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IMPORTÂNCIA o Redução da morbimortalidade neonatal; o Assistência ao recém-nascido (RN) em sala de parto; o Consulta pós-natal dentro da primeira semana de vida; o Importância dos 1000 dias; o Canal de comunicação entre o obstetra, família e pediatra – discussão sobre as vias de parto e impacto sobre o RN e estímulo à amamentação; o Vínculo com a família – puericultura como prevenção e promoção da saúde. PLANEJAMENTO Tempo: Depende da necessidade da família. Ambiente: Confortável para a gestante. Linguagem: Clara e acessível. Documentação: Cartão de pré-natal, carteira de vacinação da gestante, resultados de exames complementares realizados (laboratoriais e de imagem) e prescrições de fármacos em uso. Conteúdo: Antecedentes gestacionais e familiares no prontuário do RN para as consultas subsequentes de puericultura. ENFOQUES DA CONSULTA o Intercorrências do pré-natal; o Prevenção de doenças infecciosas; o Vias de parto; o Assistência pediátrica em sala de parto; o Aleitamento materno; o Testes de triagem neonatal; o Impacto do nascimento da criança para a família; o Aspectos gerais sobre os cuidados com o RN; o Segurança da criança; o Demais demandas de dúvidas. INDICAÇÕES IMPRESCINDÍVEIS o Gestação precoce (<16 anos) e tardia (>35 anos); o Gemelaridade; o Risco de prematuridade; o Histórico de aborto espontâneo, óbito fetal ou neonatal; o Diagnóstico pré-natal de malformações fetais e/ou síndromes genéticas; o Condições maternas de risco para restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e aumento da morbimortalidade do RN – alcoolismo, tabagismo, uso de drogas injetáveis, uso crônico de medicamentos, acidentes e traumas, exposição à radiação, sorologias maternas positivas etc. o Doenças maternas prévias – cardiopatias, HAS, nefropatias, alterações neurológicas, hematológicas, nutricionais ou metabólicas, infecções com soroconversão na gestação etc. o Situações de risco para o parto – posições anômalas e descolamento prematuro de placenta. ROTEIRO Identificação dos pais: Nome, idade, procedência, profissão (exposição habitual), tipo sanguíneo e fator Rh. Anamnese: o Histórico obstétrico: Predizer riscos e antecipar condutas. o Histórico familiar: Consanguinidade, doenças genéticas, gestações anteriores, exposição à tóxicos, uso de drogas etc. o Histórico epidemiológico: Saneamento, hábitos, região onde vivem etc. o Avaliação de exames complementares. Exame físico: Dados da gestante na consulta pediátrica. o Peso: Aferir e comparar o peso atual com o anterior à gestação – calcular IMC; o Aferição de PA; o Avaliação de edema periférico; o Exame das mamas: Avaliar os mamilos (planos, invertidos ou protrusos – verificar presença de colostro). Orientar sobre a prevenção de fissuras através da “pega” adequada e sobre a ordenha manual. Exame do feto: o Medidas antropométricas do RN e ocorrência de RCIU (USG obstétrica); o Possibilidade de malformações fetais e síndromes genéticas (USG morfológica); o Avaliação anatômica e funcional do sistema cardiovascular (ECO fetal – 85% de sensibilidade de detecção de alterações). Pré-natal e reanimação o Retirada da placenta; o Início da ventilação; o Alterações circulatórias e metabólicas; o Controle de temperatura. CAUSAS DAS MORTES NEONATAIS o Complicações da prematuridade; o Eventos relacionados ao parto; o Infecções. OBJETIVOS o Suavizar o impacto da diferença entre o mundo intra e extrauterino; o Promover o contato precoce entre mãe e filho; o Diminuir a morbimortalidade no período neonatal; o Auxiliar no processo de amamentação; PRINCIPAL COMPLICAÇÃO o Asfixia perinatal, incluindo aspiração de líquido meconial; o 20% dos óbitos neonatais precoces. Intervenções para reduzir: 1. Medidas de prevenção primária – reconhecimento de situações de risco no pré-natal, disponibilização de recursos humanos capacitados, reconhecimento de complicações obstétricas etc. 2. Tratamento do evento – reanimação neonatal imediata; 3. Tratamento de complicações do processo de asfixia – terapia dirigida à insuficiência de múltiplos órgãos. PREPARO o Sala de parto a 23-26ºC; o Vestir-se adequadamente; o Lavagem de mãos; o Revisar os equipamentos; o Precauções universais; o Equipe treinada; o Assegurar o conforto térmico; o Inteirar-se dos medicamentos utilizados no parto. NA SALA DE PARTO – PEDIATRA Tudo bem – observar e apoiar o binômio mãe-filho, sem intervir e atrapalhar. É dever do pediatra dar início às medidas que estimulam e facilitam a amamentação. Necessário reanimação – agir rapidamente. No momento do nascimento – observar a evolução do parto (tempo do período expulsivo, dificuldades na extração e sangramento materno). OBS.: 90-95% dos RN não necessitam de manobras de reanimação – cor da pele e mucosas não são os parâmetros que definem. PERGUNTAS 1. Gestação à termo? 2. Respirando ou chorando? 3. Tônus bom? Resposta: SIM. o Assegurar o contato pele a pele imediato e contínuo; o Colocar o RN de bruços sobre o abdome ou tórax da mãe; o Cobri-lo com uma coberta seca e aquecida; o Verificar temperatura do ambiente – 26ºC para evitar a perda de calor; o Proceder ao clampeamento do cordão umbilical após cessadas as pulsações (1-3’). OBS.: Exceto em casos de mães isoimunizadas ou HIV HTLV + (imediato). o Estimular o aleitamento materno na primeira hora de vida – exceto mães + o Postergar os procedimentos de rotina APGAR Virgínia Apgar – 1952: Primeiro método padronizado para avaliar a transição do RN para a vida extrauterina. ROTINA DE ASSISTÊNCIA EM RN NORMAL Primeiras horas de vida o Tempo de permanência na sala de observação; o Controle de temperatura; o Controle de frequência cardíaca; o Controle de respiração; o Observação da pele; o Observação do comportamento; o Registro das eliminações; o Administração de vitamina K; o Aspirado gástrico; o Vacina Hepatite B; o Verificação de medidas antropométricas; o Higiene corporal; o Cuidado com o coto umbilical; o Exame físico; o Teste do reflexo vermelho; o Teste do coraçãozinho; o Alta para o alojamento conjunto. Risco para hipoglicemia neonatal pela IG e classificação nutricional: GIG, PIG e prematuro. Resposta: Não para pelo menos uma das perguntas. o Prematuridade; o Apneia ou respiração irregular; o Tônus flácido/hipotônico. REANIMAÇÃO NEONATAL ASSISTÊNCIA AO RN – COVID-19 Se, ao nascimento, o RN com 34 semanas ou mais apresentar boa vitalidade: o Não fazer contato pele a pele entre RN e mãe imediatamente após o parto; o Após o clampeamento do cordão, o RN deve ser levado à mesa de reanimação em campos aquecidos para a realização dos procedimentos de rotina; o O contato pele a pele e a amamentação devem ser adiados – realizar medidas de prevenção da contaminação do neonato e cuidados de higiene maternos. Reanimação: Não há modificações no fluxograma. IDADE GESTACIONAL o Avaliar o risco de morbimortalidade – proporcionar assistência adequada; o Identificar e classificar o RN quanto à relação entre o peso de nascimento e a IG – avaliar crescimento e desenvolvimento intrauterino e riscos no período neonatal. Como calcular: Calculado pela data da última menstruação. o À termo – 37 a 42 semanas de gestação; o Prematuro – <36 semanas e 6 dias de gestação; o Pós-maturo – >42 semanas de gestação. PASSOS INICIAIS 30s PREVENIR PERDA DE CALOR POSICIONAR A CABEÇA ASPIRAR VIAS AÉREAS SN SECAR E ESTIMULAR Se não souber a DUM: o Ultrassonografia (ideal até 20 semanas); o Altura uterina. CAPURRO o Idade gestacional pediátrica; o Avalia características físicas do RN – critérios somático-neurológicos (complementar); o Válido para RN acima de 30 semanas e peso >1500g. CLASSIFICAÇÃO Pelopeso de nascimento e idade gestacional (IG). o Para valores menores que o percentil 10 – RN PIG (pequeno); o Para valores entre o percentil 10 e 90 – RN AID (adequado); o Para valores maiores que o percentil 90 – RN GIG (grande). CONDIÇÕES PARA REANIMAÇÃO Ambiente: Temperatura ambiente de 26ºC o Berço aquecido por sistema de calor irradiante, com acesso por 3 lados; o Fontes de oxigênio umidificado e de ar comprimido, com fluxômetros; o Blender para mistura oxigênio/ar’ o Aspirador à vácuo com manômetro; o Oxímetro de pulso com sensor neonatal e bandagem elástica escura; o Relógio de parede com ponteiro de segundos; o Termômetro digital para mensuração da temperatura ambiente; o Monitor cardíaco com eletrodos. Somático: Somatório dos pontos de 1-5 + 204/7 = IG Somático-neurológico: Somatório dos pontos de 2-7 + 200/7 = IG Materiais para aspiração: o Sondas: traqueais nº 6, 8 e 10 e gástricas curtas nº 6 e 8; o Dispositivo para aspiração de mecônio; o Seringa de 20ml. Materiais para ventilação: o Reanimador manual neonatal (balão auto inflável com volume máximo de 750ml, reservatório de O2 e válvula de escape com limite de 30-40cm H2O e/ou manômetro; o Ventilador mecânico manual neonatal em T, com circuitos próprios; o Máscaras redondas com coxim para prematuros tamanho 00 e 0 e tamanho 1 (à termo); Materiais para intubação traqueal: o Laringoscópio infantil com lâmina reta nº 00 e 1; o Cânulas traqueais sem balonete, (2,5-4,0mm); o Material para fixação de cânula – tesoura, fita adesiva e algodão com SF 0,9%); o Pilhas e lâmpadas sobressalentes (laringo); o Detector colorimétrico de dióxido de carbono expirado; Medicações: o Adrenalina a 1/10.000 em seringa de 5,0ml para uso endotraqueal; o Adrenalina a 1/10.000 em seringa de 1,0ml para uso endovenoso; o Expansor de volume (SF 0,9% ou ringer- lactato) em 2 seringas de 20ml. Material para cateterismo umbilical: o Campo fenestrado esterilizado, cadarço de algodão e gaze; o Pinça Kelly reta de 14cm e cabo de bisturi com lâmina nº 21; o Porta agulha de 11cm e fio agulhado mononylon 4.0; o Cateter umbilical 5F ou 8F de PVC ou poliuretano; o Torneira de três vias. Outros: o EPI’s; o Compressas e gazes esterilizadas; o Estetoscópio neonatal; o Termômetro clínico digital; o Saco de polietileno e touca de proteção térmica; o Tesoura de ponta romba e clampeador de cordão umbilical. PREVENIR PERDA DE CALOR Ambiente a 23-26ºC e corporal entre 36,5-37,5ºC. Em menores de 1500g: Saco plástico, touca e colchão térmico (<1000g). POSICIONAR A CABEÇA Leve extensão do pescoço ASPIRAR VIAS AÉREAS SN o RN com 34sem ou mais – sonda traqueal 8-10; o RN <34sem – sonda traqueal – 6-8; o Sempre iniciar pela boca – se pelo nariz, pode gerar bradicardia e apneia por reflexo nasofaríngeo (descarga vagal). SECAR E ESTIMULAR Remover os campos úmidos e promover estimulação tátil S/N. REAVALIAR – 30s o FC deve ser o fator para decidir próxima conduta; o A avaliação da eficiência baseia-se em melhora da FC e expansão torácica; o RN vigoroso – choro forte e respiração regular; o Se não: Avaliar FC – tempo: 6s x 10 = FC >100; o Palpação do cordão umbilical; o Ausculta do precórdio com estetoscópio; o Detecção da atividade elétrica do coração pelo monitor cardíaco. Equipamentos: Balão (expansão pulmonar), reservatório de oxigênio (se necessário), máscara e válvula unidirecional (para controle de pressão = prevenir pneumotórax). Máscaras: Posição – início do mento + toda a boca + nariz. Formar a letra C com o polegar e indicador e a letra E com os demais dedos (embaixo do mento). OXIGÊNIO SUPLEMENTAR o Utilizar conforme saturação de oxi- hemoglobina; o Utilizar em Blend (mistura) – 21% x 100%; o Oxímetro de pulso (pré-ductal) – O2 a ser usado; o FC <60 bpm após 90” de reanimação – O2 100%; o Golden Minute: Sem oxigênio suplementar – excesso de oxigênio em RN anoxiado pode piorar a adaptação. Como ventilar: o Frequência de 40-60 movimentos/minuto. REAVALIAR – 30s VPP Funcionou? SIM. Observação, monitorização contínua e disponibilidade de intervenção imediata. Oxigênio inalatório para adaptação. NÃO: FC <60bpm o Verificar a saturação de O2; o Verificar e corrigir a técnica de ventilação; o Verificar os equipamentos; o Ajustar concentração de O2 de acordo com a saturação; o Intubar; o Considerar intercorrências clínicas. INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL Indicações: o VPP com máscara inefetiva; o Necessário compressões torácicas; o Situações específicas – hérnia diafragmática. Ventilação com pressão positiva (VPP) Apneia ou respiração irregular e FC <100bpm Reavaliar Passos iniciais 30s Nascimento VPP INICIAL 34sem ou menos: 21% <34sem – 30% O que esperar? Até 5’: 70-80% Entre 5 e 10: 80-90% >10: 90-100% Materiais: o Laringoscópio; o Lâmina reta nº 00 e 0 – pré-termo; o Lâmina reta nº 1 – à termo; o Cânula endotraqueal. Técnica: o Posição do RN; o Confirmação da posição da cânula; o Pressão – expansibilidade da caixa torácica; o Frequência de 40-60 mpm. REAVALIAR – 30s VPP TOT + e O2 SUPLEMENTAR Funcionou? SIM – Observação, monitorização contínua e disponibilidade de intervenção imediata. Possibilidade de extubação. NÃO: FC <60bpm – Massagem cardíaca. MASSAGEM CARDÍACA o Realizada no 1/3 inferior do esterno, abaixo da linha intermamilar; o Poupar o apêndice xifoide; o Três compressões para uma ventilação (3:1); o Técnica dos dois polegares (preferencial). REAVALIAR – 60s VPP TOT+, O2 SUPLEMENTAR E MC Funcionou? SIM – Observação, monitorização contínua e disponibilidade de intervenção imediata. Possibilidade de extubação. NÃO: FC <60bpm – Adrenalina. ADRENALINA o Administração por cateter via veia umbilical; Drogas: o Estabelecer ventilação adequada; o FC <60bpm apesar da intubação, ventilação com O2 a 100% e compressões torácicas por 30’; o Adrenalina/epinefrina (0,1mg/ml); o 0,01-0,03 mg/kg/dose EV; o 0,05-0,1 mg/kg/dose ET. o Solução cristaloide isotônica (SF) ou sangue 10ml/kg. CUIDADOS PÓS REANIMAÇÃO o Monitorização; o Nalozona; o Glicose – evitar hipoglicemia; o Hipotermina (seletiva ou sistêmica) – 33,5 a 34,5ºC rm RN com IG>36 semanas com encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada a severa – menor mortalidade e menos dano neurológico. Iniciar com 6h de vida e manter por 72h – reaquecer em ao menos 4h. DECISÃO PARA MANOBRAS o Contexto familiar; o Acima de 34 semanas não iniciar em malformações graves e doenças potencialmente letais; o Comprovação de diagnóstico antenatal; o Discutir antes; o Incerteza – sempre reanimar 10-20min sem circulação: o Aumenta risco de óbito e de sequelas neurológicas graves; o Apgar 0-10 – 10min: preditor de mortalidade.
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