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– – A circulação do sangue e a distribuição de líquidos no organismo são feitas por ação coordenada do coração (bomba propulsora), dos vasos sanguíneos e do sistema linfático. As artérias conduzem o sangue aos tecidos; na microcirculação ocorrem as trocas metabólicas; as veias retornam o sangue ao coração, que o movimenta continuamente; cabe aos vasos linfáticos o papel de reabsorver o excesso de líquidos filtrado na microcirculação. - A circulação do sangue exerce 3 tipos de pressão sobre os vasos: 1. Distensão 2. Extensão longitudinal 3. Cisalhamento - Quando essas forças ultrapassam a resistência da parede, surgem lesões variadas, como dilatações ou rupturas vasculares. - O fluxo é diretamente proporcional a pressão e inversamente proporcional a resistência. - A microcirculação é organizada em unidades funcionais, controladas pelo sistema adrenérgico e por hormônios, além de mecanismos de regulação autonômicos, metabólicos e miogênicos. A hiperemia consiste no aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico. Hiperemia pode ser ativa ou passiva. ➢ Hiperemia ativa - Maior volume de sangue na microcirculação resulta do aumento da velocidade do fluxo sanguíneo. - Abertura de capilares “inativos”. - Fisiológica: por maior necessidade. Ex.: músculo durante o exercício; mucosa intestinal na digestão; rubor facial. - Patológica: Ex.: inflamações agudas. ➢ Hiperemia passiva ou congestão - Ocorre quando a drenagem venosa está dificultada por: 1. Retorno venoso reduzido em consequência de bloqueio obstrutivo e localizado, como acontece em trombose venosa. 2. Por redução do retorno venoso sistêmico ou pulmonar, como acontece na insuficiência cardíaca. - Região adquire coloração vermelho escuro. - Sempre patológica. - Hiperemia passiva na insuficiência cardíaca: Insuficiência cardíaca direita causa hiperemia passiva em todo o organismo. Quando a insuficiência é súbita, o fígado apresenta-se tumefeito, mais vermelho e com as veias hepáticas dilatadas; ao exame físico, a hepatomegalia é geralmente dolorosa. - Hiperemia passiva do baço: Hipertensão portal leva a hiperemia passiva esplâncnica crônica, com consequências mais evidentes no baço e no trato digestivo. No baço, a retenção prolongada de sangue aumenta o volume do órgão (esplenomegalia). No trato digestivo, hiperemia passiva crônica associada a hipertensão portal pode provocar, além de edema da mucosa, desvio do sangue portal para a circulação sistêmica. - Hiperemia passiva crônica nos membros inferiores: Acontece tipicamente na insuficiência cardíaca crônica e em outras condições em que surge insuficiência venosa por incapacidade do mecanismo valvular das veias e da bomba venosa das pernas para manter o retorno venoso adequado. - Acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades do organismo causado por aumento da permeabilidade vascular. Pode ser localizado ou sistêmico Transudato: Liquído com baixo teor de proteínas (< 1.020 mg/dL); Permeabilidade vascular ainda preservada, passagem de água. Exsudato: Líquido com alto teor de proteínas (> 1.020 mg/dL); Aumento da permeabilidade vascular, em processos inflamatórios; Pode incluir presença de células inflamatórias. - O edema de cavidades recebe nomes particulares. Ex.: hidrotórax, hidropericárdio, hidroperitônio, este último mais conhecido como ascite. Quando o edema é generalizado, fala-se em anasarca. - Líquido extracelular representa 20% do peso corporal. São regulados por: 1. Receptores de pressão intraluminal; 2. Receptores para volume; 3. Concentração de sódio no plasma; - Edema forma-se pelos seguintes mecanismos: 1. Aumento da pressão hidrostática intravascular; 2. Redução da pressão oncótica do plasma; 3. Aumento da permeabilidade capilar; 4. Obstrução da drenagem linfática; 5. Inflamação; 6. Retenção de sódio. - No edema generalizado também é importante a retenção de líquidos no organismo (tentativa de compensar) – diurético. ➢ Edema generalizado Edema generalizado caracteriza-se por aumento de líquido intersticial em muitos ou todos os órgãos. Se manifesta predominantemente no subcutâneo. Provocado por alterações sistêmicas. - Causas: 1. Redução da pressão oncótica - Desnutrição, lesões gastrointestinais, doenças hepáticas que causam hipoproteinemia. - < 5g% de proteínas totais. - Redução do volume – reabsorção de sódio e água retroalimentando o edema. 2. Insuficiência cardíaca - Causa mais comum de edema generalizado. - Diminuição do débito cardíaco e diminuição da filtração renal (retenção sódio e água). 3. Doença renal - Diminuição da excreção de sódio e água, aumento da pressão hidrostática, perda albumina. 4. Cirrose hepática - Redução da síntese protéica pela lesão hepática, diminuição da pressão oncótica. ➢ Edema localizado Edema localizado é provocado por um fator que atua localmente. - Tipos: 1. Edema de membros inferiores - Pode ser provocado por insuficiência cardíaca. - Cacifo. - Obstrução linfática. - Insuficiência valvular venosa – em condições normais a contração muscular e as válvulas contribuem para manter o fluxo sanguíneo para o átrio direito. 2. Edema pulmonar - Aumento da pressão capilar, redução da pressão oncótica ou agressão aos capilares podem, isolados ou em conjunto, provocar edema pulmonar. - Líquidos acumulam no interstício e se a causa persiste passam para os alvéolos. - Insuficiência ventricular esquerda. - Líquido espumoso róseo. 3. Edema cerebral - Cérebro não dispõe de drenagem linfática, pequenos aumentos de volume são suficientes para causar edema. - Compromete inclusive a perfusão sanguínea – crânio duro. - Localizado: abcesso ou tumor; - Generalizado: encefalite, crise hipertensiva ou obstrução do fluxo venoso externo; - Trauma: local ou generalizado; - Macro: cérebro expandido com sulcos estreitados e giros distendidos.
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