Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
↳ O que é triagem? • Pegar uma população de pessoas assintomáticas, sem manifestações clínicas, separar esses pacientes e, uma vez identificando alterações nesses exames de triagem, os pacientes serão encaminhados para a realização do diagnóstico. • Então, triagem não faz diagnóstico. Exame de triagem alterado, eu apenas seleciono o paciente e encaminho para fazer a confirmação diagnóstica. ↳ Triagem biológica • Vamos coletar o sangue do recém- nascido no papel filme, puncionando o pé da criança. • O grande representante da triagem biológica é o teste do pezinho. ↳ Triagem clínica • Teste do reflexo vermelho (teste do olhinho); • triagem auditiva (teste da orelhinha) • triagem de cardiopatia congênita (teste do coraçãozinho) ↳ Teste do pezinho • 30 a 50 dia de vida (Ideal), podendo chegar até o 300 dia de vida se o paciente estiver internado • O teste do pezinho é usado para identificar doenças precocemente. ↳ Programa nacional de triagem neonatal • Rastreamento populacional • Reduzir a morbimortalidade e melhorar qualidade de vida dos pacientes. ↳ Fenilcetonúria • Erro inato do metabolismo, o paciente nasce com defeito específico na metabolização da fenilalanina, que é um aminoácido presente na dieta. • Defeito na atividade da fenilalanina hidroxilase (enzima) -> Acúmulo de fenilalanina no sangue (tóxico) • Diagnostico e tratamento precoce (antes dos 3 meses) • Tratamento; é não ingerir quantidades de fenilalanina maiores que a capacidade enzimática dele, fazendo uma dieta com baixo teor de fenilalanina. O tratamento é para o resto da vida. • Manifestações clínicas; Atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor; Deficiência mental; padrão autista; convulsões, odor da urina ( Odor de rato – Por causa da presença do ácido fenilacético). • Apresentação metabólica; ⇢ Fenilcetonúria Clássica; Atividade enzimática praticamente inexistente, menor que 1% e níveis de fenilalanina plasmática superiores a 20mg/dL (Mais grave) ⇢ Fenilcetonúria leve; Atividade enzimática entre 1% e 3% e níveis de fenilalanina entre 10mg e 20 mg ⇢ Hiperfenilalanina transitória ou permanente; atividade enzimática superior a 3%, levando a níveis de fenilalanina entre 4mg e 10 mg, considerada uma condição benigna que não resulta em sintomatologia clínica • Um ponto importante é que a coleta no teste do pezinho não pode ser feito antes das 48h de vida do paciente, uma vez que a origem da fenilalanina é da dieta (leite materno). • O protocolo pede para que os pacientes que nascem pré-termo/ baixo peso sejam colhidas três amostras de sangue no intervalo de um mês, ao invés de colher uma só, pois geralmente esse paciente vai ter pouca ingesta. ↳ Hipotireoidismo congênito • Emergência pediátrica • Incapacidade da glândula tireoide do paciente em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos • O teste do pezinho dosa o TSH. • Caso o TSH esteja aumentado, faz-se a dosagem de sangue periférico de TSH, T4 livre e T3. • Teste do pezinho ⇢ O valor de corte do TSH a 10 mUI/L. ⇢ Se estiver menor que dez o resultado é normal ⇢ Se estiver entre 10 e 20 o paciente está nos valores limítrofes e nós convocamos outro teste do pezinho. ⇢ Se for maior que 20, o paciente é convocado com urgência para dosagem de sangue periférico para confirmar a doença. • O hipotireoidismo pode ser classificado em: − Primário: se houver uma falha na glândula tireoide. (Mais Prevalente) − Secundário: quando ocorre deficiência de TSH. − Terciário: quando ocorre deficiência de TRH. • Manifestações clínicas; Hipotonia muscular; Constipação intestinal; Sonolência excessiva, dificuldade de crescimento e de ganho de peso, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental (Cretinismo) • Tratamento; reposição hormonal (levotiroxina) pelo resto da vida acompanhando com o endocrinologista. ↳ Doença falciforme • Pacientes com anemia falciforme produzem a HbS, que é defeituosa. A hemoglobina normal do adulto é a HbA. • No teste do pezinho avaliamos também a hemoglobina fetal HbF. A HbF está presente no organismo até o terceiro/ quarto mês de vida e é responsável por proteger a criança. • A criança que tem anemia falciforme não tem manifestação clínica até os seis meses de idade, porque a HbS a protege, após esse período ela começa a perder a HbF e o padrão dela vai ser a HbS. • Afecção genética com padrão de herança autossômico recessivo, causada por um defeito na estrutura da cadeia beta da hemoglobina que leva a mudança estrutural, quando expostas a determinadas condições como; febre alta, baixa tensão de O2, infecções. • O padrão do traço falcêmico é o HbFAS (paciente que tem a alteração genética e não tem manifestação clínica, mas pode se manifestar na sua prole caso o parceiro também seja traço falcêmico, com probabilidade de 25%). • Então, se pegamos um indivíduo traço falcêmico tranquilizamos a mãe, pois ele não vai ter manifestação clínica, mas informamos sobre a alteração genética que pode se manifestar em gerações futuras. • Manifestações clínicas; Anemia hemolítica, Crise vaso – oclusivo, crise da dor, insuficiência renal, AVC, maior susceptibilidade a infecção, sequestro esplênico, alterações no desenvolvimento neurológica ↳ Fibrose cística – Mucoviscosidade • Doença hereditária grave, padrão autossômico recessivo e afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, nem processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade • São mutações em genes que são responsáveis por produção de proteínas transmembrana, que funcionam como canal, que ficam no topo de algumas glândulas. • Então, todo local do nosso corpo que tem glândula vai ter uma proteina responsável pela secreção. • O paciente com fibrose cística, produz uma proteina transmembrana defeituosa, por isso ele não consegue produzir muco normalmente. • Manifestações clínicas; Esteatorreia; Perda de sal pelo suor (muito marcante), dificuldade de ganho de peso, edema, pancreatite, retardo no desenvolvimento • Teste do pezinho mede a tripsina imunorreativa • o diagnóstico definitivo da fibrose cística é pelo teste do suor. • Tratamento; dar enzimas pancreáticas para auxiliar na absorção, damos vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K) que ele tem dificuldade de absorver, fazemos profilaxia com antibióticos para infecções respiratórias, fisioterapia respiratória, dieta específica. ↳ Hiperplasia adrenal congênita • Conjunto de síndromes transmitidas de forma autossômica recessiva , que se caracteriza pelas diferentes deficiências enzimáticas na síntese de esteroides adrenais • HAC mais comum; 21- hidroxilase (95%) • O diagnóstico presuntivo da HAC na triagem neonatal é realizado pela quantificação da 17-hidroxi-progesterona (17-OHP), seguido de testes confirmatórios no soro • As manifestações clínicas na HAC dependem da enzima envolvida e do grau de deficiência enzimática (total ou parcial) • A apresentação clínica pode se expressar por insuficiência glicocorticoide, insuficiência mineralocorticoide, excesso de andrógenos ou ainda por insuficiência de andrógenos − Forma clássica perdedora de sal. – Mais Grave − Forma clássica não perdedora de sal (virilizante simples). − Forma não clássica (de início tardio) ↳ Deficiência de biotinidase • Doença metabólica hereditária na qual há um defeito no metabolismo da biotina. • Consequência, ocorre uma depleção da biotina endógena devido a uma incapacidade do organismo fazer a sua reciclagem ou de usar a biotinaligada à proteína fornecida pela dieta • Deficiência na absorção das vitaminas B • Classificação; − Deficiência profunda de biotinidase: atividade enzimática menor que 10% − Deficiência parcial de biotinidase: atividade enzimática entre 10% e 30% − Sem deficiência de biotinidase: atividade enzimática acima de 30%, • Manifesta-se a partir da sétima semana de vida; • Distúrbios neurológicos e cutâneos, crises epiléticas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, alopecia e dermatite eczemátide. • Diagnóstico tardio observam-se distúrbios visuais, auditivos, assim como atraso motor e de linguagem. • Pacientes com testes de triagem alterados (parcial ou total), identificados pela análise da enzima biotina, serão classificados como suspeitos até a confirmação ou não do diagnóstico, que será estabelecido a partir do teste quantitativo da atividade de biotinidase. • O tratamento medicamentoso é muito simples, de baixo custo e consiste na utilização de biotina em doses diárias, de acordo com a subclassificação da deficiência de biotina, baseada no teste quantitativo. ↳ Triagem auditiva • Identificar surdez precoce • Deve ser realizada, nos primeiros dias de vida (24h a 48h) na maternidade, e, no máximo, durante o primeiro mês de vida, a não ser em casos quando a saúde da criança não permita. • Para os neonatos e lactentes sem indicador de risco, utiliza-se o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE). • EOAE – teste da orelhinha • Para os neonatos e lactentes com indicador de risco, utiliza-se o teste de Peate Automático ou em modo triagem ↳ Teste do olhinho • Detecção precoce de problemas oculares congênitos que comprometem a transparência dos meios oculares e que podem impedir o desenvolvimento visual cortical • Observação do reflexo vermelho da retina indica que as estruturas oculares internas estão transparentes (Normal) • As principais causas de teste do olhinho alterado são: a catarata congênita, glaucoma congênito, retinoblastoma, leucoma, inflamações intraoculares da retina e vítreo, retinopatia da prematuridade (ROP) no estágio 5, descolamento de retina, vascularização fetal persistente e hemorragia vítrea. • Assimetria entre os olhos: estrabismo, anisometropia, altas ametropias, luxações de cristalino e malformações como o coloboma de polo posterior ↳ Teste do coraçãozinho • Triagem das cardiopatias congênitas críticas
Compartilhar