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Neurofisiologia - Introdução ao Sistema Nervoso

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NEUROFISIOLOGIA – POS GRADUAÇÃO FAVENI 2021 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................4
2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO ..................................................5
2.1 Organização estrutural do sistema nervoso/ sistema nervoso – divisão 
anatômica 7
2.2 Sistema nervoso central.......................................................................7
2.3 Sistema nervoso periférico ...................................................................7
2.4 Sistema Nervoso – O tecido nervoso ...................................................9
2.5 Neurônios ...........................................................................................11
3 TIPOS DE NEURÔNIOS...........................................................................13
4 TIPOS DE SINAPSE.................................................................................14
5 ESTRUTURA BÁSICA DE UM NEURÔNIO .............................................16
5.1 Classificação dos neurônios...............................................................17
6 FENÔMENOS FUNDAMENTAIS DA NEUROFISIOLOGIA......................19
6.1 Comunicar, adaptar, sustentar e compreender ..................................21
6.2 A transmissão de sinais......................................................................22
6.3 A plasticidade neural ..........................................................................22
6.4 A produção do líquor ..........................................................................22
6.5 O pensamento....................................................................................23
7 SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO ...........................................................23
8 NOÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO ONTOGENÉTICO E 
FILOGENÉTICO DO SISTEMA NERVOSO..............................................................26
8.1 Considerações sobre a evolução filogenética inicial do SNC.............29
8.2 Neurotransmissores ...........................................................................35
9 NEUROPLASTICIDADE CEREBRAL.......................................................40
9.1 Plasticidade e Desenvolvimento.........................................................41
9.2 Mecanismo de recuperação funcional após lesões cerebrais ............42
3
9.3 Atividades motoras sobre a neuroplasticidade ...................................42
9.4 Plasticidade Cerebral .........................................................................43
9.5 Repetição da Atividade.......................................................................43
9.6 Fenômeno do “não-uso aprendido”....................................................44
9.7 Neuroplasticidade e Aprendizagem....................................................44
9.8 Processos envolvidos na aprendizagem ............................................46
10 DOENÇAS DEGENERATIVAS DO CÉREBRO.....................................52
10.1 Alzheimer ........................................................................................53
10.2 Parkinson ........................................................................................54
10.3 Huntington.......................................................................................54
10.4 Esclerose Múltipla ...........................................................................55
10.5 Acidente Vascular Cerebral (AVC)..................................................56
10.6 Epilepsia..........................................................................................56
10.7 Como prevenir as doenças neurodegenerativas?...........................57
10.8 Exercício físico: manter-se ativo .....................................................58
10.9 Exercitar a mente............................................................................58
10.10 Ser social ........................................................................................59
10.11 Perceção de autoestima e autoeficácia ..........................................59
10.12 Alimentação saudável.....................................................................59
10.13 Stress e sono ..................................................................................59
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................60
12 BIBLIOGRAFIA......................................................................................61
4
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
5
2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO
Fonte:portalsaofrancisco.com
O sistema nervoso central (SNC) possui um envoltório, a MENINGE, com três 
folhetos membranosos (o externo, dura-máter, a aracnoide; e o mais interno, piamáter) e alguns espaços entre eles. Destes espaços, o peridural é utilizado em 
analgesias na região lombar, e o subaracnóide é o maior e preenchido por vasos, 
filamentos radiculares de nervos e líquido encéfalo raquiano (ou líquor). 
A dura-máter é mais fibrosa e forma grandes pregas na cavidade craniana 
(foice do cérebro, tenda do cerebelo, diafragma da sela túrsica) e canais venosos 
importantes na drenagem (seios da dura-máter). O maior dos seios da dura-máter é o 
seio sagital, superior, sagital e mediano próximo à calota. Porém na base maior é o 
seio cavernoso, acima de asa maior do osso esfenoide e atravessado pela artéria 
carótida interna e alguns nervos cranianos.
O Líquor (LCR) tem sua circulação apenas no SNC, sendo produzido nas 
paredes dos quatro ventrículos encefálicos (plexos corióides) e absorvidos para 
corrente venosa em granulações da aracnoide para os sérios da dura-máter. 
Os ventrículos encefálicos são quatro e se comunicam entre si, sendo os dois 
primeiros chamados de laterais (VL), dentro de cada hemisfério cerebral do 
telencéfalo. O terceiro ventrículo encontra- se dentro do diencéfalo e o quarto 
ventrículo entre ponte, bulbo e cerebelo. 
6
Este último se comunica com o espaço subracnóide, para circulação externa 
do líquor e com o terceiro ventrículo através do aqueduto cerebral mesencefálico.
Ainda se estuda no SNC a sua estrutura interna, após vários tipos de seção 
(transversais, frontais, sagitais e oblíquas). 
A organização macroscópica pode ser vista pela visualização de SUBSTÂNCIA
BRANCA (axônios mielinizados), SUBSTÂNCIA CINCEZENTA (corpos e dendritos) e 
a RETICULAR (intermediariária do tronco encefálico).
O sistema nervoso é o que nos permite perceber e interagir com o nosso 
ambiente. O encéfalo regula a função voluntária e involuntária, permite-nos estar 
atentos e receptivos e possibilita que respondamos física e emocionalmente ao 
mundo. A função cerebral é o que nos torna a pessoa que somos. 
O sistema nervoso pode ser dividido em sistema nervoso central (SNC), 
composto pelo encéfalo e pela medula espinal, e sistema nervoso periférico (SNP), 
composto de todos os nervos e seus componentes fora do SNC.
Essas estruturas se integram com a função de permitir o ajuste do corpo 
humano aos meios interno e externo, ou seja, garantir a homeostase. Para exercerem 
tal função, ascélulas nervosas - os neurônios - contam com duas propriedades 
fundamentais: a irritabilidade, também denominada excitabilidade e a condutibilidade.
Irritabilidade é a capacidade de permitir que uma célula responda a estímulos 
internos ou externos. Assim, irritabilidade é a propriedade que torna a célula apta a 
responder.
A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica 
transmitida ao longo de um fio condutor. Uma vez excitados pelos estímulos, os 
neurônios transmitem essa onda de excitação, chamada de impulso nervoso, por toda 
a sua extensão em grande velocidade e em curto espaço de tempo. Esse fenômeno 
deve-se à propriedade de condutibilidade.
Os impulsos nervosos, que nada mais são que informações, frequentemente 
se originam no interior das células nervosas, como resultado de atividades de 
estruturas sensitivas, os receptores. Estes são ativados por mudanças nos 
meios interno e externo do corpo celular, os estímulos, que se iniciam nas 
células nervosas sensitivas e são transportados por essas células até a 
medula espinhal e o encéfalo (Biomédica. Doutora em Ciências Médicas, 
área de concentração Neurociências pela Universidade Estadual de 
Campinas. Professora do departamento de anatomia da Universidade 
Federal do Paraná. 2007 apud Veronez D. 2010).
7
As informações recebidas podem ser distribuídas para várias regiões do corpo, 
onde células nervosas motoras são estimuladas e novos impulsos nervosos são 
gerados. Estes são, então, encaminhados a estruturas efetuadoras, tais como células 
musculares e secretoras endócrinas.
O sistema nervoso, além de responder a estímulos do meio (quer seja interno 
ou externo), também possui a capacidade de integrar e armazenar informações 
recebidas.
2.1 Organização estrutural do sistema nervoso/ sistema nervoso – divisão 
anatômica
O sistema nervoso pode ser dividido em duas partes:
 Sistema nervoso central (SNC);
 Sistema nervoso periférico (SNP)
2.2 Sistema nervoso central
O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, que 
estão contidos dentro da cavidade craniana e do canal da coluna vertebral, 
respectivamente. Ele funciona como um sistema controlador e integrador do SN, 
recebendo impulsos sensitivos do SNP e formulando respostas para estes impulsos.
2.3 Sistema nervoso periférico
O sistema nervoso periférico é constituído, estruturalmente, pelos nervos, que 
conectam as estruturas corporais e seus receptores com o SNC, e pelos gânglios, que 
são grupos de corpos de células nervosas associadas aos nervos.
Inclui 12 pares de nervos cranianos, que se originam do cérebro e do tronco 
encefálico, e 31 pares de nervos espinhais, que têm origem na medula espinhal, 
deixando o canal vertebral através dos forames intervertebrais.
Os pares dos nervos espinhais incluem:
 Oito nervos cervicais; 
 Doze nervos torácicos;
 Cinco nervos lombares;
8
 Cinco nervos sacrais;
 Um nervo coccígeo
Pode ser dividido, funcionalmente, em um componente aferente 
(sensitivo) e um eferente (motor).
Componente aferente possui células nervosas sensitivas somáticas e células 
nervosas sensitivas viscerais. As primeiras levam informações de receptores 
localizados na pele, na fáscia e em torno das articulações ao SNC; as demais levam 
impulsos das vísceras para o SNC. Componente eferente dividido em sistema 
nervoso somático (SNS) e sistema nervoso autônomo (SNA). O SNS é conhecido 
também como sistema nervoso voluntário porque sua função motora é controlada 
conscientemente. Ele possui células nervosas motoras somáticas que levam impulsos 
do SNC aos músculos estriados esqueléticos. 
O SNA, também conhecido como sistema nervoso involuntário, é composto por 
células nervosas motoras viscerais que transmitem impulsos para a musculatura lisa 
e para o músculo cardíaco, por exemplo. O SNA pode ser divido, funcionalmente, em 
sistema nervoso autônomo simpático (SNAS) e sistema nervoso autônomo 
parassimpático (SNAP).
Fonte:descomplica.com.br
9
Bilhões de células nervosas (neurônios), captam informações do interior 
e exterior:
 SNC: cavidades –craniana e coluna vertebral.
 SNP: as fibras nervosas agrupam-se em feixes, dando origem aos 
nervos.
 Nervos fazem a união do SNC com os órgãos periféricos.
 Se a união se faz no encéfalo = nervos cranianos, se ocorre na medula 
nervos espinhais.
2.4 Sistema Nervoso – O tecido nervoso
Fonte:www.infoescola.com
O tecido nervoso é composto por dois tipos de célula:
 Neurônios 
 Neuroglias ou glias.
As células do sistema nervoso são a base construtora para as complexas 
funções que ele desempenha. Mais de 100 milhões de neurônios preenchem o 
sistema nervoso humano. Cada neurônio tem contato com mais de mil outros 
neurônios.
10
Os contatos neuronais são organizados em circuitos ou redes que se 
comunicam para o processamento de todas as informações conscientes e 
inconscientes do encéfalo e da medula espinal. 
A segunda população de células, as chamadas células gliais, tem a função de 
apoiar e proteger os neurônios. As células gliais, ou glia, têm processos mais curtos e 
são mais numerosas que os neurônios, em uma proporção de 10:1. A função da glia 
vai além de um simples papel de apoio. 
O tecido nervoso é composto principalmente por: neurônios, células 
geralmente com longos prolongamentos, e vários tipos de células da glia ou 
neuroglias, que sustentam os neurônios e participam de outras funções 
importantes. (J. Histologia Básica. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2008 apud Junqueira, l.c.u. & carneiro; 2008).
Fonte:pt.slideshare.net
As células gliais também participam da atividade neuronal, formam um 
reservatório de células-tronco no interior do sistema nervoso e propiciam a resposta 
imunológica a inflamações e lesões.
11
2.5 Neurônios
Os neurônios são as células excitáveis do sistema nervoso. Os sinais são 
propagados por meio de potenciais de ação, ou impulsos elétricos, ao longo da 
superfície neuronal. 
Os neurônios comunicam-se uns com os outros por sinapses, formando redes 
funcionais para o processamento e armazenamento das informações. Uma sinapse 
tem três componentes: o terminal axonal de uma célula, o dendrito da célula receptora 
e um processo de célula glial. A fenda sináptica é o espaço entre esses componentes. 
Organização funcional dos neurônios: 
Há muitos tipos de neurônios no interior do sistema nervoso, mas todos têm 
componentes estruturais que lhes permitem processar a informação. Todos os 
neurônios têm um corpo celular, ou soma (também chamado de pericário), que 
contém o núcleo da célula, onde são produzidos todos os hormônios, as proteínas e 
os neurotransmissores. Um halo de retículo endoplasmático (RE) pode ser encontrado 
ao redor do núcleo, atestando a alta taxa metabólica dos neurônios. 
Esse RE colore-se intensamente de azul na coloração de Nissl e é comumente 
chamado de substância de Nissl. Moléculas produzidas na soma são transportadas 
para as sinapses periféricas por uma rede de micro túbulos. 
Fonte:colegiovascodagama.pt
12
O transporte do pericário ao longo do axônio até a sinapse é denominado 
transporte anterógrado, pelo qual são transportados os neurotransmissores 
necessários à sinapse. O transporte ao longo do micro túbulos também pode se dar 
do terminal sináptico ao pericário, o que se chama de transporte retrógrado. Ele é 
essencial para o vaivém dos fatores tróficos, em especial a neurotrofina do neurônioalvo na periferia para o soma. 
Os neurônios dependem das substâncias tróficas fornecidas por seus alvos 
periféricos para a sobrevivência. É uma espécie de mecanismo de retroalimentação 
que informa ao neurônio que ele está inervando um “alvo vivo”. Alguns vírus que 
infectam neurônios, como o do herpes, também aproveitam esse mecanismo de 
transporte retrógrado. 
Depois que são apanhados pela terminação nervosa, são levados por 
transporte retrógrado ao pericário, onde podem permanecer dormente até serem 
ativados. O input sináptico para um neurônio ocorre principalmente nos dendritos. 
Nesse local, as pequenasespinhas dendríticas são saliências onde ocorrem os 
contatos sinápticos com os axônios. 
Fonte:saude.hsw.uol.com.br
As densidades pós-sinápticas nas espinhas dendríticas servem como o 
andaime que mantém e organiza os receptores de neurotransmissores e os canais de 
íons. Além disso, cada neurônio tem um axônio, cujas terminações fazem contatos 
sinápticos com outros neurônios. 
13
Esses processos cilíndricos surgem de uma área especializada chamada cone 
axonal ou segmento inicial e podem estar envoltos por uma camada protetora 
chamada mielina. O cone axonal de um axônio é o local onde se somam todos os 
inputs de um neurônio, tanto excitatórios quanto inibitórios, e onde se toma a decisão 
de propagar um potencial de ação para a próxima sinapse. 
Quando a terminação do axónio de um neurónio estabelece ligações com as 
dendrites ou corpo celular de um outro neurónio, as membranas modificamse e formam uma sinapse, que permite que o impulso nervoso seja conduzido 
de um neurónio para o seguinte. Quando o impulso nervoso chega à 
terminação do axónio que forma uma sinapse libertam-se 
neurotransmissores a partir da membrana pré-sináptica que atravessam a 
fenda sináptica e se ligam aos receptores da membrana pós-sináptica do 
neurónio seguinte. (Revista de Ciência Elementar, 1(01):0006 apud; Moreira, 
C.2013).
3 TIPOS DE NEURÔNIOS
Existem diversos tipos de neurônios no SNC. Podem ser classificados de 
acordo com seu tamanho, sua morfologia ou conforme os neurotransmissores que 
utilizam.
Fonte:brasilescola.uol.com.br
 Neurônios multipolares: Tipo mais abundante no sistema nervoso central; 
são encontrados no encéfalo e na medula espinal. Os dendritos ramificam-se 
diretamente do corpo celular, e um axônio único surge a partir do cone axonal.
14
 Neurônios pseudounipolares: Os neurônios pseudounipolares são 
encontrados sobretudo nos gânglios espinais. Apresentam um ramo periférico 
do axônio que recebe a informação sensorial da periferia e a envia para a 
medula espinal, sem passar pelo corpo celular. Os neurônios 
pseudounipolares retransmitem a informação sensorial de um receptor 
periférico ao SNC sem modificar o sinal. Contudo, os neurônios bipolares na 
retina e no epitélio olfatório integram múltiplos inputs e, em seguida, passam 
essa informação modificada para o neurônio seguinte na cadeia. 
 Neurônios bipolares: Os neurônios bipolares são encontrados principalmente 
na retina e no epitélio olfatório. Apresentam um único dendrito principal, o qual 
recebe o input sináptico, que, por sua vez, é transportado para o corpo da 
célula e daí para a camada de células seguinte, via axônio. A diferença entre 
um neurônio pseudounipolar e um bipolar é a quantidade de processamento 
que ocorre em cada um deles. 
 Neurônios unipolares: possuem um corpo celular e um axônio. Não são 
muito frequentes e constituem, por exemplo, as células sensoriais da retina e 
mucosa olfatória.
Os axônios normalmente são únicos, com ramificações geralmente em sua 
extremidade. Esse prolongamento pode atingir até 1 metro de comprimento 
e está relacionado com a transmissão do impulso nervoso (prolongamento 
eferente). Na maior parte dos casos, essa estrutura está envolta por 
uma bainha de mielina, que é formada por oligodendrócitos ou células de 
Schwann. Essa estrutura não é contínua por todo o axônio, ocorrendo áreas 
sem mielina, que são denominadas de nódulo de Ranvier (Brasil escola. Uol. 
2018 apud; Vanessa dos santos 2010).
4 TIPOS DE SINAPSE 
Uma sinapse é o contato entre duas células neuronais. Os potenciais de ação 
codificam a informação, que é processada no sistema nervoso central; e é por meio 
das sinapses que essa informação é transmitida de um neurônio para outro.
15
Fonte:pt.slideshare.net
 Sinapses axodendríticas: Os contatos sinápticos mais comuns no SNC 
ocorrem entre um axônio e um dendrito, as chamadas sinapses 
axodendríticas. A árvore dendrítica de um dado neurônio multipolar receberá 
milhares de inputs de sinapses axodendríticas, o que fará com que esse 
neurônio alcance o limiar e gere um sinal elétrico, ou potencial de ação. A 
arquitetura da árvore dendrítica é um fator-chave no cálculo da convergência 
de sinais elétricos no tempo e no espaço (chamado de somação 
temporoespacial).
 Sinapses axossomáticas: Um axônio também pode contatar outro neurônio 
diretamente na soma da célula, o que é chamado de sinapse axossomática. 
Esse tipo de sinapse é muito menos comum no sistema nervoso central e é 
um poderoso sinal muito mais próximo do cone axonal, no qual um novo 
potencial de ação pode se originar. 
 Sinapses axoaxônicas: Quando um axônio contata outro, ocorre a chamada 
sinapse axoaxônica. Essas sinapses muitas vezes acontecem no cone axonal 
ou próximo a ele, onde podem causar efeitos muito poderosos, inclusive 
produzir um potencial de ação ou inibir um que, de outra forma, teria sido 
desencadeado.
16
5 ESTRUTURA BÁSICA DE UM NEURÔNIO 
Fonte:nossabio.blogspot.com.br
 Corpo celular, pericário ou soma - representa o centro trófico da célula, 
capaz de receber estímulos.
 Axônio - essa projeção da célula, longa e semelhante a um cabo, transporta a 
mensagem eletroquímica (impulso nervoso ou potencial de ação) pela 
extensão da célula; dependendo do tipo do neurônio, os axônios podem ser 
cobertos por uma fina camada de substância lipídica, conhecida como bainha 
de mielina, como um fio elétrico com isolamento. A mielina é feita de gordura e 
ajuda a acelerar a transmissão de um impulso nervoso através de um axônio 
longo. Os neurônios com mielina costumam ser encontrados nos nervos 
periféricos (neurônios sensoriais e motores), ao passo que os neurônios sem 
mielina são encontrados no cérebro e na medula espinhal.
 Dendritos ou terminações nervosas - essas projeções pequenas e 
semelhantes a galhos realizam as conexões com outras células e permitem 
que o neurônio se comunique com outras células ou perceba o ambiente a seu 
redor. Os dendritos podem se localizar em uma ou nas duas terminações da 
célula.
 Nódulo de Ranvier - é o espaçamento isento de bainha de mielina no axônio. 
Tal espaçamento permite a chamada condução saltatória e consequentemente 
um impulso nervoso mais rápido.
O núcleo de um neurônio é circundado por citoplasma e, na maioria dos 
neurônios, é esférico, grande e pálido, isso porque 
17
seus cromossomos encontram-se desespiralizados, indicando o 
metabolismo elevado destas células. Normalmente os neurônios possuem 
um só núcleo, porém nos gânglios sensitivos e simpáticos, são binucleados, 
(Infoescola; 2018 apud Levada, Miriam M. O., Fieri, Walcir J. e Pivesso, 
Mara Sandra G. Apontamentos Teóricos de Citologia, Histologia e 
Embriologia, São Paulo: Catálise Editora, 1996).
5.1 Classificação dos neurônios
Segundo a função: como explicado na parte de sistema nervoso periférico, os 
neurônios se dividem em:
 Aferente: recebe as informações da pele ou outros órgãos sensoriais e leva 
para o SNC.
 Eferente: traz informações do SNC para os músculos e glândulas.
Interneurônios: recebem as informações dos neurônios aferentes e se 
comunicam entre si com os neurônios motores.
Segundo a estrutura: Com base em como os neurônios são estruturados, 
eles podem se dividir em:
 Unipolar: apresenta um único processo (axônio). São raros, exceto no 
embrião.
Bipolar: apresentam dois processos (um axônio e um dendrito). Encontrado na 
retina e no epitélio olfatório.
 Multipolar: formado por axônio e vários dendritos (a maioria, encontrado no 
SNC).
 Pseudounipolar: Apresenta um único processo que se divide em dois. Uma 
parte vai para a periferia e a outra para o SNC.
Neuroglias ou glias:
As neuroglias são células não neuronais que fazem parte do sistema nervoso 
e tem um papel importante para o funcionamento do sistema nervoso. Elas são 
suportes para os neurônios e a sua ausência prejudica na transferência de impulsos 
entre os neurônios. Embora menores em tamanho que os neurônios a sua proporção 
populacional é bem maior. 
18
Fonte:nadhayogi.blogspot.com.br
Cada neurôniotem pelo menos 10 glias auxiliando. Longe de ser apenas a “cola 
de neurônios”, sabemos agora que as células gliais são um componente essencial da 
função do SNC. As oligodendroglias e as células de Schwann ajudam a dispor a 
bainha de mielina em torno dos axônios no SNC e SNP, respectivamente. Os 
astrócitos estão envolvidos na homeostase de íons e nas funções nutritivas. 
A glia também tem funções únicas de sinalização e modificação de sinal. As 
células NG2 (polidendrócitos) são outro tipo de célula glial que constitui a reserva de 
células tronco do SNC, com a capacidade de gerar tanto células gliais quanto 
neurônios novos. Por fim, as microglias são as células imunológicas do encéfalo, 
porque a barreira hematencefálica separa o encéfalo das células imunes do sangue.
19
6 FENÔMENOS FUNDAMENTAIS DA NEUROFISIOLOGIA
Fonte:blog.doctuo.net
A neurofisiologia é amplamente definida como o estudo da função do sistema 
nervoso. Neste campo, os cientistas investigam os sistemas nervoso central e 
periférico ao nível de órgãos inteiros, redes celulares, células isoladas ou até mesmo 
compartimentos subcelulares.
Uma característica unificadora dessa ampla disciplina é o interesse pelos 
mecanismos que levam à geração e propagação de impulsos elétricos dentro e entre 
os neurônios. Este assunto é importante não só para a nossa compreensão dos 
fascinantes processos que impulsionam o pensamento humano, mas também para a 
nossa capacidade de diagnosticar e tratar distúrbios relacionados ao mau 
funcionamento do sistema nervoso.
A neurofisiologia ou o teste eletrodiagnóstico referem-se a investigações 
especializadas utilizadas no diagnóstico e prognóstico de distúrbios do sistema 
nervoso periférico.
Existem duas técnicas principais:
 Estudo de condução de nervos;
 Eletromiograma;
Objetivos da realização de neurofisiologia 
Para localizar uma lesão nervosa;
20
Caracterizar a natureza de uma lesão nervosa;
Quantificar o grau ou extensão de uma lesão nervosa;
Para prognosticar o resultado provável de uma lesão nervosa;
Classificação
Vários sistemas de classificação foram desenvolvidos para avaliar a gravidade 
de uma lesão nervosa.
As funções de uma classificação são:
 Para facilitar a comunicação entre os profissionais de saúde;
 Para facilitar a pesquisa;
 Para guiar o prognóstico.
Pode parecer um pouco complicado, mas o importante conceito a ser entendido 
é que uma lesão nervosa pode ser leve ou grave e também pode haver uma mistura 
de gravidade em uma única lesão. A neurofisiologia é uma especialidade médica que 
se concentra na relação entre o cérebro e o sistema nervoso periférico.
Como o próprio nome indica, a neurofisiologia é, em muitos aspectos, uma 
fusão da neurologia, que é o estudo do cérebro humano e de suas funções, e a 
fisiologia, que é o estudo da soma das partes do corpo e como elas se interrelacionam.
Os neurofisiologistas examinam as muitas maneiras pelas quais as atividades 
do cérebro impactam as atividades do sistema nervoso. Grande parte do trabalho do 
campo é investigativo, com médicos buscando entender as origens e os melhores 
tratamentos para uma variedade de distúrbios neurológicos.
Existem duas partes no sistema nervoso humano: o sistema nervoso central, 
que é o cérebro e a medula espinhal, e o sistema nervoso periférico, que é a rede de 
nervos que se estende por todo o corpo. Os nervos são responsáveis pela 
sensibilidade, mas também pela saúde e controle muscular.
Neurofisiologia examina a relação entre os dois sistemas em causar doenças 
degenerativas como esclerose múltipla e doença de Parkinson, bem como distúrbios 
neurológicos, como epilepsia. Todas as partes do corpo são controladas no cérebro, 
mas o cérebro, como parte do sistema nervoso, desempenha um papel único no 
controle dos nervos.
21
A neurofisiologia tenta conectar o papel do cérebro como controlador do 
sistema nervoso com seu papel como membro do sistema nervoso para entender 
melhor como os problemas do sistema nervoso acontecem e por quê.
Os médicos da área usam ferramentas e testes como o eletroencefalograma e 
a eletromiografia para estudar as maneiras pelas quais os nervos afetados se 
comunicam com o cérebro. Eles usam esses dados para avaliar o funcionamento geral 
do sistema nervoso como um todo e identificar as raízes de falhas e problemas.
Os neurofisiologistas geralmente não tratam as condições diretamente. A 
maioria dos neurofisiologistas são neurofisiologistas clínicos, o que significa 
que eles trabalham principalmente com diagnósticos. Seu papel é 
exploratório e investigativo. Eles trabalham ao lado de neurologistas, 
neurobiologistas e médicos gerais para identificar e gerenciar as condições 
neurológicas de um paciente, (Portal são Francisco; apud 2018).
Neurofisiologistas clínicos trabalham como especialistas e geralmente só 
levam os pacientes em encaminhamento de outros profissionais. Na maioria das 
vezes, eles transmitem suas descobertas aos praticantes, que administram os 
tratamentos necessários. Os neurofisiologistas podem rever os pacientes para 
avaliações de como os tratamentos estão funcionando, mas eles raramente agem 
como cuidadores primários.
O sucesso na prática da neurofisiologia requer um conhecimento abrangente 
não apenas da ciência cognitiva do cérebro e do sistema nervoso, mas também de 
muitas outras disciplinas médicas relacionadas. As pesquisas que 
os neurofisiologistas realizam cruzam muitas especialidades e exigem uma 
compreensão de como todos os elementos do corpo se unem e interagem. 
A neurofisiologia é geralmente considerada uma especialidade médica de elite e 
exclusiva.
6.1 Comunicar, adaptar, sustentar e compreender
Mais representativos da funcionalidade do sistema nervoso, os 
fenômenos mentais, psíquicos ou neurológicos, se preferir, ocorrem como parte de 
sua fisiologia natural. Desde a produção do líquor, ao fenômeno da excitabilidade 
neuronal propriamente dito, o pensamento, a plasticidade neural, as emoções, como 
raiva, medo, agressividade e afetividade, os fenômenos cognitivos, os vários aspectos 
do comportamento, como um músculo do corpo que se contrai respeitando uma 
22
ordem do pensamento. Os fenômenos neurológicos são inúmeros e quatro deles, 
fundamentais, serão apresentados.
6.2 A transmissão de sinais
Quando um neurônio recebe um estímulo, se este é “forte” o 
suficiente, produzirá um impulso nervoso. O impulso nervoso corresponde a uma 
corrente elétrica que percorre o axônio até os botões sinápticos. O impulso nervoso 
precisa encontrar a membrana numa condição denominada potencial de repouso (-70 
mV); uma vez iniciado, se auto propagará. Os potenciais capazes de gerar tal 
transmissão de sinal são denominados potenciais de ação (> 15 mV). Os sinais 
elétricos que percorrem neurônios, sinapses, órgãos receptores e efetores constituem 
a base da comunicação, em todas as suas instâncias.
6.3 A plasticidade neural
Esta é definida como a capacidade que o sistema nervoso tem de mudar 
em resposta às exigências do ambiente em que se encontra. É um fenômeno que 
depende de mudanças micro estruturais nos próprios neurônios, morfológicas e 
fisiológicas. O termo também pode ser definido, quando ocorre nas sinapses, de 
plasticidade sináptica. Especialmente as sinapses ao sofrerem o fenômeno plástico, 
ou ficam “fortalecidas”, reforçadas pelo fenômeno de potenciação, ou se desfazem 
pela retração e protrusão dendríticas. Sem a plasticidade neural, não aprendemos, 
simplesmente não nos adaptamos.
6.4 A produção do líquor
O liquor sustenta e protege o cérebro contra eventuais choques mecânicos. 
Além disso, também desempenha um papel imunológico, servindo como veículo 
para nutrientes e agentes de defesa contra infecções. O liquor é produzido pelo plexo 
coroide e, após circular pelo interior do cérebro, é absorvido pelo sistema de 
drenagem venoso. Cerca de 100-150 Ml são produzidos diariamente. Durante séculos 
se acreditou que o sistema ventricular era onde a alma estava alojada. O estudo do 
23
sistema ventricular e da neurofisiologiado liquor, tão importante para o sistema 
nervoso central, prova que a absorção de impactos e a proteção são básicas para 
qualquer processo, por mais complexo que ele seja.
6.5 O pensamento
Segundo Jolivet, o pensamento é a capacidade que tem o ser de, através de 
três operações mentais distintas, a formação de ideias, o juízo sobre as relações 
de conveniência entre essas ideias e o raciocínio, que estabelece relações entre os 
juízos, compreender o significado das coisas concretas e das abstrações, bem como 
das relações que elas guardam entre si. Filosofias à parte, é através do pensamento 
que o ser humano dá conta de sua existência e do seu papel social.
7 SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
Fonte:saude.culturamix.com
O sistema nervoso somático é uma pequena parte do sistema nervoso. O 
sistema somático basicamente é composto pelos nervos e neurônios, que atuam 
24
como receptores das ordens enviadas pelo cérebro e transmitidas pela medula, 
realizando todas as atividades chamadas voluntárias pelo sistema nervoso, como 
mexer os braços ou pernas, piscar os olhos, dentre outras que realizamos 
conscientemente. As ações promovidas pelos cinco sentidos (audição, visão, olfato, 
paladar e tato) também são decorrentes do sistema nervoso somático.
Para realizar suas funções corretamente, o sistema nervoso somático divide as 
áreas do cérebro em dois grandes grupos, com o intuito de organizar as funções do 
sistema, sendo denominados aferente e eferente. 
O componente aferente do sistema nervoso somático tem a função de enviar 
informações ao sistema nervoso central sobre o ambiente em torno da pessoa, 
usando principalmente os cinco sentidos para esta tarefa. Já o componente eferente 
cuida dos movimentos voluntários do ser humano, recebe as ordens do cérebro por 
meio dos neurônios e estimula os músculos e ossos para realizar os movimentos.
Fonte: slideplayer.com.br
Os dois grupos do sistema nervoso somático também fazem relação com outra 
parte do sistema nervoso, o visceral. Este sistema em particular faz o controle e 
intervenção nas vísceras, que por sua vez controlam as ações de boa parte dos 
órgãos internos. 
25
No componente aferente, o sistema nervoso visceral conduz os impulsos 
enviados das vísceras até áreas específicas do sistema nervoso, enquanto o 
componente eferente realiza o caminho oposto. Esta função, em especial do 
componente eferente, o classifica como sistema nervoso autônomo, o que cuida das 
ações involuntárias do organismo, como o funcionamento dos órgãos internos e o 
controle emocional.
Com o sistema nervoso somático é possível o indivíduo realizar todo o tipo de 
contato com o ambiente. Através dos sentidos, o ser humano consegue captar todas 
as informações que precisa para manter o bom funcionamento do corpo. Além dos 
sentidos, é possível perceber através do sistema somático a temperatura e a pressão 
arterial quando estas apresentam sinais impróprios, alertando todo o organismo de
que há alguma coisa errada.
Até mesmo em problemas relacionados ao sistema nervoso autônomo, como 
a respiração, batimentos cardíacos e outras funções, é possível reparar as alterações 
pelo sistema somático, sendo que a pessoa interpreta da maneira mais cabível aos 
seus conhecimentos.
Fonte: slideplayer.com.br
Não há doenças conhecidas que afetem diretamente o sistema nervoso 
somático. Existem, contudo, doenças que afetam todo o sistema nervoso, como a 
Leucemia e o Alzheimer, cujos tratamentos são complicados, com pouca ou nenhuma 
chance de cura. 
26
Talvez o único mal que afete diretamente o sistema nervoso somático seja o 
desmaio, em que a vítima perde o controle de todos os sentidos, mas isto decorre de 
outros problemas, como falta de alimentação e queda brusca na pressão arterial.
8 NOÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO ONTOGENÉTICO E 
FILOGENÉTICO DO SISTEMA NERVOSO
Fonte: www.youtube.com
Para Sarnat, do ponto de vista anatômico, há três maneiras básicas de se 
estudar o sistema nervoso central (SNC). A primeira consiste em estudar a simples 
disposição espacial das suas estruturas já desenvolvidas, campo de estudo 
denominado neuroanatomia; a segunda, em estudar o seu desenvolvimento 
ontogenético; e a terceira, em estudar o seu desenvolvimento filogenético- ocorrido 
ao longo da chamada evolução das espécies, o que é feito principalmente através da 
paleontologia e da anatomia comparada.
Para a discussão de considerações de ordem anatômica pertinentes a 
questões comportamentais, paralelamente às relevantes contribuições experimentais 
em animais e às observações clínicas em seres humanos, a análise dos 
conhecimentos existentes sobre a evolução filogenética das estruturas nervosas nos 
parece ser particularmente útil, uma vez que ela nos possibilita fazer especulações 
27
sobre o aparecimento, o desenvolvimento e o embricamento dessas estruturas e as 
possíveis características e comportamentos dos seus respectivos elementos 
evolutivos. 
Ao propiciar uma visão progressiva das complexidades nervosa e 
comportamental ao longo da evolução, a análise filogenética também acarreta, a cada 
passo, questionamentos sobre a própria conceituação de termos como consciência e 
psiquismo, entre outros, principalmente por propiciar especulações sobre os possíveis 
paralelos comportamentais existentes entre as diferentes espécies e o próprio ser 
humano.
Fonte: portal2013br.wordpress.com
Em relação ao processo evolutivo, é importante lembrar que este diz respeito a 
mudanças que ocorreram por força de fatores principalmente ambientais que 
influenciaram todos os seres vivos, e não através de simples adições terminais de 
novas estruturas. Os processos evolutivos têm como principais denominadores 
comuns a adaptação, a expansão da diversidade e o aumento da complexidade.
Do ponto de vista evolutivo, o que nós, seres humanos, temos em comum com 
outros animais é apenas o fato de que nos originamos de elementos ancestrais 
28
comuns hoje extintos e que deram origem a diferentes espécies que, por sua vez, 
sofreram as suas próprias evoluções. Enquanto, por exemplo, os vertebrados mais 
primitivos não possuíam qualquer córtex, hoje mesmo os animais menos complexos 
apresentam algum manto cortical, uma vez que eles também são produtos de uma 
longa evolução; portanto, o que mais distingue o cérebro humano não é a simples 
existência da nossa chamada camada neocortical, mas sim a sua dimensão e, 
principalmente, a sua organização.
Fonte: todamateria.com.br
Ao longo de milhões de anos, o SNC dos vertebrados se desenvolveu até atingir 
a complexidade do SNC humano, e é particularmente interessante e intrigante como 
o desenvolvimento embrionário e fetal do SNC humano refaz grosseiramente este 
mesmo curso, conforme será discutido adiante.
As maiores dificuldades dos estudos filogenéticos evidentemente se devem à 
escassez de informações sobre os elementos já extintos, ao longo tempo necessário 
para observação de quaisquer mudanças evolutivas naturais ou experimentais e à 
veracidade das inferências sugeridas pelos estudos de anatomia comparada. O 
29
desenvolvimento de técnicas de sequenciamento do DNA seguramente propiciará 
avanços neste campo, dadas as suas possibilidades de comparar genomas de 
diferentes espécies e mesmo de espécies extintas.
8.1 Considerações sobre a evolução filogenética inicial do SNC
Fonte: profaerica-ciencias.blogspot.com.br
O nível de organização a seguir atingido pelas chamadas células eucarióticas 
as tornou capazes de se dividir e se reproduzir; a ocorrência de mecanismos de 
simbiose fez surgir os primeiros organismos multicelulares há cerca de 700 milhões 
de anos. Esses organismos logo invadiram o meio marinho, onde encontraram 
condições mais estáveis para a sua evolução, vindo a dar origem a peixes primitivos 
com esqueletos mineralizados há aproximadamente 570 milhões de anos.
Desde os seres vivos mais primitivos, a principal função do sistema nervoso é 
propiciar a adaptação ao meio ambiente e, para tanto, se fazem necessárias três 
propriedades importantes: irritabilidade,condutibilidade e contratilidade. Assim, um 
ser unicelular, como uma ameba, ao ser estimulado, afasta-se de onde foi tocado, 
evidenciando que o sistema nervoso nestes seres vivos corresponde às próprias 
estruturas da sua superfície.
30
Com a evolução dos seres vivos, as suas funções evidentemente foram se 
tornando mais complexas, surgindo células especializadas para cada função e 
desenvolvendo-se uma orquestrada coordenação entre o controle da vida de relação 
com o meio externo e o próprio controle da economia interna destes organismos.
Nas esponjas, os receptores de superfície passaram a transformar os 
diferentes estímulos físicos e químicos em impulsos nervosos, como verdadeiros 
órgãos de sensibilidade, e os músculos e glândulas se desenvolveram como órgãos 
efetores. Nos metazoários mais diferenciados, as células musculares passaram a se 
localizar mais profundamente e, nas suas superfícies, as células se diferenciaram para 
discriminar os diferentes estímulos do meio ambiente. Nos celenterados, as células 
especializadas em irritabilidade e condutibilidade passaram a se caracterizar como 
células nervosas propriamente ditas. 
Nas anêmonas do mar já existem células nervosas unipolares com 
prolongamentos que fazem contato com as células musculares situadas 
profundamente. Admite-se, assim, que redes de neurônios propriamente ditos tenham 
surgido há cerca de 700 milhões de anos em seres marinhos ainda invertebrados.
Paralelamente ao aprofundamento dos músculos e ao desenvolvimento de 
diferentes receptores sensitivos, nos platelmintos e anelídios o sistema de
coordenação, antes difuso, passa também a se agrupar, caracterizando a 
centralização do sistema nervoso. Esta centralização aparentemente foi consequente 
às forças da seleção natural, dada a maior vulnerabilidade das estruturas superficiais 
e a necessidade de coordenação de respostas mais complexas.
Nos anelídeos, além do neurônio sensitivo, já se encontram desenvolvidos 
neurônios eferentes, cujos axônios se ligam ao músculo e desencadeiam a resposta 
motora. A conexão do neurônio sensitivo como o neurônio motor se faz através de 
sinapse, caracterizando-se, assim, os elementos básicos de um arco reflexo simples, 
segmentar. O elemento mais simples que possui um sistema nervoso básico, porém 
completo, é a hidra. Ao contrário das esponjas, que são seres vivos que não se 
movimentam, a hidra já se locomove. 
O seu corpo é constituído por uma camada externa (ectoderma) principalmente 
sensitiva, por uma camada interna (endoderma) responsável pelos processos de 
digestão e de eliminação de detritos alimentares e por uma fina camada intermediária 
(mesoderma).
31
Fonte: blogdabiossintese.blogspot.com.br
Em seguida evolutivamente, apareceram os neurônios de associação, que 
passaram a viabilizar a interação de um segmento com outro: o axônio do neurônio 
sensitivo passou a fazer sinapse com o neurônio de associação que, por sua vez, ao 
fazer sinapse com o neurônio motor do segmento vizinho, viabilizou o arco reflexo 
intersegmentar. 
O conhecimento das conexões dos neurônios do sistema nervoso da minhoca, 
por exemplo, já nos permite entender algumas das conexões da medula espinhal dos 
vertebrados.
A integração anatômica dos níveis segmentares e dos neurônios de associação 
intersegmentares passou a constituir a medula espinhal e, no seu topo, 
desenvolveram-se centros nervosos que controlam o funcionamento do corpo e as 
suas reações ao meio externo. Esses agrupamentos neuronais desenvolvidos no topo 
medular passaram a constituir os equivalentes dos futuros tronco encefálico e do 
hipotálamo e, em conjunto com a medula, compuseram o SNC mais básico e comum 
a todas as espécies e já existente nos primeiros animais vertebrados, que foram os 
peixes mais primitivos que surgiram há cerca de 400 milhões de anos.
Agregados neuronais dispostos centralmente e ao longo das porções mais 
superiores do segmento correspondente ao tronco encefálico vieram constituir a 
chamada formação reticular, que nos elementos mais primitivos é, principalmente, 
responsável por regulações posturais através de influências retículo-espinais e pelo 
controle de funções orgânicas em conjunção com o hipotálamo. 
32
Posteriormente, com o desenvolvimento de estruturas nervosas mais 
superiores, a formação reticular veio a ser também responsável pelo ciclo sono-vigília
e por mecanismos relacionados com a atenção por meio da atuação do chamado 
sistema reticular ativador ascendente.
Fonte: pt.slideshare.net
O conglomerado celular no hipotálamo provavelmente corresponde à porção 
filogeneticamente mais antiga do encéfalo e, desde os seus primórdios, exerceu o 
controle interno dos diferentes organismos através da sua atividade neurosecretória, 
sendo responsável pelo controle do metabolismo da água e eletrólitos, do termo 
regulação, do sistema nervoso autônomo, do apetite e pelo controle endócrino 
propriamente dito já nos vertebrados mais primitivos. Nestes, a proeminência 
hipotalâmica basal, denominada tuber cinereum, que abriga os neurônios cujos 
axônios constituem a haste hipofisária, constitui a maior parte do hipotálamo.
Os elementos primordiais do cerebelo e dos tratos espinocerebelares também 
começam a se mostrar mais evidentes nos peixes primitivos, principalmente à medida 
que estes desenvolvem as suas musculaturas do tronco. O corpo constituído por estes 
conglomerados celulares cerebelares primitivos equivale ao vermis dos vertebrados 
mais evoluídos.
Sobre esta constituição básica e fundamentalmente segmentar do SNC dos 
primeiros vertebrados, as forças evolutivas desencadearam a continuidade do 
desenvolvimento nervoso em função dos eventos a que estes elementos e os seus 
descendentes vieram a ser submetidos. Entre estes eventos, destacam-se a incursão 
33
terrestre que estes seres marinhos vieram a efetuar e o ulterior desenvolvimento dos 
mamíferos que culminou com o surgimento dos primatas e do ser humano. 
A existência de relações entre a filogênese (evolução filogenética das espécies) 
e a ontogênese (evolução embriológica, fetal e pós-natal do ser humano) constitui uma 
questão já aventada e discutida desde os tempos da Grécia antiga. 
Entre os filósofos pré-socráticos, Anaximandro, Anaxímenes e Demócritus 
conceberam o cosmos como se desenvolvendo circundado por um envelope que 
lembra a membrana amniótica. Anaximandro e Empédocles chegaram a comparar os 
estágios da embriologia humana com etapas prévias do ciclo cósmico por eles 
imaginado. 
Fonte: educarparacrescer.abril.com.br
Aristóteles (384-322 a.C.), considerado pai da anatomia comparada, ao 
classificar os animais o fez conforme um critério progressivo de "perfeição". Ele 
acreditava que, durante o seu desenvolvimento, o embrião humano incorporava 
"almas" também progressivamente mais diferenciadas, por ele denominadas 
"nutritiva, sensitiva e racional."
No entanto, coube a Ernest Haeckel (1834-1919) formular o conhecido dito de 
que a "ontogenia recapitula a filogenia", ao afirmar, a partir dos seus estudos, que "a 
rápida e breve ontogenia é uma sinopse condensada da longa e lenta história da 
filogênese". Para Haeckel, cada etapa embriológica se caracterizaria como tendo 
características semelhantes ao produto adulto final de cada ancestral correspondente 
àquela etapa, e que teriam sido realocadas nos estágios iniciais do desenvolvimento 
ontogenético humano por forças decorrentes da evolução da sua linhagem.
34
Os chamados recapitulacionistas evolucionários que o seguiram se 
fundamentaram em dois mecanismos básicos para relacionar a evolução com a 
embriologia: 
 A lei ou fenômeno de adição terminal, que explica as mudanças 
evolutivas como ocorrendo pela adição de novas etapas sobre o estágio 
final de cada respectivo ancestral; e 
 A lei ou fenômeno de condensação, na qual os processos de 
desenvolvimento evolucionário ocorrem e são acelerados pelo 
deslocamento de características ancestrais para fases mais precoces do 
desenvolvimento embrionário dos respectivos descendentes.Entre os autores que se opuseram às hipóteses de Haeckel, destaca-se o 
embriologista e antropologista alemão Karl Ernest von Baer (1792-1876), que refutou 
a concepção de estágios embrionários caracterizados por particularidades ancestrais 
adultas e sugeriu que estas etapas equivaliam simplesmente a estágios precoces 
comuns à ontogenia de todos os vertebrados.
Stephen Jay Gould (1941-2002), professor de Zoologia da Universidade de 
Harvard e grande evolucionista da atualidade, ao tratar das relações entre a filogênese 
e a ontogênese humana, admite que as mudanças evolutivas se expressam na 
ontogenia do homem e valoriza, em particular como mecanismo evolutivo, a 
importância da chamada heterocronia (ou variação temporal do aparecimento de 
características ontogenéticas) como determinante das mudanças filogenéticas. 
Portanto, para Gould, as mudanças de regulação dos genes por fim responsáveis 
pelas mutações evolutivas são, em grande parte, determinadas pelas mudanças dos 
momentos embriológicos de desenvolvimento de características comuns a ancestrais 
e descendente.
35
8.2 Neurotransmissores
Fonte: psiqweb.net
Os neurotransmissores são moléculas liberadas pelos neurônios présinápticos e são o meio de comunicação em uma sinapse química. Eles se ligam a 
receptores de neurotransmissores, podendo se acoplar a um canal iônico (receptores 
ionotrópicos) ou a um processo de sinalização intracelular (receptores 
metabotrópicos). Os neurotransmissores são específicos para o receptor em que se 
ligam e provocam uma resposta específica nos neurônios pós-sinápticos, resultando 
em um sinal excitatório ou inibitório. 
Os neurotransmissores são mensageiros químicos capazes de transmitir, 
modular e amplificar sinais (informação) entre neurónios e outras células do 
organismo como, por exemplo, células musculares (Sámano et al., 2012).
Atualmente existem diversas classificações dos neurotransmissores, 
podendo ser divididos nas seguintes categorias (Purves et al., 2001):
Monoaminas:
 Acetilcolina; 
 Serotonina; 
 Histamina.
Catecolaminas
 Dopamina; 
36
 Adrenalina;
 Noradrenalina
Aminoácidos
Excitatórios:
 Glutamato;
 Aspartato
Inibitórios
 GABA; 
 Glicina
Neuropéptidos
Os neuropeptídios são definidos como pequenas proteínas, constituídas por 
cadeias de aminoácidos. As suas ações vão desde neurotransmissor até fator de 
crescimento; são hormonas no sistema endócrino e mensageiros secundários no 
sistema imunitário (Hökfelt et al., 2003).
Glutamato:
O glutamato é o neurotransmissor excitatório mais comum no SNC. Ele pode 
se ligar a receptores ionotrópicos de glutamato, que incluem os receptores NMDA (Nmetil-D-aspartato), receptores de AMPA (-amino-3-hidroxilo-5-metil-4-isoxazolepropionato) e receptores de cainato. Esses receptores são nomeados de acordo com 
os agonistas (além do glutamato) que se ligam especificamente a eles. Todos esses 
receptores causam um influxo de cátions (carga positiva) nos neurônios póssinápticos. O receptor de NMDA é um pouco diferente do AMPA e do cainato, pois 
seu poro é bloqueado por um íon Mg2, a menos que a membrana pós-sináptica seja 
despolarizada. Uma vez desbloqueado, o canal é permeável não só ao Na, mas 
também a grandes quantidades de Ca2.
Um excesso de influxo de Ca2 pode resultar em uma cascata de eventos que 
pode levar à morte celular. O glutamato também pode se ligar a uma família de 
receptores metabotrópicos de glutamato (mGluRs), que iniciam a sinalização 
intracelular capaz de modular os canais iônicos pós-sinápticos indiretamente. Isso 
costuma aumentar a excitabilidade dos neurônios pós-sinápticos. O glutamato é 
sintetizado nos neurônios pelos precursores da glutamina, a qual é fornecida pelos 
astrócitos, que a produzem a partir do glutamato captado na fenda sináptica. 
37
GABA e glicina:
O ácido -aminobutírico (GABA) e a glicina são os neurotransmissores 
inibitórios mais importantes do SNC. Cerca de metade de todas as sinapses inibitórias 
na medula espinal utiliza glicina. A glicina se liga a um receptor ionotrópico, que 
permite o influxo de Cl. A maioria das outras sinapses inibitórias do SNC utiliza GABA. 
O GABA pode se ligar a receptores ionotrópicos GABA (GABAA e GABAC), que 
induzem um influxo de Cl quando ativados.
Esse influxo leva a um acúmulo de carga negativa, que afasta o potencial de 
membrana de seu limiar (ou seja, o neurônio é inibido). O GABAB (receptor 
metabotrópico do GABA) ativa os canais de K e bloqueia os de Ca2, resultando em 
perda líquida da carga positiva, o que também conduz à hiperpolarização da célula 
pós-sináptica. 
O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do SNC e estima-se 
que mais de metade das sinapses do cérebro liberta este neurotransmissor. 
O glutamato está envolvido nos processos de plasticidade sináptica e em 
funções neuronais como a aprendizagem e a memória (Danbolt, 2001; Willard 
e Koochekpour, 2013 apud Costa A; 2015).
GABA e glicina:
O ácido -aminobutírico (GABA) e a glicina são os neurotransmissores inibitórios 
mais importantes do SNC. Cerca de metade de todas as sinapses inibitórias na 
medula espinal utiliza glicina. A glicina se liga a um receptor ionotrópico, que permite 
o influxo de Cl. A maioria das outras sinapses inibitórias do SNC utiliza GABA. 
O GABA pode se ligar a receptores ionotrópicos GABA (GABAA e GABAC), 
que induzem um influxo de Cl quando ativados. Esse influxo leva a um acúmulo de 
carga negativa, que afasta o potencial de membrana de seu limiar (ou seja, o neurônio 
é inibido). O GABAB (receptor metabotrópico do GABA) ativa os canais de K e 
bloqueia os de Ca2, resultando em perda líquida da carga positiva, o que também 
conduz à hiperpolarização da célula pós-sináptica. 
Acetilcolina:
A acetilcolina (ACh) é o neurotransmissor utilizado no SNP (gânglios do sistema 
motor visceral) e SNC (cérebro). Também é utilizado na junção neuromuscular (ver 
Capítulo 3, “Visão Geral do Sistema Nervoso Periférico”). 
Existem dois tipos de receptores de ACh: 
38
 Os receptores nicotínicos de ACh são receptores ionotrópicos e estão 
acoplados a um canal de cátion não seletivo; 
 Os receptores muscarínicos de ACh compreendem uma família de 
receptores metabotrópicos ligada a vias mediadas pela proteína G. Não 
há mecanismo de recaptação de ACh pela fenda sináptica. Sua 
depuração depende da enzima acetilcolinesterase, que hidrolisa o 
neurotransmissor e o desativa.
Aminas biogênicas: São um grupo de neurotransmissores com um grupo amina 
em sua estrutura. Compreendem as catecolaminas dopamina, noradrenalina e 
adrenalina, bem como a histamina e a serotonina.
Fonte:psiquiatriageral.com.br
Aminas biogênicas: São um grupo de neurotransmissores com um grupo 
amina em sua estrutura. Compreendem as catecolaminas dopamina, noradrenalina e 
adrenalina, bem como a histamina e a serotonina.
Dopamina: A dopamina está envolvida em muitos circuitos do cérebro 
associados a emoções, motivação e recompensa. Atua em receptores acoplados à 
proteína G; sua ação pode ser tanto excitatória (via receptores D1) quanto inibitória 
(via receptores D2). 
Noradrenalina: A noradrenalina (também conhecida como norepinefrina) é um 
neurotransmissor essencial envolvido no estado de vigília e atenção. Atua nos 
39
receptores metabotrópicos -adrenérgicos e -adrenérgicos, ambos excitatórios. A 
adrenalina (também conhecida como epinefrina) atua sobre os mesmos receptores, 
mas sua concentração no SNC é muito mais baixa que a de noradrenalina. 
Histamina: A histamina se liga a um receptor metabotrópico excitatório. No 
SNC, está envolvida na vigília. d. Serotonina: A serotonina pode ter tanto efeitos 
excitatórios quanto inibitórios. Está envolvida em uma infinidade de vias que regulam 
o humor, a emoção e várias vias homeostáticas. A maioria dos receptores de 
serotonina é do tipo metabotrópica. Existe apenas um receptor ionotrópico, que é um 
canal de cátions não seletivo, sendo, portanto, excitatório.
ATP: O ATP é mais conhecido como a fonte de energia dentro das células. 
Contudo, é também liberadopelos neurônios pré-sinápticos como um 
neurotransmissor. Por ser muitas vezes liberado junto com outros 
neurotransmissores, é chamado de cotransmissor. Na fenda sináptica, o ATP pode 
ser quebrado em adenosina, uma purina que se liga e ativa os mesmos receptores 
que o ATP. Esses receptores purinérgicos podem ser tanto ionotrópicos (P2X) como 
metabotrópicos (P2Y). 
Os ionotrópicos são acoplados a canais catiônicos não específicos e são 
excitatórios, e os metabotrópicos agem em vias de sinalização acopladas à proteína 
G. O ATP e as purinas são neuromoduladores. Uma vez que são liberados junto com 
outros neurotransmissores, o grau de ativação do P2X ou P2Y modulará a resposta 
ao outro neurotransmissor secretado, aumentando sua ação ou inibindo-o. 
Neuropeptídeos: Os neuropeptídeos são um grupo de peptídeos envolvidos 
na neurotransmissão. Incluem as moléculas envolvidas na percepção e modulação da 
dor, como a substância P, as metencefalinas e os opióides. Outros neuropeptídeos 
estão envolvidos na resposta neural ao estresse, como o hormônio liberador da 
corticotrofina e o hormônio adrenocorticotrófico.
40
9 NEUROPLASTICIDADE CEREBRAL
Fonte: namu.com.br
A neuroplasticidade refere-se à capacidade do sistema nervoso de alterar 
algumas das propriedades morfológicas e funcionais em resposta a alterações do 
ambiente, é a adaptação e reorganização da dinâmica do sistema nervoso frente às 
alterações. A plasticidade nervosa não ocorre apenas em processos patológicos, mas 
assume também funções extremamente importantes no funcionamento normal do 
indivíduo. Graças a esta capacidade é que, crianças que sofreram acidentes, às vezes 
gravíssimos, com perda de massa encefálica, déficits motores, visuais, de fala e 
audição, vão se recuperando gradativamente e podem chegar à idade adulta sem 
sequelas. 
Formas de plasticidade: 
 Regenerativa: consiste no recrescimento dos axônios lesados. É mais 
comum no sistema nervoso periférico. 
 Axônica: ou plasticidade ontogenética, ocorre de zero a 2 anos de idade, 
é a fase crítica, fundamental para desenvolvimento do SN. 
 Sináptica: Capacidade de alterar a sinapse entre as células nervosas. 
 Dendrítica: Alterações no número, no comprimento, na disposição 
espacial e na densidade das espinhas dendríticas, ocorrem 
principalmente nas fases iniciais do desenvolvimento do indivíduo.
41
 Somática: Capacidade de regular a proliferação ou morte de células 
nervosas. Somente o sistema nervoso embrionário é dotado dessa 
capacidade.
9.1 Plasticidade e Desenvolvimento 
Fonte: fisioterapiaalphaville.com
O grau de plasticidade neural varia com a idade do indivíduo. Durante o 
desenvolvimento o sistema nervoso é mais plástico, principalmente as fases 
denominadas de períodos críticos que é mais susceptível a transformações. Ao 
nascimento os órgãos do sistema nervoso já estão praticamente formados 
anatomicamente, embora as sinapses não estejam estabelecidas. 
Ao nascimento os órgãos do sistema nervoso já estão praticamente formados 
anatomicamente, embora as sinapses não estejam estabelecidas. Daí a importância 
da maturação nervosa para a aprendizagem: aprender significa ativar sinapses 
normalmente não utilizadas.
Mecanismo de recuperação funcional após lesões cerebrais:
A lesão promove no SNC vários eventos simultâneos:
Num primeiro momento, as células traumatizadas liberam seus aminoácidos e 
neurotransmissores, os quais, em alta concentração, tornam os neurônios mais 
excitados e mais vulneráveis à lesão. Neurônios muito excitados podem liberar o 
neurotransmissor glutamato, o qual alterará o equilíbrio do íon cálcio e induzira seu 
42
influxo para o interior das células nervosas, ativando várias enzimas que são tóxicas 
e leva os neurônios à morte, o que é chamado de excitotoxicidade.
Após o evento lesivo, ocorre também a ruptura de vasos sanguíneos e/ou 
isquemia cerebral, diminuindo os níveis de oxigênio e glicose, que são essenciais para 
a sobrevivência de todas as células.
A falta de glicose gera insuficiência da célula nervosa em manter seu gradiente 
transmembrânico, permitindo a entrada de mais cálcio para dentro da célula, 
ocorrendo um efeito cascata.
A lesão promove três situações distintas: uma em que o corpo celular do 
neurônio foi atingido e ocorre a morte do neurônio, sendo, neste caso, o processo 
irreversível; o corpo celular esta integro e seu axônio esta lesado ou o neurônio se 
encontra em um estágio de excitação diminuído.
9.2 Mecanismo de recuperação funcional após lesões cerebrais
As variáveis que afetam a recuperação funcional são: localização de lesão; 
extensão e severidade do comprometimento neuropsicológico, etiologia e curso de 
progressão do processo patológico, idade de início, tempo transcorrido desde o início 
do quadro, variações na organização cerebral das funções, condições ambientais, 
estilo de vida, fatores agravantes internos ou externos.
9.3 Atividades motoras sobre a neuroplasticidade
A reorganização neural é um objetivo preliminar da recuperação neural para 
facilitar a recuperação da função e pode ser influenciado pela experiência, 
comportamento, prática de tarefas em resposta as lesões cerebrais. Um consenso na 
literatura sobre a plasticidade cerebral é que o aprendizado de determinada atividade 
ou a somente prática da mesma, desde que não seja simples repetição de 
movimentos, induza mudanças plásticas e dinâmicas no sistema nervoso central 
(SNC).
43
9.4 Plasticidade Cerebral
O SNC é altamente “plástico” essa característica permanece durante toda a 
vida, em condições normais ou patológicas. O córtex motor pode reorganizar-se em 
resposta ao treinamento de tarefas motoras especializadas depois de uma lesão 
isquêmica localizada. Acredita-se que regiões corticais não lesadas assumam a 
função perdida da área danificada.
Sistema nervoso é dotado de plasticidade. Não faz muito tempo, ainda se 
acreditava que nosso sistema nervoso estaria praticamente formado já ao 
nascimento. Completada a mielinização por volta do segundo ano de vida, o 
cérebro permaneceria imutável, com o mesmo peso, tamanho e o mesmo 
número de neurônios, de sinapses ou de fibras. Somente na década de 1960, 
pesquisadores da Universidade de Berkeley (EUA) constataram que o 
sistema nervoso se modifica quando o organismo é exposto a um ambiente 
rico em estimulação. (EUA 1960 apud; Universidade Estadual de Campinas 
2007).
O fisioterapeuta irá atuar treinando as funções motoras para prevenir futuras 
perdas de tecido de áreas corticais adjacentes à lesada, e direcionar o tecido intacto 
a assumir a função do tecido danificado.
 Os exercícios estimulam a sinaptogênese e promover crescimento de 
espinhos dendríticos no córtex.
 O exercício pode então aumentar a neurogênese, a plasticidade 
sináptica e o aprendizado.
Quando iniciar a fisioterapia
Nas primeiras horas após lesão tão logo o paciente esteja estável. Deve-se 
iniciar com exercícios físicos passivos e ativo-assistido e ativo de intensidade leve e 
moderada a fim de reduzir eventos vasculares tromboembólicos, pneumonias, 
escaras, etc.
9.5 Repetição da Atividade
O aprendizado motor utiliza memória não - declarativa (adquirida em virtude de 
treinamento). Assim para aprender um ato motor é necessário treinar inúmeras vezes 
e de diversas maneiras determinada ação para que esta se fixe.
44
9.6 Fenômeno do “não-uso aprendido”
Com a perda da função de uma área do cérebro atingida pelo AVC, o paciente 
não consegue mover o membro mais afetado, compensa usando o outro. Após certo 
tempo, quando os efeitos da lesão não estão mais presentes e ocorreram 
readaptações no cérebro, os movimentos poderiam ser recuperados, no entanto, o 
paciente já “aprendeu” que aquele membro não é mais funcional.
9.7 Neuroplasticidade e Aprendizagem
Por muitos anos os cientistas afirmaram que ao atingir determinada idade o 
cérebro perderia a capacidade de produção neural, que se o tecido cerebral fosse 
lesado em regiões específicas por conta de derrames, traumatismos ou doenças, essa 
região jamais se regenerariacausando no indivíduo uma perda total da função 
exercida por ela.
Fonte: enbmoficial.wordpress.com
Atualmente sabemos, por meio dos resultados das pesquisas científicas, que 
embora o cérebro seja incapaz de se regenerar ele possui uma capacidade de se 
reorganizar, ou seja, de se adaptar, de modificar o processamento das informações e 
que essa capacidade de modificação e rearranjo das redes de neurônios formam 
novas sinapses reforçadas. Assim múltiplas possibilidades de respostas ao ambiente 
tornam-se possíveis, pois o cérebro é altamente maleável e com os estímulos, 
45
adequados e intensos, pode-se modificar a estrutura cerebral desenvolvendo 
habilidades.
Segundo HOUZEL (2010), O que nós sabemos, no entanto, é que mesmo que 
o cérebro não consiga reconstruir o tecido afetado, o tecido que ele perdeu, ele é 
capaz de usar o que sobrou e modificar a maneira como essas regiões restantes do 
cérebro são usadas. E a base disso tudo é o uso. A reorganização funcional do 
cérebro acontece quando existe demanda, quando nós insistimos em resolvermos um
problema.
A descoberta da Neuroplasticidade, ou seja, da capacidade plástica do cérebro, 
da sua maleabilidade na qual ele se adapta às experiências e de que há uma rede de 
conexão neural muito ampla, portanto, de que algumas funções que anteriormente
eram executadas por áreas cerebrais lesadas ou disfuncionais, podem ser assumidas 
por outras áreas fazendo com que ocorra uma reorganização e reestruturação das 
conexões neurais, desfez antigas crenças de que o cérebro só se modificava com a 
velhice. Assim como o cérebro das crianças -que apresenta uma neuroplasticidade 
mais intensa- o do adulto também apresenta essa plasticidade, que cria novas e 
corretas conexões para que ele possa aprender a cada dia mais.
As neurociências demonstraram por meio dos seus experimentos, como os 
realizados em 2000 por cientistas britânicos com os taxistas de Londres que por 
exercitarem diariamente a memorização de ruas e rotas da cidade estimularam e 
desenvolveram o hipocampo – região fundamental da memória espacial- mais que
outras pessoas e que a capacidade de memorização não declinou com o passar dos 
anos e sim ocorreu o contrário, pois a atividade mental contínua gerou novos 
neurônios que migraram para a área mais utilizada pelos motoristas, que o exercício 
mental e o estímulo, têm como consequência a produção de novas células nervosas.
Essa descoberta abre possibilidades para a reabilitação de pessoas com lesões 
cerebrais e para que as crianças e adolescentes tenham novas esperanças para o 
tratamento dos distúrbios e transtornos de aprendizagem.
46
9.8 Processos envolvidos na aprendizagem
Fonte: neurobusinessbrasil.blogspot.com.br
Os processos envolvidos na aprendizagem são a sensação, em que os 
estímulos incidem sobre os receptores; a atenção, pré-requisito para a aprendizagem 
é fundamental para a recepção da informação, pois precisamos ter atenção para focar 
no estímulo que queremos aprender; a concentração, decorrente da fixação da 
atenção; a percepção, processo complexo em nível cortical responsável pela 
interpretação e codificação da informação e a memorização, retenção da informação 
pelas áreas da memória pelo córtex cerebral.
Para a Neurociência Cognitiva (NC) a atenção é a porta para a aprendizagem
e o seu desenvolvimento depende da interação entre as estruturas do tronco 
encefálico e das suas conexões com o córtex frontal. É um processo complexo.
Nas escolas muitas crianças e adolescentes que são considerados desatentos 
apresentam baixo desempenho acadêmico. Pode ser que esses alunos não sejam 
realmente desatentos, mas sim ainda têm a atenção involuntária ou dividida e por este 
motivo não aprenderam a selecionar qual estímulo deve ser focado. Gazzaniga (2010) 
define a atenção como sendo um mecanismo cerebral cognitivo que possibilita 
processar informações, pensamentos ou ações relevantes, enquanto ignora outros 
irrelevantes ou dispersivos.
47
Fonte: fontesdeluz.blogspot.com.br
Há vários tipos de atenção: a atenção involuntária ou passiva que é voltada 
para eventos externos ao indivíduo como os barulhos, uma porta que se abre, um 
cheiro, etc.; a atenção voluntária ou ativa que é a vigília; a atenção sustentada na 
qual o sujeito se mantém atento ao que está sendo tratado por um longo período; a
atenção alternada ou dividida, quando se sai de um foco de atenção e a compartilha
com outros estímulos e a atenção seletiva, que é o que fazemos com o que nos é 
significativo, ou seja, selecionamos aquilo que nos interessa.
O nosso cérebro consegue prestar atenção em uma coisa de cada vez devido 
às próprias limitações e não porque vivemos em um mundo altamente distrativo. 
Quando pensamos que estamos atentos a vários estímulos do ambiente (como 
estudar ouvindo música ou assistindo a TV ao mesmo tempo) na verdade estamos 
captando fragmentos de cada um desses estímulos e não estamos realmente atentos 
a nenhum deles.
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Fonte: neuropsicopedagogianasaladeaula.com
As teorias da seleção precoce versus tardia defendem que o sistema de 
processamento de informação humano não pode processar simultaneamente 
múltiplos sinais de entrada se há uma alta carga de informação, de forma que 
o sistema deve tomar uma “decisão” difícil sobre o que processar a seguir –
o cerne da seleção (GAZZANIGA, 2010). Para aprender é necessário focar 
em apenas um estímulo ( Gazzaniga 2010; apud Etiviano 2015).
Estando atento a um estímulo o cérebro registra a informação na memória, que 
é a capacidade que temos de adquirir, formar, conservar informações e recuperá-las, 
de acordo com as nossas necessidades para poder utilizá-las no presente. Ela é uma 
das funções cognitivas mais utilizadas pelos seres humanos, pois faz a manutenção 
de todo material aprendido. É a persistência do aprendizado. 
Segundo Izquierdo (2002), Memória é aquisição, a formação, a conservação e 
a evocação de informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem: só se 
'grava' aquilo que foi aprendido. A evocação é também chamada de recordação, 
lembrança, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos, aquilo que foi 
aprendido (2002).
A memória passa por estágios, desde a codificação (em sub-estágios de 
aquisição e consolidação) na qual a pessoa recebe e transforma a entrada de 
informações sensoriais e físicas para reter essas informações; o armazenamento 
(criando e mantendo um registro) e a evocação (a lembrança, o acesso às 
informações) para a execução de um comportamento.
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Fonte: neuropsicopedagogianasaladeaula.com
Memória e aprendizagem são as estruturas básicas para os conhecimentos, 
habilidades e planejamentos, pois envolvem as orientações temporais, espaciais, 
habilidades mentais e intelectuais, permitindo aos indivíduos se situarem no presente 
e planejarem o seu futuro, considerando sempre o seu passado. 
Não há como dissociar a memória da aprendizagem, pois para que a 
aprendizagem ocorra é fundamental que as informações e os conhecimentos 
adquiridos se consolidem na memória. Como as memórias são processos neuronais 
relacionados ao hipocampo, amígdala, córtex frontal e são moduladas pelas emoções, 
pelo nível de consciência e pelos estados de ânimo (interesse, motivação, 
necessidade), podemos inferir que a integridade do processo neuronal, das principais 
áreas relacionadas a elas e como são moduladas é fundamental no processo de 
aprendizagem e da sua qualidade.
Segundo Melo (2008) a memória responsável por armazenar e adquirir 
conhecimento sobre o mundo, incluindo fatos, conceitos e vocabulários é chamada de 
memória semântica. Esse tipo de memória é requerida para armazenar o aprendizado 
das disciplinas escolares e estas necessitam de repetição, pois não são processadas 
imediatamente. Muitos educadores ainda desconhecem como os seus alunos 
aprendem, ou seja, quais são os meios que eles utilizam para aprender. 
Desconhecem também que algumas das dificuldades que os seus alunos encontram 
no processo de aprendizagem podem estar associadas a problemas com aintegridade da sua memória.
50
Fonte: cardapiopedagogico.blogspot.com.br
Assim sendo, os alunos não conseguirão atingir os objetivos esperados para a 
sua turma, pois a aprendizagem não ocorrerá e qualquer das estratégias utilizadas 
pelos professores será ineficiente gerando um desgaste emocional em todos os 
envolvidos no processo.
Nas salas de aula podemos encontrar crianças e adolescentes que sequer 
conseguem repetir uma frase que acabaram de ouvir. Os educadores concluem que 
isso ocorre por pura falta de atenção, mas não sabem que essa suposta "desatenção" 
pode ocorrer por conta de prejuízos numa das principais funções cognitivas utilizadas 
por nós, a memória.
Como vimos anteriormente sobre os vários tipos de atenção é improvável que 
alguém seja "desatento". O que podemos considerar é que a pessoa em questão, ou 
nosso aluno, esteja utilizando sistematicamente um tipo específico de atenção, como 
a involuntária ou passiva. Os professores devem estar atentos à essa questão da 
desatenção dos seus alunos, pois estratégias podem ser utilizadas para direcionar o 
foco da atenção. Outro processo envolvido na aprendizagem é o Sistema de 
Recompensa (SR) que é o sistema cerebral ativado quando fazemos algo que nos 
dá prazer, nos mostrando que é bom repetir essa ação. 
Essa sensação prazerosa de satisfação, é resultado da liberação da substância 
neuromoduladora dopamina que é fundamental para o processo de aprendizagem.
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Fonte: testobrasil.com.br
Houzel (2010) define o sistema de recompensa como: (…) o conjunto de 
estruturas que sinaliza para o restante do cérebro quando alguma coisa dá 
certo, seja ela algo que você desejava ou algo que você estava tentando fazer 
e conseguiu, ou algo que aconteceu inesperadamente, mas é considerado 
bom, interessante pelo cérebro (Houzel 2010 ; apud Carvalho G 2012).
A ativação do Sistema de Recompensa (SR) é muito mais que uma resposta 
ao que deu certo, pois por meio das experiências anteriores o nosso cérebro cria 
expectativas sobre o que ainda pode vir a dar certo. Essa expectativa criada por 
antecipação é a motivação. Quando o ensino é baseado em atividades criativas e 
repletas de novidades, ou que se disponibilize uma variedade de opções, formas de 
aprendizagem sobre um conteúdo a ser trabalhado, promove-se a motivação que leva 
ao aprendizado.
Para a Neurocientista, o retorno positivo que se dá ao aluno sobre o seu 
desempenho nas atividades escolares, o apoio oferecido para que ele perceba os 
seus acertos e descobertas é fundamental e pode ser o que falta a ele para perceber 
que acertou, e isso acaba ativando o seu SR. As pessoas se sentem motivadas 
quando percebem que estão no caminho certo ou escolhido e quando acerta, tomando 
consciência de que acertou, pois assim procurará fazer novamente aquilo que lhe deu 
prazer.
Como o SR é ativado quando se aprende, na sala de aula os educadores 
podem e devem lançar mão desse recurso, elogiando, encorajando e incentivando as 
atitudes corretas e o esforço dedicado dos seus alunos à resolução dos problemas 
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postos a eles. Baseando-se no conceito de SR os educadores passam a avaliar os 
seus alunos com outro olhar, não para os seus erros, mas para o que eles ainda não 
aprenderam, ou seja, a avaliação deixa de ser um mero instrumento classificatório e 
passa a ser um norteador para os próximos passos em busca do aprender.
10 DOENÇAS DEGENERATIVAS DO CÉREBRO
Fonte: jornalggn.com.br
As doenças cerebrais compreendem um grande problema de saúde da 
sociedade moderna, em consequência do crescente número de pessoas acometidas 
de forma direta ou indireta, e também, devido à inexistência de cura para estas 
patologias.
Alguns pesquisadores consideram que a tendência dessas doenças 
é aumentar, em decorrência do aumento da expectativa de vida da população, 
resultando em uma maior prevalência de doenças do cérebro, desde 
neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, Huntington e esclerose múltipla aos 
acidentes vasculares cerebrais (AVC), neoplasias, epilepsia, ou disfunções 
psiquiátricas diversas, bem como outras diretamente ligadas ao envelhecimento, de 
origem genética ou traumática.
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As principais doenças do cérebro estão listadas abaixo:
10.1 Alzheimer
Fonte: segredosdomundo.r7.com
Define-se Alzheimer como uma doença neurodegenerativa, caracterizada por 
uma súbita perda das faculdades mentais. Esta é considera a primeira causa de 
demência senil.
Inicialmente, a perda de memória gera um desconforto. No entanto, numa fase 
mais adiantada deixa de ser um problema, pois o doente perda a capacidade de 
autocritica.
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10.2 Parkinson
Fonte:tuasaude.com
Esta também é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva, que 
normalmente afeta pessoas com idade avançada. É decorrente da perda de neurônios
do sistema nervoso central (SNC) em uma área específica do cérebro, levando à 
redução de dopamina, com consequente alteração dos movimentos não voluntários.
10.3 Huntington
Fonte: indice.eu
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Esta doença, também conhecida como mal de Huntington ou coréia de 
Huntington, é uma enfermidade neurodegenerativa hereditária, rara, que acomete de 
3 a 7 indivíduos a cada 100.000 habitantes.
Clinicamente, caracteriza-se por movimentos, bruscos, rápidos e involuntários 
dos braços, pernas e face.
10.4 Esclerose Múltipla
Fonte: ladobmodainclusiva.com.br
Esta também é classificada como uma doença neurodegenerativa, que se 
caracteriza por placas disseminadas de desmielinização em todo o SNC, levando a 
um quadro neurológico variado, certas vezes com remissão, e outras com 
exacerbação das manifestações clínicas.
Costuma aparecer entre os 25 a 30 anos de idade, sendo mais comum em 
mulheres. 
Dentre os sintomas, podem estar presentes: sensibilidade, fraqueza muscular, 
perda da capacidade de locomoção, distúrbios emocionais, incontinência urinária, 
queda de pressão, intensa sudorese, diplopia (quando há acometimento do nervo 
óptico), entre outros.
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10.5 Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Fonte: medifoco.com.br
Popularmente conhecido como derrame cerebral, é um problema neurológico 
decorrente de uma obstrução (isquemia) ou rompimento dos vasos sanguíneos 
cerebrais (hemorragia).
Inicia-se abruptamente, sendo que o paciente pode apresentar dificuldade de 
movimentação dos membros de um mesmo lado do corpo, dificuldade na fala ou 
articulação das palavras e déficit visual súbito de uma parte do campo visual. Também 
pode evoluir com coma e outros sinais.
10.6 Epilepsia
É definida como uma alteração na atividade elétrica do cérebro, temporária e 
reversível.
Na verdade, a epilepsia não se trata de uma doença, e sim de um sintoma que 
pode aparecer em diferentes formas clínicas, podendo levar a manifestações motoras, 
sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurodegenerativas. Tem como etiologia fatores 
que podem lesar os neurônios ou a forma de comunicação entre eles, como: 
traumatismos cranianos, resultantes de cicatrizes cerebrais; traumatismo de parto; 
algumas drogas e substâncias tóxicas; interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro 
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decorrente de um AVC ou problemas cardiovasculares; doenças infecciosas ou 
tumores.
Fonte: pt.slideshare.net
10.7 Como prevenir as doenças neurodegenerativas?
A investigação científica tem-nos dado também indicações sobre formas de 
manter o nosso cérebro saudável e prevenir ou controlar sintomas das doenças 
neurodegenerativas.
Os cientistas acreditam que estimular a mente e manter o cérebro ativo ao 
longo da vida pode retardar o aparecimento de doenças neurodegenerativas. 
A saúde do cérebro está, em grande parte, nas nossas mãos. Estimativas 
mostram que apenas 30% do envelhecimento do cérebro está geneticamente 
programado. A outra parte relaciona-se com o impacto do ambiente ao longo do tempo 
que depende quase na totalidade de fatores que podemos controlar. 
Como todos os órgãos, o cérebro muda ao longo da vida com intensidade 
diferente de indivíduo para indivíduo. De uma forma geral, encolhe ligeiramente, 
perdemos alguns neurónios e as ligações entre os neurónios

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