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Aula 15 DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR EAD ESTÁCIO

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Já é hora de enfrentarmos os desafios inerentes à sala de aula universitária multicultural,
típica do mundo contemporâneo.
Graças à miríade de avanços tecnológicos, principalmente no que diz respeito ao mundo
digital, as antigas fronteiras entre os países caíram e estudantes de todos os cantos do
mundo agora podem interagir via world wide web (www). Além disso, a necessidade de
autodesenvolvimento, seja profissional ou academicamente, fez da sala de aula universitária
um caldeirão cultural, no qual pessoas de diferentes culturas e nacionalidades devem ser
capazes de interagir com competência para o sucesso de seus objetivos. Portanto, não
podemos mais conceber a sala de aula universitária apenas como monocultural, mas como
um ambiente de experiências interculturais.
Uma vez atentos a esta nova realidade, devemos nos perguntar: em que medida as
questões culturais podem interferir no desempenho acadêmico de professores e alunos? O
que significa competência intercultural? Que habilidades devem ser desenvolvidas para
evitar mal-entendidos interculturais? Que teorias foram desenvolvidas para preparar o
caminho para melhores experiências interculturais?
Esta lição se concentrará em questões interculturais com as quais os professores devem ter
cuidado para que seus objetivos sejam alcançados de maneira inteligente e intercultural.
Discutir sobre a importância do conhecimento transcultural no mundo acadêmico e
profissional de hoje.
Explicar o que é competência intercultural e sua aplicação na sala de aula
universitária;
Refletir sobre uma série de perspectivas teóricas interculturais apropriadas para
facilitar a aprendizagem e o ensino em ambientes interculturais.
Antes de explorar os tópicos a serem abordados nesta aula, gostaríamos que você refletisse
sobre as seguintes questões:
Didática do Ensino Superior
Aula 5: Competência intercultural no ensino
superior
Introdução
Objetivos
Refletindo sobre...
a) como a competência intercultural pode ser desenvolvida?
b) que elementos teóricos podem abrir caminho para uma melhor compreensão dos alunos
em uma sala de aula multicultural?
c) existe uma maneira de organizar as culturas de acordo com seus comportamentos típicos
(e esperados)?
Conforme navegamos pelas seções desta lição, acreditamos que você encontrará
naturalmente algumas respostas possíveis para as perguntas listadas.
“Estar exposto à existência de outras línguas aumenta a percepção de que o
mundo é habitado por pessoas que não apenas falam de forma diferente de si,
mas cujas culturas e filosofias são diferentes das suas. Talvez as viagens não
possam evitar o preconceito, mas ao demonstrar que todas as pessoas choram,
riem, comem, se preocupam e morrem, pode introduzir a ideia de que, se
tentarmos nos entender, podemos até nos tornar amigos. ” (Maya Angelou)
Embora o conjunto de conteúdos que uma disciplina acarreta seja normalmente visto como
os elementos centrais a serem enfocados ao longo de um semestre, há eventos vitais que
acontecem dentro da sala de aula universitária: discussões em grupo, reflexões sobre
conteúdos específicos do curso (definições, conceitos etc.), seminários, dentre outros. No
entanto, um pequeno mal-entendido sobre uma determinada informação ou atitude pode
resultar em sérios danos à reputação de alguém.
É senso comum que nossas percepções de mundo são movidas por nossas experiências
sócio-históricas no país em que nascemos: nossas noções de tempo, pontualidade, valores
para as artes, literatura, papéis da família, amigos e cônjuges... Todos esses elementos estão
diretamente ligados à cultura em que estivemos imersos desde o dia em que nascemos.
Os elementos mais comuns que utilizamos para perceber as diferenças entre nossa cultura
e a de outras pessoas contam com pistas visíveis diretas, que incluem: língua, literatura,
comida, festivais, roupas, música, artes e ofícios, festivais, danças e feriados, por exemplo.
No entanto, as informações mais íntimas sobre as informações culturais não são visíveis. Na
verdade, essas informações são dados intrínsecos naturalmente explorados pelos membros
da cultura, mas que raramente são percebidos por eles: que só os percebem quando
entram em contato com pessoas de outros países (e este é o momento em que os choques
culturais tornam-se literalmente visíveis). Esses elementos podem se referir à percepção
das pessoas sobre o tempo, o lugar, o uso da linguagem corporal; papéis relacionados a
sexo, idade, família; a importância do passado para o presente, a maneira como os membros
de uma cultura enxergam o futuro; abordagens quanto à religião, casamento etc.
Figura 5.1 - Comunicação
Fonte: 123RF (2021).
Sobre competência intercultural
Aspectos visíveis e invisíveis
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/MLC022/aula5/img/01.z.jpg
As metáforas mais típicas usadas para tornar essas informações abstratas tangíveis são a
árvore cultural e o iceberg, conforme mostrado na Figura 01 e Figura 02 abaixo:
Figura 5.2 - A metáfora da árvore cultural.
(Observe como os elementos culturais mais íntimos são a raiz, a essência de sua cultura e
não são visíveis.)
Figura 5.3 - A metáfora do iceberg cultural.
(Novamente, observe a quantidade de informações "escondidas" sob a superfície)
Com base no que foi apresentado até agora, você já deve ter percebido a importância de
desenvolver sua competência intercultural como forma de ter sucesso em ambientes
interculturais, especialmente quando eles estão circunscritos a ambientes acadêmicos.
Todos nós sabemos a importância da competência comunicativa em nossas vidas: a
capacidade de manipular, explorar, perceber e compreender os elementos linguísticos de
uma variedade de canais. Nesse sentido, a competência intercultural é normalmente vista
como um quinto elemento ou habilidade a ser incluída nos quatro conjuntos tradicionais de
Competência comunicativa como filtro
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/MLC022/aula5/img/06.gif
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/MLC022/aula5/img/07.jpg
habilidades linguísticas (fala, escuta, leitura e escrita). Na verdade, como a língua faz parte
da cultura de alguém, este quinto elemento deve ser visto como o central para o
desenvolvimento de nossa competência comunicativa: as questões culturais irão de fato
atuar como filtros em todas as situações comunicativas - se a comunicação cumprir um
comunicativo cultural específico, regras de uma comunidade ou sociedade, o entendimento
mútuo será alcançado. No entanto, se houver falta de informação sobre a cultura-alvo, um
dos interlocutores não conseguirá expor o seu ponto de vista.
A competência intercultural, conforme Zanganeh (2018), pode ser definida como a
capacidade de se comunicar e comportar-se de maneira apropriada com aqueles que são
culturalmente diferentes e de cocriar espaços compartilhados, equipes e organizações que
sejam inclusivas, eficazes, inovadoras e satisfatórias.
Aqueles que desejam lidar com experiências interculturais com êxito devem possuir um
conjunto de competências e características interculturais, que foram tipicamente
identificadas como a vontade de se envolver com a cultura estrangeira, autoconsciência e
habilidade de olhar para si mesmo de fora, de ver o mundo pelos olhos dos outros, 
capacidade de vir com a incerteza, de agir como um mediador cultural,  de avaliar os
pontos de vista dos outros, de usar conscientemente habilidades de aprendizagem cultural
e de ler o contexto cultural, além da compreensão de que os indivíduos não podem ser
reduzidos as suas identidades coletivas.
Na literatura sobre o tema, tem havido a tendência de se usar o termo savoirs (=
conhecimento em francês) como referência às habilidades citadas.
Esses elementos, conforme Sercu e Leuven (2006), foram categorizados da seguinte forma:
Competência intercultural
Elementos importantes
Constitui a dimensão do conhecimento utilizado como marco conceitual. Foi definido como
conhecimento sobre grupos sociais e suas culturas no próprio país, e conhecimento
semelhante ao dos processos e interaçõesnos níveis individual e social. Esses saberes,
juntos, constituem o quadro de referência das pessoas que vivem em uma determinada
cultura, abrangendo os seguintes itens: a) as palavras e os gestos que as pessoas usam; b)
os comportamentos que exibem; c) os valores em que acreditam; d) os símbolos que
prezam. Todos os itens anteriores são sempre vínculos culturais e carregam significado
dentro de um quadro de referência cultural particular. Consequentemente, na comunicação
intercultural, é importante estar atento às potenciais diferenças referenciais. Além disso, a
pessoa interculturalmente competente também tem que adquirir certa quantidade de
conhecimentos gerais de cultura, o que lhe permitirá lidar com uma diversidade de culturas
estrangeiras.
Savoirs
Saber como aprender e como entender, referem-se à dimensão das competências do
quadro conceptual. O primeiro significa a capacidade de aprender culturas e atribuir
significado aos fenômenos culturais de forma independente; a segunda se refere à
capacidade de interpretar e relacionar culturas.
Savoir-apprendre e savoir-comprendre
Essas são habilidades mínimas que uma pessoa precisa possuir para ter sucesso em um
ambiente multicultural. No entanto, uma vez que o conceito de cultura é complexo, os
estudiosos desenvolveram um conjunto de variáveis que podem ser usadas como matrizes
para equilibrar as semelhanças e diferenças entre as culturas.
Essas variáveis podem ser usadas para desenvolver a inteligência intercultural e evitar
choques interculturais.
“Para nos comunicarmos com eficácia, devemos perceber que somos todos
diferentes na maneira como percebemos o mundo e usar esse entendimento
como um guia para nossa comunicação com os outros” (Anthony Robbins)
Inteligência cultural, conforme Peterson (2004), pode ser definida como a capacidade de se
envolver em um conjunto de comportamentos que usa habilidades e qualidades que estão
adequadamente sintonizadas com os valores e atitudes culturais das pessoas com quem se
interage. Basicamente falando, significa comunicar-se com competência em uma variedade
de cenários em uma cultura diferente da nossa.
Como já mencionamos, como a cultura trata de elementos implícitos e intrínsecos, que
normalmente não são visíveis a estranhos, os estudiosos conceberam um conjunto de
variáveis com o objetivo de ajudar na interação entre membros de diferentes culturas. Essas
variáveis, às vezes, são vistas como escalas, pois o grau a que se referem será configurado
de acordo com as culturas em jogo.
Em termos gerais, existem cinco escalas culturais básicas:
a) Igualdade x hierarquia: significa as diferenças entre pessoas comuns que têm a chance/
o poder de tomar iniciativa, mesmo que não tenham uma posição ou título após o nome
versus apenas alguém de uma posição superior que deve assumir o controle e tomar
decisões. As principais ideias por trás desta escala estão no quadro a seguir:
Quadro 5.1 - Escala de igualdade x hierarquia.
Está relacionado à capacidade geral de agir de forma interculturalmente competente em
situações de contato intercultural, de levar em conta a identidade cultural específica de seu
interlocutor e de agir de forma respeitosa e cooperativa.
Savoir-faire
Know-how e know-how para envolver-se. O primeiro significa a capacidade de estabelecer e
manter uma relação entre a própria cultura e a cultura estrangeira, enquanto o último
implica a capacidade crítica de envolver-se com a cultura estrangeira em consideração e a
sua própria.
Savoir-être e savoir-s’engager
Habilidades mínimas
Inteligência Intercultural
Escala de igualdade x hierarquia
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   100   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
Igualdade
Um estilo baseado na igualdade
significa que as pessoas preferem:
Hierarquia
Um estilo que se baseia na hierarquia significa que as
pessoas preferem:
· ser autodirigidas;
· ter flexibilidade nas funções que
desempenham na equipe da
empresa;
· ter a liberdade de desafiar a opinião
de quem está no poder;
· fazer exceções, ser flexível e talvez
burlar as regras;
· tratar homens e mulheres
basicamente da mesma maneira.
· seguir a direção daqueles acima;
· ter fortes limitações sobre o comportamento
adequado para certas funções;
· respeitar e não desafiar as opiniões daqueles que
estão no poder por causa de seu status e posição;
· aplicar regulamentos e diretrizes;
· esperam que homens e mulheres tenham uma
atitude diferente e sejam tratados de maneiras
diferentes.
Fonte: Adaptado de Peterson (2004).
b) Direto x indireto: refere-se à maneira como as pessoas tendem a se comunicar e interagir
umas com as outras na comunicação verbal e não verbal, face a face e na comunicação
escrita. Basicamente falando, significa que algumas culturas são mais propensas à
diretividade, enquanto outras tendem a evitar conflitos. O quadro a seguir mostra as
características típicas de cada grupo:
Quadro 5.2 – Escala direta x indireta.
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
Direto
Um estilo direto significa que as pessoas preferem.
Indireto
Um estilo indireto significa que as
pessoas preferem:
Escala direta x indireta
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
· ser mais direto ao falar e ficar menos preocupado
em como algo é dito;
· confrontar abertamente os problemas ou
dificuldades;
· comunicar as preocupações imediatamente;
· entrar em conflito quando necessário;
· expressar opiniões de maneira franca;
· dizer as coisas claramente, não deixando muito
em aberto para interpretações.
· concentra-se não apenas no que é
dito, mas em como é dito;
· evitar discretamente questões difíceis
ou contenciosas;
· expressar preocupações com tato;
· evitar o conflito, se possível;
· expressar visões ou opiniões
diplomaticamente;
· contar com o ouvinte para interpretar
o significado.
Fonte: Adaptado de Peterson (2004).
c) Individual x grupo: trata do grau de importância que as pessoas normalmente atribuem a
fazer parte de um grupo (ou seja, família, amigos, trabalho) e até que ponto suas decisões
serão influenciadas e influenciarão os grupos aos quais pertencem. A Figura 05 destaca as
principais questões relativas a esta escala.
Quadro 5.3 – Escala individual x grupo.
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
Individual
Um estilo individual significa que as pessoas
preferem:
Grupo
Um estilo de grupo significa que as pessoas
preferem:
Escala individual x grupo
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
· tomar iniciativa individual;
· usar orientação pessoal em situações
pessoais;
· focar em si mesmos;
· julgar as pessoas com base em
características individuais;
· tomar decisões indicativamente;
· colocar os indivíduos antes da equipe;
· ser não conformista quando necessário;
· entrar e sair dos grupos conforme
necessário ou desejado.
· agir cooperativamente e estabelecer metas
de grupo;
· padronizar a orientação;
· tornar a lealdade aos amigos uma alta
prioridade;
· determinar sua identidade por meio da
afiliação ao grupo;
· tomar decisões como um grupo;
· colocar a equipe ou grupo antes do
indivíduo;
· conformar-se com as normas sociais;
· manter a associação ao grupo para o resto
da vida.
Fonte: Adaptado de Peterson (2004).
d) Tarefa x relacionamento: refere-se ao conflito entre colocar a construção de
relacionamento e a confiança em primeiro lugar e o trabalho/ negócios/ tarefas como o
foco mais importante. O próximo quadro destaca as características típicas de cada
perspectiva.
Quadro 5.4 – Escala de tarefa x relacionamento.
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
Tarefa
Um estilo de tarefa significa que as pessoas
preferem:
Relacionamento
Um estilo de relacionamento significa que as
pessoas preferem:
Escala tarefa x relacionamento
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
· definir as pessoas com base no que fazem
– ir direto para as relações de negócios virá
mais tarde;
· manter a maioria dos relacionamentos com
colegas de trabalho impessoais;
· sacrificar o tempo de lazer e o tempo com
a famíliaem favor do trabalho;
· conhecer colegas de trabalho e colegas
rapidamente e, de preferência,
superficialmente;
· usar critérios de seleção amplamente
pessoais na contratação (como currículos
ou notas de testes);
· permitir que o trabalho se sobreponha ao
tempo pessoal.
· definir as pessoas com base em quem elas
são;
· estabelecer relacionamentos confortáveis e
um senso de confiança mútua antes de
começar a trabalhar;
· ter relacionamentos pessoais com colegas
de trabalho;
· sacrificar o trabalho em favor do tempo de
lazer e com a família;
· conhecer colegas de trabalho e colegas
lentamente e em profundidade;
· usar critérios de seleção amplamente
pessoais (como conexões familiares) ao
contratar;
· não permitir que o trabalho atrapalhe a vida
pessoal.
Fonte: Adaptado de Peterson (2004).
e) Risco x Cuidado: trata-se de algumas culturas que têm a disposição de correr riscos, em
contraste com culturas mais estabelecidas que preferem cautela, conhecer a fundo as
informações e demorar para decidir quais ações serão tomadas. A Figura 07 mostra como
essas escalas são diferentes.
Quadro 5.5 – Escala de risco x cuidado.
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
Risco
Um estilo de risco significa que as
pessoas preferem:
Cuidado
Um estilo de cautela significa que as pessoas
preferem:
Escala de risco x cuidado
0   1   2   3   4   5   6   7   8   9   10
· tomar decisões rapidamente com
poucas informações;
· focar no presente e no futuro;
· ser menos cauteloso - de um modo
"pronto, atirar, mirar";
· mudar rapidamente sem medo de
riscos;
· tentar maneiras novas e inovadoras
de fazer as coisas;
· usar novos métodos para resolver
problemas;
· ter menos regras, regulamentos,
diretrizes e orientações;
· sentir-se confortável mudando planos
no último minuto.
· coletar informações consideráveis antes de tomar
uma decisão;
· focar no passado;
· ser mais cauteloso - de uma forma "pronto,
apontar, apontar, atirar";
· mudar lentamente e evitar riscos;
· ter mais regras, regulamentos, diretrizes e
orientações;
· referir-se a precedentes anteriores do que
funciona e do que não funciona;
· aderir ao método comprovado para resolver
problemas ;
· não mudar os planos no último minuto.
Fonte: Adaptado de Peterson (2004).
O conjunto de escalas mencionado é um recurso útil para orientar pessoas imersas em
ambientes interculturais. No entanto, estudos mais aprofundados têm sido desenvolvidos a
fim de fornecer detalhes mais específicos sobre como as culturas diferem.
A próxima seção focará nas perspectivas interculturais em relação a vários países ao redor
do globo.
“Um dos fatos mais significativos sobre a humanidade pode finalmente ser que
todos nós começamos com o equipamento natural para viver mil tipos de vida,
mas terminamos no final tendo vivido apenas um” (Clifford Geertz)
Os choques transculturais resultam da falta de informação cultural entre os interlocutores
envolvidos em um ambiente multicultural. Consequentemente, com o objetivo de minimizar
esses conflitos e maximizar a cooperação intercultural, diversos estudos têm sido realizados
com o objetivo de caracterizar culturas em todo o mundo. Uma contribuição importante
pode ser encontrada em Lewis (2006), que se baseia na categorização dos países no mundo
por meio do uso de três rótulos culturais:
Aqueles que planejam, agendam, organizam, perseguem cadeias de ação, fazem uma coisa
de cada vez.
Aprofundamento dos aspectos culturais
Colisões e perspectivas interculturais
Linear ativo
Pessoas lineares ativas tendem a ser planejadores altamente organizados e orientados para
a tarefa, que completam cadeias de ação fazendo uma coisa de cada vez, com uma agenda
linear. Eles preferem a discussão direta, apegando-se a fatos e números de fontes escritas
confiáveis. A fala é para troca de informações, falam e ouvem em proporções iguais. Eles
são mais verdadeiros do que diplomáticos e não temem o confronto, aderindo à lógica ao
invés das emoções. Em parte, eles ocultam sentimentos e valorizam uma certa privacidade,
são orientados a resultados e gostam de avançar rapidamente, comprometendo-se quando
necessário para fechar um negócio.
Esta categoria de membros da cultura acredita fortemente que bons produtos seguem seu
próprio caminho e, às vezes, não percebem que as vendas costumam ser baseadas em
relacionamentos em outras culturas. Os lineares ativos normalmente usam canais oficiais
para perseguir seus objetivos; eles não têm uma forte inclinação para usar conexões, tomar
atalhos ou convencer as pessoas por meio de presentes e hospitalidade. Normalmente,
cumprem as leis e confiam nas regras e regulamentos que orientam a sua conduta. Eles
honram contratos e não atrasam indevidamente o pagamento de bens ou serviços
recebidos.
Podemos relacionar pessoas lineares ativas aos seguintes adjetivos: planejadoras legais,
factuais, decisivas.
Pessoas que normalmente fazem muitas coisas ao mesmo tempo, planejando suas
prioridades não de acordo com um cronograma, mas com a emoção relativa ou a
importância que cada compromisso traz consigo.
Pessoas multiativas são falantes e impulsivas, que dão grande importância aos sentimentos,
relacionamentos e orientação para as pessoas, gostam de fazer muitas coisas ao mesmo
tempo e tendem a sentir-se confinados por agendas. A conversa é tortuosa e animada, eles
tentam falar e ouvir ao mesmo tempo. As interrupções são frequentes e as pausas na
conversa são poucas. Culturas multiativas incomodam-se com o silêncio e raramente o
permitem ou experimentam.
Para essas pessoas, os relacionamentos são melhores quando estão cara a cara, o que
significa que não podem ser mantidos por um período prolongado simplesmente por
correspondência ou telefonemas. A comunicação escrita tem menos efeito com culturas
multiativas do que a oral. Eles são extremamente orientados para o diálogo e desejam obter
suas informações diretamente das pessoas. Eles trocam boatos e fofocas e mostram menos
respeito do que pessoas lineares ativas por anúncios, regras ou regulamentos oficiais. Eles
têm respeito limitado pela autoridade, mas aceitam seu lugar em sua própria hierarquia
social ou empresarial.
Pessoas multiativas costumam atrasar as datas de entrega e o pagamento de serviços ou
mercadorias recebidas, estão menos interessadas em cronogramas ou prazos que as
lineares ativas e geralmente se movem apenas quando estão prontas. A procrastinação é
comum e a impontualidade é frequente. Seus conceitos de tempo e discurso são
decididamente não lineares e divertem-se ou confundem a importância que os horários têm
para as pessoas lineares ativas. Pessoas multiativas são flexíveis e frequentemente mudam
seus planos.
Podemos relacionar pessoas multiativas aos seguintes adjetivos: calorosas, emocionais,
loquazes, impulsivas.
Refere-se àquelas culturas que priorizam a cortesia e o respeito, ouvindo com calma e
serenidade seus interlocutores e reagindo com atenção às propostas do outro lado.
Culturas reativas ou de escuta raramente iniciam ação ou discussão, preferindo primeiro
ouvir e estabelecer a posição do outro, para então reagir a ela e formular a sua própria. Eles
geralmente ouvem antes de falar. Consequentemente, são os melhores ouvintes do mundo,
na medida em que se concentram no que o orador está dizendo; não deixam suas mentes
divagar e raramente, ou nunca, interrompem um orador enquanto o discurso/ apresentação
Multiativo
Reativo
está acontecendo. Quando termina, eles não respondem imediatamente, pois um período
decente de silêncio após a interrupção do orador mostra respeito pelo peso dos
comentários, que devem ser considerados sem pressa e com a devida deferência.
Mesmo quando os representantes de uma cultura reativa começam sua resposta, é
improvável que expressem qualquer opinião forte imediatamente. Uma tática mais comum
é fazer mais perguntas sobre o que foi dito, a fim de esclarecer a intenção e as aspirações
do orador.
Podemos relacionar indivíduos reativos aos seguintes adjetivos: corteses, complacentes,
conciliadoras,bons ouvintes.
Figura 5.4 – Choques culturais
Fonte: 123RF (2021).
A figura mostra os níveis de dificuldade quando essas culturas interagem.
Figura 5.5 - Dificuldades de interação entre pessoas linearmente ativas, multiativas e
reativas
Fonte: Lewis (2006, p. 39).
A figura mostra uma lista de países categorizados em termos dos três rótulos anteriores.
Níveis de dificuldades de interação
Categorização dos países
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/MLC022/aula5/img/03.z.jpg
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/MLC022/aula5/img/04.z.png
Figura 5.6 – Categorização de países com base em perspectivas interculturais
Fonte: Adaptado de Lewis (2006).
Os procedimentos de avaliação são processos elementares em qualquer ambiente de
aprendizagem. Como já mencionamos, os projetos de currículo de cursos de aprendizagem
de resultados devem focar em maneiras de verificar novamente o quanto os alunos
progrediram em suas experiências de aprendizagem. No entanto, devemos refletir sobre
algumas questões importantes: como os estudantes universitários devem ser avaliados?
Quais são os tipos mais eficazes de avaliação (de aprendizagem): Como as atividades devem
ser avaliadas? O sistema de classificação deve ser radicalmente imposto ou deve haver
algum espaço para discussão? De que forma os testes e tarefas podem ser usados para
retratar um estado de coisas realista do domínio dos alunos em todos os conteúdos
abordados?
Nossa sexta lição mergulhará no universo de testes e avaliações e discutirá as vantagens e
desvantagens de um conjunto de procedimentos avaliativos.
Competência intercultural em cidadania global
Os elementos interculturais têm desempenhado um papel vital em diferentes áreas do
conhecimento. No entanto, sua relevância tem sido destacada no cenário acadêmico e
profissional. Se você deseja ler sobre os elementos básicos sobre este assunto, acesse os
seguintes links:
[https://www.gcu.ac.uk/media
/gcalwebv2/theuniversity/cen
tresprojects/globalperspective
s/Definition_of_Intercultural_c
ompetence.pdf]
Avaliação: Critérios e possibilidades
Aprenda mais
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/MLC022/aula5/img/05.z.png
https://www.gcu.ac.uk/media/gcalwebv2/theuniversity/centresprojects/globalperspectives/Definition_of_Intercultural_competence.pdf
https://www.dw.com/pt-br/compet%C3%AAncia-intercultural-um-dos-segredos-para-o-sucesso/a-1354822
Clique aqui
[https://www.dw.com/pt-
br/compet%C3%AAncia-
intercultural-um-dos-
segredos-para-o-
sucesso/a-1354822]
[https://www.gcu.ac.uk/media/gcalwebv2/theuniversity/centresprojects/globalperspectiv
es/Definition_of_Intercultural_competence.pdf]
Clique aqui [https://www.dw.com/pt-br/compet%C3%AAncia-intercultural-um-
dos-segredos-para-o-sucesso/a-1354822]
Exercícios de fixação
Assinale a alternativa correta.
I. Leia o texto a seguir:
“É a capacidade de se engajar em um conjunto de situações que utiliza habilidades e
qualidades que estão adequadamente sintonizadas com as perspectivas (valores e atitudes)
baseadas na cultura das pessoas com quem se interage (tipicamente de uma cultura
estrangeira)”.
O texto contém a definição de:
a) pessoas lineares ativas.
b) pessoas multiativas.
c) desafio transcultural.
d) Inteligência intercultural.
e) pessoas reativas.
II. Leia o texto:
“Esta escala se relaciona ao grau de importância que as pessoas normalmente consideram
em termos de fazer parte de um grupo (ou seja, família, amigos, trabalho) e até que ponto
suas decisões serão determinadas e influenciarão os grupos dos quais são membros”.
O texto implica a definição de uma escala cultural importante. Qual?
a) risco x cuidado.
b) direto x indireto.
c) tarefa x relacionamento.
d) individual x grupo.
https://www.dw.com/pt-br/compet%C3%AAncia-intercultural-um-dos-segredos-para-o-sucesso/a-1354822
https://www.gcu.ac.uk/media/gcalwebv2/theuniversity/centresprojects/globalperspectives/Definition_of_Intercultural_competence.pdf
https://www.dw.com/pt-br/compet%C3%AAncia-intercultural-um-dos-segredos-para-o-sucesso/a-1354822
e) igualdade x hierarquia.
III. Leia o texto a seguir.
“Este conhecimento específico trata da capacidade geral de agir de forma
interculturalmente competente em situações de contato intercultural, levando em
consideração a identidade cultural específica de seu interlocutor e de agir de forma
respeitosa e cooperativa.”
O texto traz a definição de um importante saber. Qual?
a) Savoir-faire.
b) Savoir-comprendre.
c) Savoir-s’engager.
d) Savoir-être.
e) Savoir-apprendre.
IV. Leia o texto.
“Essa categoria de pessoas normalmente fala muito, age por impulso e tende a dar muito
valor aos sentimentos, relacionamentos e orientação para as pessoas. Uma característica
importante dessas pessoas tem a ver com sua preferência em fazer muitas coisas ao
mesmo tempo e não se sentirem à vontade para seguir agendas. Brasileiros, espanhóis e
italianos fazem parte dessa categoria ”.
O texto acima caracteriza um importante grupo cultural. Qual?
a) Pessoas lineares ativas.
b) Pessoas multiativas.
c) Pessoas hierárquicas.
d) Tomadores de risco.
e) Pessoas reativas.
V. Leia o texto a seguir.
“Este saber específico centra-se na capacidade de aprender culturas e atribuir sentido aos
acontecimentos culturais de forma independente”.
O texto acima caracteriza um importante grupo cultural. Qual?
a) Savoir-faire.
b) Savoir-comprendre.
c) Savoir-s’engager.
d) Savoir-être.
e) Savoir-Apprendre.
Nesta aula:
Discutir sobre a importância do conhecimento transcultural no mundo acadêmico e
profissional de hoje.
Explicar o que é competência intercultural e sua aplicação na sala de aula
universitária.
Refletir sobre uma série de perspectivas teóricas interculturais apropriadas para
facilitar a aprendizagem e o ensino em ambientes interculturais.
Na próxima aula:
Verificar que os projetos de currículo de cursos de aprendizagem de resultados
devem focar em maneiras de verificar novamente o quanto os alunos progrediram
em suas experiências de aprendizagem, refletindo sobre como os estudantes
universitários devem ser avaliados e quais os tipos mais eficazes de avaliação e de
que forma os testes e tarefas podem ser usados para retratar um estado de coisas
realista do domínio dos alunos nos conteúdos abordados.
Analisar o universo de testes e avaliações.
Discutir as vantagens e desvantagens de um conjunto de procedimentos
avaliativos.
LEWIS, R. D. When Cultures Collide: Leading across Cultures. London: Nicholas Berkley
International, 2006.
PETERSON, B. Cultural Intelligence: a guide to working with people of other cultures.
Yarmouth: Intercultural Press, 2004.
SERCU, L.; K. U. LEUVEN. Foreign language teachers and intercultural competence: an
international investigation. Toronto: ITL - International Journal of Applied Linguistics, jun.
2006.
ZANGANEH, S. Análise dos fatores eficazes na competência intercultural na vista dos
trabalhadores sociais: uma abordagem sociocultural. 2018. Disponível em:
https://www.semanticscholar.org/paper/ANALYSIS-OF-EFFECTIVE-FACTORS-IN-
INTERCULTURAL-FROM-Zanganeh/86fd92ee7f36dd69ff9171d0ad48ad1dfd744b0f?p2df
[https://www.semanticscholar.org/paper/ANALYSIS-OF-EFFECTIVE-FACTORS-IN-
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Acesso em: 20 mar. 2021.
LARSEN-FREEMAN, D.; ANDERSON, M. Techniques and principles in language teaching.
Oxford: OUP, 2017.
NILSON, L. B. Teaching at its best. San Francisco: John Wiley & Sons, 2010.
PIAZZI, P. Aprendendo inteligência: manual de instruções do cérebro para estudantes em
geral. São Paulo: Aleph, 2015.
Síntese
Próxima aula
Referências
Referências complementares
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RICHARDS, J. C.; RODGERS, T. S. Approaches and methods in language teaching.
Cambridge: CUP, 2018.
TOOHEY, S. Designing courses for higher education. Philadelphia: Open University Pres,
1999.

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