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PONTO 7

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Sumário 
1. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 .................................................................. 3 
2. PONTO 7 ...................................................................................................................................................... 4 
 Direito Internacional Privado ....................................................................................................... 4 
 Fontes ..................................................................................................................................................... 6 
 Regramento no Brasil ...................................................................................................................... 6 
 Aplicação da Lei no Espaço .......................................................................................................... 8 
 Características da Norma de DIPrivado .................................................................................. 9 
 Elementos de Conexão ................................................................................................................ 10 
 Princípios Positivos dos Elementos de Conexão .............................................................. 20 
 Institutos Básicos de DIPrivado ................................................................................................ 23 
 Direito Estrangeiro ......................................................................................................................... 26 
 Meios de Prova do Direito Estrangeiro ................................................................... 27 
 Ônus da Prova do Direito Estrangeiro ..................................................................... 29 
 Interpretação do Direito Estrangeiro ........................................................................ 30 
 Resumo Ponto 7 ......................................................................................................................... 45 
 
 
 
3 
 
 
 
1. REPRESENTATIVIDADE PONTO / PROVAS 2014-18 
PONTO N. QUESTÕES % 
1 2 2,44 
2 10 12,20 
3 8 9,76 
4 16 19,51 
5 6 7,32 
6 4 4,88 
7 6 7,32 
8 3 3,66 
9 17 20,73 
10 10 12,20 
 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO – ponto 7 
 
 
 
 
4 
 
 
2. PONTO 7 
RESOLUÇÃO Nº 067, DE 03/07/09 RESOLUÇÃO No 407, DE 10/06/16 
14. Direito Internacional Privado brasileiro. 
Fontes. Conflito de leis no espaço. 
Normas indiretas. Qualificação prévia. 
Elemento de conexão. Reenvio. Prova. 
Direito estrangeiro. Interpretação. 
Aplicação. Exceções à aplicação. 
7. Direito Internacional Privado 
brasileiro. Fontes. Conflito de leis no 
espaço. Normas indiretas. Qualificação 
prévia. Elemento de conexão. Reenvio. 
Prova. Direito estrangeiro. 
Interpretação. Aplicação. Exceções à 
aplicação. 
 
 
 Direito Internacional Privado 
• Surgimento: 1834, norte-americano Joseph Story editou a obra 
“Comentários sobre os Conflitos de Leis”. 
• Objeto: nacionalidade, condição jurídica do estrangeiro, conflito das leis, 
conflito de jurisdições (concepção francesa) e direitos adquiridos (Pillet). 
O Direito Internacional Privado, ao trabalhar com o conflito das leis 
– inegavelmente o campo mais amplo e importante do seu objeto -, há de 
 
 
5 
 
 
criar regras para orientar o Juiz sobre a escolha da lei a ser aplicada (Jacob 
Dolinger e Carmem Tibúrcio). 
Ramo do Direito que visa a regular os conflitos de leis no espaço em 
relações de caráter privado que tenham conexão internacional, 
determinando qual a norma jurídica nacional que se aplica a esses vínculos, 
que poderá tanto ser um preceito nacional como estrangeiro. (Portela) 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
Regulação da sociedade internacional Regulação dos conflitos de leis no espaço 
Disciplina direta das relações internacionais 
ou as relações internas de interesse 
internacional 
Indicação da norma nacional aplicável a 
uma relação privada com conexão 
internacional entre ordenamento 
eventualmente aplicáveis 
Normas de aplicação direta 
Normas meramente indicativas do Direito 
aplicável 
Regras estabelecidas em normas 
internacionais 
Regras estabelecidas em normas 
internacionais ou internas 
Regras de Direito internacional público 
Regras de Direito Internacional Público ou 
de Direito Interno 
 
 
6 
 
 
 Fontes 
Direito Interno Direito Internacional 
• Lei • Tratados 
• Costume • Costume 
• Jurisprudência • Jurisprudência 
• Doutrina • Doutrina 
• Princípios Gerais do Direito • Princípios Gerais do Direito 
• Analogia (lacuna) • Princípios Gerais do DIP 
 • Atos de Organizações 
Internacionais 
 • Soft law 
 • Direito Internacional 
 • Tratados 
 • Costume 
 • Jurisprudência 
 
 Regramento no Brasil 
• Leis no direito brasileiro 
჻ CF (art. 4 e art. 105, I, “i”) 
 
 
7 
 
 
჻ LINDB (Lei 12.376/2010) 
჻ CPC/2015: 
 Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, 
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções 
ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
 
 Título II do Livro I - OS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA 
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL (arts. 21 a 41) 
 
 Capítulo VI do Título I do Livro III - DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO 
ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO DO EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA 
(art. 960 a 965) 
჻ Regimento Interno do STJ (arts. 216-A a 216-X) 
჻ Lei 9.307/96 atualizada pela Lei 13.129/2015 
• Tratados 
჻ Convenção de Direito Internacional Privado, de 1928 (Código 
Bustamante – Dec. 18.871/1929) 
჻ Conferência da Haia de Direito Internacional Privado (Dec. 3832/2001), 
alterada pelo Estatuto Emendado da Conferência da Haia de Direito 
Internacional Privado, de 2005 (Dec. 7.156/2010) 
 
 
 
 
8 
 
 
 Aplicação da Lei no Espaço 
• CONCEITO: situações em que mais de um ordenamento nacional possa 
incidir sobre uma relação privada que transcende as fronteiras de um ente 
estatal, ou seja, que tenha conexão internacional. A resolução desses 
conflitos é um dos objetos do DIPrivado. 
• PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE: é a regra geral pela qual o Estado pode 
aplicar as normas de sua própria ordem jurídica a todas as relações que se 
desenvolvam dentro de seu território, ainda que diante de um conflito de 
leis no espaço. 
• ORIGEM: 
჻ Grécia e Roma Antiga (Pretor Peregrino), 
჻ Bartolo considerado o“pai do DIPrivado” (Escola de Glosadores) 
჻ Joseph Story: noção de territorialidade, caráter de “Direito nacional” 
e domicílio 
჻ Savigny: pregou a “harmonia internacional das decisões” e o caráter 
universal do DIPrivado, rompeu com a análise da relação a partir do 
estatuto pessoal ou real, a qual deveria se dar a partir da relação 
(domicílio). 
჻ Pasquale Mancini: nacionalidade, autonomia da vontade, salvo 
ofensa a ordem pública do Estado 
 
 
 
9 
 
 
 Características da Norma de DIPrivado 
• Norma de sobredireito, indireta 
• Norma aplicável: norma nacional ou estrangeira a ser aplicada a uma 
relação privada com conexão internacional é regulada pela lex fori (norma 
jurídica aplicada no foro onde deduzido o litígio). 
• Norma de DIPrivado é formada por: 
OBJETO DE CONEXÃO ELEMENTO DE CONEXÃO 
matéria à qual se refere a norma, ex: 
personalidade, capacidade, direitos 
de família, etc. 
critério que determina o Direito 
nacional aplicável à matéria, ex: 
domicílio, nacionalidade, lex fori, etc.) 
 
LINDB: Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras 
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de 
família. 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 Elementos de Conexão 
LEI DO DOMICÍLIO (lex domicilii) 
Principal elemento de conexão adotado no Brasil. 
Aplicável também nas hipóteses seguintes: 
Art. 7 § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos 
impedimentos dirimentese às formalidades da celebração. 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio 
a lei do primeiro domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os 
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a 
lei do país em que estiverem situados. 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens 
moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se 
encontre a coisa apenhada. 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que 
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos 
bens. 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no 
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
 
 
 
11 
 
 
 
NACIONALIDADE (lex patriae) 
Aplica-se aos conflitos de leis a norma do Estado do qual a pessoa é nacional em 
duas hipóteses que excepcionam a regra geral de que as formalidades do 
casamento regem-se pela norma do local da celebração. 
Art. 7º § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares 
brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de 
tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro 
ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
Caso sejam apátridas ou refugiados: “O estatuto pessoal de um refugiado será 
regido pela lei do país de seu domicílio, ou, na falta de domicílio, pela lei do país 
de sua residência”. (art. 12, par. 1 da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 
1954 e 12, par. 1 da Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados) 
 
→ QUESTÕES 
Questão 100 TRF3 (XVIII – 2016). Assinale a alternativa incorreta: 
a) Realizando-se o casamento no exterior, pela autoridade estrangeira, será 
aplicada a lei do local da celebração com relação aos impedimentos 
dirimentes e às formalidades. 
 
 
12 
 
 
b) O casamento de um brasileiro, domiciliado ou não no exterior, celebrado 
perante a autoridade consular brasileira, submete-se ao direito brasileiro, 
constituindo-se exceção à regra da “lex loci celebrationis”. 
c) Somente se os nubentes forem estrangeiros poderão celebrar o casamento 
no Brasil perante o cônsul do país de ambos, segundo a lei do Estado da 
autoridade celebrante, configurando-se exceção à regra da “lex loci 
celebrationis”. 
d) O casamento celebrado no exterior, observadas todas as regras do direito 
local estrangeiro, será sempre válido no Brasil. 
 
Questão 98 TRF4 – 2016 (XVII CONCURSO) 
Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) A lei do país em que nasceu a pessoa determina as regras sobre o começo 
e o fim da personalidade, do nome, da capacidade e dos direitos de família. 
 Errada: Art. 7o da LINDB - A lei do país em que domiciliada a 
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
b) Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto 
aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
c) O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. 
 
 
13 
 
 
d) Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do 
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 
e) O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que 
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio 
conjugal. 
 
 
LEX FORI (lei o local do foro) 
Fora dos critérios do estatuto pessoal, a regra geral é a aplicação da lei do local do 
foro, ou seja, a lei do local onde se desenvolve a relação jurídica. Aplica-se para 
suprir lacuna quando o Direito estrangeiro não puder ser aplicado ou não for 
verificável. 
É a principal regra de aplicação do DIPrivado, cujas normas são exatamente aquelas 
em vigor na legislação interna. 
 
LEX REI SITAE (lei do lugar onde está situada a coisa) 
Tem por objeto o regime de bens imóveis e aos bens móveis de situação 
permanente, desde que sejam bens corpóreos. 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-
á a lei do país em que estiverem situados. 
 
 
14 
 
 
Art. 10. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada 
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
Art. 12. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações 
relativas a imóveis situados no Brasil. 
 
→ RECURSO ESPECIAL. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. AÇÃO DE 
SONEGADOS PROMOVIDA PELOS NETOS DA AUTORA DA HERANÇA (E 
ALEGADAMENTE HERDEIROS POR REPRESENTAÇÃO DE SEU PAI, PRÉ-
MORTO) EM FACE DA FILHA SOBREVIVENTE DA DE CUJUS, REPUTADA 
HERDEIRA ÚNICA POR TESTAMENTO CERRADO E CONJUNTIVO FEITO EM 
1943, EM MEIO A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, NA ALEMANHA, 
DESTINADA A SOBREPARTILHAR BEM IMÓVEL SITUADO NAQUELE PAÍS 
(OU O PRODUTO DE SUA VENDA). 1. LEI DO DOMICÍLIO DO AUTOR DA 
HERANÇA PARA REGULAR A CORRELATA SUCESSÃO. REGRA QUE 
COMPORTA EXCEÇÃO. EXISTÊNCIA DE BENS EM ESTADOS DIFERENTES. 
2. JURISDIÇÃO BRASILEIRA. NÃO INSTAURAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE 
DELIBERAR SOBRE BEM SITUADO NO EXTERIOR. ADOÇÃO DO PRINCÍPIO 
DA PLURALIDADE DOS JUÍZOS SUCESSÓRIOS. 3. EXISTÊNCIA DE IMÓVEL 
SITUADO NA ALEMANHA, BEM COMO REALIZAÇÃO DE TESTAMENTO 
 
 
15 
 
 
NESSE PAÍS. CIRCUNSTÂNCIAS PREVALENTES A DEFINIR A LEX REI 
SITAE COMO A REGENTE DA SUCESSÃO RELATIVA AO ALUDIDO BEM. 
APLICAÇÃO. 4. PRETENSÃO DE SOBREPARTILHAR O IMÓVEL SITO NA 
ALEMANHA OU O PRODUTO DE SUA VENDA. INADMISSIBILIDADE. 
RECONHECIMENTO, PELA LEI E PELO PODER JUDICIÁRIO ALEMÃO, DA 
CONDIÇÃO DE HERDEIRA ÚNICA DO BEM. INCORPORAÇÃO AO SEU 
PATRIMÔNIO JURÍDICO POR DIREITO PRÓPRIO. LEI DO DOMICILIO DO DE 
CUJUS. INAPLICABILIDADE ANTES E DEPOIS DO ENCERRAMENTO DA 
SUCESSÃO RELACIONADA AO IMÓVEL SITUADO NO EXTERIOR. 5. 
IMPUTAÇÃO DE MÁ-FÉ DA INVENTARIANTE. INSUBSISTÊNCIA. 6. RECURSO 
ESPECIAL IMPROVIDO. 
 
 
❖ 3. A existência de imóvel situado na Alemanha, bem como a realização 
de testamento nesse país são circunstâncias prevalentes a definir a lex 
rei sitae como a regente da sucessão relativa ao aludido bem (e 
somente a ele, ressalta-se), afastando-se, assim, a lei brasileira, de 
domicílio da autora da herança. Será, portanto, herdeiro do aludido 
imóvel quem a lei alemã disser que o é. E, segundo a decisão exarada 
pela Justiça alemã, em que se reconheceu a validade e eficácia do 
testamento efetuado pelo casal em 1943, durante a Segunda Guerra 
 
 
16 
 
 
Mundial, a demandada é a única herdeira do imóvel situado naquele 
país (ante a verificação das circunstâncias ali referidas - morte dos 
testadores e de um dos filhos). 
3.1 Esta decisão não tem qualquer repercussão na sucessão aberta - e 
concluída - no Brasil, relacionada ao patrimônio aqui situado. De igual 
modo, a jurisdição brasileira, porque também não instaurada, não pode 
proceder a qualquer deliberação quanto à extensão do que, na 
Alemanha, restou decidido sobre o imóvel lá situado. (REsp 
1.362.400/SP, Min. Rel. Marco Bellizze) 
 
 
LEX LOCI DELICTI COMISSI 
Aplicável a norma do lugar onde o ato ilícito foi cometido. 
lex loci delicti comissi x lex damni (lei do país em que o prejuízo foi sofrido) 
Pelos princípiosda proximidade e da proteção caberia a aplicação da lex damni 
porque consagra a lei do local do ato onde se operou as consequências do ato 
danoso, para que se indenize os prejuízos causados e se vise ao retorno do status 
quo ante. 
É o critério aplicável às obrigações extracontratuais que induzem à responsabilidade 
civil pela prática de atos ilícitos. Ex: poluição ambiental, concorrência desleal, etc. 
 
 
17 
 
 
 
 
LOCUS REGIT ACTUM / LEX LOCI CONTRACTUS 
Aplicável a norma do lugar da constituição da obrigação 
Art. 9o da LINDB - Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em 
que se constituírem. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída 
no lugar em que residir o proponente. (lugar onde teria sido feita a proposta) 
AÇÃO MONITÓRIA. COBRANÇA.DÍVIDA DE JOGO. CASSINO NORTE-AMERICANO. 
POSSIBILIDADE. ART. 9º DA LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO 
BRASILEIRO. EQUIVALÊNCIA. DIREITO NACIONAL E ESTRANGEIRO. OFENSA À ORDEM 
PÚBLICA. INEXISTÊNCIA. ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. VEDAÇÃO(...). 1. Na 
LEX LOCI EXECUTIONIS / LEX LOCI SOLUTIONIS 
Aplicável a norma do local de execução de um contrato ou de uma obrigação. 
Art. 12 da LINDB. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu 
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
Art. 3º da Lei 7064/82 - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do 
empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente da observância da 
legislação do local da execução dos serviços: I - os direitos previstos nesta Lei; II - 
a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for 
incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação 
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria. 
 
 
18 
 
 
presente demanda está sendo cobrada obrigação constituída integralmente nos 
Estados Unidos da América, mais especificamente no Estado de Nevada, razão pela 
qual deve ser aplicada, no que concerne ao direito material, a lei estrangeira (art. 9º, 
caput, LINDB). 2. Ordem pública é um conceito mutável, atrelado à moral e a ordem 
jurídica vigente em dado momento histórico. Não se trata de uma noção estanque, 
mas de um critério que deve ser revisto conforme a evolução da sociedade. 3. Na 
hipótese, não há vedação para a cobrança de dívida de jogo,pois existe equivalência 
entre a lei estrangeira e o direito brasileiro, já que ambos permitem 
determinados jogos de azar, supervisionados pelo Estado, sendo quanto a esses, 
admitida a cobrança. (REsp 1628974/SP, Rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 3 
T., j. 13/06/2017) 
Art. 11 da LINDB. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as 
sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 
Art. 784 § 3o do CPC - O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos 
os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o 
Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
AUTONOMIA DA VONTADE (lex voluntatis) 
Possibilidade de que as próprias partes escolham o Direito nacional aplicável a uma relação 
privada com conexão internacional, inclusive derrogando normas dos Estados onde se 
encontram. 
Amplamente utilizado em contratos internacionais que permite a escolha pelos contraentes 
a lei aplicável e o foro, nacional ou estrangeiro, que for mais conveniente para seus negócios. 
Comum para reger sucessões e regime de bens. 
Encontra limites na lex fori ou tratados. 
Art. 2º, § 1º da Lei 9307/96 Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que 
serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem 
pública. 
Art. 7º, § 5º da LINDB - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante 
expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de 
naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, 
respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
Art. 22 NCPC. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
Art. 25 NCPC. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o 
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em 
contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. (art. 63 do NCPC) 
 
 
 
 
20 
 
 
 Princípios Positivos dos Elementos de Conexão 
I. PROXIMIDADE 
“O mais relevante princípio moderno de direito internacional privado é o 
da proximidade, que estabelece que as relações jurídicas devem ser regidas 
pela lei do país com a qual haja a mais íntima, próxima, direta conexão. 
Esse critério, muito mais flexível do que as regras de conexão, decorre do 
progressivo abandono de abordagens de natureza técnica e maior atenção 
às realidades sociais e econômicas que embasam o fenômeno jurídico” (DIP, 
Jacob Dolinger e Carmem Tibúrcio, 13ª ed. pg. 369). 
II. AUTONOMIA DA VONTADE 
III. PROTEÇÃO: presente nas relações internacionais de família, especificamente 
na relação pais-filhos, em que as modernas fontes do Diprivado sobrepõe 
a proteção do filho sobre qualquer regra aplicável na área (Haroldo 
Valadão). 
IV. LEI MAIS FAVORÁVEL: por esse princípio, na dúvida sobre qual lei aplicar 
recomenda-se a preferência por aquela que considera o ato válido e eficaz. 
 
→ QUESTÃO 97 TRF5 – 2017 (XIV CONCURSO) 
Assinale a opção correta de acordo com as normas de direito internacional 
privado (DIPr). 
 
 
21 
 
 
a) Na hipótese de uma fábrica situada na fronteira entre dois países explodir, 
por negligência ou imprudência, e destruir propriedades situadas para além 
do Estado onde se localiza, deve-se utilizar como elemento de conexão o 
lugar da conduta. 
 Errado: art. 9 da LINDB: Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-
se-á a lei do país em que se constituírem. 
b) No DIPr, a qualificação, que significa determinar a natureza do fato ou 
instituto para o fim de enquadrá-lo em uma categoria jurídica existente, se 
relaciona às obrigações, devendo-se aplicar a lei do país em que se 
constituírem. 
 Errado: qualificar é a operação voltada ao exame das questões 
jurídicas e não o exame dos fatos, com o fim de determinar qual o 
instituto ao qual se referirá um elemento de conexão. 
c) No DIPr, considera-se questão prévia a delimitação da competência do 
juízo. 
 Errado: é questão que deve ser decidida antes da questão 
principal. 
d) No caso de uma norma jurídica estipular como formas alternativas de 
regência de atos entre vivos a lei do lugar de celebração do ato, a do lugar 
que regula a substância do ato e a lei nacional dos contraentes (se for 
 
 
22 
 
 
comum), aplicar-se-á o elemento de conexão que indicar a norma mais 
favorável à validade formal do ato. 
 Correta. 
e) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma 
domiciliada na Argentina vierem a se casar e estabelecer como domicílio 
comum primeiro o Brasil e depois a Argentina, o regime de bens será 
regulado pela legislação argentina. 
 Errado: Art. 7 da LINDB - § 3o Tendo os nubentes domicílio 
diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do 
primeiro domicílio conjugal. 
 
 
 
 
23 
 
 
 Institutos Básicos de DIPrivado 
 
 
QUALIFICAÇÃO 
“questão prévia” 
“É a operação pela qual o juiz, antes de decidir, verifica, 
mediante prova feita, a qual instituição jurídica 
correspondem os fatos realmente provados” (Osíris Rocha). 
Pela lex fori o juiz deve qualificar o instituto nos termos de 
seu próprio ordenamento (regra no Brasil). Pela lex causae 
o juiz deve qualificar o instituto pela lei estrangeira (art. 8 e 
9º da LINDB). 
De1º grau: lex fori / De 2º grau: normas indiretas de 
DIPrivado de um Estado aludem a preceitos indicativos de 
outro Estado, o que não é aceito no Brasil (Del´Olmo). 
ORDEM PÚBLICA 
São os aspectos fundamentais de um ordenamento jurídico 
e da própria estrutura do Estado e da sociedade. 
Art. 17 da LINDB. As leis, atos e sentenças de outro país, 
bem como quaisquer declarações de vontade, não terão 
eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, 
a ordem pública e os bons costumes. 
 
 
24 
 
 
 
REENVIO 
1º grau: ordenamento jurídico de um Estado A indica a ordem jurídica 
de um Estado B como aplicável ao caso, e o Direito deste Estado B 
determina como incidente na situação a ordem jurídica do Estado A. 
2º grau: norma de um Estado A indica a aplicação do ordenamento 
jurídico do Estado B, e a ordem jurídica deste Estado B manda aplicar 
o direito de um Estado C. 
Art. 16 da LINDB. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se 
houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, 
sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
Exceção por Prof. Edgar Amorim: art. 10, §1º da LINDB 
DIREITOS 
ADQUIRIDOS 
É aquele ao qual uma pessoa faz jus ao preencher os requisitos para 
a sua aquisição sob a égide de um ordenamento estatal e que, uma 
vez obtido, não pode ser retirado, inobstante esteja a pessoa em outro 
Estado, sob pena de mácula à soberania do Estado que o reconheceu. 
Art. 5º XXXVI, da CF/88- a lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
Art. 6º da LINDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, 
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa 
julgada. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou 
alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício 
tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a 
arbítrio de outrem. 
 
 
25 
 
 
→ QUESTÃO 97 TRF5 (2017 - XVI). Assinale a opção correta de acordo com 
as normas de direito internacional privado (DIPr). 
a) Na hipótese de uma fábrica situada na fronteira entre dois países explodir, 
por negligência ou imprudência, e destruir propriedades situadas para além 
do Estado onde se localiza, deve-se utilizar como elemento de conexão o 
lugar da conduta. 
b) No DIPr, a qualificação, que significa determinar a natureza do fato ou 
instituto para o fim de enquadrá-lo em uma categoria jurídica existente, se 
relaciona às obrigações, devendo-se aplicar a lei do país em que se 
constituírem. 
c) No DIPr, considera-se questão prévia a delimitação da competência do 
juízo. 
d) No caso de uma norma jurídica estipular como formas alternativas de 
regência de atos entre vivos a lei do lugar de celebração do ato, a do lugar 
que regula a substância do ato e a lei nacional dos contraentes (se for 
comum), aplicar-se-á o elemento de conexão que indicar a norma mais 
favorável à validade formal do ato. 
e) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma 
domiciliada na Argentina vierem a se casar e estabelecer como domicílio 
comum primeiro o Brasil e depois a Argentina, o regime de bens será 
regulado pela legislação argentina. 
 
 
26 
 
 
 Direito Estrangeiro 
• Uniformização: Conferência de Haia de DIPrivado; UNCITRAL – Comissão 
das Nações Unidas para o Direito do Comércio Internacional; UNIDROIT – 
Instituto para a Unificação do Direito Privado e Conferência Interamericana 
de DIPrivado da OEA. 
• Aplicação do Direito Estrangeiro: regra lex fori. Excepcionalmente, quando 
permitido pela ordem jurídica interna ou pelos tratados pertinentes, cabe a 
aplicação das normas do direito estrangeiro. 
Limites: fraude à legislação e Art. 17 da LINDB. As leis, atos e sentenças de 
outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia 
no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os 
bons costumes. Art. 26, § 3o do NCPC. Na cooperação jurídica internacional 
não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam 
resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado 
brasileiro. 
 
→ Verificação e prova do conteúdo do Direito estrangeiro: 
 A característica principal de uma lei é a sua obrigatoriedade, e, uma 
vez em vigor, torna-se obrigatória a todos. De acordo com o art. 3º da LINDB 
- Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Sendo 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11367761/artigo-3-do-decreto-lei-n-4657-de-04-de-setembro-de-1942
 
 
27 
 
 
assim, a ignorantia legis neminem excusat tem por finalidade garantir a 
eficácia da lei, que estaria comprometida se se admitisse a alegação de 
ignorância de lei vigente. Como consequência, não se faz necessário provar 
em juízo a existência da norma jurídica invocada, pois se parte do pressuposto 
de que o juiz conhece o direito (iura novit curia). Porém, esse princípio não se 
aplica ao direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, conforme 
preceitua o art. 376 do NCPC: A parte que alegar direito municipal, estadual, 
estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o 
juiz determinar e art. 14 da LINDB: Não conhecendo a lei estrangeira, poderá 
o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. 
 Verificação e a prova do Direito estrangeiro regem-se pela lex fori. 
 
 Meios de Prova do Direito Estrangeiro 
• Art. 13 da LINDB. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-
se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, 
não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça. 
• Meios de prova: doutrina estrangeira e de Direito Comparado, pareceres 
de juristas, publicações oficiais de textos legais, institutos especializados, 
cartas rogatórias, etc. 
• Convenções que o Brasil faz parte: 
 
 
28 
 
 
჻ Convenção Interamericana sobre Prova e Informação acerca do Direito 
Estrangeiro, de 1979 (Convenção de Montevideu – Dec. 1.925/96) 
A cooperação internacional na matéria de que trata esta Convenção será 
prestada por qualquer dos meios de prova idôneos previstos tanto na lei 
do Estado requerente como na do Estado requerido. 
Serão considerados meios idôneos para os efeitos desta Convenção, entre 
outros, os seguintes: 
a) a prova documental, consistente em copias autenticadas de textos 
legais com indicação de sua vigência, ou precedentes judiciais; 
b) a prova pericial, consistente em pareceres de advogados ou de técnicos 
na matéria; 
c) as informações do Estado requerido sobre o texto, vigência, sentido e 
alcance legal do seu direito acerca de aspectos determinados. 
჻ Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, 
Comercial, Trabalhista e Administrativa (Protocolo de Las Leñas – Dec. 
2.067/96) – arts. 28 a 30. 
CAPÍTULO VII 
Informação do Direito Estrangeiro 
Artigo 28. As Autoridades Centrais dos Estados Partes fornecer-se-ão 
mutuamente, a título de cooperação judicial, e desde que não se oponham às 
 
 
29 
 
 
disposições de sua ordem pública, informações em matéria civil, comercial, 
trabalhista, administrativa e de direito internacional privado, sem despesa alguma. 
Artigo 29. A informação a que se refere o artigo anterior poderá também ser 
prestada por meio de informes fornecidos pelas autoridades diplomáticas ou 
consulares do Estado Parte de cujo direito se trata. 
Artigo 30. O Estado Parte que fornecer as informações sobre o sentido e alcance 
legal de seu direito não será responsável pela opinião emitida, nem estará 
obrigado a aplicar seu direito, segundo a resposta fornecida. 
 O Estado Parte que receber as citadas informações não estará obrigado a 
aplicar, ou fazer aplicar, o direito estrangeiro segundo o conteúdo da resposta 
recebida. 
 
 
 Ônus da Prova do Direito Estrangeiro 
TrechoVoto Relator: O acórdão do egrégio Tribunal de Alçada não deixou, 
a meu ver, inteiramente esclarecida a questão. Entendo que a melhor solução 
é prover-se o recurso, ficando certo que, embora não se possa impedir 
entenda o juiz que aplicável direito estrangeiro, não tem o autor o ônus de 
produzir a respectiva prova. O magistrado determinará as diligências que 
considerar pertinentes para que se esclareça o ponto, como frisado pelo 
acórdão que cassou a sentença de extinção do processo. Se não se 
 
 
30 
 
 
conseguir resultado, o julgamento de mérito haverá de ser, entretanto, 
proferido, aplicando o juiz as normas jurídicas que tiver como adequadas. 
EMENTA: DIREITO ESTRANGEIRO. PROVA. Sendo caso de aplicação de 
direito estrangeiro, consoante as normas do Direito Internacional 
Privado, caberá ao Juiz fazê-lo, ainda de ofício. Não se poderá, 
entretanto, carregar o ônus de trazer a prova de seu teor e vigência, 
salvo quando por ela invocado. Não sendo viável produzir-se essa prova, 
como não pode o litígio ficar sem solução, o Juiz aplicará o direito 
nacional. (Resp 254.544/MG, Rel. Min. Eduardo Ribeiro. 3ª T., julgado 
18/05/2000). 
 
 
 Interpretação do Direito Estrangeiro 
• Se houver dúvida quanto à interpretação, vigência ou alcance da norma de 
Direito estrangeiro: 
 1ª corrente: preconiza a aplicação da norma estrangeira de ofício, sem 
prejuízo do juiz solicitar informações ou diligências às partes; 
 2ª corrente: defende que só as partes podem alegar e provar o Direito 
estrangeiro; 
 3ª corrente: deixa a critério do magistrado estabelecer como deve ser 
aplicada a norma oriunda de outro Estado. 
 
 
31 
 
 
• Brasil adota a 1ª corrente: art. 376 do NCPC e 14 e 5 da LINDB. 
 Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou 
consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. 
 Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a 
invoca prova do texto e da vigência. 
 Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se 
dirige e às exigências do bem comum. 
• Paridade com as leis ordinárias. 
 
 
→ RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL E PROPRIEDADE INDUSTRIAL. 
PATENTE PIPELINE. PRORROGAÇÃO DO PRAZO NO EXTERIOR. 
MODIFICAÇÃO DO PRAZO DE PROTEÇÃO NO BRASIL. IMPOSSIBILIDADE. 
(...) 2. As patentes pipelines são transitórias e equivalem a uma revalidação, 
no Brasil, da patente de produtos em desenvolvimento concedida no 
exterior, observados os requisitos impostos naquele território, no momento 
do depósito da revalidação. 
Por isso que eventuais modificações supervenientes na legislação do país 
de origem, notadamente em relação ao prazo, não implicam prorrogação 
da proteção conferida, no Brasil, no momento da análise dos requisitos de 
 
 
32 
 
 
concessão da patente pipeline, pois inexiste previsão legal específica nesse 
sentido. 
Com efeito, as patentes pipelines são incorporadas ao direito brasileiro a 
partir do momento de sua concessão, motivo pelo qual o parâmetro 
temporal de sua proteção deve ser auferido no momento do depósito, 
sendo considerado, para tanto, o prazo de proteção conferido pela norma 
estrangeira naquele momento. 
A interpretação ampliativa do § 4º, art. 230, Lei 9279/96, a fim de 
equiparar a proteção conferida a patentes de revalidação aos prazos e 
condições estatuídas pelo direito estrangeiro após a sua concessão, 
como pretende o ora recorrente, importa em violação ao princípio da 
independência da patentes, bem como a própria soberania do país. (...) 
7. Recurso especial conhecido em parte e, nesta parte, desprovido. (REsp 
1165845/RJ, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, 4ª T., j. 08/02/2011) 
 
• Direito estrangeiro: “Fato” ou “Direito”? 
 Os efeitos de tal distinção são evidentes: fatos dependem de alegação pela 
parte e de prova; o direito, ao contrário, presume-se de conhecimento do juiz 
(jura novit curia) e pode ser aplicado de oficio, independentemente de alegação 
ou prova. Diversos Estados tratam o direito estrangeiro como fato. Não assim, 
porém, o ordenamento brasileiro, onde o direito estrangeiro tem status de lei, 
 
 
33 
 
 
embora o juiz possa transferir para a parte o ônus de provar-lhe o teor e a vigência 
(Min. Luis Barroso). 
Se houver dúvida quanto ao sentido da norma internacional: aplica-se o 
art. 409 do Código de Bustamante - A parte que invoque a aplicação do direito 
de qualquer Estado contratante em um dos outros, ou dela divirja, poderá justificar 
o texto legal, sua vigência e sentido mediante certidão, devidamente legalizada, 
de dois advogados em exercício no país de cuja legislação se trate. 
 
 
→ Juízes brasileiros podem declarar a (in)constitucionalidade de leis 
estrangeiras que estejam infringindo a Constituição do país de 
origem? 
 
• Legislação aplicável: 
 Art. 105 da CF/88. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso 
especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
quando a decisão recorrida: 
 a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; e c) der a lei 
federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
 
 
34 
 
 
 Art. 102 da CF/88. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, 
as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: (...) 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
 
• Cabe controle de constitucionalidade de norma estrangeira? 
 Sim, pela via da ação incidental – Beat Walter Rechsteiner, porque a ação 
direta só é cabível às normas nacionais; Jacob Dolinger e Carmem Tibúrcio, apenas 
recurso especial para uniformizar a jurisprudência dos tribunais nacionais na 
aplicação de uma lei estrangeira que deva ser aplicada por força do comando das 
regras do DIP, ex vi, art. 105, III, c e a da CF; Haroldo Valadão, nos limites e com 
os efeitos que o juiz estrangeiro poderia fazê-lo; STF: Ext. 417 e 541. 
 
 Sim, pela via da ação direta - Paulo Portela, por considerar que o Direito 
estrangeiro se equipara à legislação ordinária; Min, Barroso, por equiparar o 
decreto que promulga o tratado a ato normativo federal. 
 
 
→ CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
EQUIPARAÇÃO DA LEI ESTRANGEIRA, APLICADA NO BRASIL, A 
LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA, PARA EFEITO DE 
 
 
35 
 
 
ADMISSIBILIDADE DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DAÇÃO EM 
CUMPRIMENTO. SUB-ROGAÇÃO LEGAL. CÓDIGO CIVIL PORTUGUES 
(ARTS. 592, 593 E 837). INEXISTÊNCIA DE NEGATIVA DE VIGENCIA DO 
ARTIGO 9 DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL. DISSIDIO DE 
JURISPRUDÊNCIA NÃO DEMONSTRADO. A LEI ESTRANGEIRA, APLICADA 
POR FORÇA DE DISPOSITIVO DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
BRASILEIRO (NA ESPÉCIE, O ARTIGO 9. DA LEI DE INTRODUÇÃO AO 
CÓDIGO CIVIL), SE EQUIPARA A LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA, PARA 
EFEITO DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NÃO 
OCORRENCIA, NO CASO, DE DAÇÃO EM CUMPRIMENTO (DATIO IN 
SOLUTUM) E DE SUB-ROGAÇÃO LEGAL. NEGATIVA DE VIGENCIA DOS 
ARTIGOS 837, 592 E 593 DO CÓDIGO CIVIL PORTUGUES. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. 
(STF, RE 93131, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Segunda Turma, 
julgado em 17/12/1981, DJ 23-04-1982 PP-03669 EMENT VOL-01251-02 
PP-00328 RTJ VOL-00101-03 PP-01149) 
 
(...) ao aplicar o direito estrangeiro o intérprete deve fazê-lo 
integralmente, observando, inclusive, as regras próprias de hierarquia das 
leis e de direito intertemporal vigentes no país de origem. Dentro dessa 
lógica, deverá prestigiar, em primeiro lugar, as normas 
 
 
36 
 
 
constitucionais, cuja supremacia é princípio generalizadamente 
aceito. E, se constatar que uma dada norma inferior é incompatível 
com a Constituição, deverá cogitarde pronunciar-lhe a 
inconstitucionalidade, nos limites e com os efeitos que o juiz 
estrangeiro poderia fazê-lo. 
Se no direito estrangeiro, por exemplo, se considerar que a norma 
anterior à Constituição é com ela incompatível, fica revogada, igual 
tratamento à questão deverá dar-lhe o juiz brasileiro que 
eventualmente devesse aplicá-la a um caso concreto. Mas, se a lei 
editada já na vigência de uma dada Constituição for com ela 
incompatível, é de indagar-se: pode o juiz ou tribunal do foro declarar-
lhe a inconstitucionalidade perante a Constituição estrangeira e,por 
via de consequência deixar de aplicá-la? 
Haroldo Valladão responde afirmativamente, sem opor qualquer 
restrição. A questão, todavia, exige uma certa qualificação. É que, como 
já ficou assentado, o juiz que aplica direito estrangeiro há de 
interpretá-lo de acordo com as práticas do país de origem, atentando 
para a legislação, doutrina e jurisprudência. Ora bem: nem todos os 
Estados admitem o controle de constitucionalidade das leis pelo 
Judiciário. Na França e na Suíça, para citar dois exemplos, essa 
 
 
37 
 
 
possibilidade não existe. Ao contrário, nos Estados Unidos e na Alemanha 
tal exame é corriqueiro. 
 
(...) passando ao caso brasileiro, vai-se constatar que, entre nós, desde a 
primeira Constituição republicana se admite a verificação da 
constitucionalidade intrínseca de um tratado. Em acórdão de 15 de 
setembro de 1977, o STF declarou a inconstitucionalidade, em parte, de 
alguns artigos da Convenção da OIT n. 110, referentes às condições de 
trabalhadores em fazenda. A Constituição de 1967-69 ensejava tal tipo 
de pronunciamento, em regra que foi reproduzida na Carta atual. De 
fato, no art. 102, III, a, da Constituição de 1988, prevê-se o cabimento de 
recurso extraordinário quando a decisão recorrida declarar a 
inconstitucionalidade de tratado ou lei federal. 
O tratado celebrado na vigência de uma Constituição e que seja com ela 
incompatível, do ponto de vista formal (extrínseco) ou material 
(intrínseco), é inválido e sujeita-se à declaração de 
inconstitucionalidade incidenter tantum, por qualquer órgão judicial 
competente, sendo tal decisão passível de revisão pelo Supremo 
Tribunal Federal, em sede de recurso extraordinário. O tratado que se 
encontrar em vigor quando do advento de um novo texto constitucional, 
 
 
38 
 
 
seja este fruto do poder constituinte originário ou derivado, será tido 
como ineficaz, se for com ele incompatível. 
Embora não haja precedente, é possível cogitar-se do cabimento de 
ação direta de inconstitucionalidade contra o decreto que o 
promulga, haja vista seu status equiparado ao de ato normativo 
federal. Não parece própria a referência a revogação, porque, a rigor 
técnico, o tratado não deixa de viger até o momento da denúncia. 
(Interpretação e Aplicação da Constituição, Mín. Luis Roberto Barroso) 
 
 
→ CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
x 
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE 
Habeas corpus. 2. Crime de desacato a militar (art. 299 do Código Penal 
Militar). 3. Controle de constitucionalidade (arts. 1º; 5º, incisos IV, V e IX, 
e 220 da Constituição Federal) e de convencionalidade (art. 13 da 
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa 
Rica). 4. Alegada ofensa à liberdade de expressão e do pensamento que 
se rejeita. 5. Criminalização do desacato que se mostra compatível 
com o Estado Democrático de Direito. 6. Ordem denegada. (HC 141949, 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 
 
 
39 
 
 
13/03/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-077 DIVULG 20-04-2018 
PUBLIC 23-04-2018) 
 
VOTO DO MIN. REL. GILMAR MENDES, acompanhado pelo Min. 
Lewandowski: 
Assim, se os tratados de direitos humanos podem ser (i) equivalentes às 
emendas constitucionais (nos termos do art. 5º, § 3º, da Constituição 
Federal), se aprovados pelo Legislativo após a EC 45/2004, ou ainda (ii) 
supralegais (segundo o entendimento atual do STF RE 349.703/RS), se 
aprovados antes da referida Emenda, o certo é que, estando acima das 
normas infraconstitucionais, hão de ser também paradigma de controle 
da produção normativa doméstica. Destarte, para além do controle de 
constitucionalidade, o modelo brasileiro atual comporta, também, um 
controle de convencionalidade das normas domésticas. (...) A 
Constituição Federal, ao tutelar a honra, a intimidade e a dignidade da 
pessoa humana, direitos conferidos a todos, sem distinção de qualquer 
natureza (art. 5º da CF), recepcionou a norma do desacato prevista na 
legislação penal. O direito à liberdade de expressão deve harmonizar-se 
com os demais direitos envolvidos (honra, intimidade e dignidade), não 
eliminá-los. Incide o princípio da concordância prática, pelo qual o 
intérprete deve buscar a conciliação entre normas constitucionais. O 
 
 
40 
 
 
exercício abusivo das liberdades públicas não se coaduna com o Estado 
democrático. A ninguém é lícito usar de sua liberdade de expressão para 
ofender, espezinhar, vituperar a honra alheia. A Corte Interamericana de 
Direitos Humanos, órgão responsável pelo julgamento de situações 
concretas de abusos e violações de direitos humanos, reiteradamente 
tem decidido contrariamente ao entendimento da Comissão de Direitos 
Humanos, estabelecendo que o Direito Penal pode, sim, punir condutas 
representativas de excessos no exercício da liberdade de expressão. 
 
Voto Divergente Min. Edson Fachin 
A leitura conjunta de ambos os diplomas normativos é indispensável para 
que se leve a sério o disposto no art. 5º, § 2º, da CRFB, também 
conhecido por “cláusula de abertura”. Não deve o intérprete partir do 
pressuposto de que há eventual incompatibilidade entre a Constituição 
e o Pacto de São José da Costa Rica, como se, por meio de uma simples 
referência à hierarquia normativa, a ratio decidendi das decisões dos 
órgãos de direitos humanos pudesse simplesmente ser olvidada. É 
desnecessário, pois, falar-se em controle de convencionalidade no 
direito brasileiro, porquanto a cláusula constitucional de abertura, art. 
5º, § 2º, da CRFB, incorpora no bloco de constitucionalidade os 
 
 
41 
 
 
tratados de direitos humanos de que faz parte a República Federativa 
do Brasil. 
Os argumentos da Comissão são os seguintes: a) por expressa previsão 
do Pacto de São José, a responsabilização ulterior do atos que abusam 
da liberdade de expressão deve perseguir fins legítimos e estar expressas 
em leis clara e prévias; b) o critério da necessidade devem ser 
interpretado tendo-se em conta o marco de uma sociedade democrática, 
a qual depende de um amplo debate de ideias e opiniões; c) as leis de 
desacato subvertem o princípio republicano ao outorgar aos funcionários 
públicos uma proteção maior do que a que gozam as demais pessoas; e 
d) as leis de desacato podem ter um efeito dissuasivo em quem deseje 
participar do debate público. 
Por essas razões, pedindo vênia ao e. Relator, voto no sentido de deferir 
a ordem de habeas corpus para reconhecer a nulidade da condenação 
imposta pelo Superior Tribunal Militar. 
 
5. Na sessão de 4/2/2009, a Corte Especial do STJ, ao julgar, pelo rito do 
art. 543-C do CPC/1973, o RE 914.253/SP, de relatoria do Ministro LUIZ 
FUX, adotou o entendimento firmado pelo STF no RE 466.343/SP, no 
sentido de que os tratados de direitos humanos, ratificados pelo país, 
têm força supralegal, "o que significa dizer que toda lei antagônica às 
 
 
42 
 
 
normas emanadas de tratados internacionais sobre direitos humanos é 
destituída de validade." 6. Decidiu-se, no precedente repetitivo, que, 
"no plano material, as regras provindas da Convenção Americana de 
Direitos Humanos, em relação às normas internas, são ampliativas do 
exercício do direito fundamental à liberdade, razão pela qual paralisam 
a eficácia normativa da regra interna em sentido contrário, haja vista 
que não se trata aquide revogação, mas de invalidade." 7 Em sede de 
recurso especial a adequação das normas legais aos tratados e 
convenções internacionais adotados pelo Direito Pátrio configura 
controle de constitucionalidade, o qual, no caso concreto, por não se 
cuidar de convenção votada sob regime de emenda constitucional, 
não invade a seara do controle de constitucionalidade e pode ser 
feito de forma difusa, até mesmo . 8. Nesse particular, a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos, quando do julgamento do caso 
Almonacid Arellano y otros v. Chile, passou a exigir que o Poder Judiciário 
de cada Estado Parte do Pacto de São José da Costa Rica exerça o 
controle de convencionalidade das normas jurídicas internas que aplica 
aos casos concretos. 9. Por conseguinte, a ausência de lei veiculadora de 
abolitio criminis não inibe a atuação do Poder Judiciário na verificação 
da inconformidade do art. 331 do Código Penal, que prevê a figura típica 
do desacato, com o art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica, que 
 
 
43 
 
 
estipula mecanismos de proteção à liberdade de pensamento e de 
expressão. (STJ, REsp 1640084/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, 
QUINTA TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 01/02/2017) 
 
Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. 
Constitucional e Penal. 3. Desacato. 4. Controle de constitucionalidade 
(arts. 1º; 5º, incisos IV, V e IX, e 220 da Constituição Federal) e de 
convencionalidade (art. 13 da Convenção Americana de Direitos 
Humanos – Pacto de São José da Costa Rica). Leading case: HC 
141.949/DF, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 23.4.2018. 5. 
Criminalização do desacato que se mostra compatível com a 
Constituição da República e o Pacto de São José da Costa Rica. 6. 
Precedentes. 7. Agravo regimental não provido. 
(ARE 1097670 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, 
julgado em 28/06/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-167 DIVULG 31-
07-2019 PUBLIC 01-08-2019) 
 
→ QUESTÃO 98 TRF5 (2017 – XIV) Assinale a opção correta quanto 
à aplicação do direito estrangeiro por juiz brasileiro. - ANULADA 
- 
 
 
44 
 
 
a) Admite-se que o STF realize o controle concentrado de 
constitucionalidade da legislação estrangeira utilizando como 
parâmetro a Constituição brasileira. 
b) Na hipótese de uma lei estrangeira ser indicada pela legislação 
brasileira para regular determinada questão jurídica, o juiz 
brasileiro não poderá exercer o controle de convencionalidade da 
lei estrangeira adotando como parâmetro os tratados em vigor no 
Estado estrangeiro. 
c) Aquele que alegar direito estrangeiro deverá provar-lhe o teor e 
a vigência, considerando-se que no direito brasileiro as normas 
estrangeiras equiparam-se a fatos. 
d) Segundo entendimento do STF, não se admite a interposição de 
recurso extraordinário nos casos de lei estrangeira enquanto esta 
não estiver inserida ou equiparada a lei federal. (APÓS RECURSOS: 
CORRETA) 
e) O juiz brasileiro pode realizar o controle de constitucionalidade de 
lei estrangeira em face da Constituição estrangeira, salvo se não 
for possível ao juiz estrangeiro o controle difuso (por existir apenas 
o concentrado no país de origem) ou por ser vedada essa espécie 
de verificação constitucional ao Poder Judiciário do Estado de 
origem. (GAB: CORRETA) 
 
 
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 Resumo Ponto 7 
• DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
჻ Surgimento 
჻ Objeto 
჻ Diferenças entre DIP e DIPrivado 
჻ Fontes 
჻ Regramento no Brasil 
• APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO 
჻ Conceito 
჻ Princípio da territorialidade 
჻ Origem 
჻ Características 
჻ Elementos de conexão 
a) Lei do domicípio 
b) Nacionalidade 
c) Lex Monetae 
d) Lex Fori 
e) Lex Rei Sitae 
f) Lex Loci Delicti 
g) Lex Loci Executionis e Lex Loci Solutionis 
h) Locus Regit Actum e Lex Loci Contractus 
 
 
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i) Autonomia da Vontade 
჻ Princípios Positivos dos Elementos de Conexão 
a) Proximidade 
b) Autonomia da Vontade 
c) Proteção 
d) Lei mais favorável 
჻ Institutos Básicos de DIPrivado 
a) Qualificação 
b) Ordem Pública 
c) Reenvio 
d) Direitos Adquiridos 
• DIREITO ESTRANGEIRO 
჻ Uniformização 
჻ Aplicação do Direito estrangeiro 
჻ Verificação e prova do conteúdo 
჻ Meios de prova 
჻ Ônus da prova 
჻ Interpretação 
჻ Direito estrangeiro 
჻ Sentido da norma 
჻ Controle de constitucionalidade de norma estrangeira 
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa sorte e bons estudos!

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