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Traumatismos de coluna vertebral Introdução CONSIDERAÇÕES INICIAIS Lesões de coluna vertebral podem ocasionar a morte ou incapacidade permanente. Aproximadamente 10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de trauma por pessoas que prestam socorro ou intra-hospitalar. Introdução A lesão da medula espinhal ocorre em aproximadamente 15 a 20% das fraturas da coluna vertebral, com variação entre os diferentes países . No Brasil, estima-se a ocorrência de cerca de 40 novos casos anuais por milhão de habitantes, somando de 6 a 8 mil casos por ano, com custo elevado ao Sistema de Saúde. Introdução Vasconcelos et al, 2011 Na análise do segmento vertebral mais acometido, a coluna cervical predominou com 45% dos pacientes estudados, seguida de 28% de traumas no segmento torácico e 25% no segmento lombar. Vasconcelos et al, 2011 Introdução Introdução Introdução Introdução A proteção da coluna cervical é uma das prioridades do tratamento pré-hospitalar, a não ser que outra situação esteja produzindo risco de vida iminente. Causas Causas: acidentes automobilísticos, quedas, acidentes esportivos, acidentes de trabalho e ferimentos por armas de fogo. As lesões medulares podem ser classificadas do ponto de vista clínico em completas e incompletas. As completas resultam em perda total de função, ao exame o paciente não tem movimentação ou sensações abaixo do nível de lesão, nas incompletas há preservação de algumas funções. Mesmo algumas lesões que parecem completas podem reverter ao normal, deste modo todos os pacientes devem ser tratados com o máximo de cuidado para evitar o “Segundo Trauma” e danos secundários a medula espinhal. CONDUTA Indicar estabilização da coluna cervical em todos os pacientes com história de trauma acima das clavículas. Abrir as via aéreas com a manobra de elevação da mandíbula modificada. CONDUTA Imobilizar manualmente a cabeça e pescoço até a vítima estar fixada em dispositivo imobilizador. Estar preparado para lateralizar a prancha e efetuar a aspiração da via aérea em caso de necessidade. Ventilar com Ambu e oxigênio vítimas apresentando insuficiência respiratória. CONDUTA Colocar pacientes encontrados deitados sobre a prancha longa com estabilizador lateral de cabeça e colar cervical. Monitorizar o paciente com cardioscópio, oxímetro de pulso e monitor não invasivo da tensão arterial. Suspeitar sempre de hemorragias internas como causa da instabilidade, antes de atribuir a causa do choque a lesão medular CONDUTA Efetuar o cateterismo vesical com sistema fechado, em pacientes com depressão do nível de consciência, instabilidade hemodinâmica. Manter o ritmo cardíaco, oximetria e sinais vitais continuamente monitorizados. Manter a imobilização durante o transporte. Lesões da coluna cervical As lesões traumáticas da coluna cervical alta apresentam características próprias e são distintas das localizadas entre C3 e C7, sendo por isso estudadas separadamente. A morfologia e a função dos seus componentes (côndilos occipitais, atlas e áxis), denominados de complexo occipito-atlanto-axial, são diferentes das demais vértebras da coluna cervical, e influenciam na gênese dessas lesões. A amplitude dos movimentos da coluna cervical alta é relativamente limitada, com exceção da rotação ao nível da articulação atlanto-axial, que corresponde a cerca de 50% de toda a rotação da coluna cervical As lesões neurológicas são raras, devido à relação entre o diâmetro do canal vertebral e o espaço ocupado pela medula espinhal. No entanto, as lesões neurológicas na coluna cervical alta apresentam prognóstico diferente e podem ser fatais, devido à presença do centro medular da respiração nesse nível da medula espinhal. O mecanismo de trauma dessas lesões é indireto e as forças absorvidas pela cabeça são transmitidas para a coluna vertebral, devendo ser considerada de extrema importância para o diagnóstico a presença de lesões na face ou no couro cabeludo. O diagnóstico das lesões traumáticas da coluna cervical alta é muito difícil apenas com as informações fornecidas pelas radiografias simples. A tomografia computadorizada possibilitou a realização de diagnóstico em maior escala e também a identificação de lesões que não eram conhecidas. As fraturas do côndilo occipital, luxação atlanto- occipital, fratura do atlas, lesão do ligamento transverso, luxação rotatória atlanto-axial, fratura do processo odontóide e espondilolistese traumática do áxis são as principais lesões desse segmento. FRATURA DO CÔNDILO OCCIPITAL As fraturas do côndilo occipital são lesões pouco frequentes ou raramente diagnosticadas e a menção a estas fraturas é feita na grande maioria por meio de relato de casos. As fraturas do côndilo occipital geralmente ocorrem associadas com outras fraturas, especialmente com as do atlas As fraturas do côndilo occipital foram classificadas por Anderson e Montesano (1988)em três tipos: Tipo I - fraturas cominutivas impactadas do côndilo occipital. Tipo II - fratura da base do crânio que se estende através do côndilo occipital. Tipo III - fratura por avulsão de fragmento ósseo do côndilo occipital conectado ao ligamento alar. As fraturas dos tipos I e II seriam causadas por compressão vertical. As fraturas do tipo II podem estar acompanhadas de lesão dos nervos cranianos (IX, XII) Enquanto as do tipo III seriam ocasionadas por mecanismos combinados de translação e rotação. A do tipo III, associadas com a luxação atlanto- occipitocervical O tratamento das lesões dos tipos I e II é conservador, por meio de colar ou órtese cervical durante seis a oito semanas. As fraturas do tipo III requerem imobilização mais rígida, recomendando-se a utilização de halo-gesso por um período de oito a 12 semanas, estando indicada a artrodese nos casos de instabilidade atlanto-occipital. LUXAÇÃO ATLANTO-OCCIPITAL As lesões atlanto-occipitais são extremamente raras e as informações acerca desse tipo têm sido fornecidas pelos relatos de casos esporádicos de pacientes que sobreviveram ou pela sua observação em vítimas fatais de atropelamento. Pacientes que sobreviveram com esse tipo de lesão apresentava déficit neurológico de diferentes graus, desde parada cardiorrespiratória, cuja sobrevivência ocorreu graças ao imediato suporte respiratório, até quadros variáveis de quadriplegia. A paralisia de nervos cranianos, especialmente do nervo abducente, tem sido também relatada. O déficit neurológico pode apresentar considerável melhora nos pacientes que sobrevivem. No entanto, o índice de óbito é alto durante a hospitalização, devido à gravidade das lesões associadas e à presença de déficit neurológico. A artrodese occipito-cervical, após a redução da lesão por meio de tração, é o tratamento de escolha devido à instabilidade desse tipo de lesão. LESÃO DO LIGAMENTO TRANSVERSO A lesão do ligamento transverso pode ocorrer por meio da rotura das suas fibras ou avulsão da sua inserção na massa lateral do atlas, com pequeno fragmento ósseo. Essa lesão é geralmente resultante do mecanismo de hiperflexão aguda da coluna cervical, provocada por queda ou trauma direto sobre o occipital. Nas lesões mais graves o paciente pode apresentar déficit neurológico e desvio visível nas radiografias, enquanto nas mais simples o quadro clínico é discreto, sem déficit neurológico, apenas com dor cervical, e os exames radiográficos são normais. As lesões com avulsão de fragmento ósseo da inserção do ligamento transverso podem ser tratadas por meio de imobilização com halo- gesso, tendo sido observada consolidação em 26% dos pacientes. Nos pacientes em que a consolidação não ocorre, a artrodese C1-C2 deve ser efetuada devido à instabilidade do atlas (C1), que apresenta potencial de lesão da medula espinhal. SUBLUXAÇÃO ROTATÓRIA O diagnóstico desse tipo de lesão é dificultado pelos seus sinais clínicos discretos, frequente ausência de déficit neurológico e dificuldade de obtenção de bons exames radiográficos. Os pacientes geralmente apresentam dor e espasmo muscular na região cervical, ou torcicolo nos casos mais graves. A tomografia computadorizada facilita a realização do diagnóstico e avaliação do grau de desvio, sendo o exame de escolha nessas lesões. A lesão é puramente ligamentar e sua característica rotacional é devida à integridade do ligamento transverso, que permite a rotação do atlas sobre o processo odontóide. Fielding e Hawkins (1977) classificaram essas lesões em quatro tipos: Tipo 1 - luxação rotatória anterior com desvio < 3mm. Tipo 2 - luxação rotatória com desvio 3-5mm. Tipo 3 - luxação rotatória com desvio > 5mm. Tipo 4 - desvio posterior. O tratamento dessas lesões deve ser iniciado por meio de tração craniana para a redução da lesão, que deve ser imobilizada por meio de halo-gesso ou gesso minerva durante 12 semanas, após a obtenção da redução. A redução pode ser de difícil obtenção em alguns casos, sendo necessárias manobras sob anestesia geral, que devem ser realizadas com muita cautela devido ao risco de lesão neurológica. FRATURAS DO ATLAS As fraturas do atlas são lesões raras e correspondem a cerca de 2% de todas as fraturas da coluna vertebral. A associação da fratura do atlas com as do áxis é muito frequente e, apesar de rara, pode ocorrer lesão ou trombose da artéria vertebral, que deve ser presumida na presença de sintomas de insuficiência vertebrobasilar (tontura, vertigem, cefaléia, visão borrada, nistagmo) concomitantes à fratura do arco posterior do atlas. Com exceção das fraturas produzidas pelos projéteis de arma de fogo, as do atlas são resultantes de forças aplicadas sobre a cabeça; a energia do impacto é absorvida pelo atlas que se encontra encarcerado entre os côndilos occipitais e as facetas articulares superiores do áxis. Esse mecanismo de trauma explica a importância da procura de fraturas nos pacientes com ferimentos ou traumatismos da cabeça, couro cabeludo ou face. O tratamento das fraturas do atlas está diretamente relacionado com a sua estabilidade, presença de lesões associadas e estado geral do paciente. As fraturas isoladas do arco anterior ou posterior do atlas, as fraturas do processo transverso ou fraturas por avulsão do arco anterior são fraturas estáveis e podem ser tratadas por meio de órtese cervical por um período de seis a 12 semanas. Outra opção de tratamento das fraturas instáveis é a realização de artrodese entre C1 e C2, que pode ser efetuada na fase aguda da fratura ou após a tração com halo por um período de quatro a seis semanas. FRATURAS DO PROCESSO ODONTÓIDE As fraturas do processo odontóide representam 7% a 15% das fraturas da coluna cervical. Essas fraturas apresentam características muito diferentes (incidência, epidemiologia, mecanismo de trauma, características clínicas e conduta terapêutica), de acordo com a idade dos pacientes, que diferenciam as fraturas da criança, do adulto jovem e idosos. Em crianças com idade inferior a sete anos, o processo odontóide está acometido em 75% dos traumatismos da coluna cervical, devido à interposição de sincondrose, entre o processo odontóide e o corpo de C2, sendo a parte da vértebra mais vulnerável às fraturas. A maior percentagem das fraturas do processo odontóide ocorre nos adultos; nos adultos jovens as fraturas são geralmente causadas por trauma de alta energia (acidente automobilístico, queda de grande altura, etc.), estando por isso associadas a outras lesões). Acima dos 70 anos de idade a fratura do processo odontóide é a mais frequente ao nível da coluna cervical. A classificação proposta por Anderson e D'Alonzo baseia-se na localização da linha da fratura e tem sido a mais utilizada e de maior aceitação. As fraturas foram divididas em três tipos: Tipo I - fratura obliqua através da parte próxima do processo odontóide. Tipo II - fratura na junção do processo odontóide com o corpo do áxis. Tipo III - fratura através do osso esponjoso do corpo do áxis. O tratamento conservador utilizando halo-gesso ou halo-vest apresenta consideráveis desvantagens nesse grupo de pacientes, devido ao alto índice de não consolidação das fraturas (25% a 30%) e complicações associadas ao seu uso. O repouso prolongado no leito é fator de risco para esses pacientes e a mortalidade é maior nos tratados conservadoramente, de modo que essa modalidade de tratamento para os idosos tem sido contra-indicada por alguns autores. O tratamento conservador utilizando halo-gesso apresenta consideráveis desvantagens nesse grupo de pacientes, devido ao alto índice de não consolidação das fraturas (25% a 30%) e complicações associadas ao seu uso. O repouso prolongado no leito é fator de risco para esses pacientes e a mortalidade é maior nos tratados conservadoramente, de modo que essa modalidade de tratamento para os idosos tem sido contra-indicada por alguns autores. TRAUMAS TORÁCICOS Trauma torácico é qualquer lesão física que ocorra no tórax e cavidade torácica. Há lesões que são fatais e ele é responsável por 25% de todas as lesões traumáticas. TRAUMAS TORÁCICOS TRAUMAS TORÁCICOS TRAUMAS TORÁCICOS As lesões de tórax são divididas naquelas que implicam em risco imediato à vida e que, portanto, devem ser pesquisadas no exame primário e naquelas que implicam em risco potencial à vida e que, portanto, são observadas durante o exame secundário. TRAUMAS TORÁCICOS Os métodos diagnósticos e terapêuticos devem ser precoces, para salvar a vida de um traumatizado torácico, não se necessita de grandes cirurgias, mas sim de um efetivo controle das vias aéreas, manutenção da ventilação, da volemia e da circulação. TRAUMAS TORÁCICOS Quanto ao Tipo de Lesão: ● Aberto: São os ferimentos e fraturas expostas. ● Fechado: São as contusões (observa-se hematomas e deformidades). TRAUMAS TORÁCICOS Quanto ao Agente Causal ● FAF – Ferimento por arma de fogo ● FAB – Ferimento por arma branca ● Acidentes Automobilísticos ● Quedas, golpes de luta ou choque com anteparo. TRAUMAS TORÁCICOS Quanto à Manifestação Clínica ● Pneumotórax – ar (hipertensivo ou não) ● Hemotórax - sangue ● Contusão Pulmonar ● Lesão de Grandes Vasos (aorta, artéria pulmonar, veias cavas) Mecanismos de lesão TRAUMA DIRETO A caixa torácica é golpeada por um objeto em movimento ou ela vai de encontro a uma estrutura fixa. Nesse caso, a parede torácica absorve o impacto e o transmite à víscera. Nesse tipo de trauma é frequente que o indivíduo, ao perceber que o trauma irá ocorrer, involuntariamente, inspire e feche a glote, o que poderá causar um pneumotórax. Mecanismos de lesão TRAUMA DE COMPRESSÃO Muito comum em desmoronamentos, construção civil, escavações, etc. Apresenta lesões mais difusas na caixa torácica, mal delimitadas e, se a compressão for prolongada, pode causar asfixia traumática, apresentando cianose cérvico-facial e hemorragia subconjuntival. Pode ser por mergulho (barotrauma) Mecanismos de lesão TRAUMA CONTUNDENTE Caracterizado por processo inflamatório em pulmão e/ou coração no local do impacto, causando edema e presença de infiltrado linfomonocitário o que caracterizará a contusão. Nesse tipo de trauma, o paciente terá dor local, porém sem alterações no momento do trauma. Após cerca de 24h, no entanto, o paciente apresentará atelectasia ou quadro semelhante à pneumonia Mecanismos de lesão TRAUMA CONTUNDENTE O choque frontal contra um obstáculo rígido, como, por exemplo, o volante de um automóvel, causa à desaceleração rápida da caixa torácica com a continuação do movimento dos órgãos intratorácicos, pela lei da inércia. Isto leva a uma força de cisalhamento em pontos de fixação do órgão, causando ruptura da aorta logo após a emergência da artéria subclávia esquerda e do ligamento arterioso, que são seus pontos de fixação. Mecanismos de lesão TRAUMA PENETRANTE É o mecanismo mais comum de traumas abertos. Pode ser causado criminalmente ou acidentalmente por armas brancas, objetos pontiagudos, estilhaços de explosões, projéteis de arma de fogo etc. As armas brancas provocam lesões mais retilíneas e previsíveis, pela baixa energia cinética. Avaliação Inicial das Lesões Traumáticas Torácicas Vias aéreas – Aqui se deve certificar a permeabilidade das vias aéreas (a sensação tátil e ruidosa pelo nariz e boca do paciente nos orienta sobre distúrbios na troca gasosa). Também pode ser notado sinais de insuficiência respiratória, como tiragem de fúrcula, batimento da asa do nariz, etc. A orofaringe sempre deve ser examinada à procura de obstrução por corpos estranhos, particularmente em pacientes com alterações da consciência. Avaliação Inicial das Lesões Traumáticas Torácicas Respiração – Fazer uma rápida propedêutica do tórax, avaliando o padrão respiratório, através da amplitude dos movimentos torácicos, presença de movimentos paradoxais (afundamento torácico), simetria da expansibilidade, fraturas no gradeado costal, enfisema de subcutâneo, etc. Avaliação Inicial das Lesões Traumáticas Torácicas Circulação – Para sua avaliação faz-se a monitorização da pressão arterial, do pulso (qualidade, frequência, regularidade, etc. Ex: os pacientes hipovolêmicos podem apresentar ausência de pulsos radiais e pediosos), bem como de estase jugular e perfusão tecidual. Estes parâmetros são muito úteis para uma avaliação geral do sistema circulatório. Fraturas São as lesões mais comuns do tórax e assumem fundamental importância, pois a dor causada por elas dificulta a respiração e levam ao acúmulo de secreção. Fraturas As etiologias mais comuns das fraturas são o trauma direto e a compressão do tórax. Geralmente as lesões por trauma direto formam espículas que se direcionam para o interior do tórax, logo com maior potencialidade de lesar a cavidade pleural. Fraturas Nas lesões por compressão, as espículas se direcionam para fora, diminuindo a potencialidade de acometimento da cavidade pleural, porém, com maior chance de levar a um tórax instável e lesões de órgãos internos.. Fraturas As fraturas da caixa torácica dividem-se didaticamente em três tipos principais: fraturas simples de costelas afundamentos fraturas de esterno Fraturas de costelas É a mais comum das lesões ósseas da parede torácica, podendo ocorrer isoladamente ou associada a pneumotórax ou hemotórax. Fraturas dos últimos arcos costais podem se associar à lesão de fígado ou baço e a lesão dos primeiros arcos se associam a traumas graves com possíveis lesões vasculares Fraturas de costelas Diagnóstico ● Dor e possível crepitação à palpação de ponto localizado (fraturado). ● Nem sempre na radiografia simples mostra a fratura. Ela deve ser avaliada com bastante atenção, procurando-se bem a fratura e, nos casos de dúvida, repetir a radiografia em outras incidências. Lembramos que a porção anterior e cartilaginosa pode apresentar lesão não visível na radiografia. Fraturas de costelas Conduta Na fratura simples, não complicada, indicamos a sedação eficaz da dor com analgésicos. Se insuficiente, faz-se anestesia local no foco de fratura ou nos espaços intercostais adjacentes na porção mais posterior do tórax. Medidas como enfaixamento torácico devem ser evitadas, por serem pouco eficientes e por restringirem a mobilização torácica, dificultando a fisioterapia e predispondo a infecções pulmonares. Afundamentos (fraturas múltiplas de costelas) Estão associadas aos traumatismos mais graves do tórax e frequentemente também de outros órgãos. Define-se como fraturas múltiplas à fratura de dois ou mais arcos costais em mais de um local diferente, determinando perda da rigidez de parte ou de todo o envoltório ósseo torácico, fazendo com que essa parte do tórax possa se movimentar de uma maneira diferente do restante (movimento paradoxal do tórax). Afundamentos (fraturas múltiplas de costelas) Diagnóstico ● À inspeção, presença de movimento paradoxal do tórax, isto é, depressão da região fraturada à inspiração e abaulamento à expiração. ● À palpação nota-se crepitação nos arcos costais à respiração, com intensa dor. ● Radiografia de tórax mostra os arcos fraturados (múltiplas soluções de continuidade), podendo-se ver a sua mudança de posição, da área flácida, conforme a radiografia for inspirada ou expirada. Afundamentos (fraturas múltiplas de costelas) O tratamento é feito pelo controle da dor e fisioterapia respiratória, sendo que nos casos mais graves é indicada a entubação orotraqueal com ventilação mecânica assistida, além de reposição volêmica. A terapêutica inicial inclui a correção da hipoventilação, oxigênio e a reposição volêmica. A terapia definitiva consiste em reexpandir o pulmão, garantir a oxigenação mais completa possível. Fraturas do Esterno São lesões raras, mas de alta mortalidade, devido à ocorrência de lesões associadas (contusão cardíaca, ruptura traqueobrônquica, ferimentos musculares) que devem ser pesquisadas concomitantemente. Fraturas do Esterno Indicação de fixação cirúrgica com fios de aço é mais frequente devido ao movimento paradoxal intenso e doloroso que pode ocorrer. A infiltração do foco de fratura esternal é conduta auxiliar de grande valor para o controle da dor. Pneumotórax (PTX) É a presença de ar na cavidade pleural, podendo levar à compressão do parênquima pulmonar e insuficiência respiratória. Nas contusões, dois mecanismos podem ser responsáveis pela lesão pulmonar com extravasamento de ar para a pleura, uma laceração do pulmão pela compressão aguda do tórax, ou uma espícula óssea, de uma costela fraturada, perfurando o pulmão. PNEUMOTÓRAX Se houver fístula de parênquima pulmonar com mecanismo valvulado o pneumotórax pode se tornar hipertensivo com desvio do mediastino para o lado contralateral, com torção das veias cavas e choque e se não for rapidamente tratado pode levar à morte. PNEUMOTÓRAX Diagnóstico ● Dispnéia (relacionada ao grau de compressão do parênquima pulmonar). ● Abaulamento do hemitórax afetado (mais nítido em crianças). ● Ausência ou diminuição do murmúrio vesicular. ● Nos casos de pneumotórax hipertensivo, aparecem sinais de choque com pressão venosa alta (estase jugular). ● Radiografia de tórax revela a linha de pleura visceral afastada do gradeado costal. PNEUMOTÓRAX Diagnóstico ● Dispnéia (relacionada ao grau de compressão do parênquima pulmonar). ● Abaulamento do hemitórax afetado (mais nítido em crianças). ● Ausência ou diminuição do murmúrio vesicular. ● Nos casos de pneumotórax hipertensivo, aparecem sinais de choque com pressão venosa alta (estase jugular). ● Radiografia de tórax revela a linha de pleura visceral afastada do gradeado costal. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Trauma de alto impacto foi estatisticamente mais frequente e o mecanismo de lesão mais observado foi a queda de altura. Das vértebras acometidas, a 1ª lombar foi a mais afetada. Luxação foi diagnosticada em 29,8% dos casos. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Acometem preferencialmente adultos jovens do sexo masculino. Esses traumatismos são acompanhados por 10 a 30,0% de dano neurológico, que pode dar-se no momento do trauma ou acontecer secundariamente. Serviços eficazes de resgate e de tratamento de pacientes com traumatismo raquimedular (TRM) são de vital importância para a diminuição das taxas de lesões secundárias. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR 40% dos casos, o trauma de coluna é causado por quedas. Na sequência aparecem os acidentes de trânsito (23%), seguido de outros acidentes (20%) TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Ocorre geralmente como resultado de traumas de alta energia (por exemplo, acidentes de trânsito e quedas de altura). Ele pode ocorrer espontaneamente em pacientes com distúrbios osteoporóticos, neoplásicos ou metabólicos da coluna. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR É importante avaliar a fratura lombar quanto à instabilidade. Caso a decisão seja cirúrgica, quanto mais cedo ocorrer o procedimento, melhor. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Fraturas lombares são rupturas nas vértebras lombares da coluna vertebral. Elas podem estar associadas à ruptura dos complexos ligamentares e podem acarretar a instabilidade ou compressão de estruturas neurais. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR As fraturas lombares são o desfecho usual de um trauma lombar. Outros desfechos incluem prolapso traumático do disco, lesão ligamentar e hematoma epidural, causando pressão na medula espinhal ou nas raízes nervosas; isso ocorre muito raramente sem uma fratura. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Fatores de risco: queda de uma altura acidente com veículo automotor idade >65 anos TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Principais fatores diagnósticos: presença de fatores de risco dorsalgia hematomas dormência aguda/parestesia TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Primeiras investigações a serem solicitadas: radiografia da coluna toracolombar (imagens anteroposterior e lateral) TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Investigações a serem consideradas: tomografia computadorizada (TC) da coluna vertebral RNM da coluna vertebral mielotomografia TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Os tipos mais comuns de fraturas que afetam a região lombar são as fraturas por compressão, que normalmente resultam de uma queda. Elas podem ser diagnosticadas através de uma radiografia. Na maioria das fraturas por compressão, repouso, fisioterapia, uso de coletes e cuidados médicos conservadores são eficazes. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR No caso da osteoporose, as fraturas por compressão se desenvolvem frequentemente quando a densidade óssea diminui devido à osteoporose. As vértebras são especialmente suscetíveis aos efeitos da osteoporose. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR As fraturas por compressão (que às vezes causam dor repentina e intensa nas costas) podem vir acompanhadas da compressão das raízes nervosas espinhais (que podem causar dor crônica nas costas). TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Outro tipo de fratura comum é a fratura explosão, que decorre de compressão violenta, resultando em falha das vértebras. Neste caso, a altura vertebral é significativamente diminuída. Esta ruptura pode ser instável e necessitar estabilização imediata. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR O tratamento da fratura de coluna lombar vai depender do tipo de lesão e da estabilidade. Para as lesões mais simples, o uso de medicação analgésica e anti-inflamatória associada ao repouso são medidas suficientes para a melhora do paciente. Já as fraturas ou lesões ligamentares devem ser avaliadas quanto à preservação ou não da estabilidade. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Lesões estáveis podem ser tratadas com o uso de colete de Jewet, usado em casos de fratura da coluna sem lesões na medula espinhal. Normalmente, este tipo de tratamento conservador é mantido por 8 a 12 semanas, até que as vértebras cicatrizem. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR A lesão de determinadas estruturas pode gerar uma situação de instabilidade que consiste um critério de gravidade e necessita de tratamento cirúrgico adequado para readquirir essa propriedade. Normalmente, o tratamento envolve a descompressão dos nervos e estabilização cirúrgica da coluna. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Durante a recuperação, deve-se ficar de repouso relativo durante a primeira semana e iniciar lentamente as atividades diárias mais leves, como caminhar e sentar, evitando exercícios pesados, como correr, nadar ou levantar pesos. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Espondilolisteses TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Espondilolisteses Espondilolistese significa escorregamento para frente de um corpo vertebral na coluna. O problema é mais comum na região lombar. Pacientes com espondilolistese podem ter dor, desvios posturais ou sintomas de compressão de nervo, irradiação e parestesias. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR A espondilolistese degenerativa ocorre em decorrência do processo de osteoartrose causado pela degeneração discal levando há incompetência facetária. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR A espondilolistese traumática é causada por fratura dos elementos posteriores, podendo ser em qualquer parte exceto na pars interarticularis, como por exemplo nos pedículos. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR O fator causal da espondilolistese irá definir seu tipo: Diplásica (associada a defeito de formação) Ístimica (defeito vertebral por estresse mecânico, mais comum em crianças e adolescentes) Degenerativa (causada pelas alterações adaptativas da coluna ao processo de envelhecimento) Traumática (por quedas, acidentes) Patológica (relacionada à presença de tumores). TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Fatores de risco Estresse por microtrauma de repetição do arco posterior como o que ocorre, por exemplo, em exercícios com movimentos de hiperlordose (hiperextensão) lombar. Os esportes de contato poderão causar lesão de um importante estabilizador vertebral, a pars interarticularis (estrutura que une os elementos posteriores da vértebra ao corpo vertebral). A lesão da pars interarticularis sem escorregamento vertebral é conhecida como espondilólise e é condição pré-escorregamento. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Sintomas de Espondilolistese Dor lombar, depressões da pele na região lombar, contratura da musculatura posterior da coxa (que pode causar dificuldade de marcha) e dor irradiada para os membros inferiores podem estar presentes independente do fator causal. Sintomas como dor noturna (na qual o paciente acorda durante a noite), perda de força ou sensibilidade nos membros inferiores são sintomas menos comuns, porém igualmente importantes. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Cerca de 80% da população geral deverá apresentar episódio de dor lombar ao decorrer da vida. No entanto, dor lombar persistente, que pode irradiar para os membros inferiores, é um sintoma que não deve ser deixado de lado TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Diagnóstico de Espondilolistese Apesar de alguns dos sintomas serem indicadores indiretos de espondilolistese o diagnóstico é feito através de exames de radiografias simples, podendo ser complementado por tomografia computadorizada e ressonância magnética. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR TRATAMENTO Nos casos mais graves de escorregamento ou nos quais o paciente tem dor refratária ao tratamento conservador como através de uso de medicamentos e fisioterapia, podem ser indicados procedimentos ambulatoriais ou cirúrgicos. Nos casos de espondilolistese associada à dor lombar e/ou radicular (aquela que irradia para os membros inferiores) é possível utilizar artifícios como bloqueios para alívio da dor precedendo o tratamento fisioterápico. TRAUMA DA COLUNA LOMBAR TRATAMENTO Nos casos de espondilolistese ístmica, aquela que ocorre mais frequentemente em crianças e adolescentes deverá fazer parte das orientações mudança no estilo de vida de acordo com a sintomatologia e o grau de escorregamento, incluindo restrição de atividades esportivas de contato e uso de órtese lombar (que deverá ser prescrita pelo médico especialista). TRAUMA DA COLUNA LOMBAR Complicações possíveis As principais complicações no caso de demora no diagnóstico e tratamento são a dor, um aumento do grau de escorregamento e o mais preocupante que é o déficit neurológico (perda sensitiva e motora). TRAUMA DA PELVE Fraturas de pelve geralmente resultam de traumas de alta energia. Em cerca de 90% dos casos há outras lesões associadas, sendo o prognóstico destes doentes relacionado principalmente à gravidade dessas lesões . Lesões abdominais nos traumatizados com fraturas de bacia. TRAUMA DA PELVE TRAUMA DA PELVE TRAUMA DA PELVE TRAUMA DA PELVE TRAUMA DA PELVE TRAUMA DA PELVE TRAUMA DA PELVE TRAUMA DA PELVE As fraturas pélvicas podem comprometer a sínfise púbica, o acetábulo, articulação sacroilíaca ou o sacro. Elas variam de lesões estáveis com desvio mínimo causadas por quedas de baixo impacto a lesões instáveis com desvio drástico e que podem causar hemorragia maciça. TRAUMA DA PELVE Também podem ocorrer lesões geniturinárias, intestinais e neurológicas. O diagnóstico é por radiografia e geralmente TC. Fraturas estáveis leves só requerem tratamento sintomático. As fraturas instáveis e as fraturas com hemorragia significativa geralmente exigem fixação externa ou redução aberta com fixação interna. TRAUMA DA PELVE Os ossos pélvicos, com os ligamentos sacroilíacos anterior e posterior e as articulações fibrosas entre os ossos (sindesmose), formam um anel. A fratura pélvica pode ou não pode romper o anel; o rompimento do anel resulta de fraturas em ≥ 2 locais e provoca instabilidade. TRAUMA DA PELVE Complicações Muitas estruturas anatômicas importantes atravessam a pelve e muitas vezes são lesadas. Lesões vasculares (p. ex., lesões da veia ilíaca) podem ocorrer e causar hemorragia significativa, principalmente em fraturas pélvicas posteriores. A hemorragia pode ser externa (indicando fratura exposta) ou apenas interna; ambas podem causar choque hemorrágico . TRAUMA DA PELVE A maioria das fraturas pélvicas resulta de lesões de alta energia, mais comumente causadas por acidentes de trânsito (incluindo atropelamentos) ou queda de altura. Algumas (p. ex., fraturas do ramo sinfisário ou púbico) resultam de lesões menores ou de baixo impacto (p. ex., quedas em casa), especialmente em pacientes com osteoporose. TRAUMA DA PELVE Algumas fraturas pélvicas, geralmente em adolescentes com placas de crescimento abertas, são pequenas fraturas por avulsão da parte anterior da coluna vertebral ou da parte inferior ilíaca ou da tuberosidade isquiática. TRAUMA DA PELVE Sinais e sintomas A maioria dos pacientes com fratura pélvica tem dor na região inguinal e/ou dor lombar. A compressão da sínfise púbica ou a compressão simultânea de ambas as espinhas ilíacas anterossuperiores é normalmente dolorosa, em especial em fraturas graves, e podem indicar instabilidade. TRAUMA DA PELVE Lesões geniturinárias e/ou ginecológicas (geralmente vaginais) incluem: Sangue no meato uretral Hematoma escrotal ou perineal Hematúria - Anúria Próstata alta Sangramento vaginal TRAUMA DA PELVE Lesões intestinais ou retais podem causar: Dor abdominal ou pélvica Sangramento retal Peritonite tardia TRAUMA DA PELVE Lesões neurológicas podem causar: Fraqueza ou perda de sensibilidade e reflexos nos membros inferiores, no reto ou no períneo Incontinência - Retenção urinária A taxa de mortalidade é alta quando as fraturas são instáveis ou posteriores, ou ainda quando causam choque hemorrágico. TRAUMA DA PELVE Diagnóstico: Radiografias simples Geralmente, TC Deve-se considerar fratura pélvica se os pacientes tiverem dor na região pélvica ou no quadril ou tiveram trauma grave. Radiografia anteroposterior da pelve revela a maioria das fraturas. TRAUMA DA PELVE Diagnóstico: O desvio da fratura indica ruptura do anel pélvico, sugerindo outra fratura ou ruptura da sindesmose ou dos ligamentos. Podem ser necessárias incidências específicas. TRAUMA DA PELVE Os testes incluem: Exame de urina para verificar hematúria Exame neurológico Fazer exame pélvico nas mulheres para verificar lesão vaginal Uretrograma retrógrado para verificar se lesão uretral, se indicado TRAUMA DA PELVE Tratamento: Nas fraturas estáveis, normalmente somente tratamento sintomático Para fraturas instáveis, fixação externa ou redução aberta e fixação interna (RAFI) Em caso de hemorragia importante, a fixação externa ou, algumas vezes, embolização por angiografia ou estabilização pélvica TRAUMA DA PELVE Tratamento: Em geral, fraturas pélvicas estáveis só exigem tratamento sintomático, principalmente quando os pacientes conseguem caminhar sem ajuda. TRAUMA DA PELVE Tratamento: Em geral, fraturas pélvicas estáveis só exigem tratamento sintomático, principalmente quando os pacientes conseguem caminhar sem ajuda. TRAUMA DA PELVE Tratamento: A Fisioterapia inclui cinesioterapia, eletrotermofoto, hidroterapia e reeducação da marcha em casos mais relevantes onde o paciente fica muito tempo acamado.
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