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4 4 ILUMINISMO - CONTEÚDO QUESTÕES ORIENTADAS

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FILOSOFIA
ILUMINISMO E FILOSOFIA NO SÉCULO XIX
FRENTE U | CAPÍTULO 01
A CRISE DA 
MODERNIDADE 
O Iluminismo ou Século das Luzes foi um movimento 
que surgiu na Europa, na segunda metade do séc. XVIII. 
Este movimento marcou profundas transformações na 
produção artística, filosófica, política, literária e jurídica. 
Os pensadores iluministas defendiam que “todos 
os homens são dotados de uma espécie de luz natural, de 
racionalidade”. Portanto, afirmavam a possibilidade da 
ocorrência de um progresso racional da humanidade. 
Por isso, durante o iluminismo, os filósofos buscaram 
descobrir a verdade sobre a natureza, o conhecimento 
e a humanidade e assumiram esse desafio percorrendo 
diferentes caminhos.
A religião e os iluministas
Qual é o traço mais característico do século do 
iluminismo? Nada parece mais fácil de responder, conforme 
a ideia tradicional que temos do assunto: a atitude crítica 
e cética em relação à religião, essa é a essência mesma da 
filosofia do iluminismo [...].
Extirpar toda crença absolutamente, quaisquer que 
sejam os argumentos em que se apoie ou a forma histórica 
que assuma, parece ser definitivamente o único meio de 
libertar o homem dos preconceitos e da servidão e de 
abrir-lhe a via da verdadeira felicidade [...].
Uma vez que se tomou consciência deste estado 
de coisas, não é mais possível pensar em retorno, 
compromisso ou conciliação. É preciso escolher entre a 
liberdade e as cadeias, entre a lucidez da consciência e a 
obscuridade das paixões, entre ciência e fé. E a escolha, 
evidentemente, não é problemática para o homem dos 
tempos novos, o homem das luzes. Ele renunciará sem 
reservas ao socorro vindo do alto, encontrará ele próprio 
seu caminho para a verdade e não pensará possuir esta 
verdade que ele não obteve e experimentou em virtude de 
suas próprias forças.
CASSIRER, E. La Philosophie des Lumières. Paris: Gallimard, 1966. p. 
153-154.
O Iluminismo foi um movimento contrário a toda autoridade 
que não estivesse submetida à razão e à experiência, que não 
possa justificar-se racionalmente. Desta feita, entende-se que 
os filósofos iluministas começaram a desafiar a tradição e o 
pensamento preestabelecido dos gregos antigos, o que abriu 
as portas para uma nova forma de questionamento filosófico 
baseado no conhecimento humano e na razão.
Para os iluministas, o pensamento deve ser autônomo, não 
tutelado. Desta forma, o homem atinge o que Kant chamou de 
“maioridade”, isto é, a possibilidade de pensar por si mesmo, de 
maneira independente. Sobre isto, Kant escreveu:
Esclarecimento (Aufklärung) é a saída do homem de sua 
menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a 
incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de 
outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade 
se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na 
falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção 
de outrem. Sapere aude (Ouse saber)! Tem coragem de fazer uso 
de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? IN: Textos Seletos. Petrópolis: 
Vozes, 1974. p. 103.
Outro filósofo alemão, Arthur Schopenhauer, descreveu o 
Iluminismo como órganon (instrumento) que pode libertar o 
indivíduo e fazê-lo construtor de um mundo racional e, sobretudo, 
humano. Entretanto, deve-se ressaltar que o iluminismo não se 
refere ao racionalismo como teoria epistemológica, mas sim, 
a característica universal dos seres humanos a partir de sua 
capacidade de pensar poder se libertar dos grilhões da ignorância.
A noção de progresso da humanidade é assim 
característica desse tipo de concepção. Em contrapartida, 
devem ser igualmente identificados os elementos que 
impedem tal progresso, que se opõem à razão. Dentre 
esses elementos encontra-se a religião, na medida 
em que subordina o homem a crenças irracionais e 
a uma autoridade, a Igreja, baseada na submissão e 
nas superstições. O pensamento iluminista é, assim, 
fortemente laico, secular e, até mesmo, em alguns casos, 
abertamente anticlerical.
MARCONDES, D. Iniciação à História da filosofia: dos pré-socráticos a 
Wittgenstain. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 207.
IMMANUEL KANT
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01 ILUMINISMO E FILOSOFIANO SÉCULO XIX
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Kant nasceu em Königsberg, Prússia Oriental, em 1724. Foi 
o principal pensador do Esclarecimento. Kant foi fortemente 
influenciado pelo pietismo (movimento que marcou uma 
renovação do luteranismo).
Ele estudou na universidade local, da qual se tornou professor 
e reitor. Homem de vida simples, não casou e apesar da fama que 
adquiriu por conta das ideias filosóficas, nunca deixou sua cidade 
natal.
OBS: Esclarecimento: a saída do homem de sua 
menoridade, da qual ele próprio é culpado.
A visão política
Kant acreditava que somente um Estado organizado em bases 
republicanas poderia realizar o ideal iluminista de progresso e 
aperfeiçoamento da espécie humana.
Como os demais pensadores iluministas, Kant entendia que 
a humanidade era capaz de se aperfeiçoar moralmente e de se 
tornar responsável por seu próprio destino, sem a necessidade da 
tutela dos reis, padres ou pastores. Porém, esse ideal só poderia 
se tornar num regime republicano, em que houvesse separação 
de poderes e em que o povo fosse o único soberano.
Kant, afirmou ainda, que a liberdade era a meta final da história 
da humanidade e que estava próxima de se realizar. Idealizou um 
futuro em que a violência e a guerra, que caracterizam a história 
humana até então, seriam substituídas por uma república 
mundial, da qual todos os homens seriam cidadãos.
A visão moral
Kant era um deontologista, ou seja, ele acreditava firmemente 
que uma ação seria definida como moral ou imoral com base no 
motivo por trás dela (em oposição aos consequencialistas, que 
julgam a moralidade de uma ação com base em suas consequências).
OBS: A deontologia é um tratado dos deveres e da 
moral. É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o 
que é moralmente necessário e serve para nortear o que 
realmente deve ser feito.
Para Kant, uma vez que temos a habilidade de deliberar e dar 
razões para uma ação, o julgamento moral deve avaliar as razões 
pelas quais uma ação foi tomada. Desta forma, agir erroneamente 
é violar as regras criadas por nossa própria razão pessoal ou criar 
regras que não podem ser vistas consistentemente como leis 
universais. Sobre isto, Kant escreveu:
“O imperativo categórico é, portanto, só um único, que é este: 
age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo 
querer que ela se torne lei universal.”
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 1995. p. 59.
Conforme lido, para Kant, a moralidade não diz respeito 
apenas ao que fazer, mas também a por que fazer. Aqueles que 
fazem a coisa certa não o fazem só por causa do modo como se 
sentem: a decisão precisa ser baseada na razão, pois é ela que diz 
que é o nosso dever, independentemente de como porventura 
nos sentiremos. Desta forma, o nosso dever moral é o nosso dever 
moral, quaisquer que sejam as consequências ou circunstâncias, 
devemos agir segundo o nosso dever. 
A nova revolução copernicana
Kant vivenciou um período marcado pela dicotomia entre 
racionalistas e empiristas, entretanto, para ele, tanto os sentidos 
como a razão seriam fatores determinantes no processo de 
conhecimento das coisas e, portanto, não adotou nenhuma 
das duas posições epistemológicas. Isso porque, segundo ele, 
ambas apresentavam acertos e erros. Desta forma, ele resolveu 
sintetizá-las com o intuito de obter melhores resultados, surge 
então o criticismo. 
Kant formulou a metáfora da revolução copernicana para 
justificar, em relação ao conhecimento, que não é o sujeito que 
se orienta pelo objeto (o real), como quis a tradição, mas o objetoque é determinado pelo sujeito. Com este propósito, ele escreveu 
Crítica da Razão Pura, pois buscava investigar o modo pelo qual, 
na experiência do conhecimento, sujeito e objeto se relacionam 
e em que condições esta relação pode ser considerada legítima. 
Segundo Kant, o conhecimento do objeto resulta da 
contribuição de duas faculdades de nossa mente, a sensibilidade 
e o entendimento. A sensibilidade está relacionada às intuições 
puras, são o tempo e o espaço. Essas formas não existem como 
realidades em si mesmas, não sendo possível dizer que o espaço 
e o tempo têm realidades fora do próprio ser humano, assim 
como outros objetos do mundo físico. O entendimento consiste 
na capacidade do intelecto humano de julgar, são as categorias. 
Estas ferramentas são utilizadas pelo ser humano para pensar 
aquilo que foi experimentado, ou seja, são as diversas formas que 
o ser humano tem para alcançar o conhecimento sobre o mundo.
“Sem sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado; sem 
o entendimento, nenhum seria pensado. Pensamentos sem 
conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas.”
KANT, I. Críticas da razão pura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. p. 89. 
As categorias, juntamente com as intuições puras, constituem 
o sujeito transcendental. Para entender o Sujeito Transcendental 
de Kant é preciso conhecer a distinção que ele faz entre 
fenômenos e noúmenos. Sendo o primeiro, as realidades e as 
aparências interpretadas por nossa mente e, o segundo, as coisas 
que existem independentemente da interpretação de nossa 
mente. Ver esquema abaixo:
MUNDO MATERIAL
NOUMENTAL
MUNDO MENTAL
FENOMENAL
REAL INCOGNOCÍVEL
COMPREENSÃO
(impossível de ser conhecido)
JEREMY BENTHAM
Jeremy Bentham nasceu em Londres em 1748. Bentham foi 
fortemente influenciado pelos trabalhos dos filósofos Hume e 
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01 ILUMINISMO E FILOSOFIANO SÉCULO XIX
Hobbes. A partir das concepções destes pensadores, Bentham 
escreveu o livro “Uma introdução aos princípios da moral e da 
legislação”. Neste texto, ele estabeleceu o princípio da utilidade, 
segundo o qual uma ação é aprovada quando tem a tendência de 
trazer e oferecer a mais felicidade.
Sendo assim, o utilitarismo ou princípio da maior felicidade, 
estaria fundamentado na ideia de que a coisa certa a ser feita é 
exatamente a que iria produzir a maior felicidade.
Cálculo felicífi co
Bentham afi rmou que a felicidade é defi nida como presença do 
prazer e ausência da dor. Sendo assim, para medir prazer e dor, ele 
verifi ca duração, intensidade e a probabilidade de originar outros 
prazeres. Em seguida, ele subtraia as unidades de dor que possam 
ser causadas pela ação. O resultado deste cálculo é o valor de 
felicidade da ação.
Sobre o cálculo felicífi co, Bentham escreveu:
[...] o princípio da maior felicidade é aquele que aprova ou 
desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem a 
aumentar ou diminuir a felicidade da pessoa cujo interesse está 
em jogo.
BENTHAM, J. Uma investigação dos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril 
Cultural, 1974. p. 4.
Para Bentham, a felicidade comunitária é a soma das felicidades 
individuais. Dessa forma, o princípio da utilidade determina 
que a obrigação moral de desempenhar uma ação baseia-se em 
fazer algo para produzir a maior quantidade de felicidade para o 
maior número de pessoas afetadas por essa ação. Sendo assim, 
quanto mais prazer uma ação ocasionar, mais útil ele será para a 
sociedade.
O panóptico
Bentham acreditava que as ações sociais deveriam ser 
avaliadas com base no bem-estar geral das pessoas afetadas e 
que a punição dos criminosos efetivamente desencorajava os 
delitos porque fazia os indivíduos compararem os benefícios de 
cometer um crime com a dor envolvida na punição.
Bentham pertenceu à corrente fi losófi ca que defendia o 
pragmatismo, ou seja, corrente de ideias que prega a validade 
doutrinal a partir do êxito alcançado pela mesma. Por isso, algumas 
ideias defendidas pelo Bentham tinham aspectos práticos. 
Ele pensou em um projeto arquitetônico de uma prisão 
construída em formato circular, o panóptico. Ele o descreveu 
como “um moinho para transformar vagabundos em honestos”. A 
ideia era simples, porém efi ciente. A construção deveria ter torre 
de observação colocada no centro, assim os prisioneiros não 
saberiam o momento em que seriam observados e tenderiam a 
modifi car sua atitude criminosa para não sofrer novas punições.
O dilema do trem
O “dilema do trem” é um dos mais famosos experimentos 
fi losófi cos. Um trem desgovernado ameaça matar cinco 
pessoas. Um homem muito pesado está sentado em uma 
parede em uma ponte que passa sobre a pista. Você pode 
parar o trem empurrando-o da ponte para a pista em 
frente ao trem. Ele vai morrer, mas os cinco serão salvos. 
Você não pode optar por pular na frente do bonde 
porque não é grande o sufi ciente para pará-lo. De um 
ponto de vista utilitarista, o dilema é o mesmo – você 
sacrifi ca uma vida para salvar cinco? – e a resposta é sim.
AULAS 01
4. FILOSOFIA MODERNA
4.4 ILUMINISMO
APOSTILAS: 1 resumo + 20 questões
EXERCÍCIOS ONLINE: 30 questões
CAIU NO ENEM: 5 questões
REVISÃO NA PLATAFORMA
JOHN STUART MILL
John Stuart Mill nasceu em Londres, em 1806. Aos vinte anos, 
tornou-se um dos pensadores mais brilhantes de sua época. 
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01 ILUMINISMO E FILOSOFIANO SÉCULO XIX
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Mill foi um ativista contra a injustiça, também se tornou um 
dos primeiros feministas, chegando a ser preso por fomentar o 
controle da natalidade. 
Mill recebeu uma educação utilitarista, desde criança 
frequentou a casa de campo de Bentham, em Surrey. Entretanto, 
embora concordasse com Bentham em relação ao conceito de 
ação correta, ele divergia no que tange ao cálculo da felicidade.
Felicidade em Mill
Mill achava que podemos ter diferentes tipos de prazer 
e alguns são muito melhores que outros, tão melhores que 
nenhuma quantidade do prazer inferior jamais será equiparável 
à menor quantidade do prazer superior. Dessa forma, ele não 
apresentou mecanismos visando calcular o nível de felicidade.
Princípio do dano
Segundo Mill, todo adulto deveria ser livre para viver como 
quisesse, desde que ninguém seja prejudicado no processo.
Nas palavras do próprio Mill, o princípio do dano:
É o princípio de que o único fim para o qual as pessoas têm 
justificação, individual ou coletivamente, para interferir na 
liberdade de ação de outro, é a autoproteção. É o princípio de que 
o único fim em função do qual o poder pode ser corretamente 
exercido sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, 
contra a sua vontade, é o de prevenir dano a outros. 
MILL, John Stuart. Sobre a Liberdade. Rio de Janeiro (RJ): Nova Fronteira, 2011. p. 35.
Uma área na qual Mill era particularmente radical em 
sua época era o feminismo. Na Inglaterra do século XIX, as 
mulheres casadas não podiam ter propriedade e tinham 
pouquíssima proteção contra a violência e o estupro pelos 
maridos. Mill defendeu em A sujeição das mulheres (1869) 
que os sexos deveriam ser tratados igualmente, tanto 
no Direito quanto na sociedade de modo geral. Algumas 
pessoas que o cercavam diziam que as mulheres eram 
naturalmente inferiores aos homens. Ele questionava 
como era possível afirmar isso quando as mulheres quase 
sempre foram proibidas de atingir todo o seu potencial: 
elas eram mantidas afastadas da educação superior e de 
muitas profissões. Acima de tudo, Mill queria uma maior 
igualdade entre os sexos. O casamento deveria ser uma 
relação de amizade entre iguais, dizia ele.
WARBURTON, N. Uma breve história da filosofia. Porto Alegre: LePM, 2015. p. 159.
GEORG HEGEL 
Hegel nasceu em Stuttgart, na Alemanha, em 1770. 
Estudou filosofia e teologia na Universidade de Tübingen e, 
posteriormente, tornou-se professor na Universidade de Berlim.Quando morreu, Hegel era o filósofo mais conhecido e admirado 
de sua época.
Hegel entendia que a forma de pensar do homem seria variável 
de acordo com o tempo. Assim, seria impossível determinar uma 
verdade universal que fosse válida para todos os homens em 
todas as gerações, ou seja, que vigorasse independentemente 
do tempo e do espaço. Sendo assim, para ele, “toda consciência 
é uma consciência do seu tempo”. Desta feita, a história constitui 
ponto central das ideias de Hegel.
Na História, o pensamento está subordinado aos dados da 
realidade, que mais tarde servem como guia e base para os 
historiadores. Por outro lado, afirma-se que a Filosofia produz 
suas ideias a partir da especulação, sem levar em conta os dados 
fornecidos. Se a Filosofia abordasse a História com tais ideias, 
poder-se-ia sustentar que ela ameaçaria a História como matéria-
prima, não a deixando como é, mas moldando-a conforme essas 
ideias, construindo-a, por assim dizer, a priori. Mas, como se supõe 
que a História compreenda os acontecimentos e ações apenas 
pelo que são e foram e que, quanto mais factual, mais verdadeira 
ela é, parece que o método da Filosofia estaria em contradição 
com a função da História.
HEGEL, G. A razão na História: uma introdução geral à Filosofia da História. São Paulo: 
Centauro, 2001. p. 52.
A Dialética
Como Kant, Hegel era um idealista, pois acreditava que a 
mente tinha acesso apenas àquilo que o mundo parecia ser e 
que nunca perceberíamos completamente o que o mundo é. 
Entretanto, ao contrário de Kant, Hegel defendia que as ideias 
eram sociais, isto é, eram moldadas pelas ideias de outras pessoas 
e, esta consciência coletiva seria, para ele, o espírito do mundo.
Nas palavras do próprio Hegel, o espírito do mundo seria:
Mas que é o Espírito? É o único Infinito imutavelmente 
homogêneo – a Identidade pura – que, em sua segunda fase, se 
separa de si mesmo e faz desse segundo aspecto seu próprio 
oposto polar, ou seja, como existência por si e em si em contraste 
com o universal.
Hegel, G. A fenomenologia do espírito. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
Segundo Hegel, o espírito se desenvolve pelo mesmo tipo 
de padrão que uma ideia durante uma discussão, a dialética. 
Primeiro, há uma ideia a respeito do mundo, que por uma falha 
inerente, dá oportunidade ao surgimento da antítese. Essa tese 
e a antítese, por fim, reconciliam-se com a criação da síntese e 
surge uma nova ideia composta dos elementos tanto da tese 
quanto da antítese.
O Estado
O Estado, segundo Hegel, consistia no grau máximo de 
agrupamento entre os diversos interesses contraditórios dos 
indivíduos que o compõem. Desta forma, a família e a sociedade 
civil estariam situadas em um patamar inferior ao do Estado.
Assim sendo, Hegel caracterizava o Estado como soberano, 
pois seria a instituição responsável por instaurar todo o corpo 
de leis que regula a vida social. Outrossim, para ele, não haveria 
liberdade sem lei, pois onde há lei, necessariamente há liberdade.
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01 ILUMINISMO E FILOSOFIANO SÉCULO XIX
ARTHUR SCHOPENHAUER 
Schopenhauer nasceu em Dantzig, Alemanha, em 1788. 
Estudou na Universidade de Göttingen e de Berlim. Em 1819, 
tornou-se professor da Universidade de Berlim. Entretanto, os 
seus ataques a Hegel o tornaram impopular na Europa. 
Avesso ao cristianismo, ele desenvolveu um notável interesse 
pelas religiões orientais, como budismo e hinduísmo, agregando 
elementos dessas religiões à sua filosofia.
Embora o trabalho filosófico de Schopenhauer aborde ampla 
variedade de assuntos, de modo geral, há sempre o tema do 
pessimismo e a presença da dor inerente à condição humana.
A doutrina do pessimismo
Ele criticou o otimismo nos trabalhos de Kant e Hegel, que 
afirmavam que a sociedade e a razão determinam a moralidade 
de uma pessoa. Schopenhauer evidenciou que os indivíduos são 
motivados pelos próprios desejos ou vontade de viver, que nunca 
estaria satisfeita. Sendo esta o que guiaria a humanidade e, ao 
mesmo tempo, a causa de todo o sofrimento da espécie humana. 
Isso porque, o sofrimento seria resultado do fato de sempre 
querermos mais.
Nas palavras do próprio Schopenhauer, o mundo como 
vontade seria:
Devemos banir a obscura impressão desse nada que 
discernimos atrás de toda virtude e santidade como objetivo final 
e que temos como as crianças temem a escuridão; não devemos 
nem mesmo fugir disso como fazem os índios, por meio dos mitos 
e palavras sem sentido, tais como reabsorção em Brama ou 
Nirvana dos budistas. Devemos antes reconhecer livremente o 
eu que fica, depois da inteira abolição da vontade, é para aqueles 
que estão ainda cheios de vontade, certamente nada; mas, 
inversamente, para aqueles em que a vontade voltou e se negou 
a si mesma, este nosso mundo, que é tão real, com todos os sóis e 
vias lácteas, não é nada.
SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
Ainda segundo Schopenhauer,
A vida da maioria não é nada mais que uma batalha diária 
pela existência, com a certeza da derrota final. Mas aquilo que 
os faz continuar nessa tão árdua batalha não é tanto o amor pela 
vida, mas o medo da morte, a qual, apesar de tudo, encontra-se 
inevitável no fundo, e pode a cada minuto sobrevir. A própria vida 
é um mar cheio de escolhas e vórtices, dos quais o homem procura 
escapar com a máxima prudência e cuidado; embora sabendo, 
que quando também conseguir, com tanto esforço e arte, deles 
fugir, por causa disso justamente se aproxima com cada um de 
seus passos e até para eles aponta em linha reta o ele, para o total, 
inevitável e irreparável naufrágio: a morte.
ANTISERI, D.; REALE, G. História da Filosofia: do romantismo ao empiriocentrismo. São 
Paulo: Paulus, 2003. p. 222.
A estética
Segundo Schopenhauer, a estética separa o intelecto da 
vontade. Desta forma, se a vontade que guia os homens está 
baseada no desejo, a arte, por sua vez, possibilita que o individuo 
escape temporariamente das dores do mundo porque a 
contemplação estética faz com que ele pare de perceber o mundo 
somente como representação.
A ética
Schopenhauer, em sua teoria moral, identificou três incentivos 
primários que direcionam a moralidade das pessoas: o egoísmo 
(responsável por guiar as ações humanas pelo interesse próprio 
e fazer com que as pessoas desejem prazer e felicidade), a malícia 
(quando as escolhas têm como intenção prejudicar outrem) e 
a compaixão (quando se busca apenas o bem e não se age pelo 
senso de obrigação ou pelo benefício pessoal).
Quando era garoto, seu pai, um comerciante, fez uma 
proposta ao filho, que tinha inclinações acadêmicas: 
ele poderia se preparar para ingressar na universidade 
ou viajar pela Europa com os pais e, então, ao regressar, 
iniciar o aprendizado para se tornar um comerciante. 
O garoto escolheu viajar com a família e, ao longo dessa 
jornada, testemunhou diretamente o sofrimento terrível 
dos pobres no continente. Essa experiência influenciaria 
fortemente a visão de mundo pessimista que ele teria mais 
tarde como filósofo.
KLEINMAN, P. Tudo o que você precisa saber sobre a filosofia. São Paulo: Gente, 
2014. p. 159.
KARL MARX 
Marx nasceu em Trier, na Alemanha, em uma família judaica. 
Estudou direito na Universidade de Bonn e cursou seu doutorado 
na Universidade de Berlim, onde entrou em contato com as ideias 
dos discípulos de Hegel.
Durante sua estadia em Paris, Marx trabalhou como editor 
dos Anuários franco-germânicos, principal órgão da esquerda, 
e entrou em contato com os socialistas franceses. Entretanto, a 
pedido do governo prussiano, foi expulso da França e estabeleceu-
se provisoriamente em Bruxelas, na Bélgica.
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01 ILUMINISMO E FILOSOFIANO SÉCULO XIX
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Materialismo Histórico
SUPERESTRUTURA
Estado, política, direito
+
Ideologia
INFRAESTRUTURA
Forçasprodutivas + Relações de produção
(modo de produção)
Para Marx, as relações sociais são determinadas, ao longo da 
história, pelas dinâmicas de produção, uma vez que diferentes 
produtos dependem de distintas relações de trabalho.
Dessa forma, para ele, a cada época se desenvolveram um 
modo de ação especializada do trabalhador e uma maneira 
especifica de produzir, este fenômeno ficou conhecido como 
modo de produção.
Marx via a história como um padrão evolutivo de uma série 
de sistemas econômicos que conduzia à criação de diferentes 
sociedades e que trazia à tona ressentimentos entre as classes.
Mais-valia
A mais-valia refere-se ao excedente do trabalho, isto é, à 
fração de trabalho apropriada pelo capitalista. Para Marx, essa 
troca desigual gera um sobretrabalho (parcela de trabalho que 
não é remunerada) que, repetido incontáveis vezes com diversos 
operários ao longo dos anos, torna-se o impulso do sistema de 
trabalho capitalista.
Luta de classes
Para Marx, as classes sociais da sociedade capitalista são 
definidas por sua relação com o mundo do trabalho, de um 
lado, estão os empresários (burguesia/proprietários dos meios 
de produção), do outro, estão os trabalhadores (proletariado/
vendem sua força de trabalho em troca de salário). Entretanto, 
esta relação entre essas duas classes é conflituosa, na medida em 
que a sobrevivência de uma depende da exploração da outra.
A luta de classes marca o conflito entre a conservação e 
a transformação. O desejo do capitalista de preservar seus 
direitos de propriedade dos meios de produção e de exploração 
do trabalho do operário é, por definição, antagônico ao anseio 
do trabalhador por jornadas menos duras de trabalho, maiores 
salários e participação nos lucros, em caráter imediatista.
Ideologia
De acordo com Marx, a ideologia é uma falsa consciência do 
mundo. Nas palavras do próprio Marx, a ideologia seria:
A produção de ideias, de representações e da consciência 
está em primeiro lugar direta e intimamente ligada à atividade 
material e ao comércio material dos homens; é a linguagem 
da vida real. As representações, o pensamento, o comércio 
intelectual dos homens surge aqui como emanação direta do seu 
comportamento material. O mesmo acontece com a produção 
intelectual quando esta se apresenta na linguagem das leis, 
política, moral, religião, metafísica etc., de um povo. São os 
homens que produzem as suas representações, as suas ideias etc., 
mas os homens reais, atuantes e tais como foram condicionados 
por um determinado desenvolvimento das suas forças produtivas 
e do modo de relações que lhe corresponde, incluindo até as 
formas mais amplas que estas possam tomar. A consciência nunca 
pode ser mais do que o Ser consciente e o Ser dos homens é o seu 
processo da vida real.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia Alemã.  
A revolução dos bichos
Então, camaradas, qual é a natureza desta nossa 
vida? Enfrentemos a realidade: nossa vida é miserável, 
trabalhosa e curta. Nascemos, recebemos o mínimo 
alimento necessário para continuar respirando, e aos 
que podem trabalhar são exigidos até a última parcela 
de suas forças; no instante em que nossa utilidade acaba, 
trucidam-nos com hedionda crueldade. 
Nenhum animal, na Inglaterra, sabe o que é felicidade 
ou lazer após completar um ano de vida. Nenhum animal, 
na Inglaterra, é livre. A vida do animal é feita de miséria e 
escravidão: essa é a verdade, nua e crua. 
Será isso, apenas, a ordem natural das coisas? Será esta 
nossa terra tão pobre que não ofereça condições de vida 
decente aos seus habitantes? Não, camaradas, mil vezes 
não! O solo da Inglaterra é fértil, o clima é bom, ela pode 
dar alimento em abundância a um número de animais 
muitíssimo maior do que o existente. Só esta nossa fazenda 
comportaria uma dúzia de cavalos, umas vinte vacas, 
centenas de ovelhas --vivendo todos num conforto e com 
uma dignidade que, agora, estão além de nossa imaginação. 
Por que, então, permanecemos nesta miséria? Porque 
quase todo o produto do nosso esforço nos é roubado 
pelos seres humanos. Eis aí, camaradas, a resposta a 
todos os nossos problemas. Resume-se em uma só palavra 
--Homem. O Homem é o nosso verdadeiro e único inimigo. 
Retire-se da cena o Homem e a causa principal da fome e 
da sobrecarga de trabalho desaparecerá para sempre. 
E lembrai-vos, camaradas, jamais deixai fraquejar 
vossa decisão. Nenhum argumento vos poderá desviar. 
Fechai os ouvidos quando vos disserem que o Homem e 
os animais têm interesses comuns, que a prosperidade de 
um é a prosperidade dos outros. É tudo mentira. O Homem 
não busca interesses que não os dele próprio. Que haja 
entre nós, animais, uma perfeita unidade, uma perfeita 
camaradagem na luta. Todos os homens são inimigos, 
todos os animais são camaradas.
Lembrai-vos também de que na luta contra o Homem 
não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais 
derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve 
morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, 
nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem 
comerciar.
Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, 
jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes 
ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. 
Todos os animais são iguais.
ORWELL, G. A revolução dos bichos.
São Paulo: Publifolha, 2003 (Adaptado).
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01 ILUMINISMO E FILOSOFIANO SÉCULO XIX
FRIEDRICH NIETZSCHE 
Nietzsche nasceu em Röcken, Alemanha, em 1844. Quando 
tinha 4 anos seu pai, um pastor luterano, faleceu. Nietzsche 
frequentou um dos melhores internatos da Alemanha. Na 
juventude, foi bastante infl uenciado pelo romantismo. Cursou 
fi lologia em Bonn e tornou-se professor de fi lologia grega na 
Universidade da Basileia, Suíça.
Espírito apolíneo x Espírito dionisíaco
Segundo Nietzsche, existem dois elementos fundamentais 
e antagônicos: o espírito apolíneo, que representa a ordem, a 
harmonia e a razão e o espírito dionisíaco, que representa o 
sentimento, a ação e a emoção.
Para Nietzsche, a tragédia grega teria surgido como síntese de 
tendências artísticas que expressavam as duas forças presentes no 
mundo, na vida e na sociedade grega: a apolínea e a dionisíaca. De 
acordo com ele, enquanto houve equilíbrio entre as duas forças, a 
arte prosperou e estabeleceu o ponto mais alto da cultura grega. 
No entanto, quando o apolíneo passou a preponderar, quando 
a razão e a ordem subjulgaram os instintos e a paixão, quando a 
compreensão do mundo tornou-se unilateral, a sociedade grega 
teria entrado em decadência.
O niilismo
Nietzsche afi rmou que o papel da fi losofi a seria o de libertar 
o homem da tradição e, desta forma, contribuir para que ele se 
encontrasse com o niilismo, ou seja, encontrar-se com valores 
que visassem a “afi rmação da vida” e, assim, escapasse dos valores 
fundados na religião e/ou tradição fi losófi ca apolínea.
A moral de rebanho
Em A genealogia da moral, Nietzsche estabeleceu a gênese dos 
conceitos éticos tradicionais, revelando assim, sua fraqueza e 
arbitrariedade, a moral de rebanho. Pois, para ele, seria um erro 
imperdoável submeter-se a esta moral, anulando, assim, sua 
vontade e reprimindo seus desejos.
Segundo Nietzsche, a moral cristã nada mais era do que a 
pregação da renuncia à vida e do ascetismo. O cristianismo iria 
contra tudo o que é vital e digno no homem, opondo e reprimindo 
sua natureza.
Nas palavras do próprio Nietzsche:
O cristianismo tomou o partido de tudo o que é fraco, baixo, 
incapaz, e transformou em ideal a oposição aos instintos de 
conservação da vida saudável; e até corrompeu a faculdade 
daquelas naturezas intelectualmente poderosas, ensinando que 
os valores superiores não passam de pecados, desvios e tentações.
NIETZSCHE, F. O Anticristo. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 40.
O eterno retorno
O eterno retorno pode ser considerado a fórmula que sintetiza 
o pensamento de Nietzsche. Nele, ofi lósofo coloca-se em 
oposição ao platonismo e ao cristianismo. Além disso, ele rejeita 
o inteligível, afi rmando que só este mundo é real. Outrossim, para 
ele, não existem verdades necessárias e, muito menos, universais.
Ainda segundo Nietzsche, devemos aceitar a vida como ela 
é, e o eterno retorno consistiria num verdadeiro teste pelo qual 
o homem deveria passar: a vida, revivida inúmeras vezes, não 
trazendo nada de novo, tudo ocorrendo na mesma ordem e na 
mesma sucessão. 
O super-homem
O homem é uma corda estendida entre o animal e o Super-
homem; uma corda sobre o abismo; perigosa travessia, perigoso 
caminhar, perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar.
NIETZSCHE, F. Assim Falou Zaratustra. São Paulo: Hemus, 1979.
O racionalismo, com seus sistemas idealistas e metafísicos, 
e o cristianismo, com sua moral de resignação, haviam levado, 
segundo Nietzsche, à negação da vida e dos princípios vitais. 
Nietzsche, ao exaltar a vida, resgata o que para ele seria a 
tendência ou o elemento fundamental na natureza humana: a 
vontade de potência. 
O fi lósofo considerava o super-homem como a própria 
expressão da vontade de poder, determinando a nova ordem de 
valores. Um líder guerreiro, altamente disciplinado, capaz de ser 
cruel quando suas conquistas o exigirem; este é o perfi l do super-
homem de Nietzsche.
Nas palavras do próprio Nietzsche:
Somente agora dará à luz a montanha do futuro humano. Deus 
morreu: agora nós queremos que viva o super-homem.
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Hemus, 1979. p. 218. 
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FILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01 ILUMINISMO E FILOSOFIANO SÉCULO XIX
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Esse super-homem, sobretudo, ama a vida e construirá o 
sentido de sua existência na sua natureza, na sua vontade de 
potência, apoiado não em um mundo celeste inexistente, mas na 
Terra e nas coisas terrenas, em seu corpo e em seus instintos.
AULAS 04
5. FILOSOFIA 
CONTEMPORÂNEA
5.1 FILOSOFIA NO
SÉCULO XIX 
APOSTILAS: 1 resumo + 20 questões
EXERCÍCIOS ONLINE: 30 questões
CAIU NO ENEM: 6 questões
REVISÃO NA PLATAFORMA
SEÇÃO VESTIBULARES
QUESTÃO 01 
(UEMA) No texto Que é “Esclarecimento”? (1783), o que signifi ca, 
conforme Kant, a saída do homem da menoridade da qual ele 
mesmo é culpado?
A. O uso da razão crítica, exceto quando se tratar de doutrinas 
religiosas.
B. A capacidade de aceitar passivamente a autoridade científi ca 
ou política.
C. A liberdade para executar desejos e impulsos conforme a 
natureza instintiva do homem.
D. A coragem de ser autônomo, rejeitando, portanto, qualquer 
condição tutelar.
E. O alcance da idade apropriada para uso da racionalidade 
subjetiva.
QUESTÃO 02 
(UEMA) Na perspectiva do conhecimento, Immanuel Kant 
pretende superar a dicotomia racionalismo-empirismo. Entre as 
alternativas abaixo, a única que contém informações corretas 
sobre o criticismo kantiano é:
A. A razão estabelece as condições de possibilidade 
do conhecimento; por isso independe da matéria do 
conhecimento.
B. O conhecimento é constituído de matéria e forma. Para termos 
conhecimento das coisas, temos de organizá-las a partir da 
forma a priori do espaço e do tempo.
C. O conhecimento é constituído de matéria, forma e 
pensamento. Para termos conhecimento das coisas temos de 
pensá-las a partir do tempo cronológico.
D. A razão enquanto determinante nos conhecimentos 
fenomênicos e noumênicos (transcendentais) atesta a 
capacidade do ser humano.
E. O homem conhece pela razão a realidade fenomênica porque 
Deus é quem afi nal determina este processo.
QUESTÃO 03 
(UEL) Leia o texto a seguir.
Na Primeira Secção da Fundamentação da Metafísica dos 
Costumes, Kant analisa dois conceitos fundamentais de sua 
teoria moral: o conceito de vontade boa e o de imperativo 
categórico. Esses dois conceitos traduzem as duas condições 
básicas do dever: o seu aspecto objetivo, a lei moral, e o seu 
aspecto subjetivo, o acatamento da lei pela subjetividade livre, 
como condição necessária e sufi ciente da ação.
DUTRA, D. V. Kant e Habermas: a reformulação discursiva da moral kantiana. Porto 
Alegre: EDIPUCRS, 2002. p. 29.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria moral 
kantiana, é correto afi rmar:
A. A vontade boa, enquanto condição do dever, consiste em 
respeitar a lei moral, tendo como motivo da ação a simples 
conformidade à lei.
B. O imperativo categórico incorre na contingência de um querer 
arbitrário cuja intencionalidade determina subjetivamente o 
valor moral da ação.
C. Para que possa ser qualifi cada do ponto de vista moral, uma 
ação deve ter como condição necessária e sufi ciente uma 
vontade condicionada por interesses e inclinações sensíveis.
D. A razão é capaz de guiar a vontade como meio para a satisfação 
de todas as necessidades e assim realizar seu verdadeiro 
destino prático: a felicidade.
E. A razão, quando se torna livre das condições subjetivas que 
a coagem, é, em si, necessariamente conforme a vontade e 
somente por ela sufi cientemente determinada.
QUESTÃO 04 
 
(UEL) O desenvolvimento não é um mecanismo cego que age 
por si. O padrão de progresso dominante descreve a trajetória 
da sociedade contemporânea em busca dos fi ns tidos como 
desejáveis, fi ns que os modelos de produção e de consumo 
expressam. É preciso, portanto, rediscutir os sentidos. Nos marcos 
do que se entende predominantemente por desenvolvimento, 
aceita-se rever as quantidades (menos energia, menos água, 
mais efi ciência, mais tecnologia), mas pouco as qualidades: que 
desenvolvimento, para que e para quem?
LEROY, Jean Pierre. Encruzilhadas do Desenvolvimento. O Impacto sobre o meio 
ambiente. Le Monde Diplomatique Brasil. jul. 2008, p.9.
Tendo como referência a relação entre desenvolvimento e 
progresso presente no texto, é correto afi rmar que, em Kant, 
tal relação, contida no conceito de Aufklärung (Esclarecimento), 
expressa:
A. A tematização do desenvolvimento sob a égide da lógica de 
produção capitalista.
B. A segmentação do desenvolvimento tecnocientífi co nas 
diversas especialidades.
C. A ampliação do uso público da razão para que se desenvolvam 
sujeitos autônomos.
D. O desenvolvimento que se alcança no âmbito técnico e 
material das sociedades.
E. O desenvolvimento dos pressupostos científi cos na resolução 
dos problemas da fi losofi a prática.
QUESTÃO 05 
(UEL) Leia o texto a seguir.
Kant, mesmo que restrito à cidade de Königsberg, acompanhou 
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01
377
os desdobramentos das Revoluções Americana e Francesa e 
foi levado a refletir sobre as convulsões da história mundial. 
Às incertezas da Europa plebeia, individualista e provinciana, 
contrapôs algumas certezas da razão capazes de restabelecer, 
ao menos no pensamento, a sociabilidade e a paz entre as nações 
com vista à constituição de uma federação de povos – sociedade 
cosmopolita.
Adaptado de: ANDRADE, R. C. “Kant: a liberdade, o indivíduo e a república”. In: WEFORT, 
F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São Paulo: Ática, 2003. p.49-50.
Com base nos conhecimentos sobre a Filosofia Política de Kant, 
assinale a alternativa correta:
A. A incapacidade dos súditos de distinguir o útil do prejudicial 
torna imperativo um governo paternal para indicar a felicidade.
B. É chamado cidadão aquele que habita a cidade, sendo 
considerados cidadãos ativos também as mulheres e os 
empregados.
C. No Estado, há uma igualdade irrestrita entre os membros da 
comunidade e o chefe de Estado.
D. Os súditos de um Estado Civil devem possuir igualdade de 
ação em conformidade com a lei universal da liberdade.
E. Os súditos estão autorizados a transformar em violência o 
descontentamento e a oposição ao poder legislativo supremo. 
 
QUESTÃO 06 
(UEL) Leia o texto a seguir.
As leis morais juntamente com seus princípios não só se 
distinguem essencialmente, em todo o conhecimento prático, de 
tudo o mais onde haja um elemento empírico qualquer, mas todaa Filosofia moral repousa inteiramente sobre a sua parte pura e, 
aplicada ao homem, não toma emprestado o mínimo que seja ao 
conhecimento do mesmo (Antropologia).
KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. de Guido A. de Almeida. São 
Paulo: Discurso Editorial, 2009. p.73.
Com base no texto e na questão da liberdade e autonomia em 
Immanuel Kant, assinale a alternativa correta:
A. A fonte das ações morais pode ser encontrada através da 
análise psicológica da consciência moral, na qual se pesquisa 
mais o que o homem é, do que o que ele deveria ser.
B. O elemento determinante do caráter moral de uma ação está 
na inclinação da qual se origina, sendo as inclinações serenas 
moralmente mais perfeitas do que as passionais.
C. O sentimento é o elemento determinante para a ação moral, e 
a razão, por sua vez, somente pode dar uma direção à presente 
inclinação, na medida em que fornece o meio para alcançar o 
que é desejado.
D. O ponto de partida dos juízos morais encontra-se nos 
“propulsores” humanos naturais, os quais se direcionam ao 
bem próprio e ao bem do outro.
E. O princípio supremo da moralidade deve assentar-se na razão 
prática pura, e as leis morais devem ser independentes de 
qualquer condição subjetiva da natureza humana.
QUESTÃO 07 
(UNESP) A fonte do conceito de autonomia da arte é o 
pensamento estético de Kant. Praticamente tudo o que fazemos 
na vida é o oposto da apreciação estética, pois praticamente tudo 
o que fazemos serve para alguma coisa, ainda que apenas para 
satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação estética, 
uma coisa não obedece a essa razão instrumental: enquanto tal, 
ela não serve para nada, ela vale por si. As hierarquias que entram 
em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é, nas 
coisas de que nos servimos, não entram em jogo nas obras de arte 
tomadas enquanto tais. Sendo assim, a luta contra a autonomia da 
arte tem por fim submeter também a arte à razão instrumental, 
isto é, tem por fim recusar também à arte a dimensão em virtude 
da qual, sem servir para nada, ela vale por si. Trata-se, em suma, 
da luta pelo empobrecimento do mundo.
Antônio Cícero. “A autonomia da arte”. Folha de São Paulo, 13.12.2008. Adaptado.)
De acordo com a análise do autor,
A. a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia 
de Kant, fornece os fundamentos para a apreciação estética.
B. um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre 
o esvaziamento do campo estético de suas qualidades 
intrínsecas.
C. a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural 
é um critério adequado para a avaliação de sua condição 
autônoma.
D. o critério mais adequado para a apreciação estética consiste 
em sua validação pelo gosto médio do público consumidor.
E. a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está 
prioritariamente subordinada à sua valorização como produto 
no mercado.
QUESTÃO 08 
(UEL) Analise a figura a seguir.
A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a 
perspectiva sociológica baseada nas reflexões teóricas de Karl 
Marx (1818-1883) faz ao caráter ideológico de certas noções de 
Estado. Sobre a relação entre Estado e sociedade segundo Karl 
Marx, é correto afirmar:
A. A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens 
e, portanto, é um bem indispensável à sociedade.
B. O Estado é um instrumento de dominação e representa, 
prioritariamente, os interesses dos setores hegemônicos das 
classes dominantes.
C. O Estado tem por finalidade assegurar a felicidade dos 
cidadãos e garantir, também, a liberdade individual dos 
homens.
D. O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral 
dos cidadãos, garantindo, assim, a harmonia social.
E. Os regimes totalitários são condição essencial para que o 
Estado represente, igualmente, os interesses das diversas 
classes sociais. 
QUESTÃO 09 
(UEL) “Cascavel – Uma pequena cidade no interior do Paraná 
está provando que machismo é coisa do passado. Com 15 mil 
habitantes, conforme o IBGE, Ampére (a 150 quilômetros 
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01
378
de Cascavel), no Sudoeste, tem fartura de emprego para as 
mulheres. Ex-donas de casa partiram para o trabalho fixo, 
enquanto os homens, desempregados ou não, passaram a 
assumir os serviços domésticos. Assim, elas estão garantindo 
mais uma fonte de renda para a família, além de eliminar antigos 
preconceitos. A situação torna-se ainda mais evidente quando 
os homens estão desempregados e são as mulheres que pagam 
as contas básicas da família. Conforme levantamento informal, 
em Ampére, o número de homens sem vínculo empregatício é 
maior do que o de mulheres. Para driblar as dificuldades, eles 
fazem bicos temporários e quando não há serviço, tornam-se 
donos de casa. O motivo para essa mudança de comportamento 
é a [...] Industrial Ltda., uma potência no setor de confecções que 
dá emprego a 1200 pessoas, das quais 80% são mulheres. Com a 
fábrica, famílias migraram do interior para a cidade. As mulheres 
abandonaram o posto de donas de casa ou de empregadas 
domésticas, aprendendo a apostar na capacidade de competição”. 
Costa, Ilza Costa. Papéis trocados. Gazeta do Povo, Curitiba, 01 out. 1999. p. 14.)
O fenômeno da troca de papéis sociais, relatado no texto, ilustra 
a base da tese usada por Karl Marx (1818-1883) na explicação 
geral que formula sobre a relação entre a infraestrutura e a 
supraestrutura na sociedade capitalista. Com base no texto e nos 
conhecimentos sobre essa tese de Karl Marx, é correto afirmar: 
A. Na explicação das mudanças ocorridas no comportamento 
coletivo, deve-se privilegiar o papel ativo do indivíduo na 
escolha das ações, ou seja, o que importa é a motivação que 
inspira suas opções.
B. É a imitação que constitui a sociedade, enquanto a invenção 
abre o caminho das mudanças e de seu progresso. A invenção, 
produtora das transformações sociais, é individual, dependendo 
de poucos; enquanto a imitação, coletiva, necessita sempre de 
mais de uma pessoa.
C. A família é a verdadeira unidade social; é a célula social que, 
em seu conjunto, compõe a sociedade. Portanto, a sociedade 
não pode ser decomposta em indivíduos, mas em famílias. É 
a família a fonte espontânea da educação moral, bem como a 
base natural da organização política.
D. Há uma relação de determinação entre a maneira como 
um grupo concreto estrutura suas condições materiais de 
existência – chamada de modo de produção – e o formato 
e conteúdo das demais organizações, instituições sociais e 
ideias gerais presentes nas relações sociais.
E. A organização social deve fundar-se na separação dos ofícios, 
inerente à divisão do trabalho social e na combinação dos 
esforços individuais. Sem divisão do trabalho social, não há 
cooperação e, portanto, a coesão social entre as classes torna-
se impossível.
QUESTÃO 10 
(UEL) A ópera-balé Os Sete Pecados Capitais da Pequena 
Burguesia, de Kurt Weill e Bertold Brecht, composta em 1933, 
retrata as condições dessa classe social na derrocada da ordem 
democrática com a ascensão do nazismo na Alemanha, por meio 
da personagem Anna, que em sete anos vê todos os seus sonhos 
de ascensão social ruírem. A obra expressa a visão marxista na 
chamada doutrina das classes.
Em relação à doutrina social marxista, assinale a alternativa 
correta:
A. A alta burguesia é uma classe considerada revolucionária, pois 
foi capaz de resistir à ideologia totalitária através do controle 
dos meios de comunicação.
B. A classe média, integrante da camada burguesa, foi identificada 
com os ideais do nacional-socialismo por defender a socialização 
dos meios de produção.
C. A pequena burguesia ou camada lúmpen é revolucionária, 
identificando a alta burguesia como sua inimiga natural a ser 
destruída pela revolução.
D. A pequena burguesia ou classe média é uma classe 
antirrevolucionária, pois, embora esteja mais próxima das 
condições materiais do proletariado, apoia a alta burguesia.
E. O proletariado e a classemédia formam as classes 
revolucionárias, cuja missão é a derrubada da aristocracia e a 
instauração do comunismo.
QUESTÃO 11 
(IFRN) Na fenomenologia do espírito, Hegel entendia a chamada 
sociedade civil como uma instância distinta da vida ética da 
família e do universo político dos Estados nacionais. A sociedade 
civil seria dessa forma, uma etapa intermediária entre o mundo 
puramente econômico da vida familiar e as instâncias legais, 
administrativas e políticas que assegurariam o funcionamento 
corrente do Estado Nacional. 
Assumindo o pressuposto de que Hegel distinguiu, de modo claro 
e abrangente, sociedade civil e Estado, é correto pensar que 
A. só é possível compreender mais claramente a distinção entre 
Sociedade Civil e Estado, na época de Hegel, tendo em vista 
o advento de Estados revolucionários centralizados, cujo 
funcionamento era claramente distinto da vida de seus súditos. 
B. já se entendia, mesmo na Grécia antiga, a vida econômica 
como claramente distinta da vida familiar, como já preconizava 
Aristóteles, o que impedia uma leitura mais clara das 
separações entre os aspectos econômicos e sociais. 
C. muitos teóricos anteriores a Hegel, como os contratualistas, 
não conseguiram entender as distinções entre o econômico, 
o político e o social, justamente porque não defendiam, como 
Hegel, que a finalidade do Estado fosse apenas o de facilitar as 
relações comerciais. 
D. não haveria distinção, para Hegel, entre o econômico e o 
político, mas sim entre o social e o econômico, tendo em vista 
que as esferas da vida familiar (essencialmente econômica) 
estariam amplamente conectadas com a sociedade civil, 
formando as bases da sociedade burguesa do século XIX.
QUESTÃO 12 
(IFRN) Kant estabelece três princípios da constituição 
republicana que fundamentariam os regimes calcados em uma 
ordem democrática. Esses três princípios são: 
A. Liberdade para todos os membros da sociedade; construção 
de legislações específicas para classes sociais diferentes; 
igualdade, como cidadãos, perante a lei. 
B. Liberdade para todos os membros da sociedade; dependência 
de todos e de cada um a uma legislação comum; igualdade, 
como cidadãos, perante a lei. 
C. Construção de legislações específicas para classes sociais 
diferentes; separação dos poderes; devido processo legal. 
D. Construção de legislações específicas para sujeitos que 
sejam hipossuficientes; liberdade para todos os membros da 
sociedade; proteção das minorias étnicas contra legislações 
discriminatórias.
QUESTÃO 13 
(UFU) O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia 
dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor 
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01
379
parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em 
lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas também se 
repelem como incompatíveis entre si [...].
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988.
Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, 
assinale a alternativa correta segundo a filosofia de Hegel.
A. A essência do real é a contradição sem interrupção ou o 
choque permanente dos contrários.
B. As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, 
longe de se contradizerem, todos são igualmente necessários.
C. O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não 
havendo, por isso, a possibilidade de uma vida ética.
D. Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la 
de qualquer finalidade benevolente.
QUESTÃO 14 
(IFRN) Este método é aplicado não só na lógica, mas também 
em todas as obras sistemáticas de Hegel. Em Fenomenologia do 
Espírito, por exemplo, procede de modo semelhante, passando 
da família à sociedade civil e desta para o Estado. Mas a dialética 
não é apenas uma característica de conceitos; é também de 
coisas e processos reais. Um ácido e um álcali, por exemplo, (1) 
estão inicialmente separados e são distintos; (2) dissolvem-se 
um no outro e perdem suas propriedades individuais quando são 
reunidos; e (3) resultam num sal neutro, com novas propriedades.
O texto acima sobre a Dialética de Hegel indica que 
A. a dialética de Hegel, como a dialética de Platão, envolve 
sempre uma estrutura progressiva de diálogo entre dois 
ou mais pensadores, de modo a permitir que os sujeitos 
do conhecimento evoluam em direção às formas puras do 
pensamento. 
B. a dialética em seus aspectos lógicos são suficientes para dar 
conta do método proposto por Hegel na fenomenologia do 
espírito. 
C. a dialética hegeliana consiste em um método de verificação 
ontológica do valor de verdade de proposições que dizem 
respeito ao mundo, ao pensamento e ao próprio sujeito do 
conhecimento. 
D. a dialética não é apenas um método, no sentido de um 
procedimento que um determinado pensador aplica a seu 
próprio objeto de conhecimento, mas, fundamentalmente, a 
estrutura e o desenvolvimento intrínsecos do próprio objeto.
QUESTÃO 15 
(UNESP) A República Islâmica do Irã abençoa e incentiva 
operações de troca de sexo, em nome de uma política que 
considera todo cidadão não heterossexual como espírito nascido 
no corpo errado. Com ao menos 50 cirurgias por ano, o país 
é recordista mundial em mudança de sexo, após a Tailândia. 
Oficialmente, gays não existem no país. Ficou famosa a frase 
do presidente Mahmoud Ahmadinejad dita a uma plateia de 
estudantes nos EUA em 2007, de que “não há homossexuais 
no Irã”. A homossexualidade nem consta da lei. Mas sodomia é 
passível de execução. […] Uma transexual operada confidenciou 
um sentimento amplamente compartilhado em silêncio: “Não 
teria mutilado meu corpo se a sociedade tivesse me aceitado do 
jeito que eu nasci”.
Samy Adghirny. Operação antigay. Folha de S.Paulo, 13.01.2013.
O incentivo a cirurgias de troca de sexo no Irã é motivado por 
A. tabus sexuais decorrentes do fundamentalismo religioso 
hegemônico naquele país. 
B. critérios de natureza científica que definem o que é uma 
“sexualidade normal”. 
C. uma política governamental fundamentada em princípios 
liberais de cidadania. 
D. influências ocidentais ocasionadas pelo processo de 
globalização cultural pela internet. 
E. pressões exercidas pelos movimentos sociais homossexuais 
pelo direito à cirurgia. 
QUESTÃO 16 
(UEG) No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche 
vislumbrou o advento do “super-homem” em reação ao que para 
ele era a crise cultural da época. Na década de 1930, foi criado 
nos Estados Unidos o Super-Homem, um dos mais conhecidos 
personagens das histórias em quadrinhos. A diferença entre os 
dois “super-homens” está no fato de Nietzsche defender que o 
super-homem:
A. agiria de modo coerente com os valores pacifistas, repudiando 
o uso da força física e da violência na consecução de seus 
objetivos.
B. expressaria os princípios morais do protestantismo, em 
contraposição ao materialismo presente no herói dos 
quadrinhos.
C. abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando as 
noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, típicas do cristianismo.
D. representaria os valores políticos e morais alemães, e não o 
individualismo pequeno burguês norte-americano.
QUESTÃO 17 
(CESPE) De acordo com Karl Marx, fetiche consiste
A. no domínio de uma classe social sobre outra.
B. na projeção de supostas características e propriedades a um 
objeto que aparentemente conferem a ele vida própria.
C. na negação do caráter instrumental dos objetos para a vida 
social.
D. na preocupação que a sociedade tem de vincular-se com o 
poder.
QUESTÃO 18 
(FCC) No que se refere ao espaço urbano, segundo o paradigma 
estrutural-funcional marxista, é correto afirmar:
A. Os loteamentos periféricos das cidades respondem às 
necessidades sistêmicas de reprodução da força de trabalho, 
de descapitalização da renda crescente do capital financeiro e 
de desorganização da mobilização da classe trabalhadora.
B. Os movimentos sociais urbanos contribuem estruturalmente 
para a valorização sistêmicados loteamentos centrais, pois 
reduzem os custos de reprodução da força de trabalho e 
legitimam a dominação simbólica do capital.
C. O cenário da cidade é moldado pelo processo de acumulação 
do capital e envolve os conflitos pelo consumo do ambiente 
construído, no qual tomam parte três usuários fundamentais: 
o capital fundiário, o Estado e o Trabalho.
D. A atuação do Estado no espaço urbano cumpre funções 
sistêmicas para o modo de produção capitalista, quais sejam, 
a de prover os bens de consumo coletivo, promover o circuito 
de valorização do capital e legitimar a dominação capitalista.
E. O modo de apropriação capitalista do espaço urbano implica 
na redistribuição equitativa dos bens de consumo coletivo, 
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01
380
dos meios de mobilidade nas periferias e subúrbios e das 
formas coletivas de desorganização.
QUESTÃO 19 
(FESP) Na terceira dissertação da Genealogia da moral, tem lugar 
uma análise da arte, na qual Nietzsche ataca a compreensão 
ascética que dela tem certa tradição estética dentro da filosofia. 
Neste momento, Nietzsche condena, sobretudo, a concepção 
estética de origem:
A. platônica.
B. aristotélica.
C. kantiana.
D. schilleriana.
E. hegeliana. 
QUESTÃO 20 
(FGV) A concepção de Ideologia em Karl Marx contempla as 
dimensões expressas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. 
Assinale-a.
A. Representa as ideias de uma classe dominante. 
B. Está subordinada às condições materiais de existência. 
C. É concebida como uma falsa consciência da realidade. 
D. Pertence ao campo da superestrutura. 
E. Desenvolve-se de forma independente das relações sociais.
SEÇÃO ENEM
QUESTÃO 01 
Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular 
pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante 
conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento malogravam-
se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar 
se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo 
que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento. 
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Guibenkian, 1994 (adaptado).
O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido 
como revolução copernicana da filosofia. Nele, confrontam-se 
duas posições filosóficas que
A. assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do 
conhecimento.
B. defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos 
somente o ceticismo.
C. revelam a relação de interdependência entre os dados da 
experiência e a reflexão filosófica.
D. apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia 
das ideias em relação aos objetos.
E. refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso 
conhecimento e são ambas recusadas por Kant.
QUESTÃO 02 
Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro 
emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas 
vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer 
firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação 
de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para 
perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-
se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, 
a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de 
dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora 
saiba que tal nunca sucederá.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” 
representada no texto
A. assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre 
discussão participativa.
B. garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade 
da vida futura na terra.
C. opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer 
como norma universal.
D. materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana 
podem justificar os meios.
E. permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade 
para as pessoas envolvidas. 
QUESTÃO 03 
Os ricos adquiriram uma obrigação relativamente à coisa pública, 
uma vez que devem sua existência ao ato de submissão à sua 
proteção e zelo, o que necessitam para viver; o Estado então 
fundamenta o seu direito de contribuição do que é deles nessa 
obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos. Isso pode 
ser realizado pela imposição de um imposto sobre a propriedade 
ou a atividade comercial dos cidadãos, ou pelo estabelecimento 
de fundos e de uso dos juros obtidos a partir deles, não para 
suprir as necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas 
para suprir as necessidades do povo.
KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003.
Segundo esse texto de Kant, o Estado
A. deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu poder, a 
fim de que a distribuição seja paritária.
B. está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos para 
suprir as necessidades dos cidadãos pobres.
C. dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é obrigado a 
cobrar impostos idênticos dos seus membros.
D. delega aos cidadãos o dever de suprir as necessidades do 
Estado, por causa do seu elevado custo de manutenção.
E. tem a incumbência de proteger os ricos das imposições 
pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam mais tributos.
QUESTÃO 04 
 Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual 
ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer 
uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O 
homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não 
se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e 
coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem 
coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema 
do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas 
quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza 
de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no 
entanto, de bom grado menores durante toda a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 
(adaptado).
Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental 
para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. 
Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa 
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01
381
A. a reivindicação de autonomia da capacidade racional como 
expressão da maioridade.
B. o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante 
das verdades eternas.
C. a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, 
de forma heterônoma.
D. a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem 
da falta de entendimento.
E. a emancipação da subjetividade humana de ideologias 
produzidas pela própria razão.
QUESTÃO 05 
Um Estado é uma multidão de seres humanos submetida a leis 
de direito. Todo Estado encerra três poderes dentro de si, isto 
é, a vontade unida em geral consiste de três pessoas: o poder 
soberano (soberania) na pessoa do legislador; o poder executivo 
na pessoa do governante (em consonância com a lei) e o poder 
judiciário (para outorgar a cada um o que é seu de acordo com a 
lei) na pessoa do juiz.
KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003.
De acordo com o texto, em um Estado de direito 
A. a vontade do governante deve ser obedecida, pois é ele que 
tem o verdadeiro poder.
B. a lei do legislador deve ser obedecida, pois ela é a representação 
da vontade geral.
C. o Poder Judiciário, na pessoa do juiz, é soberano, pois é ele que 
outorga a cada um o que é seu.
D. o Poder Executivo deve submeter-se ao Judiciário, pois 
depende dele para validar suas determinações.
E. e) o Poder Legislativo deve submeter-se ao Executivo, na 
pessoa do governante, pois ele que é soberano.
QUESTÃO 06 
A pura lealdade na amizade, embora até o presente não 
tenha existido nenhum amigo leal, é imposta a todo homem, 
essencialmente, pelo fato de tal dever estar implicado como 
dever em geral, anteriormente a toda experiência, na ideia de 
uma razão que determina a vontade segundo princípios apriori.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Barcarolla, 2009.
A passagem citada expõe um pensamento caracterizado pela:
A. eficácia prática da razão empírica.
B. transvaloração dos valores judaico-cristãos.
C. recusa em fundamentar a moral pela experiência.
D. comparação da ética a uma ciência de rigor matemático.
E. importância dos valores democráticos nas relações de amizade.
QUESTÃO 07 
Na produção social que os homens realizam, eles entram em 
determinadas relações indispensáveis e independentes de 
sua vontade; tais relações de produção correspondem a um 
estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais 
de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura 
econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual 
se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual 
correspondem determinadas formas de consciência social.
MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In. MARX, K. ENGELS F. Textos 3. São 
Paulo. Edições Sociais, 1977 (adaptado).
Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no 
sistema capitalista faz com que
A. o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.
B. o trabalho se constitua como o fundamento real da produção 
material.
C. a consolidação das forças produtivas seja compatível com o 
progresso humano.
D. a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao 
desenvolvimento econômico.
E. a burguesia revolucione o processo social de formação da 
consciência de classe.
QUESTÃO 08 
Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do 
mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, 
porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, 
assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de 
todas as preocupações.
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição 
filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra 
indissociavelmente ligada à
A. consagração de relacionamentos afetivos.
B. administração da independência interior.
C. fugacidade do conhecimento empírico.
D. liberdade de expressão religiosa.
E. busca de prazeres efêmeros.
QUESTÃO 09 
A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a 
Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade 
é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível 
neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos portanto, 
perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade 
de felicidade para todos aqueles que serão afetados.
RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral Barueri-SP, Manole, 2005
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade 
com uma
A. fundamentação científica de viés positivista.
B. convenção social de orientação normativa
C. transgressão Comportamental religiosa
D. racionalidade de caráter pragmático.
E. inclinação de natureza passional
QUESTÃO 10 
O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam 
a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O 
apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, 
se quiser de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde 
preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os 
encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, 
sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, 
mas desfeito – tudo por uma simples ideia de arquitetura!
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, 
um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades 
contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos
A. religiosos, que se constituem como um olho divino controlador 
que tudo vê.
B. ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo 
a visão da dominação sofrida.
EXERCÍCIOSFILOSOFIA - FRENTE U - CAPÍTULO 01
382
C. repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre 
os homens por meio da tortura física.
D. sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do 
olhar como instrumento de controle.
E. consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão 
dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas.
GABARITO
VESTIBULARES ENEM
1 D 11 A 1 A
2 B 12 B 2 C
3 A 13 B 3 B
4 C 14 D 4 A
5 D 15 A 5 B
6 E 16 C 6 C
7 B 17 B 7 B
8 B 18 D 8 B
9 D 19 C 9 D
10 D 20 E 10 D

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