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Design Gráfico e Digital Responsável pelo Conteúdo: Prof. Gustavo Ferraz Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Princípios do Design Gráfico Princípios do Design Gráfico • Conhecer os princípios que norteiam o desenvolvimento dos projetos de design e visualizar algumas de suas possíveis aplicações práticas. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Gestalt; • O Papel da Aplicação de Princípios de Gestalt no Design Gráfico; • Teoria das Cores; • Tipografia; • Diagramação (Alinhamento e Grid, Peso, Equilíbrio, Hierarquização da Informação); • Produção Gráfica. UNIDADE Princípios do Design Gráfico Gestalt O estudo sobre Gestalt se refere à percepção que pessoas têm do seu ambiente, do mundo e de tudo o que está contido nele. A Gestalt explica como o cérebro influencia em nosso modo de perceber determinadas situações por meio da interpretação do que vemos. Ao se deparar com um projeto de design que você gosta e tem uma percepção posi- tiva desse, é muito possível que nesse projeto tenha sido aplicado um ou mais princípios da Gestalt. Conhecer e se aprofundar nesses princípios pode ser uma decisão excelente para um designer em busca de aperfeiçoamento e evolução. Compreender a fundo o que cada um deles diz sobre como as pessoas percebem estímulos visuais e seus variados formatos. Um profissional que entende os princípios da Gestalt possui, com absoluta certeza, maior domínio sobre seus trabalhos, tendo como pontos fortes uma harmonia consciente em suas criações e uma mensagem muito mais clara e objetiva no que é transmitido para seu público. A psicologia da Gestalt é um movimento que atua na área da teoria da forma. O designer utiliza as leis da Gestalt o tempo todo, muitas vezes até de forma inconsciente. Elas facilitam para que as pessoas assimilem informações e entendam as mensagens que são passadas. De onde vem o termo gestalt? Tenha certeza que não se trata de um emaranhado de leis formatadas pelo Dr. Gestalt... Na realidade, a palavra é alemã e que dizer forma ou figura. Psicólogos acabaram usando o termo com bastante frequência e seu significado tomou uma nova dimensão e foi estendi- do como um “todo unificado”, que significaria a percepção da unidade de vários elementos. A psicologia Gestalt também é conhecida e referenciada como “Gestaltismo” e “psi- cologia da forma”. A princípio, o conceito de gestalt foi introduzido na psicologia con- temporânea e na filosofia por Christian von Ehrenfels, mas Max Wertheimer é quem foi seu real criador. O trabalho de Wertheimer apareceu em reação ao estruturalismo de Wilhelm Wundt, “um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos”. A evo- lução desse “departamento” da psicologia foi profundamente impactada pelo trabalho de outros grandes pensadores, como Ernst Mach, Immanuel Kant e Johann Wolfgang von Goethe. Portanto, Wertheimer definitivamente não leva o crédito exclusivo no sur- gimento do gestaltismo. De forma muito resumida, a estrutura da Gestalt é formada pela união de entidades físicas, fisiológicas, biológicas ou simbólicas que acabam resultando em sua união uma configuração, padrão ou conceito unificado que sobrepõe a somatória de suas partes. Por exemplo, veja a Figura 1. 8 9 Figura 1 Fonte: Pixabay O que pode ser observado nessa foto? Uma prateleira abarrotada de livros, confere? É exatamente isso que a Gestalt afirma que é visto. A nossa visão recebe uma figura como um todo antes de identificar cada parte que a compõe. E quais são essas partes separadas? A Figura 2 demonstra perfeitamente isso. Figura 2 Fonte: Acervo do conteudista Um filme é formado por uma série de fotogramas sequencias, com uma imagem sendo projetada atrás da outra. A partir disso, há um efeito e temos a percepção do movimento, certo? Assim como quando nos deparamos com placas luminosas com vá- rias luzes sequencias, que nos dão a impressão de realizarem um movimento também. A Gestalt diz que nosso cérebro “traduz” esse movimento aparente por preencher o que falta na informação. Foi isso o que aconteceu também no caso da prateleira de livros. 9 UNIDADE Princípios do Design Gráfico Você não identifica os pedaços de madeira cuidadosamente recortados e muito menos os parafusos utilizados no móvel. Prova que é assim que, ao ouvir a palavra “cadeira”, você logo visualizará uma cadeira, e não as suas respectivas peças, as quatro pernas, o assento e os pedaços que formam o encosto. Quer mais um exemplo? A Figura 3, a seguir, passa exatamente o conceito do que é a Gestalt. O desenho feito: O que os olhos vêem: O desenho feito: O que os olhos vêem: Figura 3 Tudo o que está ao alcance de nossa visão é tão complexo que a mente humana criou formas para otimizar e lidar com toda esse emaranhado de informações. Nosso cérebro constantemente busca o caminho mais simples para uma questão e uma das maneiras que isso é feito é através da junção de blocos de itens que possuem características em comum. Boa parte do que é estudado sobre a Gestalt se refere ao modo como se criam esses blocos e de que modo eles impactam nossa percepção. Quanto mais poderoso o bloco, mais poderosa a Gestalt, e esse bloco é que contribui para a unidade no design. Coloca- do isso, podemos afirmar que a Gestalt é uma das ferramentas mais impressionantes da qual o designer pode fazer uso para conceber um trabalho exclusivo. Usando a mesma lógica de forma reversa, a lógica que forma os blocos ou grupos, é possível separar os itens com o intuito de criar novamente peças exclusivas. Temos aí o princípio para criar a variedade, o que tona uma imagem interessante. O truque é balancear o todo com a variedade: muitas unidades iguais e o design pode logo parecer monótono e repetitivo; muita variedade, e esse pode parecer algo caótico e sem sentido. Entender os conceitos da Gestalt pode ajudar um designer a controlar a unidade e a variedade. As leis básicas da Gestalt são somente sete: semelhança, proximidade, continuidade, pregnância, fechamento, unificação e ponto focal. Entenderemos um pouco mais sobre cada uma a seguir. Lei da Semelhança A lei da semelhança ou similaridade diz que objetos similares se agruparão entre si. Na Figura 4, a maioria das pessoas veem colunas de quadrados e colunas de círculos. 10 11 Poucas, contudo, associarão isso como uma linha horizontal na qual quadrados e círcu- los se intercalam. Figura 4 Lei da Proximidade Também chamada de região comum. Elementos próximos tendem a se agrupar, cons- tituindo uma unidade, e parecerão mais próximos e unificados quanto menor for a dis- tância entre eles. Como na Figura 5, você nota os 16 círculos ou os 4 grupos de círculos? Figura 5 Lei da Continuidade Essa lei dita que p ontos que estão conectados por uma linha reta ou curva são vistos de maneira a seguir um caminho mais suave. Em vez de ver linhas e ângulos separados, linhas são vistas como uma só, como na Figura 6. o que foi desenhado: o que é visto? Figura 6 11 UNIDADE Princípios do Design Gráfico Lei da Pregnância Conhecida também por lei da simplicidade ou figura-fundo. Ela dita que objetos em um ambiente são vistos da forma mais simples possível. Quanto mais simples, mais fa- cilmente é assimilada. Na Figura 7, por exemplo, vemos vários círculos em vez de uma forma complexa. O que vemos: (forma simples) O que não vemos: (forma complexa) Figura 7 Lei do Fechamento Elementos são agrupados se eles parecem se completar, ou seja, nossa mente tende a ver um objeto completo, mesmo quando não há um, como na Figura 8. O que foi desenhado: O que é visto? Figura 8 Lei da Unificação Na lei da unificação, mesmo uma imagem abstrata pode ser entendida pela mente hu- mana, pois preenchemos os espaços vazios instintivamente, como no logo da WWF (um urso panda) ou do Johnnie Walker (um homem caminhando) apresentadas na Figura 9. Figura 9 12 13 Ponto Focal Por último, a lei doponto focal afirma que qualquer elemento que se destacar visual- mente captura e prende a atenção de quem está vendo, como na Figura 10. Figura 10 Com relação ao Gestalt, considere: sempre que couber aplicá-la, haverá vantagem, especialmente quando você deter o conhecimento a respeito das leis e ter domínio de como ela funciona. Utilizando a teoria gestaltista no design, serão reveladas alternativas e soluções diferenciadas para desafios comuns. Vamos inserir aqui alguns conceitos iniciais sobre Gestalt, mas há muito mais o que se verificar para que se possa ter uma boa noção sobre o assunto. O Papel da Aplicação de Princípios de Gestalt no Design Gráfico Um conhecimento mais profundo sobre o funcionamento de tais princípios contribuirá consideravelmente de 3 formas: A definição de elementos de design será muito mais eficiente em determinada situação. • Usando recursos, por exemplo, de sombreamento de fundo, hierarquia visual, agru- pamento de itens semelhantes e distinção de itens diferentes; • Tais princípios interferem diretamente na forma como recebemos visualmente, pos- sibilitando que designers orientem a atenção dos usuários para pontos específicos de foco, o que provocará alterações em sua percepção; • Na forma avançada, as leis de Gestalt aplicadas corretamente podem auxiliar na criação de soluções e produtos para situações que necessitam preencher necessida- des do público de maneira aprazível e direta. Desse modo, faz-se necessário observar as formas como as pessoas recebem as in- formações e usá-las para criar uma ótima experiência. 13 UNIDADE Princípios do Design Gráfico Teoria das Cores A teoria analisa a influência que cada cor tem no comportamento do público por meio das sensações que são ativadas. Ao criar um design, é importante observar a paleta de cores com atenção, pois essas escolhas influenciarão diretamente no êxito do projeto. O Círculo Cromático (Figura 11) é uma representação das 12 cores que a visão hu- mana pode observar. Representado na forma de um círculo, com as cores distribuídas de tal forma que geram diversas combinações, ligando cores de lados opostos ou cores lado a lado e etc. Figura 11 O princípio de tudo é compreender que as combinações de cores não são mera coin- cidência. O estudo dessas combinações entre cada matiz (cor) também é essencial, uma vez que elas podem trazer sensações diferentes. A teoria das cores mostra como combinar matizes gerando contraste, similaridade e harmonia, analisando o círculo cromático. Para entender essas possibilidades, é neces- sário conhecer alguns conceitos, descritos a seguir. Cores Complementares As cores complementares são aquelas que se encontram em lados opostos do círculo cromático. O alaranjado e azul são cores opostas, portanto, são cores complementares – assim como amarelo e roxo, verde e vermelho etc. Escolher uma das cores como dominante e a outra somente é utilizada para alguns toques, mais sutis, mas que se destacam também; é uma ótima estratégia. 14 15 Figura 12 Cores Análogas S ão cores que se encontram lado a lado no círculo cromático. No caso a seguir, ama- relo, alaranjado e alaranjado escuro são um exemplo de cores análogas. Um aspecto dessa combinação é que as matizes são variações de uma cor básica em comum. Cores Análogas Figura 13 15 UNIDADE Princípios do Design Gráfico Cores Complementares Divididas A combinação de cor complementar dividida é um pouco menos vibrante e “viva” do que a combinação de cor análoga, ou complementar, vista anteriormente. Ao invés de se escolher a cor complementar direta, escolhe-se as duas cores adjacentes, ou seja, se escolhermos o alaranjado, as duas outras cores serão o azul claro à esquerda e o azul mais escuro à direita. Figura 14 Quadrado Harmônico A combinação de cor baseada no quadrado harmônico utiliza quatro cores que for- mam um quadrado dentro do círculo cromático. Trabalhar com quatro cores é um desa- fio, mas o resultado pode ser fantástico Figura 15 16 17 Cores em Base ao Retângulo A combinação de cor em base ao retângulo utiliza quatro cores, semelhante à descrita acima (Quadrado harmônico), porém, forma-se um retângulo ao interno do círculo cromático. Figura 16 Tríade Para um resultado mais arrojado, podemos utilizar a combinação de cores triádicas. Essa é formada por 3 cores equidistantes no círculo cromático formando um triângulo. No nosso exemplo, Figura 17, temos verde, roxo e alaranjado. Figura 17 17 UNIDADE Princípios do Design Gráfico Monocromática Uma cor e seus diferentes tons, ou seja, uma cor com mais luminosidade ou mais “escurinha” (tom sobre tom). Não traz muito contraste, mas fica simples e elegante. Figura 18 Observe, descubra e inspire-se em apps, logos e projetos conhecidos. As cores in- fluenciam diretamente a identidade do projeto, da marca e da interface. Ao analisá-los, é possível identificar o padrão cromático utilizado durante a criação. Tipografia Para bons profissionais, compor uma imagem harmoniosa é fundamental, e isso abarca a escrita. Por essa razão, temos diversos estudos e variadas técnicas voltados ao uso da tipografia no design gráfico. Entenderemos melhor o que é tipografia a seguir. A tipografia é o elemento que se refere ao estilo da letra que será utilizado em uma peça. Sua etimologia tem origem grega nas palavras týpos (impressão ou marca) + graphía (escrita). Os estudos voltados a esse elemento começaram juntamente com a invenção da prensa de Gutenberg por volta de 1450, quando o melhor tipo de letra era escolhido para ser marcado nas prensas e impressos em livros e jornais. Com a chegada do computador, a tipografia deixou de ser uma técnica utilizada ape- nas nas impressões – hoje, grande parte da escrita é realizada de forma digital. Nos dias atuais, a tipografia abrange todo o estudo relacionado à criação e utilização de caracte- res levando em consideração seus formatos, estilos e outras características. 18 19 Conceitos básicos de tipografia Fontes são os grupos de caracteres de um determinado estilo. Tanto nos programas de edição e criação de imagem quanto em programas de digitação, as fontes têm op- ções como negrito, itálico, sublinhado e outros artifícios que alteram o estilo da fonte escolhida para dar destaque em um trecho específico ou em todo texto. Em softwares destinados a profissionais do design, ainda existem as variações Thin, Light, Regular, Semibold, Bold e Extra Bold, tendo as mesmas opções para o itálico. As fontes podem ser divididas em quatro formas primárias: • Sem serifa (sans serif): Fontes sem serifa são mais as mais utilizadas em textos digitais. Em relação aos conteúdos impressos, os caracteres sem serifa são mais c o- mumente utilizados em títulos ou subtítulos com o objetivo de dar algum destaque ao trecho em que é utilizado; • Com serifa (serif): As fontes com serifa são grupos de caracteres que conseguem dar ao leitor um bom ritmo de leitura e n ão sentir cansaço visual quando utilizado em livros, revistas e outros materiais impressos. Tenha cuidado ao selecionar fontes com serifa para textos digitais extensos, pois boa parte delas pode acabar atrapa- lhando a leitura; • Script: O grupo das fontes script tem a característica de simular a escrita feita à mão. Essas fontes podem ser uma b oa escolha para a criação de uma marca rela- cionada à escrita, estudo ou algo relacionado. Nos livros, esse tipo de fonte também pode cair muito bem de acordo com o tipo da história que está sendo contada; • Dingbat: As fontes dingbat s ubstituem as letras do alfabeto por símbolos variados. Sua utilização é mais comum para ilustrar textos ou outro tipo de conteúdo em programas de digitação. Hierarquização Visual Existem técnicas de tipografia que são utilizadas não apenas por uma questão de harmonizar o texto, mas também dar ênfase a diferentes partes dele e até mesmo ditar a ordem na qual os trechos serão lidos. Para isso, são usados artifícios como negrito, itálico, caixaalta, sublinhado e o posicionamento das palavras. Esse processo é muito utilizado na diagramação, como veremos a seguir. Diagramação (Alinhamento e Grid, Peso, Equilíbrio, Hierarquização da Informação) A diagramação p ode ser definida como um grupo de procedimentos e ações reali- zadas no design gráfico, para orquestrar de forma organizada toda a informação que compõe uma página – todo e qualquer elemento, especialmente textos e imagens. 19 UNIDADE Princípios do Design Gráfico O domínio da diagramação é essencial para profissionais que desejem se destacar no desenvolvimento de blogs, sites, jornais, revistas. De forma resumida, ela se aplica a todo e qualquer material gráfico, sendo um recurso importantíssimo para o êxito de um trabalho que deseja despertar a atenção e os sentimentos de seu público-alvo. É a diagramação que organiza e faz o conteúdo encantar os olhos de quem observa, transformando o que foi aplicado em pura linguagem visual. Todo projeto terá suas idiossincrasias e elementos específicos, metas desejadas e, consequentemente, sua pró- pria finalidade. Para identificar como planejar e iniciar uma diagramação, será neces- sário compreender essas necessidades e realizar todas as etapas do trabalho com vistas nesses conceitos. Saber que existem técnicas e um método pra se realizar a diagramação com qua- lidade profissional pode até passar uma impressão equivocada de que tudo se torna complexo demais. Temos sim uma série de diretrizes que são compatíveis e aplicáveis de forma geral a qualquer projeto e qualquer tipo material gráfico, que auxiliam e permitem a criação de um conceito visual claro e eficiente, apesar de eventuais especificidades de cada trabalho. Você pode, assim, chegar a resultados completamente singulares e au- tênticos, de acordo com a forma que a diagramação foi feita, para um mesmo conteúdo. Novamente você se engana se concluiu que as diferenças nesses resultados se resu- mem ao ponto estético. Inclusive, o próprio objetivo e uso de uma determinada peça pode ser alterado somente com ajustes na sua disposição visual. Alguma vez você já deve ter visto, por exemplo, panfletos e cartazes que não eram claros e tinham uma mensagem confusa sobre o que estava sendo informando, ou até levou tempo para iden- tificar o que buscava em seu conteúdo. O conteúdo produzido para a peça pode até ser o responsável por isso, mas muitas vezes tudo se resume à organização de seus elementos. Os pontos importantes devem ter destaque e comunicar de maneira limpa, com um visual que atraia o cliente. O bom profissional sabe fazer isso com maestria. Para alcan- çar seus objetivos, esse cuidado é crucial no respectivo trabalho gráfico. Assim, se ter o domínio para preparar uma diagramação atrativa e funcional está entre seus interesses, é necessário que você fique íntimo de alguns conceitos. Alguns dos principais fundamentos na criação visual de uma peça estão: hierarquia, composição e equilíbrio. A seguir, seguem alguns conceitos que o ajudarão a fazer uma diagramação de sucesso! Determine um grid Um excelente recurso para a arrumação otimizada do espaço disponível da diagra- mação e o grid. Através desse elemento, é possível definir as partes que terão textos e imagens, assim como o espaçamento entre cada bloco. Logo no início de um projeto de diagramação, analise diferentes alternativas de grid e identifique a que organiza o conteúdo envolvido da melhor forma percebida. A partir desse estudo inicial, seja coerente na estrutura geral para manter a atratividade visual. 20 21 Lance mão de colunas Junto com o grid, é importante que seja definido também o espaço para o texto. Via de regra, é o uso de colunas que permite que o conteúdo seja distribuído com melhores re- sultados. Não temos, nesse quesito, uma predefinição quanto às colunas que cada projeto gráfico deva ter. Porém, é exigida uma atenção especial para certas características, uma vez que elas podem já afetar diretamente a legibilidade e o significado do texto inserido. Para um conteúdo mais denso, sempre colunas largas e compridas, que podem ficar cansativas. No sentido oposto, versões curtas passam o sentimento de dinamismo. A in- tenção e a quantidade de informação a ser utilizada é que deverão ser levadas em conta para essa definição. Valorize espaços em branco Cada bloco de informação exige o espaçamento correto a fim de que o leitor possa perceber de forma simples a mensagem contida na peça, e esses espaços também são fundamentais na separação de todos os blocos de conteúdo – isso deve ser levado em conta para qualquer elemento, seja gráfico, foto, texto ou outro. Um dos fatores menos explícitos, que tornam uma diagramação profissional, são os espaços em branco. Sem seu uso correto, a incoerência entre as informações será uma consequência quase certa, e o resultado não terá clareza e muito menos atratividade. A combinação de respiros entre cada elemento visual e as respectivas margens da peça é que farão a diferença e garantirão o destaque das partes desejadas. Dê atenção ao tipo de fonte A fonte a ser utilizada, ou tipografia, é um dos itens importantíssimos que impactam diretamente na criação do trabalho. A legibilidade pode ser diretamente prejudicada ou valorizada pelo tipo e espaçamento da fonte. Nos materiais impressos sempre são indi- cadas fontes com serifa. Os materiais digitais, por sua vez, terão melhor resultado com fontes não serifadas. Além disso, o estilo da fonte deve respeitar o conceito que a peça pretende transmitir. Considere uma das regras básicas da boa prática no design: sempre use, no máximo, dois tipos de fonte por peça – títulos e corpo do texto com suas respectivas fontes, essa é a forma mais prática e comumente utilizada. O alinhamento também é importante Justificado ou à esquerda: ainda hoje há uma certa polêmica a respeito de qual alinha- mento usar. Blocos ficam homogêneos com a justificação e é esse é o tipo que garante melhores resultados para materiais impressos. Já com relação à internet, a experiência do usuário é otimizada e a facilidade na leitura dinâmica ampliada com o alinhamento à esquerda. Após definida a alternativa 21 UNIDADE Princípios do Design Gráfico que mais cabe no respectivo trabalho, concentre-se na coerência na peça integral. Va- riar o alinhamento para caixas de destaque, combinando estilos entre si, pode ser uma boa pedida. Capriche nas imagens O texto não é o único rei em um trabalho bem diagramado e, geralmente, boas e bem posicionadas imagens darão vida ao seu trabalho gráfico, intensificam o conceito desejado do conteúdo ao comunicar. Prime pela qualidade dos gráficos e das fotos utilizados e inclua esses elementos sempre que sentir necessidade. Contudo, uma dica importante é não cair na facilidade de usar o Google! Procure por bancos de imagens gratuitos – ou até mesmo os pagos –, que são facilmente encontrados aos montes hoje, sempre verificando o direito de uso de cada arquivo escolhido. A hierarquia salva Na criação de uma peça, a coisa mais comum é você perder os limites e exagerar, es- pecialmente pela facilidade e a quantidade dos recursos disponíveis. Se a intenção é apre- sentar um resultado primoroso na diagramação, é imprescindível saber desde agora que, respeitando a hierarquia, você consegue eliminar as chances de correr os riscos do exagero. Uma hierarquia atrativa e fluida ao olhar do leitor compreende elementos com mais importância, não importando se imagens ou textos, sempre sob os holofotes e, por essa razão, se faz obrigatório considerar e distinguir tamanhos específicos para fontes, títu- los, subtítulos e para o corpo do texto. Leve em conta a identidade visual Formatos, fontes e cores escolhidos devem harmonizar com a marca e seu estilo, considerando dessa forma a peça gráfica como um todo. A teoria das cores pode lhe dar um bom direcionamento nesse ponto, contribuindo significativamente na composição do conteúdo trabalhado. Produção GráficaProcesso que consolida diversas etapas, incluindo aí a definição de materiais, as ta- refas terceirizadas, custos e os prazos para entrega que se referem especificamente ao planejamento e cronograma de um projeto gráfico. Ah... Enfim, a produção gráfica, que é realizada pelas tradicionais gráficas. Há incon- táveis tipos de produtos entregues através desse processo. Apenas para termos alguns exemplos: revistas, cadernos, livros, cartões de visita, embalagens, rótulos, cartazes, banners e impressos em geral. 22 23 Os produtores gráficos, invariavelmente, apresentam trabalhos totalmente personali- zados, com base na definição de orçamentos e prazos combinados anteriormente junto com seus clientes. Esses trabalhos são divididos em fases igualmente cruciais para que as impressões sejam entregues ao contratante sem falhas ou distorções. Antes de entrarmos nas fases da produção gráfica, contudo, é importante mencionar os dois tipos de processos de impressão: • Diretos: a transferência da tinta ocorre diretamente entre a matriz e o material esco- lhido. Alguns exemplos bem conhecidos são: serigrafia, impressão digital e flexografia; • Indiretos: acontece o uso de intermediários no processo da transferência, como na impressão offset, que se faz por meio das chapas. A produção gráfica tem fases (ou etapas) que iniciam na criação e vão até a impressão final. Por envolver todo o trajeto, são necessários que todos os profissionais participem ativamente em todas as etapas dessa produção: • Pré-impressão: fase em que o material entregue pelo profissional de design é digi- talizado e otimizado. Para a produção indireta, também são preparados os interme- diários. A pré-impressão é feita geralmente na própria gráfica; • Impressão: aqui o projeto gráfico é preparado e vai para impressão pelos mais diversos meios, não importando se diretos ou indiretos; • Acabamentos: é a fase que abrange os detalhes de finalização do trabalho gráfico – hot stamp, verniz localizado , detalhes em acrílico são alguns entre tantos outros exemplos. 23 UNIDADE Princípios do Design Gráfico Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros A Psicologia das Cores: como as cores afetam a emoção e a razão HELLER, E. A Psicologia das Cores: como as cores afetam a emoção e a razão. Editora: Gustavo Gili, 1ª ed., 2012. A Linguagem Invisível da Tipografia: escolher, combinar e expressar com tipos SPIEKERMANN, E. A Linguagem Invisível da Tipografia: escolher, combinar e expressar com tipos. Editora: Blucher, 1ª ed., 2011. Gestalt do Objeto: Sistema de leitura visual da forma FILHO, J. G. Gestalt do Objeto: Sistema de leitura visual da forma. Editora: Es- crituras, 2013. Produção Gráfica: do Projeto ao Produto CAPELASSO, E. L.; NICODEMO, S.; DEL RY MENEZES, V. Produção Gráfica: do Projeto ao Produto. Editora: Senac São Paulo, 1ª ed., 2018. Vídeos O Poder das Cores: Duda Mattar at TEDxFloripa https://youtu.be/f5S4bpXjFfw 24 25 Referências LIDWELL, W.; HOLDEN, K.; BUTLER, J. Princípios universais do design. Tradução: Francisco Araújo da Costa; Revisão técnica: Maria Helena Werneck Bomeny. Porto Alegre: Bookman, 2010. 25
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