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FILOSOFIA DA CIÊNCIA – Prof. Suelen Carvalho Mota Aula 2 – Tipos de Conhecimento Cronograma das Aulas As Diferentes Formas de Conhecimento Conceito: é o ato ou efeito de conhecer, é ter ideia ou a noção de alguma coisa. É o saber, a instrução e a informação. 1 - CONHECIMENTOS NÃO – CIENTÍFICOS 1.1 Conhecimento Teológico; • O conhecimento teológico (do grego: theos, que significa deus e logos, discurso/tratado), consiste no estudo de deus, investiga tudo que se diz respeito a deus e à fé. CONHECIMENTO TEOLÓGICO O conhecimento teológico é sustentado pela fé religiosa, ou seja, a crença de que todos os fenômenos acontecem pela vontade de entidades ou energias sobrenaturais. Por esse motivo, o conhecimento religioso apresenta explicações dogmáticas que não podem ser refutadas. • Características: ➢ Valorativo - O conhecimento religioso baseia-se em julgamentos subjetivos e não em fatos e acontecimentos comprovados; ➢ Inverificável - Por lidar com questões espirituais, divinas e sobrenaturais, o conhecimento religioso não é submetido à verificação científica; ➢ Infalível - Oconhecimento religioso explica os fenômenos e mistérios da vida através de proposições dogmáticas (verdades absolutas) que não podem ser refutadas; ➢ Sistemático - Independente da religião, o conhecimento religioso é organizado em um conjunto de regras que se complementam; ➢ Inspiracional - O conhecimento religioso é baseado em doutrinas e ensinamentos revelados de forma sobrenatural. • Segundo Gonçalves (2005): ➢ É um conhecimento não descoberto através da observação, mas revelado; ➢ Não se usa a observação ou a razão, mas a fé; ➢ O discurso da autoridade é essencial; ➢ Diz respeito a verdades eternas. 1.2 Conhecimento Filosófico; • O conhecimento filosófico é um conhecimento que tem a interrogação como base. Esse conhecimento usa o questionamento e o pensamento como base, ele é um conhecimento do dia a dia, mas ao contrário do conhecimento vulgar ou empírico, o conhecimento filosófico se preocupa em questionar o relacionamento do indivíduo com o meio em que está inserido. • Etimologicamente, a palavra filosofia é grega. É composta por duas outras palavras: philo (derivada de philia: amizade, amor fraterno e respeito entre os iguais) e de sophia (sabedoria, de onde vem à palavra sophos, sábio). • Segundo Chauí (2014, p. 19), Filosofia significa amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. • ‘’É a tentativa do espírito humano de atingir uma visão de mundo, mediante a autorreflexão sobre suas funções valorativas teóricas e prática. ’’ (Hessen, 2003). • ‘’A filosofia não é outra coisa que a construção plena da racionalidade. ’’ (Porta, 2007). • Características: ➢ Sistemático - Acredita que a base para a resolução das questões seja a reflexão; ➢ Elucidativo - Tenta entender os pensamentos, os conceitos, os problemas e demais situações da vida que são impossíveis de seres desvendados cientificamente; ➢ Crítico - Todas as informações devem ser profundamente analisadas e refletidas antes de serem levadas em consideração; ➢ Especulativo - As conclusões são baseadas em hipóteses e possibilidades, devido ao uso de teorias abstratas. ➢ É baseado na lógica e na razão; ➢ Trata de questões universais; ➢ Trata de questões que não podem ser medidas; ➢ É um dos principais divulgadores do conhecimento científico. 1.3 – Conhecimento Empírico. • É uma expressão cujo significado reporta ao conhecimento adquirido através da observação. É uma forma de conhecimento resultante do senso comum, por vezes baseado na experiência, sem necessidade de comprovação científica. • Senso Comum - É a soma dos saberes do cotidiano e é formado a partir de hábitos, crenças, preconceitos e tradições. Na filosofia, o temo é utilizado para explicar as interpretações feitas pelos indivíduos à realidade que os cercam sem estudos prévios ou provas científicas. CONHECIMENTO EMPÍRICO Segundo Galliano (1986, p.36) “[...] resulta de repetidas experiências casuais de erro e acerto . Pode também resultar de simples transmissão de geração para geração e, assim, fazer parte das tradições de uma coletividade”. • Características: ➢ Segundo Ander-Egg (1998): o Superficial; (aparência) o Sensitivo; (sentidos, sensações) o Subjetivo; (sentimentos e opiniões) o Assistemático. (casual, desorganizado) O PESCADOR E O SÁBIO ‘’Certa vez, me contaram sobre um homem bastante inteligente e que se sentia orgulhoso por ser visto pelas pessoas como um sábio. Ele chegou ao ponto de não querer mais ninguém. E isso era sobre qualquer assunto, tudo ele se achava superior aos outros. Foi quando que numa manhã após ter feito uma longa viagem aquele homem chegou em uma pequena cidade do interior. Só que para ele chegar ao destino desejado, teria que atravessar de barco. Então, pediu a um simples pescador para leva-lo ao seu destino. E o pescador era um homem humilde, sem estudo mas muito alegre e falante. Assim que o pescador se encontrou com aquele homem, logo sorriu para ele e começou a querer conversar. Só que aquele humilde pescador não sabia o quanto o homem que ele iria levar em seu barco era orgulhoso e se achava sabedor de todas as coisas. Com isso, o pescador não conseguia conversar com ele. O homem já começou a demonstrar sua arrogância perguntando ao pescador se ele sabia falar inglês. E o pescador rapidamente disse que não. Novamente fez outra pergunta: você sabe física nuclear? O pescador disse não. Você sabe pilotar avião? O pescador disse não. E todas as vezes que ele ouvia o pescador dizer que não sabia as coisas que perguntava, rapidamente aquele homem abria um sorriso e dizia: “eu sei isso e muito mais”. Mas uma coisa os dois homens não esperavam, é que de repente o rio ficou diferente e o barco não conseguia obedecer o comando do pescador. Preocupado com o que poderia acontecer, o pescador virou para aquele homem que se achava tão sábio e disse: moço, posso te fazer uma pergunta? Eu sei que não sou como o senhor, mas já que o senhor sabe tantas coisas, com certeza eu não deveria nem te perguntar, mas preciso. Então o pescador fez a pergunta mais importante para aquele homem: moço, o senhor sabe nadar? Foi quando aquele homem demorou a responder e mudou nitidamente o semblante para responder a única pergunta feita pelo pescador e que infelizmente ele não poderia se orgulhar. Foi aí que o homem respondeu: Não. Eu não sei nadar! Nesse momento, o pescador, diferente do homem que tanto se orgulhou de saber mais que ele ficou triste por ouvir essa resposta e disse: moço, o senhor sabe de tantas coisas, como pode não saber nadar? A sua vida nesse momento depende disso, pois de nada vai adiantar todo o conhecimento que o senhor tem. Pois, infelizmente, esse rio é muito traiçoeiro e não poderei ajuda-lo se o barco virar. ‘’ E agora, entre os dois homens, quem você considera o verdadeiro sábio? 2 - CONHECIMENTO CIENTÍFICO • Esse tipo de conhecimento surgiu da necessidade e do desejo que o ser humano tem em saber como as coisas funcionam, não aceitando- as de forma passiva e sem questionamentos. Com isso, foi possível ao ser humano entender os fenômenos naturais e intervir cada vez mais nos acontecimentos diários. Quando utilizado de forma correta, esse tipo de conhecimento traz muitos avanços para a humanidade. • O conhecimento científico se origina na tentativa de explicação dos acontecimentos dos fatos e é resultante de investigação científica; • É o tipo de conhecimento que colabora para evolução da ciência em prol da raça humana. • Ruiz (2002) o descreve como um conhecimento que vai além do empírico, procurando conhecer, além do fenômeno, suas causas e leis. Reflexão CIÊNCIA E SENSO COMUM: OPOSTOS OU COMPLEMENTARES?