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Cartografia Aplicada

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA
CAMPUS XVII – BARCARENA 
 DISCIPLINA: CARTOGRAFIA APLICADA AO ENSINO DE GEOGRAFIA
DOCENTE; CARLOS JORGE DE CASTRO
DISCENTE; EDILZA LIMA
➡ ANÁLISE DO TEXTO
ESPAÇO E MÉTODO
Espaço e Método de Santos (1985) no primeiro capítulo: “Uma Palavrinha a mais sobre a Natureza e o Conceito de Espaço” nos reflete sobre a existência de diversos métodos que se tornam necessários para analisar criticamente o papel ativo do espaço. O texto inicia-se com uma das fontes de dúvidas entre os estudiosos sobre o próprio conceito de espaço e o autor a todo tempo nos leva a perceber que o espaço não pode ser formado apenas pelas coisas, objetos geográficos, naturais e artificiais cujo conjunto nos dá à natureza o espaço também é a sociedade: homem e natureza e suas transformações, o texto tem uma leitura agradável vem divididos em temas que nós facilita a sua compreensão. Segundo o autor “o espaço deve ser considerado como uma totalidade, a exemplo da própria sociedade que lhe dá a vida” no qual considerar este pensamento nos remete a uma regra de método e sua análise se consiste através da análise em partes que Santos, 1985 nomeia de “os elementos do espaço” que seria a base de toda a dedução; os homens, as firmas, as instituições, o chamado meio ecológico, e as infras- estruturas. 
Inicialmente, o Autor nos faz uma abordagem da relação sociedade-espaço, já que dentro da Geografia esses dois elementos são indissociáveis. Segundo SANTOS (1992: 49) "o espaço constitui uma realidade objetiva, um produto social em permanente mudança". Quando se estuda qualquer tipo de espaço devemos ter a noção que a sociedade não opera fora dele, e sim atua sobre ele, provocando um movimento temporal. Desta forma, toda vez que voltamos nossas atenções para compreensão de uma organização espacial e sua evolução temporal não podemos deixar de analisar quatro categorias de análise espacial fundamentais, que devem ser sempre entendidas como disjuntivo e associado, instituídas por SANTOS. Essas categorias são: estrutura, processo, forma e função
A estrutura segundo SANTOS deve ser analisada sempre na dicotomia espaço-tempo, sendo ela um produto imposto ao espaço pela sociedade. Para ele o termo estrutura se refere a como os objetos estão inter-relacionados entre si não tendo uma exterioridade imediata sendo compreendida num aspecto cultural. Já CORRÊA (1986:77) define estrutura de maneira mais simplificada e diz que esse termo se refere "a natureza social e econômica de uma sociedade em um dado momento do tempo".
Processo é uma ação praticada continuamente no espaço, objetivando um resultado indeterminado, mas que implica em tempo e mudança. (SANTOS, 1992). Para Corrêa (1986) "os processos ocorrem dentro de uma dada estrutura social e econômica e resultam das contradições internas da mesma". O processo pode ser considerado uma estrutura em movimento.
Forma é para SANTOS (1992:50) "o aspecto visível de uma coisa, se refere ao arranjo ordenado de objetos, a um padrão. CORRÊA (1987) cita uma casa, um bairro e uma rede urbana como exemplos de formas espaciais em diferentes escalas. A forma revela a espacialidade de uma sociedade.
Função é o papel, uma atividade ou uma tarefa a ser desempenhada por uma forma (CORRÊA, 1987). Forma e função têm uma relação direta, já que uma forma é criada para exercer uma função.
A partir da compreensão das relações entre as categorias de análise espacial, estrutura, processo, forma e função, consideramos que essas em conjunto e relacionando-se entre si, servem de base teórica e metodológica para a análise dos fenômenos espaciais dentro de uma organização espacial pré-estabelecida.
O espaço apresenta-se dinâmico, cuja dinamicidade é atribuída ao fato desse ser reflexo da sociedade e do sistema político e econômico vigente. Neste contexto, para CASTELLS (2006), o modo capitalista de produção conduz a uma concentração de capitais e conseqüentemente a uma especialização dos lugares. Assim, relacionando estrutura, processo, forma e função ao espaço urbano, podemos entender essas categorias da seguinte maneira. O modo capitalista de produção (estrutura) impulsiona constantes transformações na sociedade (processo), as quais contribuem para formação de diferentes organizações espaciais, entre as quais, se destaca o espaço urbano, que segundo GOTTDIENER (1993) é a materialização (forma e função) do desenvolvimento contínuo do capitalismo (estrutura) . Desta forma, o espaço urbano é visto enquanto expressão dos processos sociais e econômicos apresentando formas, movimentos e conteúdos com os mais distintos usos (funções) articulados entre si (CORRÊA, 1995).
➡ RECORTE PARA ANÁLISE DO CONTEXTO - ESTRUTURA, PROCESSO, FORMA E FUNÇÃO, DO MEU ESPAÇO URBANO SEGUNDO SANTOS ( UFPA - Campus Abaetetuba)
· ESTRUTURA - (sociedade e suas características políticas, econômicas, sociais e culturais)
Milton Santos define brevemente as quatro categorias considerando como estrutura a própria sociedade com suas características econômicas sociais políticas e culturais, a estrutura da Universidade Federal do Pará, é de inteira responsabilidade do governo federal. Os professores são funcionários públicos, a maioria deles são titulares e selecionados por concursos públicos, onde as publicações internacionais de pesquisa são um critério importante para a contratação. A carga de ensino é geralmente modesta e reserva tempo para pesquisa. Na UFPA essa estrutura de ensino ainda prioriza o metodo tradicional.
· PROCESSO - (conjunto de mecanismos e ações)
Processo é considerado como o conjunto de mecanismos e ações a partir dos quais a estrutura se movimenta alterando-se as suas características. No Campus esse processo tem o intuito de oportunizar formação docente na perspectiva das metodologias ativas do ensino e aprendizagem, proporcionar o aprofundamento e atualizar conhecimentos pedagógicos na área da educação e/ ou industrias, bem como desenvolver atividades para uma melhor compreensão e atuação na docência, e na industria, possibilitar capacitação aos profissionais, que atuam nessas areas com metodologias ativas de ensino e aprendizagem, com vistas ao aprimoramento da prática docente e industrial.
· FORMA - (criações humanas, materiais ou não)
A forma finalmente é definida como as criações humanas materiais ou não por meio das quais as diversas atividades se realizam. No campus o conhecimento vem sendo construído tanto de forma concreta como abstrata, visto que professores e alunos, com o conviver do dia - a- dia criam uma espécie de afeição um pelo outro , sem contar com o conhecimento que os professores transmitem para seus alunos.Além disso, a metodologia também se encarrega de repassar os valores morais e sociais que vivemos na sociedade, sendo definida por meio da relação do aluno com sua a comunidade. Assim, a Universidade se torna responsável pelos direitos de cidadania e ainda desempenha um papel essencial para a formação da personalidade dos estudantes.
· FUNÇÃO - (atividades da sociedade)
· A função por sua vez de respeito às atividades da sociedade redefinidas a cada momento que permitem a existência e reprodução social, suas ativisades ainda trazem a prática educacional formal; que é preparar o aluno, de forma intelectual e moral, para assumir uma posição na sociedade, a prática mais comum de ensino-aprendizagem é através da exposição verbal e demonstrações do professor sobre o conteúdo ensinado, e para testar o conhecimento dos alunos são realizados exercicios, provas, palestras ,seminarios etc.Na sala de aula, composta por um número variável de estudantes, o conteúdo é aplicado de forma igualitária, pois acredita-se que todos os alunos têm a mesma capacidade de absorver o conhecimento transmitido, cabendo a cada um o esforço pessoal e comprometimento para aprender o conteúdo dado em aula A Função do Campus é exercida com excelência na área da educação, formando e capacitando com excelência profissionais nosramos das licenciaturas e engenharias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS,Milton. Espaço e Método. Nobel, São Paulo, 1985
CASTELLS, Manuel. A questão urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. 3ª ed.Tradução de Arlene Caetano.
CORREA. Roberto Lobato. O espaço urbano. 3 ª ed. São Paulo: Ed. Ática, 1995.
GOTTDIENER, Mark. A Produção Social do Espaço Urbano. São Paulo: EDUSP, 1993.

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