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Apostila Direito Tributario resumo

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁSUNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I 
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Goiânia
2006/2
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
APRESENTAÇÃO
No processo de ensino-aprendizagem o 
professor exerce o papel de mediador, facilitador, estimulador e 
orientador.
Para exercer esse papel, ele traça metas e 
estratégias que o levam a produzir instrumentos necessários à 
consecussão da sua atividade.
E neste sentido, fomos elaborando sínteses de 
vários autores sobre cada tema do curso de Direito Tributário, de forma 
a construir sinopses que proporcionam uma visão clara, rápida e 
didática acerca de cada um deles.
Apresentamos, assim, aos alunos este singelo 
trabalho, que tem a pretensão apenas de facilitar a compreensão do 
conteúdo do curso, e de proporcionar a recuperação rápida do 
aprendizado construído em sala de aula e nas leituras dos autores 
indicados.
Dando continuidade a esse processo de ensino-
aprendizagem, coloco este trabalho à apreciação dos alunos, para 
sugestões, críticas ou observações, para que juntos cresçamos.
Rodrigo Gusmão de Paula
2
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
SUMÁRIO
1 – Atividade Financeira do Estado, 4
2 – Tributo
2.1 – Conceito, 6
2.2 – Espécies, 10
2.3 – Classificação, 13
3 – Direito Tributário, 20
3.1 Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar, 22
4 – Fontes do Direito Tributário, 26
5 – Vigência e aplicação da legislação tributária, 27
6 – Obrigação Tributária, 29
7 – Fato Gerador, 30
8 – Sujeito Ativo 
8.1 - Sujeito Ativo e Competência Tributária, 32
9 – Sujeito Passivo da Obrigação Tributária, 33
10 – Crédito Tributário, 35
11 – Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito Tributário
11.1 - Suspensão do Crédito Tributário, 36
11.2 - Extinção do Crédito Tributário, 37
11.3 - Exclusão do Crédito Tributário, 40
12 – Garantias e Privilégios do Crédito Tributário, 41
13 – A Administração Tributária, 42
14 – Imposto, 43
Bibliografia, 45
3
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
1 – ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
1.1 – Histórico
Organização das sociedades
Surgimento do Estado
Constitucionalismo
Necessidade-fim
Necessidade-meio
Necessidades coletivas ≠ necessidades públicas Básicas Serviço público
Poder de polícia
Intervenção no domínio 
econômico
1.2 – Conceito
“É a atuação estatal voltada para obter, gerir e aplicar os recursos financeiros necessários à 
consecução das finalidades do Estado que, em última análise, se resumem na realização do bem 
comum.” Kiyoshi Harada.
a) Receita
O que é entrada? 
Entrada é o mesmo que ingresso e receita?
Entrada = Ingresso, mas nem sempre = Receita
Entrada Provisória caução
fiança
empréstimos públicos
empréstimo compulsório (alguns autores entendem que ele 
não é tributo)
Definitiva = Receita Extorsão (exação violenta, imposto excessivo)
 Tributos
 Preços
b) Gestão
É toda a atividade de administração da receita frente às despesas, seguindo normas 
constitucionais, administrativas, contábeis, orçamentárias e específicas de direito 
financeiro.
Constituição da República (arts. 163 a 169)
Lei 4.320/64 (Estatui normas gerais de direito financeiro)
Lei Complementar 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal)
c) Despesa
“Aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público 
competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do 
Governo.” Aliomar Baleeiro.
4
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
A decisão de gastar é, fundamentalmente, uma decisão política.
Requisitos Vinculação constitucional. Ex.: art. 212 (educação);
Regra geral: não há vinculação das receitas
Autorização legislativa
Licitação
Empenho
1.3 – Receitas Públicas
 É a entrada definitiva nos cofres públicos de dinheiro e bens.
Classificação Quanto à periodicidade Ordinárias
Extraordinárias
Quanto à origem Originária Industrial
Patrimonial
Comercial
Derivada Tributo
Transferida Tributária (157 a 162)
Não tributária (volunt.)
5
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
2 – Tributo
2.1 - Conceito
Introdução
A palavra tributo induz a pensar em uma relação jurídica de obrigação de dar dinheiro ao 
Estado. Ocorre, entretanto, que tal obrigação pode originar-se de quatro situações distintas, das quais o 
tributo é uma delas, conforme nos ensina o prof. Geraldo Ataliba1: a) multa; b) obrigação 
convencional; c) indenização por dano e d) tributo. A primeira, é decorrente de uma sanção por prática 
de ato ilícito. A segunda , é decorrente de uma obrigação ex voluntate, ou voluntária, ou 
contratual. A terceira, nasce com a ocorrência de um fato ilícito que venha a trazer dano ao Estado. A 
quarta é decorrente de uma imposição legal, independentemente da vontade das partes, sem caráter 
punitivo, nem indenizatório, diferenciando-se da obrigacional, principalmente pelo aspecto legal 
impositivo.
Vimos, aí, a diferenciação do tributo das outras obrigações para com o ente estatal. Mas, 
ainda, resta definir expressamente como se dá essa relação de pagamento de tributo ao Estado. Paulo 
de Barros Carvalho2, em uma pesquisa bastante conhecida, conseguiu elencar sete empregos da palavra 
tributo pelos legisladores, pela doutrina e pela jurisprudência, os quais Octavio Campos Fischer3 nos 
lembra, relacionando-os com os respectivos doutrinadores:
“a) ‘Tributo como quantia em dinheiro’ entregue ao Poder Público pelo 
Contribuinte, é a noção adotada pelo art. 166 do CTN e, também, por autores 
como Alfredo Augusto Becker e Heinrich Wilhelm Kruse;
b) ‘Tributo como prestação correspondente ao dever jurídico do sujeito 
passivo’ é assim visto por Arnaldo Borges, José L. Perez de Ayala, Giuliani 
Fourounge, Alberto Xavier, Dino Jarach, Zelmo Denari, Ricardo Lobo Torres e 
Eduardo Ferreira Jardim;
c) ‘Tributo como direito subjetivo de que é titular o sujeito ativo’ é o 
conceito adotado por Ernst Blumenstein, Rubens Gomes de Souza, Amílcar de 
Araújo Falcão, Ruy Barbosa Nogueira, José J. Ferreiro Lapatza e José Eduardo 
Soares de Melo;
d) ‘Tributo enquanto relação jurídica’ é o conceito de Geraldo Ataliba e de 
Fernando Sainz de Bujanda;
e) ‘Tributo enquanto norma jurídica’ é a posição adotada pelo próprio Paulo 
de Barros, como sendo uma concepção estática do referido instituto jurídico, e, 
também, por José Roberto Vieira, Marco Aurelio Greco e Américo M. Lacombe;
f) ‘Tributo enquanto norma, fato e relação jurídica’, segundo Paulo de Barros 
Carvalho, seria o conceito prescrito pelo art. 3º do Código Tributário Nacional, e 
que exprime ‘toda a fenomenologia da incidência, desde a norma instituidora, 
passando pelo fato concreto, nela descrito, até o liame obrigacional que surde à 
luz com a ocorrência daquele evento’;
g) Enfim, ‘Tributo enquanto processo de positivação’, noção esta 
desenvolvida por Souto M. Borges, no sentido de uma ‘cadeia de normas que 
tem início no altiplano constitucional com regras de competência (entre elas as 
de imunidades) e vão progredindo para baixo, em termos hierárquicos, passando 
pela regra-matriz de incidência, até atingir frontalmente os comprtamentos 
concretos que se consubstanciam numa efetiva prestação pecuniária’ “. (g.n.)
1 Hipótese de incidência tributária. 4. ed. São Paulo: RT, 1990, p. 33.
2 Curso de direito tributário. Pp. 16-20.
3 A contriuição ao pis. 1. ed. São Paulo: Dialética, 2000, p. 44.
6
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de PaulaEm meio a essa divergência conceitual sobre tributo, surge um conceito legal, prescrito no 
art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN), que o faz, explicitamente. Parece, então, que toda a 
confusão passaria a ser resolvida por ele. Ocorre, entretanto, que não é função do legislador definir ou 
conceituar institutos jurídicos, mas dos operadores do direito, que realizam um exercício de 
interpretação das normas, alimentando a ciência jurídica.
Surge, daí, uma questão que não parece estar pacífica entre os doutrinadores, que é a de se 
tomar o conceito legal de tributo como preceito que deve ser seguido sem questionamentos, ou se ele 
serve apenas como orientação didática.
Conceito legal X conceito doutrinário
Existem aqueles que, abraçando a primeira idéia, defendem que o conceito constante do 
art. 3º do CTN, veio para pôr fim às divergências doutrinárias a seu respeito, as quais não são mais 
úteis, após a vigência daquele dispositivo, devido o seu caráter impositivo. Dentre eles, destacam-se 
Hugo de Brito Machado4, Luiz Emygdio F. da Rosa Jr5. e Régis F. de Oliveira e Estevão Horvath6, 
conforme menciona Octavio Campos Fischer7. Hugo de Brito posiciona-se com estas palavras:
“Assim, já agora se mostra de nenhuma utilidade, no plano do direito positivo, o 
exame dos diversos conceitos de tributo formulados pelos juristas e pelos 
financistas. Prevalente o conceito legal, resta apenas analisá-lo, examinando os 
seus diversos elementos, a saber:”
Parece-nos um tanto extremada a afirmação acima, porquanto, ao “analisar” o conceito 
legal, o intérprete observará vários critérios de interpretação, os quais o levarão a considerações que 
normalmente são contraditadas por outro intérprete, que alcança conclusões diferentes. Sendo, assim, é 
de se concluir que, por mais expresso que o dispositivo legal seja, sempre existirá a possibilidade de 
haver divergências de interpretação, como há no caso presente, o que mais adiante faremos exposição.
A outra corrente, defende que o referido conceito legal não pode ser visto senão como 
orientação didática, pois cabe apenas à ciência jurídica a construção de conceitos. Geraldo Ataliba8, 
utilizando-se de expressão de Sainz de Bujanda (autor espanhol), repete, dizendo que tal dispositivo 
não passaria de um “preceito didático”. Octavio Fischer9 nos lembra, ainda, que Marçal Justen Filho 
fala em “conceito gentilmente sugerido”10.
Como fundamento dessa argumentação, Geraldo Ataliba explica que o conceito de tributo 
do CTN é um conceito jurídico-positivo11 e, não, lógico-jurídico, isto é, que evolui no tempo, à medida 
4 Cusro de direito tributário, 7ª ed. São Paulo: Malheiros, 1993, p. 40.
5 Manual de direito financeiro e direito tributário, 10ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1995, pp. 190 e ss.
6 Manual de direito financeiro, 2ª ed. São Paulo: RT, 1997, p. 46.
7 A contribuição ao pis, 1. ed. São Paulo: Dialética, 2000, p.47.
8 Hipótese de incidência tributária, 4. Ed. São Paulo: RT, 1990, p. 29.
9 Op. cit., p. 48.
10 Sujeição passiva tributária. Belém: Cejup, 1986, p.82.
11 Op. cit., p. 37. “11.12 Juan Manuel Teran, insigne jurista mexicano, expõe com muita felicidade a distinção entre os 
conceitos lógico-jurídicos (que são conceitos apriorísticos), fórmulas de apreensão de realidade jurídica genérica, e os 
conceitos jurídico-positivos (conceitos a posteriori), que só podem ser construídos em face de um determinado sistema, 
por terem sua validez restrita no tempo e no espaço (Filosofia del Derecho, México, pp. 81 e ss.), como é o conceito de 
tributo do direito constitucional brasileiro, hoje.
11.13 O conceito de tributo é nitidamente um conceito jurídico-positivo. Há de ser formulado, hoje, de modo diverso, 
relativamente ao passado. Sofreu evolução. Pode modificar-se e a até desaparecer. Aquele, aqui, vigente, pode não ser 
extensível a todos os sistemas atuais. Sua compreensão é maior ou menor aqui e alhures. Como todo conceito jurídico-
positivo, é mutável, por reforma constitucional”
7
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
que evolui a sociedade em que ele será aplicado, e, não, que seja um conceito aceito 
independentemente de qualquer experiência, apriorístico.
Entretanto, não se pode desconsiderar o caráter normativo do referido dispositivo, que 
impõe caracteres consonantes com a Constituição de 1988, e, por isso, recepcionado por ela, e, ainda, 
delimita as ações do poder tributante. Octavio Fischer12 bem coloca a questão:
“Por certo que, à luz da boa ciência do Direito Tributário, os equívocos que esse 
conceito trouxe são criticáveis. Todavia, deve-se tentar compreender que quem 
faz ciência não é o legislador e, o que é mais importante, que este não legisla 
para o cientista, de modo que, dentro do contexto jurídico pátrio, sendo o 
conceito em questão direcionado, isto sim, para os órgãos aplicadores do direito, 
ele é de uma importância extrema.
Serve, então, de norte seguro contra as arbitrárias investidas do Poder Público, na 
sua ganância de arrecadar mais e mais, sem freios e racionalidade.”
Posto isso, vemos que o conceito legal de tributo, constante do art. 3º do CTN tem caráter 
normativo, trazendo elementos considerados necessários e outros desnecessários, assim entendendo a 
doutrina moderna. Faz-se mister, pois, conhecer as expressões do conceito legal de tributo, para poder-
se verificar os seus equívocos.
Conceito legal de tributo
Conforme o disposto no art. 3º do CTN:
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Analisando cada uma das expressões desse conceito, devemos seguir o pensamento 
daqueles que defendem o conceito legal como prevalente, o que faremos considerando os 
apontamentos de Hugo de Brito Machado13:
a) Toda prestação pecuniária. Toda refere-se às prestações pecuniárias que observem aos 
demais elementos do conceito. Prestação pecuniária é aquela em que a pessoa 
obrigada entrega ao Estado os meios financeiros que lhe cabem, para que este realize 
os seus objetivos. 
b) Compulsória. Obrigação derivada da lei.
c) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Mesmo esse autor que defende o 
conceito legal, admite que esta expressão nada tem de significação, posto que, pelo 
exposto na letra “a” acima, o direito tributário brasileiro não admite o tributo in natura 
e in labore, ou seja, pago com coisas ou com trabalho. Entende, pois, que esta 
expressão “serve apenas para colocar o conceito de tributo em harmonia com a 
possibilidade excepcional de extinção do crédito respectivo mediante dação em 
pagamento, ...”
d) Que não constitua sanção de ato ilícito. O tributo é obrigação decorrente de lei e, não, 
penalidade por prática de ato ilícito. A hipótese de incidência nunca poderá ser um ato 
ilícito, mas o fato que permitirá a subsunção da hipótese de incidência pode ser um ato 
ilícito.
e) Instituída em lei. Somente a lei pode instituir tributo.
12 Op. cit., p. 48.
13 Op. cit., p.40.
8
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
f) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O tributo somente 
pode ser cobrado mediante observação, pela autoridade administrativa, das normas 
legais que regulam a sua cobrança, sem qualquer discricionariedade. É o princípio da 
legalidade e o poder vinculado do Direito Administrativo.
Crítica ao conceito legal
Conforme dissemos acima, o referido conceito, perante a moderna doutrina, é muito 
criticado, tendo como principais observações as seguintes:
a) A palavra “toda” é desnecessária, posto que uma definição sópode se referir a todas as 
situações14;
b) “Compulsória” é utilizada com redundância, pois a prestação a que ela se refere 
somente pode ser compulsória, como corrige Paulo de Barros15;
c) Segundo Luciano Amaro, as expressões “em moeda” e “ou cujo valor nela se possa 
exprimir” cometem dupla redundância, pois o caráter pecuniário a que se referem já 
está incluso no início do dispositivo. Por outro lado, segundo Paulo de Barros16, elas 
teriam ampliado a compreensão do objeto da prestação, já que todos os bens podem 
avaliados economicamente, inclusive o trabalho humano, o que descarta esta hipótese 
Hugo de Brito Machado;
d) “Que não constitua sanção de ato ilícito” é a parte do conceito mais aceita, porém, 
Octavio Fischer17 nos lembra que Arnaldo Borges considera-a como a mais imprecisa 
do conceito, e Edvaldo Brito sustenta a sua revogação diante do inciso II do § 4º do art. 
182 da Constituição Federal, porquanto este dispositivo autoriza a progressão de 
alíquota do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, desde que o 
proprietário não obedeça à função social da propriedade que a Constituição apregoa. 
Não é válida esta observação, principalmente porque os tributos não tem apenas caráter 
fiscal, mas também, extrafiscal, de controle das atividades sociais e econômicas 
mediante exação, que redistribua a renda e a justiça social;
e) A expressão “instituída em lei” também é desnecessária, posto que nenhuma relação 
jurídica existe se não prevista em lei18;
f) “E cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” é expressão que, 
usando as palavras de Luciano Amaro19, não traduz todos os entes do polo ativo, nem 
alcança todos os lançamentos, mas apenas aqueles praticados de ofício, e estes já são 
vinculados por lei.
Conclusão
Conclui-se, assim, que o conceito legal, constante do art. 3º do CTN está em pleno vigor, 
porque de acordo com o Sistema Tributário insculpido na Constituição Federal, não obstante as 
incorreções ou impropriedades acima reveladas, não se permitindo, em decorrência, qualquer 
elaboração conceitual contrária a ele ou fora dele.
14 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. p. 19.
15 Teoria da norma tributária, p. 63
16 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. P.25
17 Op. cit., p.48
18 Ibidem. p. 27
19 Direito tributário brasileiro. p. 22.
9
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
2.2 - Espécies de tributos
Introdução
A classificação das espécies tributárias é um tema não menos contraditório na doutrina do 
que o do conceito de tributo. Em um levantamento realizado pelo prof. Luciano Amaro20 podemos 
antecipar a grande controvérsia entre os autores a respeito da classificação das espécies de tributos:
Rubens Gomes de Souza Impostos, taxas e contribuições como gêneros de tributos.
Pontes de Miranda Impostos e taxas, em função da possibilidade de distinguir as 
pessoas a quem o tributo aproveita.
Alfredo Augusto Becker Impostos e taxas, distingüindo-se pela base de cálculo.
Geraldo Ataliba Vinculados e não-vinculados
Ives Gandra da S. Martins
Celso Ribeiro Bastos
Hugo de Brito Machado
Min. Moreira Alves
Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos 
compulsórios e contribuições especiais.
Fabio Fanuchi Impostos, taxas, contribuições e empréstimo compulsório.
Paulo de Barros Carvalho Imposto, taxa e contribuição de melhoria, sendo que o 
empréstimo compulsório pode assumir qualquer uma delas e 
as contribuições ou são impostos ou taxas.
Roque Carrazza Impostos, taxas e a contribuição de melhria: as outras espécies 
se enquadram numa dessas três.
Hamilton Dias de Souza Imposto, taxa e contribuições
José Afonso da Silva Impostos, taxas, contribuições e empréstimo compulsório, que 
equivale a contrato público.
Luciano Amaro Impostos, taxas (de serviço, de polícia, de utilização de via 
pública – pedágio, de melhoria), contribuições (sociais, 
econômicas e corporativas, todas com destinações específicas) 
e empréstimo compulsório, que não considera como receita.
Nota-se, pois, que a discussão aprofundada sobre o tema demanda um espaço bem maior 
do que dispomos neste curso. Motivo pelo qual, trataremos sobre os conceitos mais utilizados de cada 
uma dessas classificações, sem, no entanto, prejudicar a compreensão do que seja cada uma delas.
Segundo aquele autor, a Constituição Federal não se preocupou em definir as espécies 
tributárias, até porque não é atribuição dela estabelecer essa classificação, limitando-se a arrolá-las21:
a) impostos (arts. 153/154 – União, 155 – Estados/DF, 156 – Municípios/ DF;
b) taxas (art. 145, II);
c) contribuição de melhoria (art. 145, III);
d) pedágio (art. 150, V);
e) empréstimos compulsórios (art. 148);
f) contribuições sociais (art. 149);
20 Ibidem, p.p. 63 e ss.
21 Direito tributário brasileiro. p. 28.
10
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
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g) contribuições de intervenção no domínio econômico (art. 149);
h) contribuições de interesse de categorias profissionais/econômicas (art.149);
i) contribuição para custeio de sistemas de previdência e assistência social, em benefício 
dos servidores dos Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 149, parágrafo único);
j) contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A).
O Código Tributário Nacional elenca no seu art. 5º apenas os impostos, as taxas e 
contribuições de melhoria. O conceito de imposto foi prescrito no art. 16 do mesmo diploma legal e o 
de contribuição de melhoria no art. 81, enquanto o conceito de taxas encontra-se no art. 79 e no art. 
145 da Constituição Federal. Vejamos, pois, cada um deles.
Imposto
Segundo o art. 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
Quer isto dizer, que o imposto é aquele tributo cuja obrigação não está relacionada de 
forma alguma com a atividade do Estado para com o contribuinte. Este deve, simplesmente pelo fato 
de ter cometido um fato que gera a incidência de uma hipótese prevista na lei como capaz de criar a 
obrigação tributária.
Dois critérios são utilizados para se analisar a classificação de tributos, quais sejam: a 
vinculação quanto a atividade estatal do fato gerador e fato gerador propriamente dito, conforme nos 
ensina Sacha Calmon Navarro Coelho22. Assim, são vinculados os tributos que exigem uma atividade 
estatal diretamente oferecida ao contribuinte, e não-vinculados aqueles que não oferecem qualquer 
atividade estatal relacionada diretamente com o contribuinte. Através da análise do fato gerador, 
verifica-se se o tributo está ou não vinculado a uma atuação estatal específica, relativamente ao 
contribuinte.
Taxa
A taxa, por sua vez é um tributo vinculado, pois necessita de uma atuação estatal no 
exercício do poder de polícia ou pelo fornecimento, efetivo ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição (art. 145, II da CF/88, art. 
77 do CTN). 
Merece esclarecimento o que vem a ser exercício do poder de polícia. O poder de polícia é 
o poder que o Estado tem de regrar o exercício individual de direitos no interesse da coletividade. 
A prestação de serviços públicos é uma atuação estatal consistente na execução de um 
serviço público diretamente ao contribuinte, que paga um valor pelo serviço. Diferente, pois, de preço 
público, que é uma obrigação instituída por contrato, onde há autonomia de vontade para contratar. 
Não se pretendendo receber mais o serviço pode-se rescindir o contrato, bem como a obrigação de 
pagar o preço. Já a taxa é instituída por lei,sendo que utilizado ou não um serviço posto pela 
administração pública é devida a taxa, conforme nos ensina Sacha Calmon23 e Luciano Amaro24.
O Ministro Moreira Alves, em palestra no X Simpósio Nacional de Direito Tributário, 
conforme nos noticia Luciano Amaro, apresentou a seguinte discriminação entre taxa e preço: “a) 
serviços ínsitos à soberania (como o serviço judiciário, a emissão de passaporte), que ensejariam taxas 
22 Curso de direito tributário brasileiro. 4. ed. p.p. 398 e ss.
23 Curso de direito tributário. p.p. 414 e ss.
24 Direito tributário brasileiro. p. 40.
11
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somente pela utilização efetiva; b) serviços essenciais ao interesse público, cuja prestação é do 
interesse geral (por exemplo, serviço de esgoto, coleta de lixo), em relação aos quais a taxa é cobrada 
quer o contribuinte se sirva da atividade, quer não (utilização efetiva ou potencial); c) finalmente, fora 
do campo das taxas, serviços públicos não essenciais (por exemplo correios), que seriam remunerados 
por preços públicos.”
Contribuição de melhoria
A contribuição de melhoria é o tributo que decorre de atuação estatal de realização de uma 
obra pública a qual proporcione, para os proprietários de imóveis adjacentes, uma valorização de suas 
propriedades.
Entendem alguns autores, dentre eles, e mais destacado, Sacha Calmon25, que a omissão no 
art. 145, III da Constituição Federal, da valorização do imóvel do proprietário beneficiado com a obra, 
permite que o legislador ordinário crie esse tributo tendo por base de cálculo seja o custo da obra, seja 
a mais-valia causada no imóvel do particular.
Octavio Fischer26, faz um comparativo entre taxa e contribuição de melhoria e assim, 
conclui:
“Frise-se bem, que, ao contrário das taxas, à configuração da contribuição de 
melhoria não basta que a sua hipótese tributária descreva uma atuação estatal 
qualquer. Primeiro, esta atuação não poderá ser uma prestação de serviços 
públicos, nem o exercício do poder de polícia e nem, muito menos, a simples 
construção de uma obra pública. A hipótese tributária da contribuição de 
melhoria somente poderá descrever uma atuação estatal/realização de obra 
pública que cause mais-valia em imóvel do contribuinte, nestes termos:
Se o Estado realizar o fato ‘construir uma obra que valorize o imóvel do 
contribuinte X’, nascerá uma relação jurídica pela qual o Estado deverá exigir 
daquele um determinado valor calculado sobre a referida valorização.”
Conclusão
Vimos acima as principais espécies tributárias, porque elencadas, expressamente, na 
Constituição Federal como tributos (art. 145). Classificação essa que ninguém discorda. Porém, os 
outros tributos relacionados no início deste título, por não terem sido tratados na CF/88, tal como os 
impostos, as taxas e a contribuição de melhoria, recebem uma variedade de classificações pelos 
doutrinadores, conforme vê-se daquele quadro comparativo.
A seguir veremos um quadro onde consta cada uma das espécies de tributos, sua previsão 
legal, características, exemplos, comentários e o quadro comparativo entre os autores da classificação 
dos tributos, com algumas observações.
25 Ibidem, p. 413.
26 A contribuição ao pis. p. 62.
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2.2 CLASSIFICAÇÃO
Impostos União (arts. 153 a 154)
Estados e DF (art. 155)
Municípios e DF (art. 156)
Art. 16 Não há atividade estatal 
específica dirigida ao 
contribuinte (Não vinculado)
Taxas (art. 145, II) Art. 77 Há uma atividade estatal 
específica dirigida ao 
contribuinte (Vinculado)
- De polícia - Art. 78 do CTN;
- Os direitos dos particulares afetam os interesses 
da coletividade, sofrem limites e restrições de 
ordem pública;
- Exercício do poder de polícia;
- Atividade do Estado que verifica o 
cumprimento das exigências legais pertinentes e 
concede a licença, a autorização, o alvará etc.
- Ex.: Taxa de Licença para Funcionamento
 Taxa de Fiscalização de portos
 Taxa de Fiscalização Ambiental
- De serviço - Serviço público divisível;
- A atuação do Estado na prestação de um 
serviço, específico e divisível, efetiva ou 
potencialmente, ao contribuinte;
- Arts. 77 a 80 do CTN
- O que importa é a divisibilidade, e não a 
especificidade do serviço.
- Ex.: Taxa Judiciária (Custas)
- Taxa e Preço 
Público
- Taxa (obrigação instituída por lei)
- Preço Público (obrigação instituída por 
contrato)
- Súmula 545/STF
- Ex.: Correios (preço público)
Contribuição de Melhoria art. 145, III Arts. 81 
e 82
- Decorre da atuação estatal de realização de uma obra pública de que decorra, para os proprietários de 
imóveis adjacentes, uma valorização de suas propriedades;
- A valorização é a medida da melhoria;
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Pedágio art. 150, V - Não é preço público e nem taxa de serviço;
- Atuação estatal específica;
- É cobrado pelo tráfego pela via pública;
- Não se liga ao efetivo dispêndio com restauração, mas com conservação;
- O fato gerador é a utilização da via pública;
- É uma modalidade de taxa não relacionada na CF
Empréstimo compulsório União (art. 148) - É um ingresso temporário de recursos nos 
cofres do Estado;
- Criado por Lei Complementar;
- Não há qualquer relação com o conceito 
de taxa ou imposto;
- Casos - Despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública e de guerra externa efetiva ou 
iminente;
- Investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional;
Contribuições sociais União (arts. 149 e 195) - Somente a União pode criá-las;
- Caracterizam-se pela destinação;
-Para a Seguri-
dade Social (art. 
195)
- do empregador (I)
- do empregado (II)
- concurso de prognósticos (III)
Contribuições de intervenção no 
domínio econômico 
União (art. 149, caput, § 2º) - Destinam-se a instrumentar a atuação da União no domínio 
econômico, financiando os custos e encargos pertinentes.
- Ex.: Lei 10.336/01
Contribuições de interesse das 
categorias profissionais ou 
econômicas
União (art. 149) - São destinadas ao custeio das atividades das instituições 
fiscalizadoras e representativas de categorias econômicas ou 
profissionais;
- O fato gerador é o exercício de atividade profissional ou 
econômica
- Ex.: Anuidade da OAB
Contribuição para custeio de 
sistemas de previdência e 
assistência social, em benefício 
dos servidores dos Estados, DF 
e Municípios
Estados (art. 149, § 1º)
A DOUTRINA
 Rubens Gomes de Souza - Impostos;
- Taxas;
- Contribuições
 Pontes de Miranda - Impostos;
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- Taxas 
Critério: possibilidade de distinguir as pessoas a quem o tributo aproveita
 Alfredo Augusto Becker - Impostos;
- Taxas.
Critério: base de cálculo
 Geraldo Ataliba - Vinculados;
- Não vinculados.
Critério: regra-matriz
 Ives Gandra 
 Celso Ribeiro Bastos
 Hugo de Brito Machado
 Ministro Moreira Alves
- Impostos;
- Taxas;
- Contribuições de melhoria;
- Empréstimo Compulsório;
- Contribuições especiais.
 Fábio Fanucchi - Impostos;
- Taxas;
- Contribuições;
- Empréstimo Compulsório.
 Paulo de Barros Carvalho - Impostos;
- Taxas;
- Contribuição de melhoria
Obs.: o Empréstimo Compulsório pode assumir qualquer uma delas e as contribuições ou são impostos ou taxas.
 Roque Carrazza - Impostos;
- Taxas;
- Contribuição de Melhoria;
Obs.: as outras espécies se enquadram numa das três
 Hamilton Dias de Souza - Imposto;
- Taxa;
- Contribuições.
 José Afonso da Silva - Imposto;
- Taxa;
-Contribuições.
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- Empréstimo compulsório = contrato público
 Luciano Amaro - Impostos;
- Taxas: de serviço, de polícia, de utilização de via pública (pedágio) e de melhoria.
- Contribuições: sociais, econômicas e corporativas
Obs.: Empréstimo compulsório não é receita
 Octavio Campos Fischer - Impostos;
- Taxas;
- Contribuição de Melhoria
Obs.: O empréstimo compulsório e as contribuições especiais podem assumir a feição ou de imposto ou de taxa
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Outras classificações foram desenvolvidas para demonstrar, sob critérios específicos, as várias 
características dos tributos, além do critério científico da regra-matriz:
17
TRIBUTO
Natureza 
Jurídica
Prestação resultante de 
obrigação jurídica unilate-
ralmente estabelecida pelo 
Estado, mediante expressa 
disposição de lei.
Classificação Qual critério?
- Utilidade?
- Finalidade?
- Materialidade?
-Competência?
É necessário fixar primeiramente um critério 
único para estabelecer-se uma classificação 
de qualquer objeto de observação científica.
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TRIBUTO
Classificação
“O cientista do Direito não pode classificar 
as espécies tributárias misturando os 
critérios que tem ao seu dispor.” (Octavio 
Campos Fischer).
 Impostos;
 Taxas;
 Contribuição de melhoria;
 Pedágio;
 Empréstimos compulsórios;
 Contribuições Sociais;
 Contribuições de intervenção no domínio
 econômico;
 Contribuições de interesse das 
 categorias profissionais ou econômicas;
 Contribuições para seguridade dos
 servidores dos Estados, DF e Municípios;
 Contribuição para o custeio do serviço de 
iluminação pública.
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TRIBUTO
Classificações
Federais
Estaduais
Municipais
Fiscal
Parafiscal
Competência
Sujeito Ativo
Fiscal
Extrafiscal
Finalidade
Direto
Indireto
Relação com o sujeito passivo
Fixos 
Variáveis
Dimensão econômica 
do Fato Gerador
Regressivos
Progressivos
Quanto à onerosidade
Seletivos
Não Seletivos
Quanto à essencialidade
Monofásico
Plurifásico
Fases do processo produtivo
Vinculado
Não Vinculado
Regra-matriz
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3 - Direito Tributário
Direito Positivo “É o complexo de normas jurídicas válidas num dado país.” 
“... um plexo de proposições que se destinam a regular a conduta das pessoas, 
nas relações de inter-humanidade.” Paulo de Barros Carvalho
 Objeto: comportamento humano
 Linguagem: prescritiva
 Lógica: Deôntica (lógica do dever-ser, lógica das normas)
 Proposições: Válidas ou não-válidas.
Se dirigem para a região material da conduta.
Ciência do Direito “À Ciência do Direito cabe descrever esse enredo normativo, ordenando-o, 
declarando sua hierarquia, exibindo as formas lógicas que governam o 
entrelaçamento das várias unidades do sistema e oferecendo seus conteúdos 
de significação.” Paulo de Barros Carvalho
 Objeto: direito positivo.
 Linguagem: descritiva  transmite conhecimentos;
 comunica informações;
 explica como as normas se relacionam e como 
elas regulam a conduta humana.
 sobrelinguagem.
 Lógica: Apofântica (lógica das ciências, lógica alética ou lógica 
clássica)
 Proposições: - verdadeiras ou falsas
- simplesmente descrevem seu objeto, sem nele interferir.
A LINGUAGEM DO LEGISLADOR E A LINGUAGEM DO JURISTA
 Os textos legislativos, ou seja, o direito positivo, são construídos por pessoas que utilizam de 
linguagem técnica (“discurso natural” com expressões de cunho científico).
 O legislativo, em sentido amplo, é constituído de pessoas de diversas origens e classes sociais, 
trazendo consigo suas experiências, suas expectativas, seus desejos etc.
 Por conta disso, vemos as atecnias, impropriedades, deficiências, ambigüidades nos textos legais.
A linguagem do cientista do Direito é científica, porque emite proposições descritivas que se 
harmonizam com os sistemas concernentes à lógica clássica.
 Desta forma, temos um processo de formalização da linguagem à medida que se busca as estruturas 
lógico-formais até alcançar, dentro do Direito, a Linguagem da Lógica Jurídica, onde os conceitos são 
unívocos, e, não plurissignificativos, como no plano da linguagem do Direito Positivo. Ver diagrama 
elaborado por Paulo de Barros Carvalho:
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 A cognoscência que cada indivíduo tem faz a diferença na formação do juízo ao se ler um texto do 
direito positivo.
 A norma jurídica é exatamente o juízo (ou pensamento) que a leitura do texto provoca em nosso 
espírito.”
 Sendo assim, é difícil de ser ver um texto do direito positivo que, em si mesmo, consegue transmitir a 
integridade existencial de uma norma jurídica.
 Existem enunciados expressos e enunciados implícitos.
 O sistema do direito positivo abriga antinomias, as quais só desaparecem, ou se agravam, com a 
expedição de outras regras.
 No plano científico não há contradição entre as múltiplas proposições descritivas.
 Cada uma das ciências jurídicas corresponde um método de investigação, mas vale para a Ciência do 
Direito, exclusivamente, a ordem jurídica posta.
 A ordenação jurídica é una e indecomponível, ou seja, não se pode conhecer regras jurídicas de forma 
isolada, mas em harmonia com todo o sistema.
 “Direito Tributário positivo é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto 
das proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, 
arrecadação e fiscalização de tributos.”
 “À Ciência do Direito Tributário compete descrever esse objeto expedindo proposições declarativas 
que nos permitam conhecer as articulações lógicas e o conteúdo orgânico desse núcleo normativo, 
dentro de uma concepção unitária do sistema jurídico vigente.”
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Linguagem da Lógica Jurídica Unívoca
Linguagem da Teoria Geral do 
Direito
Científica
Linguagem da Ciência do Direito Científica
Linguagem do Direito Positivo Técnica
F
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R
M
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3.1 - LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
• São o conjunto de princípios e normas que disciplinam os balizamentos da competência tributária;
• Os limites da competência tributária não se resumem aos que estão definidos no texto constitucional, mas também em 
normas infraconstitucionais;
• As limitações demarcam, delimitam, fixam fronteiras ou limites ao exercício do poder de tributar;
• Princípio da 
legalidade tributária e 
tipicidade
• Art. 150, I, CF/88
• Consagrado desde a Constituição Inglesa de 1215;
• Justiça e segurança jurídica;
• A lei deve esgotar os dados necessários à identificação do fato gerador da obrigação tributária e à 
quantificação do tributo;
• A lei é pressuposto necessária e indispensável de toda a atividade administrativa;
• Princípio da Tipicidade • “deve o legislador, ao formular a lei, definir, de modo taxativo 
(numerus clausus) e completo, as situações (tipos) tributáveis, cuja 
ocorrência será necessária e suficiente ao nascimento da obrigação 
tributária, bem como os critérios de quantificação (medida) do tributo.”
• Tipicidade cerrada 
• criação de tributo • Lei Ordinária
• Lei Complementar
• Reserva de lei material ⇒ comando abstrato, geral e impessoal;
• Reserva de lei formal ⇒ competência legislativa (exceção: somente alíquotas do IPI, II, IE e IOF)
Princípio da 
Irretroatividade• Art. 150, III, “a”;
• Impropriedade da expressão “fato gerador”, que só pode se referir a lei que aumenta tributo e não a 
que crie tributo. Mais correto, então, é “fato pretérito”;
• Dirigida ao legislador e ao aplicador da lei;
• Lei interpretativa não pode criar ou aumentar tributo;
• Aplica-se também aos tributos cujo fato gerador é periódico. Ex.: IR.
Princípio da 
Anterioridade
• art. 150, III, “b”; art. 104, III do CTN;
• Proíbe cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o 
instituiu ou aumentou;
• Exercício financeiro = exercício/ano civil ⇒ 1º/01 a 31/12 ⇒ L. 4.320/64, art. 34;
• Exceção: IPI, II, IE, IOF, Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou calamidade 
pública e contribuições sociais para a seguridade social (art. 195, § 6º) e Imposto Extraordinário;
• Fato gerador que se completa num período também exige lei anterior ao início do primeiro 
período;
• A anterioridade não exige apenas lei anterior ao exercício em que o tributo será arrecadado, mas, 
sim, lei anterior ao exercício de ocorrência dos fatos materiais.
• Anterioridade nonagesimal: Art. 195, § 6º da CF
Princípio da Isonomia 
ou Igualdade 
• É dirigido ao aplicador da lei e ao legislador;
• É uma garantia ao indivíduo e não ao Estado;
Tributária
• Princípio da Uniformidade • Art. 151, I – uniformidade dos tributos federais em todo o 
território;
• Art. 151, II – veda tributação da renda das obrigações da dívida 
pública dos Estados, DF e Municípios;
• Art. 152 – veda aos Estados, DF e Municípios estabelecer 
diferenciação tributária entre bens e serviços de qualquer natureza 
em razão da procedência ou destino.
Princípio da 
Capacidade 
• Art. 145 (Capacidade Econômica e Personalização)
• Proteção ao contribuinte
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Contributiva
• Capacidade Econômica “Real possibilidade de diminuir-se patrimonialmente, sem destruir-se 
e sem perder a possibilidade de persistir gerando a riqueza de lastro à 
tributação”. Geraldo Ataliba.
• Personalização ⇒ Adequação do gravame fiscal às condições pessoais de cada contribuinte;
• Deve ser aplicado aos impostos reais e indiretos;
• A expressão “sempre que possível” aplica-se tanto à capacidade econômica quanto à 
personalização
• Proporcionalidade • o gravame deve ser diretamente proporcional 
• Progressividade
• Seletividade
• Aplica-se a todos os tributos e não só a impostos (art. 145, § 1º)
Princípio da vedação 
de tributo 
confiscatório
• Atua em conjunto com o da capacidade contributiva;
• Tem como objetivo evitar que o Estado anule a riqueza privada através do tributo;
• Não há critério na CF quanto ao limite que caracteriza o confisco
• Art. 150, IV
Princípio da liberdade 
de tráfego
• Art. 150, V;
• Veda tributo que onere o tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas ou de bens;
• Protege a liberdade de locomoção;
• O gravame tributário seria forma de limitar o tráfego;
Princípio da 
transparência dos 
impostos
• Art. 150, § 5º;
• Quer que o consumidor de bens e serviços seja esclarecido acerca dos impostos que incidam sobre 
essas utilidades;
Princípios e regras 
específicos de 
determinados 
impostos
• Não cumulatividade • PIS/PASEP (Lei 10.637/2002);
• IPI (Art. 153, § 3º, II);
• ICMS (art. 155, § 2º, I);
• Impostos de competência residual da União (art. 154, I);
• Certas contribuições sociais (art. 195, § 4º, c/c art. 154, I);
• Permite que o tributo seja compensado com o que tenha incidido nas 
operações anteriores;
• Seletividade • Obrigatória para o IPI (art. 153, §3º,I);
• Permitida para ICMS (art. 155, § 2º, III);
• Sobre grandes fortunas (art. 155, VII);
• Imposto de Renda • Generalidade (todas as pessoas), universalidade (todas as manifestações 
de renda) e progressividade (alíquotas maiores quanto maior a 
capacidade econômica do contribuinte);
• Art. 153, § 2º, I;
• O imposto deve incidir sobre todas as pessoas e todas as manifestações 
de renda, incidindo com alíquotas tanto maiores quanto maior for a 
capacidade econômica do contribuinte.
• Progressividade • No IPTU atua como sanção (art. 156, § 1º c/c art. 182, § 4º, II), no Estatuto 
da Cidade (Lei 10.357/2001);
• No ITR atua em função da produtividade da terra e da sua função social;
Princípios tributários 
decorrentes da ordem 
econômica
• art. 170, IX; • art. 172; • art. 173, § 1º e § 2º; • art. 174; • art. 179; • art. 182, § 4º, II;
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Imunidades • Fundamenta-se na preservação de valores que a CF reputa relevantes;
• A constituinte exclui do campo tributário aquelas situações sem as quais ele não quer que incida 
este ou aquele gravame fiscal;
• Imunidade atua no plano da definição da competência e isenção atua no plano do exercício da 
competência;
• É definida em função de condições pessoais de quem venha a vincular-se;
• Subjetiva • Situações pessoais do sujeito que se vincularia;
• Objetiva • Em função do objeto suscetível de tributação;
• Certas peculiaridades da situação objetiva;
• As imunidades na seção 
das limitações do poder 
de tributar
• Imunidade 
Recíproca
• Art. 150, VI, “a” 
• Não impede incidência de impostos indiretos, 
como IPI e ICMS;
• Estende-se às autarquias e fundações públicas, 
150, § 2º.
• Art. 150, VI, “c” • “sem fins lucrativos, atendido os requisitos da 
lei” aplica-se apenas às instituições de educação 
e de assistência social;
• “requisitos da lei”: lei entende-se por lei 
complementar, porque a Seção II é da 
competência de Lei Complementar
• Art. 14 do CTN • Não distribuição dos lucros 
ou participação do 
resultado;
• Aplicação integral no país 
dos recursos de 
manutenção dos objetivos 
institucionais;
• Superávit não é lucro;
• O §1º é uma aberração, 
porque não pode a 
autorização suspender o 
“benefício”, mas deixar de 
aplicar a imunidade, 
porque não atendidos os 
requisitos;
• Outras Imunidades • art. 153, § 2º, II
revogado pela 
EC 20
• quem aufere penalidade não recebe rendimento 
“do trabalho”;
• Aposentados maiores de 65 anos;
• art. 153, § 3º, III • o IPI não incidirá sobre produtos destinados ao 
exterior;
• art. 153, § 4º • o ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais 
familiares;
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• art. 155, § 2º, X • o ICMS não incidirá sobre produtos 
industrializados, destinados ao exterior, exceto 
os semi-elaborados (“a”);
• o ICMS não incidirá sobre operações que 
destinem a outros estados petróleo e derivados e 
energia elétrica (“b”);
• o ICMS não incidirá sobre o ouro (“c”) 
redundância, porque o art. 153, § 5º, já diz 
que só incidirá o IOF.
• art. 155, § 3º • Só incide o II, IE e ICMS sobre operações 
relativas a energia elétrica, telecomunicações, 
derivados de petróleo, combustíveis e minerais 
do país;
• art. 156, § 2º, I • ITBI, itervivos, não incide sobre patrimônio de 
pessoa jurídica em realização de capital, ou em 
fusão, incorporação, cisão ou extinção, salvo ...
• art. 156, § 3º, II • Exclusão da incidência do ISS sobre serviços 
para o exterior, através de LC;
• art. 155, § 2º, XII • Exclui incidência do ICMS nas exportações para 
exterior de serviços e produtos definidos em 
LC, além dos do inciso X, “a”;
• Outras imunidades fora 
do Sistema Tributário
• art. 195, § 7º ⇒ Contribuição social para entidades beneficentes;
• art. 5º, XXXIV ⇒ sobre petição aos poderes públicos;
•art. 5º, LXXIV ⇒ sobre serviços públicos de assistência jurídica;
• art. 5º, LXXVI ⇒ sobre registro civil de nascimento e óbito;
• art. 5º, LXXVII ⇒ sobre habeas corpus e habeas data;
• art. 184, § 5º ⇒ impostos federais, estaduais e municipais sobre 
transferência de imóveis desapropriadospara 
reforma agrária
Limitações de 
alíquotas
• Tributos federais • art. 153, § 5º • alíquota mínima de 1% para imposto sobre ouro;
• Tributos estaduais • determinado 
pelo Senado
• art. 155, § 1º IV – transmissão causa mortis;
• art. 155, § 2º, IV – ICMS (operação interestadual);
• art. 155, § 2º, V, “a” – ICMS (operações internas);
• art. 155, § 2º, V, “b” – ICMS (conflito);
• art. 155, § 2º, VI a VIII
• Tributos municipais • art. 156, § 3º, I • Lei Complementar para fixar alíquotas máximas
Limitações quanto à 
base de cálculo
• art. 145, § 2º • Veda utilização de base de cálculo própria de impostos para exigência 
de taxas;
• art. 154, I • Impostos de competência residual não podem ter base de cálculo nem 
fato gerador próprios dos impostos discriminados na CF;
• art. 195, § 4º • IDEM
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4 - Fontes do Direito Tributário
Constituição Federal • Não cria tributos, mas define competências;
• Disciplina a estruturação sistemática;
• Disciplina o modo de expressão do Direito Tributário
Emendas Constitucionais • Incorporam-se à CF com igual hierarquia;
Leis Complementares • Requerem maioria absoluta de votos na Câmara e no Senado (art. 69, CF);
• Dispor sobre conflitos de competências (art. 146, I);
• Regular limitações constitucionais do poder de tributar (art. 146, II)
• Normas gerais de Direito Tributário (art 146, III);
• Criação de certos tributos - art. 148 (Empréstimo Compulsório)
- art. 153, VII (Imposto Sobre Grandes Fortunas)
- art. 154, I (outros impostos)
• O CTN é formalmente lei ordinária e materialmente lei complementar;
Leis Ordinárias • É através dela que se exerce a competência tributária;
• É o veículo legislativo que cria o tributo;
Leis Delegadas • Elaboradas pelo Presidente da República sobre matérias específicas. objeto de delegação 
por ato do Congresso Nacional (art. 68, CF);
• Podem ser utilizadas para instituição de tributos;
Medidas Provisórias • Tem força de lei ordinária;
• Podem ser utilizadas em matéria tributária (art. 62, § 2º, CF)
Tratados Internacionais • “...está para a lei interna assim como a norma especial está para a norma geral.” Luciano 
Amaro
• Não instituem tributos;
• Não revoga lei interna, mas cria situação de exceção;
• O CTN não tem hierarquia suficiente para impor a força dos tratados.;
• O art. 98 do CTN tem caráter meramente didático;
• Preceito de tratado prevalece sobre lei estadual ou municipal que contrapõe-se a ele.
• A lei não tem poder de afastar dispositivos de tratado.
Decreto • É lei material e tem força equivalente à da lei formal;
Resolução • Limitar alíquotas de certos impostos estaduais (art. 155, § 1º, IV; § 2º, IV e V)
• Possui esfera específica de competência
Decretos Legislativos • Aprovação de tratados internacionais (art. 69, I, CF);
Convênios • Podem ser celebrados, observando-se a Lei Complementar 24/75;
• Competência dada pelo art. 155, § 2º, XII, “g”, CF;
Decretos Regulamentares • Não podem inovar em matéria sujeita à reserva da lei; 
• Art. 49, V, CF, Poder Regulamentar
• Regulamento de Execução;
• Regulamento autônomo;
Normas complementares • Tratam de esclarecimentos de normas tributárias;
• O contribuinte, observando-as, está resguardado de boa-fé, caso elas venham a ser 
declaradas ilegais ou inconstitucionais;
• Art. 100 do CTN • I – Atos normativos expedidos pela autoridade administrativa;
• II – As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa a que a lei atribua eficácia normativa;
• III – Práticas reiteradamente observadas pela autoridade 
administrativa.
26
Teoria Monista (Kelsen):
 - Tratado predomina 
sobre direito interno;
Teoria Monista (Wenzel):
 - Constituição valida 
tratado;
Teoria Dualista: harmonia 
entre eles.
Fonte material e Fonte formal
Fonte formal principal
Fonte formal complementar
Instrumentos/fontes primárias
Instrumentos/fontes secundárias
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5 - Vigência e Aplicação da legislação tributária
Vigência = validade formal = obrigatoriedade
Eficácia = aplicação
Vacância (vacatio legis) = período entre publicação e vigência da lei 
Início da vigência  Determinado pela lei
 45 dias (art. 1º, LICC)
 1º dia do exercício seguinte 
quando a lei se refere a impostos 
sobre o patrimônio ou a renda.
(art. 104, CTN)
 majoração ou instituição;
 novas hipóteses de incidência;
 extinção ou redução de isenções
 Na data da publicação:
(art. 103, I, CTN)
 Atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas
 30 dias da data da publicação:
(art. 103, II, CTN)
 As decisões dos órgãos 
singulares ou coletivos de 
jurisdição administrativa;
 Na data prevista:
(art. 103, III, CTN)
 os convênios entre União, 
Estados, DF e Municípios;
Extinção da vigência  Revogação  Quanto à forma  expressa
 tácita
 Quanto ao conteúdo  integral = ab-rogação
 parcial = derrogação
 modificação = sub-rogação
Início da Aplicação
(art. 106, CTN)
 Deve-se observar
(art. 6º, LICC e art. 
5º, XXXVI, CF)
 o ato jurídico perfeito;
 o direito adquirido;
 a coisa julgada.
 Imediatamente aos fatos geradores futuros e pendentes
Retroatividade
(Art. 106, CTN)
 Ato ou fato pretérito não 
definitivamente julgado 
quando
 deixe de defini-lo como infração;
 deixe de tratá-lo como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão;
 comine penalidade menos severa.
 em qualquer caso quando  a lei for expressamente interpretativa
27
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Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO
Obs.: O Direito Tributário não possui uma técnica específica de interpretação, apesar do art. 107 do CTN
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• Literal/gramatical
• Lógica
• Sistemática
• Histórica
• Finalística/Teleológica
• Analogia
•Princípios gerais de D. 
Tributário
• Princípios gerais de D. 
Público
• Equidade (justiça)
INTERPRETAÇÃO INTEGRAÇÃO≠
PERSEGUEM A IDENTIFICAÇÃO 
DA MELHOR QUALIFICAÇÃO 
JURÍDICA PARA DETERMINADO 
FATO
Busca-se 
preencher o 
vácuo da lei.
Identificar o 
sentido e o alcance 
da norma.
INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA: Contraria o art. 109 do CTN. Preocupa com o conteúdo econômico do fato.
ABUSO DE FORMA: Utilização de forma jurídica atípica para realização de negócio jurídico.
Ex.: Doação em vez de Compra e Venda / Permuta em vez de Compra e Venda
ABUSO DE DIREITO: Procedimentos legais com fins outros diferentes daqueles normalmente utilizados.
SIMULAÇÃO: Não correspondência entre o negócio praticado e o formalizado.
Ex.: Compra e Venda  Doação (ocultando o pagamento)
 Doação  Compra e Venda (devolvendo-se o preço)
DISSIMULAÇÃO: Art. 116, § único = simulação relativa
EVASÃO (ilícito) X ELISÃO (lícito)
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: É o planejamento dos atos frente à legislação tributária;
Se proibido afronta a certeza e a segurança do direito.
lei lacunosa
• Extensiva
• Restritiva (infrações e penalidades)
• Estrita (hipótese de incidência)
Taxativa? Não.
E os Princípios G. de Direito
?
Hierarquia ? Não
Hipótese não 
pensada
Hipótese mal 
escrita
Hermenêutica
Ciência da 
Interpretação
Art. 149, VII do CTN
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6 - A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
• Obrigações em 
geral
⇒ Fontes ⇒ legais;
⇒ contratuais;
⇒ decorrentes de ato ilícito;
• Natureza Jurídica ⇒ de direito público ⇒ obrigação ex lege (dispensa o concurso da vontade do obrigado)
⇒ o seu nascimento prescinde da vontade da parte que se obriga
⇒ basta a ocorrência do fato previamente descrito na lei para que surja a 
obrigação
• Conceito ⇒ “... é a relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito passivo)tem o dever de prestar 
dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer, não fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular 
um crédito.” (Hugo de Brito Machado)
• Acepção ⇒ obrigação como relação jurídica
• Formas ⇒ dar, fazer ou não-fazer (Hugo de Brito acrescenta a de tolerar)
• Objeto ⇒ prestação de natureza tributária
• Conseqüência ⇒ o crédito é indisponível pela autoridade administrativa
• Modalidades ⇒ Principal ⇒ natureza patrimonial
⇒ obrigação de dar
⇒ objeto: pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária
⇒ Obr. Trib. = hipótese de incidência (fonte formal) + fato gerador (fonte 
material)
Art. 113 do CTN
⇒ Acessória ⇒ natureza não patrimonial
⇒ obrigação de fazer
⇒ objeto: prestação positiva ou negativa
⇒ existe para viabilizar o cumprimento da obrigação principal (Hugo de B. 
Machado)
⇒ é instrumental e não dependente da principal, podendo existir sem esta, ou seja, 
ela existe pela simples possibilidade de existência da principal. (Luciano 
Amaro)
⇒ art. 113, § 3º - “Na verdade o inadimplemento de uma obrigação acessória não 
a converte em obrigação principal. Ela faz nascer para o fisco o direito de 
constituir um crédito tributário contra o inadimplente,...”. Hugo de Brito 
Machado
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7 – FATO GERADOR
• Da Obrigação Principal ⇒ CTN, art. 114
⇒ Características • situação ⇒ fato ou conjunto de fatos
• definida em lei ⇒ prescrição legal do fato
• necessária ⇒ somente se prevista em lei nasce a obrigação
• suficiente ⇒ basta ocorrer a situação para surgir a obrigação
• Da Obrigação Acessória ⇒ CTN, art. 115
⇒ legislação, e não apenas a lei
• Hipótese de Incidência ⇒ prescrição/descrição contida na lei
≠
• Fato Gerador ⇒ é a concretização da hipótese de incidência
• Validade do ato jurídico ⇒ art. 82, C.C. (“A validade do ato jurídico requer agente capaz (art. 145, I), objeto lícito e forma 
prescrita ou não defesa em lei (arts. 129, 130 e 145)”). Ato Nulo ou Anulável.
⇒ não importa para o Direito Tributário
⇒ na hipótese de incidência não pode conter descrição de ato ilícito
• Consumação do Fato ⇒ situação de fato (art. 116, I, CTN);
Gerador ⇒ situação jurídica
(art. 116, II, CTN)
⇒ Condicional ⇒ Suspensiva ⇒ dá-se início os efeitos do negócio jurídico;
⇒ no momento em que se realiza a condição;
⇒ art. 117, I, CTN
⇒ Resolutiva ⇒ a partir da prática do ato ou celebração do 
negócio;
⇒ desfazimento do ato ou negócio jurídico
• Elementos ⇒ materialidade ⇒ aspectos que dão plenitude ao fato gerador
⇒ subjetivo ⇒ Sujeito Ativo
⇒ Sujeito Passivo
⇒ valorativo ⇒ Base de Cálculo ⇒ nos tributos fixos não há base de cálculo
⇒ Alíquota ⇒ “quantum debeatur” ⇒ ad valorem
⇒ específica (cifra) – valor fixo
⇒ espacial ⇒ solução de conflito de normas e conhecimento da abrangência territorial
⇒ temporal ⇒ identificação da lei aplicável e prazos para cumprimento de obrigações
• Classificação ⇒ Quanto à sua estrutura ⇒ simples (um só elemento)
⇒ complexos (combinação de vários elementos ou condições)
⇒ Quanto à formação 
no tempo
⇒ instantâneos: consuma-se num dado momento (IR, ICMS, IOF, ITBI)
⇒ periódicos: quando sua realização se põe ao longo de um espaço de tempo (IR);
⇒ continuados: renova-se em cada exercício financeiro (IPTU, IPVA, ITR)
30
O Prof. Luciano Amaro defende a expressão 
fato gerador nos dois sentidos, mas, para 
fins didáticos, entende que possa ser assim 
utilizado.
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• Interpretação do Fato 
Gerador
⇒ Independe ⇒ da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes (art.118, I)
⇒ da natureza do seu objeto (art. 118, I, in fine)
⇒ dos seus efeitos (art. 118, II)
• Presunções ⇒ Humanas ⇒ sempre admitem prova em contrário;
⇒ Legais ⇒ relativas (juris tantum): admite prova em contrário
⇒ absolutas (juris et de jure): - não admite prova em contrário (art. 185 do CTN)
- a conseqüência do fato conhecido é provável, mas a 
lei recusa a prova em contrário.
• Ficção Jurídica ⇒ não há dúvida sobre o fato real, mas a lei o nega;
⇒ “utilização privativa pelo legislador”;
⇒ “a lei atribui a certo fato características que, sabidamente, não são reais”;
⇒ não se confunde com a presunção absoluta;
⇒ “a lei nega a realidade fática e constrói uma realidade jurídica diversa daquela”;
⇒ “não cabe sequer cogitar-se de prova em contrário”;
⇒ “é legítimo somente quando a verdade legal não esteja em confronto com norma superior”;
• “Se o emprego dessas técnicas implicar afronta, ainda que indireta, a qualquer princípio constitucional, ele deve ser 
repelido...”
• “Em suma, aquilo que o legislador não puder fazer diretamente (porque não esteja na sua esfera de competência ou porque 
fira preceito de norma superior), ele igualmente não pode fazer, de modo indireto, mediante utilização (que, nessas 
circunstâncias, se revelará artificiosa) das presunções ou ficções.” (art. 110 do CTN)
• Não Incidência ⇒ pura e simples ⇒ ou tout court: o fato simplesmente não é referido na lei
⇒ imunidade ⇒ o fato é excluído da competência tributária
⇒ isenção ⇒ o fato é excluído da incidência do tributo - em razão da pessoa
- em razão da região
- em razão dos fatos
- em razão dos bens
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8 – SUJEITO ATIVO
8.1 – SUJEITO ATIVO e COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
• Conceito ⇒ É a aptidão para criar tributos
• Classificação ⇒ Privativa ⇒ É aquela atribuída com exclusividade a um ou outro ente político;
⇒ Residual ⇒ É aquela atribuída à União atinente aos outros impostos que podem ser criados sem 
situação não prevista na CF (art. 154, I, CF)
⇒ Comum ⇒ É aquela atribuída a todos os entes políticos, referente às taxas e contribuições de 
melhoria.
⇒ Extraordinária ⇒ É aquela atribuição à União, para instituir impostos extraordinário, 
compreendidos ou não em sua competência tributária (art. 154, II, CF).
⇒ Críticas a essa classificação ⇒ não é científica, mas didática;
⇒ não se pode contrapor a competência privativa à residual, porque 
esta sendo privativa da União não seria residual;
⇒ uma vez que taxas e contribuições de melhoria só podem ser 
criadas pelos entes que prestam o serviço, a classificação de 
competência comum aplica-se a todos os tributos em espécie.
• Critérios de par-
tilha da competên-
cia 
⇒Prestação que lastreia o 
tributo
⇒ serviço público = taxa
⇒ poder de polícia = taxa
⇒ via pública = pedágio
⇒ realização de obra = contribuição de melhoria
⇒Tipificação de situações 
materiais
⇒ União (arts. 153, 154) ⇒ não exaustivas
⇒ Estados e DF (art. 155) ⇒ taxativa
⇒ Municípios e DF (art. 156) ⇒ taxativa
⇒ Este critério á afastado no caso de guerra
⇒ Empréstimo Compulsório ⇒ Sem definição de critério foi atribuído à União
⇒ Por destinação ⇒ Contribuições Sociais ⇒ Estas recebem situações materiais 
exemplificativas. Art. 195.
⇒ Contribuições econômicas
⇒ Contribuições Corporativas
• Exercício da 
Competência 
Tributária
⇒ A CF/88 não cria tributos, mas outorga poderes para tal;
⇒ A lei ordinária é o veículo idôneo para criação de tributo;
⇒ A competência tributária é indelegável;
⇒ Não é permitido modificar conceitos de direito privado para ampliar a competência tributária. Isto 
também se aplica para o Direito Público.
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9 – SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
• Da obrigação Principal ⇒ É a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
• Da obrigação Acessória ⇒ É a pessoa obrigada às prestações que constituamo seu objeto.
• Espécies ⇒ Sujeição Passiva Direta: CONTRIBUINTE (originária)
⇒ Sujeição Passiva Indireta: RESPONSÁVEL (derivada)
• Capacidade Tributária 
Passiva (Art. 126 do CTN)
⇒ Independe ⇒ da capacidade civil das pessoas naturais
⇒ da limitação ou privação de direitos da pessoa natural
⇒ de estar a pessoa jurídica regularmente constituída
• Domicílio Tributário ⇒ Eleito pelo contribuinte ou responsável
 (Art. 127 do CTN) ⇒ Recusa do domicílio pela autoridade administrativa ⇒ impossibilidade ou dificuldade da 
arrecadação ou fiscalização de 
tributo
⇒ Pessoas Naturais ⇒ residência habitual ou
⇒ centro habitual de sua atividade
⇒ Pessoas Jurídicas de Direito Privado ⇒ o lugar da sua sede
⇒ o de cada estabelecimento
⇒ Pessoas Jurídicas de Direito Público ⇒ qualquer de suas repartições
⇒ Na falta dos itens acima ⇒ o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou 
fatos que deram origem à obrigação
• Responsabilidade Legal 
Tributária
⇒ O terceiro responsável tem vínculo com o fato gerador
⇒ Por transferência ⇒ é aquela que se dá após o fato gerador
⇒ espécies ⇒ solidariedade
⇒ sucessão
⇒ responsabilidade de terceiros
⇒ Solidariedade ⇒ Natural: interesse comum (Ex.: co-propriedade)
⇒ Legal: designada pela lei
Arts. 124 e 125 do 
CTN
⇒ Efeitos ⇒ o pagamento por um dos obrigados 
aproveita aos demais
⇒ a isenção ou remissão exonera todos
⇒ interrupção da prescrição a favor ou 
contra alcança os demais
⇒ Sucessão ⇒ arts. 129 a 133, CTN
⇒ na alienação: o adquirente
⇒ no leilão: o preço sub-roga-se
⇒ o espólio
⇒ o sucessor e cônjuge meeiro
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⇒ Responsabilidade de 
Terceiros
⇒ pais
⇒ tutores ou curadores
⇒ administradores
⇒ o inventariante
⇒ o síndico e o comissário
⇒ os tabeliães e escrivães e demais 
serventuários de ofício
⇒ os sócios
⇒ Condições:
- impossibilidade de o Estado exigir 
diretamente do contribuinte
- que o terceiro intervenha no ato tributável 
ou seja omisso a ele
⇒ Por Substituição ⇒ ou sujeição passiva indireta por substituição;
⇒ o Estado elege um terceiro para substituir o contribuinte natural;
⇒ amenizar dificultadores de arrecadação e evitar a evasão fiscal;
⇒ o substituto é como um agente indireto do Fisco;
⇒ é feito antes de ocorrido o fato gerador
⇒ Ex.: IRRF
⇒ Responsabilida-
de por infrações 
⇒ arts. 136 a 138, CTN;
⇒ independe da intenção do agente ou do responsável;
da legislação 
tributária
⇒ princípio da objetividade ⇒ considera-se o critério objetivo da 
infração penal
⇒ exceções: art. 137
⇒ presunção
⇒ personificação
⇒ exclusão
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 10 - CRÉDITO TRIBUTÁRIO
• Conceito ⇒ É a relação jurídica obrigacional entre credor (Sujeito Ativo) e devedor (Sujeito Passivo), cujo 
objeto é o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária
⇒ Consubstancia-se na qualificação e na quantificação da obrigação fiscal 
• Natureza Jurídica ⇒ Subjetiva de direito público
• Constituição ⇒ Através do lançamento
⇒ Competência privativa da autoridade administrativa
• Fontes ⇒ Lei
⇒ Fato Gerador
⇒ Lançamento
• Lançamento • Conceito: art. 142, CTN (atividade administrativa plenamente vinculada)
• Funções ⇒ valoração quantitativa e qualitativa do evento
⇒ verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente
⇒ determinar a matéria do tributo
⇒ calcular o montante do tributo
⇒ identificar o sujeito passivo
⇒ aplicar a penalidade cabível, quando for o caso
 
• Natureza Jurídica ⇒ Declaratória e não constitutiva ⇒ Constitutiva do crédito tributário e 
declaratória da obrigação
• Efeitos ⇒ Constituição do crédito tributário, provisoriamente
⇒ Reporta-se à legislação da data da ocorrência do fato gerador
⇒ Delimitador entre a decadência e a prescrição
• Revisão
(art. 149, § único)
⇒ só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública
⇒ erro de fato
• Alteração
(art. 145, CTN)
⇒ por impugnação do S. Passivo
⇒ em virtude de recurso de ofício
⇒ por iniciativa de ofício da autoridade administrativa
• Modificação 
nos critérios 
jurídicos
(art. 146, CTN)
⇒ Erro de fato: conhecimento errado quanto aos fatos
⇒ Erro de direito: lançamento ilegal por ignorância ou equivocada compreensão 
da lei
⇒ É o ato pelo qual a autoridade administrativa muda a interpretação ou escolhe 
outra dentre as alternativas que possui
• Modalidades ⇒ Direto ou de Ofício
(art. 149, CTN)
⇒ normalmente nos tributos diretos (IPTU, ITR, IPVA)
⇒ situações duráveis ou permanentes
⇒ Meios ⇒ investigação real
⇒ por presunção
⇒ por indícios
⇒ Por Declaração 
ou Misto
(art. 147, CTN)
⇒ feito pelo Fisco com a colaboração do S. Passivo
⇒ declaração do S. Passivo ou de Terceiro
⇒ Ex.: I.R., ITR
⇒ retificação da declaração só mediante comprovação do erro
⇒ Por 
Homologa
ção
Art. 150, 
CTN
⇒ contribuinte paga antecipadamente o tributo cujo montante será 
posteriormente homologado pelo Fisco
⇒ a lei deve atribuir ao S. Passivo a obrigação de recolher o tributo 
sem prévia homologação
⇒ extingue-se o crédito sob condição resolutória da homologação
⇒ prazo para a homologação: 5 anos
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11.1 - SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
(Arts. 151 a 155-A)
• Conceito ⇒ É a dilação de prazo concedida pelo credor ao devedor para pagamento de uma dívida (Dicionário Aurélio Buarque)
⇒ É a suspensão da exigibilidade do crédito tributário por um determinado período de tempo
⇒ Não alcança a obrigação acessória (art. 151, § único), a não ser que haja suspensão específica para ela.
• Causas (art. 151) ⇒ Moratória
⇒ Depósito do montante integral do crédito tributário
⇒ Reclamações e recursos nos processos administrativos 
tributários
⇒ Concessão de medida liminar em mandado de 
segurança
⇒ Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, 
em outras ações judiciais
⇒ Parcelamento
• Conseqüências ⇒ Sujeito Ativo fica impedido de cobrar o Crédito Tributário
⇒ Prorroga o momento do lançamento no caso do lançamento por homologação
⇒ Suspende o curso da prescrição
• Moratória ⇒ É a dilação, prorrogação ou adiamento do prazo para pagamento do crédito tributário concedida pelo Sujeito Ativo
⇒ Formas ⇒ Caráter Geral
(por lei)
⇒ Pelo Sujeito Ativo competente
⇒ Pela União em relação aos tributos dos Estados, DF e Municípios
⇒ Caráter Individual ⇒ Por despacho, fundamentado em lei autorizativa;
⇒ não gera direito adquirido (art. 155);
⇒ revogável a qualquer momento, desde que o sujeito passivo tenha 
dado motivo por dolo (art. 155, I) ou culpa (art. 155, II)
⇒ Requisitos: 
(art. 153)
⇒ prazo de duração;
⇒ condições, quando em caráter individual;
⇒ os tributos a que se aplica;
⇒ número de prestações e vencimentos;
⇒ garantias, quando em caráter individual;
⇒ Abrangência ⇒ determinada região do território do sujeito ativo (art. 152, § único);
⇒ determinada classe ou categoria de sujeitos passivos (art. 152, § único);
⇒ créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho (art. 154)
⇒ Restrições ⇒ Não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo;
⇒ Em caráter individual não gera direito adquirido(art. 155);
• Depósito ⇒ É medida preparatória, preventiva ou de segurança
⇒ Ocorre quando o sujeito passivo deposita o montante do crédito, eximindo-se dos juros, multa e correção 
monetária, caso seja vencido no processo administrativo tributário ou na justiça;
⇒ É uma faculdade dada ao Sujeito Passivo, ou seja, voluntário;
⇒ Súmula 112/STJ: somente suspende se no montante integral e em dinheiro
⇒ Administrativo ⇒ Lei 9.703/98 e Decreto 3.717/01
⇒ Decreto 70.235/72 (art. 33, § 2º) e Decreto-Lei 822/69
⇒ Judicial ⇒ Ação declaratória de inexistênciade relação jurídica tributária
⇒ Ação anulatória de débito fiscal
⇒ Consignação em pagamento
• Reclamações e 
Recursos
⇒ Art. 5º, XXXV, CF
⇒ Impugnação/defesa/reclamação de 1º grau;
⇒ Recursos em 2º grau.
• Liminar em 
Mandado de 
Segurança
⇒ Concessão de liminar, garantindo o direito do sujeito passivo de não pagar um crédito tributário exigido;
⇒ Súmula 266/STF: não cabe mandado de segurança contra lei em tese;
⇒ Mandado de Segurança Preventivo não ofende a Súmula 266, pois busca evitar a lesão a direito, por justo receio, 
tendo em vista a obrigatoriedade do art. 142.
• Liminar ou tutela 
antecipada em 
outras ações 
judiciais
⇒ outras ações judiciais ⇒ Anulatória de débito fiscal 
⇒ Cautelar
⇒ Repetição de Indébito Tributário
⇒ Lei 6.830/80
• Parcelamento ⇒ Não exclui a incidência de juros e multas, salvo disposição de lei em contrário;
⇒ Aplicam-se as disposições da Moratória
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União (Decreto-Lei 822/69, Decreto 70.235/72)
Estado de Goiás (Lei 12.935/96)
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11.2 - EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
(Arts. 156 a 174)
• Conceito ⇒ É a satisfação do direito de crédito do sujeito ativo pelo sujeito passivo
• Formas (art. 156) ⇒ Pagamento
⇒ Compensação
⇒ Transação
⇒ Remissão
⇒ Prescrição e Decadência
⇒ Conversão do depósito em renda
⇒ Pagamento antecipado e homologação
⇒ Consignação em pagamento
⇒ Decisão administrativa irreformável
⇒ Decisão judicial passada em julgado
⇒ Dação em pagamento
• Conseqüências ⇒ não pode mais ser revisto (art. 149 do CTN)
⇒ Extinguindo o crédito tributário extingue-se a obrigação principal (art. 113, § 1º, CTN)
⇒ Há situações em que a obrigação extingue-se antes de constituir-se o crédito tributário (decadência, remissão e 
compensação)
• Pagamento ⇒ “é a entrega ao sujeito ativo, pelo sujeito passivo ou por qualquer outra pessoa em seu nome, da quantia 
correspondente ao objeto do crédito tributário” Hugo de Brito Machado
⇒ a imposição de penalidade não afasta a obrigação de pagamento do tributo (art. 157, CTN)
⇒ Presunção de pagamento: não ocorre nem com pagamento total, nem com pagamento parcial (art. 158, CTN)
⇒ Lugar do Pagamento: no domicílio do sujeito passivo (art. 159, CTN)
⇒ Tempo do Pagamento: o previsto na legislação ou 30 dias depois da data em que se considera o sujeito 
passivo notificado do lançamento
⇒ Juros de mora: são devidos quanto ao crédito não pago, independentemente do motivo, à taxa de 1% ao mês; 
não são devidos na pendência de consulta (art. 161, CTN)
⇒ Forma: em moeda, cheque, vale postal ou estampilha (art. 162, CTN)
⇒ Imputação de pagamento: existindo vários créditos tributários contra o sujeito passivo e este paga sem 
identificar qual está pagando, pode o sujeito ativo imputar o pagamento (art. 163, CTN)
• Compensação ⇒ art. 170, CTN (é encontro de contas entre credor e devedor recíprocos)
⇒ depende de lei autorizativa (Ex.: União – Lei 8.383/91, art. 66)
- reciprocidade das obrigações
- liquidez das dívidas
- exigibilidade das prestações
- fungibilidade das coisas devidas
• Transação ⇒ art. 171, CTN
⇒ só mediante lei autorizativa e em processo litigioso judicial a autoridade pode transigir
• Remissão ⇒ art. 172, CTN (remitir = perdoar)
⇒ a lei pode autorizar ⇒ circunstâncias ⇒ situação econômica do sujeito passivo;
⇒ ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a 
matéria de fato:
⇒ à diminuta importância do crédito tributário;
⇒ a considerações de eqüidade, em relação com as características 
pessoais ou materiais do caso;
⇒ a condições peculiares a determinada região do território da 
entidade tributante
⇒ a lei pode determinar sem que haja necessidade de ato de autoridade administrativa
• Conversão de 
Depósito em Renda
⇒ art. 164, § 2º, CTN
⇒ o valor depositado judicial ou administrativamente é entregue ao Fisco, convertendo-se em receita pública
• Pagamento 
antecipado e 
homologação
⇒ art. 156, VII
⇒ É o caso de lançamento por homologação, no qual ocorre uma antecipação do pagamento, cuja 
ulterior homologação pode ser expressa ou tácita. A homologação é que dá definitividade ao 
pagamento antecipado.
• Consignação em 
Pagamento
⇒ art. 164, CTN
⇒ ação judicial que visa proteger o direito do sujeito passivo de pagar o crédito tributário
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Paulo de Barros Carvalhorequisitos:
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⇒ Casos: - recusa de recebimento;
- subordinação do recebimento ao pagamento de outro tributo ou penalidade ou obrigação acessória;
- subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento 
legal;
• Decisão 
Administrativa 
irreformável
⇒ art. 156, IX
⇒ a decisão não extingue o crédito tributário, mas declara a inexistência do direito ao crédito, revogando ou 
anulando o ato de lançamento, por inocorrência do fato gerador ou por vício formal na constituição do crédito, 
respectivamente.
• Decisão Judicial 
passada em julgado
⇒ art. 156, X
⇒ a decisão não extingue o crédito tributário, mas declara a inexistência do direito ao crédito
• Dação em 
pagamento
⇒ art. 156, XI
⇒ forma recente de extinção do crédito tributário, acrescida pela Lei Complementar nº 104/2001;
⇒ Não obstante sua inclusão recente no rol, os tribunais, bem como os órgãos fazendários já vinham aceitando-a 
como forma de que quitação do crédito tributário.
⇒ A lei a que se refere é a específica de cada tributo;
⇒ O imóvel deve estar livre de quaisquer ônus reais e perfeitamente identificado e registrado em cartório de 
registro de imóveis.
• Decadência
(art. 173)
⇒ É o período de tempo que o sujeito ativo tem para constituir o crédito tributário pelo lançamento;
⇒ Contagem do prazo de 5 
anos 
⇒ Inciso I – a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado;
⇒ Inciso II – cria a suspensão e a interrupção do prazo decadencial;
⇒ art. 150, § 4º - contado da ocorrência do fato gerador.
⇒ Não atinge o lançamento por homologação, porque neste caso a homologação sempre ocorre (tácita ou 
expressa)
⇒ Parágrafo único – 
• Prescrição
(art. 174)
⇒ É o período de tempo que o sujeito ativo tem para cobrar o crédito tributário não satisfeito pelo sujeito 
passivo;
⇒ Início ⇒ Após o lançamento ⇒ Aliomar Baleeiro, Ives Gandra da Silva Martins, Fábio Fanucchi, 
Carlos da Rocha Guimarães, Alberto Xavier, Eduardo Marcial 
Ferreira Jardim;
⇒ Após decisão definitiva 
de recurso administrativo
⇒ Hugo de Brito Machado, Bernardo Ribeiro de Moraes, Edvaldo 
Brito, Sebastião de Oliveira Lime, Sacha Calmon Navarro 
Coelho, Carlos Mário da Silva Velloso, José Carlos Graça 
Wagner, Ricardo Lobo Torres;
⇒ Após a inscrição na 
Dívida Ativa
⇒ Zelmo Denari;
⇒ Interrupção ⇒ art. 174, § único (é o reinício da contagem do prazo no seu todo)
⇒ I – pela citação pessoal feita ao devedor;
⇒ II – pelo protesto judicial;
⇒ III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
⇒ IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do 
débito pelo devedor.
• Repetição do 
Indébito Tributário
⇒ O CTN usa inadequadamente as expressões tributo, sujeito passivo e fato gerador, pois se há direito a 
repetição é porque não havia ocorrido fato gerador, nem teria sido constituído crédito tributário, nem surgiria o 
sujeito passivo;
⇒ Ocorre, sim, o pagamento de um valor sob a falsa idéia de estar extinguindo um crédito tributário.
⇒ O que norteia a existência desta previsão legal é o princípio do não locupletamento sem causa, que no caso 
seria do sujeito ativo;
⇒ O solvens, ou quem entrega o valor a título de pagamento, pode ser tanto contribuinte, quanto responsável.
⇒ A amplitude da restituição em ser total ou parcial posta pelo CTN é imprópria, porque se há restituição,