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Micoses superficiais As micoses superficiais são doenças provocadas por fungos ou cogumelos que se localizam preferencialmente na epiderme e/ou em seus anexos, podendo, eventualmente, invadir a derme e, em raríssimos casos, até mesmo órgãos internos; É frequente o contágio de humano a humano; São classificadas em quatro tipos: ceratofitoses, dermatofitoses, dermatomicoses e candidíase; Ceratofitoses: Micoses essencialmente superficiais, cujos cogumelos localizam-se na queratina da epiderme e dos pelos, normalmente sem provocar fenômenos de hipersensibilidade; Ptiríase versicolor: Causada por fungos do gênero Malassezia; As lesões são inicialmente arredondadas, pois surgem a partir da estrutura pilossebácea no entanto, podem confluir, tornando difícil diferenciar a pele sadia da pele acometida; Em geral, as lesões são hipocrômicas descamativas, mas podem ser hipercrômicas ou eritematosas, daí o nome versicolor; Alguns pacientes referem prurido, sobretudo após exposição solar, quando são eritematosas; Sendo a M. furfur uma levedura essencialmente lipofílica, a localização mais frequente da PV é em áreas de maior concentração de glândulas sebáceas, ou seja, na metade superior do tronco e dos braços mas pode ocorrer na face, no abdome, nas nádegas e até mesmo nos membros inferiores; Esticando-se distalmente a pele (sinal de Zireli ou do estiramento) ou atritando-a com a cureta, ou mesmo unha (sinal da unha ou de Besnier), aparecem escamas furfuráceas; As recidivas ocorrem mais frequentemente em pacientes com peles oleosas ou que fazem uso contínuo de produtos oleosos, naqueles que sofrem com sudorese excessiva e também nos que apresentam lesões predominantemente infundibulares ou foliculares, em que o fungo é também encontrado no interior do folículo, o que dificulta a ação dos antifúngicos tópicos e sistêmicos; Tinea nigra: Produzida principalmente pela Hortaea werneckii ou Phaeoanellomycis werneckii, mas também pela Stenella araguata; Caracteriza-se por mancha enegrecida, de pequena dimensão, com localização geralmente palmar ou, mais raramente, plantar ou bordas dos dedos; Pode haver uma única lesão ou poucas que coalescem; A dermatoscopia auxilia no diagnóstico ao possibilitar a visualização de espículas finas, superficiais e pigmentadas, formando um aspecto quase reticulado que não segue as linhas naturais da região palmar; Tricomicose nodosa: piedra negra – Micose rara no nosso meio, caracteriza-se por pequenos nódulos pretos endurecidos, bem aderidos aos pelos (um ou mais para cada fio de cabelo) do couro cabeludo, das axilas e da região pubiana, sendo causada pela Piedraia hortai; Piedra branca: Caracteriza-se por pequenos nódulos branco-amarelados macios e aderentes aos pelos do couro cabeludo, das axilas e da região pubiana, sendo causada pelo Trichosporon beigelii ou T. cutaneum; Este último pode produzir lesões cutâneas eritematosas e descamativas nas vizinhanças (região pubiana, raiz das coxas) e, raramente, lesões extracutâneas em imunodeprimidos; Onimicoses: qualquer infecção da unha causada por fungos. Os principais agentes etiológicos são os dermatófitos; São classificadas clinicamente em: subungueais distais e/ou laterais (representam a maioria dos casos), subungueais proximais, superficiais brancas e raramente por FFND e onicomicose por Candida. Todas, com o tempo, evoluem com distrofia, que pode ser parcial ou total; Em quaisquer das onicomicoses, exceto as por Candida, é mais prevalente o envolvimento das unhas dos pododáctilos, provavelmente em função de traumatismo local associado a crescimento mais lento da unha. Dermatofitoses São infecções fúngicas causadas por três gêneros de fungos que têm uma habilidade única de invadir e se multiplicar dentro dos tecidos queratinizados — cabelos, pele e unhas; Esses fungos, coletivamente chamados “dermatófitos”, têm fisiologia, morfologia e patogenicidade semelhantes. Os três gêneros são Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton; Atualmente, são descritas mais de 40 espécies de dermatófitos. Destas, 30 são patogênicas para o homem. Têm distribuição universal, mas com certas peculiaridades; Essas variações de frequência dependem de migrações; O Trichophyton rubrum, por exemplo, é o dermatófito mais comum em todo o mundo, enquanto o T. concentricum é endêmico em certas partes do Sul do Pacífico e na América do Sul; O aumento das viagens humanas e migrações, associado aos avanços na terapia antifúngica, trouxe mudanças na distribuição geográfica dos dermatófitos; Outros fatores epidemiológicos importantes incluem status socioeconômico, ocupação, ar- condicionado e uso de sapatos; A prevalência é maior nas zonas tropical e subtropical, em regiões de clima quente e úmido. A mesma espécie pode produzir quadros clínicos bem diferentes e, inclusive, com seletividade de grupos etários; No geral, as dermatofitoses ocorrem mais frequentemente em pós- púberes. A principal exceção é a tinea capitis — dermatofitose, tinha do couro cabeludo —, que ocorre primariamente em crianças pré-púberes; Os fatores de risco para o desenvolvimento da infecção dermatofítica durante a infância incluem exposição domiciliar a tinea capitis ou tinea pedis e certos fatores ambientais, incluindo chapéus contaminados, escovas e instrumentos de barbear e, sobretudo para tinea unguium, síndrome de Down; Indivíduos com candidíase mucocutânea crônica ou imunodeficiência comum variável têm propensão a desenvolver dermatofitoses graves, crônicas ou recorrentes. Infecções por dermatófitos tendem a ser mais graves e recorrentes em pacientes infectados pelo HIV; Homens apresentam tinea pedis, tinea cruris e tinea unguium com mais frequência que as mulheres; No gênero Microsporum, devem ser consideradas as seguintes espécies: M. audouinii, com localização preferencial no couro cabeludo; M. canis, acometendo couro cabeludo e pele glabra (que não contém folículos pilosos, é mais espessa, recobre palma da mão e planta dos pés); M. ferrugineum e o M. gypseum, acometendo couro cabeludo e tronco. Podem, raramente, acometer a unha, ocorrendo com maior frequência em pacientes imunodeprimidos; No gênero Trichophyton, devem ser consideradas as seguintes espécies: T. rubrum, podendo produzir praticamente quase todos os quadros clínicos de dermatofitose e tendo como característica principal certa resistência aos tratamentos; T. tonsurans, poupando a área da barba e das pregas dos pés e das mãos; T. yaounedi, comprometendo exclusivamente o couro cabeludo; O gênero Epidermophyton só tem uma espécie patogênica para o homem: E. floccosum, com preferência pelas dobras e pelos pés, podendo atingir também tronco e unhas, porém não acomete o couro cabeludo e a barba; A exuberância das manifestações clínicas depende do grau de hipersensibilidade celular (linfócito T). Além do hospedeiro, esse aspecto é inerente à virulência e às espécies que, por conseguinte, têm também habitat natural próprio; Com relação ao habitat, os dermatófitos podem ser divididos em três grupos: antropofílicos, zoofílicos e geofílicos. Os antropofílicos, adaptados ao homem, produzem, em geral, pouca ou nenhuma reação de hipersensibilidade (T. rubrum, T. concentricum, T. tonsurans e outros), sendo, mais resistentes ao tratamento, exigindo uma dose por vezes maior de antifúngico, ou um tratamento mais prolongado; recidivas são frequentes; São a principal etiologia das infecções crônicas; Os zoofílicos (M. canis, T. verrucosum) e os geofílicos (M. gypseum) provocam no homem quadros mais inflamatórios e exuberantes, inclusive com tendência à cura espontânea; As fontes de infecçãopodem ser, consequentemente, o homem, determinados animais (cão, gato, porco, gado etc.) e o solo; As epidemias de tinea capitis em creches e orfanatos são causadas por dermatófitos antropofílicos, geralmente o T. tonsurans. Fisiopatologia A transmissão de dermatofitose aos humanos ocorre por três vias, cada uma resultando em características típicas; O primeiro estágio da infecção envolve tanto o contato quanto a aderência dos elementos infecciosos do fungo na pele; A capacidade de certos fungos de aderirem a um conjunto particular surge de uma variedade de mecanismos microbianos e fatores do hospedeiro; Os dermatófitos, diferente da maioria dos outros fungos, produzem queratinases — enzimas que quebram a queratina —, o que permite a invasão de fungos no estrato córneo; Mananas (polissacarídeos) na parede celular dos dermatófitos têm efeitos imunoinibitórios. No T. rubrum, as mananas também podem reduzir a proliferação, dessa forma reduzindo a probabilidade de o fungo ser fagocitado antes da invasão. Acredita-se que esse mecanismo contribua para a cronicidade das infecções causadas pelo T. rubrum; Fatores do hospedeiro como inibidores de protease podem limitar a extensão da invasão. Se a invasão for bem- sucedida, a doença ocorrerá; Alguns fatores no sangue do hospedeiro protegem contra a infecção: transferrina insaturada e alfa-2- macroglobulina. A imunidade celular Th1 é muito importante no controle dos fungos; A gravidade da doença é também influenciada por vários fatores do hospedeiro; As secreções sebáceas tem um efeito inibitório nos dermatófitos, e o grau de atividade da doença pode ser relacionado ao número e à atividade das glândulas sebáceas, numa região corporal em particular; Rupturas na barreira cutânea podem propiciar a invasão dermatofítica, e uma suscetibilidade maior pode ser herdada ou relacionada à competência do sistema imune; Uma vez que os dermatófitos invadam e comecem a proliferar na pele, existem fatores adicionais para ajudar a limitar a infecção aos tecidos queratinizados; Estes incluem a preferência de dermatófitos para a temperatura mais fria na superfície, fatores séricos na pele que inibem o crescimento de dermatófitos — p. ex., ß- globulinas, ferritina — e o sistema imune do hospedeiro. Invasões posteriores e disseminação não são comuns; Manifestações clínicas Tinea Corporis (dermatofitose do corpo) O quadro clássico é representado por lesões eritematoescamosas, circinadas, isoladas ou confluentes, uma ou várias com crescimento centrífugo, de modo que a parte externa é mais ativa; por vezes pode ter aspecto concêntrico; Há casos com predominância de vesícula e, até mesmo, pústula; outras vezes, a lesão é em placa eritematoescamosa e de evolução lenta; o prurido está sempre presente; São localizações usuais os braços, a face e o pescoço; A infecção é geralmente restrita ao estrato córneo e ocorre mais em pele exposta, porém pode se desenvolver em qualquer parte do corpo. A tinea corporis é observada em todo o mundo, mas é mais comum nas regiões tropicais; Qualquer dermatófito pode causar tinea corporis, porém o T. rubrum é o patógeno mais comum; Como a maioria das infecções dermatofíticas, a extensão da inflamação depende do patógeno causal e da resposta imune do hospedeiro; Em função de os folículos pilosos servirem como reservatórios para a infecção, áreas do corpo com mais folículos pilosos podem apresentar uma resposta inflamatória mais pronunciada; Tinea cruris (dermatofitose marginada) Caracteriza-se por lesão eritematoescamosa, a partir da prega inguinal. Avançando sobre a coxa, com nitidez de borda (daí o nome marginada), a lesão pode invadir o períneo e propagar-se para as nádegas, a região pubiana e, até mesmo, o baixo-ventre. É muito pruriginosa e, por isso, a liquenificação é frequente; O sinal inicial de infecção costuma ser uma área de eritema e prurido nas dobras intertriginosas, entre o escroto e a parte interna das coxas; Lesões características são demarcadas por uma borda elevada, eritematosa, descamativa — essa borda pode conter pústulas ou vesículas; A lesão pode ser inicialmente circinada elevada e depois se tornar serpiginosa; A doença pode permanecer unilateral ou evoluir para bilateral; A duração da infecção depende do patógeno causador. Infecções por T. rubrum e muitas outras espécies antropofílicas tendem a ter natureza crônica — algumas vezes endurecidas e liquenificadas —, enquanto as formas zoofílicas e outras cepas adquiridas de animais costumam ser mais agudas — inflamatórias, com ou sem pústulas; A bolsa testicular quase sempre é poupada na tinea cruris. Caso a bolsa seja envolvida ou haja erosões ou pústulas satélites, deve-se considerar candidíase cutânea; Tinea pedis Três formas são descritas: a aguda, eczematoide, representada por vesículas em geral plantares e digitais e manifesta-se com vesículas, sendo bastante pruriginosa; a forma intertriginosa, de localização nas pregas interpododáctilas (predominantemente), caracterizada por fissuras e maceração; e a forma crônica, caracterizada por lesões descamativas pouco pruriginosas, acometendo praticamente toda a região plantar; Tinea Imbricata Apresenta lesões escamosas em círculos concêntricos ou que formam arabescos, atingindo grandes áreas do corpo e muito pruriginosas; Parece ter um caráter genético; Tinea Captis (dermatofitose do couro cabeludo) É uma infecção dermatofítica comum do couro cabeludo de crianças, enquanto a infecção de adultos ocorre com pouca frequência; Os patógenos causais são membros de apenas dois gêneros: Trichophyton e Microsporum; Caracteriza-se pelo comprometimento dos cabelos, que são invadidos e lesados; há também lesões eritematoescamosas do couro cabeludo; Os cabelos são fraturados próximo à pele, produzindo as típicas áreas de tonsura, caracterizadas por pequenos cotos de cabelos ainda implantados; Apresentações clínicas diferentes surgem em virtude de vários microrganismos causais; A tinea capitis pode ser classificada, também, em função do local de comprometimento do pelo, em parasitismo ectothrix e endothrix; No primeiro tipo, a produção de artrosporos se dá na superfície externa da bainha do pelo. Quando a matriz do pelo encontra-se recheada de esporos grandes é provavelmente causado por fungos do gênero Trichophyton (verrucosum, mentagrophytes var. mentagrophytes etc.); Quando forem pequenos, por Microsporum sp. que pode evoluir para endothrix, as hifas fragmentam-se em artrosporos confinados no interior da bainha do pelo (T. tonsurans, T. violaceum, T. schoenleinii etc.). Os pelos afetados tornam-se frágeis e quebradiços e, portanto, sofrem fratura; T. tonsurans causa uma infecção endotrix, que resulta em tinea capitis de “ponto preto” devido à quebra de cabelo perto do couro cabeludo; Em contraste, M. audouinii é uma forma ectotrix de tinea capitis que se apresenta com manchas secas, descamativas de alopecia — tinea capitis de “placa cinza”; A patogenicidade do microrganismo responsável não é o único fator determinante da gravidade da doença; a resposta imune do hospedeiro ao microrganismo também tem um papel muito importante; Na tinea capitis pode ocorrer uma descamação não inflamatória, lembrando a dermatite seborreica — sobretudo T. tonsurans —, até uma erupção pustulosa grave com alopecia, conhecida como kerion; A alopecia, com ou sem descamação, é a apresentação mais comum da tinea capitis; A alopecia pode ocorrer em placas discretas ou envolver todo o couro cabeludo; Muitos pacientes apresentam linfadenopatia cervical e auricular posteriores, o que ajuda a diferenciar a tinea capitis de outras doençasdo couro cabeludo que causam alopecia, como a alopecia areata; O kerion resulta da evolução da micose associada à resposta exagerada do hospedeiro, provocando placas purulentas, flutuantes, com formação de abscessos e alopecia associada; Dermatofitose inflamatória Há três tipos principais: (1) kerion, localizado no couro cabeludo ou na barba, representado por placa de foliculite aguda ou subaguda, eminentemente hiperérgica, com intensa supuração e cura espontânea, às vezes com alopecia cicatricial; (2) sicose tricofítica, representada por pústulas centralizadas por pelos na região da barba e do bigode. Às vezes são isoladas e, outras vezes, formam conglomerados; a evolução é, em geral, crônica; (3) folliculitis capitis abscedens et suf odiens, caracterizada por lesões de foliculite com túneis intercomunicando abscessos, no couro cabeludo; a etiologia em geral é estafilocócica, porém, quando micótica, o agente mais frequente é o T. tonsurans; Dermatofitoses granulomatosas Representadas por manifestações clínicas variadas, mas com características comuns, como dermatófito na derme com reação granulomatosa, com ou sem hipersensibilidade à tricofitina; Podem ser localizadas ou generalizadas. As localizadas são: (1) tipo Majocchi: ocorrem naturalmente em situações de oclusão ou por uso indiscriminado de corticosteroides, levando à quebra da barreira cutânea. Apresentam-se como nódulos com tendência à fistulização; foram descritas na face (queixo) ou nos punhos e são frequentemente diagnosticadas por exame histopatológico da lesão, demonstrando hifas no interior de folículos distendidos e infiltrado inflamatório granulomatoso; (2) tipo Wilson-Cremer: nódulos eritematosos, com tendência à ulceração nos membros inferiores, em geral de mulheres, provavelmente por trauma decorrente da raspagem de pelos; Diagnóstico É feito comumente e, com muita fidelidade, pelo exame direto (micélios septados e artrosporos); A cultura é fundamental para fazer o diagnóstico da espécie (questões relacionadas à epidemiologia e prognóstico) e, portanto, rastrear a fonte de contágio; O material para exame é obtido por raspado. Método da coleta com fita gomada, aplicação de KOH na lâmina onde vai ser colocada a fita gomada, que deve ser recoberta por lamínula, método que pode ser aplicado também na candidíase; A luz de Wood também é um método útil; torna os cabelos fluorescentes esverdeados nas tineas favosa e microspórica; É um método excelente para acompanhamento do tratamento; Se forem feitas biopsias de infecções dermatófitas cutâneas, as hifas serão observadas no estrato córneo; Na dermatofitose afetando a pele glabra, podem-se observar espongiose, paraqueratose e pústulas frequentes; Diagnóstico diferencial O exame clínico cuidadoso é o primeiro e mais importante passo no diagnóstico das infecções dermatofíticas. Pelo fato de muitas outras afecções poderem mimetizar as dermatofitoses), os exames laboratoriais são necessários para a confirmação diagnóstica; Devido a todos os dermatófitos possuírem hifas hialinas, eles têm essencialmente a mesma aparência em preparações de KOH; Quando a identificação da espécie em particular for útil ou a cultura for necessária para confirmar o diagnóstico, o material será cultivado a 25-30°C — e, em alguns casos, também a 37°C — por três a quatro semanas; Medalhão da pitiríase rósea, psoríase plantar ou vulgar, eczema de contato, eczema numular, alopecia areata, onicodistrofia de várias naturezas, síndrome vesicular das mãos e/ ou pés, dermatite seborreica etc; Tratamento A conduta terapêutica varia com a forma clínica e espécie causadora. Em geral, processos inflamatórios mais intensos são causados pelas espécies zoofílicas e geofílicas, e são de fácil tratamento, podendo haver mesmo cura espontânea, ao contrário das infecções causadas pelos fungos antropofílicos, que podem ser crônicas e recorrentes como a tinea pedis e as onicomicoses pelo T. rubrum; A clássica solução alcoólica de iodo (1%), ácido salicílico (2%) e ácido benzoico (3%) foi por muito tempo a primeira escolha terapêutica, sobretudo nas lesões da pele glabra, dos pés e das unhas; Outros medicamentos mais eficazes e atuais são: terbinafina tópica a 1%; derivados imidazólicos (miconazol a 2%, oxiconazol a 1%, tioconazol a 1%, isoconazol a 1%, flutrimazol a 1%) em 1 ou 2 aplicações diárias; Existem nas seguintes apresentações: creme, loção, spray e pó. Tolciclato a 1%, ciclopiroxolamina a 1% e amorolfina a 0,025% são outras opções; O uso de vaselina salicilada ou ureia a 20%, na tinea pedis com descamação, é de grande valia; É mandatório fazê-lo nos casos de tinea capitis, tinea corporis extensa e onicomicoses com grau de acometimento maior que 50% da superfície ungueal e/ou acometimento de matriz ungueal, bem como na tinea pedis crônica; Embora a griseofulvina continue sendo de grande utilidade, ela é suplantada, em eficácia (à exceção do tratamento da tinea capitis especialmente causado pela espécie Microsporum) e menor toxicidade, por todos os novos antifúngicos, porém pode ser a única opção, em termos de custo; A dose para crianças é de 10 a 20 mg/kg/dia, e, para adultos, de 1 g/dia dividida em 2 tomadas, devendo ser ingerida logo após as refeições. O tempo para o tratamento da tinea capitis é de cerca de 30 a 45 dias; tinea corporis, de 20 dias; tinea pedis, de 45 dias; Várias cepas de T. rubrum são resistentes à griseofulvina. Itraconazol 100 mg/dia, fluconazol 150 mg/ semana e terbinafina 250 mg/dia são superiores em termos de eficácia; devem ser utilizados da seguinte forma: tinea corporis, 2 a 4 semanas; tinea capitis, 4 a 6 semanas
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