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Volume 5 – Edição 1 - 2021 SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: UMA BREVE REVISÃO LITERÁRIA Heloá Santos Faria da Silva1, Tiago Veiga Gomes2, Murilo Poncioni de Macedo3, Paulo Roberto Hernandes Júnior4; Pedro Miguel Calife da Luz5; Patrick de Abreu Cunha Lopes6; Rossy Moreira Bastos Junior7; Paula Pitta de Resende Côrtes8 1 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Acadêmico de Medicina. heloa67@gmail.com 2 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Acadêmico de Medicina. tiagoveigamed@gmail.com 3 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Acadêmico de Medicina. muriloponcioni@hotmail.com 4 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Acadêmico de Medicina. paulorh.med@gmail.com 5 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Acadêmico de Medicina. pedro.calife.luz@gmail.com 6 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Acadêmico de Medicina. patrick.abreu33@gmail.com 7 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Macaé, Rio de Janeiro, Brasil. Docente/Preceptor de Medicina. dr.rossymbastos@uol.com.br 8 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Docente de Medicina. paulapitta@yahoo.com.br Seção: Saúde. Formato: Revisão de Literatura. ABSTRACT Polycystic ovary syndrome is a metabolic disorder that affects about 5-10% of women of childbearing age. Regarding its etiopathogenesis, there is still no great clarification, but what is known is that genetic and environmental factors can contribute to its emergence. The clinical manifestations of PCOS are caused, in large part, by the increased production of androgens, which cause clinical signs such as hirsutism, acne and androgenetic alopecia, amenorrhea and infertility may still occur. As it is a disorder that often affects the woman's physical appearance, psychosocial impairment is Volume 5 – Edição 1 - 2021 observed, culminating in the worsening of these patients' quality of life. The most accepted diagnostic criteria today are based on the observation of the following manifestations: oligo-amenorrhea, clinical and / or laboratory hyperandrogenism and ultrasound morphology of ovarian polycystosis. The treatment of PCOS encompasses a series of measures such as the practice of physical activity, dietary reeducation and the use of medications such as metformin and oral contraceptives. In addition, psychological monitoring is necessary in order to control the symptoms of depression and anxiety that many women with this disorder have. In summary, this article aims to review the main points about polycystic ovary syndrome and its psychosocial repercussions. KEYWORDS: Polycystic ovary syndrome; hyperandrogenism; endocrine disorder. RESUMO A Síndrome do ovário policístico constitui uma desordem metabólica que acomete cerca de 5-10% das mulheres em idade fértil. No que se refere a sua etiopatogênese, ainda não há grande esclarecimento, mas o que se sabe é que fatores genéticos e ambientais podem contribuir para seu surgimento. As manifestações clínicas da SOP são ocasionadas, grande parte, pelo aumento da produção de andrógenos, os quais acarretam sinais clínicos como hirsutismo, acne e alopecia androgenética, ainda pode haver a ocorrência de amenorréia e infertilidade. Por ser um distúrbio que muitas vezes afeta a aparência física da mulher, observa-se o comprometimento psicossocial, culminando com a piora da qualidade de vida dessas pacientes. Os critérios diagnósticos mais aceitos atualmente baseiam-se nas observação das seguintes manifestações: oligo-amenorreia, hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial e morfologia ultrassonográfica de policistose ovariana. O tratamento da SOP engloba uma série de medidas como a prática de atividade física, reeducação alimentar e uso de medicações como a metformina e os anticoncepcionais orais. Além disso, é necessário que haja um acompanhamento psicológico a fim de controlar os sintomas de depressão e ansiedade que muitas mulheres com esse distúrbio possuem. Em suma, o presente artigo tem como objetivo Volume 5 – Edição 1 - 2021 revisar os principais pontos sobre a Síndrome do ovário policístico e suas repercussões psicossociais. PALAVRAS-CHAVE: Síndrome do ovário policístico; hiperandrogenismo; desordem endócrina. 1 INTRODUÇÃO A Síndrome do ovário policístico (SOP) constitui uma desordem endócrina, que afeta cerca de 5-10% das mulheres em idade fértil (SANTOS; ÁLVARES, 2018). É caracterizada por hiperandrogenismo, ciclos menstruais irregulares e morfologia ovariana policística (SPRITZER, 2020). Apesar de ser a doença endócrina mais comum do sexo feminino, sua etiologia ainda permanece pouco esclarecida (PONTES et al, 2012). Embora seja um distúrbio biológico, no qual apresenta diversos problemas físicos, a SOP também pode envolver transtorno psicossocial, o qual pode afetar de forma significativa a qualidade de vida das mulheres acometidas (MOREIRA et al, 2010). Quanto aos critérios diagnósticos da SOP, ainda não existe um consenso entre as diversas sociedades médicas. Dessa forma, vários protocolos foram criados de acordo com as evidências científicas da época. Atualmente, os 3 protocolos diagnósticos mais aceitos são: Consenso de Rotterdam, Consenso da National Institutes of Health (NIH) e Androgen Excess – PCOS Society (AE-PCOS) (ROSA-E- SILVA, 2018). Estudos mostram que mulheres com o diagnóstico de SOP apresentam risco elevado para dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) tipo 2. Além disso, nota-se uma prevalência 11 vezes maior de síndrome metabólica (SM), incluindo também a disfunção endotelial, os quais são marcadores de risco para doença cardiovascular (DCV) (MARTINS, 2009). Vale ressaltar, ainda, que a patogênese da SOP está intimamente relacionada com a resistência à insulina Volume 5 – Edição 1 - 2021 (RI) e a hiperinsulinemia, além de poder ser exacerbada quando há coexistência de obesidade (LAGANÀ et al, 2016). O ponto mais efetivo do tratamento da SOP é a modificação do estilo de vida, a perda de peso atrelada ao exercício físico regular e restrição dietética, uma vez que essas ações podem contribuir com a restauração da ovulação e da regularidade menstrual, além de diminuir a RI (BOUZAS, 2007). Atrelado a isso, atualmente, a terapia medicamentosa mais empregada tem sido a metformina e os anticoncepcionais orais, os quais são utilizados para amenizar os sintomas do hiperandrogenismo, reparar o ciclo menstrual e ovulatório e abrandar a síndrome metabólica (PEREIRA et al, 2015). Além disso, é importante valorizar e reconhecer os sentimentos advindos dos sintomas da paciente (MOREIRA; SA et al, 2013), tornando-se necessário um atendimento multidisciplinar e principalmente, o acompanhamento psicológico, a fim de criar estratégias adaptativas diante do diagnóstico e quadro clínico (MOREIRA et al, 2010). 2 OBJETIVO O presente artigo tem como objetivo revisar e aprofundar o conhecimento acerca da Síndrome do ovário policístico, abordando a etiopatogênese, as principais manifestações clínicas, os diferentes critérios diagnósticos e a abordagem terapêutica. 3 MÉTODO O presente estudo consiste em uma revisão de literatura não sistemática, buscando os termos: “síndrome do ovário policístico”; “hiperandrogenismo” e “tratamento da síndrome do ovário policístico”, “diagnóstico da síndrome do ovário policístico”, nas seguintes bases dados: PubMed, Scielo, Google Acadêmico e LILACS entre os anos de 2007 a 2020, sendo incluídos artigos publicados originalmente em português, inglês e espanhol. Dessa forma, os artigos foram analisados e selecionadospara a realização deste estudo. Volume 5 – Edição 1 - 2021 4 DESENVOLVIMENTO 4.1 ETIOPATOGÊNESE Embora a etiopatogênese da SOP ainda não tenha sido totalmente esclarecida, percebe-se que vários mecanismos foram propostos na tentativa de elucidá-la. Há diversas evidências acerca da interação de genes com fatores ambientais, além da relação familiar através de uma herança autossômica dominante (PASSOS et al, 2017). Estudos mostram que a esteroidogênese anormal, de origem ovariana ou adrenal, seja a desordem primária da SOP, ocorrendo altas concentrações de testosterona circulante e dehidroepiandrosterona e, ainda, o aumento da produção de estradiol pelas células granulosas ovarianas (MOURA et al, 2011). Acerca dos genes estudados na SOP, verifica-se alterações no gene Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF), o qual codifica uma proteína que participa da regulação da angiogênese ovariana, estabilização dos vasos sanguíneos, formação, função e regressão do corpo lúteo, podendo, então, desempenhar um importante papel na etiologia da síndrome (FERNANDES et al, 2020). Mais de 100 variantes genéticas foram descritas em pacientes com SOP, incluindo os riscos de obesidade, resistência à insulina e anormalidades do receptor. Talvez os fatores genéticos por si só não sejam suficientes para desencadear a SOP, mas sua associação com fatores ambientais, comportamentais e psicológicos determinarão o surgimento da síndrome, principalmente, a forma mais grave (FERNANDES; SA et al, 2019). 4.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A respeito da SOP, observa-se diversas implicações reprodutivas, endocrinológicas, dermatológicas, ginecológicas, cardíacas e psicológicas (SANTOS; ÁLVARES, 2018). Apesar de não haver uma etiologia bem estabelecida, constata-se o aumento da produção de andrógenos, os quais acarretam as manifestações clínicas de hiperandrogenismo, como hirsutismo, acne e alopécia androgenética. Vale Volume 5 – Edição 1 - 2021 ressaltar também que pode haver a ocorrência de amenorréia e infertilidade. (MOREIRA; SA et al, 2013). O hirsutismo refere-se ao crescimento excessivo de pelos terminais em áreas andrógeno-dependente das mulheres. Foi estabelecido que mulheres hirsutas possuem atividade aumentada da 5 α-redutase, responsável pela conversão da testosterona em dihidrotestosterona (DHT), a qual é estimulada tanto pelo hiperandrogenismo quanto pelo fator de crescimento insulina-like e pela própria insulina. A partir disso, sabe-se que a testosterona e DHT serão as responsáveis por alterar os pelos, transformando-os em mais espessos e pigmentados nas áreas andrógeno-sensíveis (MOURA et al, 2011). A alopécia androgenética na mulher é determinada pela perda de cabelo na região central do couro cabeludo, culminando com importante fator psicossocial. Já a acne constitui uma desordem da unidade pilo-sebácea, com lesões na face, pescoço, dorso e região peitoral (OZDEMIR et al, 2010). Além disso, são comuns a resistência à insulina (RI), dislipidemia, diabetes (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), disfunção endotelial, obesidade central e alterações nos marcadores pró-inflamatórios crônicos. Portanto, mulheres com SOP estão mais sujeitas a sintomas clínicos adversos, como o desenvolvimento precoce da síndrome metabólica (SM) (SOUSA et al, 2013). Estudos acerca dos aspectos psicossociais das mulheres com SOP mostram que há maior risco de desenvolvimento de transtornos de ordem psíquica, como ansiedade, estresse, depressão e insatisfação sexual, contribuindo com o isolamento social. Além disso, pode ocorrer o comprometimento da adesão ao tratamento proposto devido a essa sintomatologia (BERNARD et al, 2007). Diante desse cenário psicossocial encontrado na SOP, pode-se inferir que há o comprometimento da qualidade de vida dessas mulheres (MOREIRA, et al, 2010). Muitas vezes essas pacientes se sentem estigmatizadas por não corresponderem ao padrão de beleza física. Dessa forma, é de grande valia que os médicos tenham uma abordagem mais humanizada, buscando estratégias satisfatórias que propiciem mudanças no estilo de vida dessas pacientes, garantindo uma melhora na qualidade de vida (MOREIRA; SA et al, 2013). Volume 5 – Edição 1 - 2021 4.3 DIAGNÓSTICO Embora seja o distúrbio metabólico mais comum entre as mulheres, seus critérios diagnósticos são controversos. Várias sociedades médicas desenvolveram propostas de protocolos diagnósticos através de consensos baseados em evidências disponíveis na época (FERNANDES; SA et al, 2019). Atualmente existem três métodos diagnósticos mais conhecidos, NIH, Consenso de Rotterdam e AE-PCOS Society. Contudo, o protocolo diagnóstico mais amplamente utilizado é o consenso de Rotterdam (FAUSER et al, 2012), uma vez que engloba fenótipos mais amplos do que os contemplados pelo Consenso de NIH, ou seja, mais dois fenótipos passam a ser compatíveis com o diagnóstico de SOP: pacientes com evidências clínicas ou laboratoriais de hiperandrogenismo associados com ovários policísticos, mas sem disfunção menstrual; e pacientes com disfunção menstrual e ovários policísticos, mas sem a presença de hiperandrogenismo (MARCONDES et al, 2011). Segundo o Consenso de Rotterdam, deve haver a existência de dois entre os seguintes fatores: oligo ou anovulação, tendo como manifestação clínica oligo ou amenorréia, sangramento vaginal disfuncional e infertilidade; níveis elevados de androgênios circulantes e/ou manifestações clínicas do excesso de androgênios como hirsutismo, acne e alopecia; ovários com morfologia policística com presença de 12 ou mais folículos medindo entre 2 a 9 mm de diâmetro e/ou volume ovariano maior que 10 cm3 à ultrassonografia (BOUZAS, 2007). Além disso, a exclusão de outras doenças que também cursam com hiperandrogenismo constitui-se no quarto, e obrigatório, critério diagnóstico (ROSA-E-SILVA, 2018). Outrossim, outros aspectos podem ser levados em consideração a fim de ampliar o diagnóstico, dentre eles, tem-se a RI (TEEDE et al, 2018) e a DM tipo 2. Além disso, há uma relação já bem documentada entre a SOP e a obesidade. Dessa forma, faz parte da propedêutica diagnóstica desta síndrome a investigação metabólica e bioquímica na busca de fatores de risco para DCV, além da avaliação do metabolismo glicídico e lipídico (FERNANDES; SA et al, 2019). 4.4 TRATAMENTO Volume 5 – Edição 1 - 2021 É importante salientar a necessidade de um planejamento de práticas de saúde mais eficazes, que contemplem não apenas a condição biológica, mas também a psicossocial da paciente. Deve se valorizar e reconhecer os sentimentos advindos dos seus sintomas, uma vez que pode contribuir com a adesão ao tratamento (MOREIRA; SA et al, 2013). Dessa forma, torna-se necessário um atendimento multidisciplinar e principalmente, o acompanhamento psicológico a essas pacientes, a fim de criar estratégias adaptativas diante do diagnóstico e quadro clínico (MOREIRA et al, 2010). O primeiro e mais efetivo ponto do tratamento da SOP é a modificação do estilo de vida, a perda de peso atrelada ao exercício físico regular e restrição dietética. Essas ações podem contribuir com a restauração da ovulação e da regularidade menstrual, além de diminuir a RI (BOUZAS, 2007). Além dessas medidas iniciais, se for comprovado laboratorialmente a RI, o uso de metformina pode contribuir com a melhor foliculogênese até o retorno dos ciclos ovulatórios (MOTTA et al, 2012). Dessa forma, o tratamento medicamentoso visa amenizar os sintomas de hiperandrogenismo, reparar o ciclo menstrual e ovulatório e atenuar a SM (PEREIRA et al, 2015). A metformina tem sido utilizada em pacientes com sinais, sintomas e/ou alterações laboratoriais deRI, sendo capaz de melhorar a sensibilidade à insulina, sinais de hiperandrogenismo e irregularidade menstrual. É um medicamento que tem mostrado eficácia na restauração da ovulação (BOUZAS, 2007) e tem se mostrado muito eficaz na prevenção a longo prazo de DCV em pacientes com SOP (PEREIRA et al, 2015). Segundo estudos, pacientes com IMC (índice de massa corporal) < 30 kg/m2 e infertilidade de causa ovulatória, podem se beneficiar do uso da metformina, porém devem ser orientadas quanto a outros medicamentos mais eficazes como o citrato de clomifeno (CC) (MACIEL, 2018). Nas mulheres anovuladoras com SOP, o tratamento com CC tem sido utilizado, entretanto, há possibilidade de aumentar a chance de multiparidade em 10%. Grande parte dessas pacientes (80%) irão responder ao estímulo ovariano do CC, mas apenas cerca de 50% engravidam em até seis meses de tratamento (MOTTA et al, Volume 5 – Edição 1 - 2021 2012). Segundo estudos, mulheres com IMC > 30 kg/m2 podem se beneficiar com o uso dessa medicação, melhorando os resultados reprodutivos (MACIEL, 2018). O uso de anticoncepcionais orais são empregados em pacientes com anovulação e hiperandrogenismo, uma vez que os estrogênios diminuem os níveis de andrógenos circulantes ao incrementar os níveis de globulina transportadora de hormônios sexuais (SHBG) e por diminuir a atividade da 5 α-redutase, que também é determinada pelo progestogênio, o qual reduz a síntese e a secreção de gonadotrofinas hipofisárias (SOARES JUNIOR; BARACAT, 2010). Além disso, os contraceptivos orais desempenham um papel importante no tratamento do hirsutismo e na regulação do perfil hormonal. Conseguem reduzir cerca de dois terços do crescimento dos pelos nessas pacientes. O recomendado é utilizar doses de progestogênios com baixa atividade androgênica. Os mais conhecidos são: desogestrel, gestodeno, norgestimato e drospirenona (PEREIRA et al, 2015). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Dessa forma, a SOP constitui uma desordem endócrina que está vinculada a diversos problemas de saúde, incluindo dislipidemia, HAS, DM tipo 2, DCV e infertilidade. Além disso, pode levar a implicações de ordem psíquica, como ansiedade, estresse, depressão e insatisfação sexual. Devido a isso, faz-se necessário uma abordagem multidisciplinar, englobando médico, educador físico, psicólogo e nutricionista, uma vez que a sintomatologia da SOP afeta não só seu bem estar físico, mas também o psíquico. Apesar de ser um distúrbio relativamente comum em mulheres em idade fértil, sua etiologia ainda carece de estudos e seus critérios diagnósticos ainda não apresentam um consenso, mas observa-se grande predileção na utilização dos critérios de Rotterdam, uma vez que engloba fenótipos mais amplos que não são considerados pelo Consenso de NIH. Outrossim, o tratamento dessa desordem deve ser prolongado, incluindo mudanças no estilo de vida e uso de medicações como a metformina e os Volume 5 – Edição 1 - 2021 anticoncepcionais orais a fim de corrigir as anormalidades hormonais e aliviar os sintomas. Além disso, o uso de CC tem mostrado grande eficácia no tratamento da infertilidade, garantindo melhora reprodutiva dessas mulheres. Assim sendo, observa- se que ainda há uma certa carência em estudos que busquem compreender a etiologia da doença a fim de garantir um diagnóstico e um rastreio mais efetivo. 6 REFERÊNCIAS BERNARD, L. et al. Quality of life and psychological well being in polycystic ovary syndrome. Human Reproduction. V. 22, nº 8, pág. 2279-86. Aug. 2007. DOI: https://doi.org/10.1093/humrep/dem108. Disponível em: https://academic.oup.com/humrep/article/22/8/2279/642022. Acesso em 16 de abril de 2021. BOUZAS, I. Síndrome dos ovários policísticos na adolescência. Adolescência e Saúde. V. 4, nº 4, pág. 43-47. 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