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Trauma na Gestante __________________________________________________ Introdução - O aumento da participação da mulher na sociedade moderna levou a um aumento do número de gestantes vítimas de trauma - Particularidades do trauma na gestante: • Alterações fisiológicas e anatômicas significativas • Sempre pensar que existem duas vítimas com comportamentos diferentes (feto e mãe) • O risco de acidente aumenta com a idade gestacional - Causa não obstétrica mais frequente de morbidade na gestante: • 55% por acidentes automobilísticos • 44% por Trauma fechado (Quedas) • 1% por trauma penetrante - A mortalidade fetal no trauma ocorre por placenta Prévia, Trauma Direto e Choque hipovolêmico materno __________________________________________________ Alterações Anatômicas e Fisiológicas - Cardiovascular: • Aumento do volume sanguíneo • Aumento do DC • Deslocamento superior do coração • Decúbito reduz o retorno venoso • O aumento do volume sanguínea permite que a gestante tenha uma perda de até 30% da volemia sem alterar dados vitais - Hematológicas: • Aumento de hemáceas com anemia dilucional • Aumento de leucócitos séricos • Diminuição da albumina sérica - Urinárias: • Aumento do fluxo e da filtração glomerular • Hidronefrose fisiológica e maior risco de ITU - Gastrointestinais: • Lentificação do esvaziamento gástrico • Diminuição da motilidade intestinal • Tendência maior para refluxo gastro esofágico • Risco aumentado de broncoaspiração - Pulmonares: • Aumento da ventilação e do volume corrente • Aumento da frequência respiratória • Dificuldade para entubar (Aumento peso, edema laringe, maior possibilidade de sangramento pela friabilidade mucosa) • Sempre hiperventilar com O2 100% - Quanto maior o útero, mais exposto ele está ao trauma direto - Por isso, quanto maior a idade gestacional: • Mais difícil é a via área • Maior o risco de broncoaspiração • Menor o retorno venoso • Menor quantidade liquido amniótico • Parede uterina mais fina - Alterações conforme a idade gestacional: • Útero confinado a bacia: Maior período de proteção devido a estrutura óssea • A partir da 10ª semana: Aumento do Débito Cardíaco • A partir da 20ª semana: Útero palpável na cicatriz umbilical • A partir do 2º trimestre: Diminuição da PA (5 a 15 mmHg) e compressão da veia cava inferior • 36ª semana: útero chega nos arcos costais • Durante o 3º trimestre: • Aumento da FC – até 20 bpm • Volume sanguíneo aumentA progressivamente – 40 a 50% • Choque mais tardiamente na gestante • Choque precoce no feto __________________________________________________ Avaliação - Suspeita de gestação: • Clínica: • Idade Fértil? (12 – 50 anos) • Aumento uterino? • Atraso Menstrual? • Laboratório: • Beta HCG - A sequência do atendimento ao trauma na gestante é igual ao da não gestante (ABCDE) - O melhor tratamento para o feto é a ressuscitação adequada da mãe, por isso, a mãe é sempre a prioridade no atendimento __________________________________________________ Condutas na Gestante - Via aérea: • Necessidade de via aérea • Passar SNG para evitar broncoaspiração • Suplementação de O2 - Reanimação: • Acesso venoso periférico no momento inicial • Utilizar soluções aquecidas • Em choque hipovolêmico utilizar hemoderivados • Manter plaquetas acima de 50.000, PAS entre 80 – 100 mmHg e VG 25 – 30% • Não usar droga vaso-pressora, pois reduzem o fluxo sanguíneo uterino - Exames laboratoriais: • Beta-HCG • Hemograma e coagulograma • Kleihauer Betk: avalia o fator RH negativo - Atendimento e Transporte: • Sempre em decúbito lateral esquerdo, pois reduz a compressão da veia cava inferior (diminuindo a redução do débito cardíaco) __________________________________________________ Condutas no Feto - O melhor tratamento para o feto é a ressuscitação da mãe, por isso, sempre reanimar a mãe - Suspeita de lesão fetal quando: • Sangramento vaginal • Descolamento de placenta • Dor a palpação uterina • Trabalho de parto - Monitorar o batimento cardíaco fetal (BCF) e realizar US obstétrico se possível __________________________________________________ Gestação X Radiação - Os riscos de radiação ao feto dependem de: • Magnitude da exposição • Período de gravidez (maior risco no 1º trimestre) - Sempre priorizar exames não ionizantes como US e proteção do útero gravídico com avental de chumbo - Os exames para diagnóstico devem ser feitos sem hesitação! - O risco teratogênico ocorrem em doses maiores que 5 rads (um RX de tórax possui 0,00007 rads e uma TC de abdome possui 2,6 rads) __________________________________________________ Prevenção - Uso de cinto de segurança (quando utilizado de forma correta, com a faixa inferior do cinto posicionada abaixo do volume uterino e não na barriga) - O airbag não está associada a uma maior taxa de lesão materna ou fetal (inclusive, evita o contato direto do útero com o volante) __________________________________________________ Violência Doméstica - A violência doméstica aumenta na gestação - Tem o abdome como alvo principal - Suspeitar quando: • Lesões desproporcionais a história referida • Redução da auto estima • Consultas frequentes ao PS • Auto-acusação pelas lesões apresentadas • Presença insistente do parceiro - Prevenção = denunciar! __________________________________________________ Parada cardiorrespiratória (PCR) na gestante - Causas: • Hemorragia • Doenças cardiovasculares (IAM, miocardite, dissec. aorta) • Embolia amniótica • Sepse / pneumonia aspirativa • TEP • Eclâmpsia • Iatrogenia (Sulfatação e anestesia) • Trauma (Fechado) - No Brasil essas causas são subnotificadas - Quando ocorre PCR na gestante é necessário um atendimento diferenciado devido a: • Alterações fisiológicas da gravidez • Tendência a hipóxia • Compressão aorto-cava pelo útero (2º e 3º trimestre) - Conduta: • RCP de alta qualidade • Deslocamento uterino para a esquerda • Posicionar a gestante em Decúbito dorsal • Deslocamento útero por outra pessoa • Massagem cardíaca externa adequada • Na Fase tardia no 2º trimestre – considerar cesária perimortem __________________________________________________ Cesárea Perimorten - Procedimento de emergência para retirada imediata do feto quando a mãe está em estado grave ou após a morte da mãe - Visa a viabilidade do feto - Deve ser feita em até 4 minutos da parada cardiorrespiratória materna - Feto viável = Acima de 24 semanas de idade gestacional - Após a retirada do feto há melhora da resposta da mãe às manobras de ressuscitação
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