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1 Fernanda E. Bocutti T6 Estão presentes em todas as idades Lesões com crescimento lento tem maior chance de ser benigna Lesões rapidamente expansivas em adultos e idosos: alta probabilidade de malignidade Correspondem a 5% das neoplasias torácicas, sendo 60% malignos Tumores da parede torácica Originam-se de qualquer elemento histológico da parede torácica: - Músculos - Nervos - Ossos - Cartilagem - Tecido conjuntivo - Vasos Metástases ou invasão direta de tumores: Mama, Pulmão, Mediastino Quadro clínico Principal manifestação é a massa palpável Avaliar: - Localização - Textura - Consistência - Mobilidade - Sensibilidade Dor está presente em menos da metade dos casos Os tumores ósseos frequentemente têm dor como sintoma inicial Parestesia, fraqueza e atrofia muscular das extremidades superiores são relatadas em casos de lesões envolvendo primeira e segunda costelas com compressão do plexo braquial. Antecedentes de neoplasia Classificação Tumores primários Malignos Osso/cartil agem Condrossarcoma, osteossarcoma, sarcoma de Ewing, plasmocitoma Partes moles Lipossarcoma, rabdomiossarcoma, leiomiossarcoma, tumor desmóide Benignos Osso/ cartilagem Condroma, osteocondroma, displasia fibrosa, granuloma eosinofílico Partes moles Lipoma, fibroma, neurofibroma, hemangioma Metástases Sarcoma, carcinoma Tumores adjacentes Mama, pulmão, pleura, mediastino, pele Doença não neoplásica Cistos, infecções Exames complementares Radiografia de tórax. Tomografia de tórax: permite reconstrução da parede torácica e identificar possíveis metástases pulmonares. RNM: Avaliação de invasão de vasos, estreito torácico superior e coluna vertebral. Cintilografia óssea: metástases ósseas e múltiplos tumores ósseos. Pet Scan. Diagnósticos diferenciais Deformidades da parede torácica Trauma de tórax Infecção Diagnósticos histopatológico Alerta: Todas as lesões suspeitas de neoplasia da parede torácica devem ser submetidas a uma biopsia antes da conduta definitiva Tumores da parede torácica e Pectus 2 Fernanda E. Bocutti T6 Tumores sólidos de linhagem linfoproliferativas (linfomas, plasmocitoma) e metástases podem mimetizar tumores primários da parede torácica Diagnóstico histopatológico Punção aspirativa com agulha fina (PAAF): Indicada quando há suspeita de uma massa metastática em parede torácica em pacientes com uma neoplasia primária conhecida. Biópsia com agulha cortante (core biopsy) ou biópsia incisional: Quando há suspeita de um tumor primário de parede é necessária uma quantidade maior de tecido para exames de histopatologia e imuno histoquímica. Quando o tumor é pequeno (menos de 5 cm de diâmetro), pode-se fazer uma biópsia excisional. Se o tumor for benigno, nenhum outro procedimento é necessário. Se a lesão for maligna, o paciente tem que ser reoperado para ampliação das margens. Tumores benignos da parede torácica Condroma 15 a 20% de todos os tumores benignos das costelas. Mais prevalente nas 2ª e 3ª décadas de vida, afetando igualmente ambos os sexos. Massas indolores de crescimento lento na parede torácica anterior (junção costocondral). Radiografia de tórax: massa medular com adelgaçamento do córtex. O condroma é o tumor benigno mais comum no esterno. Como microscopicamente é difícil distinguir entre um condroma e um Condrossarcoma de baixo grau, todas as lesões devem ser tratadas como malignas, com ressecção cirúrgica em bloco (margens amplas), para prevenir recidiva local. Osteocondroma Neoplasia óssea benigna mais comum. 30 a 50% dos tumores benignos de costela. A maioria dos pacientes é jovem, sendo 3 vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Massa indolor na superfície externa da metáfise da costela. O achado radiológico típico é o de uma lesão óssea, pediculada ou séssil, na superfície da costela, com a medular do osso em contiguidade com a medular da lesão. Ressecção cirúrgica costuma ser curativo Displasia Fibrosa Lesão cística caracterizada por substituição da medula da costela por tecido fibroso. Representa 20 a 30% dos tumores benignos da parede torácica. Mais frequente na 2ª e 3ª décadas de vida, afetando igualmente os sexos. Massa solitária, normalmente indolor, na parte lateral ou posterior da costela. Pode ocorrer dor local devido à fratura patológica ou compressão do periósteo. O aspecto radiográfico é de uma lesão lítica, fusiforme, trabeculada, com córtex fino edilatado. Degeneração maligna é rara. O tratamento pode ser conservador, exceto em lesõessintomáticas, quando a ressecção cirúrgica está indicada. Granuloma eosinofílico A histiocitose X é um distúrbio do sistema reticulo endotelial, caracterizado pela proliferação de macrófagos de aspecto normal, com ou sem reação inflamatória associada de eosinófilos, neutrófilos e células mononucleares envolvendo o tegumento, o osso e as vísceras. Sua etiologia é desconhecida. As três síndromes clínicas conhecidas: 1) Granuloma eosinófilo do osso. 2) Síndrome de Hand-Schuller-Christian. 3) Síndrome de Letterer-Siwe. Tumores Malignos da Parede Torácica Condrossarcoma Tumor maligno primário mais comum da parede torácica, sendo mais frequente em homens na faixa etária de 20 a 40 anos. Geralmente surge na junção costocondral de um dos 4 primeiros arcos costais ou no esterno, massa dolorosa de crescimento lento. Cerca de 10% dos pacientes apresentam metástases pulmonares sincrônicas. O tratamento é a ressecção cirúrgica. 3 Fernanda E. Bocutti T6 Condrossarcomas são pouco sensíveis a quimioterapia e radioterapia. A sobrevida em 5 anos é de 65%. Osteossarcoma 10% dos tumores malignos da parede torácica, sendo mais comum em adolescentes e adultos jovens, com pico durante a puberdade. Apresenta-se como uma massa dolorosa de crescimento rápido. A radiografia mostra destruição óssea com bordos indistintos do osso normal adjacente e calcificações que dão o típico aspecto de “explosão solar”, com perda do osso trabecular normal e das zonas de aparência radioluscente. A DHL é um importante fator prognóstico e pode estar aumentado em 30% dos pacientes sem metástases. O tratamento recomendado é a quimioterapia neoadjuvante e a ressecção cirúrgica da lesão. Aproximadamente 35% dos pacientes têm metástases pulmonares sincrônicas. A sobrevida em 5 anos é de 15%. Sarcoma de Ewing 20% dos tumores malignos primários da parede torácica e 10 a 15% de todos tumores ósseos malignos. 2 vezes mais comuns em homens e 2/3 dos casos ocorrem em pacientes com menos de 20 anos de idade. Massa dolorosa associada com febre, mal-estar, leucocitose, anemia e VHS elevada. Podem apresentar envolvimento de nervos periféricos e derrame pleural. Radiologicamente: destruição do osso com áreas líticas e blásticas, elevação do periósteo e formação óssea subperiosteal (aspecto de “casca de cebola”). O tratamento consiste em quimioterapia neoadjuvante, seguida de cirurgia e/ou radioterapia. Cerca de 1/3 dos pacientes têm metástases no momento do diagnóstico. A sobrevida em 5 anos é de 45%. Plasmocitoma 6% dos tumores da parede torácica, sendo mais comum em homens na 5ª e 6ª décadas de vida. A dor é o sintoma mais frequente, geralmente sem massa palpável. Eletroforese de proteínas alterada em 85% dos pacientes, e cerca de 50% têm proteinúria de Bence- Jones e hipercalcemia. Setenta e cinco por cento dos pacientes com plasmocitoma solitário desenvolvem mieloma múltiplo. O aspecto radiológico típico é de uma lesão osteolítica em “saca-bocado” com bordas mal definidas e adelgaçamento do córtex; fratura patológica é comum. A radioterapiaé o tratamento primário do plasmocitoma, ficando o papel da cirurgia restrito ao estabelecimento do diagnóstico Tumores Benignos de Partes Moles São raros, sendo os lipomas, fibromas, neurofibromas, neurilemomas e hemangiomas os mais comuns. Quase sempre são assintomáticos. A ressecção cirúrgica está indicada na presença de dor ou crescimento tumoral. Tumores Malignos de Partes Moles Os sarcomas de partes moles, quando reunidos, constituem os tumores malignos mais frequentes da parede torácica, mas quando considerados por tipo histológico, são bastante incomuns. Os tipos histológicos mais encontrados são o Lipossarcoma, o Rabdomiossarcoma, o neurofibrossarcoma, o fibro-histiocitoma maligno e o Leiomiossarcoma. São mais comuns em homens com idade média no diagnóstico 40 anos. O Rabdomiossarcoma é mais frequente em crianças e adultos jovens, pode ser encontrado em quase todos os sítios anatômicos e os pacientes costumam manter bom estado geral até o aparecimento da doença metastática. A maioria dos pacientes apresenta-se com uma massa indolor na parede do tórax. A ressecção cirúrgica alargada é o tratamento de escolha para esses tumores. O tratamento adjuvante (quimioterapia e radioterapia) não está indicado nas lesões de baixo grau. A terapia combinada (quimioterapia+cirurgia+radioterapia) é usada em alguns casos de sarcoma de alto grau, e em tipos histológicos mais sensíveis à quimioterapia, como o Rabdomiossarcoma. A sobrevida em 5 anos para pacientes com sarcoma de baixo grau de parede torácica, após ressecção completa, varia de 85 a 90%. Em contrapartida, nas 4 Fernanda E. Bocutti T6 lesões de alto grau, a sobrevida em 5 anos cai para 40 a 50%. Tratamento Cirúrgico Ressecção alargada: deve incluir um arco costal normal acima do limite superior da lesão e um arco normal abaixo do limite inferior. As margens anterior e posterior, incluindo tecido ósseo e partes moles, devem medir pelo menos 4 cm. Estruturas que estejam aderidas, como pulmão, timo ou pericárdio, devem ser removidas em bloco. Quando o tumor envolve o esterno, realiza-se a exérese parcial ou total do osso, incluindo as porções anteriores (2 a 3 cm) dos arcos costais bilateralmente. A ressecção cirúrgica dos tumores metastáticos e das recidivas de neoplasia de mama em parede torácica está indicada de forma paliativa em casos de dor severa, ulceração, infecção e hemorragia. A ressecção curativa é indicada em pacientes nos quais a parede torácica é o único sítio de metástase após controle do tumor primário. Pectus Excavatum e Carinatum Pectus Excavatum Depressão do esterno com relação as porções laterais da parede torácica anterior. É a deformidade torácica mais comum (1/1400 nascimentos). Crescimento anormal das cartilagens costais ao sentido da coluna. (Ochsner e De Bakey) Diagnóstico Objetivo: utiliza métodos para quantificar o defeito torácico com o auxílio de instrumentos (índice antropométrico para pectus excavatum: Rebeis e cols) ou de exames de imagem (TC de tórax – índice de Haller). Subjetivo: Observador dependente Haller index – CT Scan: máximo diâmetro transverso / mínima distância AP Peito normal: <2,0 Escavadum leve: 2,0-3,2 Escavadum moderado: 3,2-3,5 Escavadum grave: >3,5 A cirurgia corretiva é considerada quando um índice de Haller é maior ou igual a 3,255. Fatores que afetam o índice Uma série de fatores foram identificados como afetando o índice Haller, incluindo em que nível ele é medido, bem como a idade e o sexo do paciente. Quadro Clínico 5 Fernanda E. Bocutti T6 Pouco sintomático. Queixas esporádicas de broncoespasmo, dor na parede anterior do tórax e arritmias atriais. Alterações psicológicas como ansiedade, fobia social, depressão. Função pulmonar sem alteração e que não melhora após a correção cirúrgica. Função cardiovascular: pode apresentar melhora da função cardiopulmonar, porém, não há consenso neste dado. Alteração da coluna vertebral: presença de escoliose. Classificação: simétricos e assimétricos. Tratamento Indicação: Aspectos estéticos e funcionais, psicológicos e de qualidade de vida Conservador: aparelhos a vácuo e fisioterapia Cirúrgico: Reposicionamento do esterno com (técnica de Ravitch) ou sem ressecção de cartilagem costal (técnica de Nuss). Princípio da barra metálica – Dr. Nuss, para corrigir a depressão do esterno em relação as cartilagens condrocostais. Pectus Carinatum • Deformidade congênita do tórax com protusão do esterno em relação a parede torácica anterior. • Segunda deformidade mais comum da parede torácica anterior. • Descrito na literatura incidência familiar de 37% Etiopatogenia: teorias • a) Hipoplasia do tendão conjunto do diafragma. • b) Crescimento anormal das cartilagens para frente. • c) Desenvolvimento anormal do esterno. Diagnóstico subjetivo • Sintomas: descrito dispneia, fadiga e asma. • Função pulmonar: mínima alteração para menos da CV e VEF1 . • Função cardiovascular: 1 estudo mostrando prolapso mitral associado. • Coluna Vertebral: 17% de escoliose. • Indicação do tratamento: estética e psicológica Tratamento: • Conservador: RPG para corrigir defeitos da coluna concomitantes, compressores dinâmicos do tórax. • Cirúrgico: esternocondroplastia com osteotomia do esterno
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