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CAMILA MATARAZZO TBL 1 – UC 18 – VAGINITES E VAGINOSES MICROBIOTA VAGINAL Estrogênio estimula Céls epiteliais presentes no colo do útero produzirem glicogênio alimentam os lactobacillus pH vagina < 4,5 VAGINOSE BACTERIANA Gardnerella – bactéria anaeróbia que faz parte da microbiota natural da vagina - promove ↑ pH vaginal e ↓ dos lactobacillus - leucorreia fluida, branco-acinzentada e FÉTIDA (cheiro de peixe podre) - Whiff teste: colocar 1 gota de KOH no conteúdo vaginal positivo se houver liberação de odor fétido Diagnóstico: - critérios de Amsel (pelo menos, 3 dos 4 critérios): corrimento vaginal Tratamento: 1ª escolha: Mteronidazol 500mg de 12/12h por 7 dias OU clindamicina creme vaginal 2% - 1 aplicador vaginal a noite por 7 dias OBS: NÃO pode usar metronidazol no 1º trimestre da gestação devido efeito teratogênico – utilizar a clindamicina 2ª escolha: Clindamicina 300mg, 1 cp VO de 12/12h por 7 dias Orientar sobre o consumo de ÁLCOOL: não deve fazer o consumo da bebida devido ao efeito dissulfiram (palpitação, sudorese, cefaléia, náusea e vômitos) OBS: NÃO tem necessidade de tratar os parceiros, uma vez que não é uma IST; NÃO tratar assintomáticas, uma vez que a Gardnerella faz parte da microbiota. EXCETO: gestantes – necessário tratar, pois a Gardnerella é fator de risco VAGINOSE CITOLÍTICA DIMINUIÇÃO do pH Tratamento; banho de assento com bicarbonato de sódio CANDIDÍASE Ocorre devido a um desequilíbrio da microbiota – é um fungo oportunista Leucorreia grumosa ( fica grudada na parede vaginal e no colo do útero, por isso da causa intensa de prurido), hiperemia, aumento de leucócitos e PRURIDO KOH facilita a visualização das hifas Fatores de risco: queda da imunidade – DM, AIDS, gestação, obesidade, uso de corticóides, uso de ACO combinado, uso de ATB Tratamento: Miconazol creme 7 noites Nistatina creme 14 noites Aplicação noturna utilizando aplicador vaginal Fluconazol 150mg VO dose única OBS: utilizar creme ou VO Outras opções: cetoconazol, clotrimazol, anfotericina, isoconazol OBS: não precisa tratar parceiro desde que assintomático; não tratar as pacientes assintomáticas; gestantes o tto é por 14 dias Candidíase de repetição: 4 ou + episódios por ano. Tto: fluconazol 150mg em D1/D4/D7 (1 cp a cada 3 dias) e depois 1 cp 1x/semana por 6 meses Cândidas atípicas: C. glabrata e C.tropicalis Tto: ácido bórico 600mg óvulos vaginais – inserir 1 óvulo à noite OBS: se assemelha com a vaginose citolítica TRICOMONÍASE É uma IST! tratar o parceiro OBRIGATORIAMENTE Protozoário flagelado anaeróbio; pH>4,5; tempo de incubação de 4-20 dias; leucorreia esverdeada e bolhosa; colpite tigroide: colo em morango/framboesa; teste de Whiff pode ser positivo Diagnóstico: exame fresco – colhe o corrimento e coloca na lâmina Tratamento: Metronidazol 2g VO dose única Tinidazol 2g VO dose única SEMPRE tratar os parceiros e os pacientes asintomáticos VAGINITE INFLAMATÓRIA DESCAMATIVA Substituição dos lactobacilus por estreptococos do grupo B Leucorreia purulenta OBS: Vaginite por corpo estranho Ocorre em crianças por inserção de corpo estranho. Leucorreia amarelada de odor fétido VAGINITE AERÓBIA VAGINITE ATRÓFICA Ocorre nas mulheres menopausadas devido ↓ lactobacilos e consequente ↑pH Tratamento: estrogênio tópico QUADRO GERAL CASO CLÍNICO Jenifer, 28 anos, nuligesta, em uso ACO combinado oral, procurou o serviço de pronto atendimento com queixa de corrimento amarelado associado a prurido vaginal e ardência ao urinar há 15 dias, refere que a data da pultima menstruação foi há 4 semanas. Realizou tto tópico com miconazol creme vaginal, também com fluconazol 150mg via oral, em dose única, sem melhora dos sintomas. Já havia tratado 6 episódios de candidíase no último ano (sic). O exame a fresco da secreção vaginal é demonstrado a seguir: Imagem: citólise e células com núcleos vazios Qual a hipóstese diagnóstica e qual o tto que deve ser proposto? Vaginose citolítica e tto com banho de assento de bicarbonato de sódio QUESTÕES 1- Constituem critérios diagnósticos de vaginose bacteriana, exceto: a) Corrimento branco-acinzentado e odor fétido após coito b) pH vaginal < 4,5 c) Presença de células alvo ao esfregaço vaginal d) Teste das aminas positivo *a VB ↑ o pH vaginal 2- Dos microorganismos a seguir, não faz parte da microbiota vaginal normal: a) Lactobacillus b) Chlamydia trachomatis c) Cândida albicans d) Gardnerella vaginalis *Clamídia é uma IST 3- São fatores de risco para vaginose bacteriana, exceto: a) Raça negra b) Uso de ducha vaginais c) Menstruação d) Uso de ATB 4- Em relação a candidíase de repetição, podemos afirmar, exceto: a) Definida como quatro ou mais episódios por ano, confirmados laboratorialmente b) Requer confirmação diagnóstica de cepas não albicans (glabrata e outras) c) Recomenda-se esquemas de supressão com fluconazol 150mg 1x/semana por 6 meses d) O tratamento medicamentoso com metronidazol 500mg de 12/12 horas é recomendado 5- Em relação à candidíase vulvovaginal, é correto afirmar que: a) Ocorre em pH vaginal < 4,5 b) O KOH a 10% dificulta a visualização das hifas (KOH facilita) c) É freqüente a associação com vaginose bacteriana (é normalmente confundida com VB) d) É causa mais comum de vaginite na menacme (período fértil da vida da mulher – entre 1ª e última menstruação) 6- Podemos afirmar sobre a vaginose citolítica, exceto: a) A vaginose citolítica é frequentemente confundida com candidíase vulvovaginal b) Ocorre proliferação excessiva de Lactobacillus, diminui o pH levando aos sintomas clínicos como corrimento abundante, prurido, sensação de queimação, desconforto e dispareunia c) Os sintomas ocorrem com maior intensidade no período pré-menstrual d) O teste de aminas (whiff test) é de extrema importância para realizar o diagnóstico 7- Jenyffer, 25 anos, vida sexual ativa, ciclos menstruais normais, procura seu ginecologista referindo corrimento abundante, branco-acinzentado, de odor fétido que piora após o coito e durante a menstruação. Ao exame especular: presença de corrimento branco-acinzentado e pH vagina de 4,9.Ao toque vaginal: útero de tamanho normal, anexos normais, indolores à mobilização. Durante o exame ginecológico, realizou-se o teste de aminas que foi positivo e ao exame microscópico do esfregaço vaginal revelou presença de células chaves. Qual provável diagnóstico dessa paciente? a) Herpes genital b) Candidíase vulvovaginal c) Vaginose bacteriana d) Tricomoníase vaginal *Gardinerella assintomática só trata em gestantes *Tricomoníase SEMPRE trata, inclusive o respectivo parceiro 8- Dioneide comparece ao consultório de sua ginecologista para avaliação de rotina. Nega fluxo vaginal patológico ou prurido genital. Ao exame físico: útero intrapélvico, móvel, ovários impalpáveis, conteúdo vaginal fisiológico. O laudo da colpocitologia foi negativo para neoplasia, com Candida SP na microflora. A melhor conduta nesse caso é: a) Prescrever metronidazol 400mg, via oral, 12/12 horas, por 7 dias b) Prescrever fluconazol 150mg, via oral, dose única c) Prescrever secnidazol 2g, via oral, dose única d) Expectante 9- Uma mulher de 30 anos procurou emergência devido a leucorréia e dispareunia. Ao exame ginecológico, foi identificada leucorreia esverdiada e bolhosa. Apresentava dor à mobilização do útero. No exame a fresco da secreção vaginal, havia protozoário móvel. Foram prescritos a ela e ao parceiro 2g de metronidazol, em dose única. Procedeu-se a coleta de material para os seguintes exames: anti-HIV I e II, VDRL e cultura para Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoease. Após 72horas, a paciente retornou COM NÁUSEA, VÔMITOS INTENSOS, CEFALEIA E CONFUSÃO MENTAL. Informou que tanto ela quanto o parceiro já haviam utilizado a medicação prescrita. Com base no quadro clínico, considere as assertivas a seguir: I. O tratamento para tricomoníase foi corretamente prescrito II. O tratamento da doença inflamatória pélvica deve ser realizado com atb de cobertura para Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, mesmo sem o resultado da cultura III. A ingestão de bebidasalcoólicas torna o diagnóstico de efeito dissulfiram muito provável Está (ão) correta (s): a) I, apenas b) II, apenas c) III, apenas d) I, II e III 10- Diante de uma candidíase vulvovaginal clássica, a paciente pode referir os seguintes sintomas, exceto: a) Prurido e ardência b) Corrimento geralmente grumoso c) Corrimento com odor fétido d) Dispareunia de intróito vaginal
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