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@queziabritoo INTRODUÇÃO √Causa de morbidade em fetos e recém-nascidos: prematuridade e CIUR √Manifestações viscerais são inespecíficas: hepáticas, oculares, neurológicas, cutâneas e medulares; os sinais aparecem tardiamente na infância ou na idade adulta com sequelas √Diagnóstico confirmado por identificação do agente etiológico: sorologia (IgM e IgG), comparar a quantidade de anticorpos, os títulos da mãe e do RN √Transmissão: contraídas na vida intrauterina por via hematogênica transplacentária Infecção perinatal: hepatite B, HIV, herpes e outras RN assintomáticos: transmissão maior no final da gestação, placenta maior, mais vascularizada RN sintomáticos: quadro clínico variável ou acometimento multissistêmico grave e sequelas SÍFILIS CONGÊNITA SÍFILIS CONGÊNITA E CONDIÇÕES MATERNAS: √Idade materna < 20 anos √Baixa escolaridade √Uso de tabaco √Início tardio do pré-natal √<6 consultas no pré-natal √Ausência do teste de sífilis nos 3 primeiros meses de gestação DEFINIÇÃO: A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano. A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do treponema pallidum da gestante infectada não tratada ou não adequadamente tratada para o seu concepto por via transplacentária. TRANSMISSÃO VERTICAL: √Período de inc. 21 dias: mulher após contato sexual √Fase primária (cancro duro): desaparece com 3 a 6 semanas √Fase de secundarismo luético: (exantema e linfoadenopatia) 1 a 8 semanas √Fase de latência (precoce e tardia): menor ou maior que 1 ano √Formas terciárias: após vários anos aparecem as: neurológica, cardiovascular e outras. √A passagem transplacentária de treponemas pode ocorrer em qualquer estágio clínico da sífilis materna. A TV é mais frequente na sífilis recente, diminuindo com a evolução da doença para as fases tardias (tardia latente após um ano e tardio na sífilis terciária). Acontece mais frequentemente intraútero embora possa ocorrer durante a passagem pelo canal de parto, caso haja lesão genital materna ativa ou durante o aleitamento se houver lesão cutânea mamária por sífilis DESFECHOS ESPERADOS NA SÍFILIS GESTACIONAL √Abortamento √Óbitos neonatais √Crianças hígidas: 2/3 dos RN com SC são assintomáticos √Crianças infectadas √Lesões tardias: quadros irreversíveis ressurgimento em 2 anos: retardo mental, convulsões, alterações ósseas, dentárias, audição e visão CLASSIFICAÇÃO √Sífilis Congênita Precoce (até 2 anos de vida) mais evidente até o 3° mês de vida), 60-90% dos RN são assintomáticos ao nascer, importância da triagem sorológica Alteração LCR: VDRL reagente; celularidade: > 25 cél/mm; proteínas: > 150mg/dL Anemia, leucocitose ou leucopenia, plaquetopenia (pode ser a única manifestação), icterícia Osteocondrite, dor a manipulação, pseudoparalisia de Parrot Prematuridade e ou baixo peso Coriorretinite (sal e pimenta) Lesões cutâneas Rinite (secreção nasal mucosa pode se tornar sanguinolenta) Hepatoesplenomegalia √Sífilis Congênita Tardia (>2 anos de vida). As manifestações clínicas da sífilis congênita tardia estão associadas com cicatrizes ou inflamação persistente da infecção inicial e são caracterizados por gomas sifilíticas em vários tecidos. Sinais: tíbia em lâmina de sabre, fronte olímpica, nariz em sela, dentes deformados, mandíbula curta, arco palatino elevado, articulações de Clutton, ceratite intersticial com cegueira, surdez neurológica, dificuldade no aprendizado, hidrocefalia e retardo mental. TESTES IMUNOLÓGICOS EXAMES COMPLEMENTARES √Hemograma: anemia, trombocitopenia e leucocitose (marcadores de infecção congênita) √Perfil hepático e eletrólitos √VDRL do sangue periférico √Radiografia de ossos longos √Avaliação do líquor MOMENTOS DE TESTAGEM PARA GESTANTES √O tratamento da sífilis na gestante deve ser iniciado com apenas um teste reagente, sem aguardar o resultado do segundo teste TRATAMENTO √Início do tratamento em até 30 dias antes do parto √Documentação de queda dos títulos do teste não treponêmico em duas diluições (ex: 1:64 para 1:16) em 3 meses após a conclusão do tratamento ou 4 diluições em seis meses após a conclusão do tratamento √Sífilis terciária ou desconhecida (>1 ano de evolução): Penicilina benzatina 7.200.000 UI, IM em 3 doses semanais de 2.400.000 UI Em casos de alergia a penicilina: encaminhar para dessensibilização √Fatores que indicam mau tratamento: Qualquer medicamento que não seja penicilina OU incompleto mesmo que seja com penicilina OU incompleto para o estágio da doença OU o início do tratamento ocorreu nos 30 dias anteriores ao parto OU ausência da queda ou elevação dos títulos do VDRL após o tratamento adequado OU o parceiro não foi tratado, foi tratado inadequadamente ou não se tem informação disponível sobre seu tratamento QUANDO NOTIFICAR? FLUXOGRAMA DO MANEJO NA SÍFILIS CONGÊNITA SEGUIMENTO AMBULATORIAL √Consultas ambulatoriais mensais até o 6o mês de idade e bimensais dos 6 aos 18 meses de idade √Realizar VDRL com 1,3,6,12 e 18 meses de vida. A queda progressiva dos títulos até a obtenção de 2 valores negativos confirma a cura. √No caso de crianças tratadas de forma inadequada, convocar e reiniciar tratamento. √Nos casos em que o LCR foi alterado repetir a cada 6 meses até normalização. √Acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestral por dois anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS √Sempre que possível deve-se realizar um exame de VDRL no início do tratamento (idealmente, no primeiro dia de tratamento), importante para documentação da titulação e servirá como base para o monitoramento clínico. √Documentação de queda dos títulos do teste não treponêmico em duas diluições (ex: 1:64 para 1:16) em 3 meses após a conclusão do tratamento ou 4 diluições em seis meses para controle de cura é importante, pois nem todo título alto é doença, nem todo título baixo é cicatriz imunológica. √No teste não treponêmico, um título maior que o materno em pelo menos duas diluições (ex.: materno 1:4, RN maior ou igual a 1:16) é indicativo de infecção congênita. No entanto, a ausência desse achado não exclui a possibilidade do diagnóstico de SC. √Alguns estudos de mães com sífilis e recém- nascidos, mostraram que menos de 30% das crianças com sífilis congênita apresentam titulação NTT quatro vezes superiores aos maternos. HIV TRANSMISSÃO VERTICAL: √Intra-útero: pelo transporte celular transplacentário, por meio de infecção da placenta, tecido fetal e fluido amniótico, principalmente nas fases mais tardias da gestação √Intra-parto: pelo contato do bebê com as secreções infectadas da mãe ao passar pelo canal vaginal, infecção ascendente da vagina para as membranas fetais ou pela absorção no aparelho digestivo do RN √Pós parto: ausência do suco gástrico capaz de inativar o vírus e a ingestão de macrófagos infectados pelo HIV presentes no colostro materno MANEJO DA PARTURIENTE VIVENDO COM HIV COM SEGUIMENTO PRÉVIO NO PRÉ-NATAL √Adesão ao tratamento √CV HIV realizada com 34 semanas √Notificada como gestante e adulto com HIV √Qual a via de parto? Fazer AZT? MANEJO DA PARTURIENTE COM TR REAGENTE PARA HIV NO MOMENTO DA ADMISSÃO PARA O PARTO √Infecção pelo HIV é definida com 2 resultados reagentes em testes rápidos (TR1 e TR2) contendo antígenos diferentes, confirmar com o teste de quantificação de carga viral do HIV √Investigar outras IST e coletar CV, CD4 e genotipagem √Cesariana √Sinais e sintomas de infecções oportunistas √Notificar PARTURIENTE COM SEGUIMENTO PRÉVIO PARA O HIV PARTURIENTE COM TR1 E TR2 REAGENTES PARA O HIV CUIDADOSCOM OS RECÉM-NASCIDOS √Clampeamento imediato do cordão umbilical √Realizar banho com água corrente √Evitar aspirar vias aéreas √Orientar a mãe a não amamentar e inibir a lactação Cabergolina 1mg VO dose única (Dostinex®) √Manter puérpera e RN em ALCON √Classificar em baixo/alto risco MANEJO DA CRIANÇA EXPOSTA AO HIV DE BAIXO RISCO √Recém-nascidos de parturientes em uso de ARV desde a primeira metade da gestação e √com CV-HIV indetectável a partir da 28ª semana (3° trimestre) e √sem falha na adesão à TARV MANEJO DA CRIANÇA EXPOSTA AO HIV DE ALTO RISCO √Recém-nascido de parturiente sem uso de ARV na gestação OU √Sem registro de pré-natal OU √Que não recebeu profilaxia antirretroviral no momento do parto, conforme a indicação OU √Que iniciou ARV após a 2a metade da gestação OU √Com infecção aguda pelo HIV durante a gestação ou aleitamento OU √Com CV-HIV detectável no 3o trimestre, independentemente do uso de ARV na gestação OU √Com CV-HIV desconhecida OU √Com diagnóstico de HIV no momento do parto ANTIRRETROVIRAIS PARA A PROFILAXIA CONFORME O RISCO DE EXPOSIÇÃO E IG O esquema é composto pelos seguintes antirretrovirais: √Zidovudina (AZT), Lamivudina (3TC), Raltegravir (RAL) e Nevirapina (NVP) √Este esquema de profilaxia deverá ser administrado por 28 dias. √O RAL não pode ser administrado em crianças com IG<37 semanas. √Para esta situação, o esquema será com AZT e 3TC por 28 dias concomitante com nevirapina (NVP) por 14 dias. √Aquelas crianças com idade gestacional <34 semanas, deverão realizar a profilaxia apenas com AZT durante 28 dias, independentemente do risco de exposição ao HIV. √Crianças do grupo de baixo risco permanecem com a profilaxia contendo apenas AZT por 28 dias. ESQUEMA PROFILÁTICO E DOSES RECOMENDADAS PARA O RECÉM-NASCIDO EXPOSTO AO HIV DIAGNÓSTICO DO RN √Nos primeiros 18 meses de vida ainda há anticorpos maternos e não é possível concluir o diagnóstico com avaliação sorológica, sendo necessária a carga viral √A 1ª carga viral é feita ao nascimento (sangue periférico, nunca de cordão umbilical, o ideal é que a coleta seja feita antes da TARV) √Se a primeira carga viral for indetectável a segunda é feita com 14 dias de vida √Se a 2ª CV for indetectável, faz um 3a CV 2 semanas após o fim da profilaxia (6 semanas de vida) √A 4ª CV é feita com 8 semanas após o fim da profilaxia, quando a criança tem 12 semanas de vida √Além disso aos 12 meses, realiza uma sorologia anti-HIV, com o objetivo de documentar a sororeversão (torna -) Se a sorologia for + repete-se com 18 meses Se a 1ª CV for detectável repete o exame imediatamente com 2 CV detectáveis confirmando o DG OBS: Se contagem inferior a <5000 cópias, deve repetir ou lançar mão da pesquisa pró DNA viral Se 2 CV com contagem >5000 = é infecção do HIV, sempre tratar as crianças VACINAÇÃO DO RN EXPOSTO AO HIV Todas as vacinas do PNI até os 18 meses de vida, após essa idade se negativar seguir o esquema básico com algumas peculiariedades como: √Vacina antipoliomielite deve ser feita sempre no modo inativado √Vacina varicela em 2 doses para proteção dos contatos com imunodeficiência √Vacina rotavírus: não é contraindicada em RN expostos √Vacina BCG: não deve ser adiada até resultado de CV negativa √Imunobiológicos especiais: √Imunoglobulina anti-hepatite B: usada nos RNs de mães HBsAg+ nas primeiras 12 horas de vida √Imunoglobulina anti-varicela zooster: nos RNs de mães com varicela 5 dias antes e 2 dois dias após o parto √Imunoglobulina anti-tetânica: RNs em situações de risco para tétano neonatal ORIENTAÇÕES PARA A ALTA DA MATERNIDADE DE PARTURIENTES REAGENTES PARA O HIV TOXOPLASMOSE CONGÊNITA √Zoonose produzida pelo Toxoplasma gondii √A replicação do parasita ocorre ativamente na placenta e atinge praticamente todos os sistemas orgânicos do feto, principalmente o SNC e as túnicas oculares √Achados: anemia, trombocitopenia √Hidrocefalia, microcefalia e retardo, calcificações difusas √Corriorretinite: bilateral em 60 a 80%, recorrente e progressiva √Exames: ELISA IgG e IGM (RN e mãe), fundo de Olho, US e CT de crânio, LCR/HC/Função hepática, Avaliação auditiva √Tratamento: sulfadiazina+ pirimetamina+ ácido folínico prednisolona Criança infectada tratar durante um ano CITOMEGALOVIROSE √A exposição pode ocorrer: antes (transplacentária) durante (secreções maternas durante o parto) e após o nascimento (leite materno, transfusões sanguíneas e contato) √Isolamento viral em cultura (urina e saliva), PCR (DNA viral), IgG e IgM anti-CMV √Anemia, trombocitopenia √Calcificações periventriculares √Surdez neurossensorial (responsável por 25% de perdas auditivas) √Microcefalia √Petéquias, CIUR, hepatoesplenomegalia e hepatite √Tratamento sintomáticos: ganciclovir por 6 semanas valganciclovir vo por 6 meses √Fatores de risco: <idade materna, escolaridade materna, número de pessoas na casa, exposição profissional, exposição a crianças, número de parceiros sexuais ZIKA CONGÊNITA √A transmissão sexual do vírus Zika foi comprovada por inúmeros relatos de casos, sendo a Zika considerada uma IST, cuja transmissão sexual pode ser evitada por meio do uso de preservativo √Deformidades articulares e de membros (membros artrogripóticos) √Alterações oculares, déficit auditivo, espasticidade, convulsões, alterações no desenvolvimento neurológico √Calcificações cerebelares (hemisférios), hipoplasia do vermis inferior (aumento da cisterna magna) √Tratamento: manejo das sequelas HERPES SIMPLEX √Herpes vírus tipo 1 e tipo 2 (mais neurotóxico) √A infecção congênita é geralmente identificada nas primeiras 48h de vida, caracterizada pela presença de achados cutâneos, achados neurológicos e lesões oculares. √Cultura de vírus a partir de amostras de sangue, lesões, LCR, urina, fezes e outras secreções √Microcefalia ou hidrocefalia √Aciclovir EV por 21 dias (20mg/Kg/dose a cada 8h) em doença generalizada e quando a doença for limitada à pele e às mucosas o tratamento limita-se a 14 dias. RUBÉOLA CONGÊNITA O vírus pode continuar infectando órgãos e tecidos do RN resultando em hepatite, pneumonia, pancreatite, miocardite, meningite e outros. IgG e IgM para Rubéola Alterações cardíacas: PCA e estenose de ramo da artéria pulmonar e DM1 2/3 são assintomáticos ao nascer/sequelas até os 5 anos: microcefalia, cardiopatia, catarata DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS INFECÇÕES CONGÊNITAS
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