protegendo a cultura da couve. 
b) Âmbito da Fisiologia Vegetal 
Neste âmbito, a casca da castanha de caju possui um princípio activo para o combate à 
pragas comportando-se como pesticida. 
c) Âmbito da Botânica Geral e Sistemática 
O tema enquadra-se na descrição fisiológica e morfológica do Anacardium occidental L para 
o seu posterior uso no combate a pragas que tem destruído a morfológia da Brassica oleracea 
“couve”. 
d) Âmbito Ecológico 
O tema integra-se no processo de desenvolvimento sustentável, que produz pesticida 
orgânico que não degrada o meio ambiente e evitando a contaminação dos solos, rios. 
e) Âmbito da Educação ambiental e Saúde pública 
No âmbito da educação e saúde pública, o tema integra-se na elucidação da população 
de que a casca da castanha de caju, que é um produto considerado de lixo, é valioso para a 
produção de pesticida orgânico e também um mecanismo eficiente para manter o meio 
ambiente sadio, pois a casca da castanha de caju é um produto que polui o meio ambiente 
através do metano e dióxido de carbono. 
f) Âmbito da Zoologia sistemática 
Neste âmbito, o tema integra-se na classificação das pragas de forma taxonómica e 
morfológica, para melhor identificar a praga durante a execução do trabalho de campo para o 
bom sucesso do Trabalho de monografia. 
g) Âmbito da Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural 
23 
 
 
A DW, 2011 afirma que em Moçambique tem a agricultura como base de 
desenvolvimento, sendo que cerca de 80% da população rural pratica a agricultura de 
subsistência para a sua alimentação e na algumas vezes para a posterior venda. 
h) Âmbito económico 
Neste âmbito, descobre-se que com a produção do pesticida a partir da casca do LCC, 
poder-se-á comercializar as cascas para as indústrias que, por conseguinte, as usará para a 
produção da pesticida orgânica. Deste modo, a casca impulsionará na renda dos que o vende 
e consequentemente, impulsionará a economia de Moçambique. 
i) Âmbito Fito-patogênica e Parasitologia 
O tema enquadra-se neste âmbito, no uso do pesticida do LCC e no tratamento de 
doenças causadas pelas pragas que incidem na cultura da couve. 
1.12. Relevância do trabalho de monografia 
O presente trabalho de monografia possui á relevância social, no que concerne ao 
aproveitamento da casca da castanha de caju para a produção do pesticida e do adubo 
orgânico de fácil acesso nas comunidades que a processam e a tem como lixo e sua 
aplicabilidade na cultura da couve Tsunga bassica. 
A relevância economia esta acentada no uso da casca da castanha de caju para a 
produção do seu principal composto o LCC, que pode ser usado na industria química para o 
fabrico de cimento, vernizes, substituto de petróleo, pesticida e adubo com a casca. 
A relevância científica fixa-se no conhecimento do aproveitamento da casca da 
castanha de caju como pesticida e adubo e posterior pesquisa em várias aplicabilidades do 
LCC. 
 
 
 
24 
 
 
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2. Fundamentação Teórica 
2.1. Breve Discrição do Cajueiro 
Faúla (2016) e Gazeto (2009) afirmam que o Cajueiro, Anacardium occidentale L é o 
seu nome científico. Pertencente a família Anacardiaceae, o cajueiro é uma árvore de 
aparência exótica, troncos tortuosos, folhas glabras, flores masculinas e hermafroditas e fruto 
reniforme. Seu pedúnculo superdesenvolvido e muito apreciado pela suculência é 
frequentemente confundido com o fruto, quando na verdade se trata do pseudofruto, 
cientificamente denominado de pedúnculo floral, com coloração variante entre o amarelo e o 
vermelho. 
O fruto do cajueiro, popularmente conhecido como castanha de caju, é um aquênio de 
comprimento e largura variável, casca coriácea lisa, mesocarpo alveolado, repleto de um 
líquido escuro quase preto, cáustico e inflamável, chamado de líquido da casca da castanha 
do caju (LCC) ou cashew nuts hell liquid (CNSL) como é conhecido internacionalmente. Na 
parte mais interna da castanha está localizada a amêndoa, constituída de dois cotilédones 
carnosos e oleosos, que compõem a parte comestível do fruto, revestida por uma película em 
tons avermelhados (PAIVA et al., 2000 e MAZZETTO 2009). 
Gazeto (2009) em concordância com Filho (2017) afirmam que o cajueiro tem sido 
descrito, há séculos, como uma ótima fonte medicinal. No Brasil, há relatos de aplicações 
como analgésico, diurético, líquido para higiene bucal, tratamento de astenia, problemas 
respiratórios, gripe, bronquite, tosse, escorbuto infantil, eczema, infeções genitais, sarna, 
doenças de pele, verrugas e feridas. Do cajueiro, praticamente tudo se aproveita: seu teor de 
vitamina C é maior que o da laranja, contém niacina, uma das vitaminas do complexo B, e 
ferro sendo seu pedúnculo utilizado na fabricação de sucos, vinhos, licores, doces e 
compotas. 
Por ser rico em fibras também é muito empregado para aumentar a movimentação 
intestinal. As folhas novas, quando cozidas e colocadas sobre feridas promovem cicatrização. 
A madeira, muito resistente à água do mar, é empregada na fabricação do caverna e de 
pequenos barcos, na construção civil, confecção de cabos de ferramentas e caixotaria. A 
casca do tronco contém uma substância tintorial vermelho-escuro usada no tingimento de 
tecidos e redes. Após processamento, a amêndoa pode ser consumida como castanha, torrada, 
25 
 
 
farinha, no preparo de doces, pratos quentes e é exportada para todo o mundo. O mesocarpo 
produz o LCC, de uso industrial (resinas e freios) e medicinal (antissépticos e vermífugos). 
2.1.1. Definição de líquido da castanha do caju (LCC). 
Para Nunes (2014) o LCC representa aproximadamente 25% do peso da castanha e é 
considerado um subproduto de agronegócio do caju, com pouco valor agregado. Do ponto de 
vista químico, é uma fonte natural de compostos fenólicos de cadeia longa e insaturada, 
sendo considerado uma das fontes mais ricas de lipídeos fenólicos não-isoprenoides. Faúla 
(2016) realça que o LCC caracteriza-se como um material de natureza cáustica e bastante 
corrosiva. Atualmente é largamente empregado na indústria química como componente para 
a produção de polímeros utilizados na produção de lubrificantes, tintas, esmaltes especiais, 
vernizes, matérias plásticas, resinas, inseticidas, fungicidas, pigmentos, plastificantes, 
antioxidantes, isolantes, adesivos, aglutinantes para placas aglomeradas e compensados 
utilizados na indústria naval. 
 
Imagem I: Caju, castanha do caju e LCC. 
Fonte: Adaptação de MENDES, 2013 
 
Segundo Cavalcante (2018) o óleo da castanha de caju, também conhecido como 
cardol ou líquido da casca da castanha de caju (LCC), por exemplo, é utilizado há tempos 
pela indústria como componente de fungicidas, inseticidas, vernizes, pinturas, adesivos e 
26 
 
 
também plásticos de lonas para freios. Outro estudo relacionado ao cardol foi a utilização de 
aditivo biológico a base de LCC nos derivados do petróleo, combustíveis e lubrificantes. 
2.1.1. Tipos de líquido da casca da castanha de caju (LCC). 
O LCC pode ser classificado como natural, por conter uma grande quantidade de 
ácido anacárdico e não apresentar material polimérico em sua composição; o LCC técnico 
que apresenta um elevado percentual de cardanol; e a presença de material polimérico 
(GEDAM; SAMPATHKUMARAN, 1986 apud CAVALCANTE 2018). 
Quando submetido a altas temperaturas (180 oC), o ácido anacárdico sofre reação de 
descarboxilação convertendo-se a cardanol, produzindo o denominado LCC técnico. Após 
determinações na composição química do LCC natural e técnico, foi constatada uma grande 
diferença na composição de ambos. O LCC natural contém uma grande quantidade de ácido 
anacárdico e não apresenta material polimérico em sua composição. Entretanto, o LCC 
técnico mostrou um elevado percentual de cardanol e, também, material
polimérico, presentes 
em todas as amostras analisadas (GADAM, 1986 apud MAZZETTO 2009).
Tabela 2: Composição química do LCC natural e LCC técnico 
 
Componentes Fenólicos LCC Natural (%) 
 
LCC Técnico (%) 
 
Ácido Anacárdico 71,70 – 82,00 1,09 – 1,75 
Cardanol 1,60 – 9,20 67,82 – 94,60 
Cardol 13,80 – 20,10 3,80 – 18,86 
2-Metilcardol 1,65 – 3,90 1,20 – 4,10 
Componentes Minoritários 2,20 3,05 – 3,98 
Material Polimérico ---- 0,34 – 21,63 
 
Fonte: MAZZETTO (2009). 
 
2.1.2. Composição química do LCC 
Para Gazeto (2009) o LCC representa aproximadamente 25% do peso da castanha e é 
considerado um subproduto de agronegócio do caju, de baixíssimo valor agregado. Este 
líquido é uma das fontes mais ricas de lipídeos fenólicos não-isoprenoides de origem natural, 
cuja composição química principal pode ser observada na Tabela 2. Possui diversas aplica-
ções na química fina, de acordo com a funcionalização dos produtos isolados enquanto para 
27 
 
 
Cavalcante (2018) O LCC apresenta como principal característica a ocorrência de compostos 
fenólicos, constituídos pelos ácidos anacárdicos, derivados do ácido salicílico, seguidos pelos 
cardois, derivados do resorcinol, e menores teores de cardanois, derivados dos ácidos 
anacárdicos. Todos estes compostos fenólicos apresentam um interesse potencial na área de 
produção de materiais biologicamente ativos, surfactantes, polímeros e aditivos. 
Tabela 3: Composição dos componentes fenólicos do LCC natural, com relação ao número 
de instaurações, obtida por CG/EM 
 
Constituinte Ácido 
anacárdico 
Cardanol Cardol 2-metilcardol 
Saturado 2,2 - 3,0 % 3,9 - 4,4 % 0,2 - 2,7 % 0,9 - 1,3 % 
Monoeno (8’) 25,0 - 33,3 % 21,6 - 32,2 % 8,4 - 15,2 % 16,3 - 25,3 % 
Dieno (8’, 11’) 17,8 - 32,1 % 15,4 - 18,2 % 24,2 - 28,9 % 20,6 - 24,4 % 
Trieno (8’, 11’, 
14’) 
36,3 - 50,4 % 45,2 - 59,0 % 36,5 - 67,2 % 49,8 - 62,2 % 
 
 
 
Fonte: MAZZETTO (2009) 
2.1.2.1. Cardonol 
A SELMA (2009) e CAVALCANTE (2018) entram em acordo ao afirmar que o 
cardanol apresenta peculiaridades em suas características químicas e físico-químicas, 
especialmente no que se refere à posição da dupla ligação, o que permite inúmeras 
funcionalizações, além das usuais do anel fenólico e características específicas a seus 
derivados (antioxidante, resistência à chama, hidrofobicidade). O cardanol não possui cheiro 
agressivo, apresenta baixa volatilização e ponto de ebulição mais alto que os demais 
compostos fenólicos derivados do petróleo, favorecendo assim a saúde de quem o manuseia e 
a do meio ambiente. 
 
Imagem II: principais sítios reacionais da molécula do cardanol 
Fonte: CAVALCANTE (2018). 
28 
 
 
A Selma (2009) afirma que a principal característica do cardanol puro como matéria-
prima renovável e intermediário químico ecológico é a sua não-toxicidade. Testes realizados 
pela Organisation for Economic Co-operationand Development – OECD, uma das mais 
relevantes orientações acordadas internacionalmente para ensaios de produtos e métodos 
químicos, mostraram os seguintes resultados com relação à ecotoxicidade do cardanol: 
biodegradabilidade - 96% (28 dias) – (OECD-302C); solubilidade em água igual a 1,0 g/L; 
ecotoxicidade (96 h) - peixe < 11 g/L; dáfnias < 66 g/L; algas < 1 g/L – (OECD-425) e gen-
toxicidade - negativo com testes empregando Ames salmonella. 
2.1.2.2.Ácidos Anacárdicos 
Ácidos anacárdicos são compostos fenólicos derivados do ácido salicílico, apresentam 
carácter lipídico devido sua cadeia carbônica lateral. Possuem nomenclatura como ácido 2-
hidroxi-6-pentadecil-benzóico (Seonget al., 2014 aplud FAULA, 2016) e são encontrados em 
grande parte do cajueiro e de seu fruto. No entanto, os ácidos anacárdicos estão presentes em 
maior quantidade no líquido da casca da castanha do caju (LCC) (Neto et al., 2014 aplud 
MAZZETTO e LOMONACO, 2009). 
Os ácidos anacárdicos são compostos apolares devido aos diferentes tamanhos da sua 
cadeia alifática, podendo variar entre 2 e 17 o número de carbonos, no entanto cadeias longas 
compostas por 15 carbonos são comumente majoritárias no LCC e em outras partes do caju. 
Outra característica estrutural importante da molécula de ácidos anacárdico é o grau de 
insaturação de sua cadeia carbônica, variando de nenhuma (saturado) até 3 insaturações 
(Trevisan et al., 2006 apud FAULA, 2016), essas diferenças nas cadeias laterais também 
refletem no grau de polaridade das moléculas. O tamanho da cadeia lateral e a variação das 
insaturações influenciam diretamente na atividade biológica dos ácidos anacárdicos, 
mostrando maior, menor ou nenhuma eficácia para uma determinada aplicação. 
Imagem III: Estrutura molecular do ácido salicílico e ácido anacárdico com suas 
variações na cadeia carbónica. 
 
 
29 
 
 
Fonte: FAULA, 2016. 
2.2. Atividade do líquido da Castanha de Caju 
2.2.1. Atividade Antimicrobiana e Antiparasitária Ácidos Anacárdicos 
Estudos in vitro na área da odontologia mostraram que, os resultados do emprego dos 
ácidos anacárdicos no controle de infeções bacterianas, com Enterococcusfaecalis, são 
similares às soluções bactericidas comummente usadas com 2 % de clorexidina. Portanto, os 
resultados evidenciaram o uso dos ácidos anacárdicos como um bactericida alternativo de 
origem natural. (Ballalet al., 2013 apudFAULA, 2016). Além do mais, também foi relatado 
eficácia de extratos contendo compostos fenólicos, provenientes de folhas e casca do cajueiro 
contra Klebsiellapneumoniae, Bacillusanthracise Candidaalbicans. Os ácidos anacárdicos 
também estão presentes na amêndoa, pseudofruto, cascas e folhas do cajueiro (Toyomizuet 
al., 1999; Barcelos, Shimabukuro, Mori, et al., 2007; Konan e Bacchi, 2007 apud FILHO, 
2017). 
Para Filho (2017) a atividade antiparasitária dos ácidos anacárdicos foi observada em 
estudo contra larvas de um besouro da batata, Trypanosomacruzie pequenas pragas como 
pulgões e ácaros. Os efeitos do ácido anacárdico sobre as larvas do besouro da batata, com 
base na preferência alimentar, evidenciaram menor taxa de alimentação do besouro em 
substratos contendo ácido anacárdico. Portanto, a pulverização de plantas com produtos 
contendo ácidos anacárdicos pode proporcionar uma nova ferramenta contra essas pragas, 
visando minimizar os danos causados por elas e maximizar a produção das culturas. Pode 
proporcionar uma nova ferramenta contra essas pragas, visando minimizar os danos causados 
por elas e maximizar a produção das culturas (Schultzet al., 2006 apud FAULA, 2016). 
2.2.2. Inibição Enzimática 
A enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase (GAPDH) é uma enzima chave 
envolvida na via glicolítica dos protozoários parasitas, Trypanosomacruzi, T. brucei e 
Leishmaniasp; respetivos agentes causadores das doenças de Chagas, doença do sono e a 
leishmaniose. A enzima GAPDH desempenha um papel central no controle da produção de 
ATP, com isso, a GAPDH tem sido considerada um importante alvo para o desenvolvimento 
de drogas contra estes parasitas. Derivados de ácidos anacárdicos mostraram grande inibição 
contra a GAPDH (Pereira et al., 2008 apud FILHO, 2017). 
Histona-acetiltransferases (HATs) é um grupo de enzimas que desempenham um 
papel significativo na regulação da expressão do gene. Este são co-valentemente modificadas 
30 
 
 
a resíduos de lisina N-terminal de histonas por meio da adição de grupos acetil a partir de 
acetil-CoA. A disfunção dessa enzima é frequentemente associada com a manifestação de 
inúmeras doenças fisiopatológicas, em destaque o câncer. O ácido anacárdico foi usado como 
um ótimo inibidor não competitivo para HATs, agindo diretamente na transcrição do ADN e 
inibindo fortemente a enzima (FILHO, 2017). 
2.3. Método de extração e obtenção do líquido da casca da castanha de caju. 
Existe varías formas de extração desde a extração por extrator Soxhlet (Faula, 2016, 
p.21); tratamento térmico a 80º e posterior prensagem (Osmari at al., 2015);
A extração de 
LCC da casca inclui o método artesanal de torrefação, método mecânico (banho de óleo 
quente), método frio e extração por solvente. No método a frio o LCC pode ser obtido por 
extrusão em solventes, ou por prensagem (GANDHI, et.al., 2013 citado por Costa, 2019). 
2.3.1. Extração do LCC por Aquecimento térmico 
No processo de beneficiamento da castanha do caju, o LCC natural é submetido a um 
tratamento térmico, a temperaturas entre 180°C e 200ºC. Esse tratamento tem a finalidade de 
retirar o gás carbônico (CO2), a humidade e evitar polimerização do LCC quando 
armazenado por um longo período em temperatura ambiente. Durante o tratamento térmico 
ocorre a descarboxilação do ácido anacárdico, na qual ele é completamente convertido em 
cardanol (Balachandran et al., 2013; Shobha e Ravindranath, 1991), Mothe e Vieira (2010) 
afirmam que o LCC é extraído durante a fase de grelhação na extração mecanizada da 
amêndoa no processo industrial. 
2.4. Potencialidade do uso da casca da castanha de caju como biofertilizante 
O substrato usado foi a base da casca da castanha de caju, decomposta e trituradas, cujas 
características físicas-químicas eram pH de 4,6; os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, B, Cu, 
Mn e Zn de 10,6 g kg-1; 0,9 g kg-1; 1,8 g kg-1; 15,9 g kg-1; 2,3 g kg-1; 0,8 g kg-1; 11,4 g 
kg-1; 27,6 g kg-1; 23,3 g kg-1; 267,0 g kg-1; 38,6 g kg-1, respectivamente, e com capacidade 
de troca de cátions (CTC) de 382,1 mmol dm-3 afirma Silva at al (2018), no mesmo trabalho 
Silva et al, 2018 cita Huett (1997) afirmando que a perda dos nutrientes por lixiviação neste 
tipo de fertilizante é menor em relação aos adubos convencionais. Paiva at all (2000, p16), 
afirma esquematizada o uso do caju e demostra que a casca da castanha de caju pode ser 
usada como fertilizante. 
31 
 
 
2.5. Descrição da Couve 
Arteche (2013, p. 13) afirma que a couve é uma espécie botânica com o nome 
científico Brassica oleráceo L tem seu centro de origem ao longo da costa do Mediterrâneo, 
de onde provavelmente se disseminou por a Europa. Esta espécie atualmente é subdividida 
em várias variedades botânicas, dentre elas pode se destacar Brassica oliracea var. capitada 
L. (repolho), B. olerácea var. botrytis L. (couve), B. olerácea var. Italica Plenck (Brocolos), 
B. olerácea var. acephala DC (Couve-comum), B. olerácea vr. Gemminifera zencker 
(Couve-de-bruxelas) e B. olerácea var. gongolodis L. (couve-rabano). 
A couve-comum é botanicamente identificada e classificada como Brassica olerácea 
var. acephla, sendo caracterizada como uma planta arbustiva com porte entre 40 e 120 cm, no 
entanto, algumas vezes podem-se encontrar plantas com mais de 3m de altura. Seu caule é 
ereto, robusto, cilíndrico, liso, carnoso e não intumescido, com continua emissão de novas 
folhas em seu ápice. As folhas são pecioladas, espessas, um pouco carnosas, distribuindo-se 
em forma de roseta ao redor do caule (SOUZA, 1983). 
2.5.1. As principais pragas danificadoras da couve 
2.5.1.1. Cigarrinha (Empoas cakreemeri) 
(Embrapa, 2000) afirma que esta espécie de inseto deposita os ovos na face dorsal das 
folhas, eclodindo suas ninfas entre 7 e 10 dias após a postura. Sua fase larval dura 10 dias e a 
vida adulta oscila de 30 a 60 dias. As cigarrinhas além de sugarem a seiva são vetores do 
vírus do Mosaico das Folhas. 
2.5.1.2. Trips (Sotenotrips rubroclntus) 
O ciclo de vida do trips dura de 14 a 18 dias. Os ovos são depositados no dorso das 
folhas, onde as ninfas se alimentam sugando a seiva. Estes insetos, também, são vetores do 
Vírus do Mosaico das Folhas, mesmo quando a população desta praga é pequena (Embrapa, 
2000). 
 
2.5.1.3. Pulgão (Aphisgossypii G) 
A (Embrapa, 2000) afirma que os pulgões são pequenos insetos de coloração 
esverdeada, geralmente ápteros (existem formas aladas), que sugam a seiva dos brotos e 
ramos novos das plantas e são vetores do vírus do Mosaico das Folhas. 
32 
 
 
Segndo Holtz (2015) os pulgões (Brevicorynebrassicaee Myzuspersicae) possui 
coloração que varia de amarelo a verde-escuro, cabeça e tórax são mais escuros. O abdómen 
é verde com manchas escuras na face dorsal e a forma alada mede cerca de 2,0 mm de 
comprimento. Apresentam secreção serosa recobrindo o corpo e as folhas infestadas. 
 
Imagem IV: Adultos e ninfas de Brevicoryne brassicae 
Fonte: Holtz., 2015. 
O pulgão-verde (M. persicae) mede 1,62 a 2,18 mm quando adulto, possui forma 
áptera com coloração verde-clara e alado verde-escuro com a cabeça, tórax e antenas escuros. 
Os sifónulos são dilatados na base e cilíndricos em sua extensão. Macroscopicamente essa 
espécie se diferencia pela presença de tubérculos frontais distintos e voltados para dentro na 
porção basal e sifónulos da mesma cor do corpo e tão longo quanto à cauda. 
 
33 
 
 
Imagem V: Adultos e ninfas de Myzuspersicae 
Fonte: Holtzet al, 2015. 
As ninfas e os adultos de pulgões com seu aparelho bucal picador-suador (sugador 
labial) sugam continuamente seiva nos tecidos floemáticos das plantas e essas perdem os 
compostos secundários necessários o seu desenvolvimento. 
 
2.5.1.4. Lagarta-rosca (Agrotisipsilon) 
Para Holtzetal (2015) Os adultos de A. ipsilonsão mariposas com 30 a 50 mm de 
envergadura, apresentando as asas anteriores de coloração marrom acinzentada com manchas 
escuras e uma faixa larga de cor castanho claro ao longo da margem externa, enquanto as 
asas posteriores são semitransparentes. Os adultos se alimentam de néctar, possuem 
longevidade aproximada de 12 dias e hábito noturno. Os ovos, de coloração branca e 
globosos, medem menos de 1 mm de diâmetro e são colocados individualmente ou em grupos 
de 2 ou 3 sobre as folhas, caule ou no solo húmido. 
 
Imagem VI: Larva e adulto da Lagarta-rosca. 
Fonte: Holtzet al, 2015. 
2.5.1.5. Vaquinha (Diabroticaspeciosae Cerotomasp.) 
As vaquinhas são besouros que, tanto na sua fase larval como na adulta, destroem a 
folhagem desde o estádio de plântula até a colheita de frutos. Estes insetos além de reduzirem 
a área foliar, também são vetores do vírus do mosaico do peino (CMV) (Embrapa, 2000). 
 
 
34 
 
 
2.5.1.6. Curuquete-da-couve – Asciamon usteorseis 
Para Cardoso etall (2010) a curuquerê-da-couve ou lagarta-da-couve é especializada 
em Brassicaeae e representa um dos principais herbívoros desta família na região 
neotropical. O seu ataque as folhas iniciam logo após a eclosão, devorando-as durante todo o 
período larval. O adulto é uma borboleta de assas branco-amarelos com as bordas marrom-
escuro e corpo preto, possuindo 5 cm de envergadura e hábito diurno. Os ovos, amarelas e 
alongados, são afixados em grupo, nos dois lados das folhas, em posição ereta, ocorrendo a 
eclosão 4 a 5 dias após a postura. A lagarta pode chegar a 35 mm de comprimento e é de 
coloração cinza-esverdeada com faixas longitudinais marrons e amarelas, alternadas. A 
cabeça é de coloração escura e as faixas amareladas possuem doze pares de pontos pretos. 
Quando ataca as folhas da couve são muito vorazes e consomem toda a área foliar, exceto as 
nervuras mais grossas. 
 
Imagem VII: Curuquerê-da-couve: A) lagartas apoios a eclosão danificando e danos severos 
em couve-de-folha; B) lagartas vorazes atacando a planta jovem; C) Ataque severo a plantas 
em desenvolvimento; D) Resultado final do ataque, ficando somente as nervuras mais 
grossas. 
Fonte: Cardosoat al., 2010 
2.5.1.7. Traça-das-crucíferas – Plutella Xylostella 
É uma importante praga das brássicas. O adulto da traça-das-crucíferas não é o 
responsável direto pelos prejuízos, os danos são causados pelas lagartas verde-clara, com a 
35 
 
 
cabeça de cor parda e pelos escuros sobre o corpo, atingindo 7mm a 10 mm de comprimento 
e que reage ao toque se movendo aos saltos. As lagartas jovens raspam o tecido foliar, 
deixando apenas a epiderme superior transparente em formato de uma pequena janela, onde 
posteriormente, surge
furos no tecido da folha e quando os ataques são intensos as folhas 
ficam rendilhadas. As lagartas mais velhas tecem casulos de coloração branca na face inferior 
das folhas e em seu interior se transforma em pupa. A pupa pode ser encontrada na fase 
superior, em virtude da decomposição ocasional de ovos nas folhas apicais, quando estas têm 
ainda a forma de concha. Tem como o hábito abrigar-se nas folhagens durante o dia, voando 
anoite, quando colocam os ovos na face inferior da folha. 
 
Imagem VIII: traça-de-crucíferas: A) Raspagem das folhas da epiderme superior com a 
posterior perfuração pela lagarta; B) mariposa; C) pupas abrigando casulos de seda nas faces 
inferior e superior das folhas. 
Fonte: Cardoso at al., 2010 
2.5.1.8. Lagarta falsa-mededeira – Trichoplusianii 
Cardoso at al (2010) afirma que a lagarta falsa-mededeira possui esse nome por 
movimentar-se de modo semelhante ao movimento de medir com a palma da mão. A lagarta 
36 
 
 
é verde-clara, com até 40mm de comprimento e apresenta a parte posterior do corpo mais 
robusta. As lagartas atacam as folhas das brássicas e produzem grandes orifícios, 
inutilizando-as. Particularmente, na região merismática, as folhas são comidas dos bordos 
para o centro, entre as nervuras. Quando o ciclo larval se completa, os insetos transformam-se 
em pupas na própria folha, envoltas por um casulo fino de teia branca. O adulto é uma 
mariposa marrom, que possui uma manca branco-prateada no centro da asa anterior de 
númerosas camadas de ovos sobre a folha, cuja eclosão ocorre após 3-10 dias. 
 
Imagem IX: Lagarta falsa-mededeira em folhas de couve e repolhos: A) lagarta verde-clara, 
com parte posterior mais robusta; B) inseto em movimento semelhante ao medir palmos; C) 
folhas comidas entre as nervuras; D) Pipa em casulo. 
Fonte: Cardoso., 2010. 
2.5.2. Os inimogos naturais das pragas da couve 
Inimigos naturais tais como vespas, joaninhas, crisopas, sirfídeos e aranhas que se 
alimentam das pragas são importantes no MIP. Eles ajudam a manter as pragas e as doenças 
das couves e repolho em níveis aceitáveis (Anonimo., pag 2). 
2.6. Autores que abordam acerca do uso do LCC. 
Atividade Inseticida Do Líquido Da Castanha De Caju Sobre Larvas De Aedes 
aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) trabalho de Porto at al., 2013; Atividade 
Larvicida De Anacardium occidentale Como Alternativa De Controle Para Aedes aegypti E 
Sua Toxicidade Em Animais De Laboratório, trabalho de Ana Guissoni., 2011; Estudo Da 
Resistência Bacteriana Frente Ao Líquido Da Castanha De Caju (Anacardium occidentale) 
37 
 
 
trabalho de Rodrigues at al., 2020; Líquido Da Casca Da Castanha-De-Caju (LCC) Como 
Repelente Do Caruncho-Do-Bambu Bambusa Vulgaris trabalho de Silveira., 2019. 
CAPITULO III – ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 
3. Actuação do Pesticida LCC nos Canteiros da Couve 
Houve uma taxa cada vez mais crescente e com grande variabilidade das pragas nos 
canteiros de amostragem A e B. Para melhor precisão dos resultados, as tabelas 4 e tabela 5 
abaixo apresenta de forma resumida dados referentes aos canteiros. 
3.1. Canteiros de amostragem 
3.1.1. Canteiro A 
O canteiro A mostrou no princípio apenas a incidência das Larvas helula handalis, isto 
é, sem a presença de nenhuma outra praga no dia 14 de Junho. Passando 8 dias, verificou-se o 
ataque de outras pragas, tais como: ninfas de myzuspersicae e afideos (pragas verdes). Porque 
este canteiro não teve tratamento, no dia 28 de junho aumentou a incidência dos anfideos e 
myzuspers, com pupa da lagarta falsa medideira tendo incidência mínima e gafanhoto foi a 
praga que se fez muito sentir no canteiro, pois este destruia de maneira abusiva as folhas da 
couve e neste mesmo dia 28, viu-se o percevejo, o inimigo natural dos pulõges verdes ou 
seja, os anfideos. No dia 05 de julho observou-se a incidência de outros inimigos naturais das 
pragas, tal como a joaninha que não escapou ao ataque da mariposa e da broca-da-couve que 
destruiu as folhas da couve numa velocidade incrível e no último dia de observação, 17 de 
Junho de 2021, assistiu-se um aumento das pragas antes mencionadas e também o adulto da 
lagarta-rosca. 
 
Tabela 4: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro A 
 14/06/2021 22/06/202
1 
28/06/2021 05/07/2021 10/07/202
1 
17/07/2021 
Praga Larva 
Helula 
hundalis 
Ninfas de 
Myzuspers
icae, 
afideos 
Ninfas de 
Myzuspersicae, 
afideos, pupa 
em casulo da 
falsa-
medideira, 
larva falsa 
medideira e 
Afideos, 
lagartas da 
traça da 
couve, 
curuquere-da-
couve, um 
casulo sem 
inseto 
Ninfas de 
Myzusper
sicae, 
afideos, 
joaninhas, 
bicho 
lixeira, 
laranjas e 
Variedade 
de aranha, 
ninfas de 
Myzuspersic
ae, afideos, 
mariposa, 
traça da 
crucifera, 
38 
 
 
gafanhoto, 
mina de mosca 
minadora, 
Percevejos 
provavelmente 
pertencente a 
lagarta-da-
madeira, 
mariposa 
castanhas, 
mariposa e 
broca-da-
couve 
gafanhoto, 
Larva e 
adulto da 
Lagarta-
rosca. 
Cresci
mento 
Satisfatório Satisfatóri
o 
Satisfatório Satisfatório Satisfatóri
o 
Satisfatório 
Ataque
s 
2 folhas de 
2 plantas 
atacadas por 
pragas não 
identificada
s 
Houve 
ataque de 
em 8 
folhas de 4 
planta, 
desde a 
danificaçã
o nas 
folhas, tal 
como o 
alojamento 
de pragas 
nas folhas 
12 folha de 5 
planta foram 
atacadas pragas 
desde com 
alojamento ate 
com a 
danificação da 
folha. Caule de 
uma planta 
profundamente 
danificado 
22 folhas de 5 
planta 
danificadas 
com buracos 
nas folhas e 2 
folhas com 
traça da couve 
24 folhas 
danificada
s com 
buracos 
nas folhas 
e 3 folhas 
com 
alojament
o de 
afideo 
27 folhas de 
6 plantas 
Mortali
dade 
 
 
 
0 (6 plantas 
com 19 
folhas) 
0 (6 
plantas 
com 28 
folhas) 
0 (6 plantas 
com 28 folhas) 
0 (6 plantas 
com 39 
folhas) 
0 (6 
plantas 
com 41 
folhas) 
0 (6 plantas 
com 46 
folhas) 
 
No canteiro A assistiu-se um crescimento satisfatório na largura das folhas, todavia 
elas não obtiveram qualidade comerial satisfatória, pois apresentavam ataque progressivos 
sofridos em 2 folhas que apresentavam ataque profundo no dia 14, 8 folhas no dia 22, 12 
folhas no dia 28, 22 folhas no dia 05, 24 folhas no dia 10 e 27 folhas no dia 17. Porém o 
canteiro A não apresentou nenhuma planta morta apesar de algumas folhas serem perdidas 
devido ao ataque. 
39 
 
 
 
Imagem X: Casulo adireita e a destruição do caule a esquerda ocorrido no canteiro A. 
 
 
 
Imagem XI: Curuquerê da couve, lesma, adultos da lagarta falsa-medideira, bicho lixeiro, 
adultos da lagarta falsa-medideira. 
40 
 
 
3.1.2. Canteiro B 
O canteiro B, foi um reflexo do canteiro A por não ser submetido a nenhum pesticida, 
mias diferente do canteiro A, os pulgões ou afideos incidiram muito neste canteiro 
começando com 3 folhas de 2 plantas logo no dia 14 de junho de 2021, sendo também 
acompanhada de nifas Myzuspersis, no dia 22 de Junho os gafanhotos também começaram a 
incidir no canteiro e destruindo muito, nesta mesma data viu-se as formigas grandes que são 
as inimigas natural dos afideos ou pulgões verdes. No dia 28 de Junho observou-se uma 
maior incidência das pragas do dia 22, mais com a incidência de joaninhas também inimigas 
naturais dos pulgões e nifas. No dia 05 de Julho de 2021 teve a incidência dos pulgões, 
joaninhas, gafanhoto e mariposa, destruido tanto as folhas até que se observou o crescimento 
tardio do canteiro mesmo com a estimulação da ureia e fezes de animais (Galinha e Boi) 
como adubo. No dia 10 de Junho viu-se 3 casulos já abadonados e no último dia, ou seja, dia 
17 de Julho de 2021 assitiu-se no canteiro B, os pulgões, nifas, lagarta falsa medideira, traca 
da couve, casulos de lagarta rosca e também aranhas que é uma inimiga natural das pragas. 
Tabela 5: Incidência e variabilidades de pragas da couve
no canteiro B 
 14/06/2021 22/06/2021 28/06/2021 05/07/202
1 
10/07/20
21 
17/07/2021 
 
 
 
 
Pragas 
Pulgões 
castanhos, 
muitos 
afídios, 
ninfas de 
Myzuspersi
cae 
ninfas de 
Myzuspersi
cae, afideos, 
gafanhoto 
jovem e 
formigão 
ninfas de 
Myzuspersi
cae, afideos 
e joaninha 
Afideos e 
Joaninha 
castanha, 
gafanhoto 
e 
mariposa 
Restos 
de 
casulo 
da falsa-
medideir
a, 
gafanhot
o, 
maripos
a, riscas 
brancas 
Riscos 
feitas pela 
traça-das-
cruciferas, 
ninfas de 
Myzuspersi
cae, afideos, 
aranha, 
lagarta-falsa 
medideira, 
resto de 
casulo, 
adulto da 
Lagarta-
rosca e traça 
da couve 
 Satisfatório Satisfatório Satisfatório Crescime Retardad Satisfatório 
41 
 
 
 
 
 
Crescime
nto 
nto lento 
mesmo 
com a 
adubação 
com ureia 
e fezes de 
animais 
o pois se 
assistia 
muitos 
afideos 
 
 
 
 
Ataques 
2 folha com 
fortes 
danificaçõe
s, 
excetuando 
os pulgões 
alojados em 
3 folhas de 
2 plantas 
Houve 21 
folhas das 6 
plantas com 
ataques das 
pragas 
2 folhas de 
2 plantas e 8 
folhas com 
bordas e 
parte 
superior 
amarela e 
24 folha 
danificads 
Incidênci
a de 
anfidos 
em 20 
folhas 
20 
folhas 
atacadas 
de 6 
plantas 
24 folhas 
atacadas de 
6plantas 
 
Mortalida
de 
0 (6 plantas 
com 15 
folhas 
0 (6 plantas 
com 19 
folhas 
1 (6 plantas 
com 19 
folhas 
0 (6 
plantas 
com 28 
folhas 
0 (6 
plantas 
com 39 
folhas 
0 (6 plantas 
com 41 
folhas 
 
O crescimento das folhas do canteiro B foram crescendo no ritmo normal até no dia 
05 de Julho e depois assitiu-se um retardo do crecimento das folhas do canterio, pois este 
canteiro possuiu o menor crecimento ou desenvolvimento em comparação com os outros 
canteiros. Os ataques ocorrenram da seguinte forma, no dia 14 assitiu-se 2 plantas com 
danificações, no dia 22 de Junho, verificou-se 21 folhas de 6 plantas com danificações e no 
dia 28 de Junho 8 folhas tiveram sua bordas amarelas, podendo ser ataques bacteriano ou de 
fungos e 24 folhas danificadas e no dia 05 os anfideos atacaram profundamente as folhas, no 
dia 10, 20 folhas danificadas e no dia 17 de Julho foram atacadas 24 folhas das 6 plantas. 
 
42 
 
 
Imagem XII: Traça da couve, pupa da traça da couve, anfidos (pulgões) 
Nos canteiros A e B a partir do dia 14 de junho de 2021 ao 17 de julho de 2021 
assistiu-se a variabilidade e crescente incidência das pragas, por não ter sido submetido a 
nenhum tratamento com o pesticida, tanto orgânico como inorgânico. MARCELO PICASO, 
2010 afirma que: 
Fatores favoráveis à ocorrência de pragas são o descaso pelas medidas de 
controlo, plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas, diminuição 
da diversidade de plantas nas agroecossistemas (o plantio de monoculturas 
favorece, mas populações das espécies fitófagas "especialistas" e diminui as 
populações dos inimigos naturais das pragas), pág. 6. 
Com isto afirma-se que por falta do controlo das pragas da couve com o pesticida 
LCC, ou um outro mecanismo, avantageou a incidência crescente de pragas. Os danos são 
maiores quando o ataque ocorre em plantas com 8 a 10 folhas como afirma Morais, 2021, 
mostrando com clara evidência que quando a planta vai desenvolvendo ela vai sendo mais 
atacada, o que se viu nos canteiros A e B, podendo constactar-se nas tabelas 4 e 5. 
 
3.2. Uso de LCC como pesticidas em diferentes concentrações nos canteiros C, D e E 
3.2.1. Teste de concentração para a concentração ideal 
3.2.1.1. Canteiro C 
No primeiro tratamento do canteiro C com o pesticida, usou-se a concentração de 8,2 
ml de LCC e 2 l de água, sendo que no dia 14 de junho de 2021, ao se levantar os dados 
observou-se queimaduras nas folhas do canteiro em referência. MARCELA SOUSA, 2009 
afirma que: 
(......) Os extratos de nim podem causar fototoxicidade em concentrações 
altas, embora dependa da espécie de planta sobre a qual o extrato foi 
aplicado, sua idade e fase de desenvolvimento, pág. 67. 
43 
 
 
 
Imagem XIII: os pesticidas em diferentes concentrações e as substâncias usadas os 
pesticidas. 
 
A semelhança dos extratos de nim da experiencia demostrada pela Marcela Sousa, 
2009 o pesticida LCC na concentração 8,2ml/2ml – LCC/H20 referenciado para o canteiro C, 
causou a fitotoxidade nas folhas, evidenciando a necessidade de mudança da concentração 
inicialmente usada para 3,5ml/2l –LCC/H2O. Os detalhes são apresentados na Tabela 6. 
Tabela 6: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro C 
 1º teste 
8,2ml/2ml 
–LCC/H20 
2º teste 3,5ml/2l –
LCC/H2O 
Concentração ideal – 3,5ml/2l 
14/06/2021 
 
22/06/2021 28/06/2021 05/07/20
2 
10/07/2021 17/07/2021 
Praga Gafanhoto-
verde, 
ninfas de 
Myzuspersi
cae 
ninfas de 
Myzuspersi
cae 
ninfas de 
Myzuspersic
ae, afideos, 
Helula 
hundalis 
Afideos 
e 
Joaninha 
castanha 
Afideos, 
mariposa 
nifas 
Myzuspersi
cae 
Afideos, 
mariposa 
nifas 
Myzuspersic
ae, aranhas 
 
Crescime
nto 
Não 
satisfatória 
devido a 
queimada 
nas folhas 
resultantes 
da 
concentraçã
o do 
 
Satisfatória, 
assiste-se 
nas folhas a 
recuperação 
da 
queimada 
anterior. 
 
Satisfatório 
 
Satisfató
rio 
 
Satisfatório 
 
Satisfatório 
44 
 
 
pesticida 
LCC 
Ataques Nenhum 
ataque 
Houve 
ataque de 1 
folha de 1 
planta no 
universo de 
6 plantas 
1 folha com 
ataque 
danificadora 
da folha e 7 
folhas com 
alojamento 
dos afideos 
 Foram 
atacadas 
5 folhas 
de 1 só 
uma 
planta 
6 folhas 
com 
ataques e 5 
com 
alojamento 
folhas de 4 
planta 
14 folhas de 
4 planta 
Mortalida
de 
0 (6 plantas 
com 17 
folhas 
0 (6 plantas 
com 26 
folhas 
0 (6 plantas 
com 32 
folhas 
0 (6 
plantas 
com 36 
folhas 
0 (6 plantas 
com 45 
folhas 
0 (6 plantas 
com 50 
folhas 
 
 
A tabela 6 mostra que houve menor incidência das variabilidades das pragas no 
canteiro C, Porto at all, 2013, p. 421 afirma que (...) o LCC da empresa Kardol recém-
produzido é eficiente como inseticida para larvas de A. aegypti, evidenciando que o LCC tem 
a capacidade combativa dos insetos, ou seja, das pragas, mas ao longo da testagem do 
pesticida LCC no canteiro C assistiu-se uma resistência ao pesticida pelos Anfidos ou seja os 
pulgões verdes e ninfas de Myzuspersicae, eliminando outras. 
A primeira concentração usada como pesticida, provocou queimaduras nas folhas de 
algumas plantas, o que levou-se a diminuir a concentração do pesticida, com a queimadura o 
desenvolvimento das plantas atrasou um pouco, mais após a mudança da concentração, as 
folhas cresciam regularmente como mostra a Tabela 6, a variação de concentração e também 
ilustrada pela UFMS, 2018, p. 6, sugerindo os testes em concentrações diferentes. 
3.2.1.2. Canteiro D 
O canteiro D, não se defere muito do canteiro C, em termos de algumas 
especificações, pois nela primeiramente foi pulverizada o pesticida em concentração 
15ml/2ml de LCC/H20 o que causou queimadas nas folhas como ilustra a tabela 8. 
Como afirmado anteriormente o canteiro D assemelhasse com o canteiro C, diferindo nas 
concentrações usada em cada uma delas. 
45 
 
 
Tabela 7: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro D 
 1º teste 
15ml/2ml –
LCC/H20 
2º teste 5ml/2l –
LCC/H2O 
Concentração ideal – 3,5ml/2l 
14/06/2021 22/06/2021 28/06/20
21 
05/07/20
21 
10/07/202
1 
17/07/2021 
Praga Nenhuma 
praga 
Anfidos em 
duas folhas 
de uma 
planta 
Afideos Afideos Joaninha, 
mariposa e 
afideos 
Afideos, 
mariposa nifas 
Myzuspersicae
, aranhas 
Crescim
ento 
Não 
satisfatória 
devido a 
queimada nas 
folhas 
resultantes da 
concentração 
do pesticida 
LCC 
Satisfatória, 
assiste-se 
nas folhas a 
recuperação 
da 
queimada 
anterior, 
semelhante 
ao canteiro 
C 
Satisfeito Satisfeito Satisfeito Satisfeito 
Ataques Nenhuma 
praga
Afideos ou 
pulgões em 
2 folhas de 
1 planta 
Com 
alojamen
to dos 
afídios 
em 2 
folhas de 
1 planta 
4 folhas 
com 
alojamen
to dos 
afídios 
 5 folha de 
3 plantas 
14 folhas de 6 
plantas 
Mortali
dade 
0 (6 plantas 
com 18 folhas 
0 (6 plantas 
com 25 
folhas 
0 (6 
plantas 
com 29 
folhas 
0 (6 
plantas 
com 32 
folhas 
3 (6 
plantas 
com 41 
folhas 
0 (6 plantas 
com 43 folhas 
 
O canteiro D apresentou menor ataque de variabilidade de pragas e maior repelência 
das pragas, Silveira at all, 2019, p.1393 em seu artigo afirma que os tratamentos à base de 
LCC apresentaram efeito de repelência sobre os carunchos do bambu, independentemente da 
concentração utilizada, comparativamente o que ocorreu no seu teste com os carunchos do 
bambu, ocorreu no tratamento do canteiro D e C, quanto a repelência das pragas. 
46 
 
 
 
Imagem XIV: Mariposa, gafanhoto, Larva Helula hundalis. 
 
Da mesma forma que ocorria com o canteiro C, no canteiro D, assistiu-se a resistência 
ao pesticida LCC pelos Anfidos, ou seja, os pulgões verdes e ninfas de Myzuspersicae, 
eliminando e repelindo as outras. 
Mas Hemshekhar et al. (2012) relatam pesquisas sobre a ação repelente do 
LCC contra pulgões, ácaros, Trypanosoma cruzi e caruncho-da-batata 
(Leptinotarsa decemlineata). Silveira at all, 2019, p. 1391 em pesquisas com 
larvas deste mesmo caruncho, encontraram resultados significativo para a 
ação repelente do líquido da castanha de caju em dietas tratadas com 2,5 
mg/mL de LCC. 
O crescimento foi condicionado nos primeiros momentos com a queimada nas folhas, mais 
após a recuperação ela teve um desenvolvimento pontual. 
O ataque no canteiro D foi diminuta no 2º teste de concentração, mais não esteve no 
equilíbrio entre capacidade combativa e a não existencia de nenhum vestigio de queimada, 
que levou o autor a considerar a concentração 3,5ml/2l, como a concentração ideal do 
pesticida LCC para o canteiro C e D, pelo poder combativo, repetente e não existência da 
queimada nas folhas das couves. Silveira at all, 2019, p. 1395 afirma que em seus testes (...) 
haveria necessidade de estabelecer a dose eficiente de menor custo, uma vez que a maior 
concentração significa também maior custo no uso do produto comercial. 
3.2.1.3.Canteiro E 
 O Pesticida e adubo líquido combateram e repeliram as pragas que atacavam o 
canteiro E, a Ana Guissoni, 2011, p.58 afirma que o LCC (...) apresenta potencial larvicida e 
na p. 66 a mesma autora afirma que o uso do LCC possui ausência de impactos ambientais, 
Silveira at all, 2019, afirma que o LCC apresentou efeito de repelência. 
47 
 
 
Os dados referentes ao canteiro E, são apresentados na tabela 9 abaixo. 
Tabela 8: Incidência e variabilidades de pragas da couve no canteiro E 
 
 
 1º tratamento com 
concentração 30ml/2l – 
LCC/H2O 
2º tratamento com concentração 30ml/2l – LCC/H2O 
(concentração ideal -20ml/2l – LCC/H2O 
14/06/2021 22/06/202
1 
28/06/202
1 
05/07/2
021 
10/07/2021 17/07/2021 21/07/
2021 
Pragas 1 folha com 
ninfas de 
Myzuspersica
e, afideos em 
6 folhas de 5 
plantas 
ninfas de 
Myzuspers
icae em 1 
folha de 1 
planta, 
afideos em 
3 folhas de 
2 plantas 
gafanhoto, 
Crocidolo
mia 
binotalis, 
2 pupa da 
traça da 
couve, 8 
de 4 
plantas 
com 
pragas 
alojadas e 
lagarta-
falsa 
medideira 
3 folhas 
de 3 
plantas 
com 
afídios 
3 folhas de 
2 plantas 
com afideos 
da couve 
 Afideos da 
couve 
ninfas de 
Myzuspersi
cae 
 
Afide
os da 
couve 
ninfas 
de 
Myzu
spersi
cae 
Crescim
ento 
Super 
satisfatório 
Satisfeito Satisfeito Satisfei
to 
Satisfeito Super 
satisfatório 
Satisf
atório 
Ataques 1 folha que 
possui muitos 
ovos verdes 
dos afídios e 
as outras 
folhas 
queimou com 
a 
concentração 
do pesticida 
líquido 
2 folhas de 
2 plantas 
com 
alojament
o de 
pragas 
2 folhas 
de 6 
plantas 
com 
buracos ou 
danificaçã
o profunda 
e 10 
folhas de 
5 plantas 
com 
alojament
o 
4 folhas 
de 4 
plantas 
com 
buracos 
nas 
folhas e 
2 folhas 
com 
alojame
ntos 
3 folhas de 
5 plantas 
com 
alojamento 
das pragas 
5 folhas 
com 
buracos nas 
folhas em 6 
plantas e 10 
folhas com 
alojamento 
5 
folhas 
com 
burac
os nas 
folhas 
em 6 
planta
s e 5 
folhas 
com 
aloja
mento 
Mortali
dade 
0 ( 6 plantas 
com 19 
folhas) 
0 ( 6 
plantas 
com 28 
folhas) 
0 ( 6 
plantas 
com 41 
folhas) 
0 ( 6 
plantas 
com 48 
folhas) 
0 ( 6 plantas 
com 56 
folhas) 
0 ( 6 plantas 
com 62 
folhas) 
0 ( 6 
planta
s com 
62 
folhas
) 
48 
 
 
O crescimento do canteiro E foi super satisfatório, em comparação com os canteiros 
acimas ela era a mais bem desenvolvida, o número de folhas aumentava mais e mais em 
comparação com os canteiros A, B, C e D, como será ilustrada no gráfio 1. 
 
 F. Almeida at all, 1988, p.35 conclui que (...) pode-se admitir a cinza do tegumento 
da castanha como uma fonte alternativa de fósforo, sendo necessária, entretanto a realização 
de novos estudos enquanto isto Dos Anjos at all, 2017, p.4 afirma que (...) com relação ao 
crescimento inicial da parte aérea, raiz e folhas com tratamento T1 (T1- biofertilizante a base 
de casca de castanhas + solo puro 1:1, T2 - biofertilizante misturado ao substrato utilizado no 
plantio das mudas de alface 1:1 e T3 biofertilizante ao substrato utilizado no plantio das 
mudas de alface 2:1) apresentou o melhor resultado o T1, diferindo estatisticamente dos 
demais tratamentos, submetidos ou não à adição da casca de castanha. 
O gráfico abaixo demostra o número de folhas que o canteiro E possuía, em relação 
aos outros canteiros, ou seja, fez-se comparação do número das folhas que os canteiros A, B, 
C, D, E e F possuiam, para evidenciar qual dos canteiros apresentam vaior número de folhas, 
provando-se deste modo o desenvolvimento acrescido do canteiro com o maior número de 
folha. Esta comparação foi ilustrada no gráfico abaixo. 
 
 
Gráfico 1: Número de folhas nos canteiros A, B, C, E e F. 
O gráfico 1 demostra que o pesticida e adubo líquido avantageou crescimento do 
canteiro E, pois ela mostra maior desenvolvimento demostrando com o número de folhas que 
possuia, ou seja, do dia 14 de Junho a 17 de Julho apresentou, 19 folhas no dia 14 de Junho, 
19
28 31
39 41
46
15
19 19
28
39 41
17
26
32
36
45
50
19
25
29 32
41
45
19
28
41
48
56
62
15
23
29
41
46
55
0
10
20
30
40
50
60
70
Número de folhas dos canteiros A, B, C, D e E
Canteiro A Canteiro B canteiro C canteiro D canteiro E Canteiro F
49 
 
 
28 folhas no dia 22 de Junho, nestas datas só se equiparava com o canteiro A, mais no dia 28 
de Junho o canteiro E apresentou 41, e o canteiro C com 32 e o canteiro A com 31, no dia 05 
de Julho o canteiro E apresentou 48 folhas seguida canteiro A com 39, no dia 10 de Julho o 
canteiro E apresentou 56 folhas seguida do canteiro C com 45 e no último dia da observação 
o canteiro E apresentou 62 folhas, seguida do canteiro C com 50 folhas. De afirmar que o 
crescimento dos outros canteiros, deveu-se a aplicacao da ureia nos canteiros A, B, C e D. 
Devido ao crecimento das folhas que o canteiro E apresenta-se como o lider no grafico 1. 
3.3. Uso de adubos orgânicos provenientes dos resíduos da casca da castanha de caju 
3.3.1. Canteiro G e H 
Para estes canteiros foram avaliados o crescimento das folhas e o número de folhas por 
planta. Foi utilizado as médias para posterior comparação. Foram obtendo valores em centrimetro 
de cada folha dos (2) dois canteiros. Com os valores obtidos procurou-se encontarar as médias de 
cada folha de cada canteiro, ou seja, o canteiro G e H. 
O adubo proveniente da casca da castanha de caju foi aplicado no canteiro G, abaixo 
encontra-se a imagem da composta ou 
minhocário, o local onde foi produzido o adubo 
orgânico. 
 
Imagem XV: Compostagem

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando