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1 Biodisponibilidade, meia vida e distribuição Gabriella Almeida Biodisponibilidade, meia-vida e distribuição Caminho que um comprimido percorre: 1. CONHECER A ORIGEM DO CONCEITO DE BIODISPONIBILIDADE E A SUA DEFINIÇÃO: Conceito clássico: “Quantidade de fármaco que chega à biofase e é responsável pela ação farmacológica”. Goodman & Gilman As Bases Farmacológicas da Terapêutica (1996) Constatações: o Por definição, a biodisponibilidade de um medicamento administrado por via intravascular é igual a 100%. o Não há absorção. o A dose está totalmente no organismo. o Quando ocorre absorção, os problemas potenciais de biodisponibilidade dependem da forma farmacêutica (formulação/processos) e da via de administração. o Via oral – ampla complexidade de processos envolvidos na absorção. Conceito Moderno: o A biodisponibilidade se refere à velocidade e à extensão pelas quais um fármaco é absorvido a partir de uma forma farmacêutica e se torna disponível no sítio de ação. Agências Regulatórias Internacionais: o Health Canadá: Velocidade e Extensão da absorção do fármaco na circulação sistêmica. o FDA – USA: Velocidade e Extensão pelas quais um ingrediente ativo ou parte ativa (“moiety”) disponível é absorvido e está disponível no sítio de ação. o EMA (Europa): Velocidade e Extensão pelas quais um ingrediente ativou ou parte ativa (“moiety”) é liberada a partir de uma forma farmacêutica e se torna disponível no local de ação. Os estudos clínicos são úteis para determinar a segurança e eficácia terapêutica. Os estudos de biodisponibilidade são úteis para definir, como a formulação afeta a farmacocinética do princípio ativo, requisito indispensável para avaliar a qualidade do medicamento. 2. RELACIONAR OS FATORES QUE AFETAM A BIODISPONIBILIDADE: Relacionados ao medicamento: o Características do fármaco (físico-químicas e farmacocinéticas). o Formulação (excipientes) o Mecanismo de liberação o Processo de fabricação o Forma farmacêutica. Relacionados ao paciente: o Idade o Estado de saúde o Sexo 3. DIFERENCIAR OS TESTES DE AVALIAÇÃO DA BIODISPONIBILIDADE “in vitro” E “in vivo”: Disponibilidade “in vitro”: o Os testes “in vitro” são, na verdade, estudos de dissolução com simulações. “In vivo”: o Determinação da quantidade de fármaco ou produto de biotransformação em sangue 2 Biodisponibilidade, meia vida e distribuição Gabriella Almeida total, plasma ou soro ou urina em função do tempo. 4. REPRESENTAR A BIODISPONIBILIDADE DE UM FÁRMACO EM UMA CURVA DE CONCENTRAÇÃO SÉRICA-TEMPO 5. COMPREENDER COMO OS DADOS DA BIODISPONIBILIDADE DE UM FÁRMACO PODEM SER UTILIZADOS Determinar a quantidade ou proporção absorvida de um fármaco a partir de uma formulação. Determinar a velocidade em que foi absorvido. Saber qual a duração de sua presença no líquido ou tecido biológico. Conhecer a relação entre a concentração sanguínea e eficácia clínica ou toxicidade do fármaco. 6. COMPARAR OS DIFERENTES TIPOS DE ENSAIO DE BIODISPONIBILIDADE Biodisponibilidade absoluta: o Fração absorvida – via extravascular. o Referência: solução injetável (IV), quando possível. o Estudo necessário para todas as formas farmacêuticas extravasculares de medicamentos inovadores. Biodisponibilidade relativa: o Estudo comparativo – Teste x Referência com aplicações para medicamentos: ▪ Inovadores (registro – definição da forma farmacêutica definitiva e pós-registro). ▪ Genéricos ▪ Similares 7. COMPREENDER COMO ALGUMAS SITUAÇÕES CLÍNICAS QUE ALTERAM A FARMACOCINÉTICA, PODEM MODIFICAR A BIODISPONIBILIDADE 8. DISCUTIR POR QUE ALGUNS MEDICAMENTOS GENÉRICOS SÃO ISENTOS DOS ESTUDOS DE BIOEQUIVALÊNCIA Medicamentos de uso local, como géis, cremes, medicamentos de uso tópico, ou mesmo preparações oftálmicas. Pois, uma vez contendo a concentração do fármaco no veículo apropriado irá garantir a bioequivalência, ou seja, a concentração igual do fármaco no local de ação. 9. DEFINIR, EXEMPLIFICAR E DISCUTIR AS CONSEQUÊNCIAS DA MEIA-VIDA DOS FÁRMACOS Meia-vida – tempo que determinada concentração da droga leva para reduzir-se à sua metade. Após 4 a 6 meias-vidas, a droga atinge praticamente sua concentração plasmática máxima constante média (Css); Quanto mais curta a meia-vida, maus rapidamente se alcança a Css; Quanto mais curta a meia-vida, maior a flutuação plasmática entre as doses; Quando a meia-vida é prolongada acima do valor normal (e.g. insuficiência renal), maior o 3 Biodisponibilidade, meia vida e distribuição Gabriella Almeida tempo para se alcançar a Css. Altas concentrações sanguíneas – toxicidade. Doses administradas (repetidas) após a eliminação da anterior, resultará nas seguintes curvas: 10. DISCUTIR A DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS PELOS PRINCIPAIS COMPARTIMENTOS LÍQUIDOS DO ORGANISMO Após a absorção, o fármaco é distribuído no sangue e sistema linfático e passa aos fluídos extracelulares de vários tecidos. Então as moléculas do fármaco entram nas células e exercem sua ação farmacológica. o Podem também serem armazenadas em reservatórios nos músculos e tecido adiposo apresentando uma ação mais prolongada. 4 Biodisponibilidade, meia vida e distribuição Gabriella Almeida Os sistemas de transporte através de proteínas podem operar de duas maneiras: DIFUSÃO PASSIVA: o Sem gasto de energia, por gradiente eletroquímico; TRANSPORTE ATIVO: o Com gasto de energia, gerada pela hidrólise do ATP. Do ponto de vista farmacocinético, apenas em alguns locais do corpo, o transporte de fármacos mediado por transportadores é importante: o Túbulo renal; o Trato biliar; o Barreira hematoencefálica (BHE); o Trato gastrointestinal. O transporte mediado por transportadores, por envolver uma etapa de ligação, apresenta características de SATURAÇÃO, com sítios transportadores tornando-se saturados com altas concentrações de ligante, e a velocidade de transporte não aumenta além deste ponto. Pode ainda ocorrer uma INIBIÇÃO COMPETITIVA do transporte se houver um segundo ligante que se liga ao transportador.
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