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DENGUE Doença infecciosa aguda causada por Flavivírus, vírus Dengue, que tem quatro tipos antigênicos e é transmitida por insetos do gênero Aedes Aedes aegypti e Aedes albopictus são 2 vetores que transmitem: · O fato de os 2 transmitirem dengue 1-4 (4 tipos de vírus da dengue) e Chikungunya causa impacto na transmissão dessas arboviroses · O Aedes albopictus tem uma característica de transmitir mais em regiões temperadas e Aedes aegypti o em regiões quentes VÍRUS DA DENGUE Vírus RNA, família Flaviviradae, gênero Flavivírus; Vírus multiplica-se no citoplasma das células do hospedeiro; · É um RNA, para replicar precisa se transformar em DNA 4 sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4; Todos os sorotipos podem causar doença grave; Imunidade permanente ao sorotipo causador da doença · Isso quer dizer que: DENV-1 dá imunidade permanente o vírus da Dengue 1, DENV-2 para Dengue 2 e assim por diante. Então um indivíduo pode adquirir pode 4 vezes o quadro de dengue Imunidade parcial e temporária aos outros sorotipos · Num período de 6 meses após o indivíduo ter adquirido uma infecção pelo DENV-1, por exemplo, pode estar imune aos outros sorotipos · Mas essa imunidade é temporária, máximo de 6 meses ESTRUTURA DO VÍRUS A DENGUE Vírus grande, 10 genes · Possui as 3 que são as características estruturais e 7 que são os componentes não estruturais · Dentro desses não estruturais se encontra o fragmento NS1 que foi utilizada para realizar o teste rápido da dengue INCIDÊNCIA GLOBAL A principal arbovirose do mundo; · A dengue é endêmica em pelo menos 100 países na Ásia, no Pacífico, nas Américas, na África e no Caribe; 2,5 a 3 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco 50-100 milhões de casos no mundo/ano; 250.000 a 500.000 casos de dengue hemorrágico/ano; 24.000 mortes/ano, principalmente entre crianças Morbidade = 1 óbito/2.100 doentes = 0,05%; Letalidade varia de 0,05% a 3,5% Dengue no mundo Imagem: esses números são os tipos de dengue presentes em cada lugar Uma das infecções de maior transmissibilidade do mundo Casos prováveis e hospitalizações por Dengue no Brasil, 1986-2015 As hospitalizações foram aumentando progressivamente de 1986 a 2015, mostrando que a gravidade dos casos também foi aumentando e que estava relacionada com a introdução de novos sorotipos Se o paciente precisou ser internado ele era sintomático mais grave, morbidade (adoecimento) mais sério O tipo 4 coincidiu com o surto epidêmico que aconteceu no período de 2014, pico de internações Se manteve um número de casos, no sentido positivo, até que houve um aumento de casos em 2019/2020 Em 2020 ocorreu um surto epidêmico significativo de dengue, que representou um aumento de quase 600x em relação ao ano de 2019 MULTIFATORES QUE ENVOLVEM A DENGUE Homem é o reservatório principal Doença predominantemente urbana Nas cidades a transmissão inter-humana pela fêmea do mosquito Aedes aegypti Possibilidade de transmissão por A. albopictus Mosquito infecta-se ao picar homem infectado · A transmissão não ocorre, por exemplo, de homem para homem · Homem infecta mosquito que infecta outro homem Documentada na Malásia um ciclo silvestre envolvendo mosquitos e macacos REEMERGÊNCIA DO VÍRUS DA DENGUE Fatores demográficos e ambientais foram fundamentais para essa reemergência: · Crescimento populacional; · Urbanização acelerada e desorganizada; · Inchaço das grandes cidades; · População marginalizada – nas periferias; · Facilidade de movimentação de pessoas; · Falência de políticas públicas de saúde pública – de prevenção da proliferação, principalmente do vetor transmissor Fatores biológicos: Capacidade de reprodução do Aedes; Transmissão transovariana; · Se a fêmea infectada está grávida, toda a prole está infectada também Período de transmissão longo (até 60 dias); Calor úmido ovoposição acelerada maior voracidade da fêmea AEDES AEGYPTI Transmissão transovariana pode manter o vírus para a prole o Aedes Mosquito com curto raio de ação: 100m do criadouro · Ex. de criadouro: vasinhos de planta Mas pode voar até 1000m em busca de novo criadouro Mantém-se infectado por toda sua vida Vida média 35 a 40 dias Maior atividade nos meses quentes e chuvosos Tamanho 1cm Sinais identificação: listras brancas nas patas e corpo Hábitos diurnos · Pessoas se expõem mais nesse período em que o mosquito está mais ativo · Todos esses fatores fazem do mosquito um excelente hospedeiro intermediário dos vírus da dengue Acentuada antropofilia Voa baixo Após ser inoculado, o vírus multiplica-se em linfonodos regionais e invade os macrófagos, as células-alvo principais Dissemina-se livre no sangue e no interior de monócitos Estimula resposta imune humoral (IgM e IgG) Imunidade cruzada (por IgM) para outros tipos tem curta duração Imunidade por IgG é neutralizante, permanente e tipo específica IMUNOPATOLOGIA DA DENGUE 2 fenômenos são fundamentais: 1. Extravasamento de plasma devido ao aumento da permeabilidade capilar Aumento da permeabilidade vascular Extravasamento de plasma Choque Consumo de plaquetas Hemorragias · O vírus compromete a célula dendrítica, que apresenta aos monócitos. · Nesse nível desenvolve processo inflamatório com a liberação das citocinas inflamatórias, TNF alfa, interferon gama, outras citocinas (como IL10, IL15, IL3). · Essas citocinas vão atuar na membrana endotelial das células vasculares, promovendo vasodilatação e com isso ocorre o extravasamento do plasma · O extravasamento do plasma, dependendo da intensidade, pode ir desde formas assintomáticas até o quadro de choque. Pode levar ao consumo de plaquetas, pelo fato de aumentar a densidade e facilitar a adesão dessas plaquetas, com isso favorece hemorragias. · Ao mesmo tempo, a saíde de plasma do meio intravascular para o meio extravascular, facilita a evolução para a hemoconcentração. Essa hemoconcentração (aumento do hematócrito) que traduz que o paciente tem uma dengue hemorrágica 2. Fenômeno da imunoamplificação da infecção dependente de anticorpos na infecção sequencial Aumento da permeabilidade vascular Extravasamento de plasma Choque Consumo de plaquetas Hemorragias · Se o paciente teve a dengue pela primeira vez pelo vírus dengue 1 e na próxima vez adquirir pelo dengue 2, pode desenvolver um quadro mais grave. · Isso se deve a um problema referente ao fato de que quando os anticorpos (imunoglobulinas) se aderem ao vírus ao invés de bloquearem a penetração do vírus na célula infectada, eles facilitam a entrada do vírus na célula · Então na 2ª manifestação, os anticorpos IgG não neutralizam, mas sim funcionam como facilitadores para a entrada dos vírus na célula · Se tem mais vírus= mais inflamação · Mais inflamação = mais aumento da permeabilidade capilar · Mais aumento da permeabilidade capilar = mais extravasamento de plasma · Mais extravasamento de plasma = mais hemoconcentração, mais consumo de plaquetas e mais hemorragia Se, num indivíduo que já foi infectado por um tipo de vírus dengue, um outro tipo de vírus infectar este paciente, o novo vírus ativará o sistema imune para atacá-lo, como se fosse o primeiro tipo. O sistema imune é ludibriado, porque os quatro tipos do vírus têm antígenos de superfície similares Os anticorpos (IgG) ligam-se às proteínas de superfície do novo vírus, mas não o inativam Formam-se complexos antígeno-anticorpo que se ligam a receptores Fc no macrófago e o vírus penetra no macrófago A resposta imune atrai numerosos macrófagos nos quais o vírus continua a se reproduzir, pois não foi inativado Devido à mobilidade desses fagócitos, a infecção se dissemina para vários órgãos como medula óssea, fígado, baço, podendo causar um quadro mais grave Com o maior número de macrófagos infectados ocorre proliferação de linfócitos CD4 e produção de linfocinas que estimulam os fagócitos a produzirem citocinas pró0inflamatórias (fator de necrose tumoral alfa e outras interleucinas) Essas citocinas provocam febre, vasodilatação, lesão endotelial com perda de plasma para o interstício e fenômenos hemorrágicos Trombocitopenia ocorrepor consumo (aderência ao endotélio), autoanticorpos IgM antiplaquetas e depressão medular Esses eventos são substrato fisiopatológico para as formas graves da doença: a forma do dengue hemorrágico (DH) e a síndrome do choque do dengue (SCD) Lembrar desses 2 fenômenos!!!! Nos estudos epidêmicos fala qual tipo do vírus está circulando, então pela história do paciente (onde ele habita) o médico consegue identificar qual tipo ele foi infectado As formas graves representam percentual pequeno do número de casos assintomáticos de dengue, mas são casos que precisam ser identificados (porque podem levar a óbito). São multifatoriais, envolvem questões do hospedeiro definitivo (homem), questões ambientais e questões ligadas ao vetor CLÍNICA Até na proposta nacional é de que tivesse, no início dos casos de dengue, só 1,5% de casos graves. · 1,5% de 1 milhão de casos é muita coisa · Aquilo que vê (sintomático) são formas graves, dengue clássico e subclínico (que é oligossintomático = poucos sintomas) Assintomático é grande parte dos casos Formas viscerais: comprometem as vísceras internas Período de incubação: 4 a 7 dias (pode variar do 2º até 15º dia pós infecção) Período de estado: Dengue clássico (FD): 5 a 7 dias Febre do dengue hemorrágico (FDH): após início similar ao clássico – 12 a 48h depois entra no estado crítico Período de convalescença: longo e variável. Geralmente quem teve as formas graves do dengue fica com desconforto grande, mialgia, fraqueza, astenia por cerca de 1 mês ou mais DENGUE CLÁSSICO - SINTOMATOLOGIA · Febre alta de início súbito – 99% · Cefaleia – 96% · Prostração – 96% · Mialgias – 92% · Dor retrorbitária – 85% · Náusea – 85% · Disgeusia (alterações no paladar) – 85% · Astenia – 75% · Artralgia – 65% · Exantema maculopapular – 65% · Prurido – 25% (regressão do exantema) Associado a tudo isso pode ter também: · Epistaxe · Petéquias · Gengivorragia · Hepatomegalia Obs.: Dengue clássico também pode ter fenômenos hemorrágicos, mas de menor intensidade A febre pode ter curso bifásico (melhorar no 3º dia e aumentar no 4º ou 5º) Esplenomegalia é excepcional Hepatomegalia é pouco frequente no dengue clássico Aumento de linfonodos é raro VHS é normal em 85% dos pacientes com FD e FDH · Porque não é uma doença bacteriana, é viral Prova do laço Desenhar um quadrado de 2,5cm de lado; Insuflar o manguito até o valor médio por 5 minutos em adultos (3min em crianças) ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses; · Valor médio: média da pressão arterial do paciente, ex.: PA 120/80 mmHg, 120 + 80 / 2 = 100 Contar o número de petéquias no quadrado; · Petéquias= pequenas lesões vasculares que não somem quando faz digitopressão A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças DIAGNÓSTICO EM CRIANÇAS Em crianças os sinais e sintomas ficam mais comprometidos, porque a criança tem muitas infecções virais próprias da infância que apresentam exantema Quando suspeitar de Dengue em crianças: · Questões epidêmicas · Nenhum dos sinais e sintomas são específicos da dengue na infância, diante de um quadro de febre com exantema e em momentos de surtos epidêmicos tem que pensar em dengue Em crianças pequenas Síndrome febril inespecífica, apatia, sonolência, recusa alimentar, vômitos, diarreia Outros sinais e sintomas frequentes Dor abdominal e congestão facial SINAIS DE ALARME Os sinais de alarme e o agravamento do quadro costumam ocorrer na fase de remissão da febre São sinais de que pode acontecer evolução para quadros mais graves da dengue: · Tonteira · Dor abdominal persistente · Vômitos intensos e repetidos · Hipotensão arterial · Hipotermia · Agitação psicomotora · Sudorese profusa fria · Letargia · Redução da diurese · Hepatomegalia dolorosa > 2cm da RCD · Sangramentos CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DE DENGUE GRAVE Febre de 2-7 dias, mais qualquer um dos abaixo: · Evidência de da permeabilidade vascular · Isso é definido pelo hematócrito, porque se sai líquido para o interstício acontece uma hemoconcentração. Ex.: do homem que era 38 vai para 42 · Ht (hematócrito), derrame pleural, ascite, choque clínico · Hemorragias evidentes · Alteração do nível de consciência (letargia, torpor, desorientação, coma) · Graves sintomas gastrintestinais (vômitos persistentes, dor abdominal, icterícia) · Disfunção orgânica grave (falência hepática aguda, insuficiência renal aguda, encefalopatia, miocardiopatia DENGUE HEMORRÁGICO – FEBRE DO DENGUE HEMORRÁGICO (FDH) Plaquetopenia inferior a 100.000 (casos graves inferior a 50.000) · Porque ocorre o consumo de plaquetas Elevação do hematócrito igual ou maior a 20% do valor inicial · Muitas vezes é a primeira vez que está vendo o paciente, então não sabe qual é o hematócrito basal, por isso o Ministério da Saúde usa esse padrão: · Hematócritos acima de 10% do basal são considerados suspeitos em crianças Htº > 38%, mulheres Htº > 40% e homens Htº > 45% Hemorragias graves: metrorragia, hematêmese, melena, hematúria, hematomas e, principalmente naqueles pacientes que estão com acesso venoso, o sangramento nos locais de venopunção Derrames cavitário: pleural, peritoneal Se não ocorrer intervenção adequada o extravasamento do intra para o extravascular avança, leva a hipotensão, comprometimento da perfusão tecidual, pele fria, hipotermia, pulso rápido e cianose Pulsos impalpáveis, pressão arterial imperceptível e desorientado– CHOQUE (SCD) · Tudo que queremos evitar é chegar nesse estágio! Agitação, desorientação, torpor, sonolência e coma Imagem: exantema petequial. Quando não são petéquias, são hematomas e sufusões hemorrágicas DERRAME PLEURAL EM CRIANÇAS O extravasamento pode ir também para a pleura O paciente começa subitamente ter uma dispneia Cai a saturação Ausculta: murmúrio vesicular abolido DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Toda doença febril com exantema e hipotensão tem que pensar em: · Leptospirose · Febre amarela e outras arboviroses · Febre maculosa · Hantaviroses · Doença meningocócica · Viroses respiratórias (influenza, COVID-19, adenovírus e outros) · Viroses exantemáticas (MI, rubéola, sarampo) · Hepatite viral · Malária · Meningoencefalites · Sepses bacterianas · Púrpura trombocitopênica Por isso é importante ter a visão epidemiológica e o conhecimento sobre o manejo do dengue CLASSIFICAÇÃO Por causa da complexidade, o MS desenvolveu uma classificação para organizar o fluxo do paciente diante de um surto epidêmico; para o clínico direcionar e dar atenção devida aos casos; e evitar que o paciente evolua para formas graves Grupo A Ausência de manifestações hemorrágicas espontâneas ou induzidas (prova do laço) Ausência de sinais de alarme Grupo B Manifestações hemorrágicas induzidas (prova do laço) ou espontâneas sem repercussão hemodinâmica (o paciente não tem choque, está com a pressão arterial boa, perfusão periférica boa) Ausência de sinais de alarme Grupo C Tem tudo dos grupos A e B + Presença de sinais de alarme Grupo D Presença de hipotensão ou choque Casos mais graves Pode levar ao óbito DIAGNÓSTICO LABORATORIAL INESPECÍFICO Exame de sangue Hemograma completo, contagem de plaquetas, VHS Provas de função hepática (TGO, TGP, FA, GAMA GT, BT, BD e BI) Coagulograma (TAP, PTT, TS, TC) Proteínas Provas de função renal (ureia, creatinina, sódio e potássio) Exame de imagem Rx de tórax USG do abdome Para detectar derrame pleural e alterações que podem ocorrer (ascite, hepatomegalia) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ESPECÍFICO Feito para identificação do vírus Isolamento viral – até o 5º dia de doença – cultura de vírus PCR (método de alto custo somente utilizado em pesquisas) · Esses dois são para pesquisas e epidemiologia, para definir qual tipo de vírus está circulando SOROLÓGICO – MAC – ELISA – feito a partir do 6º dia de doença – detecção de IgM (método de eleição para confirmação de casos) – feito em laboratórios referenciados pelas secretarias de saúde – deve ser pareado (repetido após 15 dias) Detecção do antígeno NS1 – positivos a partir do 1º dia de doença (essa sensibilidade ficaaté o 4º dia de doença) ABORDAGEM TERAPÊUTICA DENGUE CLÁSSICO NÃO-COMPLICADO >90% dos casos Grupo A Tratamento ambulatorial Hidratar: SRO ou líquidos caseiros (água, sucos, soro caseiro) · De preferência soro oral, orientar que tem que haver hidratação sistemática (oferecer toda hora, principalmente em idosos e crianças) · Nos intervalos do soro oral: líquidos caseiros · Soro oral hidrata, alimenta, repõe eletrólitos e evita vômito Analgésicos e anti-térmicos (paracetamol e dipirona) · Não pode dar paracetamol direto, porque causa alterações hepáticas. Por isso alternar com dipirona Não usar AAS, nem AINH (anti-inflamatório não hormonal) Repouso Notificar o caso e agendar retorno para o 6º ou 7º dia de doença para reavaliação e coleta de sangue para sorologia (Mac Elisa) Em caso de atendimento em Serviço de Emergência solicitar hemograma e contagem de plaquetas Obs.: informar sempre ao paciente sobre os sinais de gravidade para que retorne à unidade de saúde ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO DENGUE CLÁSSICO COM PROVA O LAÇO POSITIVA OU FENÔMENOS HEMORRÁGICOS LEVES Grupo B Internar o paciente (em Unidade Primária de Atenção ou Hospital) Colher sangue para hematócrito e plaquetas Iniciar hidratação oral (TRO) 60 a 80 ml/kg/dia – 1/3 em 4 a 6 horas na unidade primária Em caso de melhora, continuar TRO em casa e agendar retorno para 24 ou 48 horas Em caso de piora, encaminhar o paciente para o hospital para hidratação venosa e observação Notificar e colher sorologia Obs.: informar sempre ao paciente sobre os sinais de gravidade para que retorne à unidade de saúde ABORDAGEM TERAPÊUTICA DENGUE COM SINAIS DE ALERTA Grupo C Internar o paciente em Unidade de Atenção Terciária · Porque em 24h pode evoluir com choque Colher sangue para hematócrito, plaquetas, PFH, PFRenal Assegurar uma veia calibrosa Iniciar hidratação IV (soro fisiológico ou Ringer Lactato), 20 ml/kg/hora, podendo repetir 3 vezes Reavaliação clínica horária e hematócrito a cada 3 horas Em caso de melhora (sinais virais, função renal, normalização do Ht), passar à fase de manutenção (40 a 60 ml/kg/dia, adultos). Avaliar e repor Na e K Em caso de piora, conduzir como grupo D Notificar e colher sorologia ABORDAGEM TERAPÊUTICA DENGUE COM SINAIS DE GRAVIDADE Hipotensão, choque, hemorragia grave ou alterações neurológicas, renais, hepáticas ou cardíacas Grupo D Pegar veia periférica e iniciar imediatamente hidratação parenteral com soro fisiológico ou glico-fisiológico 1:1, 20/ml/kg em 20 minutos Reavaliar em 30 minutos, repetir hidratação se necessário Remover o paciente para o hospital de referência para atendimento de urgência e internação Hematócrito a cada 2 horas Tratamento em UTI: assistência volêmica, renal, cardíaca, pulmonar Podem ser necessários plasma, plaquetas, concentrado de hemácias · Quando nível de plaquetas chegar abaixo de 20.000 CRITÉRIOS DE ALTA HOSPITALAR Ausência de febre durante 24 horas, sem uso de anti-térmicos Melhora clínica evidente Hematócrito normal e estável por 24 horas Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3 · Não precisa esperar subir mais, porque demora Estabilização hemodinâmica durante 24 horas Derrames cavitários em reabsorção e sem repercussão clínica DENGUE E GESTAÇÃO Imagem: Dengue e Gestação: análise das complicações (Ismail et al., 2006) Dengue durante a gestação é uma situação muito grave, é extremamente importante ter grande observação. As complicações são frequentes e graves, morre a mãe e a criança APRESENTAÇÕES ATÍPICAS Encefalite Mielite Hepatite Miocardite Outras Notificação e sorologia SEMPRE!!! Em crianças e pacientes com alterações neurológicas: coletar líquor e fazer tomografia PROFILAXIA DO DENGUE Controlar o vetor Informação maciça e constante à população Controle de lixo e lixões Melhorar o abastecimento de água Manter coletores de água tampados Colocar terra nos pratinhos de planta Contratação e treinamento de agentes de endemias Uso de larvicidas (temephos granulado e BTI) Vigilância e controle dos focos reduzindo o número de domicílios infestados a menos de 1% · Sensos para definir qual é o índice de infestação (quantas residências estão com presença de larvas do Aedes aegypti), se for acima de 4% existe uma grande tendência de abrir uma epidemia Uso de inseticidas (fumacê) em caso de epidemia em locais com alta infestação por formas aladas (cipemetrina e malathion) Vacina ainda não disponível estando em fase de teste · Para o serviço público · No serviço privado já existe uma vacina CONTROLE QUÍMICO Tratamento focal (larvicida) Temephos (organofosforado): inibidor de acetilcolinesterase BTI (biológico) Bacillus thuringiensis israelenses Bioreguladores · Análogo do hormônio juvenil: Methoprene Pyriproxifen · Inibidor de síntese de quitina: Novaluron, Diflubenzuron Tratamento em PF (residual) – adulticia Piretróides Aplicação de UBV (inseticida em ultra-baixo volume) Piretróide PRODUTOS CANDIDATOS À VACINA EM ETAPA DE DESENVOLVIMENTO CLÍNICO GSK/WRAIR/FIOCRUZ – vacina de vírus inativados; GSK/WRAIR – vacina viva atenuada; Merck (Hawaii Biotech) – vacina de subunidade; WRAIR/NMRC – vacina de vírus inativados; Takeda Pharmaceuticals (Inviragen) – DenVax – vacina viva atenuada; NIH/Butantan – TetraVax – vacina viva atenuada – já está na última etapa de testes; Sanofi Pasteur – Chimerivax – vacina viva atenuada – aprovada em 28/12/2015 · Indicada para pacientes que já apresentaram quadro de dengue anterior, evita os outros tipos de dengue
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