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TERAPIA-RENAL-DIÁLISE-PERITONEAL FAVENI

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 
2 ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL.................................................................. 4 
3 AVALIAÇÃO DE FUNÇÃO RENAL. ................................................................. 9 
4 MANEJO DOS PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA ................... 11 
5 CONCEITO DE DRC ...................................................................................... 12 
6 EPIDEMIOLOGIA DA DRC ............................................................................. 13 
7 FATORES DE RISCO..................................................................................... 14 
8 ESTÁGIOS DA DRC ....................................................................................... 19 
9 TRATAMENTO CONSERVADOR .................................................................. 21 
10 ADESÃO AO TRATAMENTO ...................................................................... 25 
11 A ANATOMIA E A FISIOLOGIA DO PERITÔNIO ....................................... 26 
12 PRESCRIÇÃO DE DIÁLISE ........................................................................ 28 
13 TIPOS DE CATETERES ............................................................................. 29 
14 A TERAPIA DE DIÁLISE PERITONEAL E O CUIDADO DE ENFERMAGEM
 31 
15 A AÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM FRENTE AO CLIENTE EM 
DIÁLISE PERITONEAL. ........................................................................................ 32 
16 COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS (PERITONITE) – E VIAS DE 
CONTAMINAÇÃO. ................................................................................................ 35 
17 O ENFERMEIRO COMO EDUCADOR EM SAÚDE AO CLIENTE EM DP . 37 
18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 39 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL. 
O Sistema renal é formado por dois órgãos denominados de rins, os quais 
realizam a maior parte das funções de excreção, filtrando o sangue e recolhendo 
deste os resíduos metabólicos de todas as células do nosso corpo (DI DIO, 1999; 
GARDNER, 1998; MOORE, 2007). 
Este órgão é dotado de um sistema de tubos condutores do produto final 
deste filtrado, que é a urina, a qual chamamos de vias urinárias, que são compostas 
por: pelve renal, ureteres, bexiga urinária e uretra. A urina produzida pelos rins, é o 
veículo no qual este aparelho controla a eliminação de água, sais minerais, íons, 
resíduos metabólicos, enfim, substâncias que em excesso causam um desequilíbrio 
fisiológico em nosso organismo. (DI DIO, 1999; GARDNER, 1998; DOUGLAS, 2001/ 
2002 A, B, C; DÂNGELO; FATTINI, 2006; MOORE, 2007). 
Os rins são estruturas retro-peritoniais, localizados na região abdominal, ao 
lado da coluna vertebral, entre as duas últimas vértebras torácicas e as três 
primeiras vértebras lombares. São recobertos pelo peritônio e circundados por um 
tecido areolar frouxo, que é uma delaminação especial da fáscia subserosa 
denominada fáscia renal (anterior e posterior) e por uma massa de tecido adiposo 
denominada gordura perirrenal. O rim direito é um pouco mais caudal que o 
esquerdo, provavelmente devido a sua relação superior com o fígado. Sua 
coloração é um marrom escuro; possui um formato de grão de feijão; mede 
aproximadamente 12 cm de altura, de 5 a 7,5 cm de largura e 2,5 cm de espessura; 
seu peso varia entre 125 a 170 gramas no homem adulto, e 115 a 155 gramas na 
mulher adulta (DI DIO, 1999; GARDNER, 1998; MOORE, 2007; GRAY, 1988). 
Apresenta um ápice, uma base, faces e margens distintas, sendo uma 
lateral convexa e outra medial côncava. Nesta última encontramos uma profunda 
fissura longitudinal denominada de hilo renal, região esta que permite a entrada e 
saída de estruturas dos rins (veias, artérias, nervos, ureteres) denominada de 
pedículo renal. Superficialmente o rim é revestido por uma túnica fibrosa 
 
5 
 
denominada cápsula fibrosa, que confere uma proteção firme e lisa ao órgão (DI 
DIO, 1999; GARDNER, 1998; MOORE, 2007; GRAY, 1988; DÂNGELO; FATTINI, 
2006; DELAMARCHE, 2006; TORTORA, 2007). 
Embora os rins constituam menos de 0,5 % do total da massa do corpo, 
recebem de 20 a 25 % do débito cardíaco em repouso, por meio das artérias renais 
(direita e esquerda), que são dois grandes troncos que se originam da artéria aorta 
abdominal, ao nível do disco intervertebral entre a primeira e a segunda vértebras 
lombares. A artéria renal direita é mais longa que a esquerda devido à posição da 
artéria aorta e seguem dorsalmente as veias renais. Antes de atingir o hilo renal, 
cada artéria se divide 5 ramos, denominadas de artérias segmentares, que suprem 
segmentos diferentes do órgão. O segmento superior do rim é irrigado pela artéria 
segmentar superior, os segmentos anteriores são nutridos pelas artérias 
segmentares antero-superiores e anteroinferiores, o segmento inferior do rim é 
nutrido pela artéria segmentar inferior e o segmento posterior do rim é irrigado pela 
artéria segmentar posterior. Ao penetrarem no seio renal cada artéria do segmento 
da origem a diversos ramos que entram no parênquima entre as colunas e os lobos 
renais, as denominadas artérias interlobares, que seguem em direção as bases das 
pirâmides renais em formato de arco, entre o córtex e medula renal, passando então 
a serem chamadas de artérias arqueadas. Daí segue em direção ao córtex renal, 
entre os lóbulos renais, formando as artérias interlobulares, que dão origem as 
arteríolas aferentes, que se divide em uma rede capilar enovelada denominada 
glomérulo, que é a porção vascular do néfron, que será discutido adiante. Estes 
capilares glomerulares se reúnem para formar a arteríola eferente, que após 
divisões formam a rede de capilares peritubulares que circundam as partes 
tubulares do néfron no córtex renal e as arteríolas retas que suprem as partes 
tubulares do néfron na medula renal. As redes de capilares peritubulares se reúnem 
para formarem as vênulas peritubulares e em seguida as veias interlobulares, que 
drenam o sangue para as veias arqueadas, que correm em direção as colunas 
renais como veias interlobares que se une no seio renal formando as veias 
comunicantes, que deixam o rim por meio das veias renais (direita e esquerda) 
 
6 
 
sendo que a veia renal direita é menor que a esquerda, devido à posição da veia 
cava inferior, onde o sangue venoso é levado à circulação sistêmica (DI DIO, 1999; 
DUQUES, 2002; GARDNER, 1998; MOORE, 2007; GRAY, 1988; DÂNGELO; 
FATTINI, 2006; DELAMARCHE, 2006; TORTORA, 2007). 
Se fizermos um corte longitudinal em um rim, passando pelas suas bordas, 
iremos observar as estruturas macroscópicas internas do rim. Ao observarmos uma 
de suas faces, veremos uma camada fibrosa externa, apresentada em forma de 
casca, na qual denominamosde córtex renal. Em direção a face medial, 
encontraremos a medula renal, estrutura avermelhada escura em um formato 
triangular, com a sua base voltada para o córtex e seu vértice voltado para o seu 
interior, denominada de pirâmide renal, intercalada por estruturas em forma de 
colunas, na qual denominamos de colunas renais (DI DIO, 1999; GARDNER, 1998; 
MOORE, 2007; GRAY, 1988; DÂNGELO; FATTINI, 2006; DELAMARCHE, 2006; 
TORTORA, 2007). 
O ureter mede aproximadamente 25 a 34 cm de comprimento, é composto 
de três camadas distintas: a mais externa é túnica adventícia, composta por tecido 
conjuntivo, sendo parcialmente revestida de serosa nas regiões onde o ureter está 
em contato com o peritônio; a túnica média composta por musculatura lisa; e a 
túnica interna é composta por camada mucosa. Segue seu trajeto 
retroperitonealmente até um saco musculomembranoso localizada na cavidade 
pélvica denominada de bexiga urinária, um órgão especializado em armazenar 
urina, e quando esta se encontra totalmente cheia, com as suas fibras musculares 
estiradas (músculo detrussor), estas se contraem eliminando a urina armazenada 
por um outro tubo chamado de uretra, que se estende do óstio interno da uretra no 
fundo da bexiga, até o óstio externo da uretra na glande do pênis no sexo masculino, 
e no vestíbulo da vagina no sexo feminino (DI DIO, 1999; GARDNER, 1998; 
MOORE, 2007; GRAY, 1988; DÂNGELO; FATTINI, 2006; DELAMARCHE, 2006; 
TORTORA, 2007). 
A bexiga urinária masculina se diferencia em muito da feminina, devido à 
presença da próstata, inferiormente, e das vesículas seminais e ductos deferentes, 
 
7 
 
lateralmente. Já a bexiga urinária feminina ao invés de se relacionar posteriormente 
com o reto, como faz a masculina, relaciona-se com o útero. A uretra masculina 
também se diferencia da feminina em relação ao seu comprimento, sendo a 
feminina menor medindo cerca de 4 cm, e a masculina maior e variando seu 
comprimento entre 17,5 a 20 cm, sofrendo denominações específicas devido ao 
órgão que atravessa. A porção da uretra masculina que atravessa a próstata 
denomina-se uretra prostática; a porção da uretra que atravessa o soalho da pelve 
e músculo esfíncter externo da bexiga denomina-se uretra membranácea e 
finalmente a porção da uretra que penetra no bulbo do pênis, onde se encontra o 
corpo esponjoso do pênis, denomina-se uretra esponjosa. Outra diferença da uretra 
masculina para a feminina, é que na primeira além de servir como via para 
eliminação de urina, também serve como via para eliminação de gametas 
(espermatozoides) (DI DIO, 1999; GARDNER, 1998; MOORE, 2007; GRAY, 1988; 
DÂNGELO; FATTINI, 2006; DELAMARCHE, 2006; TORTORA, 2007). 
O rim desenvolve um papel exócrino, que é em si a formação de urina, ora 
mais, ora menos diluída, e também desenvolve suas funções endócrinas, através 
de células secretoras específicas, das quais muitas ainda não são bem definidas; 
contudo a função homeostática do meio interno, sendo a função principal do rim, é 
a efetuada pela formação de urina na unidade funcional básica do rim que é o 
néfron, um conjunto de estruturas vasculares e renais que visam à formação de 
urina de acordo com o papel homeostático do qual o rim está incumbido (AIRES, 
1999; DOUGLAS, 2002 A, B, C; GUYTON, 2002; DELAMARCHE, 2006). 
Como descrito anteriormente, a unidade morfofuncional básica do rim é o 
néfron. Toda a urina resulta da filtragem do sangue que passa por estes néfrons, no 
qual se calcula que existam cerca de 6 a 12 x105 néfrons. Isto não significa que 
todos são funcionantes, variando justamente de acordo com a ritmicidade da função 
renal, existindo néfrons ativos e de repouso, o que significa uma reserva funcional 
para o rim, que provavelmente serão utilizados em uma situação de sobrecarga 
renal (AIRES, 1999; DOUGLAS, 2002 A, B, C; GUYTON, 2002; DELAMARCHE, 
2006). 
 
8 
 
A unidade nefrônica urinária está constituída por diferentes elementos que 
desenvolvem também papeis funcionais diferentes na formação da urina. Esta se 
inicia pela cápsula de Bowman, na qual existem duas lâminas ou membranas, uma 
parietal mais externa e outra interna da qual está separada por um espaço capsular, 
onde se acumula o filtrado glomerular (NETTER, 1973; AIRES, 1999; DOUGLAS, 
2002 A, B, C; GUYTON, 2002; DELAMARCHE, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.sobiologia.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3 AVALIAÇÃO DE FUNÇÃO RENAL. 
A avaliação da função renal é um dos mais antigos desafios da medicina 
laboratorial. Muitos avanços foram feitos nesse campo desde a primeira dosagem 
de creatinina feita por Jaffe, em 1886. Porém, ainda há espaço para o 
desenvolvimento de marcadores laboratoriais da função renal. É mais fácil 
compreender a avidez por esses marcadores quando se analisa o impacto da 
doença renal. No Brasil, onde sabidamente há problemas em registrar ocorrências 
médicas e não há uma base de dados confiável, fontes oficiais indicam existir, hoje, 
cerca de 1 a 4 milhões de portadores de insuficiência renal crônica (IRC). (LEITE, 
I.C, 2002). 
A doença renal crônica (DRC) consiste na perda gradativa da estrutura e 
função renal, resultando em perda progressiva das funções fisiológicas dos rins. 
(BASTOS MG. 2013). 
 O declínio da função renal se associa ao aumento da mortalidade, 
morbidade, limitações na vida diária, incapacidades físicas e perda da qualidade de 
vida. (CHEN YC, 2017). 
A prevalência da DRC tem aumentado mundialmente em função do 
envelhecimento populacional e dos fatores de risco metabólicos como hipertensão, 
obesidade, diabetes e uso de agentes nefrotóxicos. (LEVEY AS, 2009) 
O diagnóstico precoce da DRC pode ser realizado por meio de exames 
laboratoriais rotineiros, como a dosagem de creatinina sanguínea e a taxa de 
filtração glomerular. (PENA PFA, 2012). 
 A creatinina consiste no teste de triagem mais utilizado para avaliação da 
função renal, sendo também utilizada para estimar as taxas de filtração glomerular 
na triagem de DRC. Ela é um produto residual do metabolismo da creatina e da 
fosfocreatina presentes, principalmente, na musculatura esquelética, por isso 
 
10 
 
pessoas com maior massa muscular tendem a ter maior excreção de creatinina de 
forma fisiológica. (CIRILLO M, 2006). 
Essa excreção ocorre sobretudo na via renal, sendo 85,0% por filtração 
glomerular e 15,0% por secreção tubular. Em função da disponibilidade e do custo, 
a creatinina resulta no teste de triagem mais difundido na prática clínica para 
avaliação da função renal. (CIRILLO M, 2006). 
A estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG) é comumente usada 
como a medida padrão, além de ser um indicador importante para detecção, 
avaliação e prognóstico da DRC. A diminuição progressiva da TFG secundária à 
perda irreversível dos néfrons funcionantes manifesta-se a princípio por uma 
elevação persistente dos níveis plasmáticos dos produtos que normalmente são 
excretados pelos rins, como a ureia sanguínea e a creatinina. (LEVEY AS, 2009). 
À medida que ocorre progressão da lesão, aparecem outras alterações 
laboratoriais e manifestações clínicas. A deterioração progressiva ao longo do 
tempo produz acúmulo de substâncias tóxicas com uma variedade de distúrbios 
bioquímicos e sintomatologia múltipla dependendo do estágio da DRC. (LEVEY AS, 
2009) 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
4 MANEJO DOS PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA 
A doença renal em estágio terminal (DRET) ou Insuficiência Renal Crônica 
(IRC), pode ser definida como uma deterioração progressiva e irreversível da função 
renal que resulta em uremia devido aos rins mostrarem-se incapazes de manter o 
equilíbrio hidroeletrolítico e metabólico do organismo. (BRANCO JMA, 2010) 
O tratamento desta patologia depende da evolução da doença. Inicialmente, 
ele poderá ser conservador, através de medidas terapêuticas medicamentosas e 
dietéticas. A diálisefaz-se necessária quando os medicamentos, dieta e restrição 
hídrica se tornam insuficientes. (PEREIRA MRS, 2013) 
O portador de IRC já começa a ser orientado para a possibilidade de 
submeter-se a um transplante renal, sendo importante ressaltar que nenhum deles 
é de caráter curativo e, assim, apenas visam aliviar os sintomas dos pacientes e 
preservar suas vidas ao máximo. (RAMOS IC, 2007) 
Vale ressaltar que a IRC e o seu tratamento hemodialítico provocam 
situações sucessivas na vida do paciente comprometendo não só o físico, mas 
também o psicológico, havendo repercussões pessoais, familiares e sociais. Tais 
repercussões devem-se as manifestações clínicas apresentadas pela doença, tais 
como: hipertensão, anorexia, vômito, alterações no nível de consciência, agitação, 
dor e desconforto intenso. Incluindo também as complicações da hemodiálise, como 
câimbra muscular dolorosa, embolia gasosa, dor, infecções etc. Vendo-se ainda a 
obrigação de deslocarem-se de seus lares para o local que oferece a tecnologia 
para manutenção de suas vidas. (PEREIRA MRS, 2013) 
Tal situação descrita requer da equipe que assiste ao usuário uma 
preparação adequada, especialmente da equipe de enfermagem, que está em 
tempo integral com o cliente e pode observar melhor as suas limitações e 
necessidades tendo condições assim de elaborar um plano de cuidados que visa 
priorizar e combater alguns danos causados pela doença e também pelo 
tratamento. (BRANCO JMA, 2010). 
 
12 
 
5 CONCEITO DE DRC 
O termo insuficiência renal crônica (IRC) foi substituído pelo termo doença 
renal crônica (DRC), que designa tantas condições nas quais há perda insidiosa da 
função renal, quanto condições nas quais há lesão renal com função ainda 
preservada. Diversas doenças sistêmicas e primárias renais culminam em agressão 
lenta do parênquima renal, o qual acaba sendo substituído por tecido fibroso, lesão 
esta irreversível. (DELAMARCHE, 2006). 
A DRC tornou-se um problema de Saúde Pública, com um aumento 
significativo em prevalência e incidência. Diversos motivos contribuem para isso, 
sendo particularmente importante o aumento na prevalência de obesidade, diabetes 
melito, hipertensão arterial, tabagismo e sedentarismo. (DELAMARCHE, 2006). 
Medidas de prevenção primária e secundária são urgentes e alvo de estudo 
intenso. Entre elas, a criação de uma classificação pela National Kidney Foundation 
veio de encontro à necessidade de padronizar a nomenclatura internacional. 
(DELAMARCHE, 2006). 
Se não tratada, a DRC progride para insuficiência renal terminal, 
acarretando morbimortalidade elevada, principalmente pelo alto risco 
cardiovascular, piora da qualidade de vida e altos custos para o sistema de saúde. 
Por outro lado, o paciente que necessita de terapia renal substitutiva (TRS) requer 
um acompanhamento rigoroso e especializado, de forma que a diálise (ou 
transplante) seja iniciada com melhora da qualidade de vida. (DELAMARCHE, 
2006). 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
6 EPIDEMIOLOGIA DA DRC 
O envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, 
decorrentes da transição demográfica nas últimas décadas no Brasil, contribuíram 
para mudanças no perfil de morbimortalidade e aumento da prevalência das 
doenças crônicas, entre elas a doença renal crônica (DRC). (GRASSMANN, 2007). 
Hipertensão e diabetes são os principais fatores de risco para DRC e estão 
se tornando mais frequentes na população em geral, contribuindo para o aumento 
da incidência de DRC. (BOMMER J., 2002). 
A DRC é um problema mundial de saúde pública. As doenças do rim e trato 
urinário contribuem com aproximadamente 850 mil mortes a cada ano e 15 milhões 
de anos de vida ajustados por incapacidade, constituindo-se na 12ª causa de morte 
e na 17ª causa de incapacidade. (BOMMER J., 2002). 
O estágio final da DRC é denominado insuficiência renal crônica terminal 
(IRCT), quando o paciente necessita de uma terapia renal substitutiva (TRS) para 
sobreviver. As TRSs disponíveis são a diálise (hemodiálise [HD] e diálise peritoneal 
[DP]) e o transplante renal (TX). A prevalência de IRCT na população mundial 
aumentou 6% entre 2003 e 2004. Ao final de 2004, aproximadamente 1,8 milhão de 
pacientes estavam submetidos à TRS no mundo, representando uma prevalência 
de 280 pacientes por milhão de população (pmp). Desses, 77% encontrava-se em 
alguma forma de diálise e 23% era de transplantados renais. (GRASSMANN, 2007). 
O crescimento da população com DRC tem implicações substanciais para 
as políticas públicas de saúde, sobretudo pelo custo elevado dos pacientes em TRS, 
com 85% a 95% dessa terapêutica subsidiada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
(SESSO R, 2008). 
A coleta de informações sistematizadas sobre pacientes em diálise tem sido 
um desafio para a maioria dos países. No Brasil, observa-se uma escassez de 
dados de abrangência nacional que contribuam para o monitoramento da população 
em TRS. (SESSO R, 2008). 
 
14 
 
Uma possibilidade de superar tal dificuldade é a utilização de informações 
oriundas de sistemas de dados administrativos, cujo objetivo primordial é o registro 
de pagamentos de procedimentos realizados pelo SUS para os pacientes em TRS. 
(SESSO R, 2008). 
7 FATORES DE RISCO 
Segundo Romao Jr, McClellan (2005), há quatro grupos de pacientes bem 
definidos em risco de desenvolver DRC: 
 
1. Hipertensos 
2. Diabéticos 
3. Pacientes Portadores de Doenças Cardiovasculares 
4. Familiares de Pacientes com DRCT 
 
Segundo Romao Jr, McClellan (2005), outros fatores de risco associados, 
mas da mesma importância incluem: 
1. Hiperlipidemia 
2. Consumo de Proteínas 
3. Obesidade 
4. Proteinúria 
5. Fatores Étnicos e Pobreza 
HIPERTENSAO ARTERIAL – É a primeira causa de DRCT no Brasil, 
responsável por cerca de 40 % dos pacientes, é um fator de risco modificável cujo 
tratamento adequado é capaz de diminuir significativamente não só a mortalidade 
cardiovascular, mas também a velocidade de progressão da DRC. (ROMAO JR JE, 
2004). 
 
15 
 
Inúmeros ensaios clínicos e experimentais demonstram que a diminuição 
dos níveis pressóricos e, além disto, o bloqueio do Sistema Renina – Angiotensina 
(SRA) por inibidores da ECA e ou Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina 
são eficazes para a nefro-proteção. (MASCHIO G, BRENNER BM, 2001) 
A diminuição da filtração glomerular abaixo de 60ml /min/1,73 m2 e ou a 
presença de microalbuminúria significativa (uma relação albumina-creatinina acima 
de 200mg/g creatinina) são indicações para o manejo adequado da pressão e o uso 
de bloqueadores do SRA como medicamentos de primeira linha. Os níveis 
pressóricos devem ser mantidos abaixo de 130 x 80 mmHg. (CHOBANIAN AV, 
2003) 
DIABETE – Constitui a primeira causa de DRCT em países desenvolvidos 
(45%), no Brasil a prevalência de diabetes varia de 18% na Região Norte até 27% 
na Região Sul (Censo SBN, 2006) sendo a segunda causa de DRC, porém sua 
prevalência aumentou de 10% para, cerca de, 25% em 10 anos o que constitui a 
base da epidemia. (OHKUBO Y, 1995) 
O controle estrito dos níveis glicêmicos, associado ao bloqueio do SRA e 
do manejo da hipertensão diminuem a progressão de diabetes dos tipos 1 e 2 e 
deve ser incorporado a boa prática clínica. (OHKUBO Y, 1995) 
DOENÇA CARDIOVASCULAR – Pacientes submetidos a procedimentos 
radiológicos e cirúrgicos sobre o sistema cardiovascular e aqueles recrutados para 
ensaios clínicos de doença aterosclerótica tem risco aumentado para DRC. 
(MCCLELLAN, 2004). 
McClellan, (2004) refere que 60% dos pacientes com Insuficiência Cardíaca 
e 52 % dos pacientes com Infarto do Miocárdio que receberam alta do Sistema 
Medicare dos Estados Unidos tinham uma filtração glomerular abaixo de 60 ml/min, 
demonstrando que a doença cardiovascular associada a DRC aumenta o risco de 
DRCT. Pacientes portadores de doença cardiovascular devem ser apropriadamente 
avaliados sob o ponto de vista nefrológicoe medidas terapêuticas de nefro proteção 
devem ser prescritas. 
 
 
16 
 
FAMILIARES DE PACIENTES PORTADORES DE DRCT – a associação 
entre DRCT e história familiar de nefropatia foi descrita por Ferguson (1988) que 
demonstraram que a prevalência de DR entre familiares (primeiro e segundo grau) 
de pacientes em TRS era de 26% comparados com 11% da comunidade. 
Entre 769 familiares de pacientes em TRS, Jurkovitz & cols 
(2002) encontraram 13,9% de indivíduos que tinham IFG < de 60ml/min e a maioria 
ignorava sua condição. No Brasil está agregação familiar de doença renal também 
foi encontrada em pacientes com DRCT e em nefropatia diabética. (CANANI LH, 
1999). 
 
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS 
 
HIPERLIPIDEMIA – Aos distúrbios lipídicos têm sido implicados na 
evolução de DRC há mais de duas décadas mais recentemente uma meta-análise 
de 13 estudos mostrou que o declínio da função renal em pacientes hiperlipidêmicos 
tratados foi menor do que em pacientes controles. (FRIED LF, 2001) 
A correção do perfil lipêmico dos pacientes portadores de DRC é 
recomendado por se tratar de fator de risco para DRC e DCV. (BROUHARD BH, 
1990) 
CONSUMO PROTÉICO – já existe evidência clínica e experimental que a 
redução de proteína da dieta diminui a progressão de DRC e que este conceito pode 
ser generalizado para a população geral. Por outro lado, estudos baseados no 
NHANES III mostraram que pacientes diabéticos e hipertensos que estavam no 
quintil mais alto de ingestão proteica tinham uma excreção de albumina três vezes 
maior que aqueles que estavam no quintil inferior. Proteínas não lácteas de origem 
animal são implicadas num maior declínio do IFG como mostrou o Nurse’s Health 
Study. (KNIGHT EL, 2003). 
Desta maneira parece ser razoável a restrição proteica moderada para 
pacientes portadores de DRC. (KLAHR S, 1994). 
 
 
17 
 
OBESIDADE – Entre as pessoas participantes do estudo NHANES III, o 
fumo, inatividade física e um IMC maior ou igual a 35kg/m foram responsáveis por 
um aumento da incidência de DRC ou de mortes devidas à DRC (RR de 2,3). Há 
também evidência que a redução do IMC contribui para a diminuição da proteinúria 
e melhora da filtração glomerular. (KLAHR S, 1994). 
PROTEINURIA – A presença de microalbuminúria ou proteinúria é um fator 
de risco para evolução da DRC. (RUGGENENTI P, 1998). 
O grau de progressão depende dos níveis iniciais de proteinúria e também 
do seu grau de redução, uma redução de 2g/d na proteinúria foi associada à menor 
progressão da DRC. Para cada aumento da excreção de proteína em 1g/dia o risco 
de DRC progressiva aumenta 6 vezes. Portanto, a redução dos níveis de excreção 
proteica é mandatória e independente da redução dos níveis pressóricos para 
renoproteçao, podendo eventualmente necessitar duplo bloqueio do SRA. 
(RUGGENENTI P, 1998). 
FATORES ÉTNICOS – Nos Estados Unidos e outros países como o Havaí, 
Austrália e Nova Zelândia há uma disparidade racial na maior prevalência de DRCT 
entre grupos étnicos locais e brancos. (TARVER-CARR ME, 2002). 
 Na América do Norte a maior prevalência de paciente afrodescendentes 
em DRCT é discrepante em relação a prevalência deste grupo de pacientes em 
DRC não terminal, isto é, pacientes participantes do NHANES III afrodescendentes 
tem um risco 8.9 vezes aumentado para DRCT, no entanto não tem um aumento da 
prevalência de DRC correspondente. Uma explicação para esta discrepância seria 
que a afro – descendentes teriam uma evolução mais rápida para DRCT e esta 
diferença sendo explicada, pelo menos em parte, por fatores socioeconômicos e 
políticos. Porém, outros fatores certamente influenciam este quadro, como a maior 
incidência de Hipertensão, Diabetes, Obesidade, Glomerulopatia por IgA, fatores 
culturais e mesmo farmacológicos envolvidos na epidemiologia da DRCT nestes 
Grupos. (TARVER-CARR ME, 2002). 
 
 
18 
 
POBREZA – A pobreza certamente influi na evolução dos pacientes que já 
fazem parte de Grupos de Risco, pois a educação deficiente, desnutrição, baixo 
peso ao nascer, déficit habitacional, alcoolismo, droga adição, infecções crônicas, 
exposição à dejetos e poluentes ambientais e preconceito contribuem para que 
tenham sua doença básica agravada e um pior acesso à assistência médica, 
levando à referência tardia ao especialista. (NORRIS KC, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
8 ESTÁGIOS DA DRC 
Segundo Cassola (2000) A DRC é dividida em seis estágios funcionais, de 
acordo com o grau de função renal do paciente. Estes estágios são: 
Fase de função renal normal sem lesão renal – importante do ponto de 
vista epidemiológico, pois inclui pessoas integrantes dos chamados grupos de 
risco para o desenvolvimento da doença renal crônica (hipertensos, diabéticos, 
parentes de hipertensos, diabéticos e portadores de DRC, etc), que ainda não 
desenvolveram lesão renal. 
 
Fase de lesão com função renal normal – corresponde às fases iniciais 
de lesão renal com filtração glomerular preservada, ou seja, o ritmo de filtração 
glomerular está acima de 90ml/min/1,73m2. 
 
Fase de insuficiência renal funcional ou leve – ocorre no início da 
perda de função dos rins. Nesta fase, os níveis de ureia e creatinina plasmáticos 
ainda são normais, não há sinais ou sintomas clínicos importantes de insuficiência 
renal e somente métodos acurados de avaliação da função do rim (métodos de 
depuração, por exemplo) irão detectar estas anormalidades. Os rins conseguem 
manter razoável controle do meio interno. Compreende a um ritmo de filtração 
glomerular entre 60 e 89ml/min/1,73m2. 
 
Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada – nesta fase, 
embora os sinais e sintomas da uremia possam estar presentes de maneira 
discreta, o paciente mantém-se clinicamente bem. Na maioria das vezes, 
apresenta somente sinais e sintomas ligados à causa básica (lupus, hipertensão 
arterial, diabetes mellitus, infecções urinárias, etc.). Avaliação laboratorial simples 
já nos mostra, quase sempre, níveis elevados de ureia e de creatinina 
 
20 
 
plasmáticos. Corresponde a uma faixa de ritmo de filtração glomerular 
compreendido entre 30 e 59ml/min/1,73m2. 
 
Fase de insuficiência renal clínica ou severa – O paciente já se 
ressente de disfunção renal. Apresenta sinais e sintomas marcados de uremia. 
Dentre estes a anemia, a hipertensão arterial, o edema, a fraqueza, o mal-estar e 
os sintomas digestivos são os mais precoces e comuns. Corresponde à faixa de 
ritmo de filtração glomerular entre 15 a 29ml/min/1,73m2. 
Fase terminal de insuficiência renal crônica – como o próprio nome 
indica, corresponde à faixa de função renal na qual os rins perderam o controle do 
meio interno, tornando-se este bastante alterado para ser incompatível com a vida. 
Nesta fase, o paciente encontra-se intensamente sintomático. Suas opções 
terapêuticas são os métodos de depuração artificial do sangue (diálise peritoneal 
ou hemodiálise) ou o transplante renal. Compreende a um ritmo de filtração 
glomerular inferior a 15ml/min/1,73m2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
9 TRATAMENTO CONSERVADOR 
O tratamento conservador deve ser iniciado no momento em que o paciente 
é diagnosticado com insuficiência renal crônica. Assim, as chances de preservar e 
prolongar as funções renais são maiores. Este cuidado contribui com a qualidade 
de vida do paciente, lhe preparando da melhor maneira possível para a continuação 
do tratamento. (SANTOS, 2014). 
 
Doença renal crônica e o tratamento conservador 
O paciente diagnosticado com insuficiência renal recebe do médico 
nefrologista orientações para cuidar do seu rim. As medidas variam de acordo com 
o caso clínico de cada paciente, por isso, iremos abordar de maneira geral as 
estratégias e dicas utilizadas para cuidar da saúde renal através do tratamento 
conservador: (SANTOS, 2014). 
 
Métodos utilizados no tratamento conservadorda insuficiência renal 
 
Reduzir o colesterol - Tratamento da dislipidemia 
Entendemos por dislipidemia a elevação dos níveis de colesterol e 
triglicerídeos ou a diminuição do HDL em nossa corrente sanguínea. Os controles 
desses níveis são importantes, não apenas para a saúde renal do paciente, mas 
também para o seu sistema cardiovascular. Uma boa dieta, evitando alimentos fritos 
e gordurosos, assim como a prática de atividades físicas, contribuem para o 
tratamento da dislipidemia. (SANTOS, 2014). 
 
Controle da pressão arterial e glicemia 
 
O controle da pressão arterial é muito importante para evitar a progressão da 
disfunção renal. O paciente deve evitar alimentos industrializados (temperos 
 
22 
 
prontos, embutidos, sal, alimentos em conserva) devido ao alto teor de sódio. Este 
cuidado é fundamental para impedir a progressão da disfunção renal. (SANTOS, 
2014). 
Para o controle da glicemia é necessária uma dieta rica em alimentos 
integrais e ficar atento aos níveis de hemoglobina glicada e glicemia de jejum. O 
médico responsável pelo tratamento talvez limite a ingestão de carboidratos com 
alto índice glicêmico. (SANTOS, 2014). 
 
Dieta adequada - Paciente renal crônico 
A dieta ideal para uma boa saúde dos rins varia de acordo com o caso 
clínico, estágio da doença e restrições alimentares de cada paciente. Para preservar 
a saúde renal o enfermo deve ficar atento à ingestão de sal, proteínas, cálcio, 
fósforo, entre outros alimentos que podem agravar o problema nos rins. A dieta é 
sempre elaborada com a participação do médico nefrologista e de um nutricionista. 
Uma alimentação saudável é sem dúvidas uma das práticas mais importantes para 
uma boa saúde dos rins. (SANTOS, 2014). 
 
Parar de fumar - Os malefícios do cigarro para a saúde renal 
O número de fumantes no Brasil caiu consideravelmente na última década. 
Isso ocorreu devido ao controle do preço do cigarro, proibição de uso em ambientes 
fechados e pela maior preocupação do brasileiro com a saúde. Mesmo com estes 
esforços, ainda existem cerca de 20 milhões de tabagistas no país. Os malefícios 
do cigarro vão muito além da saúde renal. O consumo de tabaco é uma das 
principais causas de morte no país, um problema sério da nossa saúde pública. O 
tabaco afeta a pressão arterial, circulação sanguínea, causa doenças coronárias, 
câncer, dentre outros inúmeros problemas à saúde e vida social. Hoje, existem 
tratamentos com medicamentos e apoio psicológico para largar o cigarro, porém o 
mais importante é a força de vontade do fumante. (SANTOS, 2014). 
 
 
23 
 
Medicamentos no tratamento conservador 
No tratamento conservador, medicamentos também são utilizados para 
retardar a progressão da doença renal crônica. O paciente que sofre com a 
insuficiência renal precisa diminuir a perda de proteínas de seu organismo e os 
medicamentos contribuem com este processo. Os remédios também são utilizados 
para melhorar os sintomas da doença renal, como o inchaço. A escola do 
medicamento, sua dose e frequência de uso, são definidos pelo médico nefrologista 
responsável pelo paciente. (SANTOS, 2014). 
 
Tratamento da anemia 
A anemia ocorre quando a quantidade de glóbulos vermelhos no sangue é 
baixa. Estes glóbulos são responsáveis pelo transporte de oxigênio para as células 
do nosso corpo, sendo fundamentais para o bom funcionamento do nosso 
organismo. Os pacientes renais sofrem com a alteração dos níveis de eritropoetina 
(hormônio produzido pelos rins que contribui com a produção de glóbulos 
vermelhos). Os níveis baixos de glóbulos vermelhos podem causar: desânimo, falta 
de apetite, fraqueza e sono. Para suprir está carência é necessário a reposição de 
eritropoetina e ferro em nosso organismo. (SANTOS, 2014). 
 
Reposição de minerais e vitaminas 
A doença renal crônica provoca a alteração dos níveis de minerais, vitaminas e 
hormônios produzidos em nosso organismo. Existem tratamentos para suprir cada 
uma dessas deficiências. (SANTOS, 2014). 
O cálcio só é absorvido em nosso intestino com a presença da vitamina D, 
que é formada nos rins. A insuficiência renal pode prejudicar a formação de vitamina 
D e consequentemente os níveis de cálcio em nosso organismo. O cálcio atua na 
formação óssea e contribui para a contração muscular, incluindo a do coração. O 
rim com insuficiência renal não consegue eliminar propriamente o excesso de 
fósforo do corpo, que se acumula na corrente sanguínea. Baixos níveis de cálcio e 
 
24 
 
altos níveis de fósforo no organismo, podem levar ao hiperparatireoidismo, que 
causa debilitação dos ossos. Por isso, a reposição de minerais, vitaminas e 
hormônios são fundamentais para o paciente renal crônico prolongar a saúde de 
seus rins e ter uma qualidade de vida melhor. (SANTOS, 2014). 
Hiperpotassemia 
A hiperpotassemia ocorre quando os níveis de potássio no sangue estão 
acima do normal. Em nível muito elevado, a hiperpotassemia pode se manifestar 
através de fraqueza muscular e arritimias cardíacas. Suas principais causas são 
doença renal crônica e diabetes. Por estar presente em frutas e vegetais, a melhor 
forma de prevenir o acúmulo de potássio no corpo é através de uma boa dieta. O 
médico responsável pelo tratamento provavelmente irá recomendar uma 
alimentação que contribua com a eliminação de potássio do organismo, visando 
melhorar a saúde renal do paciente. (SANTOS, 2014). 
 
Tratamento da acidose - Paciente renal 
A acidose é o acúmulo de ácido na corrente sanguínea do paciente renal. 
A insuficiência renal impede a eliminação de toxinas do organismo através da urina. 
Por sua vez, ácidos e toxinas se acumulam na corrente sanguínea. A acidose 
também contribui para o aumento do potássio no sangue, que pode levar à 
hiperpotassemia. (SANTOS, 2014). 
 
 
 
 
 
 
25 
 
10 ADESÃO AO TRATAMENTO 
A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada uma epidemia mundial 
devido à sua prevalência alarmante e a taxa de morbimortalidade elevada, com 
destaque para as transformações socioeconômicas, físicas e psicológicas que 
desencadeia na vida do indivíduo. (SANTOS RP, 2014). 
A National Kidney Foundation (NKF) conceitua a DRC, em seu documento 
Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI), como uma lesão do 
parênquima renal por um período igual ou superior a três meses, evidenciada por 
proteinúria e/ou hematúria e/ou Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) inferior a 60 
ml/min/1,73m2. (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2002) 
A HD tem como finalidade remover do sangue as excretas nitrogenadas e 
o excesso de líquido por meio de uma membrana semipermeável denominada 
dialisador. No entanto, esse processo gera uma série de fatores estressantes ao 
portador de DRC, como alterações metabólicas e endócrinas, alterações na 
percepção da autoimagem e mudanças no estilo de vida, sendo considerados 
obstáculos para a adesão ao tratamento hemodialítico. (SANTOS I, ROCHA RPF, 
BERARDINELLI LMM, 2011) 
A adesão é considerada um processo em que o sujeito atende às 
expectativas do tratamento proposto, ao seguir as orientações e prescrições 
recomendadas pela equipe multiprofissional. É vista como um artifício a ser utilizado 
para a melhoria do quadro clínico dos usuários. (DIAS AM, CUNHA M, 2002) 
O conhecimento dos fatores que envolvem a adesão ao tratamento 
hemodialítico é imprescindível. A aceitação da doença e o reconhecimento da 
importância do tratamento proposto leva o cliente a seguir as recomendações dadas 
pelos profissionais e, assim, reduzir as complicações da DRC e melhorar as 
condições clínicas. Além disso, confere maior autonomia ao indivíduo na busca de 
alternativas de superação das dificuldades e a possibilidade de adaptar-se à nova 
condição de saúde. (SGNAOLIN V, 2012). 
 
26 
 
11 A ANATOMIA E A FISIOLOGIA DO PERITÔNIO 
O peritônio é uma membrana serosa que reveste a cavidade peritoneal e é 
dividido em duas porções: peritônio visceralque reveste o intestino e outras vísceras 
e peritônio parietal que reveste as paredes da cavidade abdominal. O peritônio 
visceral responde por aproximadamente 80% da área de superfície peritoneal total 
e recebe suprimento sanguíneo da artéria mesentérica superior, enquanto a sua 
drenagem venosa se faz pelo sistema porta. Ao contrário, o peritônio parietal recebe 
sangue das artérias lombares, intercostais e epigástricas e drena para a veia cava 
inferior (DAUGIRDAS ET AL. 2003). 
As duas mais importantes funções do peritônio consistem em diminuir o 
atrito e opor resistência às infecções. Uma função menos importante é o 
armazenamento de gordura, especialmente no omento maior. O omento maior é 
uma prega peritoneal proeminente que tem origem no estômago, anteriormente ao 
cólon transverso, ao qual se prende. Quando é tracionado para cima, as alças do 
intestino delgado podem ser examinadas e o mesentério acompanhado até sua raiz 
(GARDNER ET AL. 1988). 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
12 PRESCRIÇÃO DE DIÁLISE 
A prescrição da diálise peritoneal é baseada nas necessidades do paciente, 
através da avaliação clínica e laboratorial periódica, sendo a idade, função renal 
residual, adequação nutricional e a aceitação do regime de diálise pelos familiares 
fatores importantes nesta avaliação. (FISCHBACH ET AL., 2002). 
A prescrição deve prover controle da pressão arterial e da volemia, balanço 
proteico-calórico favorável para nutrição e crescimento, controle dos parâmetros 
hidreletrolíticos e metabólicos pertinentes e preservação da função renal residual. 
(GOLDSTEIN, 2004). 
O volume de infusão deve ser “otimizado” progressivamente, idealmente 
orientado pela medida da pressão abdominal. A modalidade, frequência das trocas 
e concentração do dialisado são prescritas de acordo com as características do 
peritônio avaliadas através do teste do equilíbrio peritoneal, e da necessidade de 
ultrafiltração e depuração do paciente, que são dependentes de ingesta, volume de 
diurese e função renal residual. (FISCHBACH ET AL., 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
13 TIPOS DE CATETERES 
A hemodiálise é a modalidade de terapia dialítica na qual as substancias 
nocivas acumuladas no organismo são eliminadas por meio da circulação 
extracorpórea (FERMI, 2003). Para a realização da hemodiálise são necessários os 
seguintes materiais e os procedimentos: a membrana semipermeável, também 
denominada dialisador capilar, a solução de hemodiálise, a máquina de 
hemodiálise, a águas tratada, a anticoagulação e a via de acesso. Esta realização 
por meio de um cateter venoso central ou de uma fistula arteriovenosa (LUGON, 
MATOS, WARRAK, 2010; FERMI, 2003). 
O acesso venoso para hemodiálise pode ser de natureza temporária ou 
permanente. Os acessos temporários são utilizados por meio de cateteres inseridos 
nas veias jugular interna, subclávia ou femoral. Estes são indicador até punção do 
acesso permanente, geralmente representado pela fístula arteriovenosa (ALLON; 
WORK, 2008). 
As máquinas de hemodiálise são promovidas de bombas que impulsionam 
o sangue, sistema que fornece a solução dialítica e monitores de segurança que 
podem ser acionados com alarmes ou desligamento da bomba de sangue na 
presença de irregularidades no sistema. (AHMAD; MISRA; HOENICH; 
DAUGIRDAS, 2008) 
Na hemodiálise, o sangue sem movimenta do acesso venoso em direção 
ao dialisador capilar, impulsionando pela bomba de sangue entra em contato com 
a membrana capilar e a solução dialítica e depois de filtrado retorna para o paciente. 
Nesse processo, caso não haja contraindicações clínicas, a anticoagulação é 
prescrita com o objetivo de evitar a coagulação do sangue no circuito extracorpóreo, 
além de manter a eficiência das fibras do dialisador. (LUGON; MATOS; WARRAK, 
2010). 
A diálise peritoneal consiste em outra modalidade de diálise que utiliza o 
peritônio como membrana semipermeável para a depuração de toxinas urêmicas 
 
30 
 
retidas no sangue, esse processo ocorre por meio da difusão de solutos e 
ultrafiltração induzida por agentes osmóticos. Somados ao processo de ultrafiltração 
está o processo de convecção o qual é responsável por carrear o soluto enquanto 
o solvente é transportado. A membrana peritoneal pode sofrer alterações 
morfológicas e funcionais que precisam ser monitoradas para melhor otimização ao 
longo do tratamento. Outro processo que ocorre concomitante a difusão e 
ultrafiltração é a absorção de liquido (PECOITS-FILHO; MORAES, 2010) 
Em relação aos cateteres peritoneais, esses são confeccionados de silicone 
ou poliuretano, com um ou dois cuffs de Dacron e vários poros na sua extremidade. 
Os cuffs têm finalidade de promover a formação do tecido de granulação e fibrose 
permitindo a fixação do cateter e impedindo a migração bacteriana para o peritônio. 
(ASH; DAUGIRDAS 2008) 
Os cateteres mais utilizados são: Tenckhoff, Swan-Neck ou SwanNeck-
Tenckhoff. As técnicas utilizadas para a implementação são micro laparotomia, 
laparoscopia ou às cegas por trocater, essa também conhecida como técnica de 
Seldinger. A técnica via laparoscopia permite melhor visualização das estruturas 
intraperitoneais e menos chance de posicionamento inadequado do cateter e de 
lesão de vísceras ou estruturas intra-abdominais (PECOITS-FILHO; MORAES, 
2010). 
O cateter abdominal é implantado pelo cirurgião ou pelo médico nefrologista 
duas semanas antes que anteceda a diálise para que haja a formação de fibrose 
tecidual e, consequentemente, melhor fixação do cuff do cateter no tecido 
subcutâneo. Caso haja necessidade de realizar a diálise, durante esse período, 
utiliza-se um volume pequeno de solução dialítica com manutenção do paciente em 
posição supina. Após o início da terapia o seguimento ocorre pela consulta médica 
mensal e acompanhamento do enfermeiro por meio da consulta de enfermagem e 
visita domiciliar. (FIGUEIREDO ET AL., 2010) 
 
 
 
 
31 
 
14 A TERAPIA DE DIÁLISE PERITONEAL E O CUIDADO DE ENFERMAGEM 
A peritonite é a inflamação do peritônio, correspondendo às complicações 
mais frequentes da diálise peritoneal em cerca de 60-80% em pacientes sob o uso 
de diálise peritoneal. Para Smeltzer (2005) caracteriza-se por drenagem de dialisato 
turvo, dor abdominal e sensibilidade por rebote. Caso a infecção for causada por S. 
aureus o paciente apresenta sinais de hipotensão e choque. Seja qual for o 
microrganismo, o doente com peritonite perde grandes quantidades de proteína 
através do peritônio. 
O enfermeiro deverá, segundo Brunner (2005): administrar antibiótico, 
segundo prescrição médica, que pode ser por via oral, venosa ou pelo peritônio. 
Monitorar a temperatura do paciente. Auxiliar na retirada do cateter, se houve 
indicação. Avaliar dieta e estado nutricional do paciente prevenindo ou tratando a 
desnutrição. Auxiliar no preparo do paciente para hemodiálise, se indicado. 
De acordo Smeltzer (2005), para reduzir o risco da peritonite, o paciente 
empreende um cuidado meticuloso para evitar contaminar o cateter, líquido ou 
equipo e desconectar acidentalmente o cateter do equipo. O cateter é protegido 
contra a manipulação, de acordo com um protocolo padronizado. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
15 A AÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM FRENTE AO CLIENTE EM 
DIÁLISE PERITONEAL. 
Quando o enfermeiro prepara o paciente para diálise peritoneal e mantém 
o cuidado durante e após o procedimento, ele realiza as seguintes intervenções 
(BOUNDY, 2005): 
 
 Antes do procedimento: 
 Ao paciente que fará diálise peritoneal pela primeira vez, o enfermeiro 
deve explicar o objetivo do tratamento e o que ele pode esperar durante e depois 
do tratamento e o procedimento adotado na inserção. 
 Antes de introduzir o cateter, verificar e anotar os sinais vitais basais, 
a pressão arterial nas posições supina e ereta e o peso docliente, pedir ao paciente 
para urinar com o objetivo de diminuir o risco de perfuração da bexiga e aumentar 
o conforto durante a inserção do cateter, e se ele não conseguir urinar, realizar a 
cateterização de alívio para drenar a bexiga, conforme prescrição. 
 Enquanto o paciente estiver sendo submetido à inserção do cateter 
peritoneal, deve-se aquecer a solução dialítica à temperatura corporal utilizando, 
um aquecedor ou banho-maria. O dialisado deve ser límpido e incolor. Acrescentar 
todos os fármacos prescritos nessa ocasião. 
 Colocar uma máscara cirúrgica e preparar o equipamento para 
administração da diálise. Instalar a bolsa de drenagem abaixo do paciente para 
facilitar a drenagem por gravidade e conectar as linhas de infusão do dialisado nas 
bolsas ou frascos com a solução dialítica e colocar os recipientes em um suporte 
para infusão intravenosa colocada ao lado do leito do paciente. Usar técnica estéril 
durante a preparação da solução e dos equipamentos. 
 Após preparar a solução e equipamentos, colocar o paciente na 
posição supina, pedindo para que coloque uma máscara cirúrgica e que fique 
 
33 
 
tranquilo. Encher os tubos com a solução mantendo os clampes fechados e 
conectar uma linha de infusão ao cateter abdominal. 
 Verificar se o cateter está patente, abrindo o clampe da linha de 
infusão e instilar rapidamente 500 ml da solução dialítica dentro da cavidade 
abdominal do paciente. Depois que tiver confirmado a patência do catéter, pode-se 
começar a diálise. 
 
 Durante o procedimento: 
 Monitorar os sinais vitais a cada 10 minutos, até que esteja 
estabilizado, em seguida fazer a monitoração a cada 2-4 horas, de acordo a 
prescrição. 
 Atentar a quaisquer alterações súbitas. Detectar complicações, 
principalmente a peritonite. 
 Verificar se há sangue na solução dialítica drenada, lembrando que o 
líquido drenado geralmente apresenta sangue depois da inserção do catéter, e 
clareia depois de algumas trocas de solução. 
 Ficar atento aos sinais de angústia respiratória, que podem indicar 
sobrecarga de volume ou extravasamento da solução dialítica para dentro do 
espaço pleural. 
 Verificar periodicamente se tubos de drenagem para detectar coágulos 
ou dobras que possam estar dificultando a drenagem. 
 Realizar mudança de posição no paciente, frequentemente, fazer 
exercícios de mobilização passiva e estimular a realização de exercícios de 
respiração profunda e tosse, para desta forma melhorar o conforto do paciente. 
 
 Após o procedimento: 
 Verificar periodicamente o peso do paciente. 
 Trocar o curativo do catéter a cada 24 horas, ou sempre que estiver 
sujo ou úmido. 
 
34 
 
 Calcular o equilíbrio hídrico do paciente ao final de cada sessão de 
diálise. Manter a nutrição adequada seguindo dieta prescrita. 
 O paciente deve receber reposição protéica, pois este perde proteínas 
pela diálise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
16 COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS (PERITONITE) – E VIAS DE 
CONTAMINAÇÃO. 
Peritonites e infecções relacionadas ao cateter de diálise peritoneal 
(infecção de óstio e túnel do cateter) constituem as duas primeiras causas de 
morbidade e falha de tratamento em pacientes em programa de diálise peritoneal, 
sendo as causas mais comuns de retirada de cateter, transferência de pacientes 
para a hemodiálise e uso de antibióticos (FURTH ET AL., 2000). 
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de peritonites e 
infecções relacionadas ao cateter de diálise na população pediátrica são: idade do 
paciente, características do cateter (número de “cuffs” e orientação de saída do 
óstio), modalidade de diálise (diálise automatizada x diálise manual) e treinamento 
do paciente. Outros fatores também citados são: uso de antibiótico profilático à 
passagem do cateter, presença de derivações abdominais (gastrostomia, 
vesicostomia e ureterostomia), baixa função renal residual, hipoalbuminemia, 
realização de diálise peritoneal prévia à entrada no programa de diálise, cirurgia 
abdominal prévia, vazamentos pelo óstio e uso precoce do cateter de diálise após 
implante (GOKAL ET AL., 1998; FURTH ET AL., 2000; RAHIM ET AL., 2004; 
WARADY ET AL., 2004; BOEHM ET AL., 2005). 
A idade do paciente tem correlação inversa com as taxas de peritonites e 
infecções relacionadas a cateter de DP. As crianças menores de 2 a 3 anos são as 
mais acometidas por essas infecções (RAHIM ET AL., 2004; WARADY ET AL., 
2004; BOEHM ET AL., 2005). 
As características do cateter mais relacionadas a peritonites e infecções de 
óstio e túnel são o número de “cuffs” e orientação da saída do óstio. O uso de 
cateteres com “cuff” único está mais associado a infecções do que cateteres com 
duplo “cuff”. Quando o cateter com “cuff” duplo é implantado, um dos “cuffs” é 
posicionado no subcutâneo, logo abaixo da saída do óstio, e o outro, na camada 
muscular da parede abdominal, o que faz com que o cateter fique mais bem 
 
36 
 
ancorado, prevenindo trauma local e diminuindo os riscos de contaminação. 
Orientação superior do óstio está mais associada a infecções, pelo aumento da 
chance de contaminação do óstio por deposição de suor e detritos. Assim sendo, 
do ponto de vista de prevenção de infecções, recomenda-se o uso de cateter de DP 
com duplo “cuff” e com óstio direcionado no sentido crânio-caudal (FURTH ET AL., 
2000; WARADY ET AL., 2004). 
Quanto à modalidade de diálise, há dados na literatura que sugerem um 
pequeno decréscimo das taxas de infecção de pacientes em DPA quando 
comparados com DPAC (EDEFONTI ET AL., 1996; NAPRTCS, 2003). 
A incidência de perionites e infecções relacionadas a cateter de DP vem 
diminuindo nos últimos anos graças a melhores cuidados com a colocação e uso 
dos cateteres de diálise peritoneal, treinamento contínuo do paciente e dos 
familiares e, sobretudo, com o desenvolvimento de sistemas que minimizam o 
contato e a contaminação do líquido de diálise peritoneal (VAS, 2002; PIRAINO, 
2004; WARADY ET AL., 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
17 O ENFERMEIRO COMO EDUCADOR EM SAÚDE AO CLIENTE EM DP 
As práticas de educação em saúde significam ir além da reprodução de 
métodos, técnicas e conhecimentos, representam oferecer ao indivíduo a 
oportunidade de conhecer a sua realidade de forma política e social, tornando o 
usuário um participante ativo com o objetivo de favorecer a sua autonomia. Nessa 
perspectiva, essa implementação não pode ser objetiva, com a manutenção de 
elementos ideológicos, mas o desenvolvimento de uma formação crítica-cidadã das 
pessoas, de modo que estas se tornem aptas a intervir de forma autônoma na 
realidade social. (SILVA CP, DIAS MS, RODRIGUES AB, 2009) 
As práticas educativas estão atreladas à educação em saúde e devem estar 
presentes em todos os níveis de atenção, entretanto é na atenção básica que está 
mais se desenvolve. Porém, como uma estratégia direcionada para ações básicas 
de promoção, prevenção, cura e reabilitação, ela deveria estar inserida em todos os 
níveis de atenção à saúde e em todos os espaços em que seja possível realizar 
ações com vistas à melhoria do nível de vida de uma população. (GAZZINELLI MF, 
REIS DC, MARQUES RC.2006) 
A educação em saúde, assim como a educação de forma geral, deve ter 
uma perspectiva emancipatória e dinâmica, uma troca entre o educador e o 
educando, devendo existir. Respeito pelas diferenças culturais, pelos saberes, 
valores do mundo, dentre outros. (BOERHS AE, MONTICELLI M, WOSNY AM, 
HEIDEMANN IBS, GRISSOTTI M, 2007). 
Os profissionais de saúde devem estar cientes de que realizar educação 
em saúde é algo cada vez mais necessário nos dias atuais, quando se vive em um 
bombardeio de informações trazidas pelos meios de comunicação (Internet, 
revistas, jornais, televisão, rádio) que divulgam para a população vários conceitos e 
atitudes que nem sempre chegam ao grandepúblico de forma correta. (Santos BS, 
2003). 
 
38 
 
A educação dos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) começa 
assim que o diagnóstico é feito e o paciente tem que ser orientado sobre a doença, 
seu tratamento e, especialmente, sobre a modalidade do tratamento escolhido. O 
nível dessa instrução vai depender do grau de envolvimento do paciente. (BARROS 
M, 2000). 
Apesar de vivenciarmos um momento de grandes avanços na medicina, a 
comunicação é considerada como uma ferramenta fundamental para bons 
resultados dos procedimentos e melhora na qualidade de vida dos que se 
encontram sob nossos cuidados, em particular o enfermeiro- por permanecer maior 
parte do tempo junto ao paciente. Portanto, quando há algum tipo de informações 
imprecisas ou por vezes omissão acerca da doença e do tratamento, poderá 
comprometer significativamente a proposta inicial, resultando em sérios danos ao 
paciente. (BARROS M, 2000). 
A comunicação enfermeiro-paciente é denominada comunicação 
terapêutica, porque tem a finalidade de identificar, atender as necessidades de 
saúde do paciente e contribuir para melhorar a prática de enfermagem ao criar 
oportunidades e despertar nos pacientes a confiança, permitindo que eles se sintam 
satisfeitos e seguros. (ATIKINSON E MURRAY, 1989). 
A comunicação terapêutica contribui para a excelência da prática de 
enfermagem e cria oportunidade de aprendizagem do cliente, podendo despertar 
sentimentos de confiança entre enfermeiro/cliente, o que lhe permitirá experimentar 
a sensação de segurança e satisfação. Ainda diz que a comunicação tem de ser 
dentro do contexto do relacionamento onde ela ocorre, como e quando deve ser 
planejada para cada interação e adequada a cada cliente, em particular. 
(STEFANELLI MC, 2000). 
 
 
 
 
 
 
39 
 
18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AIRES, M. Fisiologia, 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1999. 
ALLON, M.; WORK, J. Acesso vascular para hemodiálise. In: DAUGIRDAS, 
J. T.; BLAKE, P. G.; ING, T. S. Manual de Diálise. 4. ed. Rio de Janeiro: MEDSi, 
2008. p. 83 – 99. 
 
ATIKINSON E MURRAY. Fundamentos de enfermagem: o processo de 
comunicação interpessoal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. 
BARROS M, E COLS. Nefrologia: rotinas, diagnósticos e tratamentos. 2ª 
edição. Rio de Janeiro: Artmed, 2000 
 
BREGMAN, Rachel. Papel da ingestão de proteínas e lipídeos na filtração 
glomerular normal. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v. 19, n. 1, p.42-46, 
1997. 
CASSOLA, ANTONIO C. Atualização em Fisiologia e fisiopatologia renal: 
Canais iônicos nas células do epitélio tubular renal. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 
São Paulo, v. 22, n. 3, p.176-180, 2000. 
 
Costa RA, Shimizu HE. Atividades desenvolvidas pelos enfermeiros nas 
unidades de internação de um hospital-escola. Rev Latino-am Enfermagem. 2005; 
13(5):654-62. 
 
DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia humana: 
Sistêmica e segmentar. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006. 
 
 
40 
 
DELAMARCHE, Paul et al. Anatomia, fisiologia e biomecânica. Rio de 
Janeiro: Guanabara-koogan, 2006. DI DIO. Liberato J.A. Tratado de anatomia 
aplicada. 1.ed. São Paulo: Pólus Editorial, 1999. 2v. 
 
DOUGLAS. C. R. Tratado de fisiologia aplicada a nutrição. 1.ed. São Paulo: 
Robe, 2002.1045 p. 
 
DUQUES, Pedro et al. Estudo anatômico da veia renal esquerda de 
cadáveres humanos brasileiros. Medicina, Ribeirão Preto, v. 35, n. p.184-191, 
abr./jun. 2002. 
 
FEITOSA, GILSON SOARES; CARVALHO, Eduardo Novaes de. Sistema 
renina-Angiotensina e insuficiência cardíaca: o uso dos antagonistas do receptor da 
Angiotensina II. Revista Brasileira de Hipertensão, Rio de Janeiro, v. 3, n. 7, p.250-
254, 2000 
GAZZINELLI MF, REIS DC, MARQUES RC. Educação em saúde: teoria, 
método e imaginação. Belo Horizonte: UFMG; 2006. 
 
NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. K/DOQI clinical practice guidelines for 
chronic kidney disease: evaluation, classification, and stratification. Am J Kidney Dis. 
2002. 
 
SILVA CP, DIAS MS, RODRIGUES AB. Práxis educativa em saúde dos 
enfermeiros da Estratégia saúde da Família. Ciênc Saúde Coletiva. 2009; 
14(1):1453-62.

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