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SÍNDROMES CEREBELARES

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O cerebelo, segunda maior estrutura encefálica (perd
endo apenas para o telencéfalo [cérebro]), ocupa as r
egiões inferior eposterior da cavidade craniana. 
Seu diâmetro transversal mede de 8 a 10 cm, 
ânteroposterior de 5,5 a 6,5 cm, e o diâmetro vertical 
mede 5 cm. Seu peso médio é de 140 gramas, e varia 
com a idade e o sexo. 
O cerebelo é a parte do cérebro que através do qual o 
córtex motor cerebral realiza a síntese e a 
coordenação de contrações musculares individuais 
requeridas para movimentos voluntários normais. Sem 
ele os movimentos são grosseiros, sem coordenação, 
desajeitados, trêmulos, e movimentos precisos 
tornam-se impossíveis 
 
Abaixo do centro do cerebelo, a estreita faixa 
chamada verme, separada do restante do cerebelo 
por sulcos rasos. Nessa área, fica localizada a maior 
parte das funções de controle cerebelar, para os 
movimentos musculares do corpo axial, pescoço, 
ombros e quadris. 
Nas vistas superior e inferior, o cerebelo tem um 
formato que lembra o de uma borboleta. A área c
entral menor éconhecida como verme do cerebelo, e 
as “asas” ou lobos laterais, como hemisférios do cereb
elo. 
A cada lado do verme, existe grande hemisfério 
cerebelar, fazendo protrusão lateral, e cada um 
desses hemisférios se divide em zona intermediária e 
zona lateral. 
A zona intermediária do hemisfério relaciona-se ao 
controle das contrações musculares, nas partes distais 
das extremidades superiores e inferiores, 
especialmente as mãos e os dedos e os pés e 
artelhos. 
A zona lateral do hemisfério opera em nível muito 
mais remoto, porque essa área se une ao córtex 
cerebral, no planejamento global de movimentos 
motores sequenciais. Sem essa zona lateral, a maioria 
das atividades motoras individualizadas do corpo 
perde seu ritmo e sequenciamento apropriados e, 
portanto, fica sem coordenação 
FUNÇÕES NÃO MOTORAS 
 Inicialmente considerava-se que o cerebelo teria 
apenas funções motoras. No entanto, estudos de 
neuroimagem funcional demonstraram ele que 
participa também de funções cognitivas, executadas 
principalmente pelo cerebrocerebelo. Este, além de 
suas conexões relacionadas com a motricidade, tem 
também conexões com a área pré-frontal do córtex, 
evidenciando funções não motoras, como, por 
exemplo, resolver quebra-cabeças, associar palavras 
a verbos, resolver mentalmente operações aritméticas, 
reconhecer figuras complexas 
. Controla os movimentos voluntários 
Lesões do cerebelo têm como sintomatologia uma 
grave ataxia, ou seja, falta de coordenação dos 
movimentos voluntários decorrentes de erros na força, 
extensão e direção do movimento. 
O mecanismo através do qual o cerebelo controla o 
movimento envolve duas etapas: urna de 
planejamento do movimento e outra de correção do 
movimento já em execução. 
O planejamento do movimento é elaborado no 
cerebrocerebelo, a partir de informações trazidas, pela 
via córtico-ponto-cerebelar, de áreas do córtex 
cerebral ligadas a funções psíquicas superiores (áreas 
de associação Uma vez iniciado o movimento, ele 
passa a ser controlado pelo espinocerebelo. Este, 
através de suas inúmeras aferências sensoriais, 
especialmente as que chegam pelos tratos 
espinocerebelares, é informada das características do 
movimento em execução e, através da via interpósito-
tálamo-cortical, promove as correções devidas, agindo 
sobre as áreas motoras e o trato corticoespinhal.. 
Admite-se que, para isso, o espinocerebelo compara 
as características do movimento em execução com o 
plano motor, promovendo as correções e 
ajustamentos necessários para que o movimento se 
faça de maneira adequada 
Fato interessante é que em certos movimentos muito 
rápidos (movimentos balísticos), como o de bater à 
máquina, apenas o cerebrocerebelo é ativado, pois 
não há tempo do espinocerebelo receber informações 
sensoriais que lhe permitam corrigir o movimento. 
Admite-se que o cerebelo participa desse processo 
através das fibras olivocerebelares, que chegam ao 
córtex cerebelar como fibras trepadeiras e fazem 
sinapses diretamente com as células de Purkinje. Há 
Síndromes cerebelares 
evidência de que essas fibras podem modular a 
excitabilidade das células de Purkínje, em resposta 
aos impulsos que essas células recebem do sistema 
de fibras musgosas e paralelas. As fibras trepadeiras 
modificam por tempo prolongado as respostas das 
células de Purkinje aos estímulos das fibras 
musgosas. As fibras trepadeiras fornecem o sinal de 
erro durante o movimento que deprimiria as fibras 
paralelas simultaneamente ativas, permitindo que os 
movimentos certos surgissem 
 
APRENDIZAGEM MOTORA 
É fato conhecido que, quando executamos a mesma 
atividade motora várias vezes, ela passa a ser feita de 
maneira cada vez mais rápida e com menos erros. 
Isso significa que o sistema nervoso aprende a 
executar as tarefas motoras repetitivas, o que 
provavelmente envolve modificações mais ou menos 
estáveis em circuitos nervosos. 
PENDÚNCULO 
 
Os pedúnculos cerebelares superiores conectam o 
cerebelo ao mesencéfalo, transmitindo instruções 
basicamente eferentes do cerebelo para o córtex 
cerebral. 
Os pedúnculos cerebelares médios conectam a ponte 
ao cerebelo e transmitem informação eferente do 
córtex cerebral e dos núcleos da ponte para o 
cerebelo. 
 Os pedúnculos cerebelares inferiores surgem no 
bulbo e transportam fibras basicamente aferentes dos 
núcleos vestibulares (equilíbrio) e da medula espinal 
(propriocepção) para o cerebelo. Todas as fibras que 
entram e saem do cerebelo são ipsolaterais (ipso = 
iguais), significando que elas vão e vêm do mesmo 
lado do corpo. 
Conexões aferentes e eferentes que viajam entre o 
cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal passam 
pelos pedúnculos cerebelares. O cerebelo é formado 
pelo córtex cerebelar de substância cinzenta, um centro 
de substância branca - o corpo medular do cerebelo - e 
quatro pares de núcleos intrínsecos 
LÓBULOS E FISSURAS 
 
 Os lóbulos do cerebelo recebem denominações 
diferentes no vérmis e nos hemisférios. A cada lóbulo 
do vérmis correspondem dois nos hemisférios. São ao 
todo 17 lóbulos e oito fissuras 
Cada 
hemisfério é composto por lobos separados por pr
ofundas e distintas fissuras que são chamadas de 
folhas, separadas por sulcos profundos. Cada 
hemisfério cerebelar é subdividido em três lobos: os 
grandes lobos anterior e posterior, e o pequeno lobo 
floculonodular 
Os lobos anterior e posterior controlam 
aspectos subconscientes dos movimentos da musc
ulatura esquelética. 
O lobo floculonodular da parte inferior contribui 
com o equilíbrio 
OBS: Lesões no cerebelo O dano aos lobos anterior e 
posterior dos hemisférios cerebelares leva a 
transtornos de coordenação caracterizados por 
movimentos lentos ou irregulares que tendem a 
sobrepujar seus alvos. Pessoas com esse problema 
são incapazes de tocar a ponta do nariz com o dedo 
se os olhos estiverem fechados. A fala pode ser 
pastosa, lenta e monótona. O dano no lóbulo 
floculonodular, por outro lado, provoca transtornos do 
equilíbrio. Os indivíduos afetados têm uma postura 
ampla e um permanente andar de bêbado que os 
predispõe a cair. Em todos os casos, o dano a um 
hemisfério do cerebelo, esquerdo ou direito, afeta o 
mesmo lado do corpo 
O arquicerebelo (lobo flóculonodular) ou 
vestibulocerebelo atua modulando inconscientemente 
o controle motor do equilíbrio, e isso ocorre de forma 
instantânea. Se relaciona com movimentos oculares 
e orientação macroscópica no espaço. O núcleo 
fastigial possui um importante papel, pois auxilia na 
conexão com os núcleos vestibulares. 
 
Nas pessoas com disfunção vestibulocerebelar, o 
equilíbrio é muito mais perturbado, durante o 
Pendúculos 
 
desempenho de movimentos rápidos, do que durante 
a estase, especialmente quando esses movimentos 
envolvemalterações da direção do movimento e 
estimulam os canais semicirculares. Esse fenômeno 
sugere que o vestibulocerebelo seja importante para 
controlar o equilíbrio, entre contrações musculares de 
agonistas e antagonistas de coluna, quadris e ombros, 
durante alterações rápidas das posições corporais 
como exigido pelo sistema vestibular. 
 
O paleocerebelo (vérmis cerebelar), por sua vez, está 
relacionado à modulação do movimento pela 
propriocepção inconsciente (lembrando que 
propriocepção é a noção de posição segmentar e do 
grau de estiramento e tensão muscular). O vérmis 
possui grandes relações com as vias medulares 
espinais, recebendo assim sinais da propriocepção 
inconsciente por meio dos feixes espinocerebelares, 
que ao fazerem sinapse no paleocerebelo, são 
enviadas fibras aos núcleos emboliforme e globoso. 
Nessa via, o núcleo rubro, que está localizado no 
mesencéfalo, também atua. O paleocerebelo está 
envolvido nas funções de postura, tônus muscular, 
controle dos músculos axiais e locomoção. 
 
Por fim, o neocerebelo (parte do córtex cerebelar) 
atua ajustando os movimentos voluntários por 
meio de integração com o córtex cerebral pré motor 
(área 6) e motor (área 4). 
 
As informações são processadas pelo cerebelo da 
seguinte maneira: 
1. O cerebelo recebe informações do cérebro a 
respeito dos movimentos que estão sendo planejados. 
A área do cérebro que inicia os movimentos 
voluntários, o córtex motor, transmite a informação do 
córtex cerebral através dos núcleos da ponte para a 
parte lateral dos lobos anterior e posterior do cerebelo. 
2. O cerebelo compara esses movimentos planejados 
com a posição e os movimentos reais do corpo. A 
informação sobre equilíbrio e posição da cabeça é 
retransmitida dos receptores na orelha interna através 
dos núcleos vestibulares no bulbo para o lobo 
floculonodular. A informa cerebção sobre os 
movimentos reais dos membros, pescoço e tronco sai 
dos proprioceptores nos músculos, tendões e 
articulações e sobe para a medula espinal, chegando 
ao verme do cerebelo e às partes medianas dos lobos 
anterior e posterior. 
 3. O cerebelo envia instruções de volta ao córtex 
cerebral a respeito de como resolver quaisquer 
diferenças entre os movimentos planejados e a 
posição real. Utilizando a retroalimentação do 
cerebelo, o córtex motor do cérebro reajusta 
continuamente os comandos motores que envia à 
medula espinal, fazendo o ajuste fino dos movimentos 
para que sejam bem coordenados. O cerebelo 
também está relacionado a algumas funções 
cognitivas mais elevadas. Quando aprendemos uma 
nova habilidade motora, ele refina os movimentos para 
corrigir os erros. 
 
Substância cinzenta e branca 
A camada superficial do cerebelo, chamada de córtex 
do cerebelo, é formada por substância cinzenta dispos
ta em uma 
série de dobras finas e paralelas conhecidas como fol
has do cerebelo. Abaixo da substância cinzenta encon
tramse tratos DE 
substância branca chamados de árvore da vida, que s
e assemelham a galhos de uma árvore. 
Na substância branca estãolocalizados os núcleos do 
cerebelo, regiões de substância cinzenta onde se 
situam os neurônios que conduzem impulsos 
nervosos do cerebelo para outros centros encefálica 
 
 
 
 
 
As vias podem ser aferentes ou eferentes, as 
aferentes são aquelas que chegam no cerebelo, a 
VIAS 
 
primeira via pode ser o corticopontocerebelar que é 
iniciado no córtex cerebrais, descem pela cápsula 
interna e chegam nos núcleos pontinhos, que faz a 
conexão com os núcleos da ponte. Os neurônios que 
estão na ponte, saem e vão para o córtex cerebelar. 
Entram no cerebelo pelos pendúculos cerebelar médio 
Via cortico-reticulo cerebelar tem origem no córtex 
sensório e motor, envolvendo o frontal e pariental, 
desce pela cápsula interna, ele pode parar no núcleo 
da formação reticular do mesmo lado ou formação 
reticular contralateral e depois que faz a conexão com 
a formação reticular, os neurônios sai do cerebelo e 
vão para o córtex cerebelar. Essa via está relacionada 
com os movimebtos voluntários 
Via cortico-olivo cerebelar, tem origem também no 
córtex cerebral ,desce pela cápsula interna e termina 
no núcleo olivar inferior do mesmo lado e contralateral. 
Depois se cruzam, entram no cerebelo pelo pendúculo 
inferior terminando no córtex cerebelar 
 
 
O vestíbulocerebelo recebe aferências da parte 
vestibular sobre a posição da cabeça. Esses circuitos 
neurais são essenciais para a manutenção da postura 
e do equilíbrio. 
O espinocerebelo fornece os circuitos para 
coordenação do movimento das extremidades 
apendiculares, principalmente para movimentos de 
mãos e dedos. compreende o vérmis e a zona 
intermédia dos hemisférios e tem conexões com a 
medula; 
O cerebrocerebelo planeja, sequencia e temporiza 
nossos movimentos complexos. compreende a zona 
lateral e tem conexões com o córtex cerebral. 
VESTÍBULOCEREBELO 
Recebe esse nome porque se conecta com o 
vestibulo 
As fibras aferentes chegam ao cerebelo pelo fascículo 
vestibulocerebelar, têm origem nos núcleos 
vestibulares e se distribuem ao lobo floculonodular. 
Trazem informações originadas na parte vestibular do 
ouvido interno sobre a posição da cabeça, importantes 
para manutenção do equilíbrio e da postura básica. 
EEFERENTES 
As células de Purkinje do vestibulocerebelo projetam-
se para os neurônios dos núcleos vestibulares medial 
e lateral. Através do núcleo lateral, modulam os tratos 
vestibulosespinhais lateral e medial que controlam a 
musculatura axial e extensora dos membros para 
manter o equilíbrio na postura e na marcha, fazendo 
parte do sistema motor medial da medula 
VIAS AFERENTES 
As aferências para o cerebelo são, em grande parte, 
de dois tipos de fibras, as fibras trepadoras e as fibras 
musgosas. As fibras trepadoras se originam, todas, 
das olivas inferiores do bulbo 
As fibras musgosas são todas as outras fibras que 
entram no cerebelo, originadas, todavia, de múltiplas 
fontes: de porções prosencefálicas, do tronco cerebral 
e da medula espinal. 
 
ESPINOCEREBELO 
 
Via que transmite informação da medula espinhal até 
o cerebelo.Se inicia nos receptores musculares que 
conduz a informação dos músculos ao cerebelo. 
As vias espinocerebelares podem transmitir impulsos 
com velocidades de até 120 m/s, que é a condução 
mais rápida em qualquer via no sistema nervoso 
central. Essa velocidade é importante para a 
notificação instantânea do cerebelo, sobre alterações 
das ações musculares periféricas. Além dos sinais dos 
tratos espinocerebelares, os sinais são transmitidos 
para o cerebelo da periferia do corpo, pelo sistema da 
coluna dorsal para os núcleos da coluna dorsal do 
bulbo e, depois, retransmitidos ao cerebelo. Da 
mesma forma, sinais são transmitidos pela medula 
espinal, pela via espinorreticular, para a formação 
reticular do tronco encefálico e também pela via 
espinolivar para o núcleo olivar inferior. 
Essas conexões são representadas principalmente 
pelos tratos espinocerebelar anterior e 
espinocerebelar posterior , que penetram no cerebelo 
respectivamente pelos pedúnculos cerebelares 
superior e inferior e terminam no córtex das zonas 
medial e intermédia. Através do trato espinocerebelar 
posterior, o cerebelo recebe sinais sensoriais 
originados em receptores proprioceptivos e, em menor 
grau, de outros receptores somáticos, o que lhe 
permite avaliar o grau de contração dos músculos, a 
tensão nas cápsulas articulares e nos tendões, assim 
como as posições e velocidades do movimento das 
partes do corpo. 
Já as fibras do trato espinocerebelar anterior são 
ativadas principalmente pelos sinais motores que 
chegam à medula pelo trato corticoespinhal, 
permitindo ao cerebelo avaliar o grau de atividade 
nesse trato. 
Os axônios das células de Purkinje da zona intermédia 
fazem sinapse no núcleo interpósito, de onde saemfibras para o núcleo rubro e para o tálamo do lado 
oposto. Através das primeiras, o cerebelo influencia os 
neurônios motores pelo trato rubroespinhal. Já os 
impulsos que vão para o tálamo seguem para as 
áreas motoras do córtex cerebral (via interpósito- -
tálamo-cortical), onde se origina o trato 
corticoespinhal. Assim, através desses dois tratos, o 
cerebelo exerce sua influência sobre os neurônios 
motores da medula situados do mesmo lado. A ação 
do núcleo interpósito se faz diretamente sobre os 
neurônios motores do grupo lateral da coluna anterior, 
que controlam os músculos distais dos membros 
responsáveis por movimentos delicado 
 
 
 
 
 
CEREBROCEREBELO 
 As fibras pontinas, também chamadas ponto-
cerebelares, têm origem nos núcleos pontinos, 
penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar 
médio, distribuindo- -se ao córtex da zona lateral dos 
hemisférios. Fazem parte da via córtico-ponto-
cerebelar através da qual chegam ao cerebelo 
informações oriundas de áreas motoras e não motoras 
do córtex cerebral. 
EFERENTES 
Os axônios das células de Purkinje da zona lateral do 
cerebelo fazem sinapse no núcleo denteado, de onde 
os impulsos seguem para o tálamo do lado oposto e 
daí para as áreas motoras do córtex cerebral (via 
dento-tálamo-cortical), onde se origina o trato 
corticoespinhal. Através desse trato, o núcleo 
denteado participa da atividade motora, agindo sobre 
a musculatura distal dos membros responsáveis por 
movimentos delicados. 
Via aferente extensa e importante é a via 
corticopontocerebelar que se origina nos córtices 
motor e pré-motor cerebrais e também no córtex 
somatossensorial cerebral. Essa via passa, por meio 
dos núcleos pontinos e tratos pontocerebelares, em 
sua maior parte para as divisões laterais dos 
hemisférios cerebelares contralaterais, relativamente 
às áreas cerebrais. Além disso, tratos aferentes 
importantes se originam a cada lado do tronco 
encefálico. Esses tratos incluem: 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
Síndrome do vestibulocerebelo 
Na lesão do vestibulocerebelo, ocorre perda da 
capacidade de usar informações vestibulares para o 
movimento do corpo durante a marcha ou na postura 
de pé, e perda do controle dos movimentos oculares 
durante a rotação da cabeça. Ocorre marcha com base 
alargada e movimentos irregulares das pernas (ataxia), 
tanto com olhos abertos como fechados, e tendências 
a quedas. Não há dificuldade no movimento preciso de 
braços e pernas se o indivíduo estiver deitado ou 
apoiado, pois o cerebelo pode usar as informações 
proprioceptivas dos tratos espinocerebelares. 
A síndrome do vestibulocerebelo ocorre com certa 
frequência em crianças de menos de 1O anos e, em 
geral, é devida a tumores do teto do IV ventrículo, que 
comprimem o nódulo e o pedúnculo do flóculo. Nesse 
caso, há somente perda de equilíbrio, com ataxia de 
tronco, e as crianças não conseguem se manter em pé. 
Ocorre, também, nistagmo. 
Não há, entretanto, nenhuma alteração do tônus 
muscular e, quando elas se mantêm deitadas, a 
coordenação dos movimentos é praticamente normal 
 
Dissinergia 
O distúrbio básico na doença cerebelar é a dissinergia. 
Normalmente, a ação dos vários músculos que 
participam de um movimento é coordenada e 
harmoniosa, e assim, a força, o momento e a sequência 
de ativação da contração são apropriados para que o 
movimento seja uniforme e preciso. A doença cerebelar 
compromete os mecanismos normais de controle que 
organizam e regulam as contrações dos diferentes 
músculos e grupos musculares participantes, de modo 
a garantir a uniformidade e a coordenação apropriada 
do movimento. Há perda de velocidade e habilidade 
para realizar movimentos que exijam a atividade 
coordenada de vários grupos de músculos ou 
movimentos. 
Dismetria 
A dismetria é caracterizada por erros de avaliação da 
distância e da medida da distância, velocidade, 
potência e direção de movimento. A disfunção 
cerebelar causa perda da colaboração normal entre 
agonista e antagonista. Ao estender a mão para 
alcançar um objeto a 50 cm de distância, a mão vai até 
55 cm e ultrapassa o alvo (hipermetria), ou não alcança 
o alvo (hipometria). A hipermetria é mais comum. O 
movimento pode ser muito lento ou muito rápido com 
força excessiva ou insuficiente. 
A marcha em Tandem (um pé na frente do outro 
seguindo uma linha no solo) torna-se impossível ou 
quase impossível, pois ocorre estreitamento da base, e 
o paciente apresenta alargamentos súbitos se 
desviando da linha em questão. Há uma tendência de 
Síndromes cerebelares 
queda ou de desvio da trajetória da marcha para o lado 
da lesão em lesões hemisféricas 
Tremor 
O tipo mais comum de tremor cerebelar é um tremor de 
intenção (ativo, cinético ou terminal) que é ausente em 
repouso, mas torna-se evidente no movimento 
intencional. No membro superior, quando o paciente 
estende a mão para tocar um objeto, ocorrem abalos 
irregulares para frente e para trás, perpendiculares ao 
trajeto do movimento, os quais aumentam de amplitude 
quando a mão se aproxima do alvo. Também pode 
ocorrer tremor postural dos membros estendidos, sem 
que o paciente tente alcançar um alvo. Com frequência, 
o tremor cerebelar afeta os músculos proximais; 
quando intenso, pode acometer não só os membros, 
mas também a cabeça ou mesmo todo o corpo. 
 
Hipotonia 
A hipotonia, ou flacidez muscular, com diminuição da 
resistência ao movimento passivo, é observada com 
frequência na doença cerebelar. A disfunção cerebelar 
diminui os impulsos eferentes tônicos dos núcleos do 
cerebelo, o que causa perda da facilitação cerebelar 
para o córtex motor. 
Disartria 
A doença cerebelar costuma afetar a fala. A articulação 
pode ser lenta, atáxica, arrastada, com prolongamento 
das vogais, espasmódica ou explosiva em decorrência 
da dissinergia dos músculos da fonação. 
Nistagmo 
O nistagmo e outros distúrbios da motilidade ocular 
podem ocorrer em lesões cerebelares. Com frequência, 
o nistagmo indica o acometimento das vias 
vestibulocerebelares. As anormalidades oculares 
costumam ser consequência do acometimento das 
conexões do cerebelo com outros centros, e não de 
disfunção cerebelar real. A doença cerebelar pode 
causar nistagmo do olhar parético. O paciente não 
consegue manter o olhar excêntrico e precisa de 
movimentos sacádicos repetidos para olhar 
lateralmente. 
 
 Síndrome do espinocerebelo 
Lesões no espinocerebelo levam a erros na execução 
motora porque a área afetada deixa de processar 
informações proprioceptivas dos feixes 
espinocerebelares e não é mais capaz de influenciar as 
vias descendentes. O espinocerebelo atua através de 
mecanismos de anteroalimentação, ou seja, são ações 
antecipatórias executadas antes do movimento, 
guiadas por informações sobre o corpo e os objetos no 
espaço o espinocerebelo pode atuar após o início do 
movimento através de informações proprioceptivas do 
movimento em execução 
 
Síndrome do cerebrocerebelo 
Ocorre principalmente por lesão da zona lateral e 
manifesta-se por sinais e sintomas ligados ao 
movimento e que vão descritos a seguir: 
 a) atraso no início do movimento 
b) decomposição do movimento multiarticular - 
movimentos complexos, que normalmente são feitos 
simultaneamente por várias articulações, são 
decompostos, ou seja, realizados em etapas 
sucessivas por cada uma das articulações; 
 c) disdiadococinesia - é a dificuldade de fazer 
movimentos rápidos e alternados, como, por exemplo, 
tocar rapidamente a ponta do polegar com os dedos 
indicador e médio, alternadamente; 
tremor - trata-se de um tremor característico, que se 
acentua ao final do movimento ou quando o paciente 
está prestes a atingir um objetivo, como, por exemplo, 
apanhar um objeto; 
 t) dismetria - consiste na execução defeituosa de 
movimentos que visam atingir um alvo, pois o indivíduo 
não consegue dosar exatamente a 'quantidade' de 
movimentos necessários para isso. Pode-se testar esse 
sinal pedindo ao pacientepara colocar o dedo na ponta 
do nariz e verificando se ele é capaz de executar a 
ordem. 
 
Síndrome da linha mediana ou síndrome do vermis 
O vérmis cerebelar controla a musculatura axial ou 
com inervação bilateral. As lesões do vérmis e sua 
síndrome são caracterizadas por ataxia da marcha, 
sem lateralidade nos desvios e tendência à queda. 
As causas comuns de síndrome cerebelar da linha 
mediana são degeneração cerebelar alcoólica e 
meduloblastoma. O álcool intoxica de preferência o 
verme e causa uma síndrome característica de ataxia 
da marcha com preservação dos membros. Esses 
pacientes podem não ter ataxia demonstrável dos 
membros inferiores em decúbito dorsal, mas ser 
totalmente incapazes de caminhar. Examinadores 
desavisados podem concluir que esses achados 
indicam histeria. Os meduloblastomas são mais 
frequentes no verme do cerebelo. 
O paciente com doença leve do verme tem ataxia da 
marcha. A base é alargada, a marcha em tandem é 
especialmente difícil e pode haver descompensação ao 
virar o corpo. 
O teste de Romberg é negativo – o desequilíbrio não se 
agrava muito com os olhos fechados. Na disfunção 
grave do verme, pode haver distúrbios posturais e 
locomotores grosseiros de todo o corpo. Não há 
lateralização e pode haver tendência de queda para 
trás ou para frente. A marcha tem base larga e é 
caracterizada por oscilação e desequilíbrio; o paciente 
pode cambalear para um lado, como se estivesse 
embriagado. 
Na ataxia de tronco, há oscilação e instabilidade ao 
levantar, e o paciente pode ser incapaz de manter a 
posição ereta. Pode haver perda da capacidade de se 
manter ereto na posição sentada ou de manter o 
pescoço e a cabeça estáveis e eretos; quando grave, o 
distúrbio do equilíbrio em pé e sentado causa constante 
oscilação para frente e para trás, acenos com a cabeça 
e balanços da cabeça e do tronco na posição ereta, 
conhecidos como titubeação. Os movimentos da 
cabeça na titubeação são principalmente 
anteroposteriores (sim-sim) em 3 a 4 Hz. 
A disfunção do verme causa pequena ou nenhuma 
anormalidade dos membros, sobretudo dos superiores, 
embora todos os movimentos coordenados possam ser 
mal executados. 
 O tônus muscular e os reflexos são normais. Pode 
haver nistagmo, mas geralmente não é acentuado. 
Também podem ocorrer dismetria ocular, nistagmo de 
rebote e anormalidades de perseguição. As lesões do 
verme podem causar nistagmo com batimento para 
cima. A disartria é frequente. Às vezes, há postura 
anormal com rotação ou inclinação da cabeça. 
 
 Na síndrome do verme, ou da linha mediana, os 
sintomas importantes são anomalias da postura 
estática e da marcha, que variam do leve alargamento 
da base ao caminhar na doença leve (ataxia da marcha) 
à total incapacidade de se sentar ou caminhar na 
doença grave. A doença dos hemisférios cerebelares 
causa ataxia apendicular, distúrbio da coordenação dos 
membros ipsilaterais, mais intensa no braço do que na 
perna 
Síndrome hemisférica 
Quando há lesão de um hemisfério do cerebelo, as 
manifestações são apendiculares em vez de axiais. Os 
déficits hemisféricos cerebelares são unilaterais e 
ipsilaterais à lesão, já que as vias não são cruzadas (ou, 
melhor dizendo, são duplamente cruzadas). Há 
perturbação dos movimentos especializados dos 
membros com ataxia, dismetria, dissinergia, 
disdiadococinesia e hipotonia, afetando mais o braço e 
a mão do que a perna e o pé. Os movimentos distais 
são mais afetados do que os proximais, e os 
movimentos finos mais do que os grosseiros. Eles são 
realizados de maneira irregular e pode haver tremor de 
intenção ou outras hipercinesias em caso de 
acometimento do núcleo denteado ou de suas vias 
eferentes. 
A postura e a marcha não são prejudicadas tanto 
quanto na síndrome do verme, mas ocorrem 
anormalidades. Pode haver oscilação e queda na 
direção do lado da lesão. O paciente consegue ficar em 
pé sobre uma perna só no pé contralateral, mas não no 
ipsilateral, e pode ser incapaz de inclinar o corpo na 
direção do lado afetado sem cair. Com frequência, as 
anomalias assemelham-se àquelas de uma lesão 
vestibular unilateral. Durante a marcha pode haver 
instabilidade, com desvio ou rotação na direção do lado 
afetado. Pode haver deslocamento e hipermetria na 
direção do lado acometido. É possível que haja 
disartria, embora os distúrbios da articulação não sejam 
tão graves quanto nas lesões do verme. O nistagmo é 
comum, geralmente horizontal, mas, às vezes, é 
rotatório. Em geral, é mais proeminente quando se olha 
para o lado da lesão. As causas comuns de síndrome 
hemisférica cerebelar são astrocitoma cerebelar, 
esclerose múltipla e acidente vascular cerebral com 
acometimento da parte lateral do bulbo. 
 
Síndrome Pancerebelar 
Certas doenças afetam difusamente o cerebelo e 
produzem uma síndrome que combina os achados da 
síndrome vermiana e da síndrome hemisférica. Os 
sinais de ataxia apendicular são bilaterais e 
relativamente simétricos e se associam à disartria, 
ataxia da marcha e anormalidades da movimentação 
ocular. A síndrome pancerebelar pode resultar de 
doenças genéticas, a exemplo das ataxias 
espinocerebelares, de intoxicações exógenas ou de 
fenômenos autoimunes paraneoplásicos 
 
 
Ataxia sensorial 
A perda de aferências proprioceptivas dos membros e 
do tronco também pode resultar em ataxia, que é dita 
sensitiva. A lesão responsável pode estar localizada 
em qualquer nível: nervos periféricos (fibras grossas), 
raízes, funículo posterior medular, núcleos do tronco 
cerebral, substância branca cerebral ou córtex parietal 
A descoordenação motora também pode ser causada 
por ausência de estímulos proprioceptivos dos 
membros. A ataxia sensorial é consequência de doença 
do nervo periférico que afeta principalmente as fibras 
sensoriais; doença dos gânglios da raiz posterior ou 
das colunas posteriores da medula espinal; interrupção 
das vias proprioceptivas no tronco encefálico; ou 
doença do lobo parietal. A incoordenação por ataxia 
sensorial pode ser muito semelhante à ataxia cerebelar 
Na ataxia cerebelar, não importa muito se os olhos do 
paciente estão abertos ou fechados. Na ataxia 
sensorial, o desempenho não é normal com os olhos 
abertos, mas piora notoriamente com os olhos 
fechados. Os diferentes componentes da anormalidade 
podem ter comportamentos um pouco diferentes 
quando os estímulos visuais são removidos. Parte do 
tremor na ataxia sensorial é causada por correções 
intencionais, guiadas pela visão, de desvios com 
relação ao trajeto pretendido. Em virtude da perda da 
noção de posição do membro no espaço, o paciente 
com os olhos fechados talvez seja incapaz de encontrar 
o próprio nariz ou o dedo do examinador, mas o tremor 
diminui porque o paciente não consegue ver que há um 
desvio e não tenta corrigi-lo 
 
O sinal de Romberg ou de Brauch-Romberg 
caracteriza-se por uma diferença entre equilíbrio em pé 
com os olhos abertos e fechados. Solicita-se ao 
paciente que fique ereto, com os pés juntos, olhando 
fixamente a uma ponto a 60 cm e com os braços juntos 
ao corpo, cruzados no peito ou estendidos à frente, a 
depender da preferência do examinador. O teste deve 
durar cerca de 1 minuto (30 segundos com olhos 
abertos e 30 segundos com olhos fechados), sempre 
com o examinador ao lado do paciente, a fim de impedir 
quedas. Considera-o positivo, quando o paciente é 
capaz de manter o equilíbrio com os olhos abertos e 
apresenta oscilações importantes ou tendência à queda 
para qualquer lado ao fechar os olhos 
 
Pacientes que não conseguem manter o equilíbrio 
com os pés juntos e olhos abertos não apresentam 
Romberg positivo. Nas cerebelopatias, o paciente já 
tende a apresentar desequilíbrio com os olhos abertos 
Vestibulopatas e pacientes com lesões cerebelares 
unilaterais tendem a cair sempre para o lado 
acometido ao serem colocados na postura de teste. 
Ao girarmos a cabeça do paciente para um dos lados, 
de modo que a orelha ou o cerebelo lesado fique 
anteriorizado,a tendência à queda se dá para frente. 
Em casos pouco expressivos, pode-se lançar mão do 
teste de Romberg sensibilizado, colocando-se um pé à 
frente do outro com o calcanhar encostado nos dedos, 
semelhante à marcha em Tandem 
Ataxia do Lobo Frontal 
Danos ao lobo frontal ocasionalmente produzem um 
quadro clínico compatível com a síndrome cerebelar 
hemisférica. Nesses casos, entretanto, a lesão é 
contralateral ao lado afetado e se associam hiper-
reflexia, espasticidade e reflexos patológicos, em 
contraste com a hipotonia e hipor-reflexia ipsolaterais 
vistas nas doenças cerebelares. A ataxia do lobo 
frontal decorre da interrupção de fibras 
frontopontocerebelares em seu caminho do córtex 
frontal aos núcleos pontinos. 
Ataxia Talâmica 
Lesões vasculares ou expansivas do tálamo podem 
cursar com ataxia contralateral à lesão. É frequente a 
associação à paresia, alterações da sensibilidade e 
síndrome dolorosa (síndrome de Dejerine-Roussy) 
também contralaterais à lesão 
 
 
A intoxicação exógena é conceituada como o estudo 
das reações adversas de substâncias que estejam 
inter-relacionadas com organismo vivo. O efeito nocivo 
acontece quando uma substância tóxica é ingerida ou 
adentram em contato com os olhos, mucosas ou a 
pele provocando sinais, sintomas e comprometimento 
de órgãos e tecidos, podendo levar o indivíduo a óbito 
Os metais pesados (MP ) geralmente atuam como 
competidores dos oligoele¬mentos, são hidrossolúveis 
e agem como substâncias protoplasmáticas 
produzindo lesão celular. São encontrados, 
principalmente o arsênico: como contaminantes de 
alguns inseticidas, predominantemente os 
organoclorados; como integrantes de tintas, colas, 
solventes; como poluentes de água, de alguns 
alimentos (por exemplo o açúcar), do ar e de cigarros 
Levam a lesão reversível do sistema nervoso 
periférico (SNP) , com regressão lenta, que pode durar 
meses ou anos. Os organoclorados (OC ) são 
altamente lipossolúveis, atingindo o SNC com grande 
frequência, principalmente o cerebelo 
As intoxicações exógenas infantis são uma importante 
causa de morbimortalidade no mundo. Crianças com 
menos de cinco anos de idade constituem o grupo de 
maior risco para as intoxicações acidentais, isso pode 
ser explicado pelo seu comportamento curioso e 
exploratório inerentes à sua idade, a tendência a imitar 
e repetir comportamentos dos adultos, elas não têm 
noção do perigo e o seu paladar ainda é pouco 
desenvolvido, com isso, acabam por levar tudo que 
encontram para a boca, favorecendo assim, o contato 
e a ingestão de agentes tóxicos. 
Ganham destaque as intoxicações infantis por 
medicamentos e alguns dos motivos que levam as 
crianças a ingerirem altas doses são as embalagens e 
líquidos coloridos, comprimidos com formatos que 
lembram doces e o armazenamento em locais 
inadequado, que podem ser de fácil acesso às 
crianças 
Etiologia 
Intoxicação é comumente decorrente da ingestão, 
mas pode ser resultante de injeções, inalação ou 
exposição da superfície corporal (p. ex., pele, olhos, 
mucosas) 
Envenenamento acidental é comum em crianças 
pequenas que são curiosas e ingerem qualquer coisa 
indiscriminadamente apesar de gosto e odor ruins; 
em geral, uma só substância está implicada. 
Intoxicação também é comum em crianças de mais 
idade, adolescentes e adultos que tentam o suicídio; 
várias drogas podem estar envolvidas, tais 
como álcool, paracetamol e outros fármacos de 
venda livre. A intoxicação acidental pode ocorrer em 
idosos por causa de estado de confusão, má visão, 
deficiência mental 
Ocasionalmente, o indivíduo é envenenado por 
alguém que deseja matá-lo ou lesá-lo (p. ex., para 
roubar ou raptar). Fármacos usados para 
incapacidade (p. 
ex., escopolamina, benzodiazepínicos, gama-
hidroxibutirato) tendem a ter propriedades sedativas, 
amnésicas ou ambas. Raramente, pais que têm certo 
conhecimento médico envenenam suas crianças 
devido a razões psiquiátricas não bem esclarecidas 
ou pelo desejo de causar doença e obter atenção 
médica 
Depois da exposição, ingestão ou absorção maioria 
dos venenos é metabolizada, atravessa o trato 
gastrintestinal ou é excretada. Ocasionalmente, 
comprimidos (p. ex., ácido acetilsalicílico, ferro, 
fármacos entérico-recobertos) formam grandes 
concreções no trato gastrintestinal (bezoar), onde 
tendem a permanecer, continuando a serem 
absorvidos e causando toxicidade. 
Fase de Exposição: corresponde ao contato do 
agente tóxico com o organismo. Nessa fase é 
importante considerar, entre outros fatores, a via de 
incorporação do agente tóxico, a dose ou 
concentração do mesmo, suas propriedades físico-
quimicas, bem como o tempo do qual se deu a 
exposição. 
Intoxicações exógenas 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/toxicidade-e-abstin%C3%AAncia-de-%C3%A1lcool
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-paracetamol
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/enjoo-por-movimento/enjoo-por-movimento#v1115188_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/ansiol%C3%ADticos-e-sedativos
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/gama-hidroxibutirato
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/drogas-il%C3%ADcitas-e-intoxicantes/gama-hidroxibutirato
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/bezoares-e-corpos-estranhos/bezoares
Fase Toxicocinética: corresponde ao período de 
“movimentação” do agente tóxico no organismo. Nesta 
fase destacam-se os processos de absorção, 
armazenamento, biotransformação e eliminação do 
agente tóxico ou de seus metabólitos pelo organismo. 
As propriedades físico-químicas das substâncias 
químicas químicas determinam determinam o grau de 
acesso aos órgãos alvo, assim como a velocidade de 
eliminação do organismo. 
Fase toxicodinâmica: compreende a interação entre 
as moléculas das substâncias químicas e os sítios de 
ação, específicos ou não, dos órgãos, podendo 
provocar desde leves distúrbios até mesmo a morte. 
Fase Clínica: Nesta fase há evidências de sinais e 
sintomas, ou alterações patológicas detectáveis 
mediante provas diagnósticas, caracterizando os 
efeitos nocivos provocados pela interação da 
substância química com o organismo 
 
 
As manifestações clínicas podem variar de acordo 
com o princípio ativo, a dose absorvida pelo individuo, 
a forma da exposição e as características individuais 
da pessoa exposta. Dentre os sintomas mais comuns, 
encontram-se alergias, distúrbios gastrointestinais, 
respiratórios, endócrinos, reprodutivos e neurológicos 
e neoplasias 
Os sintomas tipicamente começam logo após o 
contato, mas com certos venenos ocorrem 
tardiamente. O atraso pode ocorrer porque apenas 
um metabólito é tóxico, em vez da substância-mãe 
(p. ex., metanol, etilenoglicol, hepatotoxinas). A 
ingestão de hepatotoxinas (p. 
ex., paracetamol, ferro e cogumelo Amanita 
phalloides) pode causar insuficiência hepática aguda 
que pode acontecer poucos dias após a ingestão. 
Com metais ou solventes hidrocarbonetos, os 
sintomas ocorrem tipicamente somente após 
exposição crônica à toxina. 
Em geral, toxinas ingeridas e absorvidas causam 
sintomas sistêmicos. Substâncias cáusticas e 
corrosivas prejudicam principalmente as mucosas do 
trato gastrintestinal, causando estomatite, enterite ou 
perfuração. Algumas toxinas (p. ex., álcool, 
hidrocarbonetos) causam odores característicos ao 
hálito. O contato da pele com toxinas pode causar 
vários sintomas agudos cutâneos (p. ex., exantema, 
dor, bolhas); a exposição crônica pode causar 
dermatites. 
Toxinas inaladas produzem sintomas e danos às vias 
respiratórias superiores seforem solúveis em água 
(p. eg., cloro, amônia) e sintomas e danos às vias 
respiratórias inferiores (parênquima pulmonar) e 
edema pulmonar não cardiogênico se forem menos 
solúveis em água (p. eg., fosfogênio). Inalação de 
monóxido de carbono, cianeto ou sulfeto de 
hidrogênio pode causar isquemia dos órgãos ou 
parada cardíaca ou respiratória. O contato dos olhos 
com as toxinas (sólidas, líquidas ou vapores) pode 
danificar córnea, esclera e cristalino, causando dor 
nos olhos, rubor e perda de visão. 
Algumas substâncias (p. ex., cocaína, fenciclidina, 
anfetamina) podem causar grave agitação, 
resultando às vezes em hipertermia, acidose e 
rabdomiólise. 
Muitos agentes ingeridos podem causar alteração do 
pulso, da frequência respiratória e pressão arterial 
(PA), bem como do estado mental. Assim, o registro 
rápido e preciso dos sinais vitais do paciente pode 
fornecer pistas valiosas para descoberta do agente 
envolvido, e permitem a classificação do paciente em 
um estado de excitação fisiológica ou depressão. 
A excitação fisiológica é caracterizada por: 
 Taquicardia; 
 Elevação de PA; 
 Hipertermia; 
 Aumento da profundidade respiratória. 
 
Manifestações 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-paracetamol
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-ferro
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-cogumelos
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-cogumelos

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