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Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem


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AMBIENTES E 
COMUNIDADES VIRTUAIS 
DE APRENDIZAGEM
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria:Ranieri Alves dos Santos
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
SA237a
 Santos, Ranieri Alves dos
 Ambientes e comunidades virtuais de aprendizagem. / Ranieri 
Alves dos Santos. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 130 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-317-7
1. Comunidades virtuais - Aprendizagem. - Brasil. II. Centro Univer-
sitário Leonardo Da Vinci.
CDD 371.334
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................05
CAPÍTULO 1
Ambientes Virtuais de Aprendizagem ........................................07
CAPÍTULO 2
Comunidades Virtuais de Aprendizagem ..................................51
CAPÍTULO 3
Plataformas Abertas de Aprendizagem ....................................87
APRESENTAÇÃO
As Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC - evoluíram junto ao 
meio educacional. Atualmente, mesmo as mais simples instituições já conseguem 
utilizar tecnologias na sala de aula para potencializar os processos de ensino e 
aprendizagem na era digital. As novas gerações de alunos, os “nativos digitais”, 
já nasceram conectados, com acesso à internet, redes sociais e cercados por 
dispositivos computacionais móveis. A educação a distância (EAD) vem atender 
esta e outras demandas, unindo alunos e professores separados pelo espaço 
e pelo tempo em ambientes tecnológicos multimídia, conectados pelas novas 
tecnologias de telecomunicação de forma on-line em salas de aula virtuais. 
No entanto, a EAD não busca apenas atender cursos on-line e instituições 
a distância. As tecnologias de EAD podem também suprir as necessidades e 
ampliar os horizontes em outros modelos educacionais. Neste livro, vamos discutir 
sobre as aplicabilidades dos ambientes e comunidades virtuais de aprendizagem 
no âmbito de curso presenciais, a distância e híbridos. 
No Capítulo 1, vamos conhecer a EAD, seus fundamentos e aplicações. 
Discutiremos um pouco sobre casos de uso da EAD ao redor do Brasil e do mundo 
para então conhecermos mais sobre os ambientes virtuais de aprendizagem, os 
AVAs, das instituições de ensino. Vamos estudar sobre as principais ferramentas 
de um AVA e sobre como aplicá-las em sala de aula. Conheceremos neste capítulo 
também, os principais modelos de AVA disponíveis no mercado, com um exemplo 
prático de como criar sua própria sala de aula virtual. 
No Capítulo 2 discutiremos sobre o conceito de comunidades virtuais de 
aprendizagem, para isso, vamos estudar sobre o termo comunidade, sua aplicação 
na sociedade em geral e ao final, sua aplicação como comunidade de aprendizagem. 
Vamos discutir sobre aprendizagem colaborativa, inteligência coletiva e também 
sobre como as comunidades virtuais de aprendizagem se relacionam com os 
AVAs. Ao final do capítulo vamos trabalhar sobre como as comunidades virtuais de 
aprendizagem podem colaborar no ensino híbrido e na sala de aula invertida. 
Já no último capítulo, vamos estudar sobre a educação aberta, os processos 
abertos, livres e flexíveis de ensino e aprendizagem. Para isso, vamos conhecer 
as aplicabilidades atuais do uso das redes sociais na educação, com exemplos 
de diversas redes aplicadas no meio escolar e sua correlação com a educação 
aberta. Após isso, vamos conhecer os recursos educacionais abertos, discutindo 
sobre o quê são, como encontrá-los, como criá-los e como compartilhá-los. 
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
Ambientes Virtuais de Aprendizagem
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Compreender as potencialidades da educação a distância para a sociedade 
atual.
� Identificar as características dos diferentes tipos de ambientes de aprendizagem.
� Utilizar as ferramentas disponíveis nos ambientes de aprendizagem.
� Criar estratégias utilizando ambientes virtuais para o apoio didático.
8
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
9
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
1 Contextualização
Mais do que um simples sistema na internet com conteúdos educacionais, 
os ambientes virtuais de aprendizagem são plataformas completas para a 
operacionalização de cursos no âmbito do ensino a distância. E o que seria o 
ensino a distância? Estando em um sistema educacional, tratamos não apenas 
de ensino, mas, sim, de ensino com aprendizagem, sendo assim, caracterizamos 
os processos de ensino e aprendizagem a distância como Educação a Distância. 
Ao longo do último século, a educação a distância evoluiu, geração a 
geração, tanto no Brasil, quanto nos outros países. A educação a distância como 
conhecemos hoje é o fruto de décadas de trabalho utilizando as diferentes mídias 
para prover a educação a distância, que não necessariamente esta ligada apenas 
a cursos on-line, mas, sim, a todo o meio educacional. 
Grandes instituições investem consideráveis recursos na modernização e 
operação de ambientes virtuais de aprendizagem, porém, com a evolução das 
tecnologias da informação e comunicação, é possível hoje, criar ambientes de 
aprendizagem com poucos recursos. É papel do educador não apenas projetar o 
ambiente de EAD, mas também mantê-lo, monitorá-lo e moderá-lo. 
Neste capítulo, conheceremos um pouco sobre a caracterização dos 
ambientes virtuais de ensino e aprendizagem, bem como seus diferentes tipos. 
Vamos nos aprofundar sobre as potencialidades da educação a distância e 
suas gerações frente aos desafios da sociedade atual. Conheceremos, ainda, 
as abordagens metodológicas, recursos e ferramentas dos ambientes virtuais 
aplicados a EAD e aprenderemos sobre como utilizar estas ferramentas e como 
criar o nosso próprio ambiente virtual de aprendizagem para o apoio didático.
2 Educação a Distância
A educação a distância (EAD) é um paradigma educacional baseado na 
transposição das barreiras geográficas e temporais, ou seja, a EAD se propõe 
a fornecer a educação onde, por exemplo, estejam distantes do campus de uma 
universidade, ou longe de uma instituição que ministre aulas da sua área de 
conhecimento desejada, poderão também estudar via EAD, eliminando assim a 
barreira geográfica (VIANEY, 2003; PALLOFF; PRATT, 2002; MORAN, 2005). 
Quanto ao termo EAD, quando tratamos de iniciativas de educação, 
envolvemos não apenas o conceito de aprendizagem, mas também de ensino. 
Por isso, o uso da terminologia “educação a distância” serve para abrigar todos 
10
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
os processos, visto que “educação” é a junção de “ensino e aprendizagem”. Desta 
forma, a EAD não é acidental, nem baseada em simples atividades informais 
pela internet, ou utilizando as mídias. O ensino e aprendizagem a distância é 
necessariamente intencional, baseado em pressupostos e planejado, assim como 
na educação presencial (MOORE; KEARSLEY, 2011). 
Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre 
normalmente em um lugar diferente do local do ensino, exigindo técnicas 
especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio 
de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas 
especiais (MOORE; KEARSLEY, 2011).
Ainda, indivíduos que possuem agendas de trabalho complexas, 
que trabalham em váriascidades e que empreendem constantes 
viagens, enfrentariam grandes dificuldades participando de aulas que 
não sejam a distância. Assim, a EAD é solução também para estes 
casos, eliminando a barreira tempo, fornecendo uma formação flexível. 
Atualmente, é comum associar a EAD ao uso da internet, dos vídeos 
on-line e das ferramentas da tecnologia da informação. No entanto, 
a EAD é mais antiga do que isso, este paradigma é anterior ao uso da 
informática (LITWIN, 2001). Na realidade, qualquer modalidade de ensino 
que flexibilize a relação geográfica e temporal entre o aluno e a instituição 
pode ser considerada como EAD, como exemplo, a educação por correspondência. 
No Brasil, a educação por correspondência já existia há mais de 100 anos. 
Algumas instituições de ensino, por volta de 1904, forneciam cursos básicos de 
algumas áreas profissionalizantes por correspondência. Na sequência, surgiram ainda 
instituições como o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro, atuando desde a 
década de 1940 até hoje com modelos de EAD baseados em correspondência. 
Já na década de 1960, como consequência da educação postal, o próximo 
passo da EAD foi utilizar o rádio. Iniciativas como o projeto Minerva, ligadas ao 
governo brasileiro trouxeram o uso da radiodifusão como mídia para propagar a 
educação no país. 
Seguindo a natural convergência das mídias, as iniciativas de EAD 
transferiram seus esforços para a televisão. Na década de 1970, entidades 
governamentais, instituições de ensino e outras esferas da sociedade organizaram 
cursos supletivos a distância, utilizando a televisão como meio de difusão. Estas 
iniciativas geraram o que hoje conhecemos como Telecurso, seguidas por diversas 
outras, que utilizam canais públicos, emissoras educativas, canais privados e 
transmissões via satélite para aproximar o aluno e a instituição de ensino. 
Educação a 
distância é o 
aprendizado 
planejado que 
ocorre normalmente 
em um lugar 
diferente do local 
do ensino, exigindo 
técnicas especiais 
de criação do curso 
e de instrução, 
comunicação por 
meio de várias 
tecnologias e 
disposições 
organizacionais 
e administrativas 
especiais (MOORE; 
KEARSLEY, 2011).
11
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Após tratarmos destas gerações, podemos expor o uso das tecnologias da 
informação e da internet na EAD. Com o uso da internet, dos streamings de vídeo 
e dos sistemas de navegação entre páginas, a EAD encontrou uma nova geração, 
tanto para a produção de conteúdo, como para distribuição e compartilhamento, 
graças aos avanços nas telecomunicações no país com o início da popularização 
do acesso a redes de computadores, por volta de 1995. 
A atual geração, iniciada nos anos 2000, a do e-learning, se utiliza de todas 
as outras conquistas das gerações anteriores, integrando o acesso à internet, 
à comunicação bidirecional, aos streamings de vídeo, às videoconferências e, 
até mesmo, ao envio de material didático por correio convencional ou eletrônico 
para desenvolver abordagens digitais baseadas nos ambientes virtuais de 
aprendizagem (AVA). Essa geração, por exemplo, permite que instituições de 
ensino compartilhem conhecimento com todo o mundo a partir de ambientes de 
ensino próprios, unindo as mídias atuais e os dispositivos de acesso no meio 
educacional. 
Streaming é uma tecnologia de multimídia pela internet, na qual é 
possível visualizar arquivos de mídia em alta qualidade enquanto estes 
são baixados para o computador, não necessitando o download prévio. 
Isso é possível pois as tecnologias de streaming dividem os grandes 
arquivos de mídia em pequenos pacotes que são baixados em paralelo 
com a exibição. Aplicativos como o Spotify e o Deezer são sistemas 
de streaming de áudio, já aplicativos como o YouTube e o Vimemo são 
sistemas de streaming de vídeo. 
Se enquadram na quarta e atual geração de EAD no Brasil as 
iniciativas baseadas em sistemas de ensino pela web, aplicativos 
móveis de aprendizagem, ambientes multimídia imersivos, como a 
realidade virtual, entre outras mídias. A própria forma com que você 
está estudando no momento demonstra as potencialidades da geração 
de educação por ambientes interativos, visto que este material está 
disponível em forma impressa e digital, em um ambiente de ensino e 
aprendizagem virtual a distância. 
Agora, retornaremos ao conceito de EAD, que seria de prover 
o ensino onde o aluno e a instituição consigam interagir mesmo 
separados no espaço ou no tempo. Neste sentido, um aluno por 
correspondência poderia estudar mesmo não estando na mesma 
cidade da instituição, no seu próprio tempo.
Streaming é uma 
tecnologia de 
multimídia pela 
internet, na qual é 
possível visualizar 
arquivos de mídia 
em alta qualidade 
enquanto estes 
são baixados para 
o computador, não 
necessitando o 
download prévio. 
Isso é possível pois 
as tecnologias de 
streaming dividem 
os grandes arquivos 
de mídia em 
pequenos pacotes 
que são baixados 
em paralelo 
com a exibição. 
Aplicativos como o 
Spotify e o Deezer 
são sistemas 
de streaming de 
áudio, já aplicativos 
como o YouTube 
e o Vimemo são 
sistemas de 
streaming de vídeo. 
12
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
O termo E-learning corresponde a “ensino eletrônico” no 
âmbito da EAD, mas já há outras vertentes do termo, que buscam 
caracterizar as novas formas de ensino: 
M-learning (mobile learning): ensino móvel - caracteriza o uso de 
dispositivos móveis na educação, como tablets e celulares.
T-learning (television learning): ensino via TV - utiliza a plataforma 
de televisão digital e interativa para aplicações educacionais.
B-learning (blended learning): ensino misturado - envolve o uso de 
aspectos a distância no ensino presencial ou aspectos presenciais 
no ensino a distância, misturando ambos os paradigmas.
U-learning (ubiquitous learning): ensino ubíquo - é o ensino 
onipresente, em que se utiliza todos os dispositivos disponíveis no 
dia a dia do indivíduo para potencializar a aprendizagem. 
FONTE: <http://blog.elore.com.br/entendendo-os-
learnings-da-vida>. Acesso em: 2 dez. 2018.
Entretanto, um aluno de educação por rádio ou por televisão até consegue 
estudar estando separado geograficamente da instituição, porém, ele deve estar 
disponível para assistir no momento da transmissão, não permitindo assim a 
flexibilização do tempo do aluno. 
Na educação por internet e por ambientes interativos, dependendo da 
modalidade, se for um streaming que não ficará gravado posteriormente, por 
exemplo, o aluno também precisará dispor de um tempo rígido para participar da 
atividade. Assim, ao tratar da transposição do tempo entre alunos e instituições, 
deve ser levada em conta a interação entre estes, que pode ser síncrona ou 
assíncrona (MILL; RIBEIRO; OLIVEIRA 2010).
Na interação síncrona, os pares estão dispostos no mesmo espaço 
temporal. A interação ocorre unicamente em um momento, sendo assim, 
todos os envolvidos, para participarem da atividade devem estar disponíveis 
simultaneamente. As iniciativas de educação por transmissão via satélite ao 
vivo, por exemplo, são síncronas, pois a instituição transmite a aula e o aluno 
deve estar disponível para participar da referida aula naquele momento. Mesmo 
havendo uma reprise futura da aula, ainda assim há a necessidade do aluno 
participar da atividade em uma data e hora específica, exigindo uma sincronia 
entre ambas as partes. 
13
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Na interação assíncrona, as ferramentas permitem que os envolvidos não 
participem da atividade no mesmo momento. Assim, há uma flexibilização do 
tempo, onde a instituição distribui os materiais por um determinado canal, seja via 
postal ou via internet e os alunos participam das atividades no momento em que 
acharem oportuno, sem uma efetiva sincronia temporal. 
Para facilitar a compreensão, podemos organizar a EAD no Brasil por 
gerações, de acordocom o Quadro 1. 
QUADRO 1 - GERAÇÕES DO EAD NO BRASIL
Época Geração Descrição Interação
1900 Educação por Correspondência
Instituto Monitor, Instituto 
Universal Brasileiro, 
Formações Básicas de 
Instituições de Ensino
Assíncrona
1960 Educação por Rádio e TV
Projeto Saci, Projeto Minerva
Telecurso 2000, Canais 
Educativos
Síncrona
1995 Educação por Internet
Sistemas de Streaming, 
Correio Eletrônico, Sistemas 
Multimídia
Assíncrona/
Síncrona
2000
Educação por 
Ambientes 
Interativos
Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem, Instituições 
Virtuais, Realidade Virtual
Assíncrona/
Síncrona
FONTE: O autor.
Esta última geração, baseada na internet, tornou massiva a presença da 
EAD na sociedade. Na atualidade, modelos de EAD podem ser vivenciados 
em diversos setores, não apenas no puramente educacional. Treinamentos 
corporativos, manuais de equipamentos, comunidades de estudos independentes 
e diversas outras iniciativas costumam utilizar modelos de EAD para prover suas 
atividades instrucionais. 
Atualmente, grandes universidades ao redor do mundo adotam modelos de 
EAD em seus cursos regulares, seja em programas exclusivamente a distância 
ou utilizando o EAD como apoio aos modelos presenciais. Diversas destas 
instituições disponibilizam, ainda, suas aulas em ambientes de ensino a distância 
para que a sociedade em geral assista as aulas, faça atividades e, em alguns 
casos, até emita o seu certificado. 
Um exemplo é a “The Open University”, uma universidade pública do Reino 
Unido, fundada em 1969, que atua unicamente com cursos a distância em nível de 
14
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
graduação, MBA e mestrado. A instituição possui espaço físico comum para os alunos 
participarem de pesquisas e reuniões, mas as aulas são todas no modelo EAD. 
FIGURA 1 - CAMPUS DA THE OPEN UNIVERSITY
FONTE: <http://www.openuniversity.edu/>. Acesso em: 2 dez. 2018.
 
Dado o ano de fundação da The Open University, em 1969, é visível que o 
conceito de Universidade Aberta (Open University) não é novo. Na realidade, 
Moore e Kearsley (2011) quando dividem as gerações do ensino a distância em 
nível mundial, expõem que após o uso do rádio e da TV na EAD, as instituições de 
ensino superior se organizaram a exemplo da The Open University e produziram 
modelos de cursos a distância, visando à popularização do conhecimento. Neste 
sentido, surge o conceito de Universidade Aberta. 
Apesar de extremamente ligado à EAD, o conceito de 
Universidade Aberta está mais ligado à flexibilidade e à abertura 
que estas instituições têm para o ingresso de alunos. Fatalmente, o 
ensino a distância tem se utilizado como a ferramenta ideal para esta 
democratização, porém, é possível encontrar universidades abertas 
ao redor do mundo que também combinam atividades presenciais e 
a distância. 
Estas universidades abertas, se valendo as mídias até então utilizadas, 
desenvolveram iniciativas educacionais baseadas em livros impressos enviados 
por correspondência, kits didáticos, mídias em áudio e vídeo, transmissões via 
telefone, rádio e televisão, entre outras abordagens para alcançar um público que 
não conseguiria participar destes cursos por meios, até então, formais. 
15
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Como evolução, outros países, incluindo o Brasil, foram desenvolvendo em 
suas instituições de ensino, abordagens a distância, culminando na regulamentação 
de cursos integralmente a distância no país, possibilitando a criação de cursos de 
graduação e de pós-graduação, como este em que você é aluno. 
Vamos comparar agora como são expostas as gerações de EAD no mundo, 
seguindo a visão de Moore e Kearsley (2011) com as gerações em que a EAD é 
dividida no Brasil (Quadro 2). 
 
QUADRO 2 - GERAÇÕES DE EAD NO MUNDO
Época Geração Descrição Interação
1850 Educação por Correspondência
Movimento Chautauqua e 
Colliery Engineer School of 
Mines
Assíncrona
1920 Educação por Rádio e TV
State University of Iowa, 
Universidade de Salt Lake City Síncrona
1970 Universidades Abertas
The Open University e 
instituições de ensino com 
aprendizagem flexível
Assíncrona/
Síncrona
1980 Educação por Teleconferência
Uso de tecnologias 
de comunicação via 
teleconferência
Assíncrona/
Síncrona
1990 Educação por Ambientes Interativos
Sistemas de Streaming, 
Correio Eletrônico, Sistemas 
Multimídia, Ambientes Virtuais 
de Aprendizagem, Instituições 
Virtuais, Realidade Virtual
Assíncrona/
Síncrona
FONTE: O autor.
 
A primeira geração mundial de EAD equivale também à nossa primeira 
geração brasileira. Trata-se da geração de educação por correspondência, 
iniciada por volta de 1880 nos Estados Unidos, utilizando a expansão dos correios 
e das linhas férreas para fornecer cursos via correspondência de instituições 
como Movimento Chautauqua e Colliery Engineer School of Mines. 
A segunda geração também coincide nos âmbitos brasileiro e mundial. A 
geração de EAD por TV e rádio teve seu início nos Estados Unidos, por volta de 
1921, quando surgiram as primeiras disciplinas de universidades ministradas por 
rádio, como na State University of Iowa, e com a autorização governamental para 
a criação da primeira estação de rádio educativa, a Rádio Latter Day Saints da 
Universidade de Salt Lake City. 
16
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Diferentemente das gerações da EAD no Brasil, no âmbito mundial, a terceira 
geração é tratada como sendo a geração das Universidades Abertas, iniciada em 
torno de 1969, no Reino Unido, com a criação da já citada The Open University, 
seguida da implantação de diversas outras instituições e consórcios de outras 
instituições. 
A educação, em especial a educação a distância, também 
pode ser aplicada ao meio empresarial, você sabia? Leia o artigo da 
EADBOX sobre o conceito de Educação Corporativa e como ela pode 
ser desenvolvida utilizando a EAD. Disponível em: <https://eadbox.
com/o-que-e-educacao-corporativa/>. Acesso em: 3 dez. 2018.
Na visão mundial, a quarta geração é baseada na educação por 
teleconferência, em que por volta de 1980 surgiram classes que se utilizavam 
das transmissões audiovisuais, até então já disponíveis desde a segunda 
geração, mas agora com a possibilidade de interagir entre ambos os pontos da 
transmissão. Nos Estados Unidos, a Universidade de Wisconsin, em 1965, já 
havia implementado um moderno sistema de capacitação médica baseado em 
teleconferências. Como no Brasil, as tecnologias de teleconferências não tiveram 
abrangência de grande escala, já estando obsoletas com a chegada da internet, 
esta geração não obteve expressividade nacional. 
A quinta e última geração de EAD, dividida mundialmente, equivale às 
terceiras e às quartas gerações brasileiras (educação por internet e educação 
por ambientes interativos, respectivamente) e é voltada para a educação por 
ambientes interativos baseados no computador e na internet. A interconexão 
computacional que culminou com o surgimento da internet já era na verdade uma 
iniciativa de universidades e instituições militares. A própria web, o sistema de 
navegação entre páginas que conhecemos, surgiu em 1993 no meio acadêmico, 
onde era possível compartilhar materiais entre estudantes e universidades 
(MOORE; KEARSLEY, 2011). 
1 Com base nas gerações da educação a distância no Brasil, com 
relação aos meios educacionais e as suas devidas gerações, 
associe os itens utilizando o código a seguir:
17
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
I- Educação por correspondência.
II- Educação por rádio e TV.
III- Educação por internet.
IV- Educação por meios interativos
( ) Webconferência. 
( ) Óculos 3D.
( ) Ambiente Virtual de Aprendizagem.
( ) Difusora educativa.
( ) Emissora educativa.
( ) Aplicativo de simulação de eletrônica.
( ) Envio de material Impresso.
( ) Envio de material por e-mail.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:a) ( ) III - IV - IV - II - II - IV - I - III. 
b) ( ) IV - III - II - III - II - I - II - III. 
c) ( ) II - III - III - I - II - I - II - II. 
d) ( ) IV - I - II - IV - I - III - III - IV. 
3 Níveis de Educação a Distância
A EAD é uma ferramenta com aplicabilidades distintas nas mais variadas 
instituições. Mesmo no Brasil, é possível encontrar as mais variadas iniciativas 
de ensino a distância, desde o treinamento corporativo, em empresas, até 
grandes universidades, passando por cursos livres e professores particulares e 
independentes que adotam abordagens a distância para prover suas situações de 
aprendizagem. 
Neste sentido, há uma certa distinção entre os níveis de EAD aplicados nestes 
variados modelos de EAD, conheceremos agora estas distinções propostas por 
Moore e Kearsley (2011). 
3.1 Instituições com Finalidade 
Dupla
No nível de instituições com finalidade dupla, a EAD é tratada como um dos 
focos da organização. Em geral, este nível de EAD é desenvolvido por instituições 
18
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
que já atuam no meio educacional, com cursos regulares em nível básico ou 
superior, como foco prévio na educação formal, no ensino presencial, mas que 
também desenvolve atividades a distância. 
Estas instituições podem oferecer disciplinas a distância para seus cursos 
presenciais, ou ainda, oferecer atividades a distância dentro das próprias 
disciplinas presenciais. No entanto, fazem parte deste tipo de instituição a oferta 
de cursos exclusivamente a distância dentro do seu portfólio de formações. 
É comum neste modelo, que os programas a distância compartilhem o corpo 
docente com os programas presenciais da instituição, mas nada impede que estes 
tenham seus próprios docentes. Acontece que, em geral, como estas instituições 
já existiam previamente como ofertantes de cursos presenciais, é comum que 
esses mesmos docentes sejam aproveitados nos programas a distância. 
A própria instituição em que você estuda, a Uniasselvi, opera neste nível de 
instituição com finalidade dupla (Figura 2), pois possui cursos tanto no modelo 
presencial nas unidades presenciais, quanto cursos a distância, com alunos por 
todo o país. 
FIGURA 2 - PORTAL DE CURSOS DA UNIASSELVI
FONTE: <http://www.uniasselvi.com.br>. Acesso em: 3 dez. 2018.
No Brasil, este nível de organização de EAD pode compor seus cursos de 
graduação com disciplinas parcialmente ou integralmente a distância, respeitando 
um limite de 20% da carga-horária total da formação (BRASIL, 2016). Assim, 
a flexibilidade e a premissa da transposição das barreiras de espaço e tempo 
podem beneficiar também os alunos de cursos presenciais. 
19
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
É possível ainda, que instituições com finalidade dupla organizem suas 
operações presenciais e a distância com campus distintos, mesmo que um destes 
seja virtual e destinado a atividades a distância. Um exemplo é a Penn State - 
Pennsylvania State University -, que possui um campus especial, destinado 
exclusivamente para as atividades a distância, o Penn State World Campus, que 
atende militares e a comunidade em geral com 189 programas educacionais, 
incluindo graduação, MBA, mestrado e doutorado, exclusivamente a distância 
(MOORE; KEARSLEY, 2011). 
 
3.2 Instituições com Finalidade Única
 
Há também o nível em que as instituições possuem finalidade única, ou 
seja, atuam apenas com o modelo de EAD, sem ofertar cursos majoritariamente 
presenciais. Neste nível, a instituição toda e preparada para atuar de forma virtual, 
com professores e demais funcionários destinados unicamente ao atendimento a 
distância. 
Um exemplo deste nível de operação é o da Athabasca University no Canadá 
(Figura 3), que possui apenas programas a distância. Esta é a principal instituição 
exclusivamente EAD do país e a primeira a adotar este modelo. Foi iniciada em 
1970, quando o governo da província de Alberta resolveu investir no conceito de 
universidade aberta. 
FIGURA 3 - AULA ON-LINE DA ATHABASCA UNIVERSITY
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=Npg1B0xSpPY>. Acesso em: 3 dez. 2018.
20
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
As iniciativas puramente voltadas ao ensino a distância podem ser também fruto 
da união entre outras instituições com este objetivo em comum, criando organizações 
com finalidade única em EAD baseadas em consórcios interinstitucionais. Ao redor 
do mundo, várias iniciativas deste tipo foram desenvolvidas, como a e-ArmyU 
(Army University Access Online), um consórcio resultante da junção de mais de 20 
instituições de ensino voltado à formação de militares nos Estados Unidos. Ainda 
nos Estados Unidos, a WGU (Western Governors University), uma universidade 
interinstitucional foi desenvolvida em 1997 como um consórcio baseado em 
universidades de diversos estados (MOORE; KEARSLEY, 2011). 
No decreto Nº 9.057, de 25 de maio de 2017, foi alterada a 
legislação de EAD no Brasil. Nele, foi permitida a operação de 
instituições com finalidade única: 
§ 2º É permitido o credenciamento de instituição de ensino 
superior exclusivamente para oferta de cursos de graduação e de 
pós-graduação lato sensu na modalidade a distância.
Além disso, foi flexibilizada a operação de cursos a distância para 
a educação básica, ficando a cargo dos sistemas locais autorizar: 
Art. 8º Compete às autoridades dos sistemas de ensino 
estaduais, municipais e distrital, no âmbito da unidade federativa, 
autorizar os cursos e o funcionamento de instituições de educação 
na modalidade a distância nos seguintes níveis e modalidades:
I- ensino fundamental, nos termos do § 4º do art. 32 da Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996;
II- ensino médio, nos termos do § 11 do art. 36 da Lei nº 9.394, de 
1996;
III- educação profissional técnica de nível médio;
IV- educação de jovens e adultos; e
V- educação especial.
FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2017/Decreto/D9057.htm>. Acesso em: 3 dez. 2018.
21
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
No Brasil, existe a Universidade Aberta do Brasil - UAB -, um consórcio 
de instituições que ofertam cursos a distância em diversos pontos do país. No 
entanto, a possibilidade da operação de cursos regulares de graduação e pós-
graduação no Brasil por instituições exclusivamente a distância é algo novo, em 
um decreto de 2017 que esta opção foi permitida no país. 
3.3 Cursos Individuais
 
Os cursos individuais são compostos por formações específicas de 
determinadas áreas do conhecimento que não demandam diplomação formal. 
São os cursos não regulados, não vinculados ao ensino superior, educação 
básica ou cursos técnicos, são cursos livres. Estes cursos podem ser operados 
por instituições de ensino com finalidade dupla, instituições de finalidade única, 
bem como por outras organizações que não estejam diretamente ligadas ao ramo 
educacional (MOORE; KEARSLEY, 2011). 
Na legislação brasileira os cursos individuais são de caráter 
complementar, tratados como cursos livres. O Ministério da 
Educação e as Secretarias de Educação dos estados regulamentam 
apenas os cursos de educação formal, ou seja, os de educação 
básica e superior (educação infantil, ensino médio, graduação, pós-
graduação etc.). De acordo com a Lei nº 9.394 - Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional -, os cursos livres são descritos como de 
educação não formal, com duração variável, podendo estes serem 
de natureza presencial ou a distância. 
Assim, não há uma regulamentação específica para autorizar 
organizações para o exercício de cursos livres, não necessitando 
autorização prévia para seu funcionamento ou reconhecimento 
de outros órgãos, permitindo, então, que qualquer organização ou 
indivíduo forneça cursos desta modalidade. 
FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9394.htm>. Acesso em: 3 dez. 2018.
22
 Ambientes e Comunidades Virtuais de AprendizagemNa realidade, não só instituições, empresas ou organizações costumam 
oferecer cursos individuais, professores individuais também desenvolvem de 
forma livre seus cursos. Com a evolução da última geração de EAD, as tecnologias 
digitais e os ambientes de aprendizagem, permitem que de forma simples o 
próprio professor crie seu ambiente de ensino a distância com aulas para seu 
público. Um exemplo de curso com professor individual é o do Mairo Vergara, 
um professor de língua inglesa que oferta seus cursos a distância, via ambiente 
virtual de aprendizagem na internet (Figura 4). 
FIGURA 4 - SITE DO AMBIENTE DE ENSINO DO PROFESSOR MAIRO VERGARA
FONTE: <http://mairovergara.com>. Acesso em: 3 dez. 2018.
1 Com relação à legislação brasileira no âmbito do ensino a 
distância, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para 
as falsas: 
( ) Professores individuais podem criar seus próprios cursos livres 
de pós-graduação sem vínculo com outras instituições. 
( ) Instituições de ensino não precisam ter previamente cursos 
presenciais para poder ofertar cursos de graduação a distância.
( ) Instituições de ensino precisam de regulamentação do Ministério 
da Educação para ofertar cursos de graduação a distância.
( ) A operacionalização de cursos de Ensino Fundamental e Médio 
a distância é permitida apenas em casos excepcionais.
23
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
a) ( ) F - V - V - F. 
b) ( ) V - V - F - V.
c) ( ) F - V - F - F.
d) ( ) V - F - V - V. 
4 Ferramentas e Ambientes de 
Aprendizagem
As últimas gerações de ensino a distância, tanto a última geração no Brasil, 
quanto a última geração em nível mundial são baseadas no uso da internet 
para prover os processos educacionais. A plataforma que permite as interações 
e o acesso às mídias do meio educativo é denominada de Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA). Estes ambientes são baseados na web, o conjunto de 
páginas interligadas que tem sua interação com o usuário baseada no navegador 
de internet (Chrome, Firefox, Opera etc.). 
O termo “web” que vem de World Wide Web (WWW) e tem 
seu sentido ligado à “teia que se espalha pelo mundo”. A tecnologia 
foi criada por Tim Berners-Lee está ligada ao sistema de navegação 
proporcionada pelos hiperlinks, interligando os documentos web, que 
são as páginas da internet, agrupados por sítios (sites). O uso do 
“www” o início do endereço dos sites está ligado ao termo web. 
Os AVA, baseados na web, se utilizam do conceito de hipermídia, 
conceito este ligado ao compartilhamento de diversas mídias por meio 
de hiperlinks. Desta forma, a navegação e a estruturação dos ambientes 
on-line são estruturados pela navegação entre os conteúdos, como 
páginas, arquivos e vídeos por meio dos hiperlinks (links). 
A terminologia técnica para os ambientes virtuais de aprendizagem 
é Learning Management System (LMS) ou sistema de gestão da 
aprendizagem. Estes sistemas abrangem todos os processos de 
ensino do meio educacional on-line, permitindo o intercâmbio de mídias 
e materiais didáticos, comunicação entre todos os atores envolvidos, 
controle de acesso e permissões, entre outras funcionalidades. 
O termo “web” que 
vem de World Wide 
Web (WWW) e tem 
seu sentido ligado à 
“teia que se espalha 
pelo mundo”. 
A tecnologia foi 
criada por Tim 
Berners-Lee está 
ligada ao sistema 
de navegação 
proporcionada 
pelos hiperlinks, 
interligando os 
documentos 
web, que são as 
páginas da internet, 
agrupados por sítios 
(sites). O uso do 
“www” o início do 
endereço dos sites 
está ligado ao termo 
web.
24
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Para conhecer mais sobre as estratégias brasileiras para a 
transformação do país por meio da inovação tecnológica baixe 
gratuitamente o livro “Estratégia Brasileira para a Transformação 
Digital”. Neste e-book, são demostradas as iniciativas ligadas à 
pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação nas áreas de tecnologias 
da informação e comunicação voltadas à educação, capacitação, 
infraestrutura e novos modelos de negócio. Disponível em: <https://
www.governodigital.gov.br/documentos-e-arquivos/estrategiadigital.
pdf/view>. Acesso em: 3 dez. 2018.
Estes ambientes trazem para o âmbito on-line e virtual os conceitos de uma 
escola tradicional, eles são os sistemas que organizam e gerenciam os processos 
do dia a dia de uma instituição de ensino. De forma análoga, estes ambientes 
são capazes de criar as “salas de aula” e registrar o acesso e a “presença” do 
estudante nas aulas. 
O artigo científico dos professores portugueses Moreira, Barros 
e Monteiro (2015) avalia a fundo a aplicação prática de um ambiente 
virtual de aprendizagem, apontando aspectos desde o planejamento, 
design e operacionalização. 
MOREIRA, J. António; BARROS, Rita; MONTEIRO, Angélica. 
Avaliação do Impacto de Ambientes Virtuais na Percepção de 
Competências de Aprendizagem no Ensino das Ciências e das 
Expressões Físico-Motoras. In: Revista de Ensino de Ciências e 
Engenharia,, v. 6, n. 1, p. 14-30, 2015.
Disponível em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/46335>. 
Acesso em: 3 dez. 2018.
Os ambientes LMS podem ser livres ou proprietários. Os ambientes livres 
são baseados no conceito de software livre, ou seja, são sistemas de software 
gratuitos, livres de direitos de uso, que podem ser implementados por qualquer 
instituição. Geralmente, estes softwares são mantidos por alguma fundação sem 
25
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
fins lucrativos. Os ambientes proprietários são softwares possuem um proprietário 
ou são desenvolvidos em consórcio com várias instituições. 
As instituições de ensino podem desenvolver seu próprio ambiente de ensino, 
adquirir um software de terceiros, ou ainda, utilizar um destes ambientes livres e 
gratuitos. Dentre os softwares livres de LMS, temos o Moodle, o Teleduc, o ATutor, 
o Claroline e o Chamilo, por exemplo. 
FIGURA 5 - SALA DE AULA ON-LINE DO MOODLE
FONTE: O autor.
O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), 
traduzido como Ambiente de Aprendizagem Dinâmico, Modular e Orientado a 
Objetos é o mais conhecido dentre os gratuitos (Figura 5). Ele é um sistema web 
que necessita da instalação em um servidor web que o disponibilize para acesso 
à internet. Cada instituição que deseja utilizar o Moodle deve instalar e hospedar 
em seu servidor e disponibilizá-lo para acesso por um endereço web. O Moodle 
está disponível em 75 idiomas e é amplamente utilizado pelo mundo, seja em 
instituições de ensino ou em iniciativas independentes. 
26
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Para a instalação, hospedagem, manutenção e disponibilização 
do Moodle na internet existem custos. O software livre é gratuito, 
mas a sua infraestrutura não é. No entanto, existem serviços on-line 
que permitem a criação de salas no Moodle gratuitamente, como o 
Ensine Online. 
Acesse em: <http://www.ensineonline.com.br>.
Existe ainda o Google Classroom, ou Google Sala de Aula, um serviço de 
LMS da Google que integra as funcionalidades do Google Agenda, Gmail, Google 
Drive, Google Forms e Google Docs em um ambiente de ensino, baseado em 
“Salas de Aula”. O Google Classroom não é um software livre, é proprietário. 
Ele está ligado às contas coorporativas do Google, disponível para o meio 
empresarial. No entanto, várias instituições de ensino já possuem acesso à 
parceria corporativa, além disso, nas contas pessoais do Google você também 
tem acesso ao Google Classroom, permitindo assim a criação gratuita de classes, 
deste que estas classes não estejam ligadas a uma instituição formal. 
FIGURA 6 - SALA DE AULA ON-LINE DO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
27
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Os AVA são compostos por ferramentas que auxiliam nos processos de 
ensino e aprendizagem on-line.Estas ferramentas são responsáveis por prover 
os recursos de interação e instrução no ambiente digital, fazendo com que estes 
possuam funcionalidades equivalentes a uma sala de aula comum, porém, de 
forma on-line. Vamos conhecer agora algumas destas ferramentas:
 
Fórum: ferramenta de discussão, na qual alunos e professores podem propor 
tópicos de assuntos distintos, visando captar opiniões dos participantes. Os fóruns 
podem ser separados por assuntos e alguns LMS permitem a moderação prévia 
dos comentários dos alunos, solicitando ou não a aprovação prévia das opiniões 
dos participantes. Estas ferramentas podem ser utilizadas como instrumentos de 
avaliação, visando mensurar a participação efetiva do aluno no ambiente virtual, 
solicitando sua participação, interação ou opinião, por exemplo. 
FIGURA 7 - FÓRUM DE DISCUSSÃO DOS ALUNOS EM 
UMA SALA DO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
Mídia: ambientes virtuais de aprendizagem são vocacionalmente ligados 
às mídias digitais. Os ambientes permitem a postagem e o compartilhamento de 
arquivos com suas classes. Estes arquivos podem ser de áudio, como podcasts, 
aulas gravadas e músicas, podem ser também de vídeo, vinculando arquivos do 
Vimeo, YouTube ou vídeos próprios com palestras e aulas gravadas. As mídias 
disponíveis permitem também a postagem de livros, apostilas e demais arquivos 
de texto em formato digital, além dos mais variados formatos de arquivo. As 
mídias criam as “bibliotecas” de conteúdos dentro dos AVA. 
28
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
FIGURA 8 - BIBLIOTECA DE MÍDIAS EM VÍDEO DO 
AMBIENTE DE ENSINO A DISTÂNCIA DA ALURA
FONTE: O autor.
Mensagens: assim como em uma rede social, a interação é algo essencial 
em um ambiente virtual de aprendizagem. Como em uma sala de aula presencial, 
a comunicação entre os alunos e professores é fator crucial, mesmo que de forma 
assíncrona. Assim, os ambientes virtuais, em geral, possuem ferramentas de 
mensagens, onde é possível enviar mensagens para o professor, para um aluno 
específico, para toda a turma, para todo o curso e assim por diante. 
FIGURA 9 - FERRAMENTA DE ENVIO DE MENSAGENS 
PARA TODA TURMA NO MOODLE
FONTE: O autor.
29
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Chat: mesmo já existindo as ferramentas de mensagens, por vezes, se faz 
necessária uma comunicação síncrona, onde os estudantes entre si, ou com os 
professores, possam se comunicar no mesmo momento. Para tanto, existem as 
funcionalidades de chat, onde é possível a criação de “salas de bate-papo” para 
os participantes. 
Webconferência: com a evolução das tecnologias da informação e 
comunicação e, com a convergência das mídias, hoje em dia é trivial fazer uma 
reunião on-line, por áudio e vídeo. Sendo assim, é cada vez mais comum encontrar 
AVAs que possuem ferramentas de webconferência, onde alunos e professores 
participam de aulas ao vivo, utilizando o próprio AVA ou então ferramentas como 
Google Hangouts, Facebook Live etc.
Teleconferência na Educação Médica
Embora a teleconferência tenha sido empregada em todas as 
disciplinas e todos os domínios do conhecimento, foi particularmente 
difundida no campo da saúde e como um meio para prover educação 
medica continuada. Quase todos os profissionais de saúde precisam 
assistir a cursos regularmente para se manterem atualizados com os 
avanços na medicina, e o pessoal médico atua em diversos locais de 
qualquer estado, de modo que fica difícil organizar aulas presenciais 
para a maioria dos profissionais. Além disso, a especialização em 
determinadas doenças ou certos tratamentos é muito escassa; a 
teleconferência pode ser usada para disseminar tal especialização 
para um grande público oportunamente. O uso de videoconferência 
é especialmente valioso por permitir que sejam demonstrados novos 
procedimentos e equipamentos médicos. 
FONTE: MOORE, Michael G.; KEARSLEY, Greg. Distance Education: 
A systems view of online learning. Cengage Learning, 2011.
Avaliações e Atividades: como parte do processo educacional, a avaliação 
é algo necessário, mesmo no âmbito da EAD. Assim, os AVAs também são 
capazes de fornecer subsídios para que os docentes componham instrumentos 
de avaliação nas própria plataforma on-line. Desta forma o aluno é capaz de 
responder a questões objetivas e discursivas, enviar arquivos e realizar avaliações 
a partir do próprio ambiente on-line. 
30
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
FIGURA 10 - FERRAMENTA DE AVALIAÇÕES DO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
Objetos de Aprendizagem: além das mídias e dos materiais disponibilizado, 
os ambientes permitem também o compartilhamento de elementos multimídia 
interativos baseados nas tecnologias web e de hiperlinks, amparados, por 
exemplo, no padrão SCORM, onde o aluno pode ter uma experiência mais 
imersiva sobre o tema apresentado. Estes elementos interativos, denominados de 
objetos de aprendizagem, podem ser simuladores de componentes eletrônicos, 
simuladores de fenômenos físicos, pequenos games sobre o tema, entre outros. 
31
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
FIGURA 11 - OBJETO SIMULADOR DE CIRCUITOS ELÉTRICOS 
DA UNIVERSIDADE DE TWENTE (HOLANDA)
FONTE: Disponível em: <https://www.golabz.eu/lab/
electrical-circuit-lab>. Acesso em: 3 dez. 2018.
Para o compartilhamento de objetos de aprendizagem foi 
desenvolvido o SCORM (Shareable Content Object Reference 
Model), o Modelo de Referência para Objetos de Conteúdo 
Compartilháveis, um padrão mundial de interoperabilidade entre 
objetos de conteúdo. Diversos LMS’s são compatíveis com SCORM, 
ou seja, permite que objetos de aprendizagem desenvolvidos sob o 
padrão SCORM sejam inseridos no ambiente com compatibilidade 
garantida (CARDOSO, 2007). 
Agenda: como em uma sala de aula normal, as salas de aula a 
distância possuem também seus prazos, obrigações e cronogramas. 
Assim, os ambientes virtuais costumam apresentar ferramentas como 
agendas e calendários com os compromissos do curso. 
Para o 
compartilhamento 
de objetos de 
aprendizagem foi 
desenvolvido o SCORM 
(Shareable Content 
Object Reference 
Model), o Modelo 
de Referência para 
Objetos de Conteúdo 
Compartilháveis, um 
padrão mundial de 
interoperabilidade entre 
objetos de conteúdo. 
Diversos LMS’s são 
compatíveis com 
SCORM, ou seja, 
permite que objetos 
de aprendizagem 
desenvolvidos sob o 
padrão SCORM sejam 
inseridos no ambiente 
com compatibilidade 
garantida (CARDOSO, 
2007). 
32
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
FIGURA 12 - AGENDA DO GOOGLE CLASSROOM 
INTEGRADA COM O GOOGLE CALENDAR
FONTE: O autor.
Mural e Notícias: em geral, as salas de aula dos AVAs, possuem 
algumas telas baseadas no conceito de feed, em que as interações, 
materiais e avisos são dispostos de forma cronológica descendente, 
dos mais recentes aos mais antigos. 
Na internet, o conceito de feed está ligado ao fluxo de informações 
contínuas dispostas em um canal. São registros cronológicos 
comumente utilizados nas redes sociais, onde todas as informações 
são linearmente exibidas para os usuários. 
FONTE: <https://www.tecmundo.com.br/rss/252-o-que-
sao-feeds-.htm>. Acesso em: 3 dez. 2018.
Na internet, o conceito 
de feed está ligado ao 
fluxo de informações 
contínuas dispostas 
em um canal. São 
registros cronológicos 
comumente utilizados 
nas redes sociais, 
onde todas as 
informações são 
linearmente exibidas 
para os usuários. 
FONTE: <https://www.
tecmundo.com.br/
rss/252-o-que-sao-
feeds-.htm>. Acesso 
em: 3 dez. 2018.
1 Com base no estudo de caso a seguir, realize a produção 
solicitada: 
Uma instituição de finalidade dupla deseja fornecer a distância 
a disciplina de Metodologia Científica nas suas graduações 
presenciais. Para tanto, o ambiente virtual de ensino e 
aprendizagem da referida disciplina precisa ser projetada. Esta 
disciplina estará disponível para todos os cursos da instituição,33
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
que envolvem graduações na área da saúde (nutrição, medicina 
e enfermagem), tecnologia (engenharias e computação) e 
educação (pedagogia, letras, matemática e história). 
Ementa da Disciplina: conhecimento científico, formas de 
conhecimento, teoria do conhecimento, ciência e pesquisa, 
metodologia do trabalho científico, métodos de pesquisa e 
trabalhos acadêmicos. 
Você é o responsável pela implantação desta disciplina no 
ambiente de ensino a distância da instituição. Elabore as 
estratégias interativas baseadas em mensagens, avisos e 
notícias, como devem ser as mídias adicionadas no ambiente, 
qual deve ser o tema do fórum de abertura e discussão da 
disciplina e como deve ser ao menos um dos objetos de 
aprendizagem a serem produzidos para o ambiente. 
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
5 Abordagens Metodológicas
 
Os AVAs são utilizados no âmbito da EAD, seja ela puramente a distância ou 
parcialmente a distância, ou apenas complementar ao ensino presencial. Como 
já tratamos na Seção 2 deste capítulo, a EAD é intencional, sendo denominada 
como educação a distância e não como ensino a distância, justamente por 
abranger tanto os processos de ensino como de aprendizagem. Por essas razões, 
a EAD é sistemática e baseada na junção das teorias educacionais com as novas 
mídias. Desta forma, vamos conhecer agora algumas abordagens metodológicas 
que envolvem a operacionalização da EAD. 
34
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Sendo algo intencional, sistemático e planejado, um projeto de 
EAD também deve possuir um plano de aulas. Conheça no artigo 
“Plano de aula: guia completo para cursos online” da Edools algumas 
ideias de como elaborar um plano de aula para EAD. Disponível em: 
<https://www.edools.com/plano-de-aula/>. Acesso em: 3 dez. 2018.
5.1 Autonomia
 
Como conceito de educação flexível, amparada na necessidade de transpor 
barreiras especiais e temporais, a EAD parte do princípio de que deve prover 
a autonomia do aluno. Sendo assim, é um desafio dos sistemas educacionais 
fornecer estruturas interativas que sejam capazes de prover a avaliar o aprendizado 
do aluno a distância. A autonomia do aluno pressupõe ritmos, capacidades e 
tempos dedicados ao aprendizado totalmente distintos. O aluno tem a autonomia 
de ditar o seu ritmo de estudos, os tutores, instrutores, professores, ou demais 
atores de apoio ao processo devem estruturar os programas visando a adequação 
à realidade de cada indivíduo. Este aluno, como indivíduo, possui sua própria 
história pregressa e suas capacidades de assimilação de conceitos, perfazendo 
assim, a capacidade construtivista que a aprendizagem autônoma expõe. Além do 
construtivismo, a autonomia do aluno também exerce o que Vigotsky trata como 
transferência (MOORE; KEARSLEY, 2011): 
Por meio da troca de significados e do desenvolvimento de uma 
compreensão compartilhada no âmbito daquilo que Vygotsky 
denomina zona de desenvolvimento próximo, os alunos 
gradualmente assumem controle do processo de aprendizado. 
Eles entram em uma comunidade de ideias partilhadas na 
condição de principiantes e, apoiados por um professor (ou 
outra pessoa mais competente), principalmente mediante 
sua capacitação cada vez maior no uso da ferramenta da 
linguagem, assumem progressivamente a responsabilidade por 
seu próprio aprendizado. Nessa perspectiva do aprendizado 
baseada na teoria de Vygotsky, um diálogo entre professor (o 
mais competente) e o aluno é acompanhado por uma mudança 
de controle do processo de aprendizado, que passa do 
professor para o aluno (MOORE; KEARSLEY, 2008, p. 242).
Como no EAD se busca a facilitação dos processos de desenvolvimento 
do aprendizado do aluno, o professor se demonstra como um dos recursos 
educacionais no meio a distância. O processo é centrado no aluno, baseado na 
35
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
sua disposição em aprender, na sua capacidade de administrar os conhecimentos 
adquiridos e no seu papel de indivíduo identificado pelo sistema como um ser 
autônomo (ZUIN, 2006). 
A autonomia é um dos principais atributos do meio educacional a distância, 
uma das principais características do aluno e a abordagem metodológica central. 
A autonomia é uma construção contínua do individuo, baseado na comunicação e 
na colaboração com o ambiente (CARVALHO, 2009). 
O Construtivismo é uma teoria educacional do biólogo e 
psicólogo suíço Jean Piaget. Esta escola avalia o conhecimento 
como o fruto de uma junção de experiências ativas que envolvem 
a elaboração de significados deste conhecimento de forma 
subjetiva, onde o próprio sujeito é o ator principal da construção do 
conhecimento (PIAGET, 2013). 
5.2 Cooperação
Da mesma forma que ocorre em uma sala de aula comum, nas sala dos 
ambientes de EAD, a cooperação é algo essencial. Segundo Campos et al. 
(2003), experiências de ensino e aprendizagem a distância, quando os indivíduos 
se envolvem como um todo, suprimindo experiências individuais, quando estes 
cooperam entre si, desenvolvendo sinergia com os envolvidos, este trabalho 
tende a produzir resultados superiores aos obtidos em experiências solitárias. 
O aluno EAD deve se colocar como parte de um todo, como integrante 
de uma turma. Os ambientes de ensino a distância buscam fornecer subsídios 
para que a comunicação e a colaboração seja relevante na sala de aula virtual, 
sendo possível tornar a sala de aula on-line tão interativa e colaborativa quando 
uma sala de aula formal. A experiência de estudar a distância em um primeiro 
momento pode se demonstrar demasiadamente solitária, em que o “eu”, define 
quando e onde irá estudar. No entanto, justamente pelas características do EAD, 
a experiência educacional baseada em ambientes virtuais pode se tornar cada 
vez mais rica, visto que nestas iniciativas é possível conviver e interagir com 
professores e colegas espalhados geograficamente por diversas partes do país e 
do mundo. 
36
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Assista ao vídeo do Professor Mário Sérgio Cortella sobre a 
importância da cooperação em face à competitividade. Acesse em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=Q2mfIDPuXNc>.
Em muitos programas, os educadores consideram também 
desejável que os alunos interajam. Com a tecnologia de 
teleconferência, os criadores podem formar grupos de alunos 
em cooperação e os instrutores podem facilitar o apoio entre 
os colegas e a obtenção de conhecimento pelos alunos. 
Com o advento da tecnologia da internet, isso pode ser feito 
de um modo assíncrono, e os alunos podem participar de 
grupos virtuais sem precisarem estar fisicamente presentes 
em um local de recepção, conforme ocorre na áudio ou na 
videoteleconferência (MOORE; KEARSLEY, 2011, p. 17).
A aprendizagem cooperativa busca a potencialização das habilidades 
interpessoais, as habilidades litadas à análise de grupos, à resolução de 
problemas, à independência positiva e à responsabilidade individual amplificada 
pelo esforço coletivo. A motivação do estudo a distância emerge 
da autonomia do aluno, potencializada pelo senso de coletividade, 
visando desenvolver a capacidade de estruturar mentalmente novas 
capacidades de assimilação de conteúdos, preferencialmente em grupo 
(CAMPOS et al., 2003). 
Algumas instituições costumam organizar atividades presenciais 
de estudo, em centros especializados locais. Nestes eventos, os alunos 
participamde atividades face a face e são realizados em locais com 
equipamentos de instrução ou em bibliotecas. Estas reuniões podem ser 
em pequenos ou grandes grupos, visando à interação e à colaboração. 
Estes polos costumam ser gerenciados por administradores treinados 
para o apoio a distância, sendo preparados para estas atividades 
presenciais de cooperação no âmbito do EAD (MOORE; KEARSLEY, 
2011). 
Além da cooperação, é necessário que os envolvidos no processo, 
sejam eles alunos ou professores, também atuem com o senso de 
colaboração. Quando os atores estão se auxiliando mutuamente para 
alcançar um objetivo, estes estão cooperando uns com os outros. 
Agora, quando estão trabalhando em conjunto para desenvolver algo 
coletivamente, estes estão colaborando uns com os outros. 
Além da 
cooperação, é 
necessário que 
os envolvidos no 
processo, sejam 
eles alunos ou 
professores, 
também atuem 
com o senso de 
colaboração. 
Quando os atores 
estão se auxiliando 
mutuamente 
para alcançar um 
objetivo, estes 
estão cooperando 
uns com os outros. 
Agora, quando 
estão trabalhando 
em conjunto para 
desenvolver algo 
coletivamente, estes 
estão colaborando 
uns com os outros.
37
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
5.3 Midiatização
 
A midiatização é um conceito oriundo das evoluções urbanas e das novas 
tecnologias da informação e comunicação, vetorizadas pelo mercado. É a 
realidade do cotidiano atual, baseada no demasiado uso das mídias no cotidiano, 
onde os indivíduos abrem mão da corporeidade para interagir com os dispositivos 
tecnológicos (SODRÉ et al., 2006). Midiatização, como fenômeno antropológico 
cria o habitat para as novas gerações, os tidos nativos digitais, que já nasceram 
com acesso à internet, aos dispositivos móveis e aos canais de streaming com 
banda larga (PRENSKY, 2010). 
Que tal criar suas próprias mídias digitais para os cursos on-
line? Acesse o artigo da Elore sobre ferramentas gratuitas para 
produzir conteúdos para cursos EAD e conheça como desenvolver 
estas mídias para as suas aulas. Disponível em: <http://blog.elore.
com.br/12-ferramentas-gratuitas-conteudo-online/>. Acesso em: 3 
dez. 2018.
Neste sentido, a midiatização é algo essencial em ambientes de ensino a 
distância. Esta, além de voltada à variedade de mídias disponíveis para consulta, 
como vídeos, objetos de aprendizagem interativos, também deve ser voltada à 
capacidade de acesso por outros dispositivos além do computador comum, como 
por celulares, tablets, televisão e até por relógios, culminando no u-learning, onde 
o aluno está imerso por acessos ao conteúdo. 
As tecnologias são fatores cruciais para a produção e distribuição das mídias, porém, 
não é necessariamente papel dos docentes se preocuparem com a sua produção. 
Em virtude de a comunicação ser tão importante para a 
educação a distância, todo aluno e usuário precisa conhecer 
um pouco a respeito de cada tecnologia e também da mídia 
que a veicula. Definitivamente, não é necessário ter um 
conhecimento especializado a respeito de como as tecnologias 
operam nem ser capaz de remediá-las caso apresentem 
problemas. Como educadores a distância, dependemos 
de programadores especializados, operadores de câmera, 
engenheiros e produtores, a fim de assegurar que as 
tecnologias que transmitirão o ensino operem do modo que 
devem. Precisamos conhecer o suficiente a respeito delas 
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 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
para sermos capazes de formular perguntas inteligentes, 
fazer sugestões, saber quando algo não está operando como 
deveria e, acima de tudo, conhecer os limites e o potencial de 
cada uma das tecnologias (MOORE; KEARSLEY, 2011, p. 77).
É papel docente identificar, desenhar e garantir o uso de novas mídias nos 
ambientes virtuais de aprendizagem, uma destas opções, por exemplo, pode ser 
o uso de podcasts. Estes, são arquivos de áudio pré-gravados, são mídias que 
podem ser utilizadas no meio educacional. Com uma dinâmica semelhante a do 
rádio, programas de podcasts possuem fácil produção, podendo ser gravados e 
editados com um simples celular, por exemplo (PISA, 2012). 
Conheça o podcast “Papo de Educador”, um podcast voltado 
para professores, reunindo episódios acerca do fazer docente 
apresentando conteúdos sobre experiências, práticas, atualidades e 
teorias educacionais. Disponível em: <https://papodeeducador.com.
br>. Acesso em: 3 dez. 2018.
Das mídias, com a convergência tecnológica dos equipamentos, surge o 
uso da multimídia, a combinação de diferentes mídias em um mesmo contexto. 
Arquivos de vídeo, por exemplo, combinam quadros de imagem (vídeo) e uma 
trilha de som (áudio), esta junção torna a mídia vídeo em um contexto “multi” 
mídias, por combinar duas formas de arquivos. Neste sentido, um ambiente virtual 
de aprendizagem na internet, acessado por navegadores web, por exemplo, 
combina textos e imagens em uma mesma mídia, assim como livros que possuem 
imagens textos e links, entre outros materiais que utilizam duas ou mais mídias 
distintas. 
Sobre o uso das multimídias na educação Moran (1995, s.p.) já salientava 
que: 
A comunicação torna-se mais e mais sensorial, mais e mais 
multidimensional, mais e mais não linear. As técnicas de 
apresentação são mais fáceis hoje e mais atraentes do que 
anos atrás, o que aumentará o padrão de exigência para 
mostrar qualquer trabalho através de sistemas multimídia. 
O som não será um acessório, mas uma parte integral da 
narrativa. O texto na tela aumentará de importância, pela 
sua maleabilidade, facilidade de correção, de cópia, de 
deslocamento e de transmissão.
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Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
1 Os arquivos multimídia são baseados na junção de outras mídias 
e permitem experiências mais imersivas ou interativas para os 
indivíduos. Sobre a mídia que não corresponde às características 
de uma mídia do tipo multimídia, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
a) ( ) Podcast.
b) ( ) Livro didático.
c) ( ) Página Web.
d) ( ) Videoaula.
5.4 Mediação
As tecnologias da informação e comunicação, quando aplicadas na 
educação, devem ser consideradas apenas como ferramentas nas mãos do 
professor. Por mais que a gênese dos AVAs seja tecnológica, o professor ainda 
é o orquestrador do processo educacional. A cadeia de valor do EAD é composta 
por vários atores, como tutores, conteudistas, monitores e demais profissionais. 
No entanto, todos estes são necessariamente profissionais da educação, 
mentores e mediadores do processo educacional. As ferramentas tecnológicas do 
EAD proveem aspectos interativos baseados na mediação, é papel do mediador 
motivar a turma com mensagens, vídeos e notícias. Faz parte dos seus afazeres 
moderar as respostas e os comentários dos alunos nos fóruns, avaliar os arquivos 
enviados, as atividades e as avaliações (VIANEY, 2003). 
O livro Sala de Aula Interativa (Editora Quartet), do professor 
Marco Silva, trata da importância da interação entre professores e 
alunos no âmbito da sala de aula, seja ela a distância, presencial 
ou híbrida. A obra trata do papel do professor como maestro dos 
processos de ensino mediados ou não pela tecnologia. 
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 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Segundo Moore e Kearsley (2011), os alunos a distância precisam se sentir 
parte de uma turma, precisam se sentir como membros de uma instituição de 
ensino, para isso é necessário que eles sejam capazes de se comunicar com ela 
e, não apenas receber materiais que a mesma distribui. Para tanto, é necessária 
a real mediação dos instrutores nos ambiente virtuais. Os materiais são em 
geral desenvolvidos para um grande público, para atender uma parcela genérica 
do público-alvo, por isso a necessidade do acompanhamento efetivo de um 
profissional na mediação da turma, realizando um atendimento mais relevante sob 
o ponto de vista pessoal do aluno. De modo análogo às tecnologias em áudio e 
vídeo, é um desafiofazer que os alunos on-line participem de discussões de valor 
pedagógico e relevância para o conteúdo do curso, exigindo que os instrutores 
desenvolvam boas aptidões de mediação (MOORE; KEARSLEY, 2011).
 
O grau de interação entre alunos e profissionais de mediação varia 
entre cada instituição. Os criadores dos cursos e a filosofia da organização, a 
capacidade soa alunos, as tecnologias envolvidas, a área de conhecimento dos 
conteúdos abordados e grau do curso são alguns dos pontos que definem como 
são definidos os limites desta mediação. Os criadores do curso definem o grau 
de interação na concepção do curso e são baseadas nas atividades e conteúdos 
previamente definidos. 
A semelhança na grafia entre mediação e midiatização já era 
uma preocupação de Sodré et al. (2006). Segundo os autores, 
mediação tem o sentido de fazer a ponte ou permitir a comunicação 
entre duas partes, enquanto isso, a midiatização é a “tecnomediação”, 
uma mediação midiática, baseada nas tecnologias, alavancada pelos 
fenômenos mercadológicos da informação e comunicação. 
FONTE: SODRÉ et al. (2006).
Algumas instituições costumam programar atividades face a face, quando 
é necessária uma mediação específica baseada em atividades de laboratório, 
por exemplo, principalmente quando não é possível o uso de equipamentos de 
comunicação tecnológicos ou simuladores virtuais (MOORE; KEARSLEY, 2011). 
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Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Atividade Prática
Vamos agora criar o nosso próprio ambiente virtual de 
aprendizagem no Google Classroom. Verifique com a sua instituição 
se ela possui a parceria corporativa com o Google do G Suite for 
Education e utilize sua conta empresarial para isso. Caso sua 
instituição não possua este acesso, não há problema, pois utilizando 
a sua própria Conta Google pessoal você pode criar salas de aula 
virtuais no Google Classroom. 
Para isso, a operação é bem simples, acesse sua conta Google 
em qualquer uma das ferramentas, uma das ferramentas mais 
conhecidas é o Gmail, por exemplo. Assim, com o Gmail aberto, 
clique no ícone superior direito de “Aplicativos”, ou “Google Apps”, 
e rolando para o final da lista você encontrará o ícone do Google 
Classroom, ou Google Sala de Aula, conforme a Figura 13. 
FIGURA 13 - ACESSO AO GOOGLE CLASSROOM PELA CONTA GOOGLE
FONTE: O autor.
 Agora, já dentro da ferramenta Google Sala de Aula, 
você poderá clicar no botão de “mais”, no canto superior direito e 
selecionar a opção “Criar turma” (Figura 14). 
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 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
FIGURA 14 - CRIAR TURMA NO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
Na próxima tela (Figura 15), há um detalhe importante, caso 
você não esteja acessando ao Google Clasroom a partir de uma 
instituição credenciada pelo Google, ou seja, esteja acessando pela 
sua conta pessoal do Google, a sala de aula criada não deve ser 
equivalente a uma turma de uma escola. Para isso, existe esta tela 
de confirmação dos termos de uso. 
FIGURA 15 - TERMOS DE USO DO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
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Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Com os termos aprovados, você já pode criar a sua turma. Basta clicar 
no botão de “mais”, no canto superior direito e selecionando a opção “Criar 
turma”. Na tela seguinte (Figura 16), você deve colocar os detalhes da 
turma, como nome, assunto etc. Após isso, sua sala de aula já será criada. 
FIGURA 16 - CRIAÇÃO DE TURMA NO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
 
Na Figura 17, a turma é apresentada. Você pode personalizar o estilo da 
turma, a imagem do topo, os conteúdos etc. Esta é a tela inicial, onde ficará o 
feed com as mensagens, interações, materiais e atividades da turma. 
FIGURA 17 - TELA INICIAL DA TURMA DO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
44
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
O próximo passo é criar as atividades, para tanto, nos links 
superiores centrais, clique em “Atividades” e então em “Criar”. Aqui 
você pode adicionar as atividades da sala de aula, ela pode ser 
uma tarefa, em que você propõe uma atividade avaliativa, na qual 
os alunos enviarão arquivos para sua posterior correção e avaliação. 
Pode ser criada uma pergunta, em que por meio de um fórum os 
alunos poderão responder a sua pergunta, ou interagir uns com as 
respostas dos outros e é possível também adicionar um material 
didático ou uma mídia para estudos, por exemplo.
Vamos iniciar criando um material. Assim, após selecionar 
“Atividades” e “Criar”, clique na opção “Material” (Figura 18). 
FIGURA 18 - ADIÇÃO DE ATIVIDADES NO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
 
Na tela de cadastro do material (Figura 19), você pode inserir os 
detalhes do material disponibilizado e incluir as mídias, que podem 
ser via upload de arquivos, via Google Drive, via YouTube ou via link. 
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Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
FIGURA 19 - TELA PARA INSERIR UM MATERIAL 
NA SALA DO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
Como citado anteriormente, uma das atividades disponíveis 
para cadastro no Google Classroom é a “Tarefa”. Nela, podem ser 
feitas atividades avaliativas, onde o professor estipula o enunciado 
e os objetivos da atividade, define o prazo de entrega, pontuação e 
instruções (Figura 20). A partir disso, o aluno pode enviar seus arquivos 
de resposta para posterior correção e avaliação por parte do professor. 
FIGURA 20 - TELA PARA INSERIR UMA 
TAREFA NO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
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 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Para a sala de aula virtual do Google Classroom estar pronta falta 
apenas os alunos. Para isso, nos links superiores, clique em “Pessoas” 
e então em “Convidar”, na lista de alunos (Figura 21). Nesta opção, você 
pode convidar seus alunos pelos seus e-mails, assim, eles receberão 
seus convites e acessos à sala de aula do Google Classroom. 
FIGURA 21 - TELA PARA CONVIDAR ALUNOS 
NO GOOGLE CLASSROOM
FONTE: O autor.
6 Algumas Considerações
Após conhecer os princípios da EAD e da sua distinção do ensino a distância, 
é importante identificar que os ambientes virtuais tratam de processos de ensino 
e também de aprendizagem. Estes ambientes são baseados na evolução das 
tecnologias da comunicação e comunicação, acelerada pela convergência das 
mídias, perfazendo, assim, as gerações do ensino a distância, que envolvem 
desde as iniciativas de educação por correspondência, até os modernos 
ambientes digitais baseados na internet. 
A operação dos cursos a distância é dividida em níveis, sendo que em 
cada país existe uma regulamentação para cada nível. O que não impede que 
professores, de forma independente, criem seus próprios ambientes virtuais 
de apoio ao ensino. Existem instituições que combinam ensino presencial e a 
distância, mas existem também instituições que operam apenas no modelo on-
line, tratadas também como Universidades Abertas. 
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Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
Os ambientes virtuais de ensino e aprendizagem são repletos de ferramentas, 
porém, estas não se limitam apenas às ferramentas listadas neste capítulo. Por 
serem baseadas em tecnologias da informação e comunicação, é constante a 
evolução destas ferramentas, assim, é provável que no ambiente virtual que 
você irá utilizar, novas ferramentas sejam implementadas, ou você mesmo pode 
as propor e desenvolver em sua instituição, visto que dentre as abordagens 
metodológicas utilizadas pelo educador a distância, uma delas é a mediação. 
Autonomia, cooperação, midiatização e mediação são características 
importantes da EAD, os aparatos tecnológicos e as abordagens modernas de 
comunicação via streaming potencialização a capacidade de ensino e aprendizagem 
do meio educacional, porém, ainda assim, a EAD é necessariamente intencional. 
Pequenas pesquisas informais, simples visualizações no YouTube ou navegadas 
nas páginas na internet não constituem necessariamente processos de ensinoe 
aprendizagem. A educação a distância é sistemática, baseada em pressupostos, 
planejada e fruto da junção de uma equipe multidisciplinar na produção dos materiais, 
no desenvolvimento do ambiente virtual de aprendizagem e, principalmente, no 
acompanhamento e monitoração dos resultados, dúvidas e avaliações dos alunos. 
A EAD é baseada no aprendizado planejado, no ensino midiatizado, mediado 
pela tecnologia visando atingir educandos que estejam separados no tempo e no 
espaço da instituição. As últimas gerações de EAD são as baseadas no uso da 
internet e dos navegadores web, que possibilitaram o uso dos ambientes virtuais 
de aprendizagem, porém, é importante ressaltar que a midiatização não se limita 
aos recursos, mas também aos dispositivos. Assim, AVAs podem também estar 
disponíveis em dispositivos móveis (m-learning), na televisão (t-learning) ou até 
em outros dispositivos ligados ao dia a dia (u-learning). 
A escolha do ambiente virtual de aprendizagem depende de cada projeto e de 
cada instituição. A realidade local deve ser levada em conta. Existem instituições 
que possuem equipes internas de tecnologia, existem instituições que possuem 
orçamento para a terceirização destes serviços, existem ainda os softwares livres 
de LMS, porém, estes demandam ainda algum investimento. Para cursos livres, 
grupos de estudo e para professores independentes existem ainda plataformas 
que permitem o uso gratuito do Moodle, por exemplo, e também há iniciativas 
como o Google Clasroom, que podem suprir estas necessidades. 
No entanto, a sistematização e a intencionalidade do EAD não limitam a 
aquisição do conhecimento. No âmbito dos ambientes virtuais de aprendizagem, 
a colaboração em ambientes de aprendizagem digitais não formais, acrescidos 
pela evolução dos dispositivos e redes sociais culminam no uso das ferramentas 
colaborativas abertas, as comunidades virtuais de aprendizagem, tema do nosso 
próximo capítulo. 
48
 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Referências
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de outubro de 2016. Revoga a Portaria MEC nº 4.059, de 10 de dezembro de 
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49
Ambientes Virtuais de Aprendizagem Capítulo 1 
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 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
CAPÍTULO 2
Comunidades Virtuais
de Aprendizagem
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Discernir acerca do uso de comunidades nos processos de ensino e 
aprendizagem. 
� Conhecer os conceitos de aprendizagem colaborativa e inteligência coletiva no 
âmbito educacional.
� Compreender as distinções e intersecções entre as comunidades virtuais de 
aprendizagem e os ambientes virtuais de aprendizagem.
� Identificar ferramentas e técnicas aplicáveis às comunidades virtuais de 
aprendizagem para o uso no ambiente educacional presencial, a distância ou 
híbrido.
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 Ambientes e Comunidades Virtuais de Aprendizagem
53
Comunidades Virtuais Capítulo 2 
1 Contextualização
A nova geração de alunos, tida como “nativos digitais”, por já nascerem envoltos 
por dispositivos computacionais e conectados à internet possui uma aptidão natural 
ao uso das mídias digitais. No seu dia a dia, o uso da tecnologia para seu lazer 
é constante. Naturalmente, estes nativos digitais costumam recorrer à tecnologia 
para estudar. No entanto, por vezes, se deparam com uma escola antiquada para 
os seus padrões. Assim, é necessário desenvolver abordagens digitais das aulas, 
somando as potencialidades dos meios educacionais presencial e a distância. 
Tal e qual na sala de aula formal, os ambientes virtuais de aprendizagem, 
que servem como “salas de aula digitais” precisam desenvolver aspectos 
coletivos para potencializar o aprendizado dos alunos. Se em uma sala de aula 
comum os colegas podem colaborar com a construção do conhecimento uns dos 
outros, nas salas de aula on-line é necessário desenvolver este mesmo senso de 
pertencimento, é necessário criar grupos, turmas colaborativas, comunidades de 
aprendizagem virtuais. 
Neste capítulo, responderemos algumas perguntas, como: Qual a 
diferença entre um ambiente virtual de aprendizagem e uma comunidade 
virtual de aprendizagem? Qual a possibilidade de um professor ser substituído 
por computadores? E se é possível desenvolver experiências concretas para a 
construção do conhecimento em iniciativas educacionais on-line. 
Primeiro, vamos conhecer o conceito de aprendizagem colaborativa e 
inteligência coletiva e como isso pode ser aplicado no setor educacional, seja este 
presencial ou a distância. Depois vamos discutir sobre o conceito de comunidade, 
permeando as comunidades físicas, ou tidas como “reais” e as virtuais, digitais, a 
distância. Em seguida, vamos conhecer as comunidades de aprendizagem, como 
desenvolvê-las e quais ferramentas podem auxiliar na criação de comunidades 
virtuais de aprendizagem. Ao final, vamos conversar um pouco sobre as 
potencialidades do ensino híbrido e da sala de aula invertida como plataforma 
para a dinamização dos cursos, misturando aspectos presenciais e a distância. 
2 Aprendizagem Colaborativa
As tecnologias que originaram a geração atual da educação a distância e 
que possibilitam o desenvolvimento dos modernos ambientes virtuais de ensino e 
aprendizagem permitem a operacionalização digital de contextos em que grupos 
de pessoas tem o mesmo objetivo em comum, o de construir o aprendizado. 
Esta característica é denominada de aprendizagem colaborativa.