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Apostila aulas praticas

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FACULDADE PARANAENSE 
CURSO DE FARMÁCIA 
QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL 
PROFESSOR: Dr. Jonas Daci da Silva Serres 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA, 2021 
Curso: Farmácia 
Disciplina: Química Geral Experimental 
Professor: Dr. Jonas Daci da Silva Serres 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Bem-vindos ás aulas de Química Geral Experimental! Esta apostila foi 
especialmente preparada para os alunos do 2º período do curso de farmácia com 
o objetivo de auxiliar de forma segura os primeiros contatos dos estudantes com 
os trabalhos de laboratório. Com a ajuda desta apostila, vamos começar nossa 
viagem ao mundo da Química iniciada nas aulas teóricas. 
Sendo a Química uma Ciência Experimental, são necessários 
conhecimentos práticos, pois é a partir deles que conseguimos compreender 
suas Leis e Teorias. A frequência ao laboratório de Química Geral é de grande 
importância, particularmente no ensino de Farmácia, uma vez que, além de 
experiências que permitem a melhor compreensão do que está sendo estudado 
teoricamente, nele é realizado o aprendizado de técnicas básicas, tão 
necessárias e usadas ao longo de toda a vida profissional do farmacêutico. 
Para que o Laboratório de Química Geral esteja sempre organizado, 
algumas regras são adotadas de forma a facilitar o controle e a limpeza de 
bancadas e vidrarias. Dessa forma, todas as turmas poderão estudar em um 
ambiente mais limpo e mais seguro: 
1. Nas primeiras aulas, as turmas serão divididas em turmas menores: turma 
1 e turma 2, para as turmas A e B da manhã, e turma A, B e C para o 
noturno, de modo que quando uma turma estiver presente no Laboratório 
de Química, outra estará fazendo atividades complementares, de acordo 
com os critérios do professor. Haverá rodízios semanalmente na ordem 
de entrada das turmas em cada laboratório, de modo que a turma do 
primeiro horário de Química Geral Experimental da semana seguinte não 
deverá ser a mesma da semana anterior. 
2. Os alunos deverão limpar seus materiais de trabalho ANTES e DEPOIS 
de realizar o experimento. Não é recomendável confiar na lavagem de 
outras pessoas. Qualquer contaminação existente poderá comprometer o 
resultado da prática. 
Curso: Farmácia 
Disciplina: Química Geral Experimental 
Professor: Dr. Jonas Daci da Silva Serres 
 
 
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3. Caso sejam encontrados problemas, como falta/quebra de vidraria, falta 
de reagentes, dúvidas com respeito a algum equipamento, etc., o técnico 
ou o professor deve ser chamado. 
4. Quando terminar o experimento, antes de ir embora do laboratório, o aluno 
deverá chamar o professor para que este verifique se todo o material foi 
corretamente guardado e limpo em suas devidas gavetas e/ou armário. 
 
INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA 
O laboratório é um dos principais locais de trabalho do químico. Existe 
certo risco associado ao trabalho em laboratórios de química de um modo geral, 
uma vez que os indivíduos ficam mais frequentemente expostos a situações 
potencialmente perigosas. Os principais acidentes em laboratórios de química 
se devem a ferimentos provocados pela quebra de peças de vidro ou por 
contatos com substâncias cáusticas, incêndios com líquidos inflamáveis. 
É preciso, então, planejar cuidadosamente o trabalho a ser realizado e 
proceder adequadamente no laboratório a fim de minimizar riscos. Também, 
deve-se sempre procurar conhecer as propriedades toxicológicas das 
substâncias com que se trabalha, em termos agudos e crônicos, e, caso as 
substâncias sejam desconhecidas, deve-se tomar os cuidados necessários para 
evitar eventuais intoxicações. Dentro dos limites do bom senso, ao se trabalhar 
no laboratório, deve-se considerar toda substância como potencialmente 
perigosa e evitar contatos diretos, seja por inalação, por ingestão ou por contato 
com a pele. Além da redução dos riscos de acidentes e intoxicação, é necessário 
ainda estar atento à possibilidade de contaminações por substâncias que 
possam interferir nos resultados. Uma maneira para reduzir essas 
contaminações é manter vestuário, bancadas e materiais rigorosamente limpos. 
Neste contexto, regras elementares de segurança e conduta devem ser 
observadas no trabalho de laboratório, a fim de reduzir os riscos de acidentes, 
tais como: 
 Cortes por manejo inadequado de vidraria; 
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 Espalhamento de substâncias corrosivas ou cáusticas; 
 Incêndios; 
 Explosões; 
 Inalação de gases ou vapores nocivos; 
 Contato de produtos químicos com a pele ou mucosa. 
 
REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA E CONDUTA NO 
LABORATORIO QUÍMICO 
1. Siga rigorosamente as instruções específicas do professor. 
2. Não pipete produto algum com a boca. 
3. Nunca trabalhe sozinho no laboratório. 
4. Sempre que for diluir um ácido, adicione-o lentamente, SOBRE a água 
com agitação. NUNCA o contrário. 
5. Verifique o local e o funcionamento dos dispositivos de segurança no 
laboratório (extintores de incêndios, chuveiros de emergência, saída de 
emergência etc.). 
6. Trabalhe com atenção, calma e prudência. 
7. Realize somente experimentos autorizados pelo professor responsável. 
8. Leia com atenção e previamente os roteiros das experiências a serem 
realizadas. Não comece a executá-las se houver dúvidas. 
9. Utilize equipamentos de proteção individual (EPI): 
 Jaleco 
 Protetores faciais 
 Óculos 
 Máscaras para gases 
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 Luvas 
10. Vista roupa e calçados adequados. Se tiver cabelos compridos, 
mantenha-os presos atrás da cabeça. 
11. Coloque todo o material escolar (mochilas, pastas, cadernos etc.) no local 
próprio. Não utilize a bancada como mesa. 
12. Leia com atenção o rótulo de qualquer frasco de reagente antes de usá-
lo, certificando-se de seu uso. 
13. Sobras de reagentes não devem ser devolvidas ao frasco original, 
evitando assim possíveis contaminações. 
14. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob 
o nariz. Desloque com a mão, para sua direção, os vapores que se 
desprendem do frasco. 
15. Não deixe vidro quente onde possam pegá-lo inadvertidamente (o vidro 
quente parece com o vidro frio!). Coloque-o sempre sobre uma tela de 
amianto, o que alertará aos demais sobre o perigo de queimaduras. 
16. Não deixe produtos inflamáveis perto do fogo. 
17. Evite debruçar-se sobre a bancada. Algum reagente pode ter caído sobre 
ela, sem que fosse percebido, o que pode ocasionar acidentes. Conserve, 
portanto, sempre limpa a bancada e a aparelhagem que utilizar. 
18. Não deixe frascos de reagentes destampados, principalmente se 
contiverem substâncias voláteis. Tenha o cuidado de não trocar as 
tampas dos frascos. 
19. Durante os trabalhos em grupo apenas um aluno deverá se deslocar para 
pegar materiais e reagentes. 
20. Tenha um caderno de laboratório, onde deverão estar registrados todos 
os dados da prática. 
21. Durante a realização das experiências, dirija sua atenção única e 
exclusivamente ao trabalho que está executando. Esta atitude permitirá 
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que, além de fazer observações com maior exatidão, sejam evitados 
acidentes no laboratório. 
22. Todas as substâncias, de certo modo, podem ser nocivas ou perigosas e, 
portanto, devem ser tratadas com cautela e respeito. Evite o contato direto 
com as substâncias do laboratório. 
23. Lave as mãos após o eventual contato com as substâncias e ao sair do 
laboratório. 
24. Não coma, não beba e não fume dentro do laboratório. 
25. Utilize somente reagentes disponíveis na sua bancada de trabalho ou 
aqueles eventualmente fornecidos pelo professor. Não utilize reagentesde identidade desconhecida ou duvidosa. 
26. Mantenha sua bancada de trabalho organizada e limpa. 
27. Não despeje as substâncias indiscriminadamente na pia. Informe-se 
sobre como proceder a remoção ou o descarte adequado. 
28. Não jogue na pia papéis, palitos de fósforo ou outros materiais que 
possam provocar entupimento. 
29. Trabalhos que envolvem a utilização ou formação de gases, vapores ou 
poeiras nocivas devem ser realizados dentro de uma capela de exaustão. 
30. Trabalhos que envolvem substâncias inflamáveis (geralmente solventes 
diversos) exigem cuidados específicos. 
31. Tenha cuidado com o manuseio de vidraria. O vidro é frágil e fragmentos 
de peças quebradas podem causar ferimentos sérios. Tome cuidado ao 
aquecer material de vidro, pois a aparência deste é a mesma, quente ou 
frio. 
32. Nunca realize reações químicas nem aqueça substâncias em recipientes 
fechados. 
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33. Tenha cuidado com a utilização de bicos de gás. Não os deixe acesos 
desnecessariamente. Perigo de incêndio! Evite o vazamento de gás, 
fechando a torneira e o registro geral ao final do trabalho. 
34. Tenha cuidado com o uso de equipamentos elétricos. Verifique a voltagem 
antes de conectá-los. Observe os mecanismos de controle, especialmente 
para elementos de aquecimento (chapas, mantas, banhos, fornos, estufas 
etc.). 
35. Ao aquecer um tubo de ensaio, não volte a extremidade deste para si ou 
para uma pessoa próxima e nunca olhe diretamente dentro de um tubo de 
ensaio ou outro recipiente onde esteja ocorrendo uma reação, pois o 
conteúdo pode espirrar nos seus olhos. 
36. Comunique imediatamente ao professor responsável qualquer acidente 
ocorrido durante a execução dos trabalhos de laboratório. 
37. Celulares devem, preferencialmente, ser deixados desligados dentro da 
mochila ou bolsa. Use-o apenas para registrar seu experimento e não para 
distrai-lo de suas atividades laboratoriais. 
38. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras (água ou gás) 
abertas e limpe todo o material utilizado, bem como a bancada. 
39. Mantenha o laboratório sempre limpo. Higiene também é uma questão de 
segurança. 
 
ACIDENTES MAIS COMUNS EM LABORATÓRIOS E PRIMEIROS 
SOCORROS 
A. QUEIMADURAS TÉRMICAS - causadas por calor seco (chama e 
objetos aquecidos) 
Tratamento para queimaduras leves – pomada picrato de butesin, 
paraqueimol, furacin etc. 
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Tratamento para queimaduras graves – elas devem ser cobertas com 
gaze esterilizada umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio a 1%, 
ou soro fisiológico, encaminhar logo à assistência médica. 
B. QUEIMADURAS QUÍMICAS - causadas por ácidos, álcalis, fenol etc. 
Por ácidos: lavar imediatamente o local com água em abundância. Em 
seguida, lavar com solução de bicarbonato de sódio a 1% e, novamente com 
água. 
Por álcalis: lavar a região atingida imediatamente com água. Tratar com 
solução de ácido acético a 1% e, novamente com água. 
Por fenol: lavar com álcool absoluto e, depois, com sabão e água. 
ATENÇÃO: Não retire corpos estranhos ou graxas das lesões – Não 
fure as bolhas existentes. Não toque com as mãos a área atingida. 
Procure um médico com brevidade. 
C. QUEIMADURAS NOS OLHOS 
Lavar os olhos com água em abundância ou, se possível, com soro 
fisiológico, durante vários minutos, e em seguida aplicar gazes esterilizada 
embebida com soro fisiológico, mantendo a compressa, até consulta a um 
médico. 
D. ENVENENAMENTO POR VIA ORAL 
A droga não chegou a ser engolida: Deve-se cuspir imediatamente e lavar 
a boca com muita água. Levar o acidentado para respirar ar puro. 
A droga chegou a ser engolida: Deve-se chamar um médico 
imediatamente. Dar por via oral um antídoto, de acordo com a natureza do 
veneno. 
E. INTOXICAÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA 
Retirar o acidentado para um ambiente arejado, deixando-o descansar. 
Dar água fresca. Se recomendado, dar o antídoto adequado. 
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RELAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS PERIGOSOS 
A relação de substâncias e materiais perigosos, apresentada a 
seguir, não pretende ser exaustiva, limitando-se apenas à indicação dos 
produtos mais comumente utilizados em laboratórios de Ensino de 
Química. 
Solventes inflamáveis 
Muitos solventes usados no laboratório químico, como acetona, benzeno, 
etanol, éter etílico, éter de petróleo, hexano, metanol, tolueno etc., são 
inflamáveis. 
Regras gerais de segurança em trabalhos que envolvem o uso de 
solventes inflamáveis 
1. Não fume no laboratório; 
2. Realize a transferência de solventes distante de qualquer chama aberta 
(bico de Bunsen etc.). Quando possível, realize essa operação dentro de 
uma capela; 
3. Após retirar a quantidade necessária de solvente, feche bem a garrafa de 
reserva a guarde-a em lugar adequado; 
4. Aquecimento de solventes inflamáveis (em operações de refluxo, 
destilação, extração, evaporação etc.) deve ser efetuado com dispositivos 
adequados tais como banho de água ou banho de óleo; evite uso de 
chama aberta ou chapa elétrica direta. 
Em caso de incêndio com solventes, tome as seguintes providências: 
1. Afaste-se das imediações do fogo e tente apagá-lo com um extintor 
adequado (gás carbônico ou pó químico); água não é recomendável para 
apagar incêndios com solventes; 
2. Desligue os dispositivos elétricos através do interruptor geral; 
3. Feche a torneira geral de abastecimento de gás; 
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4. Se a roupa de uma pessoa pegar fogo, deita-a no chão e cubra as chamas 
mediante um cobertor adequado; 
5. Em caso de queimaduras, procure imediatamente atendimento médico 
(não tente medicar as queimaduras por conta própria). 
Gases e vapores nocivos 
Trabalhos que envolvem a utilização, produção, desprendimento ou 
emissão de gases, vapores ou poeiras tóxicos ou agressivos devem ser sempre 
realizados dentro de uma capela de exaustão! A seguinte relação apresenta 
alguns gases e vapores nocivos: 
Amoníaco (NH3), gás irritante. 
Benzeno (C6H6), líquido volátil (p. eb. 80 ºC), tóxico. 
Brometo de hidrogênio (HBr), gás irritante e agressivo. 
Bromo (Br2), líquido volátil (p. eb. 59 ºC), tóxico e irritante. 
Cloreto de hidrogênio/ácido clorídrico (HCl), gás irritante e agressivo. 
Cloro (Cl2), gás tóxico, irritante e agressivo. 
Clorofórmio ou triclorometano (CHCl3), líquido volátil (p. eb. 62 ºC), 
tóxico. 
Diclorometano (CH2Cl2), líquido volátil (p. eb. 40 ºC), tóxico. 
Dióxido de enxofre (SO2), gás tóxico e irritante. 
Dióxido de nitrogênio (NO2), gás tóxico e irritante. 
Formaldeído (CH2O), gás irritante. 
Hexano (C6H14), líquido volátil (p. eb. 69 ºC), tóxico. 
Metanol (CH3OH), líquido volátil (p. eb. 65 ºC), tóxico. 
Monóxido de carbono (CO), gás tóxico. 
Monóxido de nitrogênio (NO), gás tóxico. 
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Sulfeto de hidrogênio (H2S), gás tóxico. 
Tetracloreto de carbono ou tetraclorometano (CCl4), líquido volátil (p. 
eb. 77 ºC), tóxico. 
Vapores de mercúrio são tóxicos. Portanto, deve-se evitar o 
derramamento de mercúrio no laboratório. Em caso de quebra de termômetros, 
o mercúrio deve ser recolhido conforme indicações do instrutor. 
Substâncias cáusticas 
Muitas substâncias são cáusticas e podem causar sérias sequelas na pele 
ou nos olhos. Portanto, o seu contato com a pele deve ser terminantemente 
evitado. Alguns exemplos de substâncias muito cáusticas: 
1. Todos os ácidos concentrados, especialmente flourídrico, perclórico, 
sulfúrico,sulfocrômico, clorídrico, nítrico e outros; 
2. Todas as bases concentradas tais como hidróxido de sódio ou de 
potássio, carbonato de sódio ou de potássio, amônia, aminas e outras; 
3. Oxidantes fortes concentrados, tais como água oxigenada, e outros; 
4. Outras substâncias cáusticas: bromo, metais alcalinos, pentóxido de 
fósforo, formaldeído, fenol etc. 
Substâncias explosivas 
Certas substâncias químicas, tais como hidrazina, hidroxilamina, certos 
peróxidos etc., podem sofrer decomposição espontânea de forma explosiva, 
induzida por aquecimento, catalisadores ou um simples toque mecânico. Tais 
substâncias não devem ser utilizadas ou produzidas em forma pura ou 
concentrada no laboratório de ensino. 
Misturas explosivas de gases e vapores combustíveis 
Todos os gases combustíveis, como gás liquefeito de petróleo (GLP), 
hidrogênio, metano, monóxido de carbono, propano, sulfeto de hidrogênio etc., 
assim como vapores de líquidos inflamáveis, podem formar misturas explosivas 
com oxigênio. 
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Reações químicas violentas 
Certas reações químicas exotérmicas (que liberam calor) podem ocorrer 
de forma violenta ou até explosiva, caso sejam realizadas com substâncias 
concentradas e sem as devidas precauções: 
1. Reações de neutralização entre ácidos e bases concentrados; 
2. Reações de substâncias oxidáveis (compostos orgânicos em geral, 
metais em pó, enxofre e fósforo elementar) com oxidantes fortes, tais 
como: 
 Ácido nítrico e nitratos 
 Ácido perclórico e percloratos 
 Ácido sulfúrico concentrado 
 Cloratos 
 Cromatos e dicromatos 
 Permanganatos 
 Peróxido de hidrogênio e outros peróxidos 
3. Certas substâncias reagem violentamente com água: 
 Sódio e potássio metálicos (reação com evolução de hidrogênio. 
Cuidado: perigo de incêndio!) 
 Ácido sulfúrico concentrado (calor de hidratação, espirramento de 
ácido). 
Orientações para Mistura Segura de Substâncias 
 Nunca misture ácidos concentrados com bases concentradas! 
 Nunca misture oxidantes fortes com substâncias oxidáveis! 
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 Para diluir ácidos concentrados, nunca adicione água ao ácido 
concentrado, mas, sim, acrescente o ácido lentamente à água, sob 
agitação! 
Diagrama de Hommel 
O diagrama de Hommel, mundialmente conhecido pelo código NFPA 704 
— mas também conhecido como diamante do perigo ou diamante de risco —, é 
uma simbologia empregada pela Associação Nacional para Proteção contra 
Incêndios (em inglês: National Fire Protection Association), dos Estados Unidos 
da América. Nela, são utilizados quadrados que expressam tipos de risco em 
graus que variam de 0 a 4, cada qual especificado por uma cor (branco, azul, 
amarelo e vermelho), que representam, respectivamente, riscos específicos, 
risco à saúde, reatividade e inflamabilidade. 
 
As quatro divisões são normalmente codificadas por cores, com o azul 
indicando o nível de perigo para a saúde, vermelho indicando o nível de 
inflamabilidade, amarelo a reatividade e branco contendo códigos especiais para 
riscos exclusivos de cada composto. 
Cada uma das cores é taxada em uma escala de 0 (sem risco; substância 
normal) a 4 (risco sério ou grave). 
Quando utilizada na rotulagem de produtos, ela é de grande utilidade, pois 
permite num simples relance, que se tenha ideia sobre o risco representado pela 
substância ali contida, como apresentado na tabela a seguir: 
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Risco à saúde (Azul) Inflamabilidade (Vermelho) 
0 
Não apresenta riscos à saúde, não são 
necessárias precauções. (Ex. Água, 
Propilenoglicol) 
0 Não irá pegar fogo. (Ex. Água, Hélio) 
1 
Exposição pode causar irritação, mas 
apenas danos residuais leves. (Ex. 
Acetona, Cloreto de Sódio) 
1 
Precisa ser aquecido sob confinamento 
antes que alguma ignição possa ocorrer. 
Ponto de fulgor por volta de 93°C (200°F) 
(Ex. Óleo Mineral) 
2 
Exposição prolongada ou persistente, mas 
não crônica, pode causar incapacidade 
temporária com possíveis danos residuais. 
(Ex. Éter etílico, Clorofórmio) 
2 
Precisa ser moderadamente aquecido ou 
exposto a uma temperatura ambiente 
relativamente alta antes que alguma ignição 
possa ocorrer. Ponto de fulgor entre 38°C 
(100°F) e 93°C (200°F) (Ex. Diesel) 
3 
Exposição curta pode causar sérios danos 
residuais, temporários ou permanentes. 
(Ex. Amônia, Ácido sulfúrico) 
3 
Líquidos e sólidos que podem inflamar-se 
sob praticamente todas as condições de 
temperatura ambiente. Ponto de fulgor 
abaixo de 23°C (73°F) e com ponto de 
ebulição por volta ou acima de 38°C (100°F) 
ou com ponto de fulgor entre 23°C (73°F) e 
38°C (100°F) (Ex. Etanol, Benzeno) 
4 
Exposição muito curta pode causar morte 
ou sérios danos residuais. (Ex. Cianeto de 
hidrogênio, Fosgênio) 
4 
Irá rapidamente vaporizar-se sob condições 
normais de pressão e temperatura, ou 
quando disperso no ar irá inflamar-se 
instantaneamente. Ponto de fulgor abaixo 
de 23°C (73°F) (Ex. Éter etílico) 
Instabilidade/Reatividade (Amarelo) Risco Específico (Branco) 
0 
Normalmente estável, mesmo sob 
condições de exposição ao fogo, e não é 
reativo com água. (Ex. Água, Hélio) 
OX Oxidante (Ex. Perclorato de potássio) 
1 
Normalmente estável, mas pode tornar-se 
instável sob temperaturas e pressões 
elevadas. (Ex. Propano) 
W 
Reage com água de maneira incomum ou 
perigosa. (Ex. Sódio) 
2 
Sofre alteração química violenta sob 
temperaturas e pressões elevadas, reage 
violentamente com água, ou pode formar 
misturas explosivas com água. (Ex. Sódio, 
Ácido sulfúrico) 
SA 
Gás asfixiante simples (Ex. Hélio, 
Nitrogênio) 
3 
Capaz de detonar-se ou decompor-se de 
forma explosiva mas requer uma forte 
fonte de ignição, deve ser aquecido sob 
confinamento, reage de forma explosiva 
com água, ou irá explodir sob impacto. (Ex. 
Nitrato de amônio, Nitrometano) 
 
4 
Instantaneamente capaz de detonar-se ou 
decompor-se de forma explosiva sob 
condições normais de temperatura e 
pressão. (Ex. Nitroglicerina, 
Trinitrotolueno) 
 
 
Símbolos não padronizados 
COR - Substância corrosiva; Ácido forte ou base (Ex. Ácido sulfúrico, 
Soda cáustica ) 
Ou, para ser mais especifico: ACID - Acido forte ou ALK - Base forte; 
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CYL ou CRYO - Criogênico (Ex. Nitrogênio líquido); 
POI - Veneno (Ex. Naftalina); 
BIO ou - Risco biológico (Ex. Lixo hospitalar); 
RAD ou - Radioativo (Ex. Lixo atômico). 
 
Exemplos: 
 
 
 
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PRINCIPAIS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM 
LABORATÓRIOS QUÍMICOS 
A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a 
utilização de uma variedade de equipamentos de laboratório, a maioria muito 
simples, porém com finalidades específicas. O emprego de um dado 
equipamento ou material depende dos objetivos e das condições em que a 
experiência será executada. Por isso, já que você está aprendendo a trabalhar 
num laboratório químico, antes de fazer qualquer experimento e sempre que tiver 
qualquer dúvida que seja, PERGUNTE AO SEU PROFESSOR. A seguir, são 
listados os materiais que podem ser encontrados em nosso laboratório de aulas 
práticas e em qualquer outro laboratório químico: 
VIDRARIA – O material mais utilizado em laboratórios químicos é o vidro. O vidro 
comum é basicamente um silicato sintético de cálcio e de sódio em estado não 
cristalino (estado vítreo), obtido por fusão de uma mistura de sílica (SiO2), 
carbonato de sódio (Na2CO3) e calcário (CaCO3) em proporções variáveis. Já o 
vidro usadono laboratório (borossilicato) contém alguns outros componentes 
(óxidos de boro e de alumínio) que proporcionam maior resistência química, 
mecânica e térmica. As propriedades mais apreciadas do vidro são as seguintes: 
 Transparência perfeita, o que facilita a observação através das paredes 
dos recipientes; 
 Boa resistência química, sendo apenas corroído por ácido fluorídrico e 
bases concentradas; 
 Resistência térmica razoável (até 300 ºC). 
O vidro tem as seguintes limitações de utilidade: 
 Fragilidade (sensível a impacto mecânico); 
 Sensibilidade a choques térmicos; 
 Deformação, amolecimento ou derretimento a temperaturas mais 
elevadas (acima de 400 ºC). 
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Principais materiais de vidro usados em nosso laboratório 
Tubos de ensaio 
 
Usados para efetuar reações em pequena 
escala, como testes de reações. 
Béquer 
 
Utilizado para dissolver, misturar, aquecer, 
verter líquidos, realizar reações etc. Não 
deve ser usado para medir volumes, já que 
sua medida é bastante imprecisa. 
Frasco Erlenmeyer 
 
Sua forma peculiar facilita a agitação do 
conteúdo. Utilizado em dissoluções, 
aquecimentos e titulações. Não deve ser 
usado para medir volumes, já que sua 
medida é bastante imprecisa. 
Kitassato 
 
Utilizado no processo de filtração a vácuo e 
em reações de obtenção de gases. 
Termômetro 
 
Destinado exclusivamente para medir 
temperaturas (escalas de -10 a 300 ºC) e não 
para agitar misturas etc. 
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Balão de fundo chato 
 
Frasco destinado a armazenar líquidos e 
soluções. 
Balão volumétrico 
 
Recipiente calibrado, de exatidão, fechado 
através de rolha esmerilhada, destinado a 
conter um determinado volume de solução, a 
uma dada temperatura. É utilizado no preparo 
de soluções de concentrações bem definidas. 
Proveta 
 
Frasco com graduações, destinado a 
medidas aproximadas de um líquido ou 
solução. 
Copo graduado 
 
Utilizado nas medidas não rigorosas de 
volumes de líquidos, viscosos ou não, na 
preparação de formulações líquidas com 
dissolução a frio e auxílio de bastão de vidro. 
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Bureta 
 
Equipamento calibrado para medida exata de 
volume de líquidos e soluções. Permite o 
escoamento do líquido ou solução através de 
uma torneira esmerilhada e é utilizada em um 
tipo de análise química denominada titulação. 
Pipeta volumétrica 
 
Destinada exclusivamente à medição de 
volumes de líquidos (maior precisão que as 
provetas). Medição de apenas um volume, 
indicado pela marca de aferição.. 
Pipeta graduada 
 
Destinada exclusivamente à medição de 
volumes de líquidos (maior precisão que as 
provetas). Pode-se medir diferentes volumes. 
Funil 
 
Utilizado na transferência de líquidos ou 
soluções de um frasco para outro e para 
efetuar filtrações simples. 
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20 
 
Vidro de relógio 
 
Utilizado para pesagens em geral e para 
cobrir béqueres. 
Dessecador 
 
Utilizado no armazenamento de substâncias, 
quando se necessita de uma atmosfera com 
baixo teor de umidade. Também pode ser 
usado para manter substâncias sob pressão 
reduzida. 
Pesa-filtro 
 
Recipiente destinado à pesagem de 
substâncias que sofrem alteração em contato 
com o meio ambiente (absorção de umidade, 
de gás carbônico, volatilização etc.). 
Bastão de vidro 
 
Utilizado para misturar/agitar misturas e 
auxiliar na transferência de um líquido. 
Funil de extração ou decantação 
 
Equipamento usado para separar líquidos 
imiscíveis (mistura heterogênea de líquidos). 
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21 
 
Condensador 
 
Equipamento destinado à condensação de 
vapores, em destilações ou aquecimento a 
refluxo. 
Balão de destilação 
 
Recipiente, também de vidro, que possui uma 
saída lateral na qual o condensador estará 
acoplado e que é utilizado no caso de 
destilações simples. 
Balão de fundo redondo 
 
É o recipiente acoplado ao condensador no 
caso do aquecimento sob refluxo ou 
destilação fracionada, quando estará 
acoplado à uma coluna de fracionamento. 
Usado também em reações de síntese. 
Placa de Petri 
 
Mais utilizada para fins biológicos. No 
laboratório químico, é também usada para 
observação de algum fenômeno. 
1– Esse material não deve ser aquecido para não perder a calibração. 
Atividade: marque com 1 os materiais que não podem ser aquecidos. 
 
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22 
 
MATERIAIS PLÁSTICOS E REFRATÁRIOS – Alguns utensílios de laboratório 
podem ser feitos de materiais plásticos como, por exemplo, polietileno ou 
polipropileno, os quais possuem propriedades, como: elasticidade (não quebra); 
boa resistência química contra soluções aquosas de diversos agentes químicos, 
inclusive ácido fluorídrico; sensibilidade a solventes orgânicos, tais como 
benzeno, tolueno, etc., sofrendo dissolução parcial; transparência limitada; 
sensibilidade térmica (polietileno e polipropileno começam a sofrer deformações 
acima de 120 ºC). Portanto, materiais plásticos não devem ser aquecidos ou 
colocados na estufa de secagem acima de 110 ºC; a maioria dos materiais 
plásticos é combustível. 
Já os materiais refratários são materiais que resistem a temperaturas 
elevadas (acima de 400 ºC). O material refratário mais utilizado no laboratório 
químico é a porcelana (além de outros materiais cerâmicos). O material cerâmico 
é frágil. 
Principais materiais plásticos e refratários usados em laboratório 
Pisseta ou frasco lavador 
 
Armazena pequenas quantidades de água 
destilada, álcool e outros solventes. Muito 
usado para completar os balões e efetuar 
lavagem de recipientes. 
Frasco reagente 
 
Utilizado para armazenar soluções que são 
reativas com vidro, como ácido fluorídrico, 
bases fortes e para armazenamento de 
soluções não reagentes a plásticos. 
Pipeta de Pasteur 
 
Utilizada para transferência de pequenos 
volumes, sem necessidade de precisão. 
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23 
 
Suporte para tubos de ensaio 
 
Utilizado para alocação de tubos de ensaio. 
Também podem ser feitos de madeira ou de 
metal. 
Tubos Falcon 
 
Também chamados de tubos para 
centrífuga. São empregados para 
centrifugação de amostras e para o 
armazenamento de pequenas quantidades 
de materiais. 
Microtubos 
 
Podem ser usados para centrifugação em 
microcentrífugas, para armazenamentos de 
pequenas quantidades de amostra (até 2 
mL) e para ensaios moleculares. 
Ponteiras para micropipetador 
 
São empregadas para transferência de 
volumes que exigem grande exatidão. Muito 
empregadas em laboratórios de análises 
biológicas. 
Funil de Büchner 
 
Utilizado em filtrações por sucção, devendo 
ser acoplado a um kitassato 
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24 
 
Cadinho 
 
Pequeno recipiente para uso em altas 
temperaturas (fusão, calcinação etc.). 
Almofariz com pistilo 
 
Destinado à pulverização de sólidos. Além 
de porcelana, podem ser feitos de ágata, 
vidro ou metal. 
Cápsula de porcelana 
 
Recipiente alargado para uso em altas 
temperaturas (evaporação, secagem etc.). 
 
FERRAGENS – de modo geral, os metais comuns são facilmente corroídos por 
diversos agentes químicos, principalmente pelos ácidos. Portanto, deve-se evitar 
o contato dos objetos metálicos comácidos e outros agentes oxidantes ou 
corrosivos. 
Principais ferragens usadas em laboratório 
Suporte universal 
 
Para montagem de equipamentos e 
sistemas diversos. 
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25 
 
Garra e mufa 
 
Garra para prender objetos e vidrarias e 
mufa para segurar a garra no suporte 
universal. 
Espátulas de aço 
 
Para dosagem de pequenas quantidades de 
substâncias sólidas. 
Bico de Bunsen 
 
Para aquecimento, com direcionamento da 
chama e regulagem de entrada de oxigênio. 
Tripé de ferro 
 
Suporte para aquecimento sobre bico de 
Bunsen. 
Pinças 
 
 
Peças de vários tipos, como Mohr e 
Hofmann, cuja finalidade é impedir ou 
reduzir o fluxo de líquidos ou gases através 
de tubos flexíveis. Existe um outro tipo de 
pinça usado para segurar objetos 
aquecidos. 
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26 
 
Tela de amianto 
 
Tela metálica, contendo amianto, utilizada 
para distribuir uniformemente o calor, 
durante o aquecimento de recipientes de 
vidro à chama de um bico de gás. 
Argola 
 
Usada principalmente como suporte para 
funil de vidro. 
 
Materiais diversos usados em laboratórios 
Pinça de madeira ou tenaz 
 
Para manusear objetos quentes ou que 
serão aquecidos. 
Pipetador de três vias (pêra) 
 
Usadas para pipetar soluções. Possuem 
três bolinhas que têm as letras “A”, “S” e “E”. 
A serve para retirar todo o ar da pera antes 
de ser aplicada à pipeta; S serve para sugar 
o líquido, e E para expulsar o líquido. Além 
disso, para expulsar a última gota, quando 
se está trabalhando com pipetas totais, é só 
apertar o orifício na extremidade lateral da 
pêra (ao lado da bolinha “E”). 
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Pipetador manual 
 
Possuem uma roda que ao ser deslizada 
para cima suga o líquido e este vai sendo 
descartado através de um “botão”. Para 
pipetas totais, deve-se apertar a 
extremidade deste pipetador para descartar 
a última gota. Eles são utilizados segundo 
suas cores, sendo o amarelo para volumes 
de até 0,2mL; o azul para volumes de até 
2,0mL; o verde para volumes até 10mL e o 
vermelho para volumes até 25mL. 
Estufa elétrica 
 
Para secagem de materiais (reagentes e 
vidraria) até 150 ºC. A estufa bacteriológica 
tem como função promover o crescimento e 
a multiplicação dos micro-organismos 
presentes em amostras, para que seja 
possível identificá-los com eficiência e 
segurança. 
Banho-maria elétrico 
 
Para aquecimentos até 100 ºC 
(temperaturas acima do ponto de ebulição 
da água não são apropriadas devido ao 
risco de acidentes por queimaduras). 
Balança digital semi-analítica 
 
Para determinação de massas com 
precisão de 2 ou 3 casas, ou seja, para 
pesagens mais grosseiras. 
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Balança digital analítica 
 
Para determinação de massas com 
precisão de 4 casas ou mais, ou seja, para 
pesagens mais rigorosas. 
Placa de agitação magnética com aquecimento 
 
Para aquecimentos diversos e, também, 
para agitar/dissolver/homogeneizar líquidos 
por meio de uma barra magnética. 
Mufla ou forno 
 
Para calcinação de substâncias por 
aquecimento em altas temperaturas (até 
1000 ou 1500 ºC). 
Manta elétrica 
 
Para o aquecimento de líquidos inflamáveis 
contidos em balão de fundo redondo. 
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29 
 
Centrífuga 
 
Instrumento que serve para acelerar a 
sedimentação de sólidos em suspensão em 
líquidos. 
Autoclave 
 
Usada para esterilização de materiais, 
principalmente quando serão utilizados 
para ensaios de microbiologia, biologia 
molecular etc. 
Rotaevaporador 
 
Usado para evaporação de solventes 
orgânicos de uma amostra. 
 
 
 
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LIMPEZA E SECAGEM DE MATERIAIS DE VIDRO 
 
Limpeza 
Recomenda-se limpar o material com solução de detergente, enxaguá-lo 
várias vezes com água de torneira e depois com jatos de água deionizada 
(utilizar o pisseta). Verifica-se a limpeza, deixando escoar a água, isto é, se a 
película líquida inicialmente formada nas paredes escorre uniformemente, sem 
deixar gotículas presas, a superfície está limpa. Caso seja necessária uma 
limpeza mais rigorosa, existem soluções especiais para esse objetivo. No caso 
da Química Geral, a lavagem com detergente é suficiente. Os materiais 
volumétricos devem estar perfeitamente limpos, para que os resultados das 
medidas possam ser os mais confiáveis. 
 
Secagem 
Para secagem do material, pode-se utilizar: 
 Secagem comum – por evaporação à temperatura ambiente. 
 Secagem rápida – pode ser obtida, após enxaguar o material, com 
álcool ou acetona. 
 Secagem em corrente de ar – ar aspirado por meio de uma bomba de 
vácuo ou trompa d’água. 
 Estufa – aquecimento em estufa em temperatura um pouco superior a 
100 ºC. 
No caso da estufa, não se pode secar material volumétrico (buretas e 
pipetas), pois ele nunca deve ser aquecido, o que comprometerá a calibração 
feita em sua confecção. Caso não se disponha de tempo para secar buretas ou 
pipetas, deve-se enxaguá-las repetidas vezes com pequenas porções do líquido 
que será usado para enchê-las (este processo recebe o nome de rinsagem). 
 
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31 
 
LEITURA DE RÓTULOS 
Um hábito que deve ser adquirido em trabalhos de laboratório é a leitura 
do rótulo do reagente que se irá manusear. Este hábito evitará acidentes e o seu 
uso indevido, como por exemplo, a troca de reagentes em um experimento. No 
caso dos reagentes vindos de fábrica, os rótulos contêm informações a respeito 
da fórmula da substância, sua pureza, densidade, massa molecular, além de 
símbolos que indicam se o reagente é inflamável, irritante, venenoso etc. Estes 
reagentes são normalmente chamados de P.A. (pró – análise) quando possuem 
um alto grau de pureza. No caso de soluções preparadas a partir de reagentes 
P.A., os frascos deverão conter o nome e a fórmula do reagente, assim como a 
concentração da solução (relação soluto /solvente). O rótulo pode ser feito em 
papel e colado com fita adesiva direto no frasco ou feito em papel adesivo. 
Exemplo: 
 
 
I. EXPERIMENTO 1: TÉCNICAS DE TRANSFERÊNCIA DE SÓLIDOS E 
LÍQUIDOS 
 
O Laboratório Químico é um lugar de experimentação onde vocês terão a 
oportunidade de aprender Química sob um ponto de vista diferente do que 
poderiam atingir através somente das aulas teóricas; é a possibilidade de 
entender melhor a Química e a oportunidade de ver e trabalhar com as próprias 
mãos. Para tal, são necessárias qualidades tais como dedicação, interesse, 
curiosidade, pontualidade, disciplina, atenção, cautela. 
A significação dos resultados obtidos dependerá muito do cuidado com 
que se desenvolverão as operações de laboratório. Boa técnica é mais do que 
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32 
 
uma questão de habilidade manual; requer uma atenção total aos propósitos 
essenciais da experiência. 
No entanto, técnicas de Química não são os objetivos, mas sim os 
instrumentos que nos permitem atingir a meta final, de extrair informações úteis 
a partir de observações pessoais. Aprender o manuseio de compostos e a 
manipulação de aparelhos é obviamente uma parte essencial à formação inicial 
de futuros profissionais. 
Nunca se esqueça que não se deve começar uma prática sem antes 
compreendê-la totalmente, isto significaestudar o experimento antes de 
entrar no laboratório. 
 
1. Manuseio de líquidos e sólidos 
Antes de retirar líquidos ou sólidos de um frasco, tenha os seguintes 
cuidados: 
 Ler o rótulo do frasco pelo menos duas vezes para se assegurar de que 
se tem em mãos o material desejado; 
 Se o líquido ou sólido que estiver manuseando for corrosivo, certifique-
se que o frasco não esteja externamente umedecido; caso esteja, 
limpe-o com papel-toalha úmido e seque-o; 
 Para verter um líquido de um frasco, faça-o sempre no lado oposto ao 
rótulo; isto evita que o líquido escorra externamente sobre o rótulo, 
danificando-o e podendo, futuramente, impedir a identificação do 
líquido; 
 Ao retirar uma tampa plástica rosqueável de um frasco, nunca a 
coloque sobre a bancada com o lado aberto tocando a bancada. Deste 
modo, evita-se que o líquido, eventualmente, escorra da tampa para a 
bancada e, também, que a tampa se contamine por contato com a 
bancada; 
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33 
 
 Sob nenhuma hipótese, coloque objetos sujos no interior de um frasco, 
pois isto contaminaria a substância nele contida. Somente retorne uma 
substância ao seu frasco original se tiver certeza absoluta que ela não 
foi contaminada durante o seu manuseio; 
 Sempre que algum líquido ou sólido entrar em contato com as suas 
mãos, lave-as imediatamente com muita água e sabão. 
 
2. Técnicas de volumetria 
A prática de análise volumétrica requer a medida de volumes de líquidos 
com elevada precisão. Para efetuar tais medidas são empregados vários tipos 
de aparelhos, que podem ser classificados em duas categorias: a) Aparelhos 
calibrados para dar escoamento a determinados volumes, como pipetas e 
buretas; b) Aparelhos calibrados para conter um volume líquido, como pipetas e 
balões volumétricos. A medida de volumes líquidos com qualquer dos referidos 
aparelhos está sujeita a uma série de erros devido às seguintes causas: 
 Ação da tensão superficial sobre as superfícies líquidas. 
 Dilatações e contrações provocadas pelas variações de temperatura. 
 Calibração imperfeita dos aparelhos volumétricos. 
 Erros de paralaxe. 
Medir volumes de líquidos em um recipiente significa comparar a sua 
superfície com a escala descrita no recipiente utilizado. Essa superfície é 
denominada menisco. 
Para a água, a força de coesão entre as moléculas é parcialmente 
superada pelas de adesão entre ela e o vidro, e o menisco é côncavo, sendo que 
sua parte inferior (vértice) deverá coincidir com a linha de aferição (Figura 1A). 
No mercúrio, ao contrário, as forças de coesão são maiores que as de 
adesão entre o mercúrio e o vidro, e o menisco é convexo, sendo considerado 
para leitura sua parte superior (Figura 1B). 
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34 
 
 
Figura 1: Formas do menisco. A – menisco côncavo; B – menisco convexo. 
Outra técnica importante é a posição do olho do observador. Este deverá 
estar sempre no mesmo nível da marca de aferição do recipiente. Se o 
observador estiver olhando por cima do menisco, observará um valor superior 
ao verdadeiro. Se estiver olhando por baixo do menisco, observará um valor 
inferior. Estes erros são conhecidos como erros de paralaxe. 
 
Figura 2: Forma correta da leitura do menisco: linha de visão no mesmo nível da 
superfície do líquido. 
De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes de líquidos, 
usa-se provetas; para medidas precisas, usa-se pipetas, buretas e balões 
volumétricos, que constituem o chamado material volumétrico. Aparelhos 
volumétricos são calibrados pelo fabricante a uma temperatura padrão de 
calibração de 20 ºC. 
 
 
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3. Materiais volumétricos 
Balões volumétricos: Os balões volumétricos são balões de fundo chato 
e gargalo comprido, calibrados para conter determinados volumes de líquidos. 
Eles são providos de rolhas esmerilhadas de vidro ou de polietileno. A marca de 
aferição marcando o volume pelo qual o balão volumétrico foi calibrado é 
gravada sobre a meia-altura do gargalo (bulbo) e possui a forma de uma linha 
circular, tal que, por ocasião da observação, o plano tangente à superfície inferior 
do menisco tem que coincidir com o plano do círculo de referência. Os balões 
volumétricos são construídos para conter diversos volumes fixos, os mais usados 
são os de 50, 100, 200, 500 e 1000 mL. 
Os balões volumétricos são especialmente usados na preparação de 
soluções de concentração conhecida. Para se preparar uma solução em um 
balão volumétrico, transfere-se o soluto ou a solução a ser diluída. Adiciona-se, 
a seguir, solvente até cerca de 3/4 da capacidade total do balão. Mistura-se os 
componentes e deixa-se em repouso até atingir a temperatura ambiente, tendo-
se o cuidado de não segurar o balão pelo bulbo. Adiciona-se solvente até “acertar 
o menisco”, isto é, até o nível do líquido coincidir com a marca no gargalo. As 
últimas porções do solvente devem ser adicionadas com uma pipeta de Pasteur, 
lentamente, e não devem ficar gotas presas no gargalo. O ajustamento do 
menisco à marca de aferição deverá ser feito com a maior precisão possível. 
Após, o balão é fechado e virado de cabeça para baixo, várias vezes, agitando-
o para homogeneizar o seu conteúdo. 
Pipetas: existem duas espécies de pipetas: 
Pipetas volumétricas, para dar escoamento a um determinado volume; 
Pipetas graduadas, para escoar volumes variáveis de líquidos. 
As pipetas volumétricas são constituídas por um tubo de vidro com um 
bulbo na parte central. A marca de aferição é gravada na parte do tubo acima do 
bulbo. A extremidade inferior é afilada e o orifício deve ser ajustado de modo que 
o escoamento não se processe rápido demais, o que faria com que pequenas 
diferenças de tempo de escoamento ocasionassem erros apreciáveis. As pipetas 
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36 
 
volumétricas são construídas com as capacidades de 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100 e 
200 mL. 
As pipetas graduadas consistem de um tubo de vidro estreito, 
geralmente graduado em 0,1mL. São usadas para medir pequenos volumes 
líquidos. Encontram pouca aplicação sempre que se quer medir volumes líquidos 
com elevada precisão. Têm a vantagem de se poder medir volumes variáveis. 
Quanto ao modo de operação, há dois tipos de pipetas em uso 
atualmente: 
Pipetas de esgotamento total: contêm duas faixas 
na parte superior, indicando que são calibradas para 
liberar sua capacidade total, soprando-se até a última 
gota (com um soprador e não com a boca!). 
Pipetas de esgotamento parcial: contêm na parte 
superior uma faixa estreita que as diferencia das pipetas 
de escoamento total. Não precisa ser assoprada. 
Para se encher uma pipeta (Figura 3), coloca-se sua ponta no líquido e 
faz-se a sucção com a pêra de sucção (não use a boca para pipetar em 
laboratórios!). A sucção deve ser feita até o líquido ultrapassar a marca de 
aferição. Feito isto, tapa-se a pipeta com o dedo indicador e deixa-se escoar o 
líquido lentamente até o traço de referência (zero). O ajustamento deve ser feito 
de maneira a evitar erros de paralaxe. 
Para escoar os líquidos, deve-se colocar a pipeta na posição vertical, com 
a ponta encostada na parede do recipiente que vai receber o líquido; retira-se a 
pêra e coloca-se o dedo rapidamente cobrindo a ponta da pipeta; levanta-se o 
dedo indicador até que o líquido escoe totalmente. Esperam-se 15 ou 20 
segundos e retira-se a gota aderida a ponta da pipeta, encostando-a à parede 
do recipiente. 
 
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37 
 
 
Figura 3: Procedimentospara uso de uma pipeta. A – Aspirar pelo bulbo ou aspirador; 
B – Escoar até a marca da graduação; C – Tocar a ponta da pipeta na parede do frasco; 
D – Não assoprar o líquido restante se a pipeta for de escoamento parcial; se for de 
escoamento total, usar o bulbo (pêra) para soprar. 
Buretas: As buretas servem para escoar volumes variáveis de líquidos. 
São constituídas de tubos de vidro uniformemente calibrados, graduados em 1 
e 0,1 mL. São providas de torneiras de vidro ou polietileno entre o tubo graduado 
e sua ponta afilada, que permite o fácil controle de escoamento. As buretas 
podem ser dispostas em suportes universais contendo mufas. Para o uso com 
soluções que possam sofrer o efeito da luz, são recomendadas buretas de vidro 
castanho. 
Recomendações para uso da bureta: 
 A bureta limpa e vazia deve ser fixada em um suporte na posição 
vertical. 
 A bureta deve ser lavada, pelo menos uma vez, com uma porção de 5 
mL do reagente em questão, o qual deverá ser adicionado por meio de 
um funil, em buretas que não possuam gargalo especial; cada porção 
é deixada escoar completamente antes da adição da seguinte. 
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38 
 
 Enche-se então a bureta até um pouco acima do zero da escala e 
remove-se o funil. 
 Abre-se a torneira para encher a ponta ou expulsar todo o ar e, deixa-
se escoar o líquido, até que a parte inferior do menisco coincida 
exatamente com a divisão zero. Quando se calibra a bureta, deve-se 
tomar o cuidado de eliminar todas as bolhas de ar que possam existir. 
 Coloca-se o frasco que vai receber o líquido sob a bureta e deixa-se o 
líquido escoar, gota a gota, geralmente a uma velocidade não superior 
a 10 mL por minuto. Controla-se a torneira da bureta com a mão 
esquerda e o recipiente com a mão direita. Após o escoamento da 
quantidade necessária de líquido, espera-se de 10 a 20 segundos e lê-
se o volume retirado. 
 
Figura 4: Uso correto de buretas. 
 
4. Técnicas de Pesagem 
A determinação de massa ou “pesagem” é uma das operações de 
laboratório mais importantes que é realizada com a utilização de balanças. 
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Há uma grande variedade de balanças de laboratório, desde as mais 
grosseiras até as de mais alta sensibilidade. Entre elas, tem-se as balanças 
digitais. O peso se lê diretamente numa escala digital. Essas balanças podem 
ser chamadas de semi-analíticas (precisão de cerca de 0,1g) ou analíticas, com 
maior precisão. 
 
Cuidados Gerais com Balanças de Laboratórios 
O manejo de qualquer balança requer cuidados especiais por ser um 
instrumento de grande sensibilidade e alto custo: 
 A balança deve ser colocada em lugar apropriado onde não há 
correntes de ar, incidência de luz solar, vibrações ou intenso 
movimento de pessoas. 
 A balança deve ser equilibrada. Muitas balanças possuem um nível de 
água para facilitar essa operação. 
 A amostra deve ser sempre colocada sobre um vidro de relógio, um 
béquer, papel manteiga ou em um pesa-filtro. 
 Não pegar o suporte da amostra com as mãos, principalmente quando 
pesagens comparativas são realizadas (impressões digitais ou 
impureza pesam). 
 Nunca fazer transferências de substâncias dentro de uma balança 
analítica ou com o suporte da amostra sobre o prato da balança: 
alguma coisa pode cair fora do suporte sujando ou danificando o 
equipamento. 
 Não colocar na balança nenhuma substância que não esteja à 
temperatura ambiente. 
 Conservar a balança sempre limpa, retirando qualquer respingo, 
partículas ou poeira de seus pratos com a escova ou pincel que se 
encontra ao lado dela. 
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40 
 
 Se, durante a pesagem, o material for passível de interagir com a 
atmosfera (evaporação, oxidação, absorção de umidade), o frasco 
deve ser fechado. 
 Usar pinças e espátulas, nunca usar os dedos para manusear objetos 
e substâncias que estão sendo pesadas; 
 Ao terminar seu trabalho, remover todos os pesos e objetos da balança, 
verificar a sua limpeza, mantendo-a coberta ou fechada. Zerar a 
balança, se for o caso. Desligar as balanças elétricas. 
 
Exercícios de fixação 
a) Por qual motivo existem dois tipos de pipetas? Como elas se diferenciam? 
b) Para preparar uma solução de concentração conhecida, é mais 
aconselhável usar uma pipeta volumétrica ou graduada? 
c) Para preparar uma solução que posteriormente terá sua concentração 
determinada por titulação, qual pipeta é a mais adequada? 
d) Como você procederia para preparar uma solução a partir de um reagente 
sólido? Descreva todos os passos e todos os materiais que você usaria 
até obter o frasco com sua solução. 
e) Faça, em seu caderno, um fluxograma com todo o procedimento 
experimental que será realizado no laboratório. Elabore também um 
fluxograma dos dados que serão coletados, deixando prontas em seu 
caderno de laboratório as tabelas que serão usadas. 
 
As respostas das questões e os fluxogramas deverão ser 
apresentados no dia do experimento. Além disso, prepare-se para ser 
arguido sobre o experimento no dia da aula. 
 
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5. Objetivos 
Possibilitar que os alunos conheçam técnicas básicas de laboratório como 
o manuseio de balança, balões volumétricos e pipetas, além de introduzir os 
fundamentos sobre propagação de erros e escolha de materiais no laboratório 
químico. 
 
6. Parte experimental 
Materiais e reagentes 
 Cloreto de sódio (NaCl) 
 Balanças Analítica e semi-
analítica 
 Espátula 
 Vidro de relógio 
 Béqueres de 50 e 250 mL 
 Provetas de 10, 50 e 100 
mL 
 Erlenmeyer de 125 mL 
 Pipetas volumétricas de 1 e 
25 mL 
 Pipeta graduada de 25 mL 
 Copo graduado de 60 mL 
 Termômetro 
 Balões volumétricos de 50, 
100 e 200 mL 
 
Procedimentos 
Uso de balanças 
Efetue as operações de pesagem descritas a seguir: 
a) Pesagem de um composto sólido 
Atividade 1: Pese, numa balança analítica, 1 béquer de 50 mL. Anote o 
resultado com todas as casas decimais significativas. Repita esse procedimento 
3 vezes com o mesmo béquer e anote as observações. Calcule a média e desvio-
padrão da análise. 
Atividade 2: Coloque o béquer novamente na balança analítica e clique 
em TARA. Anote o resultado que é a tara do béquer, ou seja, o valor negativo 
que aparece na balança quando você tirar o béquer. 
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Atividade 3: Pese cerca de 2,0 g de NaCl usando um vidro de relógio na 
balança semi-analítica. Transfira essa massa para o béquer “tarado” na balança 
analítica. Anote o resultado com todas as casas decimais significativas. Repita 
esse procedimento 3 vezes com a mesma amostra de NaCl. Calcule a média e 
desvio-padrão. 
Responda às questões a seguir no seu caderno de laboratório: 
 A que conclusões você chegou com relação à pesagem feita em duas 
balanças diferentes? 
 A pesagem em triplicata com a mesma amostra apresentou diferenças? 
A que você poderia atribuir essas diferenças? 
 Quais as características observadas em cada balança? A que 
características você atribui a finalidade de cada uma? 
 Como se procede para realizar a pesagem em uma balança de 
laboratório? Diga o que é importante antes de pesar um reagente. 
 Descreva como você procederia se tivesse que fazer a pesagem de um 
reagente no laboratório: 
Medidas de volume 
a) Comparação entre proveta e béquer 
Preencha a proveta de 10 mL com água destilada e acerte a marca de 
aferição. Transfira esse volume cuidadosamente para um béquer de 50 mL. 
Compare o volume final. Anote suas observaçõesna tabela de resultados. 
b) Comparação entre proveta e Erlenmeyer 
Preencha uma proveta de 50 mL com água destilada e acerte a marca de 
aferição. Transfira para um Erlenmeyer de 125 mL limpo e seco. Compare o 
volume final. Anote suas observações na tabela de resultados. 
 
 
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c) Comparação entre béquer e Erlenmeyer 
Adicione 200 mL de água destilada num béquer de 250mL. Transfira para 
um Erlenmeyer de 250mL limpo e seco. Compare o volume final. Anote suas 
observações na tabela de resultados. 
d) Comparação entre proveta e balão volumétrico 
Preencha uma proveta de 100 mL com água destilada e acerte a marca 
de aferição. Transfira para um balão volumétrico de 100 mL limpo e seco. 
Compare o volume final. Anote suas observações na tabela de resultados. 
e) Comparação entre copo graduado e proveta 
Em um copo graduado limpo e seco de 60 mL afira 30 mL. Transfira 
cuidadosamente este volume para uma proveta de 50 mL. Compare o volume 
final. Anote suas observações na tabela de resultados. 
f) Comparação entre pipeta graduada e volumétrica 
Meça 1 mL de água destilada em uma pipeta volumétrica de 1 mL e 
transfira para uma proveta de 10 mL limpa e seca. Meça 20 mL de água destilada 
em uma pipeta graduada de 25 mL e transfira para uma outra proveta de 50 mL 
limpa e seca. Compare os volumes. Anote suas observações na tabela de 
resultados. 
g) Técnica de pipetagem 
Pipete, com pipetas graduadas de escoamento total e parcial, e transfira 
para um béquer “tarado” de 50 mL, os seguintes volumes (cada volume será 
somado ao anterior): 
Béquer 1 2 3 4 5 
Volume de água (mL) 1,0 4,0 3,7 2,6 4,9 
 
Após cada adição de água, meça a massa de água que foi pipetada para 
o béquer na balança. Certifique-se de medir a temperatura dentro do laboratório 
com ajuda de termômetro e um béquer com água. Em seguida, determinada a 
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temperatura do dia e usando os valores de densidade da tabela fornecida pelo 
seu professor, calcule os volumes que foram transferidos e compare-os com os 
valores da tabela acima. Anote suas observações. 
Responda às questões com base no que foi observado nos experimentos: 
a) Qual a diferença observada entre as medidas de um béquer e uma 
proveta? Entre uma proveta e um Erlenmeyer? Entre uma proveta e um 
balão volumétrico? 
b) Que materiais você usaria para preparar uma solução de concentração 
precisa? 
c) Quais as vantagens de uma pipeta graduada e uma pipeta volumétrica? 
E as desvantagens? 
d) Existe alguma diferença razoável entre as medidas de um béquer e um 
Erlenmeyer? A que você atribui essa diferença, caso exista? 
e) Houve diferenças entre o volume que você mediu com cada uma das 
pipetas graduadas e o volume calculado após a pesagem? A que você 
atribui essas diferenças, caso existam? 
f) Copo graduado e béquer podem ser usados para os mesmos fins? Dê 
exemplos para sim e exemplos para não. 
g) Que diferenças foram observadas entre as pipetas graduadas de 
escoamento total e parcial com relação ao volume medido por cada uma? 
h) Como você procederia para calibrar o material volumétrico do seu 
laboratório? Indique os passos que você tomaria e justifique-os. 
 
 
 
 
 
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Resultados das comparações das medidas de volume. 
Procedimento Observações 
a 
b 
c 
d 
e 
f 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. BESSLER, K. E.; NEDER, A. V. F. Química em Tubos de Ensaio: uma 
abordagem para principiantes. Blucher, 2004. 
2. CONSTANTINO, M. G.; SILVA, G. V. J.; DONATE, P. M. Fundamentos de 
Química Experimental. São Paulo: EDUSP, 2004. 
3. GIESBRECHT, E. Et al. Experiências em Química: Técnicas e Conceitos 
Básicos. São Paulo: Editora Moderna, 1979. 
4. SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R. C. Introdução à Química 
experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. 
5. SITTIG, M. Handbook of Toxic and Hazardous Chemical and 
Carcinogens. Noyes Publications, Park Ridge, N. J., 2nd Edition (1985). 
6. The Merck Index – an Encyclopedia of Chemicals, Drugs and Biologicals. 
Merck & Co. Inc., 11th Edition (1989). 
7. WEISS, G. Hazardous Chemical Data Book Data Book. Noyes Data 
Corporation, Park Ridge N. J. (1986).

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