Grátis
11 pág.

Denunciar
Pré-visualização | Página 1 de 4
INTRODUÇÃO ANATOMIA DA SUPRA ADRENAL • ZONA GLOMERULAR: cerca de 15% de todo o córtex, sendo formado por células capazes de secretar quantidades significativas de aldosterona, estas células são controladas pela concentração de angiotensina II e potássio do LEC. • ZONA FASCICULADA: camada intermédiaria e mais espessa constitui cerca de 75% do córtex, secreta principalmente o cortisol (hidrocortisona) como também pequenas quantidades de androgênios. • ZONA RETICULAR: camada mais profunda e responsável pela secreção dos androgênios (DHEA, S- DHEA e androstenediona) A base para a produção tanto de Mineralocorticóides, glicocorticóides e androgênios é o colesterol, sendo primeiramente transformado em Pregnenolona, que dependendo da via dará origem tanto á aldosterona, cortisol e testosterona. A principal enzima partipante da esteroidogênese que devemos conhecer é a 21-hidroxilase, pois sua ausência gera hiperplasia adrenal congêntita ESTEROIDOGÊNESE ADRENAL O substrato deles é todo a partir do colesterol. A partir dele temos várias enzimas que afetam a produção desses hormônios. A principal delas, quem tem que saber, é quando falta a enzima 21-hidroxilase (CYP-21) FUNÇÃO DOS HORMÔNIOS DA ADRENAL MINERALOCORTICÓIDES • Aldosterona é o principal • A aldosterona aumenta a reabsorção tubular renal de sódio e a secreção de potássio controlando os eletrólitos no líquido extracelular e volume sanguíneo • Estimulado pela renina Mecanismo regulador: Hipercalemia e angiotensina II estimulam a produção de aldosterona. O estímulo pelo ACTH é mínimo. ANDROGÊNICOS • Principal é o dehidroepiandrosterona (DHEA) • Também podemos citar o S-DHEA e androstenediona • Desenvolvimento fetal dos orgãos masculinos • Virilização masculina (principalmente a parte de pêlos) Mecanismo regulador: Não se conhece o mecanismo exato sobre a regulação destes hormônios, com exceção de que se reduzem com a idade. CORTICOSTERÓIDES: • Principal é o cortisol → liberamos principalmente em momentos de estresse, de qualquer tipo (infecção, inflamação, estresse nervoso, traumas, etc) • Funções: 1. Estímulo da gliconeogênese 2. Redução da utilização celular de glicose 3. Hiperglicemia 4. Aumento do catabolismo proteico e mobilização para o fígado 5. Mobilização de ácidos graxos e maior utilização deste para produção de energia 6. Estabilização dos lisossomos Mecanismo regulador: O ACTH é o principal estímulo à síntese do cortisol. O estímulo ao ACTH é feito por um hormônio hipotalâmico – o CRH e pela vasopressina. O cortisol exerce feedback negativo sobre a liberação de ACTH e CRH, num processo semelhante ao que ocorre no controle dos hormônios tireoidianos. FATORES QUE INFLUENCIAM • O ritmo circadiano influência na liberação do cortisol, tendo seu pico mais baixo a meia noite, e seu pico superior é em torno das 6 horas da manhã • STRESS FÍSICO: traumatismos, cirurgias, queimaduras, infecção, hipoglicemia, febre, hipotensão, exercícios, exposição ao frio... • STRESS MENTAL: ansiedade FEEDBACK NEGATIVO DOS GLICOCORTICÓIDES Esses fatores estimulam o hipotálamo á liberar CRH, que vai estimular a adenohipófise a produzir o ACTH, que vai então agir lá no cortex da adrenal liberando cortisol. O cortisol vai agir como feedback negativo tanto na adrenal, quanto na hipófise e no hipotálamo. RESPOSTA AO ESTRESSE À CURTO PRAZO: • Aumento da FC e da PA • Aumento da Glicemia • Maior aporte de energia aos músculos A curto prazo tudo isso não tem problema, o problema é quando isso tudo ocorre a longo prazo. RESPOSTAS AO ESTRESSE À LONGO PRAZO: • Aumento do metabolismo glicídico e proteico • Redução da inflamação • Reabsorção de Na e H2O no rim • Aumento da volemia e da pressão arterial DOENÇA DE ADDISON (INSUFICIÊNCIA ADRENAL) • Rara: prevalência 0,45 a 11,7 casos por 100.000 habitantes • Causa mais comum: Adrenalite auto-imune → 70% casos → sendo 75% Auto-anticorpos e 50% Doença auto imune (?) • Outras causas: Tuberculose, paracoccidioidomicose, criptococose, CMV, HIV, infiltração por neoplasias primária ou metastáticas (raro), hemorragia ou trombose adrenal, amiloidose, sarcoidose, hemocromatose, ou estar relacionada ao uso de drogas que interferem com a esteroidogênese adrenal. Hipotálamo CRH Instensifica o eixo HHA ACTH CORTISOL • Ocorre um aumento do CRH e ACTH, que estimula também a produção de melanina, por isso pode ocorrer o escurecimento da pele, principalmente nas dobras e nas mucosas • Como a lesão se dá no córtex adrenal, fica difícil ela acometer apenas uma das camadas sem afetar as demais. Como resultado, espera-se em alguns casos, a deficiência tanto de glicocorticoides como de mineralocorticoides. Excesso de anti-deperssivos pode levar a um hipocortisolismo (ex.: venlafaxina) SINTOMAS Fraqueza, fadiga cansaço 100% Anorexia 100% Náusea 86% Vômitos 75% Constipação 33% Dor Abdominal 16% Diarréia 16% Desejo por sal 16% Lipotimia 12% Hipoglicemia Dor muscular/articular 6-13% SINAIS Emagrecimento 100% Hiperpigmentação 94% Hipotensão (PAS < 110) 88-94% → é muito comum o paciente apresentar hipotensão postural Diminuição de pêlos Calcificação auricular 5% hipotensão postural: queda na PA sistólica ≥ 20 mmHg ou na PA diastólica ≥ 10 mmHg, após três minutos na posição supina. ACHADOS LABORATORIAIS • Distúrbio hidroeletrolítico 92%; • Hiponatremia 88%; • Hipercalemia 64%; • Hipercalcemia 6%; • Azotemia 55%; • Anemia 40%; • Eusinofilia 17% Se eu diminuo o cortisol, consequentemente tenho diminuição dos mineralocorticoides. Logo, terei uma hiponatremia e até uma hipercalemia em casos mais severos. Note a hiperpigmentação em região de mucosa Hiperpigmentação principalmente nas dobras e na boca – sinais clássicos de hipocortisolismo Hiperpigmentação cutaneomucosa: achado mais clássico achado da insuficiên- cia adrenal primária!!! Vamos lembrar que na doença primária, ocorre um aumento do ACTH e uma das funções deste hormônio é estimular o receptor melanocortina-1 (responsável pela síntese de melanina). Locais característicos: em torno dos lábios, gengiva, linhas da palma da mão, leito ungueal, mamilos, aréolas, em áreas expostas ao sol e em locais sujeitos a pressões, como dedos dos pés, cotovelos e joelhos, cicatrizes recentes. Já na insuficiência adrenal secundária, pela falta de ACTH, o paciente fica com a pele mais pálida – o Harrison descreve como “cor de alabastro”. DIAGNÓSTICO • Concentrações de cortisol plasmático (< 5μg/dl) ou de suas formas livres (cortisol urinário ou salivar) baixas e concentrações elevadas de ACTH (>100pg/ml) confirmarão → CORTISOL ↓ e ACTH ↑ • Fazer quando o cortisol basal entre 5-10 5μg/dl: ► Teste do Cortisol pós ACTH exógeno (injeção endovenosa de 250μg de ACTH) – chamado de teste de cosintropina, se o cortisol vir >19 μg/dl afasta o diagnóstico de insuf. Adrenal *Após a injeção de ACTH, espera-se que ele estimule a adrenal a produzir mais cortisol, então, se ela estiver normal, ela vai produzir (por isso que se o cortisol vir > 19 μg/dl vai afastar a suspeita de insuficiência adrenal. Agora, caso ocorra o contrário e após a injeção de ACTH o cortisol continue baixo, quer dizer que o problema está na glândua adrenal, ou seja, ela está insuficiênte mesmo! • TRATAMENTO: Corticóide (lembrando que é sempre necessário desmamar, se não o paciente fica com uma insuficiência da adrenal de rebote) A apresentação da insuficiência adrenal crônica difere da aguda (ver adiante). Na crônica, é mais comum a presença de uma história prolongada de mal-estar, fadiga, anorexia, perda de peso, artralgia, hiperpigmentação. Na aguda, predominam hipotensão ortostática, febre, dor abdominal,