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Trauma Gestante-PHTLS

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Habilidades Básicas II-21.1
Yasminn Amorim
TRAUMA EM GESTANTE-PHTLS .
→ Sempre levar em consideração as alterações fisiológicas inerentes a gravidez:
↑ atividade do sistema renina-angiotensina→ produção de aldosterona
Esse mecanismo vai aumentar a atividade mineralocorticóide com absorção de sódio e água
→ O sódio é o principal íon que mantém a osmolaridade plasmática
→ ele que dita as regras da iso osmolaridade (água passa do meio menos concentrado para o
meio mais concentrado até o equilíbrio)
↑ absorção de líquidos→ - hipervolemia (aumento do volume plasmático)
- hemodiluição
- turgência de vasos
- edema de via aérea→ MUITO cuidado na manipulação de via aérea de gestante
pois além de edemaciada, estará friável, então se técnica não for cuidadosa o
suficiente, haverá sangramento e aumento do edema;
→ Ao intubar uma gestante, o tubo precisa ser menor do que para uma mulher
normal, em torno de 6-6,5, já prevendo essas alterações de vias aéreas;
↑ peso: 17%-> em torno de 11kg
ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS:
→ Conforme o útero gravídico cresce, há uma compressão do diafragma, empurrando-o para
cima → em resposta a isso o corpo tende a aumentar o volume ântero-posterior do tórax;
↓ Volume Residual por volta de 200ml
+ = ↓ capacidade residual funcional em 300ml
↓ Volume de reserva expiratória 100ml
↑ Frequência respiratória ↑ volume-corrente
Se ela aumenta a FR, irá logicamente diminuir a pCO2, pois está respirando mais rápido,
eliminando assim, mais CO2 que o normal.
Essa frequência respiratória aumenta numa tentativa de capturar mais oxigênio, já que o
consumo de oxigênio na gestante também é maior;
Ou seja, a concentração de oxigênio que estará chegando para ela será pouco para a
necessidade de oxigênio que ela terá
↑ Consumo de O2 -> Hipoxemia
↑ Progesterona: Relaxamento da musculatura lisa → broncodilatação→ diminui a resistência ao
fluxo laminar de ar que passa através das vias aéreas;
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES:
→ Se há uma aumento de plasma, hemácias e sangue total, logicamente a volemia da gestante
também irá aumentar → em torno de 30-45% de aumento, que seria equivalente a 1500ml
Se o volume sanguíneo aumenta, o trabalho cardíaco também aumentará, pois será mais
sangue para se bombear
→ O aumento plasmático é maior que o aumento de produção de células vermelhas: gestante
adquire anemia gestacional→ fisiológico. É por isso que as obstetras fazem suplementação de
Ferro nas grávidas
1
Habilidades Básicas II-21.1
Yasminn Amorim
→ Há ação de hormônios lactogenio placentario, somatotrofina coriônica, progesterona→
estimular produção de células vermelhas→ aumentar transporte de o2
↑ volume plasmático → importante para preparação da gestante para as perdas sanguíneas
inerentes ao parto;
→ Estado Hipercoagulável: ↑ de fatores de coagulação (fator 7 E fibrinogênio) preparam a
gestante para que as perdas sanguíneas do parto não sejam excessivas e potencialmente
perigosas;
↑ Frequência Cardíaca 15%,
decorrência do deslocamento diafragma para cima
↑ Volume Sistólico 30%
→ Ausculta na gestante: 3° bulha em 80% das gestantes a partir da 20° semana
→ Devido ao estado hiperdinâmico inerente: surgimento de sopro e arritmias (bem toleradas e
em sua maioria assintomáticas pelas gestante)
OBS: Gestante vítima de trauma que apresente extrassístoles não significa que há
necessariamente um trauma torácico, já que essas alterações são inerentes a gravidez
ECG na gestante:
→ desvio do eixo para esquerda (deslocamento diafragma empurrando coração)
→ onda T invertida
→ alargamento de onda Q
ECO na gestante: a partir da 12° semana pode haver regurgitação mitral, tricúspide e
pulmonar ( 90% das gestantes)
Ação da Placenta: sistema de baixa resistência: diminui a resistência da passagem do sangue→
↓ da pressão diastólica entre 5-15 mmhg
Hipotensão supina: após 28 semanas
→ compressão da veia cava e aorta pelo útero gravídico, levando a queda da FC e do retorno
venoso, resulta em fraqueza, tontura, náuseas, vertigem e até síncope, com alívio após
abandono da posição supina. (gestantes não traumáticas
Aumento de Débito Cardíaco no trabalho de parto:
fase latente→ 15% de aumento dc
fase antiga→ 30% aumento dc
fase expulsiva→ 45% aumento dc
instante exato da retirada da criança: 80% de aumento dc
ALTERAÇÕES RENAIS:
→ Se há aumento da volemia há aumento da função renal
→ dilatação do sistema renal: por ação da progesterona e por compressão uterina
→ prostaciclina: relaxamento da musculatura dos ureteres: estase urinária→ aumenta
incidência de infecção urinária nas gestantes
↑ fluxo sanguíneo plasmático ↑ taxa de filtração glomerular: paciente urina mais→ creatinina
sérica e ureia sanguínea ↓
↓ limiar tubular renal para proteína e glicose→ glicosúria e proteinúria
ALTERAÇÕES TGI:
→ útero comprime estômago→ altera seu funcionamento
→ lentificação do esvaziamento gástrico
→ progesterona: diminui mortalidade gástrica e diminui tônus do esfinter do esofago
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Habilidades Básicas II-21.1
Yasminn Amorim
→ hiper produção de gastrina: aumento da acidez gástrica→ muita azia
Importante!! sempre considerar gestantes com estômago cheio, mesmo elas estando em jejum
→ 60% das gestantes possuem volume gástrico superior a 25ml com ph muito ácido( 2,5)
importante: gestante vítima de trauma→ perigosíssima intubação (risco de regurgitação de
conteúdo gástrico extremamente ácido)
ALTERAÇÕES NO FÍGADO
↓ pseudocolinesterase hepática em 25-30% --> ela que degrada succinilcolina
colecistonina→ progesterona→ predispor cálculo de colesterol
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS:
→ aumento da produção plasmática> aumento da produção de células vermelhas
→ aumento volêmico é de 1000 1500 ml
próximo ao parto o volume é de 90ml/kg
→ período gestacional: estado diabetogênico
cortisol: pode induzir hiperglicemia
ALTERAÇÕES NO ÚTERO:
→ fluxo sanguíneo do útero passa a ter 10% do débito cardíaco total
Desses 10%, sendo 80% para placenta e 20% miométrio
→ Fluxo sanguíneo útero-placentário é inversamente proporcional a resistência vascular
uterina
→ tendência a aumentar freq respiratória→ paCO2 ↓
A paCO2 ↓ irá levar a uma alcalose respiratória, que será compensada com o aumento da
eliminação urinária de bicarbonato
Importante: A gestante não deve hiperventilar mais que o normal, pois ela já está em alcalose,
se ela ventilar mais, a paCO2 vai cair ainda mais.
→ Se cair para abaixo de 20 mmhg, haverá vasoconstrição das artérias uterinas→ ↑ resist
vascular uterina (inversamente proporcional ao fluxo sanguíneo uterino levando à diminuição
da oxigenação fetal, levando à hipóxia e acidose fetal
Conduta: saturação abaixo de 94→ oxigenação com cateter nasal 5l/ min
*Em caso de trauma: AMBU ou hudson 15 l/min
- Outras causas para diminuição de fluxo sanguíneo uterino
1. Hipotensão: útero comprime veia cava e aorta-> diminui a pré carga→ diminui
o débito cardiaco → diminui oferta de o2 para tecidos periféricos→ ativação
simpática→ hipotensão→ desmaio
Conduta: desloca o útero da gestante para esquerda para liberar a compressão
da veia cava.
2. Vasoconstrição: utilização de drogas vasoconstritoras pode aumentar a
resistência vascular uterina e diminuir o fluxo sanguíneo uterino (utilizar beta
adrenérgicos)
3. Contração uterina: diminuição do fluxo sanguíneo uterino devido a aumento da
resistência vascular
- Localização do útero:
→ Intrapélvico: até 12° sem ( protegido)
→ Altura da cicatriz umbilical: 20° semana
→ Reborde costal: 34-36° semana
Descolamento de placenta: O útero é um músculo, logo, possui elasticidade. Já a placenta não
é tão elástica, e tendo o útero sofrido alguma contração ou até mesmo um trauma, a placenta
pode descolar-se dele→ considerado GRAVE a partir de 25% de descolamento!!!
3
Habilidades Básicas II-21.1
Yasminn Amorim
TRAUMA FECHADO:
→ O feto é protegido pelo líquido amniótico, miométrio, placenta e parede abdominal;
→ Traumatismo DIRETO ao feto: Impacto por objeto rígido
→ Traumatismo INDIRETO:
- compressão súbita
- desaceleração: cinto de segurança
- cisalhamento
→ O localde ruptura uterina numa vítima de trauma nem sempre é no local da pancada;
- Local mais comum de ruptura é o fundo do útero (que na maioria das vezes é o local de
implantação da placenta→ caso de descolamento)
→ No trauma fechado, devido a fisiologia e a dissipação de energia, o corpo da mãe protege o
feto
TRAUMA PENETRANTE:
→ Nesse caso, devido a fisiologia, o feto protege a mãe, devido a quantidade de camadas
protegendo as vísceras maternas (útero gravídico ocupa a cavidade abdominal anteriormente)
há uma maior dissipação de energia;
→ Prognóstico materno favorável;
→ Prognóstico fetal sombrio;
→ Todo atendimento realizado para mãe vai ser positivo para o bebê também, então o primeiro
atendimento no trauma é para a mãe:
SEQUÊNCIA:
1. ABCDE na mãe;
2. ABCDE no feto;
3. ABCDE secundário na mãe (casos NÃO críticos)
4. Transportar para hospital apropriado: em CG seria para o hospital de trauma, não para
o ISEA (estabiliza a paciente no trauma e depois transfere para o isea)
IMPORTANTE: Lembrar sempre que a gestante pode perder de 25-30% do seu volume sanguíneo
e voltar para seu estado euvolêmico que ela tinha antes de ficar grávida e não apresentar
nenhuma alteração (PA normal) porém o feto vai está em hipoxemia e acidose fetal (feto
hipoperfundido)
→ Se a gestante estiver com mais de 20 semanas de gestação:
- Se ela NÃO apresentar trauma ou suspeita de trauma na coluna: não há necessidade
de colocá-la com colar cervical ou com prancha→ deve-se transporta-la em decúbito
lateral esquerdo para evitar compressão da veia cava
- Se ela apresentar trauma ou suspeita: colar cervical, prancha e coxim por baixo da
prancha ao lado esquerdo para livrar compressão da cava
→ Reanimação volêmica: solução de cristalóides e sangue→ manter a hipervolemia fisiológica
da gestação
→ Drogas vasopressoras são contraindicadas
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