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IMUNOLOGIA – 25/08/2021 Sistema imune é importante para diversas coisas, dentre elas: a. Homeostase b. Tolerância imunológica c. Transplante d. Doenças autoimunes e. Imunodeficiência VACINAÇÃO Segundo o Ministério da Saúde: “Vacinar, é criar artificialmente e sem riscos, um estado de proteção contra determinadas doenças infectocontagiosas e graves” Ninguém morre porque se vacinou Vacinar = prevenir Vacinação mimetiza a resposta do organismo normal Tem como estratégia número 1 repetir o processo de ativação de antígeno Acontece para ativar as células geradoras de memória Vacinação tem por objetivo gerar uma resposta de memória celular (vírus) e humoral (bactéria) Fatores inerentes a vacina: 1. Idade 2. Doenças autoimunes 3. Tratamento imunossupressor Não se recomenda a vacinação caso o paciente esteja doente no momento Falsas contraindicações: a. Doenças benignas comuns: diarreia, por exemplo b. Desnutrição c. Doença neurológica estável d. Antecedente familiar de convulsão Proteína S do covid, é formada por 4 letras (ABCD), não importando se, na hora que for feita a vacinação, o vírus vai estar vivo, atenuado ou morto Vírus vivo/intacto: processo infeccioso normal Vírus atenuado: manipulado em laboratório, ou seja, tem uma atividade presente mas que não é capaz de desenvolver doença; é mais fraco Vírus morto/estático: não causa doença, no entanto, a resposta imune é mais frágil (vasta) Independente de ser o vírus atenuado ou morto, tem-se um processo de apresentação de antígeno via MHC II, fazendo com que aconteça uma modulação da resposta Formação de anticorpos A, B, C e D primeira linha de anticorpos produzidos No entanto, outros serão formados, como: AB, AC, AD, ABC, ABD, ACD, DC, DCB, DCA, DB, DA, DBA... cada organismo produz um anticorpo diferente, mas relacionados com o vírus Para que o vírus morto tenha a mesma resposta do vírus atenuado, precisa-se administrar mais de uma dose da vacina Exemplo: BCG, administrada de 10 em 10 anos Nesse caso, esse antígeno irá romper a barreira inespecífica (IL-1, IL-6, IL-12 e IL-18), passando pelo processo de PAMP e PRR Vão aparecer neutrófilos que vão morrer, gerando um processo de inflamação natural (dor, edema e febre local) Especificamente, como o antígeno é o vírus, a célula que chega é a NK: secretam IFN, aumentando a resposta imune inespecífica Neutrófilo morrendo resulta em uma sinalização para as células dendríticas e via MHC I ativa os linfócitos T CD8 e células NK (primeira resposta) Essas células aumentam a morte por apoptose por envolverem receptores de FAS/FAS L/ granzima/perforina/granulolizimas ativando caspases Resposta viral não é humoral, é preferencialmente uma resposta celular (linfócitos CD8 e células NK) Células dendríticas também recrutam, através do MHC II, linfócitos T CD4 (1º sinal) 2º sinal: interação do CD28 interagindo com o B7 ativação da resposta Th1: na presença de IL-1, IL-12 e IL-18 haverá aumento de células NK, linfócitos T CD8, sistema complemento, neutrófilos, eosinófilos, plaquetas... (segunda resposta) Faz com que haja a liberação de IL-2: ativação autócrina do linfócito e ativação parácrina na medula óssea Paciente apresenta febre e calafrios: ativação das células e processo de destruição É NORMAL A terceira resposta é a ativação de Th2, onde o linfócito B será ativado para produzir IgM, IgG e IgA após ter evoluído para plasmócito Linfócito B gera células de memória, bem como Th1 7-14 dias para que esse processo esteja completamente “pronto” e. Alergias não relacionadas com componentes das vacinas f. Prematuridade ou baixo peso ao nascer*: dependendo de como esteja o organismo do paciente, principalmente na prematuridade, não se consegue segurar a resposta de vírus atenuada (pode gerar um processo de resposta do organismo negativo à vacina) g. Internação hospitalar *A única que tem mais ou menos comprovação de contraindicação Não tomar anti-inflamatório após vacinação, pois vai desligar a resposta imune, quando o que se quer é ela ativada para gerar uma apresentação de antígenos e defender contra o vírus As campanhas de vacinação servem para orientar a população acerca da vacina Imunização em rebanho: quando a maioria da população recebe imunização, isso faz com que a disseminação de doenças contagiosas se torne mais controlada A ideia é que, através da imunização em rebanho, consiga-se deixar os antígenos circulando na população para que as pessoas que NÃO PODEM TOMAR, fiquem protegidas Em relação ao covid, tomar a 1ª e 2ª dose fazem com que o risco de se contrair a subunidade delta seja menor HISTÓRICO Nos últimos 200 anos a vacinação controlou 9 principais doenças em algumas partes do mundo: varíola, difteria, tétano, febre amarela, coqueluche (pertussis), poliomielite, caxumba e rubéola Algumas doenças tiveram retorno, exemplo disso é a febre amarela IMUNIZAÇÃO Confere imunidade contra uma doença de modo que não seja contraída ou diminuída a gravidade Objetivo: aumentar a resistência de um indivíduo contra infecções Isso não quer dizer que não se terá a doença Nenhuma vacina no mundo tem 100% de eficácia É administrada por meio de vacina, imunoglobulina ou por soro de anticorpos Tipos de imunidade conferidas: 1. Imunização ativa artificialmente adquirida: induz a formação de anticorpos através da introdução artificial do antígeno (de natureza humana ou animal) × É a vacina 2. Imunização ativa naturalmente adquirida: introdução acidental do antígeno (através de um ferimento cutâneo, via oral e/ou respiratória) com formação de quantidade suficiente de anticorpos para evitar a instalação da doença 3. Imunização passiva naturalmente adquirida: transferência de anticorpos maternos através da placenta para o feto 4. Imunização passiva por anticorpos: produzidos por um indivíduo e injetados em outro indivíduo × É o soro, soroterapia Através da doença que se consegue ter todos esses tipos de imunização Anticorpo só vai ser desenvolvido se houver a apresentação dele para uma célula dendrítica Exemplo: uma célula dendrítica vai apresentar um pedaço DA, outra BC e outra AB, no entanto, nenhuma célula dendrítica vai apresentar para ABCD (logo, não vai ter anticorpos para essa porção, uma vez que “ninguém” apresentou) IMUNOLOGIA DA VACINAÇÃO Não se tem vacina para esquistossomose, por exemplo, uma vez que é uma doença proveniente de uma falta de saneamento básico Diferente de uma gripe que é proveniente do ar, é algo respiratório Edward Jenner (1798) utilizou o vírus da varíola bovina para imunizar o homem contra a varíola humana Imunologia da vacinação: 1. Proteína imunógenas ou imonogenes vão se encontrar com uma célula apresentadora de antígeno (pode ser um linfócito B, macrófago ou uma célula dendrítica) 2. Essa célula dendrítica vai processar essa antígeno, apresentando a um macrófago por MHC I ou um linfócito T, que evolui para uma resposta Th1 (ativação de células T CD8 e células NK) 3. Depois, há ativação de uma resposta Th2: ativação do linfócito B (evolui para plasmócito e secreta anticorpos contra o antígeno específico) 4. Gera linfócito B de memória e linfócito T de memória, independente da ser Th1 ou Th2 5. No final, vai ter ativação de proteínas C reativas e sistema complemento, ou seja, há a modulação de várias células do sistema imunológico para garantir que o processo de infecção seja controlado RESPOSTA PRIMÁRIA A resposta primária pode se dar em 3 períodos: 1. Período de latência: é o período entre a injeção da vacina e o aparecimento dos anticorpos séricos × Varia de acordo com o desenvolvimento de sistema imunitárioda pessoa, da natureza e da forma da vacina (antígeno) utilizada 2. Período de crescimento: é o período em que ocorre o aumento da taxa de anticorpos × Cresce de modo exponencial × Atinge o seu máximo no tempo mais variado × Varia de 4 dias a 4 semanas 3. Período de diminuição: é o período em que, depois de atingir a concentração máxima, a taxa de anticorpos tende a diminuir × Período longo × Depende da taxa de síntese dos anticorpos e de sua degradação, bem como da qualidade e quantidade do antígeno REPOSTA SECUNDÁRIA Observa-se ao introduzir uma segunda ou mais doses posteriores Para produzir anticorpos são necessários alguns dias IMUNIDADE ADQUIRIDA/ ESPECÍFICA/ ADAPTATIVA Imunidade associada com a vacinação é do tipo específica Há memória imunológica Tem resposta celular e humoral, a que mais vai predominar depende do tipo de antígeno que foi administrado Especificidade: anticorpo (humoral) e células programadas para combater antígenos específicos (resposta celular) Epítopos ou determinantes antigênicos: sítios dos antígenos reconhecíveis IMUNOLOGIA DA VACINAÇÃO: Produção de linfócitos T CD4, T CD8 e células NK Anticorpos e células NK causam lise das células infectadas com patógenos intracelulares IgA: mucosas; bloqueia a aderência e penetração de microrganismos, não atravessa placenta IgM: fase aguda, resposta primária, não atravessa placenta IgG: com memória, resposta secundária, atravessa placenta IgE: proteção contra doenças parasitárias e alérgicas Interação de linfócitos B com Th induz a troca de IgM por IgG SORO x VACINA Soro é uma imunidade passiva, relacionado a uma proteção contra intoxicações Vacina mimetiza o processo de resposta imunológica Imunobiológicos Soro Vacina Tipo de imunização Passiva Ativa Constituição Anticorpos Antígenos Resposta Imediata Posterior Tempo de ação Temporária Duradoura Proteção contra Intoxicações (venenos, toxinas) Prevenir rejeição Vírus Bactérias Produção de soros: USOS DA IMUNIZAÇÃO PASSIVA PRINCIPAIS TIPOS DE VACINA São dois grupos: 1. Bacterianas 2. Virais Esses tipos de vacina diferem na forma de produção A imunização pode ser feita individualizada ou ou também de forma combina como: difteria-tétano- coqueluche (DTP), DTP-pólio, meningite meningocócica B e C FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS COMPONENTES ANTIGÊNICOS a. Suspensão de bactérias vivas atenuadas b. Suspensão de bactérias mortas c. Componentes das bactérias d. Toxinas e. Vírus vivos atenuados f. Vírus inativados g. Frações de vírus VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: a. Oral b. Intradérmica: músculo deltoide c. Subcutânea: músculo deltoide d. Intramuscular: região deltoide, glútea e face ântero- lateral da coxa ADJUVANTES DAS VACINAS São substâncias administradas juntamente com os antígenos vacinais, que tem como função aumentar o potencial imunogênico da vacina Benefícios: Maior apresentação antigênica, com resposta imune mais rápida, forte, ampla, duradoura e com necessidade de poucas doses Aumento da resposta imune em populações de “baixos respondedores” (idosos e imunocomprometidos) imunossenescência: diminuição da produção de linfócitos B, logo, diminui-se a capacidade de gerar anticorpos Otimização do antígeno: uso de concentrações menores com efeitos adequados Seguro para animais e humanos Exemplos: sais inorgânicos, sistemas de vacina (tipo lipossomos), produtos de bactérias (ativam neutrófilos) e citocinas (mais utilizado na pecuária) SAIS DE ALUMÍNIO: Usados na maioria das vacinas aplicadas em humanos Não recomendado para uso em animais de produção Há depósito de sais de alumínio na carne e liberação do leite Apresentam poucas reações adversas, uma delas é uma inflamação branda do local Pouco eficientes na ativação de resposta Th1: Não adequados para vacinas cujo objetivo é induzir respostas de células T CD8+ e vacinas contra parasitas intracelulares Ativa resposta Th2: produção de anticorpos Melhor escolha para uma vacina contra bactérias Ideal para indução de anticorpos neutralizantes: vacinas contra toxinas Indivíduos com tendência genética alta a produção de IgE: risco de alergias USO DE CITOCINAS COMO ADJUVANTES: Resposta imune induzida por imunoestimulantes (citocinas) IL-12: leishmaniose, vírus da artrite encefalite GM-CSF: leishmaniose e câncer IL-1-ALPHA, IL-12 e IL-18: HIV Problemas: meia vida in vivo, efeito sistêmico e efeitos colaterais CARACTERÍSTICAS DAS VACINAS EFETIVAS Segura Protetora Oferece proteção sustentada Induz anticorpos neutralizantes Induz células T protetoras Baixo custo por dose Estabilidade biológica Facilidade de administração Poucos efeitos colaterais O QUE É NECESSÁRIO PARA PRODUZIR UMA VACINA? 1. Entender o ciclo de vida do patógeno: encontrar o melhor estágio para servir de alvo 2. Entender os mecanismos imunológicos estimulados pelo patógeno: resposta imune celular e/ou humoral VACINAS DISPONÍVEIS NO BRASIL: REDE DE FRIO: Forma como se conserva/guarda a vacina Processo de conservação, manipulação e distribuição dos imunobiológicos Objetivo: assegurar que todos os imunobiológicos mantenham suas características iniciais a fim de conferir imunidade Conservação das vacinas: +2°C a +8°C VACINAS e CORONAVÍRUS 1. Algumas coisas ainda se precisa desenvolver e, outras, já estão na fase de pré-clínica 2. Tem-se 9 vacinas para o vírus inativo e 5 tipos para a fase clínica 3. As vacinas de organismos mortos não possuem risco de transmissão, configurando uma vantagem muito boa para elas No entanto, as desvantagens são: múltiplos reforços, composição pouco conhecida, patógeno deve ser cultivado in vitro, desenvolve principalmente uma resposta humoral e adjuvantes 4. As vacinas de organismos vivos/atenuados apresentam como vantagens: dose única, proteção duradoura e resposta humoral/celular Como desvantagens: risco de reversão da patogenicidade e pouca definição da composição Dosagem de vacinas em organismo mortos X vacinas atenuadas: Diferenças entre vacinas atenuadas e inativadas: ORGANISMOS ATENUADOS NO BRASIL: febre amarela, pólio (Sabin), rubéola, sarampo, caxumba, catapora e tuberculose 5. Rotavírus: Elaborada com vírus isolados de humanos e atenuados para manter a capacidade imunogênica, porém não patogênica A vacina é monovalente, ou seja, a cepa utiliza apenas um sorotipo em sua composição que é o G1(P8) da cepa RIX4414 Idade de aplicação: a partir de 2 meses Via de administração: oral Esquema: 2 doses; 2 e 4 meses Contraindicações: imunodeficiência, uso de medicamentos imunossupressores, alergia, doença do aparelho gastrointestinal (crônica) Efeitos adversos mais comuns: vômitos/regurgitação e invaginação intestinal (dor abdominal, obstrução intestinal, náuseas, vômitos, distensão e sangue nas fezes) ORGANISMOS INATIVADOS NO BRASIL: gripe, pólio (Salk), coqueluche, hepatite A, raiva, cólera e febre tifoide 6. Crescimento do vírus em células de cultura proliferação do vírus inativação por calor ou formaldeído administração da vacina 7. Dentre as vacinas inativadas, tem-se: a. Organismos inteiros: vacinas contra influenza × São conhecidos 3 tipos de vírus da influenza: A, B e C × Os tipos A e B causam maior morbidade e mortalidade b. Macromoléculas purificadas: c. Toxóides: difteria, coqueluche e tétano × Proteína que gera uma resposta d. Polissacarídeos capsulares e. Antígenos recombinantes VACINAS DE DNA: avaliar, através de testes genéticos e testes imunológicos, se há ou não alteração 1.Identificação do gene que codifica para a proteína imunodominante 2. Amplificação do gene por PCR 3. Ligação desse gene a um plasmídeo 4. Inoculação desse gene por gene gun 5. Expressão da proteína nas células 6. Apresentação por MHC I para linfócitos T CD4 Conseguem induzir uma potente resposta imune celular Ideal para agentes intracelulares Estáveis em solução Baixo custo de produção Ainda experimentais COMPARAÇÃO ENTRA AS VACINAS TRADICIONAIS E DE DNA: VACINAS DE SUBUNIDADES O desenvolvimento de uma vacina de subunidade começa com a identificação do antígeno imunodominante de um microrganismo Aquele que induz uma maior produção de anticorpos e/ou maior ativação de linfócito T Direcionamento da presença imunológica para o antígeno de interesse vacinal Dois tipos: 1. Nativa: purificada diretamente do microrganismo × Meios de purificação: cromatografia, extração com solventes orgânicos × Alto custo devido a manutenção do microrganismo em cultura de laboratório × Problemas com purificação: efeitos colaterais como toxicidade e hipersensibilidade × Bom indutor de resposta humoral e médio indutor de resposta celular 2. Recombinante: identificação do gene que codifica para a proteína imunodominante × Amplificação do gene × Inserção do gene em uma bactéria ou fungo × Indução da produção da proteína pelo fungo ou bactéria × Purificação da proteína × Associação com adjuvante × Baixo custo em produção em larga escala × Definição química × Problemas de purificação × Boa indução de resposta humoral e celular × Rigor com a estabilidade da vacina VACINAS DE SUBUNIDADE: PEPTÍDEOS SINTÉTICOS Identificação no antígeno imunodominante de epítopos B, epítopos para ancoragem em MHC I (CD4), MHC II (CD8) Direcionamento da resposta para celular ou humoral Montagem de peptídeos em laboratório: síntese a partir de solução de aminoácidos Baixo custo quando produzido em larga escala Purificação e definição química Restrição à MHC: resultados variáveis em diferentes populações Baixa estabilidade VACINAS DE VETORES MODIFICADOS: Identificação do gene que codifica a proteína imunodominante Amplificação do gene Inserção em um plasmídeo Recombinação em um vírus Crescimento do vírus Inoculação do vírus CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA: CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE: CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO E IDOSO:
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